Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA (RPA) Profª Vivian Nunes Enfermagem Centro Cirúrgico Cephas SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA (RPA) O período de recuperação pós-anestésica é considerado crítico, uma vez que o paciente passa por um procedimento cirúrgico e recebe drogas anestésicas, exigindo vigilância constante . SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA (RPA) A SRPA é o local destinado a receber pacientes em pós-operatório imediato submetidos às anestesias geral e/ou locorregional, onde são implementados cuidados intensivos, até o momento em que o paciente esteja consciente, com reflexos protetores presentes e com estabilidade de sinais vitais; Para tanto, são necessários recursos técnicos e recursos humanos especializados que deem suporte para prevenção, detecção e implementação precoce dos cuidados específicos NORMATIZAÇÃO O serviço da SRPA, funciona de acordo as regulamentações da Resolução nº 1.363/93 do Conselho Federal de Medicina, nas quais todos os pacientes submetidos a anestesia geral, regional e/ou sedação deverão ser removidos para a Sala de Recuperação Pós-Anestésica em seu pós-operatório imediato. Nela encontram-se todos os recursos necessários de monitorização: oxímetro de pulso, monitor cardíaco, pressão arterial ; entre outros equipamentos . OBJETIVOS Os objetivos e vantagens da Sala de Recuperação Pós-Anestésica incluem prevenção e detecção precoce das possíveis complicações pós-anestésicas e pós-cirúrgicas, assistência de enfermagem especializada a pacientes submetidos a diferentes tipos de anestesias e cirurgias, maior segurança ao paciente, equipe médica e de enfermagem, racionalização de pessoal, eficiência dos recursos humanos e utilização de terapêuticas especializadas, além de servir de campo de aprendizagem para alunos da área da saúde. PLANTA FÍSICA Localização próxima ao centro cirúrgico; Temperatura; Ventilação e iluminação adequadas; Facilidade para a limpeza; Espaço adequado (metragem mínima de 25 m²); Os leitos devem estar dispostos de maneira que os pacientes possam ser observados de qualquer ângulo da sala; Portas amplas; Fonte oxígênio constante; Estantes e armários para depósito de equipamentos e materiais. ADMISSÃO NA SRPA Após o término do procedimento cirúrgico, o paciente deve ser encaminhado a SRPA; Transporte na maca; O médico anestesiologista que realizou o procedimento e a circulante da sala (que também estava presente durante todo o período), devem acompanhar o transporte do paciente para a SRPA; ADMISSÃO NA SRPA Conferir a identificação do paciente; Diagnóstico médico e tipo de cirurgia realizada; Permeabilidade de vias aéreas e SSVV; Histórico médico progresso e alergias; Anestésicos e outros medicamentos utilizados durante o ato cirúrgico; Intercorrências que tenham ocorrido na sala de cirurgia; Líquidos administrados, perdas sanguíneas; Equipos, drenos, cateteres e outros dispositivos POTENCIAIS COMPLICAÇÕES NA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA Dor: avaliar e quantiicar, posicionar corretamente paciente no leito e utilizar coxins, auxiliar mudança de decúbito e administrar terapia álgica prescrita; Complicações respiratórias: hipóxia, obstrução de vias aéreas superiores, hipoventilação, apnéia, broncoaspiração; Monitorar sinais vitais, elevar decúbito de 30º a 45º, estimular respiração profunda, aumentar oferta de oxigênio, se necessário, desobstruir vias aéreas, manter disponível material para intubação e ventilação; Checar carrinho de reanimação a cada plantão; Complicações cardiovasculares: Hipertensão e hipotensão arterial, arritmias, choque hipovolêmico; POTENCIAIS COMPLICAÇÕES NA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA Verificar nível de consciência, verificar pressão arterial com um manguito de tamanho adequado à circunferência do braço, providenciar acesso venoso adequado, elevar membros inferiores (se hipotensão com pressão arterial sistólica - PAS < 90mmHg), observar queixa dolorosa e retenção urinária (se hipertensão com PAS > 160mmHg), manter monitorização (através do monitor de multiparâmetros), repor líquidos (se sinal hipovolemia PAS < 90mmHg e diminuição da diurese – contatar o anestesiologista de plantão), observar sinais de sangramento, realizar balanço hídrico; POTENCIAIS COMPLICAÇÕES NA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA Hipotermia (temperatura - T < 36 ° C): manter paciente coberto, observar alterações de ECG e oximetria, administrar soluções endovenosas aquecidas, trocar roupas molhadas, utilizar colchão ou manta térmica, se disponível; Hipertermia (T > 38 °C): fazer compressas frias, controlar temperatura, infundir líquidos em temperatura ambiente; Náuseas e vômito: manter cabeça lateralizada e decúbito elevado se possível, evitar mudanças bruscas de decúbito, manter a permeabilidade das vias aéreas e sondas, manter oxigenação, oferecer higienização da boca e trocar roupas se vômito; POTENCIAIS COMPLICAÇÕES NA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA Complicações renais: Oligúria - fazer balanço hídrico, controlar Pressão arterial (PA), observar características diurese; Poliúria - controle hídrico, PA, glicemia; Retenção urinária: observar presença de globo vesical aumentado e queixa dolorosa, realizar medidas mecânicas, se não resolver proceder sondagem vesical de alívio. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Realizar exame físico (competência do enfermeiro); Monitorar frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA), temperatura, saturação de oxigênio, nível de consciência e dor; Promover conforto e aquecimento; Verificar condições do curativo (sangramentos), fixação de sondas e drenos; Anotar débitos de sondas e drenos; Fazer balanço hídrico (se necessário); Observar dor, naúsea e vômito; Administrar analgésicos, antieméticos e antibióticos cpm; CUIDADOS DE ENFERMAGEM Manter infusões venosas e atentar para infiltrações e irritações cutâneas; Observar queixas de retenção urinária; Minimizar fatores de estresse; Orientar o paciente sobre o término da cirurgia, garantir a sua privacidade e zelar por sua segurança; Comunicar ao anestesiologista de plantão ocorrências que podem ocorrer; Aplicar a Escala de Aldrete e Kroulik para estabelecer os critérios de alta da SRPA; Aplicar a Escala de Bromage nos pacientes que foram submetidos a anestesias regionais (raqui ou peridural) para estabelecer os critérios de alta da SRPA somando aos critérios da Escala de Aldrete e Kroulik . ESCALA DE ALDRETE E KROULIK Em 1970, Aldrete e Kroulik propuseram um sistema numérico de avaliação pós-anestésica permitindo uma coleta de dados com critério definido realizada pela enfermeira da RA. A partir de então, muitas Salas de Recuperação Pós Anestésicas incorporaram esse sistema de avaliação numérica no exame inicial de admissão do paciente na RA e em intervalos regulares até o momento da alta, sendo o mais utilizado atualmente; O sistema de Aldrete–Kroulik permite avaliação dos seguintes parâmetros: atividade do paciente, respiração, circulação, consciência e saturação de oxigênio; Atribui-se uma pontuação que varia de 0 a 2 para cada parâmetro, na qual o 0 indica condições de maior gravidade, o 1 corresponde a um nível intermediário e o 2 representa a melhor função. ESCALA DE BROMAGE CRITÉRIOS DE ALTA DA SRPA Valor da escala de Aldrete e Kroulik acima de 8; Valor da escala de Bromage 2, 1 ou 0, em pacientes que foram submetidos a anestesia reginal (Raquianestesia ou Peridural), ou seja, pelo menos consegue mover o pé; Estabilidade dos sinais vitais, comparada com os sinais vitais de enfermaria ou da admissão; Orientação do paciente no tempo e espaço; Ausência de sangramento ativo e retenção urinária; Ausência de náusea e vômito; Dor sob controle; Força muscular que favoreça respiração profunda e tosse;
Compartilhar