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Aula 3 e 4 - Sistema Monetário

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1 
 
 
 
 
CAMPUS SANTANA DO LIVRAMENTO 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
Economia Monetária 
 
 
 
Aula III 
Sistema Monetário 
Cap. 1: SIMONSEN & CYSNE 
Cap. 2: CARVALHO ET AL. 
 
 
 
 
Prof.: Pierre Joseph NELCIDE 
 
 
2 
 
Conteúdo do capítulo: 
 O banco central e suas funções típicas 
 O balancete do banco central e do sistema monetário 
 O multiplicador monetário 
 Criação e destruição da base monetária 
 Criação e destruição de meios de pagamento 
 Operações de criação e destruição de meios de pagamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2.1 BANCO CENTRAL: ORIGEM E 
FUNÇÕES 
 
Origem 
A história mostra que os bancos 
centrais modernos descendem de 
bancos privados que financiaram o 
Estado e o desenvolvimento 
econômico, em troca de favores 
especiais e do monopólio de emissão. 
 
Estes bancos foram criados 
originariamente para dar elasticidade 
ao crédito, adquirindo graus de 
autonomia e objetivos diferenciados 
em vários períodos. Este é o caso, por 
exemplo, do Banco da Inglaterra 
 
 
4 
 
(fundado em 1694) e do Federal 
Reserve (1913), nos Estados Unidos. 
 
O Federal Reserve System (FED) foi 
criado em 1913, com o objetivo de 
facilitar o desconto de títulos 
comerciais e realizar a inspeção dos 
bancos privados, numa época em que 
os fluxos monetários irregulares e a 
escassez de moeda e crédito 
dificultavam o crescimento 
econômico. 
 
A obrigação de manter a estabilidade 
de preços não estava entre os 
objetivos iniciais do banco. Tal 
objetivo somente aparece na forma de 
lei em 1977. 
 
 
5 
 
 
A crise de 1929 levou a uma série de 
mudanças fundamentais nos estatutos 
do FED, as quais tiveram como 
objetivo fortalecer a sua autoridade e 
a independência do sistema, em 
virtude dos fortes interesses 
econômicos e pressões políticas 
particulares. 
 
Os bancos privados, tidos como 
responsáveis pela grande depressão e 
por suas severas consequências, 
tiveram suas influências sobre as 
decisões do FED reduzidas a partir de 
então. 
 
 
 
 
6 
 
 
No Brasil entre 1964 (quando foi 
criado o Banco Central do Brasil) e 
março de 1986, o Banco do Brasil era, 
para fins de determinação da base 
monetária, consolidado ao Banco 
Central do Brasil. 
 
 
 
Ao conjunto formado pelo Banco do 
Brasil e Banco Central do Brasil 
dava-se a denominação de 
“Autoridades Monetárias”, ou de 
“Banco Central do tipo misto”. 
 
 
 
 
7 
 
 
A segunda denominação provém do 
fato de as Autoridades Monetárias 
apresentarem ao mesmo tempo, em 
seu passivo e ativo, contas típicas de 
Banco Central e de bancos comerciais. 
 
 
 
Neste sistema, por exemplo, as 
Autoridades Monetárias recebiam 
depósitos à vista do público (os 
depósitos à vista efetuados no Banco 
do Brasil, então diretamente 
contabilizados na base monetária). 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
Em função disto, as reservas em caixa 
das Autoridades Monetárias 
apresentavam valores 
estatisticamente não desprezíveis, pois 
o Banco do Brasil tinha que manter 
numerário para saldar os cheques 
diretamente apresentados aos caixas 
de suas agências. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
Hoje em dia, como o Banco Central do 
Brasil não recebe depósitos à vista, as 
disponibilidades de caixa mantidas 
pelo Banco Central são desprezíveis 
para fins de estatísticas monetárias, 
fazendo com que o papel-moeda 
emitido coincida com o papel-moeda 
em circulação (o que não implica dizer 
que estes conceitos sejam equivalentes 
– a distinção conceitual permanece). 
 
 
 
 
 
10 
 
Com a extinção deste sistema híbrido, 
ao início de 1986, o Banco do Brasil 
passou a ser considerado um banco 
comercial como outro qualquer, 
implicando numa mudança nos 
valores da base monetária, do 
multiplicador bancário e da diferença 
entre o papel-moeda emitido e o 
papel-moeda em circulação. 
 
 
 
De forma geral, quando deixaram de 
ser privados e se tornaram instituições 
públicas, os bancos centrais passaram 
a ser criticados pela excessiva 
proximidade em relação aos governos. 
 
 
 
11 
 
 
Segundo os seus críticos, esta 
proximidade tornaria a moeda refém 
de grupos políticos e criaria, 
sobretudo nas democracias, ameaças 
inflacionárias permanentes. 
 
 
Para conter essas ameaças 
inflacionárias, difundiu-se, a partir 
dos anos 80, a tese da independência 
do Banco Central que se apoia, em 
grande medida, na crença de que 
existiria uma verdadeira função 
original e natural das autoridades 
monetárias, que é perseguir 
unicamente a estabilidade de preços. 
 
 
 
12 
 
 
A crença de que existe uma função 
natural e original dos bancos centrais 
não é, contudo, corroborada pela 
história, tal como foi visto. 
 
Funções 
 
Qualquer Banco Central possui 
algumas funções típicas: 
 Emissor de papel-moeda e controlador da 
liquidez da economia; 
 Banqueiro dos bancos; 
 Regulador do sistema financeiro e; 
 Depositário de reservas internacionais do 
país. 
 
 
 
 
13 
 
Emissor de Papel-moeda e 
Controlador de Liquidez: 
 
O Banco Central detém o monopólio 
de emissão de papel-moeda e de 
cunhagem de moedas metálicas. 
 
 
O Banco Central pode, ainda, 
controlar a quantidade de papel-
moeda em circulação, isto é, o 
tamanho da base monetária. 
 
Pode também inibir a criação de 
moeda pelos bancos comerciais. Sendo 
assim, pode controlar a liquidez da 
economia. 
 
 
14 
 
Banqueiro dos Bancos: 
 
O Banco Central é responsável pela 
compensação de cheques, realiza o 
transporte de cédulas e moedas 
metálicas aos bancos, mantém parte 
das reservas dos bancos, entre outras 
atividades de auxílio ao sistema 
bancário. 
 
 
A função de emprestador de última 
instância é decorrente da posição de 
banqueiro dos bancos e que, portanto, 
deve zelar pela saúde do sistema 
financeiro. 
 
 
 
15 
 
 
O Banco Central deve socorrer os 
bancos comerciais e as instituições 
financeiras em dificuldade, 
concedendo liquidez aos mesmos 
através de empréstimos ou 
redescontando títulos. 
 
 
Regulador do Sistema Monetário 
e Financeiro: 
 
Muitos bancos centrais regulam as 
operações dos bancos comerciais e de 
instituições financeiras, tais como os 
bancos de investimento. 
 
 
 
16 
 
 
Supervisionam os negócios bancários 
para proteger os depósitos dos clientes 
e para garantir a solvência de cada 
banco em particular de forma a 
impedir possíveis crises sistêmicas. 
 
 
O Banco Central pode exigir capital 
mínimo para a instalação de um 
banco, pode estabelecer limites para 
certas operações com o intuito de 
impedir que os bancos se exponham 
excessivamente a situações de risco. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
O Banco Central pode restringir ou 
impedir certas operações, pode 
realizar inspeções regulares e 
intervenções em instituições mal 
administradas etc. 
 
 
Depositário de Reservas 
Internacionais: 
 
O Banco Central pode deter grande 
parte das reservas internacionais do 
país. 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
Os agentes econômicos residentes e 
não residentes realizam transações. O 
Banco Central deve reter moeda 
estrangeira para atender a demanda 
daqueles que têm compromissos a 
saldar no exterior e evitar possíveis 
situações de escassez de divisas, que 
elevam demasiadamente a taxa de 
câmbio e que, no limite, impõem a 
decretação de moratória (suspensão 
temporária do pagamento de 
compromissos no exterior). 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
Ademais, possuindo uma quantidade 
considerável de reservas, o Banco 
Central pode, em certa medida, tentar 
controlar a taxa de câmbio realizando 
operações de compra ou venda no 
mercado de divisas internacionais. 
 
 
 
Cabe destacar, entretanto, que com a 
globalização desses mercados, tal 
possibilidade de controle foi bastante 
reduzida. 
 
 
 
 
20É importante saber, ainda, que parte 
das reservas em posse do Banco 
Central são investidas, 
 
 
 
Ex: em títulos do Tesouro Americano, 
com objetivo de obter ganhos de juros 
e aumentar a quantidade total de 
divisas. 
 
 
 
 
 
21 
 
2.2. O BALANCETE DO BANCO 
CENTRAL E DO SISTEMA 
MONETÁRIO 
 
Entre os recursos monetários, a mais 
importante rubrica é a quantidade de 
papel-moeda emitido. 
 
 
Como já foi visto, a quantidade de 
recursos emitidos menos a caixa do 
Banco Central é igual à base 
monetária; então, optou-se por 
escriturar essa última conta que 
aparece no lado do passivo do 
balancete do Banco Central (Quadro 
2.1). 
 
 
22 
 
 
A base monetária pode ser dividida 
em duas subcontas: papel-moeda em 
poder do público e encaixes totais em 
moeda dos bancos (ou reservas 
bancárias). 
 
 
 
O Banco Central também pode tomar 
empréstimos no exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 As principais contas do ativo do 
balancete do Banco Central são as 
seguintes: 
 Reservas internacionais; 
 Títulos públicos; 
 Redescontos e empréstimos aos 
bancos. 
 
 
 
 
24 
 
 
Algumas das funções típicas do Banco 
Central são expressas nas contas do 
seu balancete. 
 
 
A função de emissor de papel-
moeda é expressa pela conta base 
monetária. 
 
 
A função de emprestador de última 
instância aparece na conta 
redescontos e empréstimos. 
 
 
 
 
25 
 
 
A função depositário das reservas 
internacionais é expressa na conta 
reservas internacionais, com valor 
expresso em moeda nacional de 
acordo com a taxa de câmbio. 
 
 
É importante notar ainda que é 
através da aquisição de títulos 
públicos comprados diretamente do 
Tesouro Nacional que o Banco 
Central pode desempenhar 
eventualmente a função de financiar o 
governo. 
 
 
 
 
26 
 
 
 
É através da aquisição ou venda de 
títulos em carteira que o Banco 
Central pode controlar a taxa de juros 
da economia e a quantidade de meios 
de pagamento. 
 
 
 
O sistema monetário é aquele 
conjunto de instituições que pode 
criar meios de pagamento, isto é, o 
Banco Central e os bancos comerciais. 
 
 
 
 
 
27 
 
 
O balancete do sistema monetário é a 
soma algébrica do balancete do Banco 
Central com o balancete dos bancos 
comerciais (Quadro 2.2). 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
O balancete de um banco comercial 
foi apresentado nas aulas passadas, e 
transcrevendo-o (Quadro 1.2): 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
O balancete do conjunto dos bancos 
comerciais de uma economia possui a 
mesma estrutura do balancete acima 
reapresentado (Quadro 1.2). 
 
 
 
Assim, pode-se efetuar a soma 
algébrica deste balancete 
(considerando-o como representativo 
do conjunto de bancos comerciais) e o 
balancete do Banco Central 
apresentado no Quadro 2.1. 
 
 
 
 
30 
 
 
Quando se efetua o agrupamento das 
contas, percebe-se que as rubricas (2) 
e (14) do ativo têm o mesmo valor das 
contas do passivo (16.2) e (9), 
respectivamente. Portanto, podem ser 
excluídas. 
 
 
 
As contas (16.1) e (6) podem ser 
agrupadas em uma única conta, os 
meios de pagamento. As demais 
contas do passivo se constituem nos 
recursos não monetários do sistema 
bancário. 
 
 
 
 
31 
 
2.3. O MULTIPLICADOR 
MONETÁRIO 
 
A quantidade ofertada de base 
monetária é estabelecida pelo Banco 
Central. A demanda pela base 
monetária é realizada pelo público e 
pelos bancos. 
 
 
Os bancos demandam base pela 
necessidade de manter reservas 
(encaixes). O público demanda base 
para transformá-la em meios de 
pagamento. 
 
 
 
 
32 
 
 
A questão relevante é que a 
quantidade total de meios de 
pagamento é um múltiplo da base 
monetária. 
 
 
 
A explicação para esse fato é que não 
é somente o Banco Central que cria 
meios de pagamento, os bancos 
comerciais também o fazem. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
Os bancos possuem essa prerrogativa 
porque o público aceita os depósitos à 
vista (moeda escritural) como meios 
de pagamento. 
 
 
Então, como os bancos sabem que 
nem todos os clientes desejam sacar 
ao mesmo tempo seus depósitos, 
criam moeda escritural em uma 
quantidade superior às reservas que 
possuem. Consequentemente, os meios 
de pagamento tornam-se um múltiplo 
da base monetária. 
 
 
 
 
34 
 
 
 
O Gráfico 2.1 apresentado a seguir 
descreve essas relações entre a base 
monetária e os meios de pagamento e 
entre as reservas bancárias (os 
encaixes) e os depósitos à vista. A 
parte da base monetária que é 
demandada pelo público (papel-
moeda) não é multiplicada, mas os 
bancos multiplicam a parte que 
demandam. 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
O multiplicador monetário é a razão 
meios de pagamento/base 
monetária. É positivo e, em geral, 
maior que 1 (um). 
 
 
 
 
36 
 
Os meios de pagamento são definidos 
por: 
 
𝑀𝑃 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐷𝑉𝐵𝐶 
Então 
 
𝑃𝑀𝑃𝑃 = 𝑀𝑃 − 𝐷𝑉𝐵𝐶 
 
A base monetária é definida por 
𝐵 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐸𝑇 
Então 
𝑃𝑀𝑃𝑃 = 𝐵 − 𝐸𝑇 
Logo, 
𝑃𝑀𝑃𝑃 = 𝑀𝑃 − 𝐷𝑉𝐵𝐶 = 𝐵 − 𝐸𝑇 
𝑀𝑃 − 𝐷𝑉𝐵𝐶 = 𝐵 − 𝐸𝑇 
 
 
37 
 
𝐵 = 𝑀𝑃 − 𝐷𝑉𝐵𝐶 + 𝐸𝑇 
 
Dividindo-se cada termo desta última 
equação por MP, obtém-se: 
 
𝐵
𝑀𝑃
=
𝑀𝑃 − 𝐷𝑉𝐵𝐶 + 𝐸𝑇
𝑀𝑃
 
𝐵
𝑀𝑃
=
𝑀𝑃
𝑀𝑃
−
𝐷𝑉𝐵𝐶
𝑀𝑃
+
𝐸𝑇
𝑀𝑃
 
𝐵
𝑀𝑃
= 1 −
𝐷𝑉𝐵𝐶
𝑀𝑃
+
𝐸𝑇
𝑀𝑃
 
 
Dividindo-se e multiplicando-se o 
último termo por 𝐷𝑉𝐵𝐶, tem-se: 
 
𝐵
𝑀𝑃
= 1 −
𝐷𝑉𝐵𝐶
𝑀𝑃
+ (
𝐸𝑇
𝑀𝑃
) ∗ (
𝐷𝑉𝐵𝐶
𝐷𝑉𝐵𝐶
) 
 
 
38 
 
 
Chamando-se a razão 
𝐷𝑉𝐵𝐶
𝑀𝑃
 de d e a 
razão 
𝐸𝑇
𝑀𝑃
 de e, pode-se reescrever esta 
última equação da seguinte forma: 
 
𝐵
𝑀𝑃
= 1 −
𝐷𝑉𝐵𝐶
𝑀𝑃
+ (
𝐸𝑇
𝐷𝑉𝐵𝐶
) ∗ (
𝐷𝑉𝐵𝐶
𝑀𝑃
) 
 
𝐵
𝑀𝑃
= 1 − 𝑑 + 𝑒 ∗ 𝑑 
𝐵
𝑀𝑃
= 1 − 𝑑(1 − 𝑒) 
𝑀𝑃 =
𝐵
[1 − 𝑑(1 − 𝑒)]
 
 
 
 
 
39 
 
 
Assim, o multiplicador monetário é: 
 
𝛼 =
1
[1 − 𝑑(1 − 𝑒)]
 
 
 
Logo, uma variação da base 
monetária multiplicada por 𝛼 é igual 
à variação dos meios de pagamento, 
isto é: 
∆𝑀𝑃 = 𝛼∆𝐵 
 
 
 
 
 
40 
 
Ex: se o multiplicador monetário de 
uma economia é 1,54 e o Banco 
Central fez a base monetária variar 
em 100 milhões de unidades 
monetárias, então, os meios de 
pagamento foram expandidos em 154 
milhões de unidades monetárias. 
 
 
O Banco Central do Brasil divulga 
mensalmente o valor do multiplicador 
monetário. 
 
O multiplicador monetário é função 
de duas variáveis d e e. Quanto maior 
o valor de d, maior será o 
multiplicador. Quanto maior o valor 
de e, menor será o multiplicador. 
 
 
41 
 
 
Assim, pode-se dizer que: 
 
𝛼 = 𝑓(𝑑, 𝑒) 
𝛿𝛼
𝛿𝑑⁄ > 0 
𝛿𝛼
𝛿𝑒⁄ < 0 
 
O entendimento econômico: Quando a 
quantidade de reservas bancárias em 
relação ao total de depósitos à vista 
(e) é aumentada, dada uma 
quantidade de depósitos à vista em 
relação ao total de meios de 
pagamento (d), menor será o 
multiplicador α. 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
Isto pode ocorrer quando, por 
exemplo, o Banco Central decide 
elevar as reservas compulsórias dos 
bancos. Assim, com uma quantidade 
menor de reservas livres para realizar 
negócios, os bancos tendem a reduzir 
a oferta de crédito ao público, 
independentemente da sua demanda. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
O coeficiente e representa o 
percentual fixado legalmente de 
quanto dos depósitos à vista devem 
ser recolhidos ao Banco Central e, 
além disso, reflete a aversão dos 
bancos a ter que recorrer a auxílios do 
Banco Central em virtude de uma 
eventual insuficiência de encaixes de 
negócios. 
 
 
Logo, se as taxas de juros das 
operações de redesconto tornam-se 
punitivas e as reservas compulsórias 
se elevam, o coeficiente e aumenta e o 
multiplicador α diminui. 
 
 
 
 
44 
 
Pode-se dizer então que o coeficiente e 
é representativo das decisões do 
Banco Central(em relação ao 
percentual de reservas compulsórias) e 
da decisão de como os bancos 
administram os seus ativos (a 
concessão de empréstimos) e seus 
passivos (a emissão de depósitos à 
vista). 
 
 
Quando a quantidade de depósitos à 
vista em relação ao total de meios de 
pagamento (d) é aumentada, dada 
uma quantidade de reservas bancárias 
em relação ao total de depósitos à 
vista (e), maior será o multiplicador 
α. 
 
 
45 
 
 
 
 
 
Isto pode ocorrer quando, por 
exemplo, os bancos comerciais 
adotam políticas de concessão de 
crédito mais agressivas. Se existem 
tomadores de crédito insatisfeitos, tal 
política creditícia de oferta mais 
ampla aumentará a quantidade de 
meios de pagamento da economia. Em 
outras palavras, aumentará a 
quantidade de depósitos à vista em 
relação ao papel-moeda em poder do 
público. 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
Pode-se dizer, portanto, que o 
coeficiente d é representativo da 
decisão de como os bancos 
administram os seus ativos (a 
concessão de empréstimos) e os seus 
passivos (a emissão de depósitos à 
vista), assim como da decisão do 
público de demandar meios de 
pagamento na forma de depósitos à 
vista (isto é, demandar empréstimos) 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
Em suma, o Banco Central pode 
controlar a quantidade de meios de 
pagamento da economia (de acordo 
com a fórmula 𝐵𝛼 = 𝑀 ) de duas 
formas isoladamente ou utilizando-as 
de maneira complementar. 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
Em primeiro lugar, o Banco Central 
pode controlar diretamente a base 
monetária tal como será visto a partir 
da próxima seção. Em segundo lugar, 
pode tentar controlar o multiplicador 
monetário fazendo-o diretamente 
através da variação do percentual das 
reservas compulsórias em relação aos 
depósitos à vista, isto é, controlando 
diretamente o valor da razão e. 
 
 
 
 
49 
 
 
O Banco Central pode também 
interferir indiretamente sobre o valor 
da razão d, impondo taxas punitivas 
nas operações de redesconto e 
empréstimos aos bancos comerciais. 
 
 
 
Com taxas punitivas em vigor, é 
provável que os bancos comerciais 
adotem políticas creditícias mais 
cautelosas (reduzindo o valor de d) em 
função do encarecimento em obter 
reservas junto ao Banco Central, 
quando necessárias. 
 
 
 
50 
 
As taxas das operações de socorro 
oficial também podem influenciar 
indiretamente e. 
 
 
Sob condições em que vigoram taxas 
punitivas, é possível que os bancos 
adotem políticas mais conservadoras 
de retenção de reservas de negócios 
(elevando o valor de e) para evitar 
que sejam obrigados a incorrer em 
operações de redesconto e 
empréstimos. 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
A relação entre a base monetária e o 
multiplicador pode ser representada 
graficamente. No eixo vertical do 
Gráfico 2.2 estão representados os 
meios de pagamento e, no eixo 
horizontal, a base monetária. 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
A inclinação da função M está 
relacionada com o valor do 
multiplicador, que é no mínimo de 
450, isto é, igual a 1 (um). 
 
 
 
 
Pela fórmula do multiplicador, pode-
se concluir que o multiplicador 
somente será igual a 1 (um), quando d 
for igual 0 (zero) ou quando e for 
igual a 1 (um). 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
O significado econômico de d ser igual 
a 0 (zero) é que não existem depósitos 
à vista nesta economia. O significado 
econômico de o coeficiente e ser igual 
a 1 é que o total de depósitos à vista 
existentes é plenamente conversível 
em papel-moeda para todos os clientes 
simultaneamente. É improvável que 
uma economia tenha o seu 
multiplicador monetário igual a 1 
(um). 
 
 
 
 
 
 
54 
 
2.4. CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DA 
BASE MONETÁRIA 
 
 
Uma regra prática é visualizar a base 
monetária como uma conta-resíduo 
no seu respectivo balancete. 
 
 
Assim, uma variação da base 
monetária somente ocorrerá como 
resultado da diferença entre variações 
no valor das contas que estão do lado 
do ativo e variações do valor das 
contas do passivo não monetário do 
balancete do Banco Central. O Box 
2.4 resume esta regra prática. 
 
 
55 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
A base monetária será expandida 
quando, por exemplo, o Banco 
Central compra dólares (e não realiza 
nenhuma operação que altere a 
magnitude do seu passivo não 
monetário). 
 
 
Quando o Banco Central vende títulos 
públicos (e não promove nenhuma 
alteração do seu passivo não 
monetário), reduz o tamanho da base 
monetária. 
 
 
 
 
 
57 
 
Quando não se utiliza a regra prática 
da conta-resíduo, pode-se incorrer no 
erro de avaliar que um aumento dos 
encaixes compulsórios aumentaria a 
base monetária (dado que a base 
monetária é a soma de encaixes totais 
bancários com papel-moeda em poder 
do público). 
 
 
Um aumento dos encaixes 
compulsórios não altera diretamente a 
base monetária porque não alterou o 
valor de qualquer conta do ativo do 
Banco Central, nem o valor de 
qualquer conta do seu passivo não 
monetário. 
 
 
 
58 
 
 
 
 
Uma outra regra prática importante é 
que deve haver uma transação que 
envolva moeda para que a base 
monetária possa ter seu valor 
modificado. 
 
 
59 
 
 
 
2.6. OPERAÇÕES DE CRIAÇÃO E 
DESTRUIÇÃO DE MEIOS DE 
PAGAMENTO 
 
Dez exemplos das possibilidades de 
variação do estoque de meios de 
pagamento da economia: 
 
 
1. Ao fim de um dia, um empresário se 
dirige a um banco comercial com a 
receita do seu negócio e faz um 
depósito à vista. Nesta operação não 
houve criação nem destruição de 
meios de pagamento. Nenhuma conta 
do ativo do balancete do sistema 
 
 
60 
 
monetário teve seu valor alterado, 
assim como nenhuma conta do 
passivo não monetário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
 
2. Um empresário se dirige a uma 
empresa de factoring e troca todos os 
cheques pré-datados que recebeu por 
recursos em moeda manual. Nesta 
operação não houve criação nem 
destruição de meios de pagamento. 
Não houve nenhuma operação que 
envolvesse o setor monetário da 
economia e o público não bancário. 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
3. Um indivíduo vende ações ao banco 
comercial de que é cliente e recebe 
como pagamento um depósito à vista 
na sua conta-corrente. Houve criação 
de meios de pagamento. Houve uma 
variação positiva do valor do ativo do 
sistema bancário, que resultou de uma 
operação entre o setor monetário da 
economia (o banco comercial) e o 
público não bancário (o cliente) e que 
envolveu um ativo não monetário (as 
ações) e um ativo monetário (o 
depósito à vista). 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
4. Um banco de investimento compra 
dólares de um exportador. O 
pagamento é feito em moeda cash. 
Nesta operação não houve criação 
nem destruição de meios de 
pagamento. Tal operação não foi 
realizada entre o setor monetário da 
economia e o público não bancário, 
mas sim entre o setor financeiro não 
monetário (o banco de investimento) e 
o público não bancário (a empresa 
exportadora). 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
5. Uma empresa vende os títulos 
públicos que possui a um banco 
comercial. O pagamento é feito em 
moeda manual. Nesta operação houve 
criação de meios de pagamento. 
Houve uma variação positiva do 
valor do ativo do sistema bancário 
que resultou de uma operação entre o 
setor monetário da economia (o banco 
comercial) e o público não bancário (a 
empresa) e que envolveu um ativo 
não monetário (os títulos) e um ativo 
monetário (moeda manual). 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
 
6. Um banco comercial vende parte 
dos imóveis que possui a um banco de 
investimento. O pagamento é feito em 
moeda cash. Nesta operação houve 
destruição de meios de pagamento. 
Houve uma variação negativa do 
valor do ativo do sistema bancário, 
que resultou de uma operação entre o 
setor monetário da economia (obanco 
comercial) e o público não bancário (o 
banco de investimento) e que 
envolveu um ativo não monetário (os 
imóveis) e um ativo monetário 
(moeda manual). 
 
 
 
 
66 
 
 
 
7. Os donos de uma empresa da área 
de informática dividem a sua 
propriedade vendendo ações aos seus 
empregados. A compra das ações é 
feita em cheques. Nesta operação não 
houve criação nem destruição de 
meios de pagamento. Não houve 
nenhuma operação que envolvesse o 
setor monetário da economia e o 
público não bancário. 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
 
8. O Banco Central realiza uma 
operação de empréstimo direto a um 
banco comercial que está em 
dificuldade. Nesta operação não 
houve criação nem destruição de 
meios de pagamento. Não houve 
nenhuma operação que envolvesse o 
setor monetário da economia e o 
público não bancário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
9. Taxas de limpeza urbana são 
recolhidas por um banco comercial 
que deposita esses recursos na conta 
da prefeitura. Nesta operação não 
houve criação nem destruição de 
meios de pagamento. Nenhuma conta 
do ativo do balancete do sistema 
monetário teve seu valor alterado, 
assim como nenhuma conta do 
passivo não monetário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
10. Um banco comercial vende dólares 
a importadores. O pagamento é feito 
em moeda corrente. Nesta operação 
houve destruição de meios de 
pagamento. Houve uma variação 
negativa do valor do ativo do sistema 
bancário que resultou de uma 
operação entre o setor monetário da 
economia (o banco comercial) e o 
público não bancário (empresas de 
importação) e que envolveu um ativo 
não monetário (reservas 
internacionais) e um ativo monetário. 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
Exercícios 
 
Indique se as proposições abaixo são 
verdadeiras ou falsas: 
 
(0) Empréstimos do Banco Central 
aos bancos comerciais determinam 
aumento de igual montante nos meios 
de pagamento. 
 
(1) Quanto maior for o coeficiente de 
reservas dos bancos comerciais e 
menor for a preferência do público por 
papel-moeda (proporção da moeda em 
poder do público em relação aos meios 
de pagamento), maior será o 
multiplicador da base monetária. 
 
 
71 
 
(2) Em uma economia em que as 
reservas bancárias atingem 100% dos 
depósitos à vista o multiplicador 
monetário é igual a 0. 
 
(3) Sendo meios de pagamento 
definidos como M1, um aumento na 
relação moeda em poder do 
público/depósito à vista reduz o 
multiplicador monetário. 
(4) Se a razão reservas/depósitos à 
vista é de 25% e a razão moeda em 
poder do público/depósitos à vista é 
de 50%, o multiplicador monetário é 
2.

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