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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIACURSO DE FISIOTERAPIA
HIDROTERAPIAHIDROTERAPIA
Apostila elaborada por:Apostila elaborada por:
Profª Ms. Patrícia Oliveira RovedaProfª Ms. Patrícia Oliveira Roveda
roveda.patricia@gmail.comroveda.patricia@gmail.com
proveda@unisc.br proveda@unisc.br 
(55) 99344109(55) 99344109
Registro da Turma 2015 IIRegistro da Turma 2015 II
Santa Cruz do Sul, fevereiro de 2016.Santa Cruz do Sul, fevereiro de 2016.
22
Olá querida (o) aluna (o) Olá querida (o) aluna (o) da disciplina de Hidroterapia de 2016!da disciplina de Hidroterapia de 2016!
Você escolheu fazer FISIOTERAPIA, PARABÉNS, NOSSA PROFISSÃO ÉVocê escolheu fazer FISIOTERAPIA, PARABÉNS, NOSSA PROFISSÃO É
FANTÁSTICA! Seja bem vindo ao mundo aquático, nos próximos meses estaremosFANTÁSTICA! Seja bem vindo ao mundo aquático, nos próximos meses estaremos
convivendo intensamente, nos veremos semanalmente, todas as segundas-feiras pelaconvivendo intensamente, nos veremos semanalmente, todas as segundas-feiras pela
manhã ou noite conforme a sua turma. Você precisará de vontade de aprender e muitamanhã ou noite conforme a sua turma. Você precisará de vontade de aprender e muita
determinação! Você está entrando no mundo maravilhoso da Especialidade da Fisioterapiadeterminação! Você está entrando no mundo maravilhoso da Especialidade da Fisioterapia
que é a Fisioterapia Aquática ou Hidroterapia, onde o elemento água aquecida é oque é a Fisioterapia Aquática ou Hidroterapia, onde o elemento água aquecida é o
fundamental.fundamental.
Estamos numa era de tecnologia onde muitas de nossas atividades diárias estãoEstamos numa era de tecnologia onde muitas de nossas atividades diárias estão
condicionadas ao uso de mídia eletrônica, e isso na maioria das vezes é muito bom. Na águacondicionadas ao uso de mídia eletrônica, e isso na maioria das vezes é muito bom. Na água
vivenciaremos de fato muitas sensações, reais, palpáveis, talvez excelentes para alguns evivenciaremos de fato muitas sensações, reais, palpáveis, talvez excelentes para alguns e
nem tanto para outros, que por ventura tenham algum fator que não o permita apreciar muitonem tanto para outros, que por ventura tenham algum fator que não o permita apreciar muito
o meio aquático. Mas não se preocupe, vamos construir, aprender juntos e eu estarei sempreo meio aquático. Mas não se preocupe, vamos construir, aprender juntos e eu estarei sempre
a disposição para auxiliar, para superarmos dificuldades e para dúvidas. Cada um fazendoa disposição para auxiliar, para superarmos dificuldades e para dúvidas. Cada um fazendo
sua parte teremos um semestre produtivo, de amsua parte teremos um semestre produtivo, de amizade, parceira, muito aprendizado e selfies.izade, parceira, muito aprendizado e selfies.
Conhecer a base teórica da disciplina é importante para que sinta-se seguro paraConhecer a base teórica da disciplina é importante para que sinta-se seguro para
elaborar, criar e desenvolver bons planos e propostas para prevenção e tratamento na água.elaborar, criar e desenvolver bons planos e propostas para prevenção e tratamento na água.
Praticar os exercícios e pensar em Praticar os exercícios e pensar em novas possibilidades também é fundamental.novas possibilidades também é fundamental.
Neste semestre a realização de monitorias não vai ser pontuada na avaliação da dis-Neste semestre a realização de monitorias não vai ser pontuada na avaliação da dis-
ciplina, mas você tem a sua disposição uma excelente infraestrutura no Complexo deciplina, mas você tem a sua disposição uma excelente infraestrutura no Complexo de
Hidroterapia, equipado com vários artefatos, você tem uma monitora que pode auxiliar, entãoHidroterapia, equipado com vários artefatos, você tem uma monitora que pode auxiliar, então
aproveite, você, sem dúvida se sentirá mais seguro para atender no estágio e na vidaaproveite, você, sem dúvida se sentirá mais seguro para atender no estágio e na vida
profissional, caso algum dia atue nesta especialidade.profissional, caso algum dia atue nesta especialidade.
Participe, questione, pesquise, aprofunde os conteúdos abordados em sala eParticipe, questione, pesquise, aprofunde os conteúdos abordados em sala e
na piscina. Vamos buscar sempre!na piscina. Vamos buscar sempre!
No plano de ensino estão todos os conteúdos trabalhados. E além desta apostila,No plano de ensino estão todos os conteúdos trabalhados. E além desta apostila,
você terá a disposição você terá a disposição o polígrafo de exercíco polígrafo de exercícios com alguns ios com alguns registros fotográficos e legenregistros fotográficos e legendasdas
e caso quiserem podem fotografar e/ou filmar as aulas práticas. UTILIZEM também os livrose caso quiserem podem fotografar e/ou filmar as aulas práticas. UTILIZEM também os livros
da biblioteca, tem excelentes materiais neles.da biblioteca, tem excelentes materiais neles.
Sugestões e críticas serão beSugestões e críticas serão bem vindas, eu espero que ao m vindas, eu espero que ao final destes 4 meses final destes 4 meses vocêvocê
tenha compreendido a importância da água em nossas vidas, seja para promover saúde outenha compreendido a importância da água em nossas vidas, seja para promover saúde ou
para para tratar tratar e e reabilitar. reabilitar. Abraço Abraço Profe Profe Patrícia Patrícia RovedaRoveda
22
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Sugestões e críticas serão beSugestões e críticas serão bem vindas, eu espero que ao m vindas, eu espero que ao final destes 4 meses final destes 4 meses vocêvocê
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para para tratar tratar e e reabilitar. reabilitar. Abraço Abraço Profe Profe Patrícia Patrícia RovedaRoveda
33
SumárioSumário
1. 1. Elemento Elemento Água Água ............................................................................ .......................................................................... ................................................................ ......4......4
2. 2. Conceitos Conceitos ............................................................................ ............................................................................ ................................................................ ..............4..............4
3. 3. Breve Breve Histórico Histórico da da HidroterapiHidroterapia.......................................a....................................... .................................................................... ...............7...............7
4. 4. PropriedadePropriedades s Físicas Físicas da da Água (PF).................Água (PF)................. .................................................................. ...............................9...............................9
5. 5. Efeitos Efeitos / / Benefícios Benefícios e e Precauções Precauções da da Fisioterapia Fisioterapia Aquática.........................................17Aquática.........................................17
6. 6. O O Uso Uso de de Artefatos Artefatos Aquáticos..........................................................Aquáticos.......................................................... ...............................18...............................18
7. 7. DiversidaDiversidades des da da HidroterapiHidroterapia................................a................................ .................................................................. .........................26.........................26
7.1 Variáveis a serem consideradas durante o movimento na água...........................7.1 Variáveis a serem consideradas durante o movimento na água........................... ....26....26
7.2 Indicações da Fisioterapia Aquá7.2 Indicações da Fisioterapia Aquática....................................tica.................................... ............................................................................ .27.27
7.3 Classificação dos exercícios na água utilizando alguns artefatos............................307.3 Classificação dos exercícios na água utilizando alguns artefatos............................30
7.4 Contra indicações da fisioterap7.4 Contra indicações da fisioterapia Aquática................................................ia Aquática................................................ ...............31...............31
8. 8. Efeitos Efeitos Fisiológicos Fisiológicos da da Imersão....................................................Imersão.................................................... .............................................................. ..33..33
8.1 Sistema Circulatório.......................................................................................................348.1 Sistema Circulatório.......................................................................................................34
8.2 8.2 Sistema Sistema RespiratóriRespiratório..........................................o.......................................... .......................................................... ..............................35..............................35
8.3 8.3 Sistema Sistema Renal................................................................Renal................................................................ ................................................................ ...............36...............36
8.4 8.4 Sistema Sistema MusculoeMusculoesquelético squelético ............................................................................ ................................................................ ..................38..................38
8.5 8.5 Sistema Sistema TermorregulaTermorregulador dor ............................................................................ ................................................................ .......................39.......................39
8.6 8.6 Sistema Sistema NeurolóNeurológico gico ........................................................................ ................................................................ ..................................40..................................40
9. Alguns Métodos ........................................................................................................................429. Alguns Métodos ........................................................................................................................42
9.1 9.1 Bad Bad Ragaz.............................................................Ragaz............................................................. ............................................................ ...........................42...........................42
9.2 9.2 Ai Ai Chi Chi ...................................................................... .................................................................................... ........................................................ ...................51...................51
9.3 9.3 HalliwiHalliwick ck ...................................................................... .................................................................................... ............................................................ ............54............54
9.4 9.4 Watsu Watsu ................................................................................ ................................................................................ .........................................................................55.............55
10. 10. Fisioterapia Fisioterapia Aquática Aquática nas nas Faixas Faixas Etárias Etárias ........................................................ ............................................................................ ....55....55
11. 11. Fisioterapia Fisioterapia Aquática Aquática nas nas Áreas Áreas Específicas Específicas .............................................................. .................................................................. 5757
11.1 Avaliação Fisioterapêutica..............................................................................................5711.1 Avaliação Fisioterapêutica..............................................................................................57
11.2 Fisioterapia Aquátic11.2 Fisioterapia Aquática em Pneumologia.........................................................a em Pneumologia......................................................... .................58.................58
11.3 Fisioterapia Aquática em Ortopedia e Traumatologia....................................................11.3 Fisioterapia Aquática em Ortopedia e Traumatologia.................................................... 5959
11.4 Fisioterapia Aquátic11.4 Fisioterapia Aquática em Reumatologia...................................................a em Reumatologia................................................... .....................60.....................60
11.5 Fisioterapia Aquátic11.5 Fisioterapia Aquática em Neurologia.............................................a em Neurologia............................................. ................................62................................62
11.6 Fisioterapia Aquática em Ginecologia e Obstetrícia.............................................11.6 Fisioterapia Aquática em Ginecologia e Obstetrícia............................................. .........63.........63
12.12. Outros Artigos para Complementarem o Conteúdo das Outros Artigos para Complementarem o Conteúdo das Áreas Aplicadas.................65Áreas Aplicadas.................65
13. Dicas Gerais Sobre a Atuação em Fisioterapia Aquátic13. Dicas Gerais Sobre a Atuação em Fisioterapia Aquática................................a................................ ...............67...............67
14. O Uso do Turbilhão.........................................................................................................6814. O Uso do Turbilhão.........................................................................................................68
15. Referências Bibliográficas .............................................................................................7115. Referências Bibliográficas .............................................................................................71
4
Conteúdos Programáticos da Disciplina
1. Elemento Água
O óxido de diidrogênio (H2O) ou água é um dos principais elementos da natureza
humana e da própria Terra (70%). Várias teorias tentam explicar que a água é nosso habitat
ancestral, desde Darwin quando fala da evolução das espécies, até a própria concepção que
fomos gerados no líquido amniótico, no ventre materno, ou seja, em um ambiente líquido.
Sendo assim, se fomos gerados na água, a água é nossa constituinte essencial porque não
prevenir e reabilitar na água?
 A medicina tradicional da Índia, a mais antiga denominada Ayurveda, diz que a água
possui um tipo de energia vital chamada  prana  e entre as qualidades do  prana  está a
capacidade de energizar o organismo, tornando-o mais saudável (BONTEMPO, 1994 apud
MARTINEZ, 2007).
Porcentagens de água que o corpo humano contém:
2. Alguns Conceitos
2.1 Hidroterapia
O termo vem do grego, é bastante abrangente, pois pode caracterizar qualquer forma de
tratamento que utilize água. hydor  = água, therapia = cura (SKINNER E THOMSON, 1985);
Exemplos:
Banhos de contraste: ________________________________________________________
Duchas: __________________________________________________________________
Crioterapia: _______________________________________________________________
Talassoterapia: ____________________________________________________________
Fangoterapia: _____________________________________________________________
50% do peso corporal
65% do peso corporal
5
Sauna: ___________________________________________________________________
Compressas úmidas: ________________________________________________________
Crenoterapia: ______________________________________________________________
Turbilhão: _________________________________________________________________
Ofurô/Furô: _______________________________________________________________
Exercícios /atividades na água Fisioterapia Aquática:________________________________
 __________________________________________________________________________
HIDROTERAPIA  é um dos recursos  mais antigos da fisioterapia, porém desde 3 de
setembro de 2014, com a Resolução 443/2014, passou a ser a ESPECIALIDADE
FISIOTERAPIA AQUÁTICA.
Hidroterapia é definida como o uso externo da água com propósitos terapêuticos, que utiliza
os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina,
como recurso auxiliar da reabilitação, ou na prevenção de alterações funcionais (Candeloro e
Caromano, 2006).
Hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que proporciona melhoras osteomioarticulares
utilizando como princípios os elementos físicos da água  –  empuxo, viscosidade, pressão
hidrostática, tensão superficial e temperatura (SALICIO; MATTOS; BRANDALI; SHIMOYA-
BITTENCOURT e SALICIO, 2015).
 Aspectos que diferenciam FISIOTERAPIA AQUÁTICA/HIDROTERAPIA e HIDROGINÁSTICA?
6
HIDROTERAPIA ASPECTOS HIDROGINÁSTICA
Profissional
Responsável
Local do profissional
Tempo médio
de sessão;
Temperatura da água;
Objetivos da
sessão / aula
Clientela e quantidade;
Tipo de exercícios
> tempo nas sessões
2. 2. Hidrocinesioterapia
hydor  = água, cinesio = movimento, therapia = cura ( LAPIERRE, l987).
Do grego: "hydor", "hydatos" = água / "therapeia" = tratamento (http://www.moreirajr.
com.br/revistas.asp?id_materia=3368&f ).
“É o uso do ambiente aquático e seus efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos
provenientes da imersão do corpo ou parte dele em meio líquido.”
(RADL E ALVES, 2007 p.92)
2. 3. Exercícios Aquáticos Terapêuticos  – exercícios aquáticos juntamente com terapia física
(BATES E HANSON, 1996).
2. 4. Reabilitação Aquática ou Fisioterapia Aquática  – Teoria científica mais fundamentos
médicos e procedimentos clínicos (BECKER E COLE, 2000 E RUOTI/MORRIS E COLE, 2000).
7
2. 5. Fisioterapia Aquática
“É a prática de exercícios terapêuticos e/ou preventivos em piscina aquecida
associados ou não a manuseios, manipulações, massoterapia ou hidromassa gem”
(MARTINEZ, 2000; ROVEDA, 2004).
“Terapia de reabilitação física que se utiliza de exercícios, manuseios e técnicas
específicas fundamentalmente associadas às propriedades do meio líquido, com o objetivo
de promover ganhos específicos que possam ser transferidos para o solo e, portanto,
traduzidos em ganhos funcionais aplicáveis à vida di ária de cada paciente” (SILVA E
BRANCO, 2011).
LEMBRE! FISIOTERAPIA AQUÁTICA NÃO É SOMENTE FAZER EXERCÍCIOS IGUAIS AOS
DE SOLO NA ÁGUA. DEVEMOS PENSAR DE UM MODO DIFERENTE!
3. Breve Histórico da Hidroterapia  – a seguir, um pouco de informações a respeito do
histórico desta especialidade, pois para chegarem ao atual reconhecimento muitas pessoas
pesquisaram e testaram o meio aquático. Alguns fatos da Pré-história, até a Idade
Contemporânea:
3.1. A pré história
Inicia com o surgimento dos primeiros homens há cerca de 4 milhões de anos e se estende
até o aparecimento da escrita, por volta de 4000 a.C.
Período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada)  – até 10000 a.C.; descoberta do fogo.
Período Neolítico (Idade da Pedra Polida)  –  de 10000 a 4000 a.C.: formas rudimentares
de escrita.
O uso de rituais mágicosestava baseado na crença de que os demônios da natureza eram
os responsáveis pelos inúmeros males e pelas mortes.
 A história da medicina estava estreitamente ligada à da religião  –  finalidade comum: a
defesa do indivíduo contra as forças do mal (demônios, maus espíritos).
3.2. Idade Antiga
Inicia aproximadamente em 4000 a.C., com o advento da escrita, e estendendo-se até a
queda do Império Romano no ano 476 d.C.
 Antiguidade Oriental: A civilização egípcia; as civilizações da mesopotâmia (sumérios,
acadianos, Babilônicos e Assírios); hebreus; fenícios e os medo-persa.
 Antiguidade Clássica: Gregos e Romanos
Não existem evidências precisas sobre quando a água foi usada pela primeira vez para
finalidades curativas.
 Civilizações que habitavam os vales dos rios da Mesopotâmia, no Egito, na índia e na
China: as piscinas de banhos foram amplamente utilizadas para a renovação e cura
individual, religiosa e social.
 Nas culturas grega, hebraica, romana e cristã existiam os rituais das águas curativas para
limpar o corpo espiritual dos pecados.
 Hebreus usavam a água com f ins terapêuticos, higiênico e religioso.
8
Os ginásios gregos eram constituídos por uma pista, uma sala de banho de água fria e
uma grande sala principal usada para funções educacionais e sociais.
Heródoto (446 a. C.) médico grego, escreveu um tratado sobre águas quentes e sobre
saúde
Hipócrates (O Pai da Medicina - 460 a.C) Escreveu Sobre ares, águas e lugares, um
tratado sobre saúde pública e geografia médica; Banhos de contraste, medicina natural;
escreveu sobre quatro tipos de banho: água quente (caldarium), água morna (tepidarium),
água fria (frigidarium), água muito quente (laconicum).
Homero (446 a.C): usou banhos quentes para reanimar soldados e curar melancolia
Galeno (130 d.C.), médico e escritor: Os tratamentos empregados por Galeno derivavam
do conceito da ação dos opostos: a terapia dos opostos (alopatia): hidrófilos e hidrófobos.
  Os Etruscos, que precederam os romanos, possuíam conhecimentos de medicina, de
odontologia, de hidroterapia e sobre instalações sanitárias.
 A cultura romana elevou os banhos a um nível mais prático, formal, educacional, social e
tecnicamente refinado. As termas romanas incluindo-se banhos com vapor quente, piscinas
geladas e áreas de relaxamento, funcionavam como uma importante instituição social e civil.
 Celso - escritos sobre a hidroterapia.
3.3. Idade Média
Inicia-se em 476 e estende-se até 1453, quando terminou a Guerra dos Cem Anos, na
Europa, e a cidade de Constantinopla caiu em mãos dos turcos otomanos.
Descoberta da cidade de Bad Ragaz.
-1032: descoberta da nascente
-1242: primeiro uso documentado da nascente com propósitos curativos.
-1420: construída a primeira casa de banho.
Savanarola de Ferrara (1453) - uso da água na metrorragia, na gota e reumatismos.
Mengo Biancheli - uso de duchas ascendentes nas afecções do útero.
3.4. Idade Moderna
Inicia-se em 1453 e estende-se até 1789, quando iniciou a Revolução Francesa.
Médicos dos séculos XV e XVI - tratamento de feridas e úlceras (ação tônica, adstringente
e sudorífera).
Paracelso (aprox. 1500): escritos sobre hidroterapia e utilização de inúmeras substâncias
minerais, como enxofre, mercúrio, chumbo, cobre, ferro e antimônio.
Gunter d'Andermach (1565) - banhos frios para facilitar o sono.
John Flayer (1697) - publicação do "Tratado completo de Hidroterapia"; História do Banho
Frio."
 Frederico Hoffman (1712) - publicação: "De aqua medicina universali"
 Moneta - uso da água em moléstias agudas das vias respiratórias.
Wright (1779): cirurgião naval publicou observações sobre o uso do frio no tratamento da
varíola e outras condições febris.
 Currie - publicação dos Relatórios Médicos sobre o Efeito da água Fria e Quente como
Remédio para Febre; banhos frios, salgados e curtos para a sedação do SN e nas afecções
de vias digestivas.
3.5. Idade Contemporânea
Inicia-se em 1789 e estende-se até os nossos dias. Em nosso século, o capitalismo atingiu
a sua maturidade e plena dinamização, alcançando progressivamente sua globalização.
Giannini (1805) e Armstrong (1818) - uso de água fria para febres intermitentes e
perniciosas.
Vicent Pressnitz (1830) estabelece centro para uso da água fria e exercícios vigorosos.
Primeiras investigações científicas sobre as reações dos tecidos à àgua sob diversas
temperaturas e sua ação nas doenças.
9
Scoutteten (1843) e Schedel (1845) classificam os efeitos múltiplos do método hidrotera-
pêutico (higiênico, antiinflamatório, antiespasmódico, alterante ou resolutivo, auxiliar ou
coadjuvante).
Winternitz (1864) - Pai da Hidroterapia Científica: estabeleceu base fisiológica para a
hidroterapia.
Leroy Duprés (1875) - publicação do tratado "Indicações e Contra-Indicações da
Hidroterapia"
Entre 1851 e 1852: foi inaugurado no Brasil, o Centro Hidroterápico em Botafogo.
Em 1903: abertura do primeiro centro de Hidroterapia nos EUA em Boston.
Em 1930: abertura da Clínica para Tratamento de Doenças Reumáticas em Londres com
Fisioterapeutas diplomados.
Figura1.Termas romanas Figura 2. Duchas Figura 3. Spa moderno em Bad Ragaz
Figura 5 – Piscina adaptada com duchas de diferentes pressões
4. PROPRIEDADES FÍSICAS (PF) DA ÁGUA
O conhecimento das propriedades físicas da água é fundamental para o atendimento
na hidroterapia, cada uma exerce influência sobre o corpo do ser humano, podendo ser
utilizada direta ou indiretamente no trabalho aquático por meio de efeitos causados pela
hidrostática ou hidrodinâmica.
Hidrostática: _____________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
10
Hidrodinâmica: ___________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
4.1 – Massa – é a quantidade de matéria que a substância compreende (Kg), é inalterada.
4.2 – Peso – é a força com a qual a substância (o corpo) é atraído no sentido do centro da
Terra (gravidade), altera-se de acordo com a posição do corpo.  A unidade é o Newton P = m .a
4.3 – Densidade: é a relação entre a sua massa e o seu volume. d = m
v
Materiais/Substâncias Densidade (G/CM3)
 Água Pura
 Água do mar
Corpo Humano (adulto)
Corpo Humano (bebê)
Ferro
Madeira
Gelo
Tecido adiposo
4. 4 – Densidade relativa ou Gravidade Específica (GE): relação entre a massa de um
dado volume de substância e a massa do mesmo volume de água.
GE = m densidade da substância
m densidade da água
 A densidade relativa depende de fatores como:
a) ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
b) ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
c) ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
d) ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
e) ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
f) ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
g) ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
11
4.5 – Refração: é o deslocamento, ou alteração do vetor quando ele passa de um meio mais
denso para um meio menos denso, ou vice-versa. Sofre interferência das propriedades
específicas do material, particularmente a velocidade da luz no material e o ângulo de
incidência do feixeluminoso.
Figura 6. Refração
4. 6  – Pressão Hidrostática: é definida como força por unidade de área. Está baseada na
Lei de Pascal.
 A pressão hidrostática aumenta com a profundidade e com a densidade do líquido.
Ela aumenta 1 mmHg por 1,36 cm de profundidade. Um corpo imerso 122 cm está sujeito a
uma pressão de 88,9 mmHg, levemente maior que a pressão sangüínea diastólica, por isso,
auxilia no retorno venoso.
Exemplos e cuidado:
a) Sistema circulatório
 ________________________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
b) Sistema respiratório
 ________________________________________________________________________
 _______________________________________________________________________
 A pressão hidrostática também exerce efeito sobre as articulações, promovendo a
estabilização das mesmas. “Estabilização articular”
“ _____________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________ 
 ____________________________________________________ ”.
12
4. 7 – Tensão superficial: é a força existente entre as moléculas da superfície de um líquido.
Oferece pequena resistência a músculos pequenos, se a área a ultrapassar esta pele for
grande a resistência aumenta tanto do ar para á água como vice- versa. “Pele elástica”
“Lembrar do mosquito que anda sobre a água!”
4. 8  – Flutuação: é a força que atua em sentido oposto a força de gravidade (Empuxo). O
centro de gravidade no solo está no nível de S2 e na água no nível de pulmões. A flutuação
baseia-se no Princípio de Arquimedes:
Figura 7. Força do empuxo versus força de gravidade.
Durante a imersão, o empuxo pode através de sua força que age de baixo para cima:
Figura. 8. Ação do empuxo sobre o movimento.
AÇÕES DO EMPUXO
A.Facilitar  _______________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
O empuxo pode realizar movimentos passivos durante a imersão quando paciente relaxa.
“ _______________________________________________________________
 ________________________________________________________________
 ________________________________________________________________ 
 _______________________________________________________________ ”.
13
B. Resistir  _______________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
C.Sustentar  ______________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
É importantíssimo o controle respiratório, esta propriedade proporciona o alívio do
peso corporal  (gera descompressão articular, ou seja, reduz a pressão sobre a superfície
articular beneficiando todas as pessoas que apresentam desgastes articulares, por exemplo).
% de alívio do peso corporal (pela ação do empuxo): AO LADO DA FIGURA COLOQUE AS
% E REGIÕES CORPORAIS.
Figura 9. Porcentagens de alívio de peso corporal na imersão.
ATENÇÃO A PRÓXIMA PROPRIEDADE É A ÚNICA HIDRODINÂMICA
4. 9 - Viscosidade: é a magnitude do atrito interno do líquido, ou seja, é o atrito en-
tre as células de um líquido. Causa resistência ao fluxo do líquido, isto é observado quando o
líquido está em movimento.
Segundo o Teorema de Reynolds, existe o fluxo laminar e o fluxo turbulento, os quais estão
também relacionados com a velocidade do movimento.
 Velocidade Fluxo laminar movimento regularR = V
 Velocidade Fluxo turbulento  movimento irregular (redemoinhos) R= V2
Teorema de Bernoulli – é a relação entre a pressão e a velocidade de um fluído ao longo de
uma linha aerodinâmica. Após um movimento irregular e rápido formam-se redemoinhos que
é a turbulência. Facilita ou dificulta os movimentos depende do local que o objeto/corpo se
encontra.
14
“Efeito esteira” age facilitando o movimento, onde se gera uma diferença de pressão sendo
na frente positiva (>) e atrás do objeto/corpo em movimento sendo negativa (<). Ex.
Reeducação precoce da marcha.
Figura 10. Efeito Esteira
 A viscosidade pode então:
Facilitar - ___________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
Sustentar -__________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
Resistir -___________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
Exemplo - treino progressivo de marcha ________________________________________
 ________________________________________________________________________
Não esqueça: A viscosidade da água aumenta o tempo de reação das respostas de
equilíbrio e retificação corporal  e é a propriedade que mais oferece resistência  para
programas de fortalecimento muscular, além de promover estabilidade articular.
A quantidade de resistência oferecida pela viscosidade é influenciada pela:
- Posição do paciente ou do membro trabalhado (área corporal)
- Velocidade do movimento
- Uso ou não de artefatos (tamanho e formato)
- Alavancas
- Presença ou não de turbulência
Força coesiva/coesão: força de atração entre moléculas vizinhas do mesmo tipo de matéria.
“Não esqueçam dos patinhos atrás da
mamãe pata na lagoa”.
15
Força adesiva/adesão:  força de atração entre moléculas vizinhas de diferentes tipos de
materiais. Estas forças oferecem intenso estímulo tátil. Quando há o turbilhonamento da água
este estímulo tátil aumenta muito.
* Exemplos:
Vamos resolver estes casos!
Caso 1  – M.S. 43 anos de idade, do sexo feminino, com história pregressa de cirurgia há 8
anos para resolução de trombose venosa, possui artrose no joelho direito. Fez uma longa
viagem de ônibus (20 horas) e ao chegar ao destino apresentou edema (joelhos, pés e
tornozelos). Refere também dor muscular na região de toda coluna vertebral e membros
inferiores (principalmente joelho direito e coluna cervical). Tem diminuição de flexão de
 joelhos. Esta senhora foi encaminhada para realizar fisioterapia aquática. Informa na
avaliação que tem osteoporose significativa. Quais serão os cuidados a serem tomados
desde o momento da avaliação fisioterapêutica e quais serão os objetivos fisioterapêu-
ticos neste caso? Faça relação com a ação das propriedades físicas da água.
Caso 2  – A.L. homem com 62 anos de idade com história pregressa de enfisema pulmonar,
refere dificuldade respiratória (é fumante de longa data). Apresenta hipertensão arterial
sistêmica (HAS) com controle medicamentoso e sofreu uma queda onde a sequela deste
episódio foi uma subluxação do tornozelo direito. Foi até a unidade básica de saúde (UBS) 72
horas pós-trauma e o clínico geral o encaminhou para a fisioterapia, após avaliação
fisioterapêutica se resolveu iniciar com fisioterapia aquática. Referia dor intensa no tornozelo
e sensação que estava “solto, que ia cair”, edema moderado e usando muletas axilares.
Quais serão os cuidados e os objetivos fisioterapêuticos com este senhor consideran-
do as propriedades físicas da água?
Resolução dos Casos.
Caso 1.
 _________________________________________________________________________
 _________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
16
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
 ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Caso 2____________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
 ________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
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LEITURAS PARA COMPLEMENTAÇÃO DO CONTEÚDO
1. SKINNER, A.;THOMSON, A.M. Duffield: Exercícios na Água. São Paulo: Ed. Manole,
1985. Leitura do Capítulo 1.
2. SACCHELLI, T.; ACCACIO, M. P.; RADL, A. L. M. Fisioterapia Aquática. Barueri: Editora
Manole. 2007. Leitura do Capítulo 1.
3. Artigos
- CANDELORO, J.M.; CAROMANO, F. A. Discussão crítica sobre o uso da água como
facilitação, resistência ou suporte na hidrocinesioterapia. ACTA FISIATR 2006; 13(1): 7-11.
- COSTA, D.P.M.; LUCENA, L.C. VELOSOS, L.S.G. Aplicabilidade terapêutica dos princípios
físicos da água. Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Fisioterapia/MONITORIA
UFPB-PRG / XI Encontro de Iniciação à Docência. 2008.
RESUMÃO PRINCIPAIS “PF” DA ÁGUA
3 PROPRIEDADES
FISICAS DA
ÁGUA
Pressão Hidrostática:
Retorno venoso/linfátic.,
reduz edema, forta-
lece mm inspiratórios e
promove estabilidade ar-
ticular.
Empuxo / Flutuação:
Promove descompressão
articular e aumenta a ADM
articular, fortalece nos mo-
vimentos contra o empuxo.
Viscosidade:
Oferece resistência aos mo-
vimentos fortalecendo, o
tempo de resposta das rea-
ções de equilíbrio e retifica-
ção, estabilidade articular,
reduz mov. involuntários.
17
5. Efeitos / Benefícios e Precauções da Fisioterapia Aquática
5.1 Efeitos
a. Trabalho mio-articular global;
b. Redução da dor muscular e articular;
c. Redução do tônus muscular (neuro);
d. Redução do espasmo muscular, espasmo de proteção e relaxamento;
e. Redução de edema com melhora da circulação sangüínea e linfática;
f. Aumento de ADM e flexibilidade;
g. Melhora progressiva da força muscular;
h. Alívio de peso corporal  descompressão articular  menor desgaste articular ;
 alívio da pressão sobre proeminências ósseas;
Esta redução de peso pode facilitar a manipulação de obesos e plégicos ou dificultar pela
falta de fixação;
i. Melhora das reações de equilíbrio e retificação corporal;
 j. Melhora da coordenação motora e do controle postural;
k. Aumento do estímulo sensorial (tátil, visual, vestibular e proprioceptivo);
l. Aumento da capacidade respiratória e cardiovascular;
m. Relaxamento dos órgãos de sustentação (coluna vertebral)
n. Melhora das trocas gasosas propiciando condicionamento cardiopulmonar e treinamento
dos músculos respiratórios;
o. Melhoria da orientação espaço-temporal.
p. Melhora das trocas teciduais pelo  de metabolismo auxiliando no retorno venoso;
q. Melhor condição da pele pela vasodilatação periférica;
r. Reeducação precoce da marcha;
s. Melhora da interação social / socialização;
5.2 Precauções
* Quedas e imersões inesperadas;
* Não suspender a Fisioterapia de solo;
* Vestuários adequados e higiene pessoal;
* Respeito à condição física e psicológica do paciente;
* Adaptação das instalações às necessidades;
* Observar a temperatura e cloração da água (PH = 7,2 a 7,6 );
* Solicitar hidratação após a sessão, devido a perda hídrica (durante a sessão também pode
hidratar-se);
* Uso de diuréticos (soma do efeito diurético da imersão com medicação);
18
* Orientar um tempo na sala de espera após sessão  evitar a troca brusca de temperatura;
* Cuidado com lesões e queimaduras devido distúrbio sensitivo, especialmente em membros
inferiores (AVC, TCE, TRM, diabetes, etc...)
* Cuidado com quadros agudos devido excesso de mobilização;
6. O Uso de Artefatos Aquáticos
Existe uma gama de artefatos que podem ser utilizados pelo Fisioterapeuta durante
a sessão de hidroterapia, porém deve-se ter o cuidado para não usar em demasia. Existem
os flutuantes, que são a grande maioria e possuem funções como assistência, sustentação,
resistência, posicionamento do paciente, alongamento, equilíbrio estático ou dinâmico,
propriocepção, coordenação, sensibilidade tátil, relaxamento, e tração articular; os não
flutuantes ou de peso que possuem funções como estabilização, tração ou descompressão
articular.
O uso de diferentes artefatos oferece ludicidade e desafio no decorrer das sessões
de fisioterapia aquática. Conforme evolução do paciente vai se mudando o tipo e a
quantidade de flutuadores utilizados impondo outras dificuldades e/ou facilidades de acordo
com cada paciente.
 ATENÇÃO PESSOAL!
6.1 Classificação de Artefatos:
a) Fuller (2000) classifica em equipamentos de segurança, acesso, flutuação, pesos,
recreativos e de resistência baseado no arrasto.
b) Koury (2000); Larsen (2001); Fuller (2000) classificam como móveis ou portáteis e fixos,
além de mencionarem as órteses.
c) Bates e Hanson (1998) classificam em equipamentos de segurança, terapêutico e de
exercício.
 A seguir, na Tabela 1 estão as cargas correspondentes de alguns artefatos flutuantes.
“NÃO É INDICADO UTILIZAR ARTEFATOS DE PESO PARA FORTALECIMENTO
MUSCULAR NA ÁGUA, POIS COMO A DENSIDADE DO PESO É MUITO MAIOR QUE
1, ELE ANULA, NEUTRALIZA A AÇÃO DO EMPUXO, GRANDE DIFERENCIAL DO
MEIO AQUÁTICO.”
19
Tabela 1 – Peso Hidrostático de alguns Artefatos Aquáticos.
Fonte: MARTINEZ, 2007.
Em 2005 e 2011, foram publicados dois estudos de Martinez et al. intitulados
“Determinação da carga de flutuantes de implementos flutuantes utilizados em hidroterapia e
hidroginástica” e “Caracterização das Cargas de Flutuação de Implementos de Hidroginástica
e Hidroterapia”, os quais apresentam a pesquisa a respeito dos artefatos aquáticos. Estão
disponível em: <http://www.ufrgs.br/biomec/articles%202/11%20(XI)%20CBB/Ghiorzi%20-
%20Carga%20Flutu%20Implementos.pdf > e
http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/3628.  Na página 23 do
Capítulo 2 do Livro da Parreira e Baratella também se encontram algumas informações sobre
artefatos/materiais. Leiam e complementem o conhecimento!
 A seguir encontrarão o registro fotográfico e os nomes dos artefatos (flutuadores e
de peso) que se encontram no Complexo de Hidroterapia da UNISC, este manual foi
elaborado pela bolsista Alexandra Naue em 2009 e complementado pela bolsista Taís Borges
em 2013 acrescentando as novas aquisições para as aulas práticas e atendimentos. Ao
apresentá-los a vocês, temos por objetivo a padronização da nomenclatura usada e que
Artefato Peso Hidrostático
Halter Mini 750 gf
Halter Médio 1.25 Kgf
Halter Grande 1,9 Kgf
Caneleira Pequena 500 gf
Caneleira Média 1,2 Kgf
Caneleira Grande 1,55 Kgf
Sorriso Pequeno 900 gf
Sorriso Médio 1,2 Kgf
Sorriso Grande 1,55 Kgf
Palmar tipo morcego 350 gf
 Aquatubo com furo 4,2 Kgf
Aquatubo sem furo 4,6 Kgf
 Aquatubo encharcado 3,6 Kgf
Prancha Pequena 1,5 Kgf
Prancha Média 2,2 Kgf
Prancha Grande 3,1 Kgf
Prancha Peixe 450 gf
Bóia de Braço inflável 2,75 Kgf
Cinturão / Cinto Pélvico Grande 3,7 Kgf
20
aprendam como devem ser utilizados. Lembramos que o uso dos artefatos otimiza e
potencializa as ações da fisioterapia aquática, porém sem eles, também é possível se fazer
um bom trabalho.
Não se teve por objetivo listar as funções de cada artefato, pois cada acadêmico ou
profissional utilizando sua criatividade pode inovar, criar e estabelecer novas funções.
ARTEFATOS DE POSICIONAMENTO
Figura 11. Colete flutuador de E.V.A adulto Figura 12.Colete flutuador de E.V.A infantil
21
Figura 13. Colete flutuador de isopor Figura 14. Colete flutuador inflável
Figura 15. Cinto pélvico de E.V.A Figura 16. Cinto para fixação de coluna vertebral
Figura 17 a/b. Colar cervical inflávele de neoprene com isopor
Figura 18. Colete adaptado para posicionamento de tronco em ortostase
22
ARTEFATOS PARA MMSS
Figura 19; 20 e 21. Halteres flutuadores triangular, circular e tipo morcego.
Figura 23. Haltere tipo Barrão
Figura 24. Aquapalm de PVC Figura 25. Aquapalm de EVA
23
Figura 26. Flutuadores infláveis de braço
ARTEFATOS PARA MMII
Figuras 27. Prancha de propriocepção Figura 28 a e b. Caneleiras flutuadoras
Figura 29. Caneleiras de peso Figura 30. Caneleira Flutuadora
ARTEFATOS EM GERAL
Figura 31. Aquatubo ou espaguete Figura 32. Disco de propriocepção
24
Figura 33. Step de alumínio e E.V.A
Figura 34. Step de plástico
Figura 35. Sorriso ou Feliz Figuras 36 e 37. Bolas de propriocepção (30 cm e 10 cm).
Figura 38. Cânulas de menor e maior calibre
Figura 39. Active roll ou ‘’pepino’’
25
Figura 40. Bastão com ou sem peso
Figura 43. Cama elástica aquática
Figura 44, 45 e 45 a. Faixa elástica, tubbing elástico e puxador Mercur
Figura 41. Prancha flutuadora
Figura 42. Bóia circular inflável
26
Figura 46. Tapetes flutuadores. Figura 47. Argolas flutuadoras
Figura 48. Andador de PVC Figura 49. Prancha flutuadora motivos infantis
7. DIVERSIDADES DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Este item abordará diversos temas da hidroterapia, entre eles variáveis a considerar
num movimento quando imerso, indicações e contraindicações.
7.1 - Variáveis a serem consideradas durante o movimento na água
7.1.1. Propriedades físicas da água:
27
7.1.2. Força gravitacional (nível de imersão);
7.1.3. Velocidade e aceleração do movimento;
7.1.4. Área - superfície do segmento deslocado (corpo e artefatos);
7.1.5. Princípios das alavancas - ângulos de movimento;
7.1.6. Artefatos que podem ser utilizados para resistência, facilitações ou posicionamentos;
7.1.7. Temperatura da água;
7.1.8. Dinâmica muscular e articular;
7.1.9. Cinestesia aquática (sensibilidade);
7.1.10. Atividade via reflexa;
7.1.11. Relaxamento e tensão muscular (tônus);
7.1.12. Tipo de atividade proposta na sessão.
7.1.13 Nível de adaptação ao meio líquido.
Quais os por quês destas variáveis interferirem no movimento na água?
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
7.2 - Indicações da Fisioterapia Aquática
 As indicações da hidroterapia são diversas, elas podem ser divididas indicações
relacionadas a patologias, subdivididas em áreas e por sinais e sintomas, pois muitos
pacientes chegam até a fisioterapia sem ter um diagnóstico clínico definido e sim, muitas
vezes, com uma hipótese de diagnóstico.
7.2.1 - Quanto às patologias
Neurológicas: Parkinson, Alzheimer, seqüelas de AVE, TRM, poliomielite, polineuropatias,
TCE, PC, tumores do SNC, doenças degenerativas do SN, distrofias musculares, lesões
periféricas de nervos, síndromes neurológicas (Down, Guillan Barré) e pós-operatórios em
geral.
Ortopédicas e Traumatológicas: fraturas consolidadas ou em fase de consolidação,
alterações posturais, pós-lesões traumáticas como entorses, luxações, subluxações, pós-
operatórios ósseos e articulares, discopatias degenerativas, etc..
28
Reumáticas:  AR, febre reumática, espondilite anquilosante, osteoartrites ou artroses,
tendinites, bursites, capsulites, miosites, polimialgias, fibromialgia, etc ..
Respiratórias: asma brônquica, bronquite crônica, enfisema pulmonar, fibrose cística,
seqüelas de infecções respiratórias, pós-operatórios, etc..
Ginecologia e Obstetrícia: pré e pós parto, dismenorréias, pré e pós cirurgia de mama e,
outras.
Cardíacas: hipertensos, alterações valvulares, etc...
Endócrinas: obesos, alterações da tireóide, etc...
Psíquicas/Mentais: depressão, neuroses, autismo, deficiências mentais em geral.
7.2. 2 - Quanto a sinais e sintomas
Dor;
Edema;
Desvios da marcha;
 Amplitude de movimento articular diminuída;
Fraqueza muscular e falta de resistência muscular;
Incoordenação motora e falta de equilíbrio;
Resistência cardiovascular diminuída;
Déficit de sensibilidade (todas);
Contraturas e encurtamentos;
Deficiência na propriocepção;
 Atividades de vida diárias comprometidas e
Falta de interação social.
29
Comentário sobre o ciclo da dor durante a imersão
Bates e Hanson, 1998.
Comentário sobre amplitude de movimento
Passivo Ativo Ativo-assistido
Força Contração Músculo e força
externa muscular externa
Bates e Hanson, 1998.
Trauma físico
“Overuse”
Tensão muscular
Imobilização
Doença
Cirurgia
Movimento
prejudicado
Disfunção
muscular
e/ou arti-
cular
Reduz o medo
de movimentar
a articulação
Reduz a
sensação
de dor
Reduz o
espasmo
Aumenta a
circulação
Imersão
em água
aquecida
Mão do fisio;
Mão do pcte;
Efeito esteira;
Turbulência;
Força da flutu-
ação/empuxo.
30
7.3 Classificação dos exercícios na água utilizando ou não alguns artefatos
(USAR o capítulo 2 “Hidrocinesioterapia – Mecânica dos Fluídos” da Flavia Martinez do
Livro Fisioterapia Aquática de Patrícia Parreira e Thaís Baratella, 2011).
A) Exercícios Passivos
Objetivos: ganho de amplitude de movimento articular (ADM), relaxamento, analge-
sia, tração ou decoaptação articular, mobilização articular, oferece estímulos extero e
proprioceptivos, entre outros.
 A1) Passivos manuais
 A2) Passivos pela pressão anterior da água/arrasto
 A3) Passivos pelo fluxo de esteira
 A4) Passivos pela flutuação
B) Exercícios Ativo-assistidos
Objetivos: idem passivos.
C) Exercícios de Facilitação  – indicados para grupos musculares com força
menor que 3 na escala de Oxford. Uso de flutuadores.
D) Exercícios Resistidos
Objetivos – aumentar a força muscular, a resistência muscular localizada e auxiliam
no ganho de condicionamento aeróbio.
D1) Exercícios com uso de sobrecarga
D2) Exercícios com uso de extensores ou materiais elásticos
D3) Exercícios por resistência manual
D4) Exercícios resistidos pelo empuxo ou flutuação
D5) Exercícios resistidos por flutuadores (simples, combinado dinâmico e combinado
estático-dinâmicos)
D6) Exercícios resistidos pela turbulência/arrasto
D7) Exercícios mistos
D8) Exercícios complexos.
Exemplos de exercícios (serão realizados na piscina):
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
Pessoal, pesquisem e na
próxima aula prática a-
presentarão o exemplo
de cada tipo de exercício
na piscina!
31
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________
 __________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________“Anote os porquês das contraindicações abaixo.”
7.4 Contraindicações da Fisioterapia Aquática
É imprescindível que o fisioterapeuta domine as contraindicações da hidroterapia,
pois, se não submeter o paciente a uma avaliação fisioterapêutica para investigar possíveis
contraindicações haverá o risco de prejudicar este paciente. A imersão provoca aumento do
gasto energético e perda hídrica e de eletrólitos.
 A hidroterapia é uma especialidade fantástica, porém, como qualquer outra especia-
lidade ou recurso da fisioterapia possui situações em que seu uso está contraindicado.
Existem as contraindicações absolutas e as relativas e é muito importante saber o porquê
das contraindicações para realmente poder avaliar se o paciente pode ou não fazer uso desta
terapêutica.
7.3.1 - Contraindicações Absolutas
 Febre acima de 37,5ºC
 __________________________________________________________________________
 Infecções e inflamações agudas
 __________________________________________________________________________
32
 Úlceras de pressão;
 __________________________________________________________________________
 Fase aguda de trombose venosa profunda;
 __________________________________________________________________________
 Doenças contagiosas que estejam com lesão aberta;
 __________________________________________________________________________
 Insuficiência cardíaca descompensada;
 __________________________________________________________________________
 Insuficiência renal severa; embolia pulmonar recente:
 __________________________________________________________________________
 Pressão arterial alterada sem controle medicamentoso;
 __________________________________________________________________________
 Epilepsia não controlada;
 __________________________________________________________________________
 Alergia as substâncias químicas usadas na água;
 Capacidade vital muito reduzida;
 __________________________________________________________________________
 Pânico da água;
 __________________________________________________________________________
 Fratura na base do crânio
 __________________________________________________________________________
 AVE recente
 __________________________________________________________________________
 Tímpano perfurado.
 __________________________________________________________________________
7.3.2 - Contraindicações Relativas
 Incontinência fecal e urinária;
 __________________________________________________________________________
 Epilepsia bem controlada;
 Hipertensão ou Hipotensão;
 Lesão aberta (extensão);
 __________________________________________________________________________
 Hemofilia, HIV;
 __________________________________________________________________________
 Diabetes;
33
 __________________________________________________________________________
 Enfarto do miocárdio e angina instável;
 __________________________________________________________________________
Tratamento radioterápico ou com esteróides em andamento ou recente;
 __________________________________________________________________________
 Ausência do reflexo da tosse, traqueostomia;
 __________________________________________________________________________
 Paciente com severa diminuição da habilidade de regular a temperatura corpórea;
 __________________________________________________________________________
 Esclerose múltipla (excesso de calor/fadiga);
 __________________________________________________________________________
 Soro intravenoso;
 Colostomia, iliostomia;
 __________________________________________________________________________
 Aparelho de Ilisarof;
 __________________________________________________________________________
 Medicamentos diuréticos;
 __________________________________________________________________________
 Alterações tireoidianas muito importantes;
 __________________________________________________________________________
8. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO
Abreviações
RVP: resistência vascular periférica
PA: pressão arterial
PH: pressão hidrostática
RV: retorno venoso
FC: frequência cardíaca
OUTRA AULA FUNDAMENTAL,
VAMOS EM FRENTE
TURMINHA!
34
 A água é um meio muito diferente do ar. Ao ser inserido neste novo meio o organis-
mo é submetido a diferentes forças físicas e em consequência realiza uma série de
adaptações fisiológicas.
8.1 SISTEMA CIRCULATÓRIO
Na PA: Vários autores endossam a ideia de que nos primeiros instantes da imersão em água
ocorre uma vasoconstrição periférica devido a pressão hidrostática, densidade e viscosidade,
aumentando a RVP e ocorrendo por isso, um leve aumento da PA. Porém, logo que corpo
começa a absorver calor, ocorre vasodilatação das arteríolas e queda da PA. Há aumento da
pressão intratorácica, na pressão venosa central, na pressão arterial pulmonar.
No RV: Como vários autores demonstraram, imediatamente após a imersão, em consequên-
cia da ação da PH, 700 ml de sangue são deslocados dos membros inferiores para os vasos
do tronco, tórax e coração, causando aumento no retorno venoso (o sistema venoso é muito
sensível às alterações externas de pressão. A pressão venosa começa a aumentar com a
imersão até o processo xifóide e aumenta até que o corpo esteja completamente submerso.
No volume sanguíneo: Ocorre um aumento do volume sanguíneo central em 60% sendo
que, um terço desse volume é apanhado pelo coração e o restante pelos grandes vasos dos
pulmões. O volume cardíaco aumenta de 27 a 30% com a imersão até o pescoço, porém o
coração não é um receptáculo estático. O aumento da força de contração é a resposta
cardíaca sadia ao aumento do volume (distensão). À medida que o coração distende-se
produz uma melhor relação entre os filamentos de actina e miosina, favorecendo a eficiência
do miocárdio, ou seja, segundo a Lei de Starling, o aumento do volume sangüíneo cardíaco
leva a contrações mais intensas do miocárdio e, consequentemente, ao aumento do volume
sistólico e não aumento da freqüência cardíaca, com conseqüente aumento do débito
cardíaco.
Frequência Cardíaca: Uma grande variedade de autores considera que há diminuição da FC
(bradicardia) quando comparado a mesma atividade em solo. O débito cardíaco (VS X FC),
aumenta de 30 a 32% associados a uma diminuição de aproximadamente 10 bpm ou de 4 a
5% na FC em relação a posição bípede no solo. Existem inúmeras teorias que explicam por
35
que a FC é mais baixa no meio líquido: reflexo de mergulho (resultante da interação de
fatores mecânicos e neurais: bradicardia, vasoconstrição periférica e desvio de sangue para
os órgãos vitais), dissipação do calor, etc. Contudo, a FC tende a aumentar com a elevação
da temperatura e como resultado da intensidade do exercício.
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Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 35; RAMOS, ACCACIO, AMBRÓSIO, 2007 pg.17
8. 2 SISTEMA PULMONAR / RESPIRATÓRIO
O sistema pulmonar é profundamente afetado pela imersão do corpo no nível do
tórax, devido principalmente à compressão sofrida pela pressão hidrostática. Esse efeito se
deve a dois aspectos:
- à concentração do sangue na cavidade torácica (aumento do volume central);
- à compressão da parede torácica e abdome pela água.
O centro diafragmático desloca-se cranialmente, a pressão intratorácica e a pressão
transmural nos grandes vasos aumentam. Essas alterações, causadas pela PH na parede
torácica e pelo deslocamento do sangue para a cavidade torácica aumentam o trabalho
respiratório em 65%.
36
Devido ao aumento do volume sangüíneo no tórax e às forças hidrostáticas que
estão agindo em oposição à musculatura respiratória, durante a imersão, a pressão na caixa
torácica diminui a circunferência da mesma em aproximadamente 10%.
A capacidade vital: quantidade máxima de ar que pode ser inspirada e depois expirada.
Compõe-se do VRE (volume de reserva expiratório) + VRI (volume dereserva inspiratório) +
VC (volume corrente). A capacidade vital sofre uma redução de 6,0%.
IMERSÃO COM A CABEÇA PARA FORA DA ÁGUA
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Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 38; RAMOS, ACCACIO, AMBRÓSIO, 2007 pg.19
.
8. 3- SISTEMA RENAL
 A imersão aquática tem muitos efeitos no fluxo sanguíneo renal, sistemas
reguladores renais e nos sistemas endócrinos. De um modo geral pode-se dizer que a
expansão volumétrica central (no coração) causa aumento da na eliminação urinária a qual é
acompanhada por uma significante excreção de sódio e potássio, que começa imediatamente
após a imersão.
O papel da diurese na imersão é explicado como um forte mecanismo compensador
homeostático para contrabalançar a distensão sofrida pelos receptores pressóricos
cardíacos.
 A distensão atrial esquerda provoca uma resposta vagal que diminui a atividade
simpática renal. A redução dessa atividade aumenta o transporte de sódio nos túbulos
 Trabalho Respiratório
60% - 65 %
A resposta renal à imersão inclui o débito urinário aumentado (diurese) com perda de
sódio, potássio e supressão de angiotensina, renina e aldosterona plasmática.
37
aumentando sua excreção, a qual é acompanhada por água livre - esse fato é responsável
pela maior parte do efeito diurético da imersão. A distensão atrial provoca um aumento na
liberação do fator atrial natriurético o qual facilita a excreção de sódio e a diurese. Ainda em
decorrência disso a resistência renal vascular diminui em cerca de 1/3.
Por outro lado, a função renal é altamente regulada pelos hormônios renina,
aldosterona e pelo hormônio antidiurético (ADH). Todos esses hormônios são grandemente
afetados pela imersão:
- a aldosterona controla a reabsorção de sódio nos túbulos renais distais e justifica a maior
parte da perda de sódio durante a imersão;
- a liberação do ADH é suprimida com a imersão de 50% para mais;
- a renina estimula a angiotensina que por sua vez estimula a liberação de aldosterona;
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Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 43
Algumas informações para relembrar
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 __________________________________________________________________________ 
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IMERSÃO
38
OBS: Tendo em mente essas alterações, é importante fisioterapeuta orientar o seu paciente,
quanto à necessidade de hidratação durante e após a sessão. Isso vale também para o
profissional.
8.4 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
 A imersão na água também causa significantes efeitos no sistema musculoesqueléti-
co, os quais são causados pelos efeitos compressivos da imersão, bem como pela regulação
reflexa do tônus dos vasos sanguíneos. Vários estudos concluíram que durante a imersão é
provável que a maior parte do débito cardíaco aumentado seja redistribuída para a pele e
músculos. Acredita-se que o fluxo sanguíneo muscular de repouso aumente de aproximada-
mente 1,8 ml/min/100g de tecido para 4,1 ml/min/100g de tecido com a imersão até o nível
do pescoço.
Como consequência do fluxo sanguíneo elevado, há:
a) > distribuição de oxigênio;
b) > eficiência na remoção de produtos tóxicos do metabolismo muscular;
c) Redução do espasmo muscular;
 A viscosidade da água produz resistência tridimensional durante toda a imersão por
isso as contrações das unidades motoras são sincrônicas. Vários autores concordam que
não existe em nenhum momento contração excêntrica no meio aquático, quando se trabalha
sem artefato flutuador, e, nestes casos, todo trabalho muscular é concêntrico. Já com o uso
de materiais flutuadores, seria o contrário do exercício em solo, ou seja: movimentos para
cima, contra a ação da gravidade são excêntricos e movimentos para baixo a favor da ação
gravitacional seriam concêntricos.
39
Figura 50. Contrações Musculares em solo e em imersão.
Fonte: Di Masi, 2000
8. 5 SISTEMA TERMORREGULADOR - EFEITOS DA TEMPERATURA
O hipotálamo é o centro coordenador dos processos de regulação de temperatura
sendo estimulado por receptores térmicos a nível cutâneo ou pela temperatura do sangue
que perfunde o próprio hipotálamo.
 A temperatura corporal se mantém em torno de 37° podendo variar 1°C a mais ou a
menos, e o sistema termorregulador é o responsável em manter esta temperatura
relativamente constante no corpo, realizando um equilíbrio entre a produção e a perda de
calor. Quando este equilíbrio é afetado o organismo lança mão de mecanismos termorregu-
ladores para estabilizá-lo.
É importante lembrar que a temperatura corporal é diferente da temperatura da pele,
a qual é de aproximadamente 33°C.
Conforme a pele é aquecida os vasos sanguíneos superficiais (periféricos) se dilatam
aumentando o suprimento sanguíneo periférico e por condução este sangue aquecido eleva
a temperatura das estruturas subjacentes (músculos ativos).
 A sensação de frio e calor é muito individual, podendo variar em cada indivíduo de
acordo com fatores como formação corporal, raça e costumes. Lesões neurológicas também
podem alterar a sensibilidade térmica.
40
Uma elevação geral da temperatura corporal na terapia em piscina aquecida é inevitável,
varia de paciente para paciente, e ocorre geralmente devido a dois fatores:
 a temperatura da água geralmente está acima da temperatura da pele, e assim o corpo
ganha calor através das áreas imersas (absorção do calor da água);
 o calor produzido à partir da conversão de energia durante o exercício.
 Assim conclui-se que quanto mais elevada a temperatura da água menor deve ser o tempo
de exposição.
8.6 SISTEMA NEUROLÓGICO
8.6.1 O porquê da Fisioterapia Aquática em Neurologia? Qual a influência/ação das
propriedades físicas sobre este sistema?
 Viscosidade
 tempo de resposta das reações de equilíbrio e retificação corporal - MARCHA;
 movimentos involuntários;
 propriocepção;
 estabilização da postura e do movimento
Promove consciência sensorial aumentada por estimular os mecanorreceptores.
 Empuxo / flutuação – alívio de peso corporal
Redução da sobrecarga corporal   redução da compressão articular   SNC interpreta
estímulo de pressão reduziu
Musculatura relaxa, reduz + a compressão e reduz a dor
 Temperatura aquecida da água
 Tônus muscular (“hipertonia/espasticidade”)
Relaxamento Muscular
Em cada cm de pele temos:
200 sensores para a dor (+ lentos em
se comunicar com o cérebro)
25 sensores para o tato
12 sensores para o calor
02 sensores para o frio
nº ignorado para a pressão
41
8.6.2 - A teoria da comporta da dor explica:
 A dor depende do somatório da estimulação sensorial e não apenas da descarga de
receptores especializados da dor.
 A sensação da dor está sujeita a controle central capaz de modular a transmissão
da informação dolorosa, o que pode influenciar na percepção da dor.
 Na imersão  a sensibilidade das terminações nervosas sensitivas pela sobrecarga
sensorial) “”Mascaramento da dor””
8.6.3 - Efeitos Fisiológicos da Imersão sobre o Sistema Nervoso
Os sensores corporais do calor são estimulados pela água aquecida  informação
de relaxamento chega primeiro no SNC, antes dos sensores da dor.
“TEORIA DA COMPORTA DA DOR”
(as fibras de tato e pressão – grosso calibre – são bem + estimuladas que as da dor -
fino calibre – sendo assim o estímulo de tato e pressão chega antes que o de dor ao SNC)
Imersão em água aquecida

 Altera liberação de neurotransmissores
(catecolaminas que regulam a FC e a resistência Vascular)
Logo após a imersão
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 níveis de epinefrina
 níveis de norepinefrina
 níveis de dopamina
/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////Empuxo gera instabilidade na água

Sistema vestibular + solicitado

Treino de Equilíbrio Estático e Dinâmico
Resistência da PH e da viscosidade  ajuste tônico

 Aumenta o estímulo do fuso neuromuscular aumentando a propriocepção o que favorecerá a
formação de inputs sensoriais, necessários para a formação do esquema corporal.
42
 A seguir tem a indicação de alguns materiais para complementar o conteúdo, MAS,
PROCURE OUTROS, SEJA CURIOSO!
 ARTIGOS PARA COMPLEMENTAÇÃO DO CONTEÚDO
1. Efeitos fisiológicos da imersão e do exercício na água FÁTIMA A. CAROMANO*
MÁRIO ROBERTO F. THEMUDO FILHO** JULIANA MONTEIRO CANDELORO - Revista
Fisioterapia Brasil - ano 4 - nº 1 - jan/2003 poolterapia.com.br
2. Movimento na água Fátima A. Caromano - Fisiot. Brasil- vol. 4, n. 2- março/abril de 2003.
poolterapia.com.br.
3. Capítulo 1 do livro Fisioterapia Aquática de Parreira e Baratella, 2011.
9. Bad Ragaz, Halliwick, Watsu e Ai Chi e outros.
 Atualmente existem dezenas de métodos em Fisioterapia Aquática, além do Bad
Ragaz, Halliwick, Watsu e Ai Chi que são os primeiros a serem desenvolvidos e utilizados até
os dias de hoje também foram criados: reflexologia aquática, aquadinamic, quiropraxia
aquática, water dance, healing dance, feldenkrais, jahara, aquatic being, entre outros.
No capítulo 14  –  Relaxamento Aquático do livro Fisioterapia Aquática de Patrícia
Parreira e Thaís Verri Baratella, Editora Manole, 2011 você encontra informações sobre
alguns destes métodos.
9.1 Método dos Anéis de Bad Ragaz
É um método originado na Suíça, na cidade de Bad Ragaz, em 1960, foi
aperfeiçoado por terapeutas alemãs. Anéis referem-se ao uso de artefatos flutuadores na
cervical, na pelve e nos tornozelos.
Posicionamento: paciente permanece na horizontal (geralmente em DD, pode ser
usado o DV e o DL também, mas com menor frequência).
 As cadeias de exercícios são geralmente fechadas, sendo assim cuidado com
pacientes que não podem ter compressão articular. O ponto fixo é predominantemente a
estabilização realizada pelo fisioterapeuta.
Tem muitos!
43
O método trata-se de um programa de resistência progressiva (com exceção dos
padrões passivos) onde a resistência é representada pelo peso do paciente e varia com a
intensidade do exercício (> ou < velocidade), além de fixação do fisioterapeuta.
Objetivos principais: fortalecimento muscular, alongamento (mais de tronco), inibi-
ção de tônus e relaxamento com padrões passivos;
Padrões: utilizam-se padrões combinados de movimentos em espiral com padrões
diagonais no plano horizontal, estes podem ser de tronco, MI e MS. Skinner e Thomson em
1986b classificaram os padrões em isotônicos e isométricos, mais tarde, em 1998 segundo
Schoendinger são: passivo, isométrico, isotônico e isocinético.
Pegadas: quanto mais proximal ou mais perto do centro de flutuação a fixação pelo
fisioterapeuta, maior será seu controle sobre o movimento, com pegadas proximais o
paciente se sente mais seguro.
Nível da água: o ideal é a nível entre cintura e linha mamilar para o fisioterapeuta,
este deve usar a mecânica corporal adequada, tórax para cima, ombros para baixo, suporte
abdominal, ampla base de apoio e transferência de peso de um MI para o outro em vez de
rotação de tronco.
Padrões com desenhos para visualização
Em todos os padrões o fisioterapeuta deve orientar o usuário a manter o alinhamento
da cabeça com esterno, orientar a respiração correta para que não façam apnéia durante os
exercícios, assim como observar compensações em todo o corpo.
É importante a avaliação inicial para determinar o quanto se pode exigir do indivíduo,
inclusive os ângulos de movimentos solicitados.
O comando verbal do fisioterapeuta determina o padrão que se quer realizar (passivo
/ isométrico / isotônico) e deve ser constante durante a execução.
Atenção  com pessoas que tenham labirintite, sensibilidade da água nos ouvidos e outros
comprometimentos que causem náuseas e tonturas, estes podem estar contraindicados.
1. Padrões Isométricos
1.1) Membros Inferiores
Padrão de ABDUÇÂO das pernas (membro inferior direito)
 Posição inicial  – DD (uso de colete flutuador e flutuador na pelve) e com ABD dos MMII,
uso de flutuador no tornozelo D.
44
 Pegada – mãos sobre faces externas do MIE (coxa e perna)
 Ação – Usuário: manter MMII em Abdução
- Fisioterapeuta: empurrar o paciente em torno de um círculo.
Obs.: Pode se fazer para adutores, porém muda-se a pegada e o sentido do movimento 
mãos sobre as faces internas no MIE e terapeuta “puxa” o paciente em torno de um círculo
(sentido anti-horário). Também se pode fazer bilateral dependendo o objetivo terapêutico e o
grupo muscular a ser trabalhado.
Figura 51. Padrão de abdução do MID.
1.2) Membros Superiores
Padrão de ABDUÇÂO dos braços (MMSS)
 Posição inicial – DD (uso de colete flutuador e flutuador na pelve) com ABD dos MMSS em
90°.
 Pegada: ABD – pegada nos pés (calcâneo e dorso dos pés)
 AD – pegada nos ombros e parte da escápula (flutuador nos tornozelos).
 Ação – Usuário: manter MMSS em Abdução
- Fisioterapeuta: empurrar o paciente em linha reta caminhando para frente.
Obs.: Pode-se trabalhar uni ou bilateral e variar o ângulo de abdução dos MMSS.
Figura 52. Padrão de ABDUÇÂO e Padrão de ADUÇÂO dos MMSS
 Abdução
Fisio empurra pés
 Adução
Fisio empurra escá-
pulas
Direção do
movimento
FLUTUADORES
45
1.3) Tronco
Existem padrões de inclinação lateral e rotações de tronco. Em se tratando de
padrão isométrico  os movimentos são realizados pelo fisioterapeuta e o usuário apenas
“mantém“ a posição.
O fisioterapeuta fica entre os MMII da pessoa com pegada nas laterais na
pelve e realiza os movimentos, uso de colete flutuador e flutuador na pelve.
Inclinação lateral para a direita  – fisio gira a pessoa para a direita da pessoa e
não do fisio. O paciente fica na linha média, não há movimento de inclinação lateral na
isometria.
Rotação para a direita  – o fisio roda a pelve para a direita e gira a pessoa em
círculo também para a direita, esta deve sempre manter  a posição.
Figura 53. Padrão de inclinação lateral para D (isométrico)
2. Padrão Passivo
Os movimentos e posições são os mesmos dos isométricos, porém o paciente “relaxa”
durante a execução e não mantém nenhuma posição, apenas o alinhamento cabeça-esterno.
Geralmente são usados para alongamento, inibição de tônus e relaxamento.
3. Padrões Isotônicos
Isotônicos de MMII
3.1) Padrão de ABDUÇÃO do MID
 Posição inicial – DD com 3 flutuadores, fisio ao lado do MI de repouso (E)
 Pegada: ABD – mãos na lateral (pé E e coxa E  –acima do joelho, sem tocar nos f lexores.
  Ação  – Usuário: fazer ABD do MID com rotação interna e extensão de quadril, então
relaxa esperando o fisio aduzir.
 –  Fisioterapeuta: aduz passivamente o MIE e empurra até completar um círculo.
Obs.: Cuidar a flexão lateral de tronco, pois a pessoa não deve fazer, deve-se manter
alinhado na linha média.
Inclinação lateral direita
Fisio gira tronco para direita
Fisio
46
Figura 54. Padrão de abdução e adução do MID
3.2) Padrão de ADUÇÃO do MID
Realizar o padrão contrário, fisioterapeuta abduz o MIE passivamente e a pessoa aduz
o MID.
Figura 55. Padrão de adução do MID.
3.3) Padrão de ABDUÇÃO e ADUÇÃO de MI
O fisioterapeuta ao lado do MI do usuário vai mudando as pegadas (idem 3.1 e 3.2) e
a pessoa vai alternando realizando a adução e abdução ativamente.
Figura 56. Padrão de abdução e adução sequencial.
Pegada – face lateral do MIE
Usuário – abduz MID
Pegada – face medial do MIE
Usuário – aduz MID
Fisio aduz MIE para
reposicionar
Usuário abduz MID
Fisio com mãos na
face medial do MIE
47
3.4) Padrão de ABDUÇÃO e ADUÇÃO bilaterais.
 Posição inicial – DD com 2 flutuadores.
 Pegada – Fisioterapeuta (oferece resistência) nos pés com as mãos face medial durante
a adução e fisio caminha para frente. mãos na face lateral durante a abdução e fisio
caminha para trás.
Figura 57. Padrão de abdução e adução

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