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Guia 06 - Direito Processual do Trabalho I - defesas do réu

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Direito Processual do Trabalho I
Respostas do Reclamado
Prof. Flávio Porpino Cabral de Melo
DEFESAS DO RECLAMADO
1. Resposta do réu: Espécies
Recorde: a defesa do reclamado será apresentada em audiência.
Procedimento:
a) Aberta a audiência e não havendo acordo, estabelece o art. 847
da CLT que o Reclamado terá 20 minutos para aduzir sua
defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for
dispensada por ambas as partes.
Formas:
a) escrita ou verbal.
DEFESAS DO RECLAMADO
1. Resposta do réu: Espécies
Modalidades de Resposta do Réu:
a) Contestação;
b) Exceção; e
c) Reconvenção.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
1. Resposta do réu: Espécies
a) Modalidades de Resposta do Réu:
O Reclamado poderá, na audiência para a qual foi notificado,
apresentar, simultaneamente, contestação, exceção e
reconvenção, ou mesmo oferecer uma ou duas espécies de
resposta, ou até nenhuma.
b) Obrigatoriedade: O Reclamado não é obrigado a se defender. É
uma faculdade do Reclamado.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade
A contestação é a espécie principal de defesa do réu e é definida
como “peça de resistência” ou “peça de bloqueio”, constituindo
uma das modalidades de resposta do réu, pela qual o
Reclamado exerce o seu direito constitucionalmente assegurado
de defesa, insurgindo-se contra a pretensão deduzida pelo
Reclamante na petição inicial.
DEFESA DO RECLAMADO
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade
A Consolidação das Leis do Trabalho utilizou o termo “defesa”, não
se referindo, especificamente, à contestação (arts. 847 e 848),
em razão da obrigação imposta pelo Reclamado de, em
audiência, deduzir todas as formas e matérias de defesa que a
lei processual lhe outorga: a) contestação; b) exceções; c)
reconvenção.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade
Não há requisitos formais/redacionais, legalmente instituído, para a
apresentação da contestação, não há requisitos específicos,
como ocorre na petição inicial, sendo conferida ao Reclamado
liberdade na elaboração da sua defesa, quanto à sua forma.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade
Importante: Os arts. 336 e 342 do CPC/2015 consagram o princípio
da eventualidade, ao exigir que o Reclamado exponha todas as
matérias de defesa de forma cumulada e alternativa na
contestação.
O princípio da concentração de defesa fundamenta-se na chamada
preclusão consumativa: o Reclamado deve, de uma única vez,
apresentar todas as matérias que entende que compõe a sua
defesa, sob pena de não poder alegá-las posteriormente.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade
O art. 341 do CPC/2015 impõe ao Reclamado um ônus processual
de rebater pontualmente todos os fatos narrados pelo
Reclamante que, de algum modo, com eles não concorda.
Caso não o faço, ou sobre algum fato não se insurja, serão
presumidos verdadeiros os fatos que não sejam impugnados
especificamente em sua contestação.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da impugnação especificada: refere-se à obrigação
do réu de se defender de forma pormenorizada, reputando-se
como verdadeiros os fatos que não tenham sido especificamente
impugnados;
b) princípio da eventualidade: refere-se à obrigação de trazer à
defesa toda a matéria de irresignação, não se admitindo a
contestação por etapas, em respeito ao princípio da
eventualidade.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da impugnação especificada: objetiva impedir que o
Reclamado apresente contestação genérica, em que se limita a
indicar que os argumentos do autor não merecem guarida,
requerendo, simplesmente, a improcedência dos pedidos
contidos na peça vestibular, sem especificar as razões que
subsidiam essa conclusão;
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da impugnação especificada: O Reclamado
impugnará, individual e especificamente, todos os pedidos
postulados pelo autor, sendo considerada a contestação por
negação geral ineficaz, presumindo-se verdadeiros os fatos
articulados na petição inicial.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
O art. 341 do CPC/2015, em seus três incisos, prevê exceções ao princípio
da impugnação específica dos fatos, impedindo que um fato não
controvertido pelo réu seja presumido verdadeiro:
a) fatos a cujo respeito não se admite a confissão (direitos indisponíveis);
b) petição inicial desacompanhada de instrumento público que a lei
considere da substância do ato (por exemplo, certidão de casamento,
certidão de óbito);
c) fatos que estejam em contradição com a defesa, considerada em seu
conjunto.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da eventualidade: refere-se à obrigação de trazer à
defesa toda a matéria de irresignação, não se admitindo a
contestação por etapas, em respeito ao princípio da
eventualidade;
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da eventualidade: Deverá o Reclamado incluir no bojo
da “peça de resistência” todas as matérias de irresignação,
vedando-se a denominada “contestação por etapas”.
Em outras palavras, o princípio da eventualidade determina que
todos os meios de defesa sejam apresentados em uma única
oportunidade processual, possibilitando ao magistrado, caso não
aceite um deles, possa conhecer dos posteriores.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da eventualidade:
Logo, toda a matéria de defesa deve ser arguida na contestação, sob
pena de preclusão.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da eventualidade: Após a apresentação da
contestação, não se admite que o réu complemente a sua
defesa, salvo se versarem sobre direito superveniente (matéria
surgida após a apresentação da contestação), se tratar de
questões de ordem pública (as quais o juiz pode conhecer de
ofício).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Conceito e princípios da impugnação
especificada e eventualidade.
a) princípio da eventualidade: O princípio da concentração das
defesas na contestação é excepcionado em três hipóteses,
previstas pelos incisos do art. 342 do CPC/2015, sendo que
nesses casos o réu poderá alegar a matéria defensiva após a
apresentação da contestação:
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Princípio da eventualidade:
1. matérias defensivas relativas a direito ou a fato superveniente;
2. matérias que o juiz pode conhecer de ofício (por exemplo,
matérias de ordem pública, prescrição, decadência legal);
3. matérias que por expressa previsão legal podem ser alegadas a
qualquer momento e grau de jurisdição (por exemplo,
decadência convencional).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
A parte final do art. 844 da CLT informa que se o reclamado não
comparecer à audiência, importará em revelia, além de
confissão, quanto à matéria de fato.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
A ausência do Reclamado em audiência importa na revelia,
presumindo-se verdadeiros os fatos alegados pelo demandante
(efeito material da revelia), fatos estes que não mais precisarãoser provados, impondo-se o julgamento imediato do mérito da
demanda (efeito processual da revelia).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Ressalte-se que não há tolerância para o atraso das partes em
audiência, conforme preconiza a OJ 245 da SDI-1 do TST:
“OJ 245 – SDI-1/TST. REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA (inserida em
20.06.2001) Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário
de comparecimento da parte na audiência”.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
O atraso injustificado do reclamante implicará o arquivamento da
demanda;
O atraso injustificado do reclamado implicará em revelia e confissão
quanto a matéria de fato.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Importante: Poderá produzir provas o Reclamado revel e confesso?
“[...] a vedação à produção de prova posterior pela parte confessa
somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo
magistrado, do poder-dever de conduzir o processo” (Súmula 74
do TST, alterada pela Res. 174/2011).
.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Importante: Exceções:
• Se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
• Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
• Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento
público, que a lei considere indispensável à prova do ato.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Importante: aplica-se ao processo trabalhista?
Art. 346 do NCPC. Os prazos contra o revel que não tenha patrono
nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão
oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer
fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Importante: aplica-se ao processo trabalhista?
Nos domínios do processo do trabalho, mesmo que
ocorra a revelia, o revel será notificado, via postal, da
sentença proferida, conforme previsto no art. 852 da
CLT.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Importante: aplica-se ao processo trabalhista?
Por outro lado, ainda que consumada a revelia, caso exista na
petição inicial trabalhista pedido envolvendo adicional de
insalubridade ou periculosidade, o juiz deverá determinar a
realização de perícia, em função do disposto no art. 195, § 2.°, da
CLT, nada obstando que o reclamado revel indique assistente
técnico e produza provas em face de tal pleito.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Importante: emenda a inicial modifica os efeitos da revelia?
Ocorrendo a revelia, o Reclamante não poderá alterar o pedido ou a
causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo se o
reclamado for novamente notificado para apresentar resposta.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Revelia. Confissão Ficta.
Importante: emenda a inicial modifica os efeitos da revelia?
Se somente compareça à audiência o reclamante e este, não
obstante a ausência da parte adversa, resolva aditar a petição
inicial, deverá o magistrado designar outra audiência, sendo o
reclamado novamente notificado para comparecer nesta para,
querendo, apresentar defesa.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa processual.
O réu poderá apresentar defesa processual na contestação,
constituindo-se numa defesa indireta do Reclamado, sem
apreciação das questões de mérito da lide, mas tão somente
baseando-a em aspectos meramente processuais.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa processual.
A defesa processual, também conhecida como defesa de
admissibilidade, abordará questões processuais:
a) de vícios verificados na inicial,
b) No exercício do direito de ação (condições da ação) ou
c) na própria existência ou no desenvolvimento válido e regular do
processo (pressupostos processuais).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa processual. Classificação.
A defesa processual é classificada em:
a) “peremptórias”:
a) As defesas processuais peremptórias, que, uma vez acolhida,
põe fim ao processo.
b) “dilatórias”:
a) As dilatórias apenas suspendem ou dilatam o curso do
processo, sem extingui-lo, retomando o processo o curso
normal após saneado o vício.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa processual. Classificação.
Aplicam-se as objeções da perempção e da falta de caução ao
processo do trabalho?
Aplica-se a convenção de arbitragem aos dissídios individuais
trabalhistas?
Pergunta:
O juiz conhecerá de ofício todas as matérias contidas no atinente
artigo 337 do NCPC, não se operando a preclusão consumativa?
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa processual. Classificação.
Pergunta:
O juiz conhecerá de ofício todas as matérias contidas no atinente
artigo, não se operando a preclusão consumativa?
Sim/Não. Art. 337, § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias
enumeradas neste artigo.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa processual. Classificação.
Além das matérias arroladas no art. 337 do CPC, o réu poderá alegar
também, se for o caso, outras previstas no art. 485 do mesmo
diploma processual.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito.
Quanto ao mérito, a contestação pode apresentar duas espécies de
defesa:
a) defesa indireta de mérito e
b) defesa direta de mérito.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa indireta de mérito.
Na contestação indireta do mérito, também denominada “exceção
substancial”, o réu reconhece o fato constitutivo do direito, mas
alega um fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito do
autor.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa indireta de mérito.
A alegação de fato impeditivo pelo réu é o que provoca a ineficácia
dos fatos alegados pelo demandante.
Ex: O Reclamante na inicial requereu o pagamento da indenização
compensatória de 40% do FGTS não honrada pelo empregador
em função da dispensa imotivada do obreiro.
Caso o reclamado na contestação alegue que a dispensa ocorreu por
justa causa, em função de falta grave cometida pelo trabalhador,
sendo a indenização indevida, estará alegando um fato
impeditivo do direito do autor.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa indireta de mérito.
O fato modificativo provoca a alteração dos fatos alegados pelo
demandante.
O Reclamante postule ação trabalhista requerendo o depósito,
relativo a todo o período do contrato de trabalho, dos valores
atinentes ao FGTS.
Caso o reclamado demonstre que houve recolhimento parcial dos
depósitos fundiários, estará arguindo um fato modificativo do
direito do autor.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa indireta de mérito.
O fato extintivo extingue a obrigação assumida pelo demandado, não
podendo mais esta ser exigida do réu.
A renúncia, a transação, a decadência e a prescrição são exemplos
típicos de fatos extintivos do direito do autor alegados pelo réu.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de mérito.
A defesa direta de mérito ocorre com A NEGAÇÃO DO FATO
CONSTITUTIVO DO DIREITO DO AUTOR.
No âmbito do processo do trabalho, a defesa direta do mérito poderá
ser, por exemplo:
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de mérito.
• O reclamante postula reconhecimento de vínculo de emprego, o qual
é negado pelo reclamado;
• O reclamante postula o adicional de transferência e o reclamado
contesta alegando que não houve transferência do empregado, uma
vez que não houve mudança de domicílio;
• O reclamante postula horas extras e o reclamado junta cartões deponto afirmando que o obreiro não laborou em jornada suplementar;
• O reclamante alega que foi dispensado pela empresa, a qual nega o
despedimento do obreiro.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de
mérito.
Obs: Compensação, dedução e retenção.
A compensação, a teor do art. 767 da CLT, somente pode
ser alegada como matéria de defesa. Em outras
palavras, a compensação deve ser alegada na
contestação, sob pena de preclusão.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa direta de mérito.
Estabelece a Súmula 18 do TST que a compensação na
Justiça do Trabalho está restrita a dívidas de natureza
trabalhista.
O art. 477, § 5.°, da CLT dispõe que, na rescisão,
qualquer compensação no pagamento a que fizer jus
o empregado não poderá exceder o equivalente a um
mês de remuneração.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de mérito.
A compensação é uma forma indireta de extinção de obrigações,
destinada a possibilitar a solução de dívidas entre as partes
litigantes, quando autor e réu são reciprocamente credor e
devedor.
O art. 368 do CC que, “se duas pessoas forem ao mesmo tempo
credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-
se, até onde se compensarem”.
A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de
coisas fungíveis.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de mérito.
Exemplos:
a) aviso prévio não dado pelo empregado-reclamante que pede a sua
demissão (CLT, art. 487, § 2.°);
b) prejuízo decorrente de dolo causado pelo empregado-reclamante no
curso do contrato de trabalho.
Obs: Em ambos os casos, a lei faculta ao reclamado pedir ao juiz que
autorize a compensação de tais débitos com os eventuais créditos a
que o empregado-reclamante tenha direito.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de mérito.
Os institutos da compensação e dedução não se confundem.
A dedução dos valores pagos pelo empregador em relação aos títulos
pleiteados pelo autor pode ser deferida de ofício pelo magistrado,
evitando-se, assim, o enriquecimento ilícito do reclamante, devendo
ser determinada sempre que restem comprovados os pagamentos
já efetuados pelo reclamado.
Já a compensação depende de requerimento do reclamado até a
contestação, podendo ser utilizada quando autor e réu são
reciprocamente credores e devedores.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de mérito.
A RETENÇÃO consiste no direito do réu de reter alguma coisa do autor
até que o mesmo quite sua dívida com o demandado, também
devendo ser requerida no prazo da defesa, sob pena de preclusão
(art. 767 da CLT).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Contestação. Defesa de mérito. Defesa direta de mérito.
“COMPENSAÇÃO – DÉBITO DO RECLAMANTE DE NATUREZA CIVIL
– NÃO CABIMENTO. Não se mostra admissível o pedido de
compensação do débito trabalhista do empregador com o suposto
empréstimo pessoal que fizera ao trabalhador, porquanto a alegada
dívida do Reclamante não possui natureza trabalhista (exegese da
Súmula 18 do colendo TST)” (TRT – 23.a Região – RO
00119.2006.056.23.00-5 – Rel. Tarcísio Valente – publicado em
23.07.2007).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
COMPENSAÇÃO – NÃO OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS –
INVALIDADE. É cediço que o implemento do instituto da compensação na seara
do Direito do Trabalho está condicionado à observância de dois pressupostos: a
dívida compensada tem que possuir natureza eminentemente trabalhista
(aplicação da Súmula 18/TST) e o valor não pode ultrapassar ‘o equivalente a um
mês de remuneração do empregado’ (§ 5.° do art. 477 da CLT). No caso em tela,
o débito, invocado na defesa, é, indiscutivelmente, de caráter civil e o seu valor
excede consideravelmente a remuneração da Autora, logo, impõe-se manter o
posicionamento do Juízo a quo no sentido de invalidar a compensação
implementada pelo Reclamado no ato da rescisão contratual, por se encontrar
fora dos parâmetros legais” (TRT – 23.a Região – RO 02080.2006.051.23.00-9 –
Rel. Tarcísio Valente – publicado em 05.07.2007).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
“COMPENSAÇÃO. NÃO OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS –
INVALIDADE. É cediço que o implemento do instituto da compensação na
seara do Direito do Trabalho está condicionado à observância de dois
pressupostos: a dívida compensada tem que possuir natureza eminentemente
trabalhista (aplicação da Súmula 18/TST) e o valor não pode ultrapassar ‘o
equivalente a um mês de remuneração do empregado’ (§ 5.° do art. 477 da
CLT). [...] o débito, invocado na defesa, é [...] de caráter civil e o seu valor
excede [...] a remuneração da Autora [...] manter o posicionamento do Juízo a
quo no sentido de invalidar a compensação implementada pelo Reclamado no
ato da rescisão contratual, por se encontrar fora dos parâmetros legais” (TRT –
23.a Região – RO 02080.2006.051.23.00-9 – Rel. Tarcísio Valente 05.07.2007)..
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Exceções. Generalidades.
As exceções processuais constituem-se em espécie de defesa do
reclamado que objetivam resolver determinada questão
pendente, sem operar a extinção do processo com ou sem
resolução do mérito.
Com efeito, objetivam as exceções processuais atacar a
imparcialidade do magistrado ou a competência do juízo a ele
vinculado para processar e julgar a demanda.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Exceções. Generalidades.
É lícito a qualquer das partes arguir, por meio de exceção, a
incompetência relativa, o impedimento e a suspeição do
magistrado.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Exceções. Generalidades.
Na seara trabalhista, considerando o princípio da simplicidade que
informa o processo do trabalho e o jus postulandi das partes,
admite-se que as exceções sejam processadas nos próprios
autos da reclamação trabalhista.
Além disso, considerando que a decisão que julga a exceção é de
cunho interlocutório, não admitindo recurso de imediato salvo
quando terminativa do feito (art. 799, § 2.°, da CLT), de fato,
torna-se desnecessária a autuação da exceção em separado.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Exceções. Generalidades.
“PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL – EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM
RAZÃO DO LUGAR – RECURSO. Na Justiça do Trabalho, a exceção de
incompetência em razão do lugar não se processa em apartado, devendo
ser apresentada como preliminar dentro da contestação. Da decisão sobre a
exceção não caberá recurso de imediato, cabendo à parte alegá-la
novamente apenas no recurso que couber da decisão final. Essa é a
exegese do artigo setecentos e noventa e nove, parágrafo segundo, da CLT”
(TST – RR 272671/1996, 5.a Turma, Rel. Min. Nelson Antônio Daiha, DJ
25.09.1998).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa.
O art. 800 da CLT estabelecia, antes da reforma, que, apresentada
exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto,
por 24 horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na
primeira audiência ou sessão que se seguir.
Cabe salientar que o art. 795, § 1.°, da CLT, de forma inadvertida,
estabeleceu que deverá ser declarada ex officio a nulidade
fundada em incompetência de foro (matéria).
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa.
O art. 799, § 2.°, da CLT dispõe que “das decisões sobre exceções
de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se
terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto,
as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão
final”.
AÇÃO TRABALHISTA – DEFESA DO RÉU
2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa.
Interpretando o art. 799, § 2.°, da CLT, admite o Tribunal Superior do
Trabalho a interposição de recurso ordinário da decisão
interlocutória que, acolhendo exceção de incompetênciaem
razão do lugar (relativa), remete os autos para Tribunal Regional
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado (que
proferiu a decisão interlocutória), conforme se vislumbra pela
análise da Súmula 214 do TST.
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2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa.
“Súmula 214/TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE.
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1.°, da CLT, as
decisões interlocutórias não ensejam recurso de imediato, salvo nas
hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos
para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2.°, da CLT”.
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2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa
A exceção de incompetência relativa é a espécie de defesa
processual que objetiva o reconhecimento da incompetência
relativa do juízo vinculado ao magistrado que conduz a
demanda, em razão do valor ou do território (lugar).
Nos domínios do processo do trabalho, o valor da causa é irrelevante
para a fixação da competência territorial do magistrado, tendo em
vista que o mesmo juiz da Vara que julga uma demanda
submetida ao procedimento sumaríssimo também julga uma
ação sujeita ao rito ordinário.
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2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa
“Art. 651. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro.
§ 1.° Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a
competência será da Vara da localidade em que a empresa
tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado
e, na falta, será competente a Vara da localização em que o
empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
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2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa
Art. 651. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro.
§ 2.° A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em contrário.
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2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa
Art. 651. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro.
§ 3.° Em se tratando de empregador que promova realização de
atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao
empregado apresentar reclamação no foro da celebração do
contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
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2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa
Portanto, a exceção de incompetência relativa no âmbito da Justiça
do Trabalho ocorre com certa frequência, sendo comum o
reclamado, com base nos arts. 651 consolidado, requerer, por
meio de exceção, o deslocamento da competência territorial,
objetivando que a demanda seja apreciada e julgada por Vara do
Trabalho de outra localidade.
A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício (Súmula
33 do STJ).
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2. Exceções. Generalidades. Incompetência relativa
Logo, proposta a ação trabalhista pelo reclamante perante a Vara do
Trabalho incompetente (em razão do lugar) e, não oposta, pelo
reclamado, a exceção declinatória do foro, prorroga-se a
competência da atinente Vara do Trabalho..
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2. Exceções. Procedimento. Incompetência relativa.
Realizar a leitura do artigo abaixo:
https://www.megajuridico.com/excecao-de-incompetencia-
aspectos-atuais-apos-reforma-trabalhista/
https://www.megajuridico.com/excecao-de-incompetencia-aspectos-atuais-apos-reforma-trabalhista/
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
A imparcialidade do juiz, um dos sustentáculos do princípio do juiz
natural, consistente na inexistência de impedimento ou
suspeição para julgamento da demanda pelo magistrado,
apresenta-se como pressuposto de desenvolvimento válido e
regular do processo.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Nos domínios do processo do trabalho, a oportunidade para opor
exceção de suspeição ou impedimento é a primeira vez em que o
excipiente tiver de falar nos autos ou em audiência (art. 795 da
CLT), após a ciência pela parte do fundamento legal ensejador
da suspeição ou impedimento.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
O art. 799 da CLT determina que, nas causas da jurisdição da Justiça
do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do
feito, as exceções de suspeição ou incompetência, não se
referindo o texto consolidado à figura do impedimento.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
A omissão da Consolidação das Leis do Trabalho a respeito da
exceção de impedimento ocorreu porque o texto consolidado foi
promulgado em 1943, ainda sob a égide do Código de Processo
Civil de 1939, o qual não se referia à figura do impedimento,
espécie de exceção introduzida a partir do digesto processual
civil de 1973.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Art. 801 da CLT – O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por
suspeito, e pode ser recusado por algum dos seguintes motivos,
em relação à pessoa do litigante:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau
civil;
d) interesse particular na causa;
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Parágrafo único. Se o recusante houver praticado algum ato pelo
qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar
exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A
suspeição não será também admitida, se do processo constar
que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a
conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado
ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se
originou.
;
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
A Consolidação das Leis do Trabalho subordinou ao título genérico
de suspeição hipóteses em que esta se caracteriza e outras em
que se configura, realmente, o impedimento do Juiz. Nisso o
legislador trabalhista se deixou influenciar pela estruturação
unitária do CPC/39 (art. 185), sem dúvida;
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
As causas capazes de gerar o impedimento têm natureza objetiva,
isto é, revelam-se por sinais exteriores suficientes em si mesmos
para imprimir a certeza do comprometimento da imparcialidade.
Enquanto isso, as causas geradoras da suspeição têm natureza
subjetiva, isto é, seus sinais exteriores carecem de força própria
para convencer da quebra da imparcialidade, dependendo do
exame do ânimo ou do sentimento do juiz.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Captando essa distinção com propriedade, o legislador processual
civil de 1973 separou as figuras do impedimento e da
suspeição, determinando para o primeiro ‘uma proibição dirigida
ao Juiz, de funcionar nas causasem que acontecem as
circunstâncias enumeradas no art. 134,
ao passo que limitou a suspeição a apenas um dever do Juiz de se
afastar do processo, em função do seu sentimento de perda de
imparcialidade’.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Nessa esteira, embora a doutrina divirja sobre o tema, entendemos
que as hipóteses previstas no art. 801 da CLT são meramente
exemplificativas, aplicando-se, de forma subsidiária, os arts. 144
e 145 do NCPC, que elencam hipóteses de impedimento e
suspeição.
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Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções
no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como
testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou
qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau, inclusive;
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Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções
no processo:
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro,
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa
jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer
das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação
de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
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Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções
no processo:
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por
advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar
impedimento do juiz.
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III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou
qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau, inclusive;
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o
defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já
integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em
seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele
prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Segundo o art. 802 da CLT, apresentada a exceção de suspeição, o
juiz ou tribunal designará audiência dentro de 48 horas, para
instrução e julgamento da exceção.
Esse procedimento era possível antes da EC 24/1999, em que
existiam as Juntas de Conciliação e Julgamento, órgão colegiado
(formado por um juiz togado e vitalício e dois juízes classistas,
representantes dos empregados e empregadores).
Assim, alegada a suspeição ou o impedimento de um juiz da antiga
Junta, os dois outros julgariam a exceção..
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Com a extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento, por meio
da EC 24/1999, e criação das Varas do Trabalho, a jurisdição
trabalhista passou a ser exercida de forma monocrática, não
sendo possível ao próprio juiz arguido como suspeito ou
impedido julgar a exceção.
Logo, reconhecida a suspeição ou o impedimento pelo juiz do
trabalho, deverá o mesmo remeter os autos ao seu substituto
legal.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
Ao revés, não reconhecendo a exceção contra o mesmo imputada,
remeterá os autos ao Tribunal Regional do Trabalho respectivo,
acompanhado de suas razões, documentos e testemunhas, se
houver. Acolhendo o Tribunal a exceção, assumirá o andamento
do feito o juiz substituto.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
O art. 801 da CLT atribui competência funcional para julgar a
exceção de suspeição ao próprio órgão que abriga o juiz
suspeito.
Nenhum erro cometeu o legislador originário, à vista da composição
colegiada dos órgãos em todos os graus da jurisdição trabalhista.
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
“SUSPEIÇÃO DE JUIZ – ARGUIÇÃO SERÔDIA EM SEDE DE PRELIMINAR –
IMPOSSILIBILIDADE DE ACOLHIMENTO – PRECLUSÃO. No Direito Processual
do Trabalho, as hipóteses de suspeição do Juiz (art. 801 da CLT) devem ser
arguidas por meio de exceção fundamentada. Sem a observância das diretrizes
previstas no caput e § 1.° do art. 799 da CLT c/c o parágrafo único do art. 801 do
mesmo Codex, a arguição serôdia de suspeição deve ser inteiramente
rechaçada, mormente quando o Recusante ‘houver praticado algum ato pelo qual
haja consentido na pessoa do juiz’ para instruir a causa, hipótese em que ‘não
mais poderá alegar a exceção de suspeição’, em absoluto respeito ao instituto da
preclusão” (TRT – 23.a Região – RO 00570.2006.026.23.00-0 – Rel. Tarcísio
Valente – publicado em 12.12.2006).
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2. Exceções. Generalidades. Impedimento ou Suspeição.
“EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO – AUSÊNCIA DAS HIPÓTESES PREVISTAS
NOS ARTS. 801 DA CLT E 134 DO CPC. Estando a exceção de
suspeição fundada em alegação de ocorrência de error in procedendo,
não se há falar em seu acolhimento, na medida em que eventual erronia
de procedimento desafia recurso, ação mandamental ou medida
correicional próprios, diferentemente da suspeição, a qual, para
processar-se, depende da comprovação das hipóteses elencadas no art.
801 da CLT e art. 134 do CPC” (TRT – 23.a Região – RO
00119.2006.000.23.00-0 – Rel. Paulo Brescovici – publicado em
01.08.2006).
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2. Exceções. Impugnação ao Valor da Causa.
Comparando-se os requisitos exigidos para a petição inicial no processo civil
(art. 319 do CPC) com os requisitos da petição inicial trabalhista (art.
840, § 1.°, da CLT), verificamos que nos domínios do processo do
trabalho impera o princípio da simplicidade, não estabelecendo a norma
consolidada alguns requisitos impostos pelo Código de Processo Civil,
como, no caso em exame, a fixação do valor da causa.
Nesta esteira, parte dos operadores do direito considera o valor da causa
requisito essencial da petição inicial da ação trabalhista, possibilitando
identificar o tipo de procedimento a ser adotado (ordinário, sumaríssimo
ou sumário).

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