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livro 3 2ª serie

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Prévia do material em texto

ENSINO 
MÉDIO
2asérie MANUAL DO PROFESSOR
GeografiaO Sistema de Ensino pH apresenta um material capaz de 
auxiliar o aluno a enxergar os caminhos que ele poderá 
seguir, possibilitando que, ao final do Ensino Médio, ele 
tenha desenvolvido um pensamento crítico para atuar 
como cidadão, enfrentar os desafios da sociedade e 
obter excelentes resultados no Enem e nos demais 
vestibulares do Brasil.
3Caderno
296749
526257317
CAPAS_PH_GEO_PROF_C3-EM2.indd 2 4/4/17 10:23 AM
Geografia
Manual do Professor
Aluísio de Araújo Costa Júnior
Cláudio Ribeiro Falcão 
Luiz Antônio Duarte
pH_EM2_C3_001a004_IN_GEO_MP.indd 1 4/4/17 9:14 AM
Uma publicação
Sistema de ensino pH : ensino médio : caderno 1 a 4 :
 humanas, 2ª série : professor. -- 1. ed. --
 São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2017.
 Vários autores. 
 Conteúdo: Língua portuguesa I -- Redação -- 
História -- Geografia.
 1. Geografia (Ensino médio) 2. História (Ensino
médio) 3. Livros-texto (Ensino médio) 4. Português
(Ensino médio) 5. Português - Redação (Ensino médio)
I. Hormes, Raphael. II. Caldas, Marcelo. III. Vieira,
Igor. IV. Augusto Neto.
16-01961 CDD-373.19
Índices para catálogo sistemático:
1. Ensino integrado: Livros-texto: Ensino médio 373.19
2017
ISBN 978 85 468 0849-6 (PR)
Código da obra 526257317 
1ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Créditos das imagens de abertura: Ciências Humanas: Gerson Gerloff/
Pulsar Imagens, Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens, Rubens Chaves/Pulsar 
Imagens, Fernando Podolski/iStock/Getty Images, Alf Ribeiro/Shutterstock, 
R.M. Nunes/Shutterstock (História), marchello74/iStock/Getty Images 
(Geografia)
Direção de inovação e conteúdo: Guilherme Luz
Direção executiva de integração: Claudio Falcão
Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação pedagógica e gestão de projeto: Fabrício Cortezi de 
Abreu Moura
Gestão de projeto editorial: Camila Amaral Souza
Desenvolvimento pedagógico: Filipe Couto
Revisão pedagógica: Ribamar Monteiro
Gestão de área: Alice Silvestre e Camila De Pieri Fernandes (Linguagens), 
Wagner Nicaretta e Cláudia Winterstein (Ciências Humanas)
Edição: Caroline Zanelli Martins, Cíntia Leitão, Juliana Mendonça Biscardi 
e Vivian Viccino (Língua Portuguesa e Redação), Carla Rafaela Monteiro, Andressa 
Serena de Oliveira, Marina de Sena Nobre, Érika Domingues do Nascimento 
e Eduardo Augusto Guimarães (História), Elena Judensnaider, Brunna Paulussi, 
Raquel Maygton Vicentini e Karine M. dos S. Costa (Geografia)
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Fluxo de produção: Paula Godo (coord.), Fabiana Manna e Daniela Carvalho
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), 
Rosângela Muricy (coord.), Adriana Rinaldi, Ana Curci, Ana Paula C. Malfa, 
Brenda T. de Medeiros Morais, Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho, Cesar 
G. Sacramento, Danielle Modesto, Diego Carbone, Gabriela M. de Andrade, 
Larissa Vazquez, Lilian M. Kumai, Luciana B. de Azevedo, Luís Maurício Boa 
Nova, Marília Lima, Marina Saraiva, Maura Loria, Patricia Cordeiro, Patrícia 
Travanca, Paula T. de Jesus, Raquel A. Taveira, Ricardo Miyake, Sueli Bossi, 
Tayra B. Alfonso, Vanessa de Paula Santos, Vanessa Nunes S. Lucena
Edição de arte: Daniela Amaral (coord.), Catherine Saori Ishihara
Diagramação: Casa de Tipos, Karen Midori Fukunaga
Iconografia e licenciamento de texto: Sílvio Kligin (superv.), Cristina 
Akisino (coord.), Denise Durand Kremer (coord.), Claudia Bertolazzi, Claudia 
Cristina Balista, Daniel Cymbalista, Ellen Colombo Finta, Ellen Silvestre, 
Fernanda Regina Sales Gomes, Fernando Cambetas, Iron Mantovanello, 
Jad Silva, Karina Tengan, Roberta Freire Lacerda Santos, Roberto Silva e 
Sara Plaça (pesquisa iconográfica), Liliane Rodrigues, Luciana Castilho, Paula Claro 
e Thalita Corina da Silva (licenciamento de textos)
Tratamento de imagem: Cesar Wolf, Fernanda Crevin
Ilustrações: Alexandre Koyama, Casa de Tipos, Júlio Dian
Cartografia: Eric Fuzii, Alexandre Bueno
Capa: Gláucia Correa Koller
Foto de capa: Sanjatosi/Shutterstock
Projeto gráfico de miolo: Gláucia Correa Koller
 
Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A.
Rua Gibraltar, 368 – Santo Amaro
CEP: 04755-070 – São Paulo – SP
(0xx11) 3273-6000
© SOMOS Sistemas de Ensino S.A.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
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Sumário 
geral
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
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Geografia da 
população brasileira
Geografia urbana 
brasileira: a dinâmica 
da cidade
Geografia dos fluxos 
migratórios brasileiros
Geografia urbana 
brasileira: desafios 
atuais
Geografia urbana 
brasileira: o avanço da 
urbanização
Expansão e 
consolidação do setor 
terciário no Brasil
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HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
 H1 – Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
 H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
 H3 – Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
 H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
 H5 – Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência de área 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações 
socioeconômicas e culturais de poder.
 H6 – Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
 H7 – Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
 H8 – Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem 
econômico-social.
 H9 – Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
 H10 – Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as 
aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.
 H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
 H12 – Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
 H13 – Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
 H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica 
acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
 H15 – Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência de área 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no 
desenvolvimento do conhecimento e na vida social.
 H16 – Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
 H17 – Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
 H18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.
 H19 – Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
 H20 – Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência de área 5 – Utilizaros conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da 
democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
 H21 – Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
 H22 – Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
 H23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
 H24 – Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
 H25 – Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência de área 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos 
históricos e geográficos.
 H26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
 H27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.
 H28 – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
 H29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações 
humanas.
 H30 – Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
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13
Módulo
OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES
• O processo de transição demográfica brasileira
• A estrutura etária do Brasil
• H8 - Analisar a ação dos estados nacionais no que se 
refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfren-
tamento de problemas de ordem econômico-social.
• Diferenciar as fases da transição demográfica no Brasil 
e suas características.
• Relacionar o desenvolvimento econômico-social e os 
processos demográficos.
• Analisar a evolução das características da população 
brasileira nas últimas décadas e pontuar os principais 
desafios para o futuro.
Geografia da 
popula•‹o brasileira
INTRODUÇÃO
O estudo da geografia da população brasileira baseia-
-se na transição demográfica do país, suas motivações e 
implicações. Trata-se do desdobramento de um conteúdo 
já trabalhado no primeiro ano do Ensino Médio, que agora 
pode ser aprofundado utilizando-se o contexto brasileiro. 
Assim, é importante retomar com os alunos alguns concei-
tos básicos da demografia, como taxa de natalidade e de 
mortalidade, crescimento vegetativo e fecundidade. Esses 
conceitos podem ser retomados em uma rápida revisão, 
logo na primeira aula, trabalhando oralmente algumas 
questões com os alunos.
ESTRATÉGIAS DE AULA
 AULA 1
No início da aula, desenhe na lousa um gráfico que 
mostre a variação das taxas de natalidade e de mortali-
dade no Brasil ao longo do tempo. Assim, o aluno pode 
visualizar os períodos em que essas taxas começaram a 
declinar, bem como desde quando elas passaram a atingir 
níveis considerados muito baixos. Apresente os fatores 
responsáveis pelo declínio dessas taxas, relacionando-os 
com o processo de urbanização. Comente que, em mea-
dos da década de 1960, a população urbana brasileira 
superou pela primeira vez a população rural. Esse é um 
marco importante na transição demográfica do país. Com 
a apresentação das fases de transição demográfica do 
Brasil, você pode mostrar as pirâmides etárias correspon-
dentes a cada momento. Comente que o Brasil não está 
plenamente na terceira fase; o país caminha da segunda 
para a terceira. Tendo em vista a dependência demográfi-
ca do Brasil, quais os desafios para o futuro? Peça aos alu-
nos que respondam a esse questionamento observando 
uma pirâmide típica da terceira fase.
Sem dúvida, é necessário que se faça investimentos na 
qualificação de profissionais de saúde para o atendimen-
to de idosos, entre outras medidas. Segundo o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já tem 
cerca de 28 milhões de idosos, ou seja, 13,7% da popula-
ção total do país (PNAD, 2014). A expectativa é que, em 
2060, esse número salte para 68,4 milhões de pessoas, o 
que representaria 33,7% da população total. Atualmente, 
pensando na terceira fase da transição demográfica 
que se aproxima, o governo federal vem criando políti-
cas para aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa. 
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O Pacto pela Vida, de 2006, um conjunto de compromis-
sos sanitários firmados com base na situação de saúde do 
país e das prioridades definidas pelos governos federal, 
estaduais e municipais, propôs a questão do ciclo do en-
velhecimento como um tema amplamente relevante na 
área de saúde. O Estatuto do Idoso (Lei n.10 741/2003) ga-
rante o tratamento de saúde e a assistência de um salário 
mínimo para todos os idosos que estejam abaixo da linha 
de pobreza. Mencione esses casos para os alunos. 
Outra necessidade evidente pode ser a realização de 
uma reforma da previdência, que já vem sendo discutida. 
Esse assunto pode ser abordado na segunda aula.
Cada exercício da seção Praticando o aprendizado 
trabalha uma habilidade proposta por este módulo. Ao 
final da Aula 1, resolva com a turma a questão 4. Para casa, 
sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção 
Desenvolvendo habilidades, sobretudo a questão 3. 
Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza-
ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento.
 AULA 2
O Brasil aproxima-se da terceira fase da transição de-
mográfica e, com isso, debates sobre a reforma da Previ-
dência são cada vez mais frequentes. Em 1999 foi criado 
o fator previdenciário (fator multiplicativo aplicado ao 
valor das aposentadorias, que as faz diminuir ou au-
mentar de valor, dependendo, por exemplo, do tem-
po de contribuição e da idade do segurado). Seu 
objetivo era desestimular as aposentadorias conside-
radas precoces. Peça aos alunos que, em grupos, pes-
quisem como funciona o cálculo do fator previdenciário, 
seus possíveis pontos positivos e negativos, seus defen-
sores e opositores. Os trabalhos devem ser apresentados 
para a turma na forma de seminário nessa aula. Alguns 
grupos podem, em vez de pesquisar sobre o fator previ-
denciário, buscar informações sobre a reforma aprovada 
em 2015 (informalmente chamada de “fórmula 85/95”), 
que apresenta uma alternativa ao fator previdenciário. 
Outra opção é pedir que pesquisem sobre as regras para 
a aposentadoria em outros países. O objetivo é promo-
ver uma comparação para que se estabeleçam vantagens 
e desvantagens entre os diferentes modelos, além de 
descobrir possíveis retrocessos e avanços nas garantias 
para os aposentados.
Cada exercício da seção Praticando o aprendizado 
trabalha uma habilidade proposta por este módulo. Ao 
final da Aula 2, resolva com a turma preferencialmente 
as questões 1, 2, 3 e 5. Para casa, sugerimos que os 
alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvolvendo 
habilidades, sobretudo as questões 7, 9 e 10. 
Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza-
ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento.
 I. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
 ➜ 1a fase (alta natalidade; alta mortalidade; baixo crescimento vegetativo)
 ➜ 2a fase (alta natalidade; baixa mortalidade; elevado crescimento vegetativo)
 ➜ 3a fase (baixa natalidade; baixa mortalidade; baixo crescimento vegetativo)
Obs.: A transição demográfica acompanha o nível de desenvolvimento urbano-industrial
• Revolução de 1930
 II. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO BRASIL
 ➜ Até 1950: 1a fase 
 ➜ Pós-1950: 2a fase
Obs.: Atualmente, o Brasil se encontra na passagem da 2a para a 3a fase da transição demográfica
 ➜ Pós-1970: declínio mais acentuado da natalidade
• Tendência de envelhecimento populacional
• Aumento da razão de dependência (peso da população inativa sobre a população potencialmente ativa)
 SUGESTÃO DE QUADRO
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ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Desde o lançamento do programa Bolsa Família, muitos 
mitos têm sido criados a seu respeito, alguns fundamentados 
em grande carga de preconceito. É o caso, por exemplo, da 
ideia de que o programa estimularia a natalidade.
Passados mais de dez anos do início do programa do 
governo federal, hoje se sabe que justamente entre os 
seus beneficiários a taxa de natalidade foi mais reduzida 
do que no restante da população. De 2003 a 2013, segundo 
dados do IBGE, o número de filhos de até 14 anos caiu 
10,7% no Brasil. Em 20% das famílias mais pobres do país, 
a queda foi de 15,7%. Esse é o estrato social que inclui os 
quase 15 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Peça 
aos alunos que busquem no site do IBGE a taxa de natali-
dade desse grupo de brasileiros e a média de natalidade, 
incluindo todos os estratos sociais, entre 2003 e 2013. Em 
sala, ajude-os com o cálculo da redução percentual, estimu-
lando a interdisciplinaridade com Matemática. Esclareça 
à turma que nesse grupo de pessoas mais pobres estão os 
beneficiários do Bolsa Família. 
Para o Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome, o Bolsa Família deu mais autonomia 
às mulheres na decisão da maternidade. Além disso, o 
acompanhamento pré-natal para gestantes e o acompa-
nhamento dos filhos nos postos de saúde para fins de 
vacinação são contrapartidas necessárias para o recebi-
mento do Bolsa Família. Dessa maneira, as mulheres pas-
saram a ter mais contato com profissionais da saúde e 
com métodos contraceptivos, o que explica a redução da 
natalidade entre o grupo dos beneficiários do programa.
MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR
LIVROS
BEAUJEU-GARNIER, Jacqueline. Geografia de popula-
ção. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1980.
CAMARANO, Ana A.; KANSO, Solange. Perspectivas de 
crescimento para a população brasileira: velhos e novos 
resultados. Rio de Janeiro: Ipea, 2009 (Texto para discus-
são n. 1426).
CARVALHO, José A. M. de; RODRÍGUEZ-WONG, Laura L. 
A transição da estrutura etária da população brasileira na 
primeira metade do século XXI. Cad. Saúde Pública, Rio 
de Janeiro, v. 24, n. 3, mar. 2008. 
CENSO DEMOGRÁFICO 2010. Características gerais da 
população, religião e pessoas com deficiência. Rio de Ja-
neiro: IBGE, 2012.
 III. ESTRUTURA ETçRIA DA POPULA‚ÌO BRASILEIRA
 ➜ Transformações
• Estreitamento da base (0-10 anos)
– Queda da taxa de natalidade
• Alargamento do corpo
– Crescimento da População Economicamente Ativa (PEA)
• Dilatação do topo
– Aumento da expectativa de vida
Mais de 80 anos
70 a 74 anos
60 a 64 anos
50 a 54 anos
40 a 44 anos
30 a 35 anos
20 a 24 anos
10 a 14 anos
0 a 4 anos
75 a 79 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
45 a 49 anos
35 a 39 anos
25 a 29 anos
15 a 19 anos
5 a 9 anos
Homens
População
1980 Mulheres Homens
População
2010 Mulheres
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DAMIANI, Amélia Luisa. População e Geografia. 5. ed. São 
Paulo: Contexto, 2001. (Coleção Caminhos da Geografia).
HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do 
fim dos territórios à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 2004.
IPEA. Brasil: o Estado de uma nação – mercado de traba-
lho, emprego e informalidade, 2006.
MARTINE, George. A globalização inacabada: migrações 
internacionais e pobreza no século 21. São Paulo em pers-
pectiva, v. 19, n. 3, p. 3-22, jul./set. 2005. 
OLIVEIRA, F. E. B. et al. O idoso e a previdência social. In: 
CAMARANO, Ana A. (Org.). Os novos idosos brasileiros: 
muito além dos 60?. Rio de Janeiro: Ipea, 2004.
PAIVA, Paulo de Tarso Almeida; WAJNMAN, Simone. Das 
causas às consequências econômicas da transição demo-
gráfica no Brasil. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, 
São Paulo, jul./dez. 2005, v. 22, n. 2.
PASSARINHO, Paulo. Previdência social pública: um servi-
ço universal ao cidadão brasileiro. In: SICSÚ, João (Org.). 
Arrecadação (de onde vem?) e gastos públicos (para onde 
vão?). São Paulo: Boitempo, 2007.
PIERRE, George. Geografia da população. São Paulo: 
Difel, 1969.
GABARITO COMENTADO
 PRATICANDO O APRENDIZADO
1. a. Como mencionado corretamente na alternativa a, 
a redução do ritmo do crescimento populacional 
resulta da queda da taxa de fecundidade. Estão 
incorretas as alternativas: b, porque, embora a 
expectativa de vida esteja aumentando, tal fato 
não se constitui causa do ritmo do crescimento 
populacional; c, porque não há políticas de con-
trole populacional no Brasil; d, porque o processo 
imigratório decresceu a partir da década de 2000 
e não se constitui causa da redução do ritmo do 
crescimento populacional; e, porque a mudança 
do perfil jovem para maduro é consequência e não 
causa da redução do ritmo do crescimento. 
2. a. Como mencionado corretamente na alternativa a, 
o estreitamento da base da pirâmide etária indica 
menor número de jovens, consequência da queda 
de fecundidade no país. Estão incorretas as alter-
nativas b, c e d, porque o estreitamento da base 
resulta da queda da taxa de natalidade; e, porque 
é possível determinar as causas para o estreita-
mento da base da pirâmide. 
3. e. Como mencionado corretamente na alternativa e, 
o Brasil registra taxas de fecundidade abaixo do 
índice de reposição, que é de 2,1. Estão incorretas 
as alternativas: a, porque o Brasil tem registrado 
queda da taxa de fecundidade, distanciando-se 
da possibilidade de uma explosão demográfica; b, 
porque a taxa de fecundidade é o número médio 
de filhos por mulher em idade fértil; c, porque os 
índices brasileiros não coincidem com os dos paí-
ses subdesenvolvidos; d, porque as variáveis que 
condicionam a queda da fecundidade estão rela-
cionadas ao contexto econômico e social do país. 
4. b. Como mencionado corretamente na alternativa b, 
entre os indivíduos com Ensino Superior comple-
to no país, as mulheres totalizam a maioria, com 
58,2%. Estão incorretas as alternativas: a, porque 
os pardos são maioria no grupo sem instrução; c, 
porque o número de pardos e pretos com o Ensino 
Fundamental completo é maior do que o número 
daqueles que têm o Ensino Médio completo; d, 
porque somente 17% têm o Fundamental comple-
to; e, porque mulheres são maioria, com 51,2%. 
5. e. A pirâmide 2, com dominância da população adul-
ta em relação à população jovem, além de um 
razoável percentual de idosos, indica uma po-
pulação indígena de região mais urbanizada. 
A urbanização é indutora de queda da taxa de 
fecundidade e elevação da expectativa de vida 
em razão das melhores condições de acesso à 
educação e à saúde.
 DESENVOLVENDO HABILIDADES
1. e. A queda da taxa de fecundidade para 1,7 filho por 
mulher, em 2011, decorre da diminuição da taxa 
de natalidade vinculada à urbanização, melhoria 
de acesso à saúde e à educação, ingresso cres-
cente da mulher no mercado de trabalho e difu-
são de métodos anticoncepcionais e de cirurgias 
de esterilização. 
2. c. Como mencionado corretamente na alternativa c, 
o bônus demográfico registra um momento em 
que ocorre o predomínio da população adul-
ta no país, que é correspondente à população 
economicamente ativa. Estão incorretas as al-
ternativas: a, porque, embora esteja ocorrendo 
elevação da expectativa de vida no país, tal fato 
não define o bônus demográfico; b, porque o 
indicador não tem relação com a mortalidade in-
fantil; d, porque, embora a queda da natalidade 
seja crescente, tal fato não define o bônus de-
mográfico; e, porque não está ocorrendo incre-
mento da população jovem.
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3. d. Entre 1960 e 2010, houve uma queda das taxas de 
natalidade e de fecundidade, resultando na redu-
ção da proporção de jovens, incluindo as crianças. 
Também ocorreu um aumento na proporção de 
adultos. Em virtude da elevação da expectativa 
de vida, houve uma elevação do percentual da po-
pulação de terceiraidade. 
4. a. Entre 1997 e 2008, a região Nordeste teve a que-
da mais substancial na taxa de mortalidade infantil 
– número de óbitos de crianças com menos de 1 
ano de vida, a cada mil nascidas vivas –, de um 
patamar superior a 50 por mil nascidos para pouco 
mais de 20. Isso se deve à melhoria das condições 
de renda, saúde e educação na região. 
5. c. Como mencionado corretamente na alternativa c, a 
partir da década de 1960 os níveis de fecundida-
de começaram a diminuir em razão de: popula-
rização dos métodos contraceptivos, maior nível 
de escolarização e ingresso da mulher no merca-
do de trabalho, processo de urbanização, entre 
outros fatores. Estão incorretas as demais alter-
nativas porque não justificam o estreitamento da 
base da pirâmide, processo oriundo da redução 
proporcional do número de jovens que resulta da 
queda da fecundidade. 
6. e. A alternativa a está incorreta porque o incremen-
to populacional no período resultou basicamen-
te da imigração estrangeira; a alternativa b está 
incorreta porque na década de 1960 ocorreu a 
queda do incremento populacional; a alternati-
va c está incorreta porque a tendência registrada 
nas últimas décadas é a de queda do incremento, 
não de estagnação; a alternativa d está incorreta 
porque a década de 1940 marca o início da revo-
lução médico-sanitária, cujo efeito será a queda 
da taxa de mortalidade, mantendo-se, contudo, 
as elevadas taxas de natalidade. Já a alternativa 
e está correta porque a urbanização e a adoção 
sistemática de métodos contraceptivos resultam 
na queda da taxa de fecundidade. 
7. b. Entre 1980 e 2050, ocorre uma diminuição no per-
centual da população de 0 a 4 anos, indicando a 
queda da taxa de natalidade. O aumento na pro-
porção da população com mais de 80 anos indica 
elevação na expectativa de vida. 
8. c. Os dados indicados no texto podem colocar o con-
sumo de álcool por estudantes como um proble-
ma que deve ser enfrentado por toda a sociedade. 
Problemas individuais ou domésticos, independen-
temente de idade, raça ou classe social, agravam o 
uso do álcool como forma de facilitar a integração 
em grupos sociais ou aliviar os problemas e impli-
cam queda de rendimento escolar ou no trabalho 
e, em estágio mais avançado, degeneração social. 
Na alternativa a, os gastos com alcoolismo situam- 
-se em torno de 7,3% do PIB e não como o dobro 
do PIB; em b, o aumento de dependentes acarre-
ta aumento de gastos percentuais do PIB no trata-
mento dessas pessoas; na alternativa d, as mulheres 
representam 5,7% da população consumidora de 
álcool; em e, o aumento no consumo de álcool está 
ligado a vários fatores de ordem social e econômica 
e não apenas à sua produção.
9. d. Como mencionado corretamente na alternativa d, 
no Brasil ocorre maior concentração populacional 
no cinturão litorâneo e menor densidade em áreas 
como a Amazônia. Estão incorretas as alternativas: 
a, porque o êxodo rural ocorre de forma intensa; 
b, porque vem ocorrendo aumento da participa-
ção da mulher na população economicamente 
ativa; c, porque o país se caracteriza por sua eleva-
da desigualdade social; e, porque está ocorrendo 
queda nas taxas de crescimento vegetativo. 
10. e. A crise do mercado imobiliário nos Estados Uni-
dos em 2008 gerou recessão nos países de-
senvolvidos, reduzindo a oferta de empregos. 
Concomitantemente, nos países emergentes, 
entre os quais o Brasil, registrou-se crescimento 
econômico; portanto, como mencionado corre-
tamente na alternativa e, o retorno de brasileiros 
ao país é explicado pela ampliação da oferta de 
empregos em território nacional. Estão incorre-
tas as alternativas: a, porque ocorreu aumento 
do emprego formal; b, porque, embora tenha 
sido um período em que o governo desenvolveu 
políticas conjunturais de subsídios a diversos 
setores, tal fato não foi a causa para o retorno 
dos emigrantes; c, porque, embora o controle 
da migração nos países desenvolvidos tenha se 
intensificado, tal fato não explica o retorno dos 
emigrantes; d, porque ocorreu aumento da ren-
da dos empregados. 
 APROFUNDANDO O CONHECIMENTO
1. d. Transição demográfica é o processo de evolução 
das taxas de crescimento vegetativo de um país ou 
de uma região, e está estruturada em quatro fases 
distintas: na primeira fase, as taxas de natalidade e 
de mortalidade são elevadas; na segunda, ocorre a 
queda da taxa de mortalidade, mas a taxa de na-
talidade se mantém com elevados percentuais; na 
terceira, observa-se a queda da taxa de natalidade, 
resultando em progressiva queda do crescimen-
to vegetativo; e na quarta fase, as baixas taxas de 
natalidade e de mortalidade indicam baixo cresci-
mento vegetativo. Assim, a macrorregião brasileira 
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que levará mais tempo para concluir seu processo 
de transição demográfica é a que apresenta maio-
res taxas de natalidade e de mortalidade, o que 
pode ser observado numa pirâmide clássica de 
base larga e topo estreito, como as representadas 
nos estados da região Norte. 
2. c. A partir da década de 1970, com a urbanização, o 
Brasil entrou em processo de transição demográ-
fica. Características de população urbana relacio-
nadas ao acesso à Medicina, aos medicamentos e 
a maciças campanhas de vacinação acabaram pro-
movendo queda nas taxas de mortalidade infantil 
em todo o país. A diferença apontada no gráfico 
ainda é resquício de desequilíbrios regionais rela-
cionados a questões como o desenvolvimento so-
cioeconômico e a má distribuição de renda, que 
no Brasil ainda são marcantes. A alternativa a é 
falsa: ocorre primazia das atividades para o setor 
urbano; a alternativa b é falsa: o analfabetismo 
compromete as taxas de natalidade; a alternativa 
d é falsa: problemas geoclimáticos, como secas 
prolongadas ou enchentes, podem afetar a taxa 
de mortalidade em geral. 
3. c. Entre 2000 e 2035, as tendências são de redução 
das taxas de natalidade e de fecundidade, levan-
do ao estreitamento da base da pirâmide etária 
brasileira. Uma das consequências poderá ser a 
redução do número de jovens em idade escolar, 
porém, não uma redução de investimentos, pois 
o Brasil precisa melhorar a qualidade da educação 
nos níveis Fundamental, Médio e Superior. Tam-
bém vai ocorrer um aumento do topo da pirâmide, 
com a elevação do percentual de idosos decorren-
te do crescimento da expectativa de vida, o que 
vai ocasionar mais gastos públicos e privados em 
saúde e previdência social.
4. b. O Brasil vem apresentando nas últimas décadas 
uma transição demográfica com significativa di-
minuição das taxas de crescimento populacional 
e de fecundidade, caminhando para índices de 
países desenvolvidos. A partir dessa realidade, o 
governo federal passou a propor mudanças, consi-
derando o envelhecimento da população e a dimi-
nuição do número de jovens. Podemos destacar: 
investimentos em Medicina geriátrica, maior inser-
ção da população da terceira idade, mudanças na 
Previdência Social, como aumento do tempo de 
contribuição e na idade da aposentadoria. A al-
ternativa a é falsa: a legislação sindical afeta mais 
a população economicamente ativa; a alterna-
tiva c é falsa: no processo de diminuição da taxa 
de crescimento populacional, diminui o número de 
jovens e aumenta o de adultos, com necessidade 
de investimentos no nível educacional médio e 
superior e em cursos técnicos de capacitação de 
mão de obra; a alternativa d é falsa: a ampliação 
de programas de saneamento básico atinge toda 
a população e não apenas os idosos. 
5. d. Como mencionado corretamente na alternativa d, 
a queda da taxa de fecundidade é uma tendência 
em todo o país. Estão incorretas as alternativas: a, 
porque para haver explosão demográfica é neces-
sário o aumento da taxa de fecundidade; b, por-
que a queda da taxa de fecundidade ocorreu em 
todo o país; c, porque as taxas do país estão se-
guindo o padrão demográficodos desenvolvidos; 
e, porque tem ocorrido queda da taxa de fecundi-
dade, como mostra a tabela. 
ANOTA‚ÍES
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14
Módulo
OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES
• O histórico das migrações no Brasil
• As migrações internas brasileiras
• O atual processo de entrada de refugiados no 
país
• H8 - Analisar a ação dos estados nacionais no que se 
refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfren-
tamento de problemas de ordem econômico-social.
• Interpretar os fatores migratórios e sua influência nos 
deslocamentos internos e externos.
• Analisar as migrações externas no Brasil desde sua co-
lonização até os dias atuais.
• Analisar os fluxos migratórios internos nas três últimas 
décadas, bem como suas implicações.
Geografia dos fluxos 
migrat—rios brasileiros
INTRODUÇÃO
A questão migratória está constantemente na pauta dos 
debates políticos e da sociedade como um todo, sobretu-
do nos países que recebem grandes fluxos migratórios. As 
transformações recentes na economia brasileira atraíram um 
significativo contingente de imigrantes, em sua maioria de 
países pobres da América Latina e África. Caso essa tendên-
cia se confirme, reforçamos a relevância do estudo da geo-
grafia dos fluxos migratórios nas escolas. O esclarecimento 
sobre a contribuição do imigrante na economia e na socie-
dade e a desconstrução de preconceitos se fazem cada vez 
mais necessários. As mesmas observações são válidas para 
o tratamento do conteúdo relacionado às migrações inter-
nas, visando combater a discriminação relacionada à origem 
das pessoas, bastante comum em nosso país, sobretudo nas 
grandes metrópoles do Sudeste, que recebem milhares de 
migrantes de todas as regiões, principalmente do Nordeste.
ESTRATÉGIAS DE AULA
 AULA 1
Trabalhe o conteúdo relacionado às migrações exter-
nas. Ressalte que no Brasil, durante todo o período colo-
nial, predominou a entrada de imigrantes, representados 
pelos colonos e escravos. 
Esclareça que também houve entrada massiva de imi-
grantes no país decorrente das guerras de unificação da 
Alemanha e da Itália, e do superpovoamento das cidades 
europeias do século XIX, resultado da segunda fase da tran-
sição demográfica que o continente atravessava. A criação 
da Lei Eusébio de Queirós, em 1850, foi outro fator que 
atraiu milhares de imigrantes, que vieram com o propósito 
de substituir a mão de obra escrava nas lavouras de café. 
Comente sobre o projeto da então recém-criada repú-
blica de receber imigrantes com o objetivo de estimular 
um “branqueamento” da população brasileira. A tentativa 
de esconder um país com muitos negros e toda a cultu-
ra de matriz africana pode ser constatada, por exemplo, 
no Código Penal de 1890, que proibia a capoeira. Leia 
e discuta com a turma o Decreto n. 847, de 11 de outu-
bro de 1890, capítulo XIII – Dos vadios e capoeiras –, que 
determina tal proibição, disponível na seção Material de 
apoio ao professor, em Sites.
Fale sobre a lei de cotas, criada em 1934 no governo 
do presidente Getúlio Vargas, e seu impacto na diminui-
ção da entrada de imigrantes no país. Ressalte que essa lei 
deve ser entendida no contexto do nacionalismo varguista 
– que buscava preservar os escassos cargos disponíveis no 
mercado de trabalho para os brasileiros, devido à crise de 
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1929 – e da difusão de teorias eugenistas que pareciam 
atrair Vargas, assim como pessoas próximas a ele e in-
fluentes no governo, a exemplo do sociólogo Oliveira Via-
na (veja o texto “História da discriminação brasileira contra 
os japoneses sai do limbo”, disponível na seção Material 
de apoio ao professor).
Relembre o que foi a chamada “década perdida”, 
destacando que o cenário econômico desse período 
estimulou a saída de milhares de brasileiros do país, 
invertendo uma tendência histórica de atração e 
acolhimento de migrantes. A maioria dos emigrantes 
brasileiros deixou o país em busca de oportunidades de 
trabalho nos Estados Unidos (os brasucas) e no Japão 
(os decasséguis). Na década de 1990, esse fluxo de 
saída continuou forte diante do cenário de desemprego 
resultante das reformas neoliberais do período.
A crise mundial originada nos Estados Unidos em 
2008 também atingiu rapidamente a Europa e o Japão, 
provocando a redução dos fluxos migratórios em direção 
a esses países. Atualmente, muitos brasileiros que 
emigraram nas décadas de 1980 e 1990 têm regressado, 
estimulados pelo bom desempenho da economia 
nacional na última década. Vale a pena lembrar que no 
ano de 2014 o desemprego no Brasil atingiu a menor 
marca da série histórica: 4,8%. Além dos emigrantes que 
estão retornando, o país vem recebendo um novo fluxo 
de imigrantes originários de países pobres da América 
Latina, como haitianos e bolivianos, e ainda, em menor 
quantidade, de países da África e da Ásia. Eles vêm 
atraídos pelo cenário de crescimento e valorização real 
do salário mínimo, o que cria melhores oportunidades 
de emprego para essa população predominantemente 
pouco qualificada.
Mostre aos alunos que, caso essa nova tendência 
de chegada de migrantes continue, será necessário 
que as autoridades governamentais brasileiras tomem 
providências para assegurar a qualidade do emprego da 
população migrante, tendo em vista que não são poucos 
os casos de aliciamento e trabalho análogo à escravidão. 
Pode ser interessante estimular os alunos a fazer uma 
pesquisa sobre como essa população de imigrantes tem 
sido recebida no país. É fundamental ainda o estímulo a 
uma postura mais cosmopolita da população brasileira, 
que, mesmo sendo formada na sua base por migrantes de 
diversas origens, possui, ainda, preconceito relacionado à 
origem das pessoas.
O Brasil também vem acolhendo uma série de refugia-
dos de diversos países, como aqueles que vêm partindo 
da Síria desde 2011, ano em que se iniciou uma guerra civil 
naquele país. Mencione as principais nacionalidades dos 
refugiados que se encontram atualmente no Brasil, dis-
cutindo as causas que os trouxeram até aqui. Os grupos 
mais relevantes são compostos por pessoas provenientes 
de Síria, Angola,  Colômbia, República Democrática do 
Congo e Palestina, segundo dados do Conare/Ministério 
da Justiça.
Ao final da Aula 1, resolva com a turma a questão 4 
da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugeri-
mos que os alunos trabalhem os exercícios da seção De-
senvolvendo habilidades, sobretudo a questão 3. 
Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utili-
zação das questões da seção Aprofundando o conheci-
mento.
 AULA 2
Trabalhe o conteúdo relacionado às migrações inter-
nas brasileiras. Indicamos a seguir alguns pontos que me-
recem ser destacados. 
Explique que ao longo da década de 1950 a taxa de 
urbanização brasileira se elevou consideravelmente em 
consequência da introdução de modernas práticas agrí-
colas, que tendem a dispensar mão de obra do campo, 
estimulando o êxodo rural. O aumento da concentração 
fundiária, decorrente desse mesmo processo, também 
contribuiu para a dispersão populacional. Outro fator rela-
cionado ao aumento das taxas de urbanização é a conso-
lidação da industrialização no país, mais especificamente 
na região Sudeste. 
Ressalte que o processo de urbanização passa a apre-
sentar taxas menores a partir dos anos 1990, década em 
que se percebe como fluxo inter-regional de destaque a 
migração de retorno, que se eleva.
Retome com a turma o conceito de migração de re-
torno, caracterizada pela volta do migrante para sua terra 
de origem. No Brasil, o retorno de nordestinos que mi-
graram para a região Sudeste é o exemplo mais expres-
sivo e estudado entre essas migrações, estimulado pela 
saturação dos espaços tradicionais do início da indus-
trialização no centro-sul, que atualmente não possuem a 
mesma capacidade de geração de empregoe de oportu-
nidades ocupacionais. Segundo levantamento divulgado 
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra 
de Domicílios (Pnad) 2009 e dos Censos 2000 e 2010, ao 
longo da década de 2000 verificou-se que o Nordeste é a 
região com o maior retorno de migrantes.
Destaque também o retorno de sulistas que migraram 
a partir dos anos 1960 para Mato Grosso e para a região 
Norte, no contexto da expansão da fronteira agrícola. O Rio 
Grande do Sul desponta atualmente como o estado que 
mais recebe retornos. É significativo também o número de 
paranaenses que voltam para o seu estado de origem.
Cabe ainda, nessa aula, mostrar o crescimento das 
migrações para as cidades médias. No decorrer da década 
de 2000, entre as cidades com altas taxas de crescimento, 
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nenhuma possui mais de 500 mil habitantes. Atualmente, 
as cidades que mais crescem são as chamadas cidades 
médias, que apresentam população entre 100 mil e 500 
mil habitantes. Esse fenômeno vem sendo chamado de 
desconcentração concentrada, tendo em vista a tendência 
da população se desconcentrar em direção ao interior do 
próprio Sul e Sudeste do Brasil, onde se encontra o maior 
desenvolvimento econômico. 
Ao final da Aula 2, resolva com a turma a questão 5 da 
seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos 
que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol-
vendo habilidades, sobretudo a questão 10.
Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza-
ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. 
I. MIGRAÇÕES EXTERNAS
 ➜ Do Brasil colônia ao século XIX (predomínio da 
imigração)
• Colonizadores portugueses
• Escravizados africanos
• Imigrantes europeus
• Miscigenação × branqueamento
 ➜ Séculos XIX-XX (continuidade da imigração)
• Lei Eusébio de Queirós (1850)
– Estímulo a novos fluxos de imigrantes (italia-
nos, alemães, japoneses...)
• Guerras mundiais e novos fluxos imigratórios
• Getúlio Vargas e as cotas de imigração
– Diminuição da imigração
 ➜ Anos 1980 e 1990 (predomínio da emigração)
• Crises econômicas no Brasil 
• Decasséguis (Japão)
• Brasucas (EUA)
 ➜ Início do século XXI
• Retorno de brasileiros (crises internacionais)
• Atração de novos imigrantes (sul-americanos, 
africanos e asiáticos)
– Migração econômica
– Refugiados
II. MIGRAÇÕES INTERNAS
 ➜ Período colonial
• Poucas migrações
• Regiões isoladas (ilhas econômicas) 
 ➜ Pós-Segunda Guerra Mundial
 SUGESTÃO DE QUADRO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Proponha aos alunos a realização de uma pesquisa, 
individual ou em grupos, sobre exemplos da influência 
de alguma população migrante no bairro ou na cidade 
onde moram. Em São Paulo, por exemplo, com a che-
gada dos nordestinos – principalmente de baianos, mas 
também de cearenses, pernambucanos e paraibanos –, 
a cidade ganhou um perfil culturalmente heterogêneo. 
A influência nordestina pode ser percebida na fala, na 
alimentação, na música, nas festas juninas, entre outras 
manifestações culturais. Existem até mesmo bairros intei-
ros habitados por maioria de nordestinos, como o Brás e 
Santo Amaro. 
Com o deslocamento recente de migrantes do Haiti 
para o Brasil, a pequena cidade de Encantado (RS), com 
20 mil habitantes, conta com uma população de aproxi-
madamente 400 imigrantes haitianos e já estabeleceu a 
comemoração do Dia da Bandeira Haitiana.
Após a conclusão da pesquisa, proponha aos alunos 
que apresentem os resultados obtidos para a turma.
MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR
LIVROS
BECKER, Olga. Mobilidade espacial da população: 
conceitos, tipologias, contextos. In: CASTRO, Iná; 
GOMES, Paulo C.; CORRÊA, Roberto L. (Org.). Explora-
ções geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
PAIVA, Odair da C. Migrações no Pós-Segunda Guerra 
Mundial. São Paulo: Memorial do Imigrante/Fapesp/D´Li-
vros, 2009. (Série Reflexões).
• Predomínio das migrações inter-regionais 
– Repulsão: aumento da concentração fundiá-
ria (Revolução Verde)
– Atração: industrialização e urbanização no 
Sudeste; disponibilidade de terras no Cen-
tro-Oeste
 ➜ A partir dos anos 1970
• Predomínio das migrações intrarregionais 
• Desmetropolização
• Desconcentração industrial 
• Avanço da fronteira agrícola para a Amazônia
• Migração de retorno 
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SALES, Teresa; SALLES, Maria do Rosário R. (Org.). Políti-
cas migratórias: América Latina, Brasil e brasileiros no ex-
terior. São Paulo: Idesp, 2002. 
SANTOS, Regina B. Migração no Brasil. São Paulo: 
Moderna, 1997.
SILVA, Maria Aparecida de M.; MENEZES, Marilda. A. Mi-
grações rurais no Brasil: velhas e novas questões.  2006. 
Mimeo.
SITES
Câmara dos Deputados. Decreto n. 847, de 11 de novembro 
de 1890. Disponível em: <www2.camara.leg.br/legin/fed/
decret/1824-1889/decreto-847-11-outubro-1890-503086- 
publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 18 jan. 2017.
DHnet. Disponível em: <www.dhnet.org.br>. Acesso em: 
12 set. 2016.
IBGE. Censo Demográfico de 2010, Banco de Dados 
Multidimensional (BME). 2010. Disponível em: <www.
bme.ibge.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2016.
ONU. Organização das Nações Unidas. Disponível em: 
<www.onu.org.br>. Acesso em: 12 set. 2016.
Revista Geo Crítica. Disponível em: <www.ub.edu/geocrit/
menu.htm>. Acesso em: 12 set. 2016.
TEXTO
História da discriminação brasileira contra os 
japoneses sai do limbo
Tema esquecido pela historiografia brasileira, discriminação 
social e institucional contra japoneses foi defendida por grandes 
nomes do pensamento nacional, como o sociólogo Oliveira Vianna 
Durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1946, 
no Palácio Tiradentes, no Rio, capital da República, o en-
tão senador pelo Distrito Federal Luiz Carlos Prestes fechou 
questão a favor da emenda 3.165, de autoria do médico, em-
presário ligado à extração do sal e deputado carioca Miguel 
Couto Filho, do Partido Social Democrático.
[...] A emenda 3.165 dizia: “É proibida a entrada no país 
de imigrantes japoneses de qualquer idade e de qualquer 
procedência”.
[...] 
O retórico Miguel Couto, pai, eleito pelo Partido Econo-
mista do Distrito Federal, era a maior expressão da “bancada 
médica”, que contava com 60 membros [...].
A maioria da bancada defendia, com teses “científicas” 
que vinham do darwinismo social e da eugenia racial, surgi-
dos na Europa na segunda metade do século XIX, a necessi-
dade do “branqueamento” da população brasileira.
[...]
Ainda que no corpo final da Constituição de 34 o espírito 
“niponófobo” resultasse abrandado, a emenda teve aprovação 
acachapante: 171 votos contra 26. O texto estabelecia cotas 
(2% do total de ingressantes no país nos últimos 50 anos) 
sem fazer menção a raça ou nacionalidade e proibia a con-
centração populacional de imigrantes. 
Insolúvel como enxofre 
Uma dúzia de anos depois, em 27 de agosto de 1946, o 
ex-vice-presidente da República, senador pelo PDS mineiro 
e presidente da Constituinte, Fernando de Melo Viana, co-
locou em votação a emenda de Couto Filho (que viria a ser, 
em 1953, o primeiro-ministro da Saúde, em cargo criado por 
Getúlio Vargas, e, entre 1955 e 1958, governador do Rio). 
O deputado Prado Kelly, da UDN do Rio, achava que ela 
“amesquinharia a nossa obra” e propôs que fosse deslocada 
para as disposições transitórias.
Na hora do voto, 99 constituintes favoráveis à proibição 
da imigração de japoneses ficaram sentados; os que eram 
contra a emenda levantaram-se, e também eram em número 
de 99. Melo Viana, o voto de Minerva, foi contra – e a Cons-
tituição de 1946 não se amesquinhou.
Um dos ideólogos do antiniponismo era Francisco José 
de Oliveira Vianna, autor de “Populações Meridionais do 
Brasil” (1918), considerado um clássico do pensamento na-
cional. Além dessa obra, Oliveira Vianna é notoriamentere-
conhecido pela autoria de frases como “os 200 milhões de 
hindus não valem o pequeno punhado de ingleses que os 
dominam” e “o japonês é como enxofre: insolúvel”. 
Quando, no raiar do século XX, começaram as especula-
ções em torno de uma possível imigração japonesa, o diplo-
mata, primeiro biógrafo de d. João VI e encarregado de ne-
gócios da inaugural missão diplomática brasileira no Japão, 
Manuel de Oliveira Lima, deu parecer contra o projeto. 
Em 1901, ele escreveu ao Ministério das Relações Ex-
teriores alertando sobre o perigo de o brasileiro se misturar 
com “raças inferiores”. 
Na sua edição de 5 de dezembro de 1908, a revista carioca 
“O Malho” editava uma página de charges criticando a imigra-
ção de japoneses. Em uma das legendas, lia-se: “O governo de 
São Paulo é teimoso. Após o insucesso da primeira imigração 
japonesa, contratou 3 000 amarelos. Teima, pois, em dotar o 
Brasil com uma raça diametralmente oposta à nossa”.
Os japoneses passaram a sofrer uma discriminação múl-
tipla: à visão de uma raça inferior vieram se somar os temores 
com relação ao expansionismo militarista do império nipôni-
co (após as vitórias nas guerras contra a China, em 1895, e a 
Rússia, em 1905) e o ressentimento pela sensação de que o 
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imigrante japonês resistia a se integrar – era “inassimilável”, 
um “quisto”, conforme o vocabulário do momento. 
Os “súditos do Eixo”
As ideias racistas, a paranoia derivada da ameaça do “pe-
rigo amarelo” (a expressão é atribuída ao kaiser Guilherme II, 
da Alemanha, quando incitou os russos a guerrearem contra 
o Japão; mas ela ganhou força na crise da imigração japonesa 
nos EUA. De lá teria vindo para o Brasil) passam a tomar 
forma de ação ao se articular com as forças repressivas. 
Com o acirramento dos sentimentos nacionalistas a par-
tir do Estado Novo, em 1937, e com a entrada do Japão na 
Segunda Guerra ao atacar Pearl Harbor, em dezembro de 
1941, o preconceito antinipônico deixa de atuar apenas no 
campo das ideias. Uma série de medidas contra os “súditos 
do Eixo” – alemães, italianos e japoneses – foram tomadas, e 
algumas delas foram particularmente doloridas para a comu-
nidade nikkei no Brasil. 
Mais de 200 escolas de japonês foram fechadas. A língua 
japonesa foi proibida de ser falada em público; para a maioria 
dos nipônicos no país, essa era a única forma de se comunicar. 
A publicação dos jornais em japonês ficou muito cara 
(passou a ser obrigatória a edição bilíngue, japonês-portu-
guês), e eles deixaram de circular. Em 1939, uma pesquisa 
da Estrada de Ferro Noroeste, de São Paulo, mostrava que 
87,7% dos japoneses assinavam jornais na sua língua mater-
na, um índice altíssimo para os padrões do setor no Brasil. 
Os bens das empresas nipônicas foram confiscados. Ja-
poneses não podiam viajar sem salvo-conduto. Aparelhos de 
rádios pertencentes às famílias eram apreendidos – para que 
não se ouvissem transmissões em ondas curtas do Japão. 
Os “súditos do imperador” estavam proibidos de dirigir veí-
culos de sua propriedade, mesmo os comerciais – os choferes ti-
nham que ser designados por uma autoridade policial brasileira.
Sem que houvesse indícios de que organizações políti-
co-militares ligadas às armas imperiais do Japão estivessem 
atuando no país (como foi o caso de núcleos do Partido Na-
zista entre os imigrantes alemães), civis japoneses e muitos 
de seus descendentes nascidos no Brasil foram tratados 
como prisioneiros de guerra. 
Em 1942, a colônia japonesa que serviu para o cultivo da 
pimenta em Tomé-Açu, no Pará, foi transformada em campo 
de concentração (expressão da época), embora nenhuma ati-
vidade contra a “segurança nacional” por parte de seus mem-
bros tivesse sido detectada. 
De Washington, o embaixador brasileiro Carlos Martins 
Pereira e Sousa incentivava o Brasil a adotar, a exemplo dos 
EUA, os “campos de internamento”: áreas de confinamento 
para as quais foram levados, sem respaldo jurídico, mais de 
120 mil nisseis (muitos já cidadãos americanos). Eles vive-
ram nesses “campos-prisão” até o final da guerra, em condi-
ções humanas precárias. 
A delação – como diz Tzvetan Todorov, a delação no Es-
tado totalitário é um modo de colocar “o terror à disposição 
de todos” – contra os japoneses tornava-se popular. 
“Desavenças de vizinhos, dívidas não pagas e até brigas 
de crianças eram motivos para que os japoneses fossem de-
latados anonimamente às autoridades”, conta Fernando Mo-
rais em “Corações Sujos”. 
A suspeita não tinha limites: em dezembro de 1942, o 
jornalista Hideo Onaga e um grupo de jovens foram presos 
em um piquenique na represa Eldorado, distrito de Santo 
André (SP), porque havia uma desconfiança de que eles es-
tivessem construindo um submarino (!), conforme relatou à 
historiadora Marcia Yumi Takeuchi. Marchinhas de Carnaval 
ironizavam Hiroito e a “terra do micado”. 
Os pintores japoneses do grupo Seibi (Tomoo Handa e 
Yoshiya Takaoka, entre outros), que se reuniam para pintar na 
rua e no campo, foram obrigados a entrar em reclusão e atuar 
clandestinamente, o que não ocorreu com o grupo Santa He-
lena, por exemplo, composto em sua maioria por italianos. 
Cômodos no porão 
Em 10 de julho de 1943, sem aviso prévio, cerca de 10 
mil “súditos do Eixo” (90% eram japoneses) foram obrigados 
a abandonar Santos em poucas horas, deixando todos os seus 
bens para trás. 
Em 3 de maio de 1944, o delegado-chefe do serviço de 
salvo-condutos, José Antonio de Oliveira, nega pedido de 
Miya Tekeuti, que estava em São Paulo e queria voltar a re-
sidir na Baixada Santista para ficar perto dos sete filhos, o 
menor deles com 12 anos.
[...]
Em 25 de maio de 1945, a mais famosa dupla do jor-
nalismo brasileiro, composta pelo repórter David Nasser e 
pelo fotógrafo Jean Manzon, publica, em “O Cruzeiro”, uma 
matéria-ilustração inspirada em algo parecido feito pela 
americana “Time”, com o objetivo de ensinar os brasileiros a 
distinguirem um japonês de um chinês. O japonês, segundo 
Nasser, entre outras coisas, é “de aspecto repulsivo, míope, 
insignificante”. 
[...]
Com o fim da Segunda Guerra, os japoneses ganharam 
mais estigmas: os de fanáticos e terroristas. Eles estavam li-
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gados às ações da organização Shindô-Renmei, uma tentativa 
desesperada de preservar o espírito nipônico e a veneração ao 
imperador japonês em terras estrangeiras, de criar uma pátria 
para despatriados. 
Seus membros jamais aceitaram “suportar o insuportável”, 
não atendendo às históricas palavras de Hiroito ao comunicar 
aos súditos, por rádios e alto-falantes, a rendição japonesa. 
Em um dos casos históricos mais curiosos de tentativa 
radical e desesperada de preservação de um passado em 
terra estrangeira, os membros da Shindô-Renmei (31 380 
nisseis, segundo a polícia paulista, eram suspeitos de per-
tencer à organização; em 1946, o Dops fichou 376 deles) 
e a maioria da comunidade japonesa no Brasil se recusava 
a aceitar que o Japão havia perdido a guerra. A organização 
matou 23 e feriu 147 nipônicos, acusando de serem “der-
rotistas” aqueles que aceitavam a derrota do império do 
sol nascente. 
Linchamento
Por causa do assassinato do caminhoneiro Pascoal de 
Oliveira, o Nego, pelo também caminhoneiro japonês Kaba-
be Massame, após uma discussão, em 31 de julho de 1946, 
a população de Osvaldo Cruz (SP), que já estava à flor da 
pele com dois atentados da Shindô-Renmei na cidade, saiu 
às ruas e invadiu casas disposta a maltratar “impiedosamen-
te”, na palavra do historiador local José Alvarenga, qualquer 
japonês que encontrasse pela frente. 
O linchamento dos japoneses só foi totalmente contro-
lado com a intervenção de um destacamento do Exército, 
vindo deTupã, chamado pelo médico Oswaldo Nunes, um 
herói daquele dia totalmente atípico na história de Osvaldo 
Cruz e das cidades brasileiras. 
Com o final da Segunda Guerra Mundial, o eclipse do 
Estado Novo e o desmantelamento da Shindô-Renmei, ini-
cia-se um ciclo de emudecimento, de ambos os lados, sobre 
as quatro décadas de intolerância vividas pelos japoneses. Do 
lado local, foi sedimentando-se no mundo das letras a ideia 
do país como um “paraíso racial”.
[...]
Pesquisadores tiram “racismo amarelo” do limbo 
“Embora eu enalteça as realizações da comunidade 
nikkei, que se desenvolveu e se faz respeitar no Brasil, 
concentrei os meus estudos no lado B da imigração”, diz 
Marcia Yumi Takeuchi, pesquisadora e coordenadora do 
módulo Japoneses do Proin – uma parceria entre o Arqui-
vo do Estado de São Paulo e o departamento de história da 
USP, apoiado pela Fapesp.
[...]
Takeuchi acaba de lançar, dentro da coleção “Imigran-
tes no Brasil”, da editora Lazuli, o volume “Japoneses – A 
Saga do Sol Nascente”, um relato conciso e esclarecedor 
dos principais momentos vividos pela colonização cente-
nária. Em maio, ela lança pela editora Humanitas a sua 
dissertação de mestrado “O Perigo Amarelo – Imagens do 
Mito, Realidade do Preconceito (1920-1945)”, um dos 
principais estudos sobre a questão do racismo contra os 
japoneses no Brasil.
Rogério Dezem, do Proin, é autor de “Matizes do ‘Ama-
relo” (Humanitas, 2005), que, além dos japoneses, analisa o 
preconceito contra a pequena imigração chinesa no século 
XIX – os primeiros chineses vieram por solicitação da corte 
de d. João VI para iniciar o cultivo de chá no Brasil.
Dezem e Takeuchi haviam pesquisado os prontuários da 
repressão aos japoneses no Dops e publicaram “Shindô-Ren-
mei – Terrorismo e Repressão” (de Dezem, em 2000) e “O Pe-
rigo Amarelo em Tempos de Guerra” (de Takeuchi, em 2002), 
ambos pelo Arquivo do Estado/Imprensa Oficial do Estado. 
Constituinte
Roney Cytrynowicz, também da área de história social da 
USP, em seu livro “Guerra sem Guerra” (Geração Editorial/
Edusp, 2000), mostra que, durante a Segunda Guerra, o ra-
cismo em São Paulo foi mais forte contra os japoneses do que 
contra alemães e italianos. 
Ele faz um breve, mas oportuno, relato sobre o pintor, 
memorialista e imigrante Tomoo Handa e o grupo Seibi.
[...]
Um dos estudos pioneiros em abordar a questão do racis-
mo contra japoneses na era Vargas é “Sacralização da Políti-
ca” (Papirus, 1986), de Alcir Lanharo. Para o autor, o racismo 
à brasileira é “pragmático, cínico e hipócrita”.
[...]
Os trabalhos sobre a Shindô-Renmei acabaram con-
tribuindo para que ficasse mais clara a discriminação que 
ocorreu em relação aos japoneses. O livro “Corações Sujos” 
(Cia. das Letras, 2a edição de 2007), de Fernando Morais, 
é uma instrutiva e cativante leitura sobre um dos episódios 
mais marcantes da história das colonizações japonesas em 
todos os países.
O relato detalhado sobre a violência e a humilhação que 
foram os primeiros anos de vida no Brasil e sobre como um 
imigrante passou a ser zona de influência da Shindô-Renmei 
se encontra em “O Súdito” (ed. Terceiro Nome), do jornalista 
Jorge J. Okaburo, que escreve sobre sua própria família. 
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Uma clara visão da história e de tópicos da vida do Ja-
pão atual pode ser encontrada em “Os Japoneses” (Contexto, 
2007), de Célia Sakurai, da Unicamp e do Museu Histórico 
da Imigração Japonesa. 
Ela é autora da tese (“Imigração Tutelada – Japoneses no 
Brasil”, Unicamp, 2000) de que a imigração japonesa recebia 
coordenação do Estado japonês e estava dando resultados 
bastante promissores quando a Segunda Guerra rompeu as 
relações diplomáticas entre os dois países.
SUZUKI JR., Matinas. Especial para a Folha de S.Paulo, 20 abr. 2008. 
Disponível em: <www.usp.br/proin/download/imprensa/imprensa 
_integras_20_04_2009.pdf>. Acesso em: 27 out. 2016.
GABARITO COMENTADO
 PRATICANDO O APRENDIZADO
1. d. Como mencionado na alternativa d, ao contrário do 
Brasil, a Europa não disponibiliza a reserva da mão 
de obra barata e pouco qualificada, não tendo, por-
tanto, o hábito de manter serviçais para a funcionali-
dade do cotidiano. Estão incorretas as alternativas a, 
porque o texto não faz referência ao processo indus-
trial; b, porque a concessão de direitos sociais para 
as empregadas domésticas e a ascensão da classe C 
no Brasil estão reduzindo a oferta de mão de obra 
para o cotidiano das famílias; c, porque, embora te-
nha ocorrido abertura do mercado nacional no país, 
tal fato não justifica a problemática do texto; e, por-
que a consolidação da estabilidade econômica co-
meça a solapar, no Brasil, o hábito da contratação de 
mão de obra para o cotidiano das famílias. 
2. e. Como mencionado na alternativa e, a Amazônia e 
o Centro-Oeste passaram a ser áreas de atração 
populacional a partir da década de 1970 em ra-
zão dos projetos de colonização promovidos pelo 
governo militar, da saturação socioeconômica das 
áreas tradicionais como o Sudeste e o Sul e do 
processo de modernização agrícola que liberou 
excedente de mão de obra no Sudeste e no Sul. 
Estão incorretas as demais alternativas, pois as re-
giões mencionadas não correspondem às áreas de 
atração populacional no período citado. 
3. b. No Brasil, as migrações regionais e o êxodo rural, so-
mados à concentração fundiária, à reforma agrária 
incipiente, à pobreza no campo e à industrialização, 
foram responsáveis pelo processo de urbanização e 
de metropolização, isto é, pelo surgimento de me-
trópoles e regiões metropolitanas.
4. b. O fluxo de haitianos para o Brasil aumentou a partir 
do terremoto de 2010, que devastou a infraestru-
tura do Haiti e vitimou mais de 200 mil pessoas. As 
oportunidades de emprego e a presença da missão 
de paz da ONU liderada pelo Brasil no Haiti favore-
cem a corrente migratória. Os haitianos passam pelo 
Caribe, atravessam os territórios de países andinos, 
como Equador e Peru, e ingressam no Brasil pelo es-
tado do Acre. De lá, dirigem-se para várias regiões 
do país, incluindo o Sul e o Sudeste.
 DESENVOLVENDO HABILIDADES
1. e. Como mencionado na alternativa e, nas décadas 
de 1970 e 1980, com o processo de modernização 
agrícola, ocorre a saturação das regiões tradicio-
nalmente ocupadas, como Sul e Sudeste, e a for-
mação de correntes migratórias cujo destino era a 
ocupação da última fronteira agrícola do país.
 Estão incorretas as alternativas: a: o ciclo da borra-
cha no século XIX definiu uma corrente migratória 
do Nordeste para a Amazônia; b: a política econô-
mica definida pelo governo Vargas – 1930 a 1945 
– priorizou a industrialização no Sudeste brasileiro; 
c: na década de 1960, a migração ocorreu priori-
tariamente do Nordeste para o Sudeste em razão 
da industrialização promovida pelo governo JK 
e para o Centro-Oeste com a criação de Brasília; 
d: a criação da Zona Franca de Manaus no governo 
militar (década de 1960) não alavancou migrações 
inter-regionais do centro-sul brasileiro.
2. c. A região 1 corresponde à região Norte, a segunda 
menos populosa da Brasil. A região 2 corresponde 
à região Nordeste, a segunda mais populosa do 
país. A região 3 corresponde à região Sul, a ter-
ceira mais populosa. Na atualidade, a população 
urbana predomina em todas as regiões do país. 
3. d. O mapa representa as migrações no Brasil cujos 
principais fluxos eram de nordestinos em direção 
ao Sudeste e à Amazônia. Também se destacam os 
migrantes sulistas em direção ao Centro-Oeste e à 
Amazônia. Esses fluxos foram intensos principal-
mente nas décadas de 1950 e 1980. A emigração de 
nordestinos para outras regiões foi decorrente da 
pobreza, maior desigualdade social, insuficiência de 
empregos, má distribuição de terras, além do agra-
vante da seca no Sertão semiárido. A partir da dé-
cada de 2000, com o maior crescimento econômico 
e geração de empregosno Nordeste, os fluxos de 
nordestinos para outras regiões se reduziram. 
4. a. Nos anos 2000 houve um crescimento da migra-
ção de retorno. Muitos brasileiros estão retornan-
do para suas regiões de origem. No Nordeste, 
grande parte dos imigrantes encontra-se nessa 
categoria. O fluxo de retorno está relacionado ao 
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crescimento econômico e geração de empregos em 
todas as regiões do país, o que estimula esse fluxo. 
5. a. A obra Oper‡rios, de Tarsila do Amaral (1933), é 
representativa do Modernismo brasileiro do início 
do século XX. Nela, observa-se a diversidade étni-
ca, os imigrantes, a multiplicidade cultural e a cres-
cente industrialização da metrópole de São Paulo 
naquele período. 
7. a. As migrações de brasileiros para o exterior foram 
expressivas ao longo da década de 1980. Os des-
locamentos mais significativos se dirigiram para os 
Estados Unidos, em razão de seu grande desen-
volvimento econômico; para a Europa ocidental, 
que oferecia maiores perspectivas de emprego 
em países como a Espanha e a Inglaterra; e para a 
Ásia, devido a migrações para o Japão, marcadas 
pela presença de descendentes de japoneses, os 
decasséguis, para trabalhar nas indústrias. Nas de-
mais alternativas, a Oceania e a África não receberam 
contingentes significativos de migrantes brasileiros. 
8. a. No início do século XX a emigração de japoneses 
para o Brasil foi decorrente de fatores como a alta 
densidade populacional, a crise socioeconômica 
no Japão e a carência de mão de obra na agricul-
tura brasileira no período do ciclo do café. A par-
tir da década de 1980, com a crise econômica e 
o desemprego no Brasil, os decasséguis (descen-
dentes de japoneses) passaram a emigrar para o 
Japão para trabalhar principalmente na indústria, 
em busca de melhores salários. 
 APROFUNDANDO O CONHECIMENTO
2. b. A partir da década de 2000, com o crescimento 
da economia brasileira, houve queda do desem-
prego e consequente aumento da demanda por 
trabalhadores nas mais diferentes áreas de atua-
ção, desde mão de obra pouco qualificada até 
engenheiros e professores. Após o terremoto no 
Haiti em 2010, o fluxo de haitianos para o Brasil 
em busca de melhores condições de vida e em-
prego aumentou. A maioria consegue empre-
go em setores como indústria, construção civil 
e serviços. 
5. c. Como mencionado na alternativa c, a migração 
inter-regional, especialmente dos retirantes nor-
destinos, está associada à disparidade socioeco-
nômica das regiões brasileiras. Estão incorretas as 
alternativas a, pois a causa da migração nordesti-
na é a situação de precariedade que caracteriza 
o sertão; b, pois a área de repulsão populacional 
do Nordeste não se caracteriza pela concentração 
industrial; e d, porque o retirante está associado às 
áreas do sertão e, portanto, rurais. 
ANOTA‚ÍES
 
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Módulo
OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES
• O processo histórico de formação das cidades 
brasileiras
• A urbanização acelerada
• A macrocefalia urbana
• Os problemas ambientais das grandes cidades 
do país
• H19 - Reconhecer as transformações técnicas e tec-
nológicas que determinam as várias formas de uso e 
apropriação dos espaços rural e urbano.
• Compreender o histórico de formação das cidades 
brasileiras.
• Entender os critérios para a definição do que é urbano 
no Brasil.
• Relacionar o processo de urbanização no Brasil, a partir 
dos anos 1950, com o processo de industrialização e 
com as transformações ocorridas no campo.
• Identificar os principais problemas socioambientais 
urbanos brasileiros, relacionando-os ao processo de 
urbanização.
Geografia urbana brasileira: 
o avan•o da urbaniza•‹o
INTRODUÇÃO
O censo demográfico realizado em 1970 revelou 
que o Brasil havia se tornado um país predominante-
mente urbano. Isso significa que, em algum momento 
da década de 1960, a população urbana do país supe-
rou a população rural. 
Estudar a geografia urbana do Brasil é estudar a reali-
dade de milhões de brasileiros. Para que as aulas referentes 
ao módulo se tornem atrativas, recomendamos que exem-
plos relacionados à própria cidade onde os alunos vivem 
ou à cidade onde a escola está situada sejam trazidos para 
discussão em sala de aula. Assim, os alunos poderão com-
preender os processos e os fenômenos urbanos estudados 
a partir da própria realidade.
Os conceitos apresentados nas aulas de Geografia ur-
bana na 1a série do Ensino Médio devem estar bem fixados. 
Pode ser importante retomá-los com a turma, destacando 
os múltiplos significados e contextos relacionados à urbani-
zação para a melhor compreensão do módulo.
ESTRATÉGIAS DE AULA
 AULA 1
Inicie a primeira aula com uma discussão sobre 
o que é o urbano. Solicite aos alunos que elaborem, 
individualmente, uma definição para o conceito. É muito 
provável que eles utilizem critérios funcionais para tal, 
definindo o urbano como uma área que apresenta 
atividades de comércio, serviços, etc. 
Leia com a turma o artigo “Como reconhecer uma 
cidade?”, de José Eli da Veiga, disponível na seção 
Material de apoio ao professor. A partir da leitura, 
esclareça que no Brasil não adotamos o critério funcional, 
mas sim o político--administrativo, o que estimula a 
ocorrência de maior quantidade de áreas consideradas 
urbanas. O Decreto-Lei n. 311 de 1938 regulamenta o que 
é urbano no país e define que toda a sede de distrito (vila) 
é urbana, assim como toda a sede de município (cidade). 
Vale a pena mencionar para os alunos os possíveis distritos 
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existentes na cidade onde a escola se localiza. Mostre que 
a delimitação das cidades e das vilas, portanto das sedes, 
é uma competência da Câmara de Vereadores de cada 
município.
Prossiga com o histórico da urbanização no Brasil ao 
longo do período colonial até a segunda metade do século 
XX, quando se inicia um forte êxodo rural provocado pela 
modernização do campo e pelas oportunidades de traba-
lho nas grandes cidades. Aqui é possível utilizar termos 
já estudados no Módulo 14, como “fatores de atração” e 
“fatores de repulsão” populacional. A retomada dos ter-
mos torna a aprendizagem mais eficaz.
Ao final da Aula 1, resolva com a turma a questão 2 
da seção Praticando o aprendizado. Para casa, suge-
rimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção 
Desenvolvendo habilidades, sobretudo a questão 1. 
Como aprofundamento facultativo, sugerimos a uti-
lização das questões da seção Aprofundando o conhe-
cimento.
 AULA 2
Utilize a segunda aula para trabalhar com os alunos 
problemas associados ao crescimento urbano acelerado. 
Esses problemas podem ser divididos em dois grandes 
grupos: os sociais e os ambientais.
Quanto aos problemas sociais, sugerimos destacar 
que a macrocefalia urbana é um fenômeno típico das 
cidades de países subdesenvolvidos que passaram por 
rápida urbanização. Nessas cidades o dinamismo eco-
nômico não foi suficiente para que o mercado de tra-
balho formal absorvesse o grande contingente de mão 
de obra. Com isso, a parcela da população não absor-
vida pelo mercado acaba encontrando opções no setor 
terciá rio informal. Trata-se de empregos precários, sem 
estabilidade nem direitos trabalhistas. Dê exemplos, 
como o comércio ambulante, o trabalho doméstico dia-
rista ou o popular “bico” – expressão muito utilizada no 
Brasil para designar qualquer trabalho temporário, sem 
qualquer vínculo empregatício. 
Ressalte também que a utilização do transporte ro-
doviário, sobretudo do transporte individual, sempre foi 
muito estimulada em nosso país. No entanto, com o re-
cente aumento do poder de compra dos brasileiros,maior 
facilidade de crédito e incentivos fiscais – como a redução 
do IPI para a compra de veículos automotores –, além da 
carência de investimentos no transporte público nas cida-
des, percebemos uma expansão das vendas de carros, o 
que tem contribuído para o problema do trânsito caótico. 
Entre 2001 e 2011, a quantidade de automóveis nas re-
giões metropolitanas no Brasil saltou de 11,5 milhões para 
20,5 milhões. 
Quanto aos problemas ambientais, cabe ressaltar que, 
segundo a Lei n. 12.305/10, que institui a Política Nacional 
de Resíduos Sólidos  (PNRS), os municípios brasileiros ti-
nham até o ano de 2014 para eliminar os lixões a céu aber-
to, destinando todo o lixo para aterros sanitários. No en-
tanto, muitos lixões continuaram ativos e poucos aterros 
sanitários foram criados. Os municípios alegaram poucos 
recursos para a implementação dos aterros sanitários. As-
sim, o prazo para a substituição foi prorrogado para entre 
2018 e 2021, de acordo com o município.
Outro problema são as enchentes, cuja ocorrência 
está relacionada à presença de climas úmidos e elevados 
índices de pluviosidade. No entanto, ressalte que esse 
problema vai além da questão climática quando conside-
ramos a ação humana nas cidades. É possível relacionar 
a pressão que o capital imobiliário exerce para que cada 
vez mais espaços na cidade estejam disponíveis para a 
construção de moradias, fazendo com que obras de re-
tificação e canalização dos rios sejam cada vez mais fre-
quentes. Os impactos dessas ações alteram o ciclo da 
água. Rios retificados e canalizados tendem a apresentar 
maior aporte de água na foz, além de maior quantida-
de de sedimentos que deixam de ser retidos ao longo 
do seu curso, provocando maior assoreamento da foz. 
Ambas as situações contribuem para a ocorrência das 
enchentes, sem mencionar a problemática do lixo, que 
obstrui a passagem da água nos bueiros e nas galerias 
pluviais. É importante relacionar o problema das enchen-
tes ao risco que elas podem trazer, pois estão associadas 
à destruição da infraestrutura urbana. Constantemen-
te percebemos cabos de eletricidade em contato com 
áreas inundadas, o que pode causar eletrocução. Ainda 
há o perigo da contração de doenças transmitidas pela 
água contaminada, como a leptospirose. 
De maneira análoga ao problema das enchentes, 
os movimentos de massa ocorrem a partir dos elevados 
índices pluviométricos em áreas de terrenos íngremes. 
Todavia, é importante destacar, mais uma vez, o papel 
da ação humana neste processo. A especulação imobi-
liária e a precariedade dos investimentos em habitação 
popular em todo o Brasil estimulam a ocupação de áreas 
impróprias para moradias, como morros e encostas que, 
uma vez desmatadas, tornam-se áreas de risco de desli-
zamentos de terra. 
Ao final da Aula 2, resolva com a turma a questão 3 da 
seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos 
que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol-
vendo habilidades, sobretudo a questão 5. 
Como aprofundamento facultativo, sugerimos a 
utilização das questões da seção Aprofundando o co-
nhecimento.
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ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Os alunos podem ser divididos em grupos e orientados 
a elaborar um painel com fotos da cidade onde a escola 
está situada, no passado e no presente. Recomendamos 
que pesquisem imagens de um mesmo local em diferentes 
momentos, para que analisem a evolução urbana da cidade e 
os possíveis problemas decorrentes das diversas intervenções 
realizadas na paisagem. Com os painéis prontos, auxilie os 
grupos a organizarem uma pequena exposição para ser 
apresentada aos demais alunos da escola. 
MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR
LIVROS E ARTIGOS
BORBA, Robinson A. V. Planejamento estratégico e desen-
volvimento local: uma aplicação na cidade de Londrina. In: 
COSTA, Armando J. D.; GRAF, Márcia E. C. (Org.). Estraté-
gias de desenvolvimento urbano e regional. Curitiba: Juruá, 
2010.
CANHOLI, Aluísio P. Drenagem urbana e controle de en-
chentes. São Paulo: Oficina de Textos, 2005.
DIAMOND, Jared M. Colapso: como as sociedades esco-
lhem o fracasso ou o sucesso. Rio de Janeiro: Record, 2012.
HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São 
Paulo: Annablume, 2005.
ORTIGOZA, Sílvia A. G. Desenvolvimento socioespacial e 
dinâmica urbana. In: BIZELLI, José L.; FERREIRA, Darlene 
A. O. (Org.). Governança pública e novos arranjos de gestão. 
São Paulo: Jacintha Editores, 2009.
SOUZA, Marcelo L. ABC do desenvolvimento urbano. Rio 
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 
______. Mudar a cidade:  uma introdução crítica ao pla-
nejamento e à gestão urbana. Rio de Janeiro: Bertrand 
Brasil, 2002.
VASCONCELLOS, Eduardo A. Mobilidade urbana e cidada-
nia. São Paulo: Senac, 2012.
______. Transporte e meio ambiente: conceitos e informa-
ções para análise de impactos. São Paulo: Annablume, 
2008.
______. Transporte urbano no Brasil. Le monde Diploma-
tique Brasil, 2012b. Disponível em: <www.diplomatique.
org.br/artigo.php?id=1181>. Acesso em: 14 set. 2016.
 I. O QUE É URBANO NO BRASIL?
 ➜ Critério político-administrativo
• Sede de município (cidade)
• Sede de distrito (vila)
 Obs.: Década de 1960: a população urbana supera a 
população rural
 II. HISTÓRICO DE CRESCIMENTO DAS CIDADES
 ➜ Período colonial
• Fundação de cidades e vilas
 ➜ Século XIX
• Lei Eusébio de Queirós (1850): estímulo à imigração
- Parte dos imigrantes fica nas cidades
 ➜ Século XX
• Década de 1930: maior desenvolvimento industrial 
- Aumento da população nas cidades (oferta de 
empregos) 
• Décadas de 1950 a 1970: 
- Intenso êxodo rural (modernização do campo)
- Industrialização e urbanização intensas no Sudes-
te (oferta de emprego)
 III. PROBLEMAS ASSOCIADOS AO CRESCIMENTO 
 URBANO
 ➜ Sociais
• Macrocefalia urbana
- Inchaço populacional desacompanhado de plane-
jamento
- Hipertrofia do setor terciário
- Favelização 
- Trânsito caótico
 ➜ Ambientais
• Lixo urbano
• Movimentos de massa
• Enchentes
• Ilhas de calor
• Inversão térmica
 SUGESTÃO DE QUADRO
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TEXTO
Como reconhecer uma cidade?
Bom senso prefere critérios funcionais, aos estruturais, para 
determinar o que é urbano e rural
Até tribos foram consideradas urbanas pelos Censos feitos 
entre 1940 e 2000
Saborosa nota intitulada “Urbano ou Rural?” foi destaque 
da coluna Radar, assinada por Lauro Jardim na revista Veja. 
Ela apresenta o caso extremo de União da Serra (RS), mu-
nicípio de 1900 habitantes dos quais 286 são considerados 
urbanos por residirem na sede do município, ou nas sedes de 
seus dois distritos. A investigação da revista apontou as se-
guintes evidências: a) “a totalidade dos moradores sobrevive 
de rendimentos associados à agropecuária”; b) “a ‘população’ 
de galinhas e bois é 200 vezes maior que a de pessoas”; c) 
“nenhuma residência é atendida por rede de esgoto”; d) “não 
há agência bancária”.
Os comentários não poderiam ser melhores. Demons-
tram que o bom senso sempre dá preferência aos critérios 
funcionais, em vez de estruturais, quando a questão é de-
terminar se parte de um município como União da Serra 
pode ser considerada urbana. Ao fazer perguntas sobre a 
base das atividades econômicas dos moradores, e sobre a 
existência de esgoto ou de agência bancária, a reportagem 
revela que não é razoável o critério estrutural em vigor se-
gundo o qual urbano é todo habitante que reside no interior 
dos perímetros delineados pelas Câmaras Municipais em 
torno de toda e qualquer sede de município ou de distrito. 
Infelizmente é assim que o Brasil conta a sua população 
urbana desde o auge do Estado Novo, quando Getulio Var-
gas baixou o decreto-lei 311/38. Até tribos indígenas foram 
consideradas urbanas pelos censos demográficos realizados 
entre 1940 e 2000.
Outra prova

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