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Organizações Internacionais Capítulo 1 Conceito e História

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Organizações Internacionais: Capítulo 1 – Conceito e História 
Mônica Herz e Andrea Hoffmann 
 
• Organizações Internacionais: Definição e História 
- Definição de Organizações Internacionais: 
Forma mais institucionalizada de realizar a cooperação internacional 
➢ Organizações Intergovernamentais Internacionais (OIG) 
➢ Organizações Não-Governamentais Internacionais (ONGI) 
*Existem cerca de 238 OI e 6500 ONGI. 
A rede de organizações internacionais faz parte de um conjunto maior de instituições que 
garantem uma certa medida de governança global. Normas, regras, leis, procedimentos para a 
resolução de disputas, ajuda humanitária, a utilização da força militar, programas de assistência 
ao desenvolvimento, mecanismos para coletar informações são algumas das práticas que 
produzem a governança global. 
OIGs: tem caráter permanente, é isso que as diferencia de outras formas de cooperação 
internacional com um nível mais baixo de institucionalização. Elas são constituídas por 
aparatos burocráticos, têm orçamentos e estão alojadas em prédios. Empregam servidores 
públicos internacionais... 
Arranjos ad hoc, multilateralismo, regimes internacionais, alianças militares e a segurança 
coletiva estão diretamente ligados ao processo de criação das OIGs. 
➢ Arranjos ad hoc: formas de cooperação voltadas para um problema específico em 
tempo determinado 
- A experiência com cortes ad hoc p/ julgamento de crimes contra a humanidade foi 
fundamental p/ a criação do Tribunal Penal Internacional (2002) 
 
➢ Multilateralismo: coordenação de relações entre 3 ou + Estados 
- 3 conceitos definidores: princípio da não discriminação (governa o regime de comércio 
multilateral), conceito de indivisibilidade (aplicado a todos os Estados envolvidos) e o 
conceito de reciprocidade difusa. (??) 
- As Organizações Internacionais possibilitam o espaço social + recursos necessários 
para a prática do multilateralismo 
- Por outro lado, os princípios, a lógica da indivisibilidade e a reciprocidade difusa 
favorecem o processo de legitimação das OIG no sistema internacional 
 
➢ Regimes Internacionais: são arranjos que os Estados constroem para reger as relações 
entre os mesmos em uma determinada área, como o regime de comércio, monetário, 
proteção de animais e vegetais em perigo de extinção... 
A definição clássica de regime é “um conjunto de princípios, normas, regras e 
procedimentos decisórios em torno dos quais as expectativas dos atores convergem 
em uma área temática” 
Os princípios são ideias gerais sobre como o mundo funciona/deveria, e as normas 
estabelecem as obrigações e os direitos dos atores. Uma mudança dos princípios ou das 
normas de um regime representa uma modificação da natureza do mesmo. As regras e 
os procedimentos decisórios referem-se à operacionalização do regime. 
*Em diversos casos, os regimes internacionais produzem OIGs, ou seja, elas emergem 
como resultado da existência de normas e expectativas comuns 
➢ Alianças militares: coalizões entre Estados formadas para enfrentas um inimigo real ou 
potencial. 
- Algumas alianças geram a formação de OIG’s, como é o caso da OTAN, criada em 1949 
para enfrentar a União Soviética 
➢ Segurança coletiva: sistema baseado no compromisso de uma reação coletiva no caso 
de ameaça à paz ou à segurança de qualquer Estado 
 
As Organizações Internacionais são atores, uma vez que adquirem relativa autonomia em 
relação aos Estados-membro, e elaboram políticas e projetos próprios, além de poderem ter 
personalidade jurídica, de acordo com o direito internacional público. 
- Contribuem para a gestação de normas e regras 
- Cria um espaço social e até físico, no qual as negociações podem ser feitas, além de uma 
máquina administrativa 
- Burocracia permanente 
- Fornecem mecanismos para garantir a aquiescência à essas normas e regras 
* Cria-se um lugar próprio à expectativa de RECIPROCIDADE, e o próprio auto-interesse dos 
Estados pode leva-los a se comportar de acordo com normas e regras 
 
• Fontes de não-aquiescência às normas internacionais: ausência de clareza no texto do 
tratado, capacidade limitada das partes de realizar suas responsabilidades e problemas 
do período de adaptação às novas condições criadas pelos tratados 
- Aparato burocrático das OIGs pode fornecer formas de resolver as disputas sobre as 
determinações de um tratado 
❖ As ONGIs são PRIVADAS e VOLUNTÁRIAS, com membros individuais ou coletivos de 
diversos países 
- Algumas se voltam para causas como Direitos Humanos, paz ou proteção ambiental. Elas são 
formadas também para prover serviços específicos, como a ajuda humanitária e assistência ao 
desenvolvimento. Ex: médicos sem fronteiras 
 
▪ O Funcionário Público Internacional 
- Apenas com a Liga das Nações foi estabelecida a noção de um serviço público internacional, 
de caráter multinacional, com responsabilidade apenas perante à organização a qual serve. 
- O 1º secretário-geral da Liga, Sir Eric Drummmond, trouxe a visão de um serviço público 
imparcial e profissional. Favoreceu a criação da norma de um secretariado multinacional em 
termos de composição e internacional no que se refere à lealdade. 
A carta da ONU, nos artigos 100 e 101 + tratados que criaram cada uma das agências 
especializadas da ONU = incorporam essa norma (composição: secretariado multinacional; 
lealdade: internacional) 
- Ao mesmo tempo em que dirigem uma burocracia que deve ter independência em relação às 
representações nacionais, os secretários-gerais têm a função de negociar com os representantes 
dos diferentes países para garantir a aprovação de decisões e a realização de operações 
 
▪ História das Organizações Internacionais 
- OI’s: Passam a ter mais relevância na política internacional no século XIX 
 
• Liga de Delos (478 a.C – 338 a.C): criada para facilitar a cooperação militar entre as 
cidades-Estado gregas 
• Liga Hanseática: associação de cidades do norte da Europa (séculos XI e XVII) 
Ambas as ligas podem ser consideradas congêneres (que é do mesmo gênero, tem 
finalidade semelhante) 
 
- As grandes conferências estatais ocorridas desde o século XVI, e que contribuíram para 
fixar muitas das normas que definem as RI modernas, também são precursoras das OIG’s, 
- A prática do multilateralismo também se associa à história das OI 
 
Inis Clause: 4 pré-requisistos necessários para o desenvolvimento de Organizações 
Internacionais Governamentais: 
1) Existência de Estados soberanos 
2) Fluxo de contatos significativo entre eles 
3) Reconhecimento estatais dos problemas surgidos pela coexistência 
4) Reconhecimento da necessidade de criação de instituições e métodos sistemáticos 
para regular suas relações 
 
Concerto de Estados Europeu (1815) – sistema de conferências iniciado após o fim das guerras 
napoleônicas: foi um importante antecessor das modernas OIG’S 
- Fórum no qual as grandes potências da época (Prússia, Áustria, Rússia, Grã-Bretanha e França 
– a ultima entrou em 1818) lidavam com a ordem internacional de uma forma mais geral 
 
Final do séc XIX, Nicolau II (Craz russo): propõe a convocação de uma conferência sobre 
desarmamento 
- O Sistema de Haia, criado no contexto das 2 conferências de paz, em 1899 e 1907, representou 
uma mudança qualitativa em termos de administração do sistema internacional 
- Na 2ª conferência: 44 Estados enviaram delegados, incluindo países latinos 
- O desenvolvimento do direito internacional, a formulação de procedimentos para a resolução 
pacífica de disputas, a codificação das leis e costumes quanto à condução da guerra visavam a 
criar melhores condições de convivência internacional. 
- Preocupação com a paz em abstrato, não apenas com a resolução de conflitos ou crises 
específicas, fazia parte de uma nova perspectiva sobre a administração coletiva do SI 
- As conferências de Haia desenvolveram uma perspectiva sobre a administração coletiva do 
sistema internacional,e ela foi racionalista e legalista, buscando criar regras baseadas na razão 
para lidar com os conflitos internacionais. 
- 3ª conferência: programada para 1915, mas não ocorreu por causa da 1ª G.M. 
- A eclosão da 1ª Guerra Mundial demonstrou a ineficácia do Sistema de Haia 
 
O grau de institucionalização introduzido pelo sistema de Haia anunciava tendências que só 
se realizariam plenamente com a criação da Liga das Nações. A ideia era criar um sistema de 
conferências regulares, sem haver a necessidade de uma convocação 
 
Liga das nações: a criação da Liga das Nações, ao final da 1ª G.M., foi um evento fundamental, 
muito embora a organização tenha entrado para a história como um ícone de insucesso 
- Tratava-se da 1ª organização internacional voltada para a ordenação das RI a partir de um 
conjunto de princípios, procedimentos e regras claramente definidos. O conceito de segurança 
coletiva é introduzido pela primeira vez e foi encontrada uma síntese entro o princípio da 
responsabilidade especial das grandes potências, que norteou o funcionamento do Concerto 
Europeu, e uma lógica universalizante, presenta nas conferências de Haia. 
 
Mecanismos p/ resolução de disputas 
• Bons Ofícios: quando uma 3ª parte oferece o local e outras facilidades para a 
realização de uma negociação 
• Mediação: quando uma 3ª parte propõe soluções p/ uma disputa ou controvérsia, que 
as partes podem escolher aceitar 
• Conciliação: quando se forma uma comissão de conciliação para ajudar as partes 
• Arbitragem: 3ª parte fornece uma solução que as outras devem aceitar através de um 
mecanismo ad hoc. 
• Adjudicação: 3ª parte fornece uma solução p/ o conflito que as partes devem aceitar 
através de um um tribunal permanente

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