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Tecido conjuntivo Introdução Composição: muitas células diferentes não justapostas, separadas por grande quantidade de matriz extracelular, que é uma associação de componentes fibrilares como fibras de colágeno e fibras elásticas, além de glicoproteínas, proteoglicanos, glicosaminoglicanos e substância fundamental amorfa. Grande quantidade de vasos sanguíneos e nervos. Células residentes: fibroblasto, macrófago, mastócito, pericito. Células transitórias: neutrófilo, eosinófilo, linfócito B, linfócito T, plasmócito. Funções: Fornecer suporte, conexão e continuidade para outros tecidos do corpo (epitélio, músculo, ossos). Estabelecimento e manutenção da forma corporal. Reserva de hormônios e fatores de crescimento. Meio de difusão entre as células e o sangue (meio de trocas). Proteção, defesa e reparação do organismo. Classificação Tecido conjuntivo propriamente dito: Depende da variação dos componentes fibrilares e não fibrilares dos diferentes tecidos conjuntivos. Tecido Conjuntivo Denso Modelado; Tecido Conjuntivo Denso Não Modelado; Tecido Conjuntivo Frouxo; Tecido Conjuntivo Elástico; Tecido Conjuntivo Reticular. Matriz Extracelular Matriz fibrosa Fibras do sistema colágeno. Fibras do sistema elástico. Componentes celulares diferentes e que se repetem e desempenham diferentes funções. Fibras elásticas: omponentes de fibra finos, ondulados e que se ramificam em outros mais finos e ondulados. Fibras colágenas: Componentes de fibra espessas, menos tortuosas. Fibras reticulares: Componentes de fibra mais delicados, formados por colágeno do tipo III. As fibras do sistema colágeno são bastante resistentes à tensão, mas não apresentam elasticidade. Elas estão bastante presentes no tecido conjuntivo do tendão, por exemplo, no tendão de aquiles. Células residentes Células transitórias Matriz extracelular Arranjo dos fibroblastos, que é paralelo aos feixes de fibras de colágeno. O outro tipo de fibra é o tipo elástico, que conferem elasticidade ao tecido. São altamente ramificadas e delicadas. Estão presentes em grande quantidade na artéria elástica, formando lâminas elásticas. Os feixes de fibras de colágeno se coram em vermelho pelo picrosirius; as fibras elásticas, coradas em escuro pela orceína Fibras extensas e robustas, passando sobre células e em torno delas, se organizando bem. Fibras do sistema colágeno: O colágeno é a proteína mais abundante do nosso organismo, correspondendo de 25 a 30% do total de proteínas do organismo. É resistente à tração, é firme e inelástico. Possui uma estrutura fibrilar em tripla alfa hélice – formado por três cadeias polipeptídicas enoveladas. Os aminoácidos mais abundantes na formação do colágeno são: Glicina – 33,5% Prolina – 12% Hidroxiprolina – 10% Tripla hélice do colágeno A produção do colágeno no interior do fibroblasto ou de qualquer outra célula que possa sintetizá-lo se inicia no meio intracelular e finaliza no meio extracelular. Peptídeo registro faz o alinhamento das cadeias de prócolágeno. O prócolágeno é solúvel quando ainda está na célula. A enzima prócolageno peptidase do espaço extracelular corta os peptídeos registro, transformando o prócolágeno em tropocolágeno. O tropocolágeno se agrega e forma as fibrilas – molécula de colágeno insolúveis. A fibra colágeno é formada pela união de várias fibrilas. As moléculas precursoras do colágeno são o procolágeno, presente no meio intracelular – contém peptídeos de registro nas extremidades e o tropocolágeno, presente no meio extracelular – com alta capacidade de agregação. O domínio central em tripla hélice é o que forma o tropocolágeno. Os domínios N e C propeptídeos terminais são removidos pela enzima específica. Temos mais de vinte e oito tipos de colágeno, cada um tendo a sua importância. Os tipos mais estudados são: Colágeno tipo I: mais espesso; forma fibrilas, fibras e feixes. Presente na pele, osso, tendões, ligamentos, fáscias, dente, córnea. Colágeno tipo 11: forma fibrilas apenas. Presentes nas cartilagens. Colágeno tipo 111: forma fibrilas e fibras = fibras reticulares. Presente em tecidos fetais, estroma de órgãos e glândulas, órgãos linfóides e hematopoiéticos – cora por prata. Colágeno tipo 1V: não forma fibrilas, forma rede. Presente na membrana basal dos epitélios, vasos e célula muscular lisa. Colágeno tipo V11: forma fibrilas de ancoragem. Presente na membrana basal dos epitélios. Fibras de colágeno em microscopia eletrônica de varredura As fibras de colágeno aparecem na microscopia de luz em uma coloração diferente, em maior densidade, coradas. Visualizamos feixes de colágeno. Fibras de colágeno e fibroblastos em microscopia de luz. Fibras do sistema elástico: O sistema elástico é composto por três tipos de fibras: oxitalânicas, elaunínicas e elásticas. As fibras elásticas são constituídas por várias glicoproteínas, principalmente a fibrilina, que forma o arcabouço para a deposição de elastina, que é o componente elástico. Suas características são: fibras longas, finas e ramificadas. As moléculas de elastina são unidas por pontes covalentes que criam uma rede interconectada e extensível. Como cada uma das moléculas contida na rede pode expandir-se em qualquer direção, a rede inteira pode esticar-se e encolher-se como um fio de elástico. O desenvolvimento das fibras do sistema elástico acontece de maneira gradual a partir da deposição da fibrilina. No primeiro estágio, as fibras oxitalânicas consistem em feixes de microfibrilas imaturas de 10 nm de diâmetro, compostas de diversas glicoproteínas, entre as quais uma molécula muito grande denominada fibrilina. As fibrilinas formam o arcabouço necessário para a deposição da elastina. Fibrilinas defeituosas resultam na formação de fibras elásticas fragmentadas. As fibras oxitalânicas podem ser encontradas nas fibras da zônula do olho e em determinados locais da derme, onde conectam o sistema elástico com a lâmina basal. No segundo estágio de desenvolvimento, ocorre deposição irregular de proteína elastina entre as microfibrilas oxitalânicas, formando as fibras elaunínicas. Elas são encontradas ao redor das glândulas sudoríparas e na derme. No terceiro estágio, a elastina continua a acumular-se gradualmente até ocupar todo o centro do feixe de microfibrilas, as quais permanecem livres apenas na região periférica. Estas são as fibras elásticas maduras, o componente mais abundante do sistema elástico. As fibras elásticas são visíveis na microscopia de luz de maneira ondulada, corada com HE ou outras colorações específicas. Fibras elásticas permeadas por fibras de colágeno e fibroblastos. Matriz não fibrosa (substância fundamental: material hidratado e amorfo) Glicosaminoglicanos livres (GAGs) – ácido hialurônico. Proteoglicanos = proteína alongada + GAGs. Glicoproteínas de adesão. Fatores solúveis, água, hormônios, citocinas, gases, nutrientes. A função da matriz não fibrosa é preencher espaços entre as fibras e as células do tecido conjuntivo. Possui função lubrificante, dada sua densidade viscosa. Funciona, também, como barreira contra a invasão de microrganismos. Glicosaminoglicanos (GAGs): Polímeros longos de açúcares não ramificados; sequencias de dissacarídeos que se repetem e são açúcares com cargas negativas porque contém bastantes resíduos de sulfato. Carboxilados: ácido hialurônico. Carboxilados e sulfatados: chondroitim sulfato (cartilagem); queratam sulfato (cartilagem); dermatam sulfato (derme); heparam sulfato (membrana basal). Somente os carboxilados sulfatados se ligam à molécula alongada proteica para formar os proteoglicanos. Ou seja, o ácido hialurônico não forma nenhum proteoglicano, mas pode ser ligado a vários proteoglicanos.Cátions: Na+, K+, Ca2+, Mg2+. Água de solvatação é a água agregada aos íons positivos, promovendo a alta hidratação do tecido. Proteoglicanos: Proteínas que contém uma ou mais cadeias de GAGs ligadas covalentemente. Os proteoglicanos contêm um eixo de proteína (bastão vertical no desenho) ao qual se ligam covalentemente moléculas de glicosaminoglicanos (GAG). Os GAG são polissacarídios não ramificados construídos por unidades repetidas de dissacarídios; um dos componentes é um açúcar amino, e o outro é o ácido urônico. Os proteoglicanos contêm maior quantidade de carboidrato do que as glicoproteínas. Agregados de proteoglicanos com uma molécula central de ácido hialurônico. Concentra muitas moléculas de água, permitindo que a matriz seja bastante hidratada. Representação esquemática do sindecam (proteoglicano de superfície celular). O eixo de proteína atravessa a membrana plasmática e estende um domínio citoplasmático para o interior do citoplasma. Os proteoglicanos da família dos sindecanos contêm normalmente três Cargas negativas atrarem cátions Que atrarem água Água de solvatação cadeias de heparam sulfato, que podem ser substituídas por condroitim sulfato. Glicoproteínas ou proteínas de adesão: dentre elas, temos a laminina, que faz interação entre célula da matriz extracelular e elementos da matriz. A laminina é formada por três cadeias polipeptídicas trançadas entre si na forma de uma cruz. O desenho mostra os locais da molécula com alta afinidade para receptores de membrana e para componentes da membrana basal – colágeno do tipo IV e heparam sulfato. Desse modo, a laminina promove a adesão entre as células e suas lâminas basais. A fibronectina e a laminina parecem participar de modo importante no desenvolvimento dos tecidos embrionários. Por outro lado, elas também aumentam a capacidade de células tumorais cancerosas invadirem outros tecidos. A inativação da fibronectina nos primeiros estágios de desenvolvimento de embriões de camundongos provoca a morte desses embriões, demonstrando o importante papel dessa molécula nessa fase do desenvolvimento. Outra proteína adesiva seria a integrina, que faz ligação entre célula-matriz Faz ligação, internamente, com elementos do citoesqueleto e extermamente, com elementos da matriz extracelular. A integrina funciona como um elo transmembrânico que, por meio de seu domínio extracelular, liga-se a moléculas da MEC e, pelo seu domínio citoplasmático, via α-actinina, a filamentos de actina (citoesqueleto). A integrina é um heterodímero formado de cadeias α e β. Outra proteína adesiva é a fibronectina, que apresenta ligação para colágeno, célula e para alguns tipos de glicosaminoglicanos (heparam) e proteoglicanos. Pode se ligar à molécula de integrina, arranjando os elementos da matriz extracelular. É um dímero unido por grupos S–S. A molécula de fibronectina é formada por uma série de módulos (domínios) de ligação. Tecido Conjuntivo Frouxo Contém grande quantidade de células e fibras de colágeno finas e delicadas; Suporta estruturas sujeitas a pressão e atrito pequenos; Preenche os espaços do corpo abaixo da pele (lâmina própria); É importante para a nutrição, trocas gasosas e defesa; Encontrado em íntima associação com os tecidos epiteliais (na lâmina própria); É um tipo muito comum que preenche espaços entre grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma camadas em torno dos vasos sanguíneos; É também encontrado nas papilas da derme, na hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas glândulas; Contém todos os elementos estruturais típicos do tecido conjuntivo propriamente dito, não havendo, entretanto, nenhuma predominância de qualquer dos componentes; O fibroblasto é a principal célula, possui forma fusiforme. Apresenta cromatina frouxa e sintetiza a matriz. Corte histológico de útero de camundongo mostrando o endométrio (epitélio + tecido conjuntivo frouxo). Espaços em branco que não foram corados nem pela hematoxilina, nem pela eosina: matriz não fibrosa em maior quantidade. Corte histológico do mesentério – tecido conjuntivo frouxo Tecido Conjuntivo Denso Predominam fibras colágenas espessas e número reduzido de células; Menos flexível e mais resistente à tensão; Quantidade menor de substância fundamental amorfa. Oferece resistência e proteção. Denso modelado: As fibras de colágeno são orientadas numa mesma direção, formando feixes de colágeno; Resistente a trações; Animais jovens têm mais fibroblastos, pois estão em crescimento; Fibroblastos alinhados. Denso não modelado: Fibras colágenas dispostas em várias orientações; Não há regularidade na deposição e na disposição das fibras de colágeno. Resistência a trações vindas de várias direções. Corte histológico de pele de rato em fase de cicatrização pós- lesão. O tecido conjuntivo da derme superficial (abaixo da epiderme) foi formado logo após a lesão e é do tipo conjuntivo frouxo. Nessa área, os fibroblastos são abundantes e predominam em relação às fibras de colágeno. A derme mais profunda é constituída por um tecido conjuntivo denso não modelado (típico da derme íntegra) caracterizado por conter poucos fibroblastos e muitas fibras espessas de colágeno orientadas em diferentes direções. VS: vaso sanguíneo. Tecido Conjuntivo Elástico Formado por lâminas elásticas (fibras elásticas associadas, empilhadas, altamente compactadas e orientadas no mesmo sentido). Retorna a forma original dos órgãos e estruturas após uma deformação. Parede da artéria elástica (túnica média). Derme da pele corada seletivamente para fibras elásticas Tecido Conjuntivo Reticular Formado por fibras reticulares (colágeno tipo 111, que tem grande afinidade por prata); É muito delicado e forma uma rede tridimensional; Fibras finas, que se ramificam e formam redes; As células reticulares estão dispersas ao longo da matriz e cobrem parcialmente, com seus prolongamentos citoplasmáticos, as fibras reticulares e a substância fundamental; Rede de fibras reiculares para estruturar e sustentar as células do nódulo linfático e do córtex adrenal; Tecido de sustentação e suporte para órgãos moles (linfóides e hematopoiéticos - medula óssea, linfonodos e nódulos linfáticos). Corte histológico do córtex da glândula adrenal corado pela prata para mostrar as fibras reticulares Células do tecido Os tecidos conjuntivos apresentam diversos tipos de células com diferentes origens e funções. Algumas células desse tecido, como os fibroblastos, têm origem localmente a partir de células mesenquimais indiferenciadas e permanecem toda a sua vida no tecido conjuntivo; outras, como mastócitos, macrófagos e plasmócitos, originam-se de células-tronco hemocitopoéticas da medula óssea, circulam no sangue e se movem para o tecido conjuntivo, no qual executam suas funções. Os leucócitos também se originam na medula óssea e, em geral, migram para o tecido conjuntivo, onde residem por poucos dias Células residentes Produção e maturação local, desde o desenvolvimento embrionário do tecido conjuntivo. População estável e de vida longa. São os fibroblastos, macrófagos, mastócitos, célula adiposa e pericitos. Células transitórias Originam-se na medula óssea. Habitam temporariamente o tecido conjuntivo. Células de vida curta e frequentemente repostas. São os neutrófilos, eosinófilos, linfócitos B, linfócitos T e plasmócitos. Origem das células As células do tecido conjuntivo podem ter uma origem mesenquimal: Outra origem das células do tecido conjuntivo é uma origem mesenquimal. Fibroblastos São as células mais comuns do tecido conjuntivo. Possuem função de renovação e organização da matriz extracelular; grande capacidade de síntese, dado ao número grande decélulas de síntese. Elas sintetizam colágeno e elastina, glicosaminoglicanos, proteoglicanos e proteínas adesivas, assim como fatores de crescimento. É uma célula bastante volumosa e alongada, fusiforme, prolongamentos citoplasmáticos finos; núcleo alongado, cromatina descondensada, nucléolo pontual e visível O fibroblasto consegue modular o seu metabolismo, ou seja, quando o fibroblasto está sendo requisitado para a síntese de MEC, ele é volumoso. Quando não há necessidade de síntese, ele se torna menos volumoso e poupa energia – célula quiescente. Fibroblasto Fibrócito Célula fusiforme Célula fusiforme Célula volumosa Citoplasma escasso Intensa atividade Baixa atividade Cromatina fina Cromatina condensada ↑RE, CG e mitocôndrias ↓RER, CG e mitocôndrias A micrografia eletrônica mostra porções de fibroblastos alongados do tecido conjuntivo denso. Fibras de colágeno (c). Corte histológico de tecido conjuntivo frouxo que mostra vários fibroblastos (F) ativos com núcleo grande, nucléolo evidente, citoplasma abundante e basófilo. Citoplasma basófilo, pois há muitos ribossomos livres e retículo endoplasmático rugoso. Alta síntese de proteínas – grande quantidade de RNA ribossômico. Cicatrização: O tecido conjuntivo apresenta alta capacidade de regeneração, devido ao poder de síntese do fibroblasto. Tecidos que não se regeneram (músculo estriado cardíaco) são preenchidos por uma cicatriz de tecido conjuntivo. Os fibroblastos do tecido conjuntivo adjacente aumentam a produção de fibras de colágeno para preencher a cicatriz. Os fibrócitos recebem uma mensagem química para produção de fibras e MEC e se revertem para o estado de fibroblastos. Macrófagos Possui capacidade de fagocitose (de restos celulares, células neoplásicas, bactérias, corpos estranhos, fragmentos de fibras da matriz extracelular) e defesa do organismo (apresentação do antígeno a células do sistema imune para que elas reconheçam ou produzam anticorpos iniciais). Possui formato variado de acordo com a sua atividade funcional. Os macrófagos estão distribuídos na maioria dos órgãos e constituem o sistema fagocitário mononuclear. São células de vida longa e podem sobreviver por meses nos tecidos. Em algumas regiões, eles recebem nomes especiais, como células de Kupffer, no fígado; micróglia, no sistema nervoso central; células de Langerhans, na pele; e osteoclastos, no tecido ósseo. O processo de transformação de monócito-macrófago resulta em aumento no tamanho da célula e na síntese de proteína. Durante o processo, aumentam também o complexo de Golgi e o número de lisossomos, microtúbulos e microfilamentos. Células tronco hematopoiéticas Monócitos (circulam no sangue) Migram para o tecido conjuntivo Macrófagos Corte histológico do pâncreas de um rato injetado com o corante vital azul tripan. Observe que dois macrófagos (setas) situados ao redor de um ducto pancreático (DP) fagocitaram e acumularam o corante em grânulos citoplasmáticos (fagossomos). Os macrófagos possuem origem na medula óssea. Células tronco hematopoiéticas indiferenciadas se diferenciam em monócitos, estes que circulam na corrente sanguínea. Os monócitos migram para o tecido conjuntivo quando há uma requisição – chamado por estímulo químico – e se tornam macrófagos. A morfologia dos macrófagos é caracterizada por uma superfície bastante irregular – protrusões causadas por irregularidades da membrana plasmática na superfície da célula; essas protrusões servem para a função de fagocitose –, com núcleo grande, volumoso, oval ou em forma de “rim”, localizado excentricamente – na periferia das células. O macrófago possui muitos lisossomos em seu interior – com enzimas hidrolíticas para digerir os materiais fagocitados. Quando está ativo, há inúmeras vesículas fagocíticas. Micrografia eletrônica de vários macrófagos e dois eosinófilos em uma região adjacente a um tumor, que ilustra a participação de macrófagos na reação dos tecidos à invasão pelo tumor. Micrografia eletrônica de um macrófago. Lisossomos secundários (L); Núcleo (N); Nucléolo (Nu); Superfícies irregulares; Setas: vacúolos de fagocitose. Na microscopia, podemos ver o citoplasma acidófilo dos macrófagos e um material de cor preta no seu interior – vesículas cheias de material inerte e estranho ao organismo. Lâmina do tecido conjuntivo. São visíveis hemácias e células do tecido conjuntivo como macrófagos Sistema fagocitário mononuclear: Os macrófagos possuem algumas variações no organismo, fazendo parte de um sistema que nos indica que podemos encontrar células fagocíticas em diferentes tecidos corporais, exercendo diferentes funções. Por exemplo, o osteoclasto. Corte histológico da pele de um rato, que mostra uma célula gigante (asterisco) formada pela fusão de vários macrófagos. Osteócitos no tecido ósseo Micróglia no tecido nervoso Células de Langerhans no tecido epitelial Apresentação de antígenos: Os macrófagos apresentam antígenos às células de defesa, fazendo parte da primeira linha de defesa do organismo. O antígeno é fagocitado pelo macrófago, é digerido nas vesículas fagocíticas fundidas a lisossomos (vacúolo digestivo) em pequenas partes. As pequenas partes se ligam ao MHC e se ligam à membrana plasmática externa, fazendo com que o macrófago apresente o antígeno + MHC para as células de defesa, como um linfócito T. O linfócito T fará comunicação com outras células do sistema imune para que a defesa prossiga. Mastócitos É uma célula grande, globosa e com o citoplasma repleto de grânulos. Possui um núcleo pequeno, esférico, central e pode não ser observado no corte histológico por estar frequentemente encoberto pelos grânulos citoplasmáticos. Atuam na reação imune, na inflamação, nas reações alérgicas e na expulsão de parasitas. Os grânulos contêm mediadores químicos (heparina, histamina e glicosaminoglicanos). Além disso, os mastócitos possuem receptores específicos para imunoglobulina E (IgE) fixados na superfície dos mastócitos e dos granulócitos basófilos; muito pouco permanece no plasma. Os mastócitos são amplamente distribuídos pelo corpo, mas são particularmente abundantes na derme e nos sistemas digestório e respiratório. Corte histológico de língua de rato. Os mastócitos originam-se de células precursoras hematopoiéticas (produtoras de sangue) situadas na medula óssea. Esses mastócitos imaturos circulam no sangue, cruzam a parede de vênulas e capilares e penetram os tecidos, onde vão proliferar e se diferenciar. Embora sejam, em muitos aspectos, semelhantes aos leucócitos basófilos, os mastócitos têm origem de uma célula-tronco diferente. A liberação de mediadores químicos armazenados nos mastócitos promove reações alérgicas denominadas reações de hipersensibilidade imediata, porque ocorrem em poucos minutos após a penetração do antígeno em indivíduos previamente sensibilizados pelo mesmo antígeno. Quando ativada, a célula libera os grânulos para o meio extracelular – degranulação. Mediadores químicos nos grânulos: Histamina – vasodilatação, contração da musculatura lisa dos brônquios, aumento da permeabilidade vascular, aumenta a produção do muco. Heparina – anticoagulante. Proteases neutras – ativação do sistema complemento (RI) na imunidade. Fatores quimiotáticos – atração de células transitórias como neutrófilos e eosinófilos por mensagem química por difusão. Leutrotrienos e PGs – efeitos semelhantes a histamina. Glicosaminoglicanos. Metacromasia: os grânulos dos mastócitos são metacromáticos, ou seja, possuem propriedade de alterar a cor original de um corante. Por exemplo, um mastócito com muitos grânulos de glicosaminoglicanos – os quais possuem muitos radicais ácidos que fazem com que a carga negativa das moléculas aumente – é capaz de modificar a cor do corante azul de toluidinade azul para avermelhado. 1. Antígeno específico se liga a dois receptores de imunoglobulina E. 2. Essa ligação desencadeia a liberação, dentro do citoplasma, de Ca2+ citosólico e externo não mobilizados. 3. O cálcio provoca a degranulação, que não ocorre de uma só vez – não é uma resposta imediata; acontece aos poucos de acordo com os mediadores químicos de cada grânulo. Plasmócitos Os plasmócitos tem origem na diferenciação ou ativação dos linfócitos B. O plasmócito é um linfócito B ativado São células grandes e ovoides com um citoplasma basófilo que reflete sua riqueza em retículo endoplasmático granuloso. O complexo de Golgi e os centríolos localizam-se em uma região próxima do núcleo, a qual aparece pouco corada nas preparações histológicas rotineiras. Possui função de síntese de anticorpos (imunoglobulinas). O núcleo dos plasmócitos é esférico e excêntrico e contém grumos de cromatina que se alternam regularmente com áreas claras em um arranjo que lembra raios de uma roda de carroça. Os plasmócitos são pouco numerosos no tecido conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos à penetração de bactérias e proteínas estranhas, como a mucosa intestinal. Abundantes em locais sujeitos a corpos estranhos e agentes inflamatórios. Citoplasma basófilo – grande quantidade de RER. Nucléolo central e grumos de cromatina partindo da periferia para o centro. Região supranuclear mais clara. Micrografia eletrônica de um plasmócito que mostra seu retículo endoplasmático muito desenvolvido (R), com cisternas dilatadas pela abundância de proteínas no seu interior (imunoglobulinas). Corte histológico que mostra uma região de inflamação crônica com grande acúmulo de plasmócitos. / Corte histológico mostrando uma região de inflamação aguda. Ativação do plasmócito: 1. Antígeno fagocitado pelo macrófago. 2. Degradação do antígeno nos fagossomos em pequenos peptídeos que se ligam a moléculas de MHC. 3. MHC + peptídeos expostos às células T que secretam interleucinas. 4. Interleucinas se ligam aos linfócitos B, induzindo sua proliferação. 5. Células B se diferenciam em plasmócitos, secretores de imunoglobulinas. 6. Imunoglobulinas se ligam ao antígeno livre. Células transitórias As células transitórias dependem de dois processos para chegar ao tecido conjuntivo. Quimiotaxia: Substâncias (moléculas químicas ou quimioatratores) produzidas por células dos tecidos agredidos se deslocam por difusão e provocam nos leucócitos uma resposta migratória, direcionando estas células para locais de inflamação ou para combater agentes agressores. Eles diminuem sua velocidade e se aproximam das células endoteliais, rolando por elas através de receptores específicos – selectinas. A célula muda para uma configuração ameboide. Diapedese: É a saída ativa de leucócitos para fora do sistema circulatório, por movimentos ameboides. Atravessam as células endoteliais por difusão. Processo de adesão leucocitária e transmigração: Marginação Rolamento Pavimentação Transmigração Migração Mediadores primários e secundários liberados por mastócitos Substância Tipo de mediador Fonte Ação Histamina Primário Grânulo Aumenta a permeabilidade vascular. Vasodilatação; contração da musculatura lisa do brônquio; aumenta a produção de muco. Heparina Primário Grânulo Anticoagulante Condroitim sulfato Primário Grânulo Função desconhecida Aril-sulfatase Primário Grânulo Inativa o leucotriene C, limitando, assim, a resposta inflamatória. Proteases neutras Primário Grânulo Quebra da proteína ativando o complemento e aumentando a resposta inflamatória. Fator quimiotático do eosinófilo Primário Grânulo Atrai os eosinófilos para o local da inflamação. Leucotrienes C4 e D4 Secundário Membrana lipídica Vasodilatador; aumenta a permeabilidade vascular; contrator da musculatura lisa do brônquio. Fator quimiotático do neutrófilo Primário Grânulo Atrai os neutrófilos para o local da inflamação. Prostaglandina D2 Secundário Membrana lipídica Causa contração da musculatura lisa brônquica; aumenta a secreção de muco.
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