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PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS Proteínas são polimetos de moleculas menores denominados aminoácidos. Todo aminoácido possui um grupo carboxilico (- COOH), um grupo amino (-NH2) e um hidrogênio ligado ao mesmo carbono. A quarta ligação do carbono é um grupo de radical (R) O nitrogênio (N) do grupo amino faz das proteínas nossa principal fonte dietética de nitrogênio. Aminoácidos essenciais: triptofano, valina, fenilalanina, treonina, lisina, isoleucina, leucina e metionina, arginina e a histidina. – Adquiridos pela alimentação. Aminoácidos não essenciais: alanina, asparagina, ácido aspártico, ácido glutâmico, cisteína, glutamina, glicina, prolina, serina, tirosina e histidina (considerada um aminoácido semiessencial, pois crianças podem não conseguir suprir todas suas necessidades de histidina somente através da produção interna). Principais funções das proteínas: Construção de tecidos; Atuação no transporte de substâncias; Composição de anticorpos e participação na defesa do organismo; Ação catalisadora de reações químicas; Composição de fluidos produzidos pelo corpo; Promoção de elasticidade dos tecidos; Regulação e composição de hormônios LIGAÇÕES PEPTIDICAS E CADEIAS PEPTIDICAS 1. O nitrogênio do radical amino de um aminoácido se liga ao carbono da radical carboxila de outro aminoácido. 2. Um íon hidrogênio é liberado do radical amino e um íon hidroxila é liberado da radical carboxila; 3. Esses dois íons se combinam para formar uma molécula de água. 4. Depois que a ligação peptídica se formou, um radical amino e um radical carboxila ainda se encontram nas extremidades opostas dessa nova e mais longa molécula. 5. Cada um desses radicais é capaz de se combinar aos aminoácidos adicionais, a fim de formar cadeia peptídica. A média é cerca de 400 aminoácidos. Diferentes ligações na molécula proteica: Algumas moléculas proteicas são compostas por muitas cadeias peptídicas, em vez de uma cadeia simples, e essas cadeias estão unidas umas às outras por outras ligações, frequentemente, por pontes de hidrogênio, entre os radicais CO e NH dos peptídeos. Muitas cadeias peptídicas estão enroladas ou dobradas, e sucessivos enrolamentos ou dobraduras são mantidos em tensa espiral ou em outros formatos, por meio de pontes de hidrogênio semelhantes. TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DOS AMINOÁCIDOS Aminoácidos no sangue: a concentração normal está em 35 e 65 mg/dL, que é a média de 2mg/dL para cada 20 aminoácidos. Uma vez que os aminoácidos são ácidos relativamente fortes, estão no sangue de forma ionizada, resultando na remoção de um H+ no radical NH2., sendo equivalente a 2 ou 3 miliequivalentes de íons negativos no sangue. Destino dos aminoácidos absorvidos no trato gastrointestinal: A digestão e absorção é quase inteiramente aminoácidos. Esse processo dura em média 2 a 3 horas, sendo pequenas partes de aminoácidos absorvidos por vezes. Depois da entrada no sangue, o excesso de aminoácidos é absorvido dentro de 5 a 10 minutos pelas células do fígado principalmente – Grandes quantidades nunca se acumulam no sangue e nos líquidos teciduais. Transporte ativo de aminoácidos para o interior das células: As moléculas de todos os aminoácidos são grandes demais para se difundirem com facilidade através dos poros das membranas celulares, portanto, e utilizado o transporte facilitado ou ativo, com mecanismos transportadores. Limiar renal para os aminoácidos: Nos rins, os diferentes aminoácidos podem ser reabsorvidos através do epitélio tubular proximal, por transporte ativo secundário, que os remove do filtrado glomerular devolvendo-os ao sangue, se eles forem filtrados para os túbulos renais através das membranas glomerulares. Existe um limite superior para a intensidade com que cada tipo de aminoácido pode ser transportado. Por essa razão, quando a concentração de tipo particular de aminoácido fica muito elevada no plasma e no filtrado glomerular, o excesso que não pode ser ativamente reabsorvido é perdido pela urina. Armazenamento de aminoácidos como proteínas na célula: os aminoácidos se combinam um com os outros por ligações peptídicas sob direção do RNA mensageiro celular e do sistema ribossômico, para formar as proteínas celulares. As concentrações de aminoácidos livres no interior da maioria das células permanecem baixas. O armazenamento em grande quantidade não ocorre nas células. A forma de armazenamento é a formação de proteínas verdadeiras que podem ser rapidamente decompostas por enzimas digestivas lisossômicas intracelulares, sendo então, esses aminoácidos transportados as células para o sangue. O fígado, que é um órgão volumoso e que tem sistemas especiais de processamento dos aminoácidos, pode estocar grande quantidade de proteínas, rapidamente intercambiáveis. Outro importante armazenamento, em menor quantidade, é nos rins e na mucosa intestinal. Liberação dos aminoácidos das células como meio de regulação da concentração plasmática de aminoácidos: Quando as concentrações plasmáticas de aminoácidos caem abaixo dos níveis normais, há uma reposição dos aminoácidos necessários para recompor o suplemento plasmático. A concentração de cada aminoácido é mantida razoavelmente constante. Hormônios glicocorticoides adrenocorticais elevam as concentrações dos aminoácidos plasmáticos. Equilíbrio reversível entre as proteínas das diferentes partes do corpo: Há um constante intercambio e equilíbrio entre os aminoácidos plasmáticos e as proteínas lábeis em todas as células do corpo. Os aminoácidos sanguíneos são utilizados para suprir as necessidades proteicas dos tecidos e são repostos pela degradação de proteínas, principalmente aquelas armazenadas no fígado. Limite superior para o armazenamento de proteínas: O excesso de aminoácidos em circulação é degradado em energia, gordura ou glicogênio sendo estocados sob essas formas. PAPÉIS FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS Albumina: produz pressão coloidosmótica no plasma, impedindo que o plasma vaze. Globulinas: Realizam várias funções enzimáticas o plasma e são as principais responsáveis pela imunidade natural e adquirida contra os invasores. Fibrinogênio: se polimeriza em longos filamentos de fibrina durante a coagulação sanguínea. Formação das proteínas plasmáticas: São formadas, principalmente, a partir do fígado. 20 a 50% das globulinas são formadas nos tecidos linfoides. As proteínas plasmáticas como uma fonte de aminoácidos para os tecidos: Quando os tecidos ficam esgotados, as proteínas do plasma atuam na rápida reposição. As proteínas plasmáticas podem ser assimiladas em totalidade pelos macrófagos teciduais – pinocitose – o qual são clivadas em aminoácidos e transportadas para qualquer tecido. As proteínas plasmáticas funcionam como um constante deposito proteico. Aminoácidos não essenciais: Os precursores de formação dos aminoácidos não essenciais são os a-cetoácidos adequados. Por processo de transaminação, um radical amino é transferido para o a-cetoácido, e o oxigênio ceto é transferido para o doador do radical amino. A transaminação é promovida por diversas enzimas derivadas da piridoxina – vitamina B6 A glutamina: responsável pelo deposito de radicais amino. Uso de proteínas como energia: Uma vez que as células tenham estocados proteínas até seu limite, qualquer aminoácido adicional nos líquidos corporais será degradado e utilizado como energia ou armazenamento – gordura ou glicogênio. Essa degradação ocorre inteiramente no fígado. Desaminação: remoção dos grupos amino dos aminoácidos. Ocorre por meio da transaminação É a transferência do grupo amino para alguma substancia receptora É o oposto da transaminação que relaciona-se com a síntese de aminoácidos. Formação de Ureia pelo fígado: a amônia liberadadurante a Desaminação dos aminoácidos é removida do sangue devido a conversão em ureia. Duas moléculas de amônia e uma molécula de dióxido de carbono se combinam. Toda ureia no corpo é sintetizada no fígado e quando há a deficiência do órgão, há um acumulo no sangue de ureia. Após a formação da ureia, se difunde dos hepatócitos para os fluidos corporais e é excretada pelos rins. Oxidação dos aminoácidos desaminados: os cetoácidos resultantes podem ser oxidados e liberar energia para propósitos metabólicos. Cetoácido é transformado em substância química apropriada para poder entrar no ciclo do ácido cítrico Essa substância é degradada pelo ciclo e utilizada para produção de energia, do mesmo modo como a acetilcoenzima A (acetil-CoA), derivada dos carboidratos e do metabolismo lipídico. Gliconeogênese e Cetogênese: Alguns aminoácidos desaminados são semelhantes a alguns substratos utilizados pelas células, em especial os hepatócitos, o qual formam glicose ou ácido graxo. Gliconeogênese: conversão de aminoácidos em glicose ou glicogênio. Cetogênese: conversão de aminoácidos em ácidos graxos ou cetoácidos. Degradação obrigatória das proteínas: quando não a alimentação com a quantidade de proteínas adequada, há uma degradação de aminoácidos e então uma desaminada e oxidada. Em média diária, 20 a 30 gramas de proteínas devem ser ingeridas para evitar perda afetivas de proteínas corporais. Se algum tipo de aminoácido essencial estiver em baixa concentração, os outros se tornam inúteis, uma vez que as células sintetizam proteínas completas. Os aminoácidos inutilizados são desaminados e oxidados. A proteína que tenha uma proporção de aminoácidos diferente da média é denominada proteína parcial ou incompleta e possui uma desvalorização nutricional REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO PROTEÍCO Hormônio de crescimento – aumenta a síntese de proteínas celulares (teciduais). Há aumentado o transporte de aminoácidos, através das membranas celulares, da aceleração da transcrição do DNA e RNA e dos processos de tradução para a síntese proteica, ou da diminuição da oxidação de proteínas teciduais. A insulina é necessária para a síntese proteica – a insulina acelera o transporte de alguns aminoácidos para as células, contribuindo para o estimulo da síntese. Além disso, reduz a degradação de proteínas e aumenta a disponibilidade de glicose para as células, poupando a necessidade de fonte energética com os aminoácidos. Os glicocorticoides aumentam a degradação da maior parte das proteínas teciduais – os glicocorticoides secretados pelo córtex adrenal reduzem a quantidade de proteínas nos tecidos enquanto aumentam a quantidade de concentração dos aminoácidos no plasma, assim Os carboidratos e as gorduras corporais são consideradas poupadores de proteínas, pois são preferíveis na formação de energia. como aumentam as proteínas hepáticas e as plasmáticas. A testosterona aumenta a deposição proteica nos tecidos – provoca deposição proteica nos tecidos de todo organismo em especial nas proteínas contábeis dos músculos. Estrogênio – de forma reduzida, provoca algumas deposições proteicas. Tiroxina aumenta o metabolismo das células – provoca rápidas degradações proteicas e utiliza como energia. Se quantidades adequadas de carboidratos e gorduras estiverem disponíveis e aminoácidos em excesso pode provocar síntese proteica no fígado. Referência: GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Muitos aminoácidos são neurotransmissores ou precursores de neurotransmissores, ou antagonista deles. Alguns defeitos genéticos no metabolismo dos aminoácidos podem causar prejuízo no desenvolvimento neural e deficiência intelectual A fenilalanina-hidroxilase é uma enzima da via catabólica da fenilalanina, responsável pela doença da Fenilcetonúria – PKU quando está em déficit. Fenilalanina é um aminoácido essencial A causa da Fenilcetonúria é os níveis elevados de fenilalanina no sangue devido à ausência ou falta da fenilalanina-hidroxilase. 1. A felilalanina-hidroxilase é uma enzima da classe de oxidases de função mista que catalisam simultaneamente a hidroxilação de um substrato por um átomo de O2 d a redução de outro em átomo de oxigênio em água. 2. A fenilalanina requer um cofator tetra- hidrobiopterina, que transfere os elétrons da NADPH ao oxigênio, oxidando-se a hidrobiopterina no processo. 3. Esse cofator é reduzido pela enzima di- hidrobioterina-redutase, em uma reação que requer NADPH 4. Nas pessoas com Fenilcetonúria, há uma rota secundaria do metabolismo da fenilalanina, o qual a fenilalanina sofre transaminação com o piruvato, produzindo fenilpiruvato. 5. A fenilalanina e o fenilpiruvato acumulam-se no sangue nos tecidos e são excretados na urina, o qual possui um odor característico O acúmulo de fenilalanina e de seus metabolitos prejudica o desenvolvimento cerebral devido a competição com outros aminoácidos pelo transporte através da barreira hematoencefálica, o qual reduz os metabolitos necessários. A Fenilcetonúria também pode ser causada pelo defeito na enzima tetra-biopterina, o qual é os precursores da dopamina, serotonina noradrenalina. Referência: LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7. ed. São Paulo: Artmed, 2018.
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