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O EPI DO MOTORISTA POLICIAL MILITAR E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE-TCC_Ayres - Melo

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO 
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO 
BACHARELADO EM CIÊNCIAS POLICIAIS DE SEGURANÇA E ORDEM 
PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
® 
 
 
 
 
Al Of PM 118307-9 – Rodrigo Ayres Branco Arruda 
Al Of PM 121775-5 – Rogério Santos de Melo 
 
 
 
 
O EPI DO MOTORISTA POLICIAL MILITAR E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE 
OCUPACIONAL – INTERAÇÃO COM A ERGONOMIA E OUTROS ASPECTOS 
DA ATIVIDADE PROFISSIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020
 
Al Of PM 118307-9 – Rodrigo Ayres Branco Arruda 
Al Of PM 121775-5 – Rogério Santos de Melo 
 
 
 
 
 
 
 
O EPI DO MOTORISTA POLICIAL MILITAR E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE 
OCUPACIONAL – INTERAÇÃO COM A ERGONOMIA E OUTROS ASPECTOS 
DA ATIVIDADE PROFISSIONAL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado na Academia de Polícia Militar 
do Barro Branco, como parte dos requisitos 
para a obtenção do Bacharelado em 
Ciências Policiais de Segurança e Ordem 
Pública. 
 
Orientador - Maj PM Renato Zanetti 
Galerani 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020
 
Al Of PM 118307-9 – Rodrigo Ayres Branco Arruda 
Al Of PM 121775-5 – Rogério Santos de Melo 
 
 
 
O EPI DO MOTORISTA POLICIAL MILITAR E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE 
OCUPACIONAL – INTERAÇÃO COM A ERGONOMIA E OUTROS ASPECTOS 
DA ATIVIDADE PROFISSIONAL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Academia de Polícia Militar do 
Barro Branco, como parte dos requisitos para a obtenção do Bacharelado em 
Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. 
(X) Recomendamos disponibilizar para pesquisa 
(X) Não recomendamos disponibilizar para pesquisa 
(X) Recomendamos a publicação 
(X) Não recomendamos a publicação 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedicamos o presente trabalho: Primeiramente ao nosso DEUS, Criador e 
Mestre, Todo Poderoso, que a todos os momentos nos sustentou e sustenta em 
nossas vidas, bem como as nossas famílias, abençoando, protegendo e acima de 
tudo estando presente em cada um nós, dando-nos força para superar todas as 
batalhas, agregando sabedoria e discernimento. 
 
Aos nossos familiares que sempre nos apoiaram em nossas ações, desde o 
ingresso na Polícia Militar do Estado de São Paulo, como Soldados, até a tão 
almejada vaga na Academia de Polícia Militar do Barro Branco e o nosso sonho de 
sermos oficiais. 
 
Aos nossos amigos e companheiros de farda, desde os colegas da nossa 
turma de Soldados, até nossa turma, Aspirantes 2020, que com certeza, nos 
ajudaram a crescer e superar barreiras juntos. 
 
A todos os nossos instrutores, comandantes e professores da Academia do 
Barro Branco, que sempre tiveram a paciência de nos ensinar com destreza todo o 
conhecimento necessário para nos tornarmos oficiais. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao Major PM 900312-6 Renato Zanetti Galerani que sempre nos apoiou e 
orientou com maestria, calma e dedicação, proporcionando a realização deste 
trabalho sem grandes dificuldades. 
 
Ao Major PM 910361-9 Wladimir Borges de Freitas, idealizador do tema 
proposto, que nos auxiliou muito para a elaboração deste trabalho, transmitindo 
todo o seu conhecimento e disponibilizando seu tempo para nos ajudar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Ele (Deus) é o dono de tudo. Devo a Ele a oportunidade que tive de chegar onde 
cheguei. Muitas pessoas têm essa capacidade, mas não têm a oportunidade. Ele 
a deu pra mim, não sei porque. Só sei que não posso desperdiçá-la” 
 
 
Ayrton Senna da Silva 
 
RESUMO 
 
O referido tema representa condições indesejadas no trabalho e qualidade de vida 
do policial militar, no qual se fazem necessárias ações que propiciem a busca por 
uma condição melhor. A finalidade é de que o mesmo exerça suas funções com 
qualidade, esta indispensável na instituição, prevenindo queda de rendimento e 
baixas, de maneira que o policial militar consiga manter ou melhorar sua saúde na 
vida profissional e na vida pessoal. Para tanto, o presente trabalho é focado na 
saúde e bem-estar do motorista, e também é válido para o patrulheiro. Ambos 
exercem sua função com esforço além do seu limite, pois um dos fatores que traz 
desgaste ao policial é o clima territorial do Estado de São Paulo, que possui 
grande amplitude térmica (clima subtropical). As elevadas horas de trabalho 
ininterrupto são outro fator de desgaste, uma vez que o motorista trabalha ao 
menos 12 horas por dia, alternando com 36 horas de folga, muitas vezes 
preenchidas com trabalhos extras em convênios da Polícia Militar, com os 
Municípios ou com o próprio Estado. Durante todo o desempenho do serviço, o 
militar embarca e desembarca da viatura diversas vezes, carregando seu 
Equipamento de Proteção Individual (EPI), colete e cinturão que comporta os 
diversos acessórios, entre arma de fogo, carregadores, lanterna e outros, para o 
cumprimento do múnus constitucional de preservação da ordem pública. É voltada 
para esses equipamentos que se faz necessária uma análise da visão subjetiva 
dos policiais e técnica-objetiva da relação entre os EPI do motorista policial militar 
e a ergonomia desses equipamentos, no que tange à aplicabilidade, eficiência e 
efetividade, e dos malefícios causados à saúde laboral do policial militar. 
 
Palavras-chave: Polícia Militar. Saúde. Bem-estar. EPI. Ergonomia. 
 
ABSTRACT 
 
This theme represents unwanted conditions at work and the quality of life of the 
military policeman, in which actions are necessary to promote the search for a 
better condition. The purpose is that he performs his duties with quality, which is 
indispensable in the institution, preventing loss of income and casualties, so that 
the military police can maintain or improve their health in professional and personal 
life. To this end, the present work is focused on the health and welfare of the 
driver, and is also valid for the patrol driver. Both perform their function with effort 
beyond its limit, because one of the factors that brings wear to the police is the 
territorial climate of the State of São Paulo, which has great thermal amplitude 
(subtropical climate). The long hours of uninterrupted work are another factor of 
attrition, as the driver works at least 12 hours a day, alternating with 36 hours off, 
often filled with extra work in agreements of the Military Police, the Municipalities or 
the state itself. During the entire performance of the service, the military embarks 
and disembarks the car several times, carrying his Individual Protection Equipment 
(EPI), vest and belt that includes the various accessories, including firearms, 
porters, flashlight and others, to fulfill the constitutional task of preserving the public 
order. It is focused on these equipments that it is necessary an analysis of the 
subjective view of the police and the objective technique of the relationship 
between the military police driver's EPI and the ergonomics of this equipment, 
regarding the applicability, efficiency and effectiveness, and the harm caused to 
the police. occupational health of the military police officer. 
 
Keywords: Military Police. Health. Wellness. EPI. Ergonomics. 
 
RESUMEN 
 
Este tema representa las condiciones no deseadas en el trabajo y la calidad de 
vida del policía militar, en el que las acciones son necesarias para promover la 
búsqueda de una mejor condición. El propósito es que desempeñe sus funciones 
con calidad, lo cual es indispensable en la institución, evitando pérdidas de 
ingresos y bajas, para que la policía militar pueda mantener o mejorar su salud en 
la vida profesional y personal. Con este fin, el presente trabajo se centra en la 
salud y el bienestar del conductor, y también es válido para el conductor de la 
patrulla. Ambos realizan su función con esfuerzo más allá de su límite, porque uno 
de los factores que trae desgaste a la policía es el clima territorial del Estado de 
São Paulo, quetiene una gran amplitud térmica (clima subtropical). Las largas 
horas de trabajo ininterrumpido son otro factor de desgaste, ya que el conductor 
trabaja al menos 12 horas al día, alternando con 36 horas de descanso, a menudo 
lleno de trabajo adicional en los acuerdos de la Policía Militar, los municipios o el 
Estado en sí mismo. Durante todo el desempeño del servicio, los militares 
embarcan y desembarcan el automóvil varias veces, llevando su Equipo de 
Protección Individual (EPI), chaleco y cinturón que incluye varios accesorios, 
incluyendo armas de fuego, porteadores, linterna y otros, para cumplir con la tarea 
constitucional de preservar el orden público Se enfoca en estos equipos que es 
necesario un análisis de la visión subjetiva de la policía y la técnica objetiva de la 
relación entre el EPI del conductor de la policía militar y la ergonomía de este 
equipo, con respecto a la aplicabilidad, eficiencia y efectividad, y el daño causado 
a la policía. salud ocupacional del oficial de policía militar. 
 
Palabras clave: Policia Militar. Salud. Bienestar. EPI. Ergonomía. 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Armaduras medievais. ............................................................................ 17 
Figura 2 – Elmos. .................................................................................................... 17 
Figura 3 – Esqueleto humano. ................................................................................ 25 
Figura 4 – Coluna vertebral ..................................................................................... 26 
Figura 5 – Disco intervertebral. ............................................................................... 27 
Figura 6 – Vista superior das vértebras. .................................................................. 28 
Figura 7 – Cifose, escoliose e lordose, respectivamente. ....................................... 32 
Figura 8 – Colete utilizado pela PMESP. ................................................................. 38 
Figura 9 – Partes componentes do colete balístico. ................................................ 40 
Figura 10 – Camadas de material balístico sobrepostas sendo cortadas com 
máquina de costura industrial. ................................................................ 41 
Figura 11 – Detalhes do tecido balístico em camadas sobrepostas, formando o 
painel. ..................................................................................................... 41 
Figura 12 – Capa externa frontal. .............................................................................. 42 
Figura 13 – Capa externa dorsal. .............................................................................. 43 
Figura 14 – Capa externa do painel balístico frontal e detalhe da etiqueta. .............. 43 
Figura 15 – Capa externa do painel balístico dorsal. ................................................ 44 
Figura 16 – Disposição dos equipamentos usados por um PM no cinturão. ............. 46 
Figura 17 – Breve descrição da funcionalidade do colete tático. ............................... 47 
Figura 18 – Configuração para combinação colete tático, cinturão e coldre com 
sistema de fixação da plataforma de coxa. ............................................ 48 
Figura 19 – Suspensório militar. ................................................................................ 49 
Figura 20 – Suspensório militar ostensivo (esquerda) e dissimulado (direita)........... 50 
 
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS 
 
Tabela 1. Distribuição da variável Idade em anos. .................................................... 54 
Tabela 2. Distribuição da variável Peso em quilogramas. ......................................... 54 
Tabela 3. Distribuição da variável Tempo de motorista em anos. ............................. 54 
Tabela 4. Porcentagens das respostas às questões ................................................. 57 
Tabela 5. P- valores para o teste de independência qui - quadrado (x2) ................... 58 
Gráfico 1 – Distribuição das respostas para a questão 1. ......................................... 55 
Gráfico 2 – Distribuição das respostas para a questão 2 .......................................... 55 
Gráfico 3 – Distribuição das respostas para a questão 3 .......................................... 55 
Gráfico 4 – Distribuição das respostas para a questão 4 .......................................... 55 
Gráfico 5 – Distribuição das respostas para a questão 5 .......................................... 56 
Gráfico 6 – Distribuição das respostas para a questão 6 .......................................... 56 
Gráfico 7 – Distribuição das respostas para a questão 7 .......................................... 56 
Gráfico 8 – Distribuição das respostas para a questão 8. ......................................... 56 
Gráfico 9 – Coeficientes de Pearson para o grau de correlação entre as 
questões. ................................................................................................ 59 
Quadro 1 – Relação de atendimentos da Junta de Saúde com parecer Licença, 
por CID ano 2013 ................................................................................... 33 
Quadro 2 – Relação de atendimento da Junta de Saúde com parecer Restrição, 
por CID ano 2013 ................................................................................... 34 
Quadro 3 – Comparação do nível de proteção exigido na norma NIJ Standard 
0101.04 e NIJ Standard – 0101.06. ........................................................ 62 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
Al Of Aluno Oficial 
APMBB Academia de Polícia Militar do Barro Branco 
Bol G PM Boletim Geral da PMESP 
Cmt G Comandante Geral 
CAES Centro de Autos Estudos de Segurança Pública 
CAEx Centro de Avaliações do Exército 
CBC Companhia Brasileira de Cartuchos 
CCB Comando do Corpo de Bombeiros 
Cel Coronel 
CID Classificação Internacional de Doenças 
CFO Curso de Formação de Oficiais 
CPA Comando de Policiamento de Área 
CPC Comando de Policiamento da Capital 
CPI Comando de Policiamento do Interior 
CPM Comando de Policiamento Metropolitano 
CSM/AM Centro de Suprimento e Manutenção de Armamento e Munição 
DEJEM Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial 
Militar 
DP Desvio Padrão 
EB Exército Brasileiro 
EM/PM Estado Maior da PMESP (1ª a 6ª Seção) 
EPI Equipamento de Proteção Individual 
EVA Ethylene Vinyl Acetate (material composto de borracha) 
FAEMA Faculdade de Educação e Meio Ambiente 
Maj Major 
NIJ National Institute of Justice 
OPM Organização Policial Militar 
PM Policial Militar 
PMESP Polícia Militar do Estado de São Paulo 
TCC Trabalho de Conclusão de Curso 
Ten Cel Tenente Coronel 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 13 
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 14 
1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 14 
1.2.2 Objetivos Específicos .......................................................................... 15 
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 16 
2.1 EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............. 16 
2.2 HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO ................. 18 
2.3 O POLICIAL MILITAR ..................................................................................... 19 
2.3.1 Regime de Trabalho do Policial Militar .............................................. 20 
2.4 COLUNA VERTEBRAL ................................................................................... 24 
2.4.1Anatomia da coluna vertebral ............................................................. 27 
2.4.2 Fisiologia da coluna vertebral ............................................................ 29 
2.4.3 Alterações degenerativas ................................................................... 31 
2.4.4 Lombalgia e cervicalgia ...................................................................... 32 
2.4.5 Problemas na coluna vertebral e a PMESP ....................................... 33 
2.4.6 Reabilitação .......................................................................................... 35 
2.4.7 Ergonomia ............................................................................................ 35 
2.4.7.1 Design ergonômico .................................................................. 36 
2.5 COLETE À PROVA DE BALAS ...................................................................... 38 
2.5.1 Norma da National Institute of Justice ............................................... 44 
2.6 O CINTURÃO TÁTICO.................................................................................... 45 
2.7 O COLETE TÁTICO ........................................................................................ 47 
2.8 O SUSPENSÓRIO MILITAR ........................................................................... 49 
3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 51 
4 MATERIAIS E MÉTODO........................................................................................ 52 
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 54 
6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 61 
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 64 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65 
 
13 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde o surgimento da formação dos exércitos, há uma preocupação em 
defender seus infantes através de equipamentos que visam à proteção da 
integridade física, em especial a criação da “armadura” utilizada no combate corpo a 
corpo, protegendo contra flechas, lanças e golpes de espadas dos inimigos. Ao 
longo do tempo, vários materiais foram utilizados para este fim, partindo desde o 
couro, ferro e aço, até o descobrimento das fibras sintéticas, utilizadas atualmente, 
que combinam leveza e proteção, fazendo com que o pesado e desconfortável 
“colete a prova de balas” tenha se tornado um popular equipamento de proteção 
individual indispensável às forças policiais de todo o mundo. 
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, baseada na tríade filosófica dos 
Direitos Humanos, Gestão pela Qualidade e Polícia Comunitária, muito faz para a 
melhoria dos armamentos e equipamentos utilizados por sua tropa, a fim de fazer 
frente à realidade diária de combate ao crime e preservação da ordem pública. 
 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
Tendo em vista o aumento da quantidade de policiais militares que se afastam 
dos serviços operacionais por adquirirem problemas médicos, causados na maioria 
dos casos por problemas ortopédicos, sobretudo na coluna e região lombar, 
relacionados ao uso dos equipamentos de proteção individual, como colete de 
proteção balística e cinturão operacional, aliados ao peso dos equipamentos e 
acessórios, desde arma, carregadores de munições, algemas, e demais itens 
necessários a uma boa atuação policial. 
Faz-se necessário o presente estudo para revisão e aperfeiçoamento do 
equipamento de proteção, visando contribuir de forma efetiva e eficaz na 
produtividade operacional, diminuindo, dessa forma, impactos negativos na saúde 
laboral do policial militar, estando alinhado com o Planejamento Estratégico da 
Instituição nas áreas de gestão de pessoal, logística e saúde, visto que dentre os 
inúmeros objetivos apresentados, podemos citar “focar na maior oferta e na 
qualidade de serviços” e “valorizar o policial militar”. 
 
 
14 
1.2 OBJETIVOS 
 
Posto isto, este estudo alinha-se a tais objetivos, uma vez que o 
desenvolvimento de medidas que possam melhorar o desempenho e segurança 
individual do policial militar em muito poderá contribuir para uma maior oferta e 
qualidade de serviço, bem como a própria valorização do policial militar. 
 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Para tal, o objetivo geral do presente estudo é apresentar a relação 
estabelecida de causa e efeito entre os equipamentos de proteção individual (EPI) e 
acessórios, que são fixados ao corpo dos policiais através do cinto tático e colete 
balístico, assim como suas consequências por extensiva exposição de carga horária 
a saúde laboral a que são submetidos os motoristas de viaturas policiais, realizando 
pesquisas de campo para compreender os efeitos na saúde do motorista policial 
militar no cumprimento de sua missão; 
Além de pesquisar os malefícios impostos pela postura ergonômica causados 
pelos EPI trazidos ao motorista policial militar no exercício de sua função na 
atualidade, e assim apresentar soluções a curto, médio e longo prazo na melhora de 
condições de trabalho do policial militar, com o fito de diminuir o número de baixas 
médicas do policial militar e melhorar sua qualidade de vida. 
O referido tema demonstra condições indesejadas na qualidade de vida e 
trabalho do policial militar o qual se fazem necessárias ações que propiciem a busca 
para uma melhor condição, com a finalidade de que este exerça suas funções com 
qualidade, esta que se faz indispensável na instituição policial militar, prevenindo 
baixas e queda de rendimento do profissional militar, de maneira que o policial 
consiga manter ou melhorar sua saúde e leve essa melhora para vida pessoal e 
profissional. 
 
 
15 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
Para tanto, o presente trabalho é focado na saúde e bem-estar do motorista, 
no entanto vale também para o patrulheiro uma vez que ambos exercem sua função 
valendo-se de esforço que vai além do seu limite, pois alguns dos fatores que 
trazem desgaste ao policial é o clima territorial do Estado de São Paulo, que possui 
uma grande amplitude térmica (clima subtropical). As elevadas horas de trabalho 
ininterrupto também são um fator de desgaste uma vez que o motorista trabalha por 
ao menos 12 horas por dia, alternando com 36 horas de folga, estas que muitas 
vezes são preenchidas com trabalhos extras em convênios da Polícia Militar, com 
Municípios ou com o próprio Estado. 
Durante todo o serviço desempenhado o militar embarca e desembarca da 
viatura por diversas vezes carregando seu EPI, colete e o cinturão com o coldre que 
serve para a acomodação da arma e voltado para esses equipamentos se fazem 
necessária uma análise da visão subjetiva dos policiais e técnico-objetiva da relação 
entre os equipamentos de proteção individual do motorista policial militar e a 
ergonomia desses equipamentos, no que tange a aplicabilidade, eficiência e 
efetividade, aos malefícios causados à saúde laboral do policial militar. 
Neste cenário de trabalho e o ambiente aos quais os profissionais são 
submetidos e desempenham a atividade policial, vê-se que, além de desenvolverem 
suas atividades em condições de sobrecarga física e mental, usam equipamentos de 
proteção individual que são objetos de reclamações pelo excessivo desconforto, 
agravados pela fadiga e estresse, características peculiares à atividade, e ainda, 
intensificadas pelas altas temperaturas climáticas, além da zona de conforto térmico, 
caracterizando fatores que influenciam seu desempenho, emergindo, portanto, a 
importância da ergonomia, que elenca os aspectos físicos, relacionados com as 
características da anatomia humana e biomecânica em sua relação a atividade 
física; os aspectoscognitivos, o qual refere-se aos processos mentais, tais como 
percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações 
com a atividade desempenhada (IIDA, 2005). 
 
16 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
2.1 EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 
Desde os primórdios da história da civilização, na formação de pequenas 
aldeias, o homem primitivo verificou a necessidade de se proteger contra 
intempéries como o frio, chuva e defesa de invasores inesperados, e para tal 
atividade diária, além da extração de frutos silvestres e outros comestíveis, 
recorreram também à caça de animais selvagens, para extrair a carne para o 
alimento e utilizassem a pele como vestes. 
Para atender esta necessidade, além de se utilizarem de objetos de proteção 
contra predadores como barreiras de proteção e pedras, utilizavam também armas 
de ataque, como lanças e o arco e flecha, as quais foram mais difundidas ao longo 
do tempo, devido a maior eficácia. 
Com a chegada da Idade Média, foi constatada além da necessidade de 
proteção coletiva, uma maior proteção individual do homem contra os ataques 
inimigos, com a utilização de armaduras, escudos e elmos pelos cavaleiros 
medievais. 
A armadura era a vestimenta destinada à proteção pessoal em uma batalha. 
As armaduras eram geralmente de metal, mas também de cotas de malha, peitorais 
de aço, tiras de couro, bambu e laca. O elmo era uma espécie de capacete para 
proteção do crânio. No início de seu desenvolvimento, tais armaduras eram muito 
mais leves e simples, acumulando, com o passar do tempo, vários outros 
acessórios, o que acabou por torná-las consideravelmente pesadas, algo em torno 
de 30kg para as mais elaboradas, mas estas eram reservadas a reis e príncipes, 
pois eram demasiadamente caras e, portanto, menos utilizadas. O soldado raso 
geralmente utilizava simples coletes de couro e peles (Figura 1 e 2). 
O tipo básico de armadura era a chamada armadura de malha, formada por 
milhares e milhares de pequenos anéis de ferro interligados sem solda ou rebite, e 
que envolvia o combatente dos pés à cabeça, ela era eficiente para prevenir cortes e 
arranhões, e permitia uma liberdade de movimentos maior do que os outros tipos 
mais complexos. 
O modelo de armadura popularmente conhecido, era a "armadura de placa", 
composta de uma ou mais placas de metal sem qualquer tipo de cobertura ou forro, 
17 
referidas como armaduras brancas pelo fato de o metal estar exposto e reluzir a luz 
do sol. Tais peças surgiram por volta do século XIII, e possuíam um elmo, couraça, 
grebas (para a parte inferior da perna), manoplas, espaldar (para os ombros), 
braços, pernas e escarpe, para os pés. 
 
 
Figura 1 – Armaduras medievais. 
Fonte: http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2018/11/as-armaduras-de-placas-xiii-
xvi.html 
 
 
Figura 2 – Elmos. 
Fonte: http:// www.infoescola.com/historia/armaduras-medievais/ 
 
Segundo Moraes (1998), originalmente, os escudos eram feitos de couro 
endurecido de formas várias, posteriormente, passaram a ser fabricados de madeira, 
http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2018/11/as-armaduras-de-placas-xiii-xvi.html
http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2018/11/as-armaduras-de-placas-xiii-xvi.html
http://www.infoescola.com/historia/armaduras-medievais/
18 
ao mesmo tempo em que as pontas das flechas passaram a ser feitas de pedras e 
alguns metais mais moles. Com o desenvolvimento da metalúrgica primitiva, 
começaram a surgir os primeiros escudos de bronze e, logo em seguida, os de ferro. 
Consta que, em 1894, na Alemanha, um alfaiate de nome Dowe teria 
inventado uma espécie de peitilho confeccionado com placas de aço temperado 
para proteção contra balas de rifles militares da época e o próprio inventor exibiu sua 
invenção em feiras e participou de vários testes, porém, não despertou interesse das 
forças germânicas e, sem sucesso, caiu no esquecimento (VASCONCELOS; 
PORTO, 2007). 
Durante as 1ª e 2ª Guerras Mundiais houve total descaso com o conceito de 
segurança individual da tropa, que só foi retomado pouco antes da guerra do Vietnã, 
onde renasceu o conceito de armadura, devido ao desenvolvimento de novos aços, 
ligas metálicas e fibras plásticas que podiam deter projéteis de baixa velocidade, de 
onde surgiram pesados jaquetões que protegiam os soldados de estilhaços de 
granadas. 
Foi na década de 60 que engenheiros desenvolveram o colete à prova de 
balas, macio diferente das armaduras antigas; o equipamento de proteção balística 
era mais leve e fácil de vestir, ajudando a mobilidade e protegendo com maior 
eficácia. 
A partir daí, os coletes à prova de balas evoluíram, sendo desenvolvidos em 
diversos materiais, até os dias atuais. 
 
 
2.2 HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Criada no período Imperial, a Polícia Militar, instituição quase bicentenária é, 
atualmente, uma instituição reconhecida como referência nacional e internacional 
em serviços de segurança pública. 
No ano de 1831, após a reunião do conselho da Província de São Paulo 
presidida pelo Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, realizada em 15 de dezembro 
daquele ano, foi criado o corpo da Guarda Municipal Permanente, com um efetivo 
composto por 100 homens a pé e 30 a cavalo. 
A milícia paulista, nos seus 188 anos de existência, foi organizada e 
reorganizada diversas vezes. Inicialmente, recebeu o nome de Guarda Municipal 
19 
Permanente. No século XX, foi denominada Força Policial, Força Pública, entre 
outras denominações. 
Em 1906, o governo do Estado de São Paulo contratou uma missão de 
militares franceses para instruírem a Polícia militar em um processo voltado à 
modernização da instituição. A missão Francesa permaneceu até 1924, influindo na 
organização e na formação do caráter da Policia Militar, aliando a estética militar ao 
serviço de policiamento ostensivo voltado para as necessidades comunitárias. 
Finalmente em 09 de abril de 1970, após a unificação da Força Pública com a 
Guarda Civil de São Paulo, a polícia paulista recebeu o nome de Polícia Militar do 
Estado de São Paulo. 
Fundada nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade que se traduzem 
no respeito à dignidade da pessoa humana e na defesa intransigente dos direitos 
humanos, persiste nos dias atuais, mantendo na Policia Militar uma visão humanista, 
voltada para a formação moral e patriótica do policial militar, com dedicação 
incansável à instrução, para bem servir à comunidade paulista e brasileira. 
 
 
2.3 O POLICIAL MILITAR 
 
A Polícia Militar é composta por policiais fardados e equipados incumbidos de 
prevenir as condutas criminosas e zelar pela ordem pública, atuando 
primordialmente na prevenção do crime, devendo estar sempre à disposição do 
Estado, ou seja, o policial não pode se omitir diante de fatos que exijam sua 
intervenção, e precisa estar sempre preparado para servir à comunidade. 
O policial militar é também um integrante do meio social onde vive e atua, e 
sofre inúmeras influências desse meio (RODRIGUEZ-AÑEZ, 2003). 
Neste contexto o policial militar, é submetido a condições fatigantes em seu 
turno de trabalho, pois é exigido um nível elevado de saúde tanto física quanto 
mental para suportar as cargas impostas no ambiente militar, que podem 
comprometer sua qualidade de vida, saúde e bem estar físico e psicológico, além da 
exposição a conflitos armados, nos quais se expõem e podem perder a vida, o que 
se configura em um risco epidemiológico da profissão militar. Extensas jornadas de 
trabalho, problemas ergonômicos, exposição a agentes químicos, físicos e 
biológicos, que, reconhecidamente, são considerados fatores de risco ocupacional. 
20 
Na execução do policiamento ostensivo, as modalidades mais utilizadas são a 
pé e motorizado, as quais demandam que durante o exercício da função, o policial 
permaneça em pé, caminhe ou conduza a viatura durante muitas horas,e durante 
boa parte do período carrega materiais e equipamentos pesados, além de em 
atendimento de algumas ocorrências se fazer necessária a utilização da sua força 
muscular de forma exaustiva, sendo exigida para tal rapidez, percepção, memória, 
prudência, observação, concentração, precisão física e psicológica, sendo exposto 
cotidianamente a situações desfavoráveis (RODRIGUEZ-AÑEZ, 2003). 
 
 
2.3.1 Regime de Trabalho do Policial Militar 
 
O regime de trabalho policial militar é especial e foi instituído pela Lei nº 
10.291, de 26 de novembro de 1968, alterado pela Lei Complementar nº 1.188, de 
27 de novembro de 2012, e caracteriza-se na seguinte conformidade pela prestação 
de serviços em condições precárias de segurança e as chamadas a qualquer hora; 
pelo cumprimento de horário irregular; por situações extraordinárias da tropa 
(sobreaviso, prontidões, etc). 
 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que nos 
termos do § 1º do Artigo 24 da Constituição do Estado eu promulgo a 
seguinte lei: 
Artigo 1º - Fica instituído, na Secretaria da Segurança Pública, o Regime 
Especial de Trabalho Policial, destinado aos ocupantes dos cargos, 
funções, postos e graduações indicados nesta lei. 
§ 1º - O Regime Especial de Trabalho Policial de que trata este artigo 
caracteriza-se: (NR) 
1 - pela prestação de serviços em condições precárias de segurança, 
cumprimento de horário irregular, sujeito a plantões noturnos e a chamadas 
a qualquer hora; (NR) 
2 - pela proibição do exercício de atividade remunerada, exceto aquelas: 
(NR) 
a) relativas ao ensino e à difusão cultural; (NR) 
b) decorrentes de convênio firmado entre o Estado e municípios para a 
gestão associada de serviços públicos, cuja execução possa ser atribuída, 
mediante delegação municipal, à Polícia Militar; (NR) 
3 - pelo risco de o policial tornar-se vítima de crime no exercício ou em 
razão de suas atribuições. (NR) 
§ 2º - O exercício, pelo policial militar, de atividades decorrentes do 
convênio a que se refere o item 2, alínea “b”, do § 1º deste artigo 
dependerá: (NR) 
1 - de inscrição voluntária do interessado, revestindo-se de obrigatoriedade 
depois de publicadas as escalas de serviço; (NR) 
2 - de estrita observância, nas escalas de serviço, do direito ao descanso 
mínimo previsto na legislação em vigor. (NR) 
 
21 
É determinado por horário de expediente administrativo, escala de serviço 
operacional ou administrativo. O horário de serviço de patrulhamento, em situação 
normal, é definido em escalas de serviço e pauta-se nos seguintes parâmetros: I - 
compreendido: a. no mínimo 6 (seis) horas; e b. no máximo 12 (doze) horas; II - os 
serviços que por suas peculiaridades exigirem duração superior ao estabelecido no 
inciso I, alínea b, deverão ter duração exclusiva e tão somente, de 24 (vinte e 
quatro) horas; III - os períodos de folga deverão obedecer as seguintes situações: a. 
no mínimo 2 (duas) vezes o número de horas trabalhadas no período de serviço 
previsto em escala, não se considerando o período de instrução constante do artigo 
6º; b. no máximo 5 (cinco) vezes o número de horas trabalhadas no período de 
serviço previsto por escala, desde que não ultrapasse 48 (quarenta e oito) horas; IV 
- as escalas de serviço deverão ser estabelecidas de tal forma que o quociente entre 
o período de folga e o período de serviço resulte em número inteiro. 
 
BOL G Nº 202, DE 20 DE OUTUBRO DE 1995 
[...] 
Artigo 6º - Aos períodos de serviço, em regime de escala, com duração de 
08 (oito) horas, poderão ser acrescentados até 30 minutos, para instrução e 
ou avaliação. 
Artigo 7º - Todo policial militar deverá cumprir a Jornada de trabalho 
semanal de, no mínimo, 40 (quarenta) horas, adaptável às peculiaridades 
de cada OPM. 
Artigo 8º - As OPM que, devido às suas peculiaridades necessitarem de 
regime de trabalho diverso do estabelecido por esta Portaria, deverão 
apresentar suas propostas e razões, para análise do EM/PM e posterior 
decisão do Cmdo G. 
Artigo 9º - Todas as OPM deverão ter seu pessoal discriminado em horário 
de expediente administrativo, escalas de serviço e eventuais afastamentos. 
Artigo 10º - Os órgãos de Direção Geral, de Direção Setorial e os CPM, CPI 
e CCB deverão adequar as respectivas Ordens, Notas, Instruções e 
Diretrizes fr presente publicação. 
Artigo 11º - Os servidores civis do Estado que prestam serviço na Policia 
Militar, cumprirão Jornada de trabalho conforme determina a legislação 
própria e contratos de trabalho, sendo que as dúvidas deverão ser sanadas 
junto à Diretoria de Pessoal. 
Artigo 12º - Esta Portaria entrara em vigor na data de sua publicação, 
revogadas as disposições em contrário, em especial a publicação constante 
do Boletim Geral 133, de 15 de Julho de 1994. 
[...] 
 
O regime de trabalho operacional na Polícia Militar é definido por escalas, 
podendo ser a de 6 horas de trabalho por 18 de folga; 12 por 48 ou até mesmo 24 
por 72. Porém, devido à incerteza desse ofício e seu regime de dedicação exclusiva, 
as jornadas de percurso ao trabalho ou até mesmo os momentos de folga podem ser 
transformados em trabalho (FRAGA, 2006). 
22 
A carga de trabalho pode ser considerada como o resultado da inter-relação 
entre os elementos do processo de trabalho e os reflexos no corpo do trabalhador 
durante a atividade de trabalho, que podem ocasionar dores, lesões e adoecimentos 
como um nexo causal biopsíquico. A carga de trabalho compreende todas as 
condições de trabalho, as quais incluem o tempo que o trabalhador utiliza para 
desenvolver as tarefas, assim como as posturas exigidas: longos períodos em pé, 
em posições curvadas ou sentado (ROCHA et al., 2014). 
As cargas de trabalho se subdividem em: físicas, químicas, biológicas, 
mecânicas, fisiológicas e psíquicas. Em relação às cargas físicas são considerados 
o ruído, calor, frio, umidade, iluminação, entre outros. As cargas químicas são os 
pós, fumaça e gases. Cargas biológicas são os micro-organismos, fluidos e 
secreções. As cargas mecânicas estão relacionadas aos instrumentos de trabalho, 
que sem a devida manutenção o seu uso pode resultar em acidentes de trabalho. As 
cargas fisiológicas derivam-se do esforço físico e posições incômodas e 
inadequadas. Já as cargas psíquicas estão relacionadas à organização do trabalho 
como, situações de tensão, monotonia, repetitividade, falta de autonomia no 
ambiente de trabalho (KIRCHHOF et al., 2011). 
O policial durante sua jornada de trabalho transporta equipamentos que, em 
geral, são: arma de porte médio, algemas, rádio portátil, cassetete, entre outros 
equipamentos, que pesam em torno 2,1kg (SIMÕES, 2003). Outra questão 
desfavorável a saúde física deste profissional, é o colete balístico, equipamento de 
proteção individual que pode pesar entre 1,6kg a 2,6kg. Se adicionado a um excesso 
de peso corporal e dependendo do preparo físico dos policiais, pode agir como fator 
limitante para o bom desempenho da função, bem como colaborar para o 
aparecimento de sinais de cansaço, dores nos membros inferiores e nas costas 
(SIMÕES, 2003). 
Em uma pesquisa realizada por Maciel (2009), em relação à identidade que 
os próprios policiais tinham de si, houve uma grande recorrência da afirmação 
acerca da impossibilidade da dissociação entre a “identidade militar” e a “identidade 
civil”, uma vez que, conforme o pensamento dominante entre esses agentes, “o 
policial é policial vinte e quatro horas por dia”, devendo estar sempre pronto a 
resolver as demandas que a sociedade lhe colocar, mesmo que apenas pelo 
acionamento de colegas de profissão para atender alguma ocorrência policial. 
Paschoarelli e Menezes (2009) lembraram que o desempenho do papel de 
profissional de segurança pública ocorre num ambiente violento, de riscos e tensões, 
23 
e que leva esses profissionais a receber uma sobrecarga emocional, fatigante e 
desconfortável, em situações adversas e estressantes. E ressalta a importânciado 
Estado em priorizar investimentos em equipamentos de segurança, entre estes o 
colete à prova de balas, que apesar de sua eficácia é alvo frequente de reclamações 
em relação ao desconforto, excesso de peso, entre outros fatores. 
A atividade do policial militar apresenta uma predisposição natural a 
acometimentos de dores lombares, pois a jornada de trabalho, o tempo na posição 
ereta, o uso de equipamento e a submissão ao stress emocional da própria 
profissão, colaboram para um quadro bastante favorável ao aparecimento da 
lombalgia (TAVARES NETO et al., 2013). 
A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional 
desagradável, associada a uma lesão real ou potencial. Pode ser classificada 
segundo sua origem em nociceptiva (somática ou visceral) ou neuropática e também 
pode ser classificada segundo determinação temporal em dor aguda ou crônica. A 
dor nociceptiva é uma resposta a uma lesão tecidual, acompanhada de inflamação, 
já a dor neuropática origina-se devido a lesões do sistema nervoso central. A dor 
aguda surge do trauma de tecidos moles e a dor crônica persiste por um tempo além 
do esperado para um dano tecidual (KLAUMANN et al., 2008). 
Além desses aspectos preocupantes apontados entre outros, Simões (2003) 
cita ainda sobre a atividade policial: 
 
(...) A eficiência da ação policial exige rapidez, clareza e precisão física e 
psicológica. Para a execução do trabalho militar ostensivo, os processos de 
locomoção mais utilizados no policiamento são à pé e motorizado, e 
eventualmente, aéreo, montado, e em embarcações. O policial durante sua 
jornada de trabalho além de expor seu próprio corpo as condições mais 
desfavoráveis possíveis, age em 51 terrenos acidentados, compartimentos 
exíguos e em temperaturas anormais (submetendo-se à desconforto 
térmico). Muitas vezes, ainda trabalha sob iluminação deficitária (originando 
desconforto visual e dificuldade de atuação), como também atua no tráfego 
intenso de veículos e/ou pedestres, submetendo-se a ruídos constantes (o 
que causa interferência direta nas suas atividades cognitivas, além de 
fisiologicamente causar o aumento da produção dos hormônios que são 
considerados “hormônios de estresse”, taquicardia, alterações no sono - 
mesmo horas após o contato com o ruído -, desconforto, exasperação, 
indisposição, ansiedade e depressão) e a produtos químicos (inspirando 
fumaças, gases e vapores tóxicos, exigindo a capacidade máxima do 
pulmão para oxigenar o sangue). Ainda neste contexto podem ocorrer 
agressões físicas devido à detenção de agentes, objetos perfurantes 
(projétil de arma de fogo) e objetos cortantes. Seu trabalho físico envolve 
movimentos rápidos, ágeis e precisos. A coordenação motora se faz 
necessária como qualidade física que permite o militar continuar a ação de 
vários grupos musculares na realização de uma série de movimentos com o 
máximo de eficiência, na execução de tarefas que exijam atos motores 
24 
como correr, pular, puxar, levantar ou caminhar rapidamente (SIMÕES, 
2003). 
 
É preciso considerar tanto os aspectos de organização do trabalho quanto às 
situações de risco as que esses profissionais estão expostos, principalmente pelo 
aumento significativo da violência e pela precarização do trabalho (SILVA; VIEIRA, 
2008). 
 
 
2.4 COLUNA VERTEBRAL 
 
Sendo uma das estruturas principais do corpo humano, a maior parte dos EPI 
tem o seu peso distribuído pela coluna vertebral, isso significa que vários efeitos 
recaem sobre ela, efeitos esses que podem causar grandes prejuízos a médio e 
longo prazo. 
Tendo isso em mente, aquele que estuda os EPI deve em um primeiro 
momento ter a compreensão sobre a coluna vertebral e como esse órgão sofre as 
influencias dos equipamentos. Dessa forma, as principais referências para estudar 
esse assunto são o Atlas da Anatomia Humana de Netter (2015) e a Anatomia 
orientada para a Clínica, de Moore et al. (2011). Ambas as obras descrevem com 
detalhes a anatomia humana, frutos de anos de trabalho e investigação médica. 
De início, o esqueleto é a estrutura básica do corpo humano, tendo como 
principal função a sustentação e é dividida em axial e apendicular, conforme se 
observa na Fig. 3. 
 
25 
 
Figura 3 – Esqueleto humano. 
Fonte: Moore et al. (2011). 
 
O corpo humano é formado por aproximadamente 206 ossos, além de 
cartilagens, tendões e ligamentos. Cada um desses ossos tem nomes, formatos e 
tamanhos diferentes, alguns são extremamente pequenos, enquanto outros, como o 
fêmur, podem ter até 50cm. 
A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal, faz parte desse 
sistema, sendo formada por um conjunto de pequenos ossos nomeados vértebras 
que se sobrepõe umas as outras desde o cóccix até o crânio, onde ela finaliza na 
vértebra Atlas (C1). Sendo assim, ela é: 
 
O conjunto das vértebras e dos discos intervertebrais forma a coluna 
vertebral, o esqueleto do pescoço e do dorso, que é a principal parte do 
esqueleto axial (isto é, os ossos articulados do crânio, coluna vertebral, 
costelas e esterno). A coluna vertebral estende-se do crânio até o ápice do 
cóccix. No adulto, tem 72 a 75 cm de comprimento, sendo 
aproximadamente um quarto formado pelos discos intervertebrais, que 
estão situados entre as vértebras e as mantêm unidas (MOORE et al., 
2011). 
 
26 
 
Figura 4 – Coluna vertebral 
Fonte: Netter (2015). 
 
Além disso, a coluna vertebral é formada da seguinte forma: 
 
No adulto, a coluna vertebral normalmente tem 33 vértebras, organizadas 
em cinco regiões: 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais 
e 4 coccígeas. Só há movimento significativo entre as 25 vértebras 
superiores. Das 9 vértebras inferiores, as 5 vértebras sacrais estão fundidas 
nos adultos formando o sacro e, após aproximadamente 30 anos de idade, 
as 4 vértebras coccígeas se fundem para formar o cóccix. O ângulo 
lombossacral está situado na junção dos eixos longos da região lombar da 
coluna vertebral e do sacro. As vértebras tornam-se maiores gradualmente, 
à medida que a coluna vertebral desce até o sacro, e depois tornam-se 
progressivamente menores em direção ao ápice do cóccix (MOORE et al., 
2014). 
 
27 
Sendo essencial o destaque para o disco fibroso e espesso de cartilagem, 
conhecido como disco intervertebral que: “oferecem fixações fortes entre os corpos 
vertebrais, unindo-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua e formando a 
metade inferior da margem anterior do forame intervertebral” (MOORE et al., 2014). 
 
 
Figura 5 – Disco intervertebral. 
Fonte: Netter (2015). 
 
 
2.4.1 Anatomia da coluna vertebral 
 
A coluna vertebral é dividida em cinco partes principais, sendo a região do 
pescoço chamada de coluna cervical, composta pelas vértebras cervicais CI até 
CVII; a região do tórax intitulada coluna torácica, com as vértebras torácicas da TI 
até a TXII; a região da lombar, localizada na parte inferior das costelas, sendo a 
coluna lombar, composta por vértebras lombares da LI até a LV; a região sacral, que 
é composta pelo sacro, um conjunto de cinco vértebras interligadas subdivididas em 
SI até SV e; finalmente o cóccix a parte final da coluna vertebral localizada após o 
osso da pélvis. 
A conexão entre as vértebras é protegida pelo disco intervertebral, sendo que 
a formação das vértebras cria um espaço, chamado forame, onde se situa a coluna 
vertebral: 
 
O arco vertebral e a face posterior do corpo vertebral formam as paredes do 
forame vertebral. A sucessão de forames vertebrais na coluna vertebral 
articulada forma o canal vertebral, que contém a medula espinal e as raízes 
dos nervos espinais, juntamente com as membranas (meninges), a gordura 
e os vasos que os circundam e servem (MOORE et al., 2014). 
28 
A medula espinhal é uma das partes mais importantes da coluna vertebral. 
Sendo uma continuação do cérebro, ela faz parte do sistema nervoso central, 
ligando diretamente o cérebro com as terminaçõesnervosas que dão continuidade 
pelo corpo, e se prologando até a altura da primeira vértebra lombar. Após essa 
região ela continua na forma de filetes nervosos, que é conhecida como “cauda 
equina”. É pela medula que são transmitidas as informações sobre tudo que 
recebemos diariamente do mundo exterior. Assim a medula nervosa é parte central 
da condução de informações do sistema nervoso de animais complexos. 
Ambas, a medula nervosa e a causa equina são envoltos por uma membrana 
conhecida como dura mater, e, Moore: anatomia orientada para clínica explica que 
entre a dura mater e ambas a medula e a causa equina, circula o líquido céfalo-
raquidiano (líquor). Todas as estruturas que estão contidas nesse espaço conhecido 
como canal medular, que, tendo uma forma triangular, mede aproximadamente 17 a 
19mm na região da lombar. 
 
 
Figura 6 – Vista superior das vértebras. 
Fonte: Netter (2015). 
 
Ainda, como é possível observar na Fig. 6, cada vértebra possui uma 
reentrância de cada um dos lados, que juntas criam um orifício ovalado é nomeado 
de Forame Vertebral, próximo ao disco intervertebral e do canal medular. 
A nomenclatura dos ossos da coluna vertebral, quando se refere às regiões 
cervicais, torácicas, lombares e sacrais é sempre a letra inicial da região, como 
29 
indicativo do nome, seguido de um número que numera as vértebras de cima para 
baixo, então sendo as cervicais 1 até a 7, e assim por diante. O cóccix, sendo o osso 
final da coluna vertebral, é fundido e representa uma parte única na base da coluna 
vertebral. 
Ainda sobre a espinha dorsal, há os ligamentos essenciais como o 
longitudinal anterior: 
 
Ligamento longitudinal anterior é uma faixa fibrosa forte e larga que cobre e 
une as faces anterolaterais dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. O 
ligamento estende-se longitudinalmente da face pélvica do sacro até o 
tubérculo anterior da vértebra CI e o osso occipital anteriormente ao forame 
magno são as partes superiores, os ligamentos atlantoaxial e atlantoccipital 
anteriores. Embora seja mais espesso na face anterior dos corpos 
vertebrais (as ilustrações costumam mostrar apenas essa parte), o 
ligamento longitudinal anterior também cobre as faces laterais dos corpos 
até o forame intervertebral. Esse ligamento impede a hiperextensão da 
coluna vertebral, mantendo a estabilidade das articulações entre os corpos 
vertebrais. O ligamento longitudinal anterior é o único ligamento que limita a 
extensão; todos os outros ligamentos intervertebrais limitam formas de 
flexão (MOORE et al., 2014). 
 
Bem como o ligamento longitudinal posterior: 
É uma faixa muito mais estreita, um pouco mais fraca, do que o ligamento 
longitudinal anterior. O ligamento longitudinal posterior segue dentro do 
canal vertebral ao longo da face posterior dos corpos vertebrais. Está fixado 
principalmente aos discos intervertebrais e menos às faces posteriores dos 
corpos vertebrais de C II ao sacro, frequentemente unindo gordura e vasos 
entre o ligamento e a superfície óssea. Esse ligamento resiste pouco à 
hiperflexão da coluna vertebral e ajuda a evitar ou redirecionar a herniação 
posterior do núcleo pulposo. É bem suprido por terminações nervosas 
nociceptivas, de dor (MOORE et al., 2014). 
 
 
2.4.2 Fisiologia da coluna vertebral 
 
A coluna vertebral possui quatro funções. Primeiramente, como já foi dito 
anteriormente, a coluna vertebral é o eixo de sustentação principal da estrutura 
corporal. Em segundo lugar o corpo faz uso da sua movimentação para realizar 
movimentos complexos tanto de flexão e extensão, como no sentido lateral e 
rotacional. Aqui, deve-se atentar para o fato de que para esses movimentos 
acontecerem, é necessário um deslocamento tanto da porção posterior (que é 
menor) como da anterior (que é maior). Em seguida, a coluna vertebral é importante 
na postura e locomoção. Por fim, verifica-se que a coluna vertebral tem a função da 
condução das estruturas nervosas, que se encontram no canal vertebral e nos 
30 
foramens intervertebrais. Essa medula nervosa, como já foi explicada no capítulo 
anterior inicia como medula espinhal, na cervical e se encerra na região lombar, 
onde ela perdura na forma de cauda equina. 
Essa cauda equina é composta por raízes nervosas, que são prolongamentos 
os nervos motores e sensores da espinha dorsal. Essas raízes se mostram de dois 
gêneros, sendo a raiz sensitiva (aferente) e a motora (eferente), as quais juntas 
constituem o gânglio nervoso. 
 
O SNP [Sistema Nervoso Periférico] é contínuo, do ponto de vista 
anatômico e operacional, com o SNC [Sistema Nervoso Central]. Suas 
fibras aferentes (sensitivas) conduzem impulsos nervosos dos órgãos dos 
sentidos (p. ex., os olhos) e dos receptores sensitivos em várias partes do 
corpo (p. ex., na pele) para o SNC. Suas fibras eferentes (motoras) 
conduzem impulsos nervosos do SNC para os órgãos efetores (músculos e 
glândulas) (MOORE et al., 2014). 
 
No local do encontro entre as fibras, elas se comunicam com o nervo 
sinovertebral, que se divide em uma porção anterior e posterior, sendo que a 
anterior tem a função sensora, que da a percepção da pressão do núcleo discal 
contra o anel fibroso do disco. É através dessa função eu se percebe a posição do 
eixo verbal. 
É nítido, que tendo essas funções de sustentação, e fazendo grande parte da 
movimentação da região central do corpo de um adulto, a pressão exercida sobre a 
coluna vertebral nas atividades diárias é grande. Os discos e as estruturas entre as 
vértebras sofrem a ação constante da força do corpo e dos agentes externos, de 
forma que quanto maior a carga transportada pela coluna (seja por sobrepeso 
corporal, ou por excesso de equipamentos), maior será o esforço dessas estruturas 
em manter a coluna vertebral intacta. O corpo possui como mecanismo de defesa 
para que não ocorra a lesão desse órgão: as dores regionais e irradiadas para 
membros periféricos, todos decorrentes do processo inflamatório radicular. 
Assim, a movimentação da coluna vertebral somada sofre um efeito de 
grande sobrecarga, e possui uma grande amplitude de movimento, como descrita 
em Moore: 
 
A orientação das articulações dos processos articulares permite alguns 
movimentos e restringe outros. Com exceção talvez de C I–C II, nunca há 
movimento isolado em um único segmento da coluna. Embora os 
movimentos entre vértebras adjacentes sejam relativamente pequenos, 
sobretudo na região torácica, a soma de todos os pequenos movimentos 
31 
produz considerável amplitude de movimento da coluna vertebral como um 
todo (MOORE et al., 2014). 
 
 
2.4.3 Alterações degenerativas 
 
Devido à importância de compreender os efeitos da sobrecarga no Policial 
Militar, é importante que o pesquisador tenha em seu conhecimento as patologias 
que não possuem uma origem direta nessa situação. Nessa linha, existem 
patologias que são provocadas pela má formação, ou pelo desgaste natural da 
coluna vertebral. 
Para entender essas patologias, deve-se primeiro estudar a formação natural 
da coluna vertebral, e suas curvaturas originárias: 
 
A coluna vertebral em adultos tem quatro curvaturas que ocorrem nas 
regiões cervical, torácica, lombar e sacral. As cifoses torácica e sacral são 
côncavas anteriormente, enquanto as lordoses cervical e lombar são 
côncavas posteriormente. Quando se observa a face posterior do tronco, 
principalmente em vista lateral, as curvaturas normais da coluna vertebral 
são mais aparentes (MOORE et al., 2014). 
 
Ainda que essas curvaturas sejam naturais, algumas atividades podem 
influenciar na deformação exagerada dessas características, nas quais 
características da fisiologia podem influenciar nessa deformação, tais quais gravidez 
nas mulheres e gordura abdominal aumentada nos homens podem ocasionar essas 
mudanças. Aqui é possível aferir que a sobrecarga de equipamento pode surtir o 
mesmo tipo de efeito. Assim, a curvatura forado normal pode gerar efeitos clínicos 
como hiperlordose ou o “dorso curvo”. 
Além disso, existe a possibilidade da coluna possuir uma deformação em 
formato de “S” quando os ossos da coluna vertebral sofrem uma deformação de 
curvatura lateral, esse efeito é nomeado de escoliose. 
 
32 
 
Figura 7 – Cifose, escoliose e lordose, respectivamente. 
Fonte: Pardubsky (2014). 
 
 
2.4.4 Lombalgia e cervicalgia 
 
Ainda sobre as alterações na curvatura da coluna vertebral, a lombalgia é a 
dor ocasionada por inflamação na lombar, ou a ciatalgia, que é “a dor provocada a 
partir da inflamação de raízes nervosas da coluna lombar e que é irradiada aos 
membros inferiores.” 
Esses dois fenômenos são frequentemente causadas por efeitos mecânicos 
derivados de estilo de vida, seja ele o esforço exagerado (crônico ou agudo), ou a 
manutenção da postura adequada, e até mesmo o sedentarismo. Eles também 
podem ser causados pela por efeitos traumáticos como acidentes. Todos eles 
efeitos aos quais os policiais militares estão frequentemente expostos. 
Existe também a possibilidade da hérnia de disco: “A hérnia (protrusão) do 
núcleo pulposo gelatinoso para o interior ou através do anel fibroso é uma causa 
bem reconhecida de lombalgia e de dor no membro inferior” (MOORE et al., 2014). 
No entanto, há muitas outras causas de lombalgia; além disso, as hérnias costumam 
ser achados casuais em indivíduos assintomáticos. 
Finalmente, o corpo se acomoda para suportar essas pressões: 
 
Como o peso que sustentam aumenta em direção à extremidade inferior da 
coluna vertebral, as vértebras lombares têm corpos grandes, sendo 
responsáveis pela maior parte da espessura da região inferior do tronco no 
plano mediano. Seus processos articulares estendem-se verticalmente, com 
as faces articulares orientadas sagitalmente no início (começando 
abruptamente nas articulações de TXII com LI), mas passando a uma 
orientação mais coronal à medida que a coluna desce (MOORE et al., 
2014). 
 
 
33 
2.4.5 Problemas na coluna vertebral e a PMESP 
 
É nítido que a exposição dos policiais militares aos mais diversos efeitos e 
prejuízos da coluna é constante, e, por esse motivo, a PMESP vem sofrendo 
bastante com o efetivo se ausentando do serviço por problemas advindos de lesões 
na coluna vertebral. Observa-se que artigos científicos vem discutindo a relevância 
desses problemas ortopédicos entre os policiais militares, a exemplo disso, tem-se o 
escrito por Santos et al. (2016): 
 
Um estudo realizado no Comando de Policiamento do Interior do Estado de 
São Paulo, que analisou as doenças que acometeram os policiais de janeiro 
a dezembro de 2014, concluiu que as doenças ortopédicas foram as que 
obtiveram maior prevalência. 
 
Sobre esse sistema, Pardubsky (2014) investigou e relatou a alta quantidade 
de policiais militares com afastamentos devido a problemas de coluna. Seus dados 
obtidos do Setor de Ortopedia do Hospital da Policia Militar revelam a grande 
quantidade de licenças médicas relacionadas à coluna. 
Na maior parte dos casos, as restrições de serviço estão ligadas a dores, nas 
regiões do pescoço e dorso e a transtornos ligados aos discos lombares e outros 
discos intervertebrais. 
No quadro abaixo, é possível visualizar uma estatística das restrições e 
licenças médicas concedidas em 2013 na PMESP; o Código Internacional de 
Doenças (CID) encontra-se logo a seguir. 
 
Quadro 1 – Relação de atendimentos da Junta de Saúde com parecer Licença, por CID ano 2013 
RELAÇÃO DE ATENDIMENTOS DA JUNTA DE SAÚDE COM PARECER LICENÇA, POR CID ANO 2013 
 
 M51 354 M53.2 10 M54 403 
 M51.0 52 M53.3 0 M54.2 6 
 M51.1 201 M53.8 0 M54.3 0 
 M51.2 20 M53.9 0 M54.8 0 
 M51.3 11 10 M54.9 0 
 M51.4 1 409 
 M51.8 1 
 M51.9 20 
 660 
 
Fonte: Pardubsky (2014). 
 
34 
Quadro 2 – Relação de atendimentos da Junta de Saúde com parecer Restrição, por CID ano 2013 
RELAÇÃO DE ATENDIMENTOS DA JUNTA DE SAÚDE COM PARECER RESTRIÇÃO, POR CID ANO 2013 
 
 M51 513 M53.2 5 M54 1274 
 M51.0 57 M53.3 0 M54.2 26 
 M51.1 269 M53.8 0 M54.3 1 
 M51.2 42 M53.9 0 M54.8 0 
 M51.3 9 5 M54.9 0 
 M51.4 4 1301 
 M51.8 4 
 M51.9 33 
 931 
 
Fonte: Pardubsky (2014). 
 
Legenda da CID: 
M51 Outros transtornos de discos intervertebrais 
M51.0 Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais 
com mielopatia 
M51.1 Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais 
com radiculopatia 
M51.2 Outros deslocamentos discais intervertebrais especificados 
M51.3 Outra degeneração especificada de disco intervertebral 
M51.4 Nódulos de Schmorl 
M51.8 Outros transtornos especificados de discos intervertebrais 
M51.9 Transtorno não especificado de disco intervertebral 
M53 Outras dorsopatias não classificadas em outra parte 
M53.0 Síndrome cervicocraniana 
M53.1 Síndrome cervicobraquial 
M53.2 Instabilidades da coluna vertebral 
M53.3 Transtornos sacroccígeos não classificados em outra parte 
M53.8 Outras dorsopatias especificadas 
M53.9 Dorsopatia não especificada 
M54 Dorsalgia 
M54.0 Paniculite atingindo regiões do pescoço e do dorso 
M54.1 Radiculopatia 
M54.2 Cervicalgia 
M54.3 Ciática 
M54.4 Lumbago com ciática 
M54.5 Dor lombar baixa 
35 
M54.6 Dor na coluna torácica 
M54.8 Outra dorsalgia 
M54.9 Dorsalgia não especificada 
 
 
2.4.6 Reabilitação 
 
Lima e Santos, de 2019, apresentam as qualidades da fisioterapia na 
reabilitação dos policiais militares: 
 
A fisioterapia é uma importante modalidade para a reabilitação desses 
PM‟s, pois a prática da fisioterapia deve sempre avaliar, examinar e testar 
indivíduos com algum comprometimento fisiológico, mecânico que cause 
limitação das atividades e restrições, sendo assim, a fisioterapia dispõe de 
várias técnicas e métodos que são capazes de determinar um diagnóstico, 
prognostico e traçar um plano de tratamento e promover o alívio dos 
sintomas, restaurar a integridade tissular e possibilitar o retorno desses 
profissionais as suas atividades mais rapidamente. 
 
Sabendo da dificuldade na reabilitação dos policiais militares com doenças 
ortopédicas, o pesquisador deve questionar quais métodos podem ser utilizados 
para prevenir essas doenças, e uma das respostas para tanto está na ergonomia. 
 
 
2.4.7 Ergonomia 
 
Para definir a ergonomia, tem-se o trabalho de Dul e Weerdmeester (2017), 
intitulado Ergonomia Prática que a descreve como: “Resumidamente, pode-se dizer 
que a ergonomia é uma ciência aplicada ao projeto de maquinas, equipamentos, 
sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e 
eficiência no trabalho”. Em suma, a ergonomia projeta os materiais de maneira ideal, 
melhorando as condições e, no que é foco desse trabalho, a saúde de seus 
usuários. 
Se a ergonomia é uma ciência que investiga a melhora das condições de 
trabalho, é de se esperar que entre suas atribuições se inclua uma maneira de 
solucionar os problemas de sobrecarga na coluna vertebral dos Policiais Militares. 
Se a sobrecarga e os problemas ortopédicos dela decorrentes afastam uma grande 
quantidade de policiais militares do serviço, o desenvolvimento da ergonomia e a 
36 
melhor adequação dos instrumentos de trabalho não só trarão resultados na 
qualidade de vida do militares, mas também na produtividade da PMESP, por 
diminuir o absenteísmo decorrente dos problemas ortopédicos. 
Por esses motivos, a ergonomia passou a ser uma preocupação constante 
nas empresas, desenvolvendo cada vez mais soluções para os equipamentos dos 
funcionários e na Polícia Militar isso não poderia ser diferente. Vários trabalhos vêm 
pesquisando a melhora da qualidade dos EPI para os policiais militares. 
Esses EPI são específicos de cada trabalho, sendo necessários para garantir 
a integridade físicados funcionários, eles são mais conhecidos entre os operários de 
construtoras ou fábricas, incluindo equipamentos de proteção visual (óculos de 
proteção), ou capacetes e luvas. No caso da Polícia Militar, os EPI são bem 
diferentes desses, pois eles focam na proteção específica do ambiente de trabalho 
policial, aqui os dois mais importantes são o cinturão de equipamentos e o colete de 
proteção balística, ambos serão trabalhados mais especificamente. 
Nessa linha, para que a ergonomia dos equipamentos se mantenha correta, 
Pardubsky (2014) destaca a necessidade de mecanismos e dispositivos de ajuste, 
para que todos os equipamentos estejam perfeitamente ajustados ao corpo. Isso é 
extremamente importante, principalmente quando a nossa preocupação é com a 
qualidade de vida, pois as qualidades da ergonomia não surtirão efeito caso os 
equipamentos não estejam perfeitamente ajustados. 
 
 
2.4.7.1 Design ergonômico 
 
Se existe a necessidade de distribuir adequadamente o peso dos 
Equipamentos de Proteção Individual junto ao corpo, bem como o seu correto ajuste 
para que sua utilização seja correta, fica claro que o design adequado dos materiais 
é essencial para cumprir com essa função. 
Assim, já tendo clara a importância da Ergonomia no desenvolvimento das 
atividades e na preservação da saúde do policial militar, pode-se atentar para os 
detalhes sobre como ela se desenvolve. 
Pardubsky (2014) fala sobre como a ergonomia apresenta duas formas 
básicas de funcionamento, a Ergonomia de Correção e a Ergonomia de Concepção. 
No primeiro caso, a ergonomia funciona apontando correções necessárias no meio 
de trabalho, como o próprio nome diz, corrigindo de acordo com as necessidades do 
37 
trabalhador. No segundo caso, a pesquisa intensa sobre os meios, equipamentos e 
necessidades, aponta a maneira como o trabalho deve ser desenvolvido, bem como 
seus equipamentos. Agindo dessa forma, a ergonomia pode prever os problemas 
que serão encontrados durante a execução do trabalho, e dimensionar de que forma 
os novos produtos, métodos ou processos podem ser feitos para melhorar, tanto a 
produtividade como o bem estar dos funcionários. 
Em se falando de design ergonômico e, principalmente sua aplicação na 
Polícia Militar, deve-se dar destaque ao trabalho de Vasconcelos e Porto (2008), 
pois, os autores, utilizando-se em grande parte do trabalho de Reis (2006) 
apresentam a essência dos princípios da ergonomia aplicada. Assim, deve-se 
destacar que o desenvolvimento do design ergonômico é, em grande parte, o 
desenvolvimento tecnológico dos materiais utilizados, assim sendo, quanto mais 
existe a necessidade de buscar a proteção e a segurança dos trabalhadores, 
maiores são os investimentos e fazer dessa segurança um processo confortável e 
que ela própria não traga prejuízo para a saúde dos Policiais Militares. 
Para explicar o design ergonômico, Paschoarelli e Silva (2006) dizem: “... 
sendo a aplicação do conhecimento ergonômico no projeto de dispositivos 
tecnológicos, com o objetivo de alcançar produtos e sistemas seguros, confortáveis, 
eficientes, efetivos e aceitáveis. 
Dessa forma, pode-se afirmar que no desenvolvimento tecnológico do século 
XXI, a atenção das empresas em desenvolver produtos que tenham uma 
preocupação com todos esses elementos e que ofereça proteção para os seus 
funcionários é a tendência das ultimas décadas. 
Vasconcelos e Porto (2008) também afirmam que o design ergonômico deve 
se fundamentar na pesquisa cientifica multidisciplinar, de forma que apontando os 
reais problemas ergonômicos encarados pelos usuários sejam combatidos de forma 
a melhorar a qualidade de vida. Com isso em mente, os autores desenvolvem uma 
proposta de análise ergonômica com produtos já existentes. Como o trabalho deles 
discute o desenvolvimento do colete de proteção balística, ou colete a prova de 
balas, o assunto trabalhado é de grande relevância para esse atual trabalho, que faz 
a investigação quanto a esse mesmo material, bem como o cinturão de uso policial. 
 
 
38 
2.5 COLETE À PROVA DE BALAS 
 
O colete de proteção balística é um equipamento destinado a oferecer 
proteção ao tronco do policial, quanto a ameaças de impacto de projeteis de armas 
de fogo. Além da definição técnica (colete de proteção balística nível III-A) é, 
também, conhecido pelas designações de “colete à prova de balas”, “colete de 
proteção” ou “colete de proteção à prova de balas”, geralmente seguido da 
referência ao nível de proteção. 
Nesta obra, já foi discutindo anteriormente a importância do desenvolvimento 
dos equipamentos de defesa do homem, tendo sua utilização nas mais diversas 
missões. 
Sendo o resultado da evolução com foco a defesa contra as armas de fogo, 
forças de segurança, tanto pública quanto nacional, desenvolveram diversos designs 
e modos de utilizar esses coletes. Esses equipamentos devem ser analisados 
especificamente por sua função na proteção individual das tropas. 
 
 
Figura 8 – Colete utilizado pela PMESP. 
Fonte: Autoria própria. 
 
39 
Na Fig. 8, observa-se o principal modelo de colete utilizado pela tropa da 
PMESP, descritos nas Especificações Técnicas nº CSMAM-002/17, de março de 
2017, sendo de uso operacional, com abertura lateral e classificado no nível de 
proteção balística III-A, com normatização de aprovação exigida pelo Ministério da 
Defesa – Exército Brasileiro, por meio do Centro de Avaliações do Exército ((CAEx) 
Campo de Provas de Marambaia – Rio de Janeiro), abrangendo todos os níveis de 
ameaças inferiores ao ora requisitado e estabelecido na norma. 
Deverá possuir ainda, capa confeccionada em material de qualidade, 
oferecendo adequado ajuste ao corpo, para utilização ostensiva, de forma a não 
comprometer nenhuma área de proteção, otimizando a relação existente entre 
resistência e comodidade de uso, com liberdade para movimentos. Os painéis de 
proteção balística deverão apresentar materiais balísticos especiais, classificados no 
nível de proteção III-A, sendo um dorsal e outro frontal. Estes painéis podem ser 
confeccionados em materiais diversos, à escolha do fabricante, tais como fibras de 
aramida ou de polietileno, nas construções, trama e urdume, multiaxial ou 
unidirecional, em suas diversas versões e gramaturas, ou pela combinação de 
materiais desde que todos os materiais utilizados nas combinações mantenham os 
mesmos padrões de qualidade e vida útil, sendo compulsório o acondicionamento 
destes painéis em invólucro termoselado com a capacidade de repelir líquidos 
Vasconcelos e Porto (2008) explicam a composição do colete à prova de 
balas: 
Basicamente, um colete à prova de balas é constituído uma capa externa 
feita de duas camadas de tecido comum, como o terbrim, que acondicionam 
os dois painéis balísticos, um frontal e outro dorsal, estes constituídos de 
diversas camadas de tecido balístico, que são revestidos por uma capa. 
 
40 
 
Figura 9 – Partes componentes do colete balístico. 
Fonte: Vasconcelos e Porto (2009). 
 
Assim, o colete pode ser observado como composto de duas partes 
essenciais, um painel balístico composto de camadas sobrepostas de um tecido 
resistente de forma a impedir a passagem de projéteis de armas de fogo (idem), e 
uma capa que abriga esses painéis. 
Vasconcelos e Porto (2009) também explicam que os painéis de proteção são 
feitos industrialmente e são cortados por máquinas de costura industriais conforme 
moldes definidos. Tendo suas extremidades costuradas de maneira a 
permanecerem sobrepostos, e envelopados por duas camadas de tecido não 
removível, esse tecido (geralmente náilon) protege o painel principalmente da 
umidade, tanto da chuva como o suor do corpo. 
 
41 
 
Figura 10 – Camadas de material balístico sobrepostas sendo cortadas com máquina de 
costura industrial. 
Fonte: Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) apud Vasconcelos e Porto (2009). 
 
 
Figura 11 – Detalhesdo tecido balístico em camadas sobrepostas, formando o painel. 
Fonte: Vasconcelos e Porto (2009). 
 
Os autores indicam que seguindo a norma internacional da National Institute 
of Justice (NIJ), o painel balístico deve oferecer uma etiqueta com informações da 
seguinte forma: 
 
De forma legível e indelével, em cor contrastante com o nome, logotipo ou 
outra identificação do fabricante; uso: Masculino ou Feminino; modelo; 
tamanho PP, M, G ou GG; nível de proteção e certificado de conformidade 
com a Norma NIJ Standard 0101.04; número de série; data de fabricação; 
data de validade da proteção balística; munições que suporta (calibre, 
velocidade, peso e características do projétil); instruções de uso e 
conservação dos painéis balísticos. 
 
42 
Em contrapartida com os painéis balísticos que possuem uma grande 
quantidade de regras de aplicação, corte e identificação, as capas tanto a frontal 
como a dorsal não possuem a mesma normatização. Elas são geralmente 
confeccionadas em um tecido resistente, que pode ser um misto de algodão e 
poliéster, conforme citado por Vasconcelos e Porto (2008), geralmente fechadas em 
forma de um envelope por velcros, e conectadas por tiras do mesmo tecido também 
por velcros. 
No caso dos coletes da PMESP, na capa frontal estão os encaixes para os 
velcros da parte dorsal, de maneira a garantir a integridade do colete, além de um 
velcro para o posicionamento de uma tarjeta de identificação do Policial Militar, e o 
logo da PMESP. 
 
 
Figura 12 – Capa externa frontal. 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
43 
 
Figura 13 – Capa externa dorsal. 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
Figura 14 – Capa externa do painel balístico frontal e detalhe da etiqueta. 
Fonte: Vasconcelos e Porto (2009). 
 
44 
 
Figura 15 – Capa externa do painel balístico dorsal. 
Fonte: Vasconcelos e Porto (2009). 
 
 
2.5.1 Norma da National Institute of Justice 
 
De maneira a garantir que o equipamento de segurança cumpra com a sua 
função, e que sua produção não seja feita em detrimento a segurança nacional, o 
colete a prova de balas é um produto controlado pelo Ministério da Defesa – Exército 
Brasileiro, fato que foi regulamentado através da Portaria nº 18, de 19 de dezembro 
de 2006 (Anexo A). Sendo assim todas as normas quanto à avaliação técnica, 
fabricação, aquisição, importação e o descarte do produto são regulamentados por 
ela. Dessa forma, a norma considera “a prova de balas” qualquer peça de 
vestimenta que faça uso de material balístico e que ofereça proteção contra o 
disparo de projéteis. Assim, independente do material utilizado, ele deve atender a 
norma dos Estados Unidos da América, a NIJ, que estabelece exigências mínimas 
de desempenho dos coletes para proteção do tronco. 
A NIJ 0101.04 é o que regula os procedimentos técnicos relativos ao colete. 
Entre as normatizações, destaca-se a classificação dos coletes em sete níveis de 
desempenho balístico, sendo relativos ao tipo de projétil de arma de fogo máximo 
que o colete consegue proteger. Essa classificação é nomeada em ordem 
progressiva de resistência, combinando um numeral (geralmente românico), 
progressivo do tipo I até o tipo IV, por vezes combinado com a letra “A”, que 
determina a redução em relação ao nível citado, de tal forma que o nível IIA oferece 
uma proteção inferior ao nível II. Assim os tipos são: Tipo I, Tipo IIA, Tipo II, Tipo 
IIIA, Tipo III, Tipo IV e Especial. 
45 
Ainda é importante destacar que os níveis de proteção são progressivos, de 
maneira que, sempre o nível superior oferece proteção os tipos inferiores, de forma 
que o Tipo II oferece resistência aos mesmos projéteis do Tipo IIA e do Tipo I, e 
ainda aos do Tipo II. Além disso, segundo essa norma, ainda existe o grau de 
restrição quanto ao uso desse colete, de forma que existem coletes de uso 
permitido, e de uso restrito. 
Vale destacar que os efeitos do projétil de arma de fogo são relativos a 
penetração do mesmo no corpo, de forma que, além de oferecer resistência e 
impedir o projétil de transfixar o colete, é essencial que exista uma limitação quanto 
ao tanto que o projétil pode deformar a placa de proteção balística, para evitar que o 
projétil perfure o corpo junto com a placa de proteção, ainda provocando danos. 
Dessa forma, a norma limita a deformação ao máximo de 44mm, o que é possível 
tecnicamente devido a maneira como as fibras do tecido balístico absorvem e 
dissipam a velocidade do projétil. Isso posto, o colete ajuda a impedir a penetração e 
o impacto do projétil, neutralizando ou minimizando o trauma no corpo do usuário. 
 
 
2.6 O CINTURÃO TÁTICO 
 
Atualmente a polícia passa por mudanças na forma dos equipamentos. A 
crescente necessidade de conciliar a proteção pessoal com a facilidade de acesso 
aos múltiplos materiais necessários para o serviço policial militar no dia a dia requer 
soluções para responder a ambos os problemas. 
Na PMESP, os policiais são equipados com um colete a prova de balas que 
fornece a proteção necessária para o serviço, conjugado com um Cinturão Tático, 
que é basicamente um sinto onde são dispostos os diversos equipamentos 
necessários para o serviço policial. 
Esse cinturão geralmente é equipado com os itens básicos, sendo de fácil 
acesso a todos os momentos para o policial, isso geralmente inclui uma série de 
bolsos e coldres para transportar: arma de fogo, carregadores, rádio, algemas, uma 
arma de incapacitação neuromuscular ou um espargidor de gás e lanterna. 
Conforme descrito por Pardubsky (2018): 
 
É de suma importância ressaltar que o colete tático trata-se de uma 
conjugação, em nossa realidade interna corporis, do colete balístico já 
existente, com o EPI completo do policial militar, que é composto por um 
46 
cinturão feito de couro ou de náilon, com os compartimentos para a 
colocação do armamento, dos carregadores, lanternas, espargidor de gás 
pimenta e diversos outros necessários ao cumprimento diuturno de 
preservação da ordem pública. 
 
Porém alguns itens menos usuais geralmente são movidos para as mochilas, 
como os talões de notificações, luvas ou blocos de anotações e pranchetas. Todos 
esses materiais têm o acesso limitado ao policial militar, que fica restrito a ter em 
seu acesso apenas o essencial. 
 
 
Figura 16 – Disposição dos equipamentos usados por um PM no cinturão. 
Fonte:http://sobrevivenciapolicial.blogspot.com/2011/10/operacoes-policiais-em-
baixa.html 
 
Para LIMA e SANTOS (2019), profissionais policiais militares, durante sua 
carreira, devem manter o condicionamento físico elevado. A ocorrência de lesões 
relacionadas a pratica de atividade física e considerada como problema de saúde 
pública em países desenvolvidos. É comum ao policial, em sua rotina de trabalho, 
carregar consigo pistola de um quilo, mais um fuzil de pouco mais de 5kg a 7kg, dois 
carregadores de um quilo, em média, cada um, acrescentando, ao seu corpo, um 
colete de aproximadamente 3kg a 5kg, totalizando uma carga adicional de 
aproximadamente 15kg. 
O maior problema com o cinto tático é a má distribuição de peso pelo corpo 
do policial. O cinturão tático causa grande prejuízo à coluna do policial, por distribuir 
todo o peso dos equipamentos apenas na cintura do usuário, causando lesões 
ortopédicas a médio e longo prazo. 
 
 
http://sobrevivenciapolicial.blogspot.com/2011/10/operacoes-policiais-em-baixa.html
http://sobrevivenciapolicial.blogspot.com/2011/10/operacoes-policiais-em-baixa.html
47 
2.7 O COLETE TÁTICO 
 
Em substituição ao cinturão e ao colete balístico, uma solução mais recente 
que vem sido desenvolvida é uma espécie de combinação dos dois, o colete tático. 
No colete tático, a distribuição dos equipamentos acontece por meio dos 
mesmos tipos de bolsos utilizados no cinturão, mas dispersos através da capa do 
colete balístico. Isso trás resultados proveitosos em vários aspectos, em primeiro 
lugar, por garantir o fácil

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