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PROVA MAPA SUB 54- Hidrogeografia

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MAPA SUB – LGEO - HIDROGEOGRAFIA – 2020
1) Qual é a justificativa para a implantação do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional​.
A justificativa de transposição do rio são Francisco vem do drama social da seca, uma historia muito recorrente no nordeste setentrional do Brasil. 
O interesse é assegurar água para cerca de 12 milhões de pessoas no agreste e no sertão dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Ao todo, são 390 municípios no Nordeste Setentrional, e mais de 294 comunidades rurais que margeiam os canais.
A escolha do São Francisco foi justificada no Rima-Pisf (Brasil, 2004, p. 33) “[...] porque esse rio é a maior e a mais próxima fonte de água doce perene da região”, e as outras possibilidades de suprimento de água eram limitadas, caras e/ou apenas complementares à transposição, como poços, cisternas, açudes e a dessalinização da agua do mar. 
2) Quais são os principais impactos positivos provenientes desse projeto.
Algum dos principais benefícios que está obra irá trazer, é a Segurança Hidrica; já que a oferta de água irá aumentar nas regiões mais secas do país, e a perda de água com a evaporação dela nos reservatórios será diminuída, o que leva a um maior abastecimento das zonas afetadas, principalmente a zona rural dinamização da agricultura e da economia regional, o que provocaria um aumento na produção alimentícia, queda significativa na morte dos rebanhos e acabaria com a baixa produtividade no campo, aumento do recebimento de energia elétrica nas cidades mais distantes.
3) Quais são os principais impactos negativos previstos após a efetivação do projeto.
Os aspectos negativos são vários, porém podem ser subdivididos em categorias, como Energia, Meio Ambiente, Economia e Fator Humano. São quatro grandes blocos representam uma série de outros problemas inter-relacionados.
No que tange ao meio ambiente, a bacia do Rio São Francisco teve 152 espécies de peixes nativos identificados, e algumas dessas espécies são migratórias, devendo se deslocar para se reproduzir. Com as obras de transposição muitas dessas espécies não terão mais os lugares de reprodução, o que fará com que a população desses peixes diminua drasticamente. Outro ponto que se deve atentar, é relativo a flora do rio propriamente dito e de seu entorno, que vem sofrendo constantes devastações antes mesmo das obras começarem, extinguindo assim o habitat natural de muitas espécies de pássaros, mamíferos, insetos e répteis. Muitas plantas, conhecidas como baronesas se proliferam rapidamente indicando altos índices de poluição. Essas plantas se alimentam dos dejetos trazidos juntamente com o esgoto no rio, que é lançado sem o devido tratamento e com o volume baixo de água. As obras de transposição ao retirarem mais águam de um rio que já está com seu volume prejudicado, irá apenas aumentar os problemas.
Apesar de o rio apresentar água de boa qualidade em muitos trechos, outros são extremamente poluídos por conta do despejo de esgoto sem tratamento em suas águas, e que poderia ocasionar a transferência dessa água poluída para os açudes já existentes. Além disso, há o risco de salinização e erosão dos rios receptores, que nem sempre tem capacidade para receber o volume de água repassado.
Ademais, o que chamamos de “fator humano” é relativo aos conflitos com índios de duas etnias: os Truká e os Pipipã. Apesar de existir o Programa de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas, que visa mitigar os impactos causados a estas populações mediante a apresentação de alternativas a seu sustento, com apoio a atividades artesanais, entre outras, por eles desenvolvidas, e a melhoria de suas condições de saúde e sanitárias, referidas comunidades afetadas pelas obras NÃO foram previamente consultadas com relação ao assunto. Outro ponto ainda dentro de “fator humano” é a onda de desemprego que irá ocorrer após o término das obras, e onde as pessoas que se locomoveram até estes locais irão fixar residência.
4) Conclua sua análise, elaborando um texto de, no máximo 30 linhas, posicionando-se a favor ou contra a efetivação desse projeto.
Conforme foi mostrado nos vídeos disponibilizados para realização da atividade, existem vários fatores de prós e contras, nem mesmo os moradores da própria região não tem uma tese formada sobre o projeto. Esses moradores amarguram a um longo período de seca, dependendo exclusivamente do abastecimento de caminhões pipas. 
Meu posicionamento é contra, onde percebi alguns fatores negativos da transposição, pois afetaria de forma negativa o meio ambiente e não resolveria não atenderia a população mais necessitada: efetivamente, não pôs uma gota d’água para nenhum necessitado; antes desmantelou a produção agrícola local por onde passou. 
 O custo da água seria inviável: hoje o governo reconhece que o metro cúbico valerá cerca de R$ 0,13 (poderá ser ainda bem maior), seis vezes maior que às margens do São Francisco, onde muitos irrigantes estão inadimplentes por dívidas com os sistemas de água. Para ser economicamente viável, este preço terá que ser subsidiado, e é certo que o povo pagará a conta. Também impactaria as comunidades indígenas e quilombolas, as demarcações de seus territórios foram emperradas e patrimônios destruídos. No caso dos Truká, em Cabrobó – PE, o território já identificado é demarcado se aceitarem as obras. No caso dos Tumbalalá, em Curaçá e Abaré – BA, na outra margem, se aceitarem a barragem de Pedra Branca, ainda não foi demarcado pela FUNAI. Muitas destas comunidades resistem. Em Serra Negra povoado e assentamento de reforma agrária não admitem as obras em seu espaço. 
Destruiria o meio ambiente: grandes porções da caatinga foram desmatadas, um inventário florestal levantou mais de mil espécies vegetais que desapareceram durante este processo. Empregos precários e temporários, como disse um morador em uma entrevista, “os empregos foram temporários, os problemas são permanentes”. Em Cabrobó, nada restou da prometida dinamização econômica, só decepção e revolta. 
Nas cidades por onde a obra passou ficou um rastro de comércio desorientado, casas vazias, gente desempregada, adolescentes grávidas, mães solteiras, pois seus companheiros foram em busca de emprego em outras cidades e por lá mesmo ficaram. 
Fica a duvida se realmente a obra chegara ao fim e se ira levar agua para todos os necessitados de todo o Nordeste Setentrional, ou a transposição será apenas para o agro- hidronegócio e polos industriais dos estados de Pernambuco e Ceará.

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