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1 MÁ POSTURA NA EMPRESA BIC DA AMAZONIA Acadêmicos Suliete de Souza Lopes Ana Paula Nunes Ewerton Moldes Lanna Pereira Professor-Tutor Externo Luiz André Martins Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso (SEG0270) – Prática do Módulo I Tipologia: Real 13/11/2014 RESUMO A incidência de patologias ocupacionais vêm crescendo muito e atingindo os mais diversos tipos de trabalhadores, gerando a necessidade de adaptações ergonômicas, em uma proposta educativa e preventiva das doenças ocupacionais, o presente estudo teve por objetivo geral verificar a incidência de desconfortos e alterações posturais decorrentes de uma má postura, durante a realização das atividades diárias e, especificamente, determinar o perfil dos funcionários da Bic da Amazônia, a possível existência de relação, ou não, da má postura. A pesquisa se caracterizou como sendo do tipo descritiva quantitativa. A amostra constou de 18 funcionários da BIC, com faixa etária variando entre 21 a 36 anos, sendo predominantemente do sexo masculino. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário semiestruturado, contendo questões abertas e fechadas, além de uma escala de desconforto corporal e uma avaliação postural. No tratamento dos dados utilizou-se a estatística descritiva. A partir dos dados coletados, chegou-se ao seguinte resultado: os funcionários exercem suas atividades sob condições ergonômicas inadequadas, o que influencia diretamente a sua saúde. Diante deste quadro, conclui-se que se faz necessária a conscientização do próprio trabalhador, promovendo-se as adaptações ergonômicas necessárias, evitando assim, o risco de lesões decorrentes do trabalho. Palavra – chave: Postura, Desconforto Corporal. INTRODUÇÃO. A má postura, dores lombares e cervicais que estão muitas vezes relacionados à má postura no trabalho, causando queda na produtividade. Desde a 2 forma como as pessoas se posicionam até a quantidade de horas que elas permanecem na mesma posição são alguns dos vilões que acarretam em sintomas como cansaço muscular, fadiga e até dor de cabeça. O volume de afastamentos demonstra que a NR-17, norma do Ministério do Trabalho que trata especificamente da postura ou ergonomia, ainda é pouco aplicada no mercado de trabalho. A incidência de patologias ocupacionais vêm crescendo muito e atingindo os mais diversos tipos de trabalhadores, gerando a necessidade de adaptações ergonômicas, em uma proposta educativa e preventiva das doenças ocupacionais, o presente estudo teve por objetivo geral verificar a incidência de desconfortos e alterações posturais decorrentes de uma má postura, durante a realização das atividades diárias e, especificamente, determinar o perfil dos funcionários da Bic da Amazônia, do setor Acessoria da Tecnologia de Montagem de produtos; a possível existência de relação, ou não, da má postura com distúrbios osteomusculares; verificar as condições de trabalho; verificar a incidência de desconfortos corporais e problemas posturais, relacionados ao ambiente de trabalho; identificar as principais regiões do corpo que são acometidas por desconfortos e problemas posturais; constatar a relação entre a má postura, o desconforto corporal e o absentismo. POSTURA E AGRAVOS À SAÚDE RELACIONADOS AO TRABALHO: A postura sentada associada à dificuldade para acomodação de joelhos, pernas e pés, a compressão da face posterior dos músculos da coxa e da panturrilha, provocada por inadequação de mobiliário, layout, arranjo físico e outras características das atividades de trabalho, comprometem o conforto circulatório, podendo gerar distúrbios deste sistema. Segundo Nascimento (2000) o aumento da produtividade, redução dos custos e introdução de novas tecnologias, impõe aos trabalhadores alterações significativas na sua forma de trabalhar. A partir do momento que o funcionário passa a adotar uma má postura formando vícios posturais, durante a atividade e realizando-as de forma repetitiva por um longo período, ele passa a estar propenso a desenvolver distúrbios osteo- 3 neuro-musculares, sendo que o primeiro sinal do distúrbio é a dor, podendo avançar para retrações musculares, rigidez articular e desvios posturais. Uma adequação do trabalho ao trabalhador oferece inúmeras vantagens para empregador e empregado, tais como: melhora da qualidade de vida de seus empregados; diminuição dos gastos com assistência médica; aumento da eficiência do trabalho humano; diminuição da rotatividade no quadro de funcionários da empresa (aproveitamento da qualificação profissional); maior proteção legal à empresa, contra possíveis processos de empregados; aumento da produtividade; melhor imagem e melhor ambiente de trabalho. Além das vantagens ao empregado como: diminuição da fadiga e desconforto físico; diminuição do estresse e maior estabilidade emocional; favorecimento da socialização do trabalhador junto ao grupo de trabalho; maior eficiência no trabalho; diminuição da incidência de doenças ocupacionais; melhora da qualidade de vida. A postura é uma atitude adotada pelo corpo; a disposição do corpo no espaço. Uma postura natural deve ser aquela que, segundo os princípios da biomecânica, as articulações ocupem posição neutra, ou seja, sem movimentos, por exemplo, de extensão ou flexão ou inclinação. Deve ser uma postura que não exija grande esforço para mantê-la e assim não prejudique o organismo, não crie sobrecargas funcionais ou condições que a longo ou curto prazo possam originar processos patológicos (Queiróz 1998). Postura é a posição assumida pelo corpo por meio da ação integrada dos músculos operando para contra-atuar com a força da gravidade ou quando mantida durante inatividade muscular. Além dos mecanismos intrínsecos que influenciam a postura, como é o caso, principalmente do sistema muscular, fatores extrínsecos, tais como a superfície de sustentação, precisam também ser considerados, uma vez que o modo como elas são construídas torna-se um aspecto importante que influencia as posturas da coluna. Muitas posturas são naturalmente assumidas durante o curso das 24 horas, sendo consideradas apenas aquelas de uso mais corrente: sentado, alternado e em pé (Oliver e Middletich (1998). 4 O avanço tecnológico deve se dar para servir o homem e não para que o homem se torne seu escravo. [...] Muitas situações de trabalho e da vida cotidiana são prejudiciais à saúde. Às doenças do sistema músculo- esquelético (principalmente dores nas costas) e aquelas psicológicas (estresse, por exemplo) constituem a mais importante causa de absentismo e ao de incapacitação ao trabalho, (DUL e WEERDMEESTER, 1995, p.15). As crescentes alterações tecnológicas vêm contribuindo ao longo dos anos para que o homem adote um estilo de vida sedentário. Iida (1998) concorda e relata que as máquinas vem substituindo o homem em diversas tarefas, levando o homem a realizar atividades sedentárias, ou de pouca qualidade na execução dos movimentos. Segundo Miranda (2000) anatomicamente a coluna vertebral é dividida em regiões que se chamam coluna cervical, coluna torácica, coluna lombar, o sacro e cóccix. De acordo com Hall (1993) as capacidades de movimento da coluna como uma unidade são as de uma articulação esferoidal, com movimentos em três planos, incluindo a circundução. O arco de movimento da coluna está relacionado com a idade, sofrendo um decréscimo de aproximadamente 50% desde a adolescência até idades avançadas. A coluna vertebral assume três funções biomecânicas de acordo com Rodrigues e Guimarães (1998): - eixo de suporte do corpo; - proteção da medula espinhal e das raízes nervosas; - eixo de movimentação do corpo. As vértebras são pequenos ossos com o orifício central, que alinhados uns sobre os outros compõem a coluna vertebral. Os músculos esqueléticos podem realizardois tipos de trabalho: o estático e o dinâmico. O trabalho estático exige contração contínua de alguns músculos, para manter uma determinada posição. Seu grande risco é o de fadiga, pois o músculo, ao contrair-se, aumenta a pressão interna dos capilares (vasos transportadores de O2, de onde o músculo retira o subproduto do metabolismo). Com este aumento de pressão, os capilares sofrem um estrangulamento, já que suas paredes são finas e a 5 pressão sanguínea do músculo é baixa, resultando em um músculo sem irrigação sanguínea, não conseguindo mais manter o trabalho. Ao passo que, se houvesse contração e relaxamento alternado, o músculo funcionaria como uma bomba de sangue ativando a circulação. Neste caso, o músculo receberia mais oxigênio, aumentaria sua capacidade de trabalho, trabalho este que se denominaria dinâmico (NASCIMENTO, 2000). O sistema musculoesquelético cumpre suas funções biomecânicas através de posturas e movimentos que ocorrem através da sua estruturação basicamente através de sistemas de alavancas, que permitem a manutenção de posturas e da execução de movimentos. O comando nervoso de posturas e movimentos se dá em parte pela ação da vontade consciente e em parte pela ação de sistemas automatizados e padronizados de resposta motora (RIO e PIRES, 1999, p.85). A atividade postural é uma fonte essencial de informações proprioceptivas que permite encadear o caráter espacial das informações exteriores com a situação dos diferentes segmentos corporais no espaço. As posturas fazem parte dos elementos da análise do trabalho mais evidentes e que, no entanto, não são correta e devidamente valorizadas. A postura adotada como resposta comportamental do operador passa a ser um critério essencial por ser um elemento observável (Moraes e Mont`Alvão,1998). A partir da observação e análise da postura é possível evidenciar sinais de cansaço, os aspectos relacionados à saúde e possíveis agravos. As pessoas adotam posturas para o desenvolvimento da atividade do trabalho e para o descanso. Essas posturas podem produzir cargas e torques adequados para a manutenção e promoção da saúde ou podem ser excessivas, ou mesmo, insuficientes para sua preservação, levando à deterioração (Rio e Pires, 1999) As posturas gerais básicas são as posições em pé (parado e andando), sentado, de cócoras e deitado. Além destas, há posturas segmentares, relacionadas a segmentos particulares, que são adotadas, tendo como base as posturas gerais (Rio e Pires, 1999). Neste instrumento normativo somente as posturas sentada, em pé e alternada serão tratadas por serem as mais adotadas. 6 Caillet (1986) diz que a pressão intradiscal na posição em pé, passa para 10 kg e na posição sentada, para 15kg, em cada disco intervertebral. A posição sentada exige atividade muscular do dorso e do ventre para manter esta posição. Praticamente todo o peso do corpo é suportado pela pele que cobre o osso ísquio, nas nádegas. O consumo de energia é de 3 a 10% maior em relação à posição horizontal. A posição ligeiramente inclinada para frente é mais natural e menos fatigante que aquela ereta (IIda, 1992). Nachemson e Elfstrom em 1970, citado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (2004) em relação à influência sobre a postura sentada ou em pé, devido aos movimentos dos segmentos corporais, demonstraram que inclinações do tronco para frente, ou torções do tronco, devido às exigências da tarefa (visuais ou de movimentos) levam a um aumento de mais de 30% de pressão sobre o disco intervertebral. Por outro lado, inclinar ligeiramente o corpo para frente mantém o corpo em equilíbrio. A distância visual para a leitura pode ser, em alguns casos, uma outra razão para se curvar levemente para frente. Portanto, pode haver um conflito de interesse entre as demandas dos músculos e as demandas dos discos: enquanto os discos preferem a posição ereta, os músculos preferem a posição levemente inclinada para frente. Recostar em um apoio de costas bem desenhado alivia a coluna e os tecidos conectivos (especialmente os músculos) das costas. Tanto a postura recostada quanto a postura com as costas apoiadas (postura para escrever) reduzem a pressão nos discos intervertebrais. (Kroemer e Grandjean 2000). A posição parada em pé é altamente fatigante porque exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter essa posição. O coração encontra maiores resistências para bombear sangue para os extremos do corpo. As pessoas que executam trabalhos dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que permanecem estáticas ou com pouca movimentação (Iida, 1992). Na posição em pé, a cintura pélvica é inclinada para frente devido à tensão dos músculos anteriores da coxa, de modo que o ângulo entre a superfície superior do sacro e a horizontal é de aproximadamente 50- 53° (Hellems e Keats apud Oliver 7 e Middleditch, 1998). Esta inclinação, juntamente com a compressão exercida pelo peso do corpo sobre a coluna lombar, acentua a lordose neste nível (Renner 2002). A postura em pé não pode usualmente ser mantida por longos períodos e as pessoas recorrem ao uso assimétrico das extremidades inferiores, usando alternadamente a perna direita e esquerda como principal apoio. É provável que assim procedam a fim de lidar com as inadequações de suas circulação venosa e arterial ou com vistas a manter uma reduzida lordose, com conseqüente redução de forças compressivas sobre as articulações apofisárias (Adams e Hutton citado por Oliver e Middleditch, 1998). Muitas vezes é necessário inclinar a cabeça para frente para se ter uma melhor visão, como nos casos de pequenas montagens, inspeção de peças com pequenos defeitos ou leitura difícil. Essas necessidades geralmente ocorrem quando: o assento é muito alto; a mesa é muito baixa, a cadeira está longe do trabalho que deve ser fixado visualmente ou há uma necessidade específica, como no caso do microscópio. Essa postura provoca cansaço rápido dos músculos do pescoço e do ombro, devido, principalmente, ao momento (no sentido da Física) provocado pela cabeça, que tem um peso relativamente elevado (4 a 5 kg). O ideal é que haja flexibilidade postural porque a variação de posição ora favorece as articulações, ora favorece a economia de energia, uma vez que não existe uma única postura que satisfaça as duas necessidades. Variar as posturas corporais permite ao indivíduo, por meio do sistema musculoesquelético, alternar os focos principais de exigências, ao mesmo tempo em que propicia mobilidade para esse sistema e a manutenção da saúde de músculos, tendões, etc (Rio e Pires 1999). Quando o posto de trabalho é inadaptado, os trabalhadores assumem posturas não indicadas para que se possa realizar as operações do ciclo de trabalho. Para cada articulação, pode-se definir uma postura de base em que as exigências ligadas à sua manutenção são mínimas e as estruturas anatômicas estão em posições favoráveis. 8 As posturas no trabalho vão depender do estado físico do homem, da disposição das máquinas e dos equipamentos no espaço de trabalho, das características do ambiente, da forma das ferramentas e suas condições de utilização, do produto utilizado, do conteúdo das tarefas, da cadência e ritmo de trabalho e da frequência e duração das pausas. Vários riscos à saúde estão associados com posturas rígidas no trabalho, listados a seguir. Deve-se evitar ao máximo reproduzir estes constrangimentos posturais, visando eliminar ou minimizar os agravos à saúde. No caso da postura em pé sem movimentar, há o risco de varizes nos pés e pernas, dor ou lesão em região lombar; sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos, quadris); O sentar-se curvado para frente deve ser desfavorável para os órgãosinternos, em especial os da digestão e da respiração, contribuindo para o aparecimento e agravamento de transtornos circulatórios, digestórios e respiratórios. Por melhor que seja a postura sentada, ela impõe carga biomecânica significativa sobre os discos intervertebrais, principalmente, da região lombar. O trabalho sentado, associado a pouca movimentação, tem como consequência carga estática sobre certos segmentos corporais que, embora possa não ser intensa, se muito prolongada e associada à inércia musculoligamentar, pode produzir fadiga. I. Mesa de trabalho excessivamente alta a coluna fica retificada, originando esforço estático da musculatura do dorso para ser mantida nessa situação; II. Sentado ereto, sem apoio para as costas: dor/ lesão em região lombar; III. Sentado, sem um bom descanso para os pés a uma altura correta: dor/ lesão nos joelhos, pés e região lombar; IV. Sentado, com os cotovelos apoiados em uma superfície de trabalho muito alta, dor/ lesão no trapézio, rombóide e musculatura escapular; V. Sentado, em assento muito alto: dor/ lesão no joelho, pescoço, região lombar, pés e gêmeos (panturrilha); VI. Sentado, em assento muito baixo, sem apoio para o dorso: o indivíduo fica com as coxo-femorais muito fletidas e seu corpo é impulsionado para trás; para compensar, a musculatura do dorso tem que desenvolver esforço estático prolongado, vindo a fadiga, e com ela a dor. Isso pode ocasionar uma tensão muscular crônica, acompanhada de hipóxia e miosite, com consequente reação 9 fibrosa intramuscular, aderências e uma situação de dor crônicas, aos menores movimentos e, refratária à volta à situação de repouso. Além disso, a tensão muscular crônica age comprimindo os discos intervertebrais, prejudicando sua nutrição e contribuindo para sua degeneração. VII. Braços estendidos: dor / lesão em ombros, região escapular e braços (possivelmente artrite dos ombros); VIII. Tronco inclinado para frente, posição parada: dor/ lesão em região lombar, músculos eretores da coluna, deterioração dos discos intervertebrais da região lombar; IX. Qualquer posição paralisada: dor/ lesão na musculatura envolvida. X. Manutenção de qualquer segmento em posição extrema: lesão no segmento envolvido. Normas para o trabalho em postura sentada Na postura sentada, há alto grau de estabilidade do equilíbrio do corpo, indicada para longos períodos de trabalho, possibilidade de evitar posições forçadas do corpo, consumo de energia reduzido, alívio da circulação sanguínea, facilidade de precisão e uso de ambos os pés para controles, possibilita grande aplicação de força ou movimentação dos controles pedais. É indicada para o trabalho fino e com tarefas visuais de exatidão, para trabalho de precisão em indústria, para a escrita ou para trabalho industrial leve, trabalho manual pesado, ou medianamente pesado, como o embalar. Porém O campo de visão é limitado e pode haver dificuldade para alcançar dispositivos de controle manual. Portanto, nesta posição, é necessário que se sigam estas recomendações: I. Deve-se evitar permanecer prolongadamente na posição sentada; II. Deve garantir ângulo com tronco- coxa entre 100 a 110°; III. Deve-se proporcionar ângulo em torno de 90 a 120° entre as coxas e pernas; IV. Os braços na posição vertical devem alinhar-se ao tronco, formando um ângulo de 90° a 110° com os antebraços; V. Deve-se garantir espaço suficiente sob a mesa para as pernas; 10 VI. Os pés devem estar apoiados no chão e/ou superfície de apoio, sem flexão forçada das pernas; VII. A cadeira, a mesa e acessórios devem ser ajustáveis às características antropométricas, anatômicas e às tarefas desenvolvidas. Normas para o Trabalho na Postura em Pé A postura em pé é indicada para mobilidade de alcance e controles de displays e monitores; quando não são necessários controles manuais precisos; na impossibilidade de oferecer ao operador sentado um espaço para as pernas; para controlar um painel grande com grande acessos visuais a sua volta e quando controles pediosos não são necessários, além de vá/ na vá, ou liga / desliga. A escolha da postura em pé só está justificada nas seguintes condições já definidas no Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora- NR-17: - A tarefa exige deslocamentos contínuos como no caso de carteiros e rondantes; - A tarefa exige manipulação de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg; - A tarefa exige alcances amplos frequentes para cima, para frente ou para baixo; no entanto, deve-se tentar reduzir a amplitude desses alcances para que se possa trabalhar sentado; - A tarefa exige operações frequentes em vários locais de trabalho, fisicamente separados; - A tarefa exige a aplicação de forças para baixo, como em empacotamento. Fora dessas situações, além do auditor fiscal, como determina a norma, as autoridades sanitárias do Município de São Paulo, não deve aceitar, em hipótese alguma, o trabalho em pé. 1) As estações em pé não são recomendadas para períodos de trabalho muito longos; 2) O design de uma estação em pé deve assegurar a localização de controles e displays ao alcance e dentro do campo de visão do operador mais baixo; Normalmente quando ocorre desconforto pela compressão articular, tensão ligamentar, contração muscular contínua ou oclusão circulatória, uma nova postura é 11 procurada. Se uma articulação esteve em uma posição durante um longo tempo, a pessoa se movimenta e estica a articulação e os músculos. 1) As tarefas que devam ser desenvolvidas durante longos períodos na posição de pé devem ser alternadas com outras que possam executar sentado; 2) Os operadores devem ter também a oportunidade de se sentarem durante as paradas no trabalho (por exemplo, operadores de máquinas ou vendedores de lojas). Um assento do tipo pedestal ou uma estação de trabalho sentada/ de pé deverá ser fornecido ao operador para que ele possa variar a postura durante a atividade. Um assento tipo pedestal pode ser utilizado para a postura de pé. Um assento pedestal consiste em num banco de altura ajustável (65 a 85 cm), e está inclinado entre 15 a 30 graus. Isto permite a assunção de posturas semi-apoiadas, que alivia o estresse sobre as pernas. Mas não deve ser usado por longos períodos e só se adapta às atividades realizadas em pé, nas quais não se exige muita força nos movimentos. O chão deve oferecer atrito suficiente para evitar que o banco deslize. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPRENDIMENTO. Empresa: Bic da Amazônia Nome Fantasia: Bic Manaus CNPJ: 04.402.277/0001-00 Endereço: Av. Iça 400 Fundos Av. Distrito Industrial Manaus Cep: 69075090 AM Cidade/Estado: Manaus-Amazonas Atividade Principal: É conhecida por fabricar produtos à base de plásticos, incluindo isqueiros, canetas, aparelhos de barbear, mas também caiaques. Grau de Risco: Baixo Número de Funcionários: 18 HISTÓRIA A história desta famosa e popular marca teve origem no dia 25 de outubro de 1945 quando Marcel Bich, um ex-gerente de produção de uma fábrica de tintas, 12 comprou uma pequena fábrica nos arredores de Paris e em conjunto com Edouard Bouffard começou a produzir peças para canetas, tinteiro e lapiseiras. Como todas as marcas, esta também começou com poucas vendas, porém à medida que o tempo foi passando, o desenvolvimento da esferográfica avançava, tanto na Europa como nos Estados Unidos. Viu-se um enorme potencial. Depois de vários processos legais Bich no mês de dezembro de 1950 introduziu as suas canetas de boa qualidade e a um preço acessível na Europa, chamando-as de BIC CRISTAL BALLPOINT, uma abreviação rápida e fácil de seu sobrenome. A caneta que permitia escrever facilmente através de uma pequena esfera situada na ponta fez tanto sucesso que, em apenas dois anos, o volume anual de vendas ultrapassou os21 milhões de unidades. Alastrando-se para vários países do mundo, tais como Japão, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia, entre outros. Com o objetivo de oferecer soluções simples, engenhosas e confiáveis, nos últimos anos, a BIC lançou centenas de novos produtos de papelaria voltados para crianças, adolescentes, jovens e adultos. Não só se investiu nestes produtos como também isqueiros e barbeadores descartáveis. → 1973: Introdução dos famosos isqueiros com chama regulável (BIC LIGHTER). O isqueiro rapidamente se tornou um sucesso por sua qualidade, confiabilidade e facilidade de manuseio. → 1975: Lançamento dos primeiros barbeadores descartáveis (BIC SHAVERS) do mundo. Este produto estabeleceu novos padrões de conforto e acessibilidade, e revolucionou os hábitos de barbear em muitos países. OBJETIVO a) Mudanças no arranjo físico (distribuição dos diversos instrumentos de informação e controle existentes no posto de trabalho), layout, mobiliário, nas ferramentas /instrumentos, nas tarefas, na organização do trabalho (a forma como o trabalho está ordenado, abrangendo a divisão e distribuição do trabalho bem como a organização hierárquica, as dimensões técnicas e sociais) nos outros fatores biomecânicos (repetitividade, vibração, força), aspectos físicos (térmicos, acústicos e luminosos), cognitivos (PEGAR DA APRESENTÇÃO) por serem estes aspectos que influem e condicionam a adoção das posturas. 13 b) Proporcionar a melhor postura principal, assim como possibilitar, a mobilidade, a variabilidade, a capacidade de adotar a posturas distintas: Sentados ou de pé, é recomendável mudar frequentemente de postura, pois a melhor delas é ruim se se prolonga demasiadamente. Variemos entre um repertório de posturas convenientes, em torno de uma postura sadia. c) A organização do trabalho deve prever possibilidade de alternância postural; d) Evitar esforços musculares estáticos por tempo prolongado e implementar práticas complementares visando reduzir estes esforços; A pesquisa se caracterizou como sendo do tipo descritiva quantitativa. A amostra constou de 38 funcionários da BIC, no setor, com faixa etária variando entre 21 a 38 anos, sendo predominantemente do sexo masculino. Para a coleta de dados utilizou- se um questionário semiestruturado, contendo questões abertas e fechadas, além de uma escala de desconforto corporal e uma avaliação postural. No tratamento dos dados utilizou-se a estatística descritiva. A partir dos dados coletados, chegou-se ao seguinte resultado: os funcionários do setor exercem suas atividades sob condições ergonômicas inadequadas, o que influencia diretamente a sua saúde. Diante deste quadro, conclui-se que se faz necessária a conscientização do próprio trabalhador, promovendo-se as adaptações ergonômicas necessárias, evitando assim, o risco de lesões decorrentes do trabalho. METODOLOGIA Foi feita uma entrevista com uma supervisora de linha. A entrevista foi feita no período da manhã. Foram anotados algumas informações das ações dos trabalhadores, em um período de aproximadamente uma hora. Com as fichas prontas analisamos as ações mais realizadas pelo trabalhador e os tempos gastos em cada ação. Foram realizadas no total 1 visita de em média 1 hora. Não tivemos a oportunidade de conversar tanto com todos os trabalhadores, obtendo informações úteis através da observações de cada um. 14 Foram feitas medidas quantitativas do espaço (layout). Dessa forma, analisamos o espaço vendo os locais mais ou menos utilizados. Levantamos dados referentes há quanto tempo o maquinário vem sendo utilizado pela empresa bem como de seu estado atual. Conversamos somente com um trabalhador, sobre a qualidade e eficiência das máquinas. Analisamos sua posição em relação ao layout. Gráfico 1: Relação entre nº de deslocamentos - Foram considerados O TEMPO (número de deslocamentos), ESPAÇO (proximidade, distancia). Gráfico 2: Porcentagem de deslocamentos desnecessários - Foram considerados postura do tronco, pés e cabeça durante as atividades ocupacionais. Como podem ser constatados acima, além dos distúrbios dolorosos em diferentes partes do corpo, os funcionários do setor também apresentam distúrbios inerentes à coluna vertebral. De acordo com o que foi coletado as deformações da coluna em decorrência do trabalho, podem ocorrer, sendo mais comum o agravamento de possíveis alterações, ou mesmo o desencadeamento de processos de dorsolombalgias. Descanso dos pés incorreto. Relaxamento da coluna incorreto. Postura Correta 15 Diante da rotina de trabalho enfrentada repetidamente ao longo dos anos, e com condições ergonômicas inadequadas, os funcionários acabam tendo problemas ocupacionais que os fazem ausentar-se por certos períodos do seu trabalho, para buscar um tratamento adequado para as disfunções ocupacionais. Dos funcionários pesquisados, 21,43% já tiveram de se ausentar do trabalho por distúrbios ocupacionais. Já que ninguém merece trabalhar sentindo dor, Jackeline Lucas recomenda ao trabalhador que faça alongamentos três vezes por dia, além de se movimentar ainda que em caminhadas curtas, bem como evitar passar muito tempo sentado. "Diante da dor a pessoa não pode se acomodar. É preciso buscar ajuda", aconselha. "A medida em que a dor aumenta, a produtividade do trabalhador cai. Se o trabalhador tem um ambiente adequado de trabalho, ele vai render mais", acrescenta o médico do Trabalho. A postura como aspecto fundamental da atividade motriz é uma parte da carga de trabalho. (....) Somente se pode descrever uma postura quando se considera a duração, ou seja, a mudança ou a manutenção de uma postura (Moraes e Mont`Alvão,1998). CONSIDERAÇÕES FINAIS O interesse da empresa em conhecer os problemas vivenciados pelos trabalhadores e o objetivo primordial de melhorar as condições do trabalho desenvolvido por estes; Um local considerado neutro (uma universidade, por exemplo), ou seja, um local no qual o trabalhador se sinta à vontade e que não tenha “paredes com ouvidos”; O anonimato dos trabalhadores garantido, para que não sintam qualquer medo de perseguição por parte da empresa ou de chefias inescrupulosas e incompetentes (MUITO COMUM e, diga-se, já assisti cenas profundamente lamentáveis e humilhantes quanto a este aspecto); Com base nos dados apresentados, sugere-se as seguintes medidas: que novos estudos sejam realizados; a adoção de um programa de prevenção, com ginástica laboral, pausa, exercícios respiratórios, e alongamentos musculares; a contratação de um profissional da área da saúde, um fisioterapeuta, que participe na 16 elaboração do programa de exercícios, na adequação do mobiliário e aquisição de materiais que busque a adequação ergonômica ao posto de trabalho. 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Músculos: provas e funções.5. ed. São Paulo: Manole, 1995. 11. KNOPLICH, J. Enfermidades da coluna vertebral. 2. ed. São Paulo: Panamed, 1986. 12. IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 5. ed. São Paulo : Edgard Blücher, 1998. 13. MINISTÈRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL. Atualização clínica dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – DORT. Brasília, 1997. 14. MIRANDA, E. Bases de anatomia e cinesiologia. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. 17 15. NASCIMENTO, N. M. Fisioterapia nas empresas. São Paulo: Taba Cultural, 2000. 16. PEREIRA, E. Roberto. Fundamentos de ergonomia e fisioterapia do trabalho. Rio de Janeiro: Taba Cultural, 2001. 17. RIO, Rodrigo Pires; PIRES, Licínica. Ergonomia: fundamentos da prática ergonômica. 2. ed. Belo Horizonte: Health, 1999. 18. RODRIGUES, Edgar Meirelles; GUIMARÃES, Cosme S. Manual
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