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política e organização da educação- Unidade III

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106
Unidade III
Unidade III
7 POLÍTICA PÚBLICA E FINANCIAMENTO DO ENSINO: FONTES DE RECURSOS E 
VINCULAÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS À EDUCAÇÃO
Nesse item estamos iniciando a discussão sobre o financiamento da educação, que é expresso por 
meio da vinculação de recursos públicos à área educacional. Essa vinculação só começa a existir quando 
as constituições brasileiras reconhecem a educação escolar como um direito do cidadão. Tal conquista 
se deu ao longo do tempo e sofreu avanços e retrocessos, como apontaremos a seguir.
A sociedade brasileira concebeu a educação como um direito social a partir da Constituição Federal 
de 1988, mas foi o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, no qual foi proposto o 
movimento de reconstrução educacional no Brasil, que apontou que “Na hierarquia dos problemas 
nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação” (MANIFESTO..., 2006, p. 1). 
O documento denunciou a falta de planos e iniciativas da determinação dos fins de educação e da 
aplicação de métodos científicos aos problemas da área. Além disso, destacou a educação escolar como 
uma função essencialmente pública e fez a defesa da escola única para todos, bem como dos princípios 
de laicidade, gratuidade, obrigatoriedade e coeducação. 
Da chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, em 1500, até 1920, a educação não se 
caracterizava como problema para a nação brasileira. Com o desenvolvimento industrial e o fenômeno da 
urbanização, um novo perfil de trabalhador foi necessário para atender às exigências do desenvolvimento 
econômico brasileiro.
Dessa forma, no início do século XX, o desenvolvimento científico trouxe novas informações sobre a 
relação entre escola, família e sociedade. No decorrer do século passado, as concepções da Escola Nova, 
que valorizavam as diferenças individuais e a liberdade do aluno para estudar aquilo em que tivesse 
aptidão e interesse, defenderam a necessidade de estruturar uma nova escola, para formar o novo 
cidadão brasileiro, visto que a escola tradicional que existia no Brasil já não atendia aos interesses da 
sociedade democrática em formação.
O marco histórico desse processo foi o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, escrito por 
educadores brasileiros, em 1932, que se dirigia aos governantes e ao povo brasileiro e apontava os graves 
problemas educacionais que havia, denunciando o analfabetismo como doença e vergonha nacional. O 
documento já apontava para a necessidade da construção de um sistema nacional de educação. 
Apenas no âmbito da sociedade moderna é que a educação se converte em questão de interesse 
público, sendo, por isso, implementada pelos órgãos públicos, isto é, pelo Estado, que a provê por meio 
da abertura e manutenção de escolas.
Luzuriaga (2000) situa as origens da instrução pública religiosa nos séculos XVI e XVII.
107
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A Reforma Protestante conclama os governantes a disseminarem a instrução elementar por meio 
da abertura de escolas.
O século XVIII é caracterizado pelo surgimento da educação pública estatal, que, sob a influência do 
iluminismo, combate as ideias religiosas. Prevalece, assim, uma visão laica do mundo.
A Revolução Francesa levanta a bandeira da escola pública universal, gratuita, obrigatória e laica. 
Firma-se com clareza o dever do Estado com relação à educação. No século XIX, é a educação pública 
nacional que é defendida quando se constituem os Estados Nacionais. 
Surge, então, o problema de organização dos respectivos sistemas nacionais de educação.
No século XX, a grande questão é a construção da educação pública democrática. A tarefa do Estado 
é democratizar a educação quantitativamente, garantindo o direito ao acesso à escola e promovendo 
a universalização e a democratização da educação qualitativamente. Encontramos, nesse período, a 
difusão dos movimentos de renovação pedagógica.
Apesar disso, o Estado brasileiro ainda não se revelou capaz de democratizar o ensino, pois permanece 
distante da organização de uma educação pública democrática de âmbito nacional.
Luzuriaga (2000) analisa que estamos no limiar do século XXI sem que a sociedade moderna tenha 
realizado o que se propôs como tarefa dos séculos XIX e XX: a educação pública nacional e democrática.
7.1 O financiamento da educação escolar nas constituições brasileiras
Vamos retomar o histórico da educação escolar nacional, agora sob a perspectiva dos princípios 
defendidos para toda a nação brasileira nas constituições brasileiras e da vinculação de recursos.
Em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova propõe que os princípios para a educação 
nacional devem ser fixados na nova constituição e traduzir-se na defesa dos seguintes conceitos: 
laicidade, defesa do ambiente escolar acima de crenças e disputas religiosas, gratuidade em todos 
os estabelecimentos de ensino e igualdade em todos os níveis, obrigatoriedade do ensino até os 18 
anos e coeducação, escola para meninos e meninas, em comum. A organização escolar é pensada 
tendo como estrutura a unidade da função educacional, a autonomia técnica, administrativa e 
econômica e a descentralização, pois é defendida a ideia de que unidade não é uniformidade, 
e sim multiplicidade, pela descentralização. Fica o governo central responsável pela organização de um 
plano comum e pela orientação da execução e dos rumos gerais da função educacional.
Os pioneiros levantam os princípios e fins educacionais e propõem a estrutura e o funcionamento do 
sistema nacional de educação. Os resultados desse manifesto já podem ser encontrados na Constituição 
de 1934, em que a educação é apresentada como parte da cidadania e conta com os recursos necessários 
para o desenvolvimento do ensino na Nação. A vinculação constitucional de recursos é a previsão de 
uma alíquota da receita de impostos a ser aplicada em educação.
Melchior (2004) relata as origens da vinculação de recursos a serem aplicados em educação no 
Brasil, que são discutidas a seguir. 
108
Unidade III
No Império, houve uma proposta de estabelecimento, em lei, de um mínimo das receitas a ser 
aplicado em educação. 
Em 1925-26, na revisão constitucional, houve outra proposta de vinculação constitucional de 
recursos à educação, que não foi apreciada. 
Em 1934, na Constituição, é prevista a vinculação de 10% da receita de impostos da União e dos 
municípios e 20% dos estados e do Distrito Federal à educação. Após 1934, não há uma constância da 
vinculação de recursos à educação nas constituições e na legislação educacional. Já na Constituição de 
1937, não há o estabelecimento de recursos.
A Conferência Interestadual de Educação, de 1941, propõe a criação do Fundo Nacional do Ensino 
Primário e do Convênio Nacional de Ensino Primário, com fundos provenientes de 5% adicionais sobre 
as taxas do imposto de consumo sobre bebidas. Os estados se comprometem a investir, em educação, 
15% da receita de impostos, e os municípios, 10%, até 1949, mas a Constituição de 1946 propõe, no 
artigo 169, a vinculação de 10% para a União e de 20% para estados, municípios e Distrito Federal. 
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n° 4.024/61, amplia o mínimo da União 
para 12% e mantém as porcentagens para as outras instâncias legais. 
Anos depois, a Constituição de 1967 retira a vinculação de receitas para o setor educacional, o que é 
revisto pela Emenda Constitucional n. 1, de 1969, que retoma a vinculação de 20% da receita tributária 
dos municípios ao ensino primário. 
Somente em 1983 a Emenda Constitucional n. 24, conhecida como Emenda João Calmon, reintroduz 
a vinculação de recursos, com 13% tributados à União e 25% aos estados, ao Distrito Federal e aos 
municípios. Finalmente, a Constituição Federal de 1988 mantém a vinculação e altera a alíquota de 13% 
para 18% no caso da União, embora mantenha os outros valores.
O quadro a seguir apresenta a distribuição das fontes do financiamento da educação definidas pelo 
governo federal. 
Quadro2 
Setor público
Administração direta
Administração indireta
Empresas estatais
Governo federal
Governos estaduais
Governos municipais
Fundações e autarquias
Setor privado
Famílias e indivíduos
Associações
Empresas privadas
Senai, Senac, Igrejas, clubes etc.
Fonte: Veras; Vieira (1997, p. 66).
O quadro apresenta de forma sintética as fontes do financiamento da educação dos setores privado 
e público. O setor público engloba a administração direta e indireta e as empresas estatais. Já o setor 
privado abarca famílias, indivíduos, associações e empresas privadas.
109
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
O quadro que segue apresenta a vinculação de recursos para a educação no Brasil, conforme 
as constituições. 
Quadro 3 
Ano Disposição legal Esfera de vinculação
União Estados/DF Municípios
1934 CF 34 10% 20% 10%
1937 CF 37 Nenhuma Nenhuma Nenhuma
1942 DL 4.958 Nenhuma 15 a 20% 10 a 15%
1946 CF 46 10% 20% 20%
1961 LDB 4024 12% 20% 20%
1967 CF 67 Nenhuma Nenhuma Nenhuma
1969 EC 1 Nenhuma Nenhuma 20%
1971 LDB 5692 Nenhuma Nenhuma 20%
1983 EC 14 13% 25% 25%
1988 CF 88 18% 25% 25%
Fonte: Oliveira (2002, p. 98).
A importância da vinculação de recursos à educação está na prioridade dada a esta no conjunto das 
políticas governamentais e na reserva de fundos oficiais fixos para aplicação na elaboração da proposta 
orçamentária para a área educacional. Os dispositivos legais apontam as porcentagens apresentadas 
como o mínimo a ser gasto em educação, ou seja, os governantes podem aumentar essa alíquota, mas 
não reduzir. Em síntese, o financiamento da educação escolar pública é de responsabilidade das três 
esferas do Poder Público, cada uma contando com as fontes apresentadas no quadro a seguir:
Quadro 4 
Poder Público Fontes
União
• Recursos orçamentários, oriundos da receita de impostos federais (18%)
• Recursos provenientes do salário-educação (1/3)
• Outros recursos oriundos de diversas fontes 
Estados
• Recursos orçamentários ordinários, provenientes da receita tributária estadual (25%)
• Fundo de Participação dos Estados (FPE) resultante da transferência de recursos federais (25%) 
• Recursos provenientes da quota-parte do salário-educação, correspondente a 2/3 do total 
arrecadado no Estado 
• Outros recursos oriundos de fontes diversas, incluindo o salário-educação, quota federal 
Municípios
• Recursos orçamentários ordinários, provenientes da receita tributária municipal (25%) 
• Fundo de Participação dos Municípios (FPM), resultante da transferência de recursos federais (25%) 
• Outros recursos oriundos de várias fontes, incluindo a quota salário-educação transferida aos 
municípios 
Fonte: Veras; Vieira (1997, p. 70).
110
Unidade III
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, apresenta em seu Capítulo III, Seção I, 
artigos 205 a 214, os itens relacionados à educação. No entanto, ao analisarmos o texto constitucional, 
observamos que o financiamento é tratado nos Arts. 212, 213 e no art. 60 das Disposições Transitórias 
(ADCT), conforme segue:
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no 
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos 
Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, 
receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no “caput” deste artigo, serão 
considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os 
recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao 
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a 
universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos 
do plano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
n. 59, de 2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde 
previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de 
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento 
a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na 
forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n 53, de 2006) 
(Vide Decreto n. 6.003, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social 
do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de 
alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de 
ensino (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006) (BRASIL, 1988).
O art. 212 da Constituição prevê a vinculação de recursos para o financiamento da educação 
cuja receita inclui os impostos transferidos da União para estados e municípios e dos estados para os 
municípios – o que não significa, porém, a receita bruta dos orçamentos federais estaduais e municipais 
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2003).
111
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Nesses termos:
[...] o dispêndio mínimo obrigatório para manutenção e desenvolvimento do 
ensino refere-se exclusivamente aos impostos, embora a educação receba 
outras contribuições, como o salário- educação, que não entram no montante 
relativo aos 18% e 25% (LIBÂNEO, OLIVEIRA; TOSCHI, 2003, p. 193).
Dessa forma, observamos que o primeiro parágrafo regulamenta a base de cálculo somente de 
impostos recolhidos em cada ente federado, excluindo as receitas oriundas da transferência de impostos.
O segundo parágrafo diz respeito à abrangência dessa destinação orçamentária aos sistemas de 
ensino federal, estadual e municipal
O terceiro parágrafo refere-se à distribuição dos recursos, com base na garantia de atendimento 
prioritário e garantia de padrão de qualidade à educação obrigatória (dos 4 aos 17 anos).
No quarto parágrafo há uma desvinculação orçamentária de programas suplementares, os quais 
passam a não poder utilizar verbas do Fundeb para subsidiar outros programas.
O quinto parágrafo se refere aos recursos do salário-educação, com os quais as empresas poderão 
descontar despesas com a educação de funcionários no nível da educação básica.
O sexto e último parágrafo determina que o processo de redistribuição das cotas do salário-educação 
dos estados e municípios deve ocorrer tomando-se como referência o número de alunos matriculados 
na educação básica.
Em continuidade à análise dos artigos da Constituição Federal de 1988 que trata do financiamento 
da educação, veremos o que nos traz o art. 213. 
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo 
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas 
em lei, que:
I – comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes 
financeiros em educação;
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, 
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento 
de suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas 
de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que 
demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e 
cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, 
ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão 
de sua rede na localidade.
112
Unidade III
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à 
inovação realizadas por universidades e/ou por instituições de educação 
profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015) (BRASIL, 1988).
O art. 213 não traz nenhum benefício às escolas públicas, pois permite ao Estado fazer transferência 
de recursospúblicos para escolas privadas que comprovem finalidade não lucrativa e que apliquem seus 
excedentes financeiros em educação.
O parágrafo segundo institui, a partir de 2015, o apoio financeiro do Poder Público às atividades 
de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por 
instituições de educação profissional e tecnológica. 
O art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), com redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 53, de 2006, modifica o texto original de 1988, em ficou estabelecido que, nos 
dez primeiros anos da promulgação da Constituição Federal, o poder público desenvolverá esforços 
contando com a mobilização de diferentes setores organizados da sociedade e com a aplicação de, pelo 
menos, 50% dos recursos a que se refere o art. 212 da referida Constituição com vistas a eliminar o 
analfabetismo e universalizar o ensino fundamental (PALMA FILHO, 2013).
Vejamos, na íntegra, o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias colocadas pela 
Constituição de 1988.
Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta 
Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da 
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica 
e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as 
seguintes disposições:
I – a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito 
Federal, os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a criação, no 
âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação – FUNDEB, de natureza contábil;
II – os Fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos 
por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III 
do art. 155; o inciso II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do 
art. 158; e as alíneas a e b do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos 
da Constituição Federal, e distribuídos entre cada Estado e seus Municípios, 
proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades 
da educação básica presencial, matriculados nas respectivas redes, nos 
respectivos âmbitos de atuação prioritária estabelecidos nos §§ 2º e 3º do 
art. 211 da Constituição Federal;
113
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
III – observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput do 
art. 208 da Constituição Federal e as metas de universalização da educação 
básica estabelecidas no Plano Nacional de Educação, a lei disporá sobre:
a) a organização dos Fundos, a distribuição proporcional de seus recursos, as 
diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por aluno entre etapas 
e modalidades da educação básica e tipos de estabelecimento de ensino;
b) a forma de cálculo do valor anual mínimo por aluno;
c) os percentuais máximos de apropriação dos recursos dos Fundos 
pelas diversas etapas e modalidades da educação básica, observados os 
arts. 208 e 214 da Constituição Federal, bem como as metas do Plano 
Nacional de Educação;
d) a fiscalização e o controle dos Fundos;
e) prazo para fixar, em lei específica, piso salarial profissional nacional para 
os profissionais do magistério público da educação básica;
IV – os recursos recebidos à conta dos Fundos instituídos nos termos do 
inciso I do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados e Municípios 
exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme 
estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal;
V – a União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o 
inciso II do caput deste artigo sempre que, no Distrito Federal e em cada 
Estado, o valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente, 
fixado em observância ao disposto no inciso VII do caput deste artigo, 
vedada a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 da 
Constituição Federal;
VI – até 10% (dez por cento) da complementação da União prevista no 
inciso V do caput deste artigo poderá ser distribuída para os Fundos por 
meio de programas direcionados para a melhoria da qualidade da educação, 
na forma da lei a que se refere o inciso III do caput deste artigo;
VII – a complementação da União de que trata o inciso V do caput deste 
artigo será de, no mínimo:
a) R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), no primeiro ano de vigência 
dos Fundos;
b) R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), no segundo ano de vigência 
dos Fundos;
114
Unidade III
c) R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e quinhentos milhões de reais), no 
terceiro ano de vigência dos Fundos;
d) 10% (dez por cento) do total dos recursos a que se refere o inciso II do 
caput deste artigo, a partir do quarto ano de vigência dos Fundos;
VIII – a vinculação de recursos à manutenção e desenvolvimento do ensino 
estabelecida no art. 212 da Constituição Federal suportará, no máximo, 30% 
(trinta por cento) da complementação da União, considerando-se para os 
fins deste inciso os valores previstos no inciso VII do caput deste artigo;
IX – os valores a que se referem as alíneas a, b, e c do inciso VII do caput 
deste artigo serão atualizados, anualmente, a partir da promulgação desta 
Emenda Constitucional, de forma a preservar, em caráter permanente, o 
valor real da complementação da União;
X – aplica-se à complementação da União o disposto no art. 160 da 
Constituição Federal;
XI – o não-cumprimento do disposto nos incisos V e VII do caput deste 
artigo importará crime de responsabilidade da autoridade competente;
XII – proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo 
referido no inciso I do caput deste artigo será destinada ao pagamento dos 
profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão assegurar, 
no financiamento da educação básica, a melhoria da qualidade de ensino, 
de forma a garantir padrão mínimo definido nacionalmente.
§ 2º O valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado 
e do Distrito Federal, não poderá ser inferior ao praticado no âmbito do 
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de 
Valorização do Magistério - FUNDEF, no ano anterior à vigência desta 
Emenda Constitucional.
§ 3º O valor anual mínimo por aluno do ensino fundamental, no âmbito 
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, não poderá ser inferior 
ao valor mínimo fixado nacionalmente no ano anterior ao da vigência desta 
Emenda Constitucional.
§ 4º Para efeito de distribuição de recursos dos Fundos a que se refere o inciso I 
do caput deste artigo, levar-se-á em conta a totalidade das matrículas no 
115
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
ensino fundamental e considerar-se-á para a educação infantil, para o ensino 
médio e para a educação de jovens e adultos 1/3 (um terço) das matrículas 
no primeiro ano, 2/3 (dois terços) no segundo ano e sua totalidade a partir 
do terceiro ano.
§ 5º A porcentagem dos recursos de constituição dos Fundos, conforme o 
inciso II do caput deste artigo, será alcançada gradativamente nos primeiros 
3 (três) anos de vigência dos Fundos, da seguinte forma:
I – no caso dos impostos e transferências constantes do inciso II do caput 
do art. 155; do inciso IV do caput do art. 158; e das alíneas a e b do inciso I 
e do inciso II do caput do art. 159 da Constituição Federal:
a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no 
primeiro ano;
b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e três centésimos por cento), no 
segundo ano;
c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano;
II – no caso dos impostos e transferências constantes dos incisos I e III do 
caput do art. 155; do inciso II do caput do art. 157; e dos incisosII e III do 
caput do art. 158 da Constituição Federal:
a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no primeiro ano;
b) 13,33% (treze inteiros e trinta e três centésimos por cento), no segundo ano;
c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano (BRASIL, 1988).
Observamos que, conforme a Emenda Constitucional n. 59, de 2009, esse artigo prevê o 
comprometimento financeiro das diferentes esferas da administração pública para assegurar, 
prioritariamente, o atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere à universalização, 
garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação, ou seja, a garantia 
da educação para alunos dos quatro aos 17 anos.
7.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e financiamento da educação
A Constituição Federal de 1988 reconhece a educação como um direito social e tem como princípios 
para o ensino o acesso à escola pela oferta de vagas a todas as crianças e a todos os adolescentes, 
dos 4 aos 17 anos, iniciando na pré-escola, dos 4 aos 5 anos, com previsão para a matrícula obrigatória 
a partir de 2016, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Também são princípios a permanência 
116
Unidade III
do aluno até a conclusão da Educação Básica com sucesso escolar, destacando o respeito às diferenças e 
garantindo a inclusão social de todos na escola.
A Lei n. 9.394/96 retoma, amplia e regulamenta os princípios constitucionais.
A educação escolar brasileira apresenta avanços em relação aos princípios defendidos pelos pioneiros 
da educação, em 1932. Em oitenta anos, o conceito de laicidade foi superado, e a escola pública passou a 
discutir as religiões presentes no país. Além disso, o conceito de obrigatoriedade do ensino já responsabiliza 
judicialmente os responsáveis pelos alunos que não estão na escola e os órgãos públicos pelo não atendimento 
a crianças e adolescentes no Ensino Fundamental. Também se vincula o conceito de acesso e permanência 
com sucesso na escola até o término da escolaridade básica, estabelece-se a meta da escola para todos, 
inclusiva, com o conceito da diversidade como benefício, e, ainda, o conceito de gratuidade na escola pública.
Paralelamente a esses princípios, a organização educacional brasileira já está estruturada por um sistema 
escolar, com uma legislação educacional que se desenvolveu e se desenvolve por meio de políticas públicas, 
para dar concretude às aspirações educativas nacionais. Há a luta pela efetiva articulação do sistema nacional 
de educação, com vistas ao compromisso do oferecimento de uma escola de qualidade para todos.
Estão presentes na Constituição Federal, bem como na Lei n. 9.394/96 e nas suas regulamentações, os 
dispositivos legais que asseguram o atendimento ao direito à educação com qualidade. Na Constituição 
Federal de 1988, encontramos nos artigos 212 e 213 a descrição de como deve ser tratado o financiamento 
da educação, complementada pelo artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Título VII (Dos Recursos Financeiros), dos 
artigos 68 ao 77, são abordadas as fontes de recursos (no artigo 68), a vinculação de recursos (nos artigos 
de 69 a 73) e a transferência de recursos públicos para a escola privada (artigo 77). 
Leia esse trecho a seguir.
Título VII
Dos Recursos Financeiros
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:
I – receita de impostos próprios da União, dos estados, do Distrito Federal e 
dos municípios;
II – receita de transferências constitucionais e outras transferências;
III – receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;
IV – receita de incentivos fiscais;
117
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
V – outros recursos previstos em lei.
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, 
o Distrito Federal e os municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta 
nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de 
impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção 
e desenvolvimento do ensino público. (Vide Medida Provisória n. 773, de 
2017) (Vigência encerrada)
§ 1º. A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos 
estados, ao Distrito Federal e aos municípios, ou pelos estados aos respectivos 
municípios, não será considerada, para efeito do cálculo previsto neste 
artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º. Serão consideradas excluídas das receitas de impostos mencionadas 
neste artigo as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária 
de impostos.
§ 3º. Para fixação inicial dos valores correspondentes aos mínimos estatuídos 
neste artigo, será considerada a receita estimada na lei do orçamento anual, 
ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a abertura de créditos 
adicionais, com base no eventual excesso de arrecadação.
§ 4º. As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, 
que resultem no não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios, serão 
apuradas e corrigidas a cada trimestre do exercício financeiro.
§ 5º. O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios ocorrerá imediatamente ao 
órgão responsável pela educação, observados os seguintes prazos:
I – recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o 
vigésimo dia;
II – recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada mês, 
até o trigésimo dia;
III – recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada mês, até 
o décimo dia do mês subsequente.
§ 6º. O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e à 
responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do 
ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos 
118
Unidade III
das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se 
destinam a:
I – remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais 
da educação;
II – aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e 
equipamentos necessários ao ensino;
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
IV – levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente 
ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
V – realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos 
sistemas de ensino; 
VI – concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;
VII – amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao 
disposto nos incisos deste artigo;
VIII – aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de 
transporte escolar.
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do 
ensino aquelas realizadas com:
I – pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando 
efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao 
aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
II – subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, 
desportivo ou cultural;
III – formação de quadros especiais para a administração pública, sejam 
militares ou civis, inclusive diplomáticos;
IV – programas suplementares de alimentação, assistência 
médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de 
assistência social;
V – obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou 
indiretamente a rede escolar;
119
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
VI – pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em 
desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento 
do ensino.
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do 
ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim 
como nos relatórios a que se refere o§ 3º do art. 165 da Constituição Federal.
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na prestação 
de contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da 
Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias e na legislação concernente.
Art. 74. A União, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais 
para o Ensino Fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, 
capaz de assegurar ensino de qualidade.
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será calculado 
pela União ao final de cada ano, com validade para o ano subsequente, 
considerando variações regionais no custo dos insumos e as diversas 
modalidades de ensino.
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos estados será exercida 
de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o 
padrão mínimo de qualidade de ensino.
§ 1º. A ação a que se refere este artigo obedecerá à fórmula de domínio 
público que inclua a capacidade de atendimento e a medida do esforço 
fiscal do respectivo estado, do Distrito Federal ou do município em favor da 
manutenção e do desenvolvimento do ensino.
§ 2º. A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela razão 
entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório na manutenção 
e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo ao padrão 
mínimo de qualidade.
§ 3º. Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá 
fazer a transferência direta de recursos a cada estabelecimento de ensino, 
considerado o número de alunos que efetivamente frequentam a escola.
§ 4º. A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor do 
Distrito Federal, dos estados e dos municípios se estes oferecerem vagas, na área 
de ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10º e o inciso V 
do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua capacidade de atendimento.
120
Unidade III
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior ficará 
condicionada ao efetivo cumprimento pelos estados, Distrito Federal e 
municípios do disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras prescrições legais.
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo 
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:
I – comprovem finalidade não lucrativa e não distribuam resultados, 
dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob 
nenhuma forma ou pretexto;
II – apliquem seus excedentes financeiros em educação;
III – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, 
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento 
de suas atividades;
IV – prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.
§ 1º. Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de 
estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que demonstrarem 
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares 
da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público obrigado 
a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.
§ 2º. As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber 
apoio financeiro do Poder Público, inclusive mediante bolsas de estudo 
(BRASIL, 1996).
Observamos que, diferentemente da Constituição Federal de 1988, a LDB n. 9.394, de 1996, mostra-
se mais completa e enriquecedora ao abordar a questão do financiamento da educação. Seu conteúdo 
pode ser analisado em quatro temas (OLIVEIRA, 2002). São eles:
• Fontes de recursos (art.68).
• Vinculação de recursos (arts. 69, 70, 71, 72 e 73).
• Padrão de qualidade (arts. 74, 75 e 76).
• Transferência de recursos públicos para a escola privada (art. 77).
O quadro a seguir apresenta os impostos discriminados pela Constituição Federal a ser vinculados 
à educação.
121
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Quadro 5 
Esfera Imposto Símbolo
União Importação de produtos estrangeiros II
CF Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados IE
Art.153 Renda e proventos de qualquer natureza IR
Produtos industrializados IPI
Operação de crédito, câmbio e seguro ou relativo a títulos 
ou valores mobiliários IOF
Propriedade territorial rural ITR
Grandes fortunas
Estados Transferência causa mortis e doação
CF Circulação de mercadorias e serviços ICMS
Art. 155 Propriedade de veículos automotivos IPVA
Adicional de 5% IR
Municípios Predial territorial urbano IPTU
CF Transmissão “intervivos”
Art. 156 Vendas, a varejo, de combustíveis líquidos e gasosos
Serviços de qualquer natureza ISS
Fonte: Oliveira (2002, p. 92).
Além desses recursos, o inciso III do artigo 68 da LDB menciona a receita do salário-educação e outras 
contribuições sociais. O salário-educação é a contribuição social das empresas destinada à educação dos 
funcionários e de seus filhos, para a educação fundamental, regular ou supletiva, que pode ser recolhida 
aos cofres públicos, caso a empresa não ofereça esse nível de ensino.
Para melhor explicar o que significam os gastos em educação, o artigo 70 da LDB n. 9.394/96 
explicita as despesas que poderão destinadas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, 
para a consecução dos objetivos básicos das instituições escolares de todos os níveis. O artigo 71 
da LDB n. 9.394/96, com o objetivo de esclarecer o que são gastos em educação, explica o que não é 
considerado despesa para a manutenção e o desenvolvimento do ensino.
Estão excluídas dessas despesas a merenda escolar, a melhoria da infraestrutura urbana (mesmo 
quando estiver diretamente ligada à rede escolar) e também o pagamento de pessoal com desvio de função, 
geralmente cedido para outras áreas da administração pública e dos Poderes Legislativo e Judiciário.
O debate sobre gastos em educação tem sido realizado desde a década de 1930 e fez parte da 
proposta dos pioneiros da educação. Havia muita divergência sobre o que considerar despesa com 
educação, o que levou ao uso muito diferenciado das verbas públicas, culminando, muitas vezes, em seu 
uso para fins que não o educacional. Isso, naturalmente, prejudicou o atendimento aos objetivos últimos 
da educação, como a universalização do ensino obrigatório.
122
Unidade III
Outra medida de grande importância da Lei n. 9.394/96 é o que está proposto nos artigos 72 e 73, 
os quais exigem que as receitas e as despesas com a manutenção e desenvolvimento do ensino sejam 
apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios. Há, também, a definição 
dos órgãos fiscalizadores das prestações de contas. Na Constituição Federal de 1988 e na Lei n. 9.394/96, 
aparece a determinação da publicação dos dados de arrecadação e despesa com educação, bem como 
da fiscalização do cumprimento da vinculação de recursos.
A Lei n. 9.394/96 traz nos artigos 74, 75 e 76 a explicação do que deve ser entendido como garantia 
do padrão de qualidade para oportunidades educacionais no Ensino Fundamental, que é baseado no 
cálculo do custo mínimo por aluno. Já os artigos 75 e 76 estabelecem critérios para avaliar a capacidade 
de cada esfera administrativa e propõem a divisão do montante dos recursos pelo custo-aluno.
Nesse caso, não está em discussão qual seria o montante de recursos necessários para a manutenção 
e o desenvolvimento do ensino de qualidade, e sim o montante de recursos existentes e disponíveis no 
momento, que se torna a referência para definir o padrão de qualidade para o cálculo do custo-aluno.
7.3 Fundef e Fundeb
Como resposta a essa situação, em setembro de 1996, o Congresso Nacional aprovou a Emenda 
Constitucional n. 14, que criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e 
de Valorização do Magistério (Fundef), de natureza contábil, com base na Lei n. 9.424/96.
O fundo reorganiza a aplicação dos recursos financeirosem educação no País e permite um 
compromisso mais equilibrado entre estados e municípios. Estava previsto que sua implantação e 
atuação junto à educação brasileira seria reavaliada em dez anos, mas o fundo vigorou de 1º de janeiro 
de 1998 até 2006. 
Os especialistas consideram o Fundef uma medida descentralizadora na educação do país e ainda 
acrescentam que essa medida atua como um meio de desresponsabilização do Estado pela educação. 
O Fundef reduziu os fundos ao Ensino Fundamental, sem a perspectiva de recursos para toda a educação 
básica, e foi revisto. Em 2006, a Emenda Constitucional n. 53 criou, com base na Lei n. 11.494/97, 
o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação (Fundeb), que começou a vigorar em 2007 e se estenderá até 2021.
A Medida Provisória n. 339/2006 regulamentou o funcionamento do Fundeb. Para atender à inclusão 
social, o fundo usa estratégias de atendimento a toda a educação básica, promove a universalização 
do Ensino Fundamental, beneficia a Educação Infantil – creches e pré-escolas –, o Ensino Médio, a 
Educação de Jovens e Adultos (Ensino Fundamental e Ensino Médio) e ainda propõe a valorização de 
todos os profissionais que atuam na educação básica.
No que diz respeito ao financiamento da educação, a substituição do Fundef pelo Fundeb foi realizada 
com grande participação da sociedade civil organizada, iniciativa que fortaleceu a implantação de uma 
123
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
política nacional voltada à articulação entre os diferentes poderes executivos, à descentralização do 
sistema educativo e à valorização do magistério.
Além disso, o Fundeb aumentou o compromisso da união com a educação básica, ampliando o aporte 
financeiro a título de complementação (de 500 milhões para 5 bilhões) e ainda instituiu um único fundo 
para todas as etapas da educação básica (em vez de um fundo voltado apenas para o Ensino Fundamental).
Foram incorporadas três inovações ao financiamento da educação, sendo as duas primeiras do 
Fundeb (BRASIL, 2007 apud CAMARGO; PINTO; GUIMARÃES, 2008):
1) a diferenciação dos coeficientes de remuneração das matrículas não se dá 
apenas por etapa e modalidade de Educação Básica, mas também pela extensão 
do turno: a escola de tempo integral recebe 25% a mais por aluno matriculado;
2) a creche conveniada é contemplada para efeito de repartição dos recursos 
do fundo – a atual taxa de atendimento da Educação Infantil, em especial a 
creche, dadas as metas expressas no Plano Nacional de Educação, justifica, 
nesse caso, a parceria do Poder Público com o segmento comunitário; 
3) a atenção à Educação Infantil é complementada pelo ProInfância, 
programa que financia a expansão da rede física de atendimento da 
Educação Infantil pública (BRASIL, 2007, p. 18, apud CAMARGO; PINTO; 
GUIMARÃES, 2008, p. 825).
O Fundeb instaurou uma nova sistemática de financiamento da educação básica – para atender 
ao princípio constitucional da equalização do financiamento – e agregou as ações do Plano de 
Desenvolvimento da Educação, além de promover o cumprimento do Plano Nacional de Educação. 
Porém, o Fundeb não é suficiente, por si só, para garantir a universalização da oferta de vagas, tampouco 
a permanência do aluno na escola até a conclusão do Ensino Médio.
Além dos avanços já apontados na legislação e nas políticas públicas em educação, ainda há três 
aspectos a serem discutidos para que os dispositivos legais possam ser transformados em políticas 
públicas de qualidade. O primeiro é a revisão do papel da União no financiamento da educação básica; 
o segundo é a instituição de um verdadeiro regime de colaboração entre os entes federados; e o terceiro 
é o estabelecimento de uma real valorização dos trabalhadores em educação.
O Fundeb, portanto, representa um salto qualitativo na estratégia de colaboração para garantir o 
direito à educação e contribuir para a melhoria dos processos de transferência de recursos, gestão e 
compromisso entre todos, na construção de uma educação de qualidade para o cidadão brasileiro.
124
Unidade III
7.3.1 O novo Fundeb
Em cada estado, o Fundeb é composto por 20% das seguintes receitas:
• Fundo de Participação dos Estados (FPE).
• Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
• Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (IPIex).
• Desoneração das Exportações (LC n. 87/96).
• Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD).
• Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
• Cota parte de 50% do Imposto Territorial Rural (ITR) devida aos municípios.
Também compõem o fundo as receitas da dívida ativa e de juros e multas incidentes sobre as fontes 
acima relacionadas.
Ainda, no âmbito de cada estado, onde a arrecadação não for suficiente para garantir o valor mínimo 
nacional por aluno ao ano, haverá o aporte de recursos federais, a título de complementação da União.
Tabela 11 – Composição de recursos do Fundeb
Receita/Ano 2007 2008 2009 2010 a 2020
FPE 16,66% 18,33% 20% 20%
FPM 16,66% 18,33% 20% 20%
ICMS 16,66% 18,33% 20% 20%
IPIexp 16,66% 18,33% 20% 20%
Desoneração 
Exportações 16,66% 18,33% 20% 20%
ITCMD 6,66% 13,33% 20% 20%
IPVA 6,66% 13,33% 20% 20%
ITR – Cota Municipal 6,66% 13,33% 20% 20%
Complementação 
da União R$ 2 bilhões R$ 3,2 bilhões R$ 5,1 bilhões
10% da contribuição de 
estados e municípios
Adaptada de: Arêde ([s.d.]).
125
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Os recursos do Fundeb são distribuídos de forma automática (sem necessidade de autorização ou convênios 
para esse fim) e periódica, mediante crédito na conta específica de cada governo estadual e municipal.
A distribuição é realizada com base no número de alunos da educação básica pública, de acordo com 
dados do último censo escolar, sendo computados os alunos matriculados nos respectivos âmbitos de 
atuação prioritária, conforme art. 211 da Constituição Federal. Ou seja, os municípios recebem os recursos 
do Fundeb com base no número de alunos da educação infantil e do ensino fundamental, e os estados, 
com base no número de alunos do ensino fundamental e médio, observada a seguinte escala de inclusão:
Tabela 12
Etapa/modalidade de ensino 2007 2008 2009 a 2020
Ensino Fundamental Regular 
e Especial 100% 100% 100%
Educação Infantil, Ensino Médio 
e Educação de Jovens e Adultos 33,33% 66,66% 100%
Adaptada de: FNDE (s.d.).
A distribuição dos recursos leva em conta também fatores de ponderação, que são definidos 
anualmente e variam de acordo com os seguintes desdobramentos da educação básica:
• Creche pública em tempo integral.
• Creche pública em tempo parcial.
• Creche conveniada em tempo integral.
• Creche conveniada em tempo parcial.
• Pré-escola em tempo integral.
• Pré-escola em tempo parcial.
• Anos iniciais do ensino fundamental urbano.
• Anos iniciais do ensino fundamental no campo.
• Anos finais do ensino fundamental urbano.
• Anos finais do ensino fundamental no campo.
• Ensino fundamental em tempo integral.
126
Unidade III
• Ensino médio urbano.
• Ensino médio no campo.
• Ensino médio em tempo integral.
• Ensino médio integrado à educação profissional.
• Educação especial.
• Educação indígena e quilombola.
• Educação de jovens e adultos com avaliação no processo.
• Educação de jovens e adultos integrada à educação profissional de nível médio, com avaliação 
no processo.
Os valores repassados (por origem e por mês ou dia) estão disponíveis nos seguintes endereços:
• Secretaria do Tesouro Nacional: para obtenção de informações sobre valores repassados por 
ente governamental (estado ou município), por origem dos recursos e por mês.
• Banco do Brasil: para obtenção de informações sobre valores repassados por ente governamental 
(estadual ou municipal), por origem dos recursos e por data de crédito. Período máximo de 
pesquisa de 60 dias, entre a data inicial e a final.
O Fundo Nacionalde Desenvolvimento da Educação (FNDE) é uma autarquia federal vinculada 
ao Ministério da Educação (MEC). É uma entidade pública, fiscalizada pelo Estado, mas que possui 
autonomia para sua gestão.
O FNDE foi surgindo aos poucos, com a fusão de vários órgãos do governo, e existe há mais de 40 anos. 
Foi criado pela Lei n. 5.537, de 21 de novembro de 1968, e é responsável por executar parte das ações do 
MEC relacionadas à Educação Básica, prestando auxílio financeiro e técnico aos municípios e executando 
ações que contribuam para uma Educação de qualidade. Tem como finalidade captar recursos financeiros 
e canalizá-los para o financiamento de projetos de ensino e pesquisa, de acordo com as diretrizes do 
planejamento nacional da Educação. A execução de alguns projetos relacionados à Educação Superior e 
ao Ensino Técnico também é de responsabilidade do FNDE.
Dessa forma, o FNDE acompanha e estuda as diferentes propostas de instituições de pesquisa 
interessadas no Fundeb.
127
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
8 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA (PDE) E PLANO NACIONAL 
DE EDUCAÇÃO
8.1 Plano de Desenvolvimento Escolar (PDE)
Tem como objetivo o desenvolvimento de ações que visem à implementação de uma educação de 
qualidade, por meio do investimento na educação básica brasileira e no envolvimento de todos – pais, alunos, 
professores e gestores –, com o propósito de alcançar o sucesso e a permanência do aluno na escola.
O MEC pretende que a sociedade brasileira conheça o que acontece dentro e fora da escola, por meio 
da prestação de contas e da participação de toda a sociedade na construção da qualidade de ensino 
desejada para toda a população.
O PNE inclui metas de qualidade recomendadas pelo Compromisso Todos pela Educação e pelas seguintes 
propostas: avaliação das crianças de 6 a 8 anos, para verificar a qualidade do processo de alfabetização; 
alfabetização de jovens e adultos, com o programa Brasil Alfabetizado; criação de um piso salarial nacional 
dos professores; e criação dos institutos federais de educação profissional, científica e tecnológica.
Além dos citados, há ainda programas que estão em desenvolvimento:
• Caminho da Escola;
• Novo Proinfo;
• Saúde da Escola;
• Plano de Ações Articuladas;
• Provinha;
• Ideb;
• Educacenso;
• Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar;
• Observatório da Educação;
• Novo Brasil Alfabetizado;
• Olimpíadas de Matemática e de Língua Portuguesa;
• ProInfância;
128
Unidade III
• Mais Educação;
• Ensino Fundamental de Nove Anos. 
Esses e outros projetos estão sendo desenvolvidos com vistas ao atendimento das metas previstas 
no Plano Nacional de Educação e nos seus planos complementares. 
Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação
Conforme Paro (1999), o gestor/diretor escolar deve estar voltado, como executor das políticas 
públicas, para o papel da escola – de transformação social –, conforme segue:
Quando se considera uma nova forma de administrar a escola, comprometida 
com os interesses da classe trabalhadora, está se estabelecendo um horizonte 
para a administração escolar; ou seja, está se considerando que a condução 
democrática das atividades no interior da instituição escolar, fundamentada 
não apenas na participação de todos os setores a ela relacionados, mas 
sobretudo na vigência das relações de colaboração recíproca entre os 
envolvidos, não é um projeto que se realize do dia para a noite, apenas por seu 
valor intrínseco, mas algo que precisa ser conquistado historicamente, através 
da ação constante, orientada em determinada direção [...] (PARO, 1999, p. 249).
Uma vez que apontamos as informações mais importantes sobre as políticas públicas em educação, 
pedimos a você que faça uma pesquisa em sua cidade ou região e estude como os programas e planos 
estão sendo desenvolvidos para que a educação escolar promova efetivamente um ensino de qualidade 
para a comunidade local.
Além disso, procure também responder às questões a seguir:
1. Aponte um conceito único para definir o papel do diretor/gestor em cada época histórica da 
política brasileira estudada.
2. Relacione esse conceito com os princípios educacionais defendidos em cada período estudado.
3.3. Como você explica a relação entre as políticas públicas educacionais e o papel do diretor/gestor Como você explica a relação entre as políticas públicas educacionais e o papel do diretor/gestor 
como executor dessa política educacional na escola?como executor dessa política educacional na escola?
129
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre as diretrizes para a educação básica, 
visite o site: 
MEC. Diretrizes para a educação básica. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12992:diretrizes-para-
a-educacao-basica>. Acesso em: 29 out. 2013. 
8.1.1 Todos pela Educação
Em 2006, foi fundada uma organização da sociedade civil com a finalidade de impulsionar a 
qualidade da educação básica no Brasil denominada Todos pela Educação.
Desde o início de 2018, essa organização lidera o programa Educação Já, que tem como objetivo 
contribuir com os governos para a implementação de medidas urgentes para a educação no Brasil.
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre o Todos pela Educação e conhecer o 
documento Educação Já 2019 -2022 na íntegra, acesse
 
https://www.todospelaeducacao.org.br/_uploads/_posts/170.pdf
Acesso em: 29 agosto 2019. 
8.1.2 Plano de Ações Articuladas
É um plano que visa à implantação e à implementação de um planejamento estratégico pelos sistemas 
de ensino para o desenvolvimento da educação escolar. A adesão ao plano implica aos componentes a 
participação na elaboração de indicadores educacionais de seus sistemas de ensino, que acompanharão 
o desenvolvimento educativo por meio de ações articuladas, consideradas um dos instrumentos do 
regime de colaboração para o desenvolvimento da educação escolar. 
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) 
É um programa que vem atender a uma demanda dos profissionais da educação escolar, que sempre 
mostraram a importância de a escola receber verba para o aprimoramento da aprendizagem e do uso 
das verbas de acordo com as necessidades apontadas pelo Projeto Político-Pedagógico.
130
Unidade III
Plano Nacional de Educação (PNE)
O Plano Nacional de Educação, de duração decenal, apresenta diretrizes, metas e ações para a política 
nacional de educação, na perspectiva da inclusão, igualdade e diversidade para a educação brasileira 
na contemporaneidade. É o documento legal que orienta a utilização das verbas para a educação. É a 
instituição, também, de um instrumento de avaliação dos planos decenais de educação das diferentes 
esferas do Poder Executivo, no sentido de garantir a qualidade de ensino para atingir os níveis desejados 
de aprendizagem. Pretende articular o funcionamento do sistema nacional de educação.
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
É o programa que visa a atender à meta de aprimorar a qualidade do ensino, dando assistência direta 
ao aluno, por meio do livro didático. Atualmente os alunos recebem os livros didáticos das diferentes 
disciplinas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. 
 Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (Pradime)
Programa que visa à reunião dos dirigentes da educação municipal escolar e à discussão das políticas 
públicas educacionais em suas regiões. Prevê a formação continuada de toda a equipe da educação 
municipal para que as metas educacionais sejam atingidas por meio da compreensão dos princípios e 
objetivos da educação escolar no Brasil. 
 Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação (Pró-Conselho)
A legislação educacional prevê a instalação dos conselhos municipais de educação como parte da 
organização e do funcionamento do sistema municipal de educação. O programa é parte da formação 
necessária ao grupo gestor do município.
Programa de Fortalecimento Institucionaldas Secretarias Municipais de Educação do 
Semiárido (Proforti)
É um programa com objetivos específicos para a área a ser atendida. É o reconhecimento da 
diversidade brasileira e das diferentes necessidades para que a educação escolar tenha a qualidade de 
ensino adequada a sua clientela.
Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)
Projeto que prevê a instalação de bibliotecas nas escolas, com o objetivo de possibilitar aos alunos 
o manuseio de variados materiais de leitura, com a orientação dos professores. A medida é de grande 
importância, pois estudos sobre a leitura no Brasil revelam dados insatisfatórios sobre a capacidade 
leitora dos alunos.
131
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação 
Infantil (ProInfância) 
O projeto prevê financiamento para a construção de creches e pré-escolas. Deve ser desenvolvido em 
parceria com os municípios interessados.
ProInfantil
Esse projeto prevê a formação inicial dos professores, uma vez que, em 2012, 0,1% de professores 
tinha Ensino Fundamental incompleto, num total de 2.095 professores, o que revela a incapacidade do 
sistema escolar brasileiro de atender às exigências legais.
Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE)
O cuidado com as crianças e com os adolescentes também prevê programas de saúde, pois 
a população brasileira ainda precisa lidar com questões delicadas, como gravidez precoce, drogas e 
doenças sexualmente transmissíveis. 
Prova Brasil
Reflete a importância da mudança da cultura de avaliação no Brasil e da implantação da avaliação 
do sistema escolar que está sendo realizada ao longo do tempo e em larga escala, com os objetivos 
de conhecer a realidade educacional brasileira e apontar índices de qualidade para o desempenho das 
escolas nacionais.
Rede Nacional de Formação Continuada de Professores
É um projeto de importância para a educação básica brasileira, pois prevê a formação continuada 
dos professores que estão atuando na rede pública de ensino. Não é obrigatória para os sistemas de 
ensino, pois é proposta em forma de parceria e de adesão voluntária dos interessados.
Transporte Escolar 
É um projeto que atende ao transporte escolar, especificamente, dos educandos que moram na zona rural.
Caminho da Escola
É um projeto que atua diretamente no transporte escolar, previsto como dever do Estado com a 
educação escolar para os educandos que moram a mais de dois quilômetros da escola.
Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE)
Constitui um projeto com objetivos específicos de transferência de recursos, previstos no Fundeb 
para o pagamento de despesas de manutenção dos transportes escolares.
132
Unidade III
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre os programas que acabamos de citar, 
visite o site do MEC: 
http://www.mec.gov.br/
A seguir incluímos outros programas interessantes cujas informações também estão disponíveis no 
site do MEC:
• Mais Cultura nas Escolas;
• Juventude Viva; 
• Crack, é possível vencer;
• Fundo de Financiamento Estudantil (Fies);
• Mercosul Educacional;
• Educação Ambiental;
• Fórum Nacional de Educação (FNE); 
• Tecnologia Social.
Observe, a seguir, as secretarias e instituições vinculadas ao Ministério da Educação, sobre as quais 
é possível encontrar mais informações no site do MEC. 
• Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase); 
• Secretaria de educação básica (SEB).
• Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).
• Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec).
• Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres).
• Secretaria de Educação Superior (Sesu).
• Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
133
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
• Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
• Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
• Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
• Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
• Colégio Pedro II.
• Instituto Benjamin Constant (IBC).
• Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
• Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes).
• Conselho Nacional de Educação (CNE).
O Conselho Nacional de Educação tem a tarefa de regulamentar a legislação educacional e orientar 
a respeito desta, principalmente quanto à organização curricular para o sistema nacional de educação. 
Os temas, assuntos e conceitos presentes nessa relação revelam os tipos de consultas solicitadas aos 
conselhos de educação e têm o objetivo de obter um esclarecimento ou uma compreensão mais precisa 
sobre o assunto, a fim de propiciar orientação à tomada de decisões relativas ao cotidiano escolar 
quanto à manutenção e ao desenvolvimento da educação escolar. A seguir elencaremos os assuntos 
que o conselho apresenta no site: 
• acordos, protocolos e tratados internacionais; 
• acumulação de cargos; 
• aluno especial/aluno regular; 
• apostilamento de diplomas – Pedagogia; 
• aproveitamento/complementação de estudos; 
• áreas de conhecimento/campos de saber; 
• avaliação do rendimento escolar; 
• carga horária; 
• certificação de estudos; 
134
Unidade III
• cobrança de taxas; 
• colégios de aplicação; 
• conceito de sede;
• convalidação de estudos; 
• credenciamento/recredenciamento; 
• cursos de Teologia;
• cursos noturnos; 
• cursos sequenciais no Ensino Superior; 
• cursos superiores de tecnologia; 
• custo-aluno qualidade inicial (Caqi);
• década da educação;
• delegação de competência; 
• denominações e siglas de IES; 
• direito adquirido dos profissionais da educação; 
• direitos humanos; 
• diretrizes curriculares – cursos de graduação; 
• diretrizes para a educação básica; 
• descredenciamento voluntário; 
• educação a distância; 
• Educação Física – obrigatoriedade da disciplina; 
• efetivo trabalho escolar;
• Ensino Médio e processo seletivo para IES;
135
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
• ensino militar; 
• ensino religioso;
• equivalência de disciplinas; 
• equivalência de estudos – exterior; 
• escolas brasileiras no exterior; 
• escolas estrangeiras no Brasil; 
• estágios; 
• estatutos/regimentos; 
• Filosofia e Sociologia no Ensino Médio; 
• financiamento da educação; 
• formação acadêmica e exercício profissional; 
• formação de docentes/docência; 
• frequência/faltas e abono de faltas; 
• hora-aula; 
• internato – curso de Medicina; 
• Língua Espanhola; 
• livre-docência; 
• notório saber; 
• pessoa portadora de necessidades especiais; 
• planos de carreira e remuneração do Magistério; 
• pós-graduação; 
• ProJovem – programa nacional de inclusão de jovens recuperação/reforço escolar; 
136
Unidade III
• recursos contra decisões de órgãos do MEC; 
• referenciais orientadores para os bacharelados interdisciplinares e similares; 
• regime de exercícios domiciliares; 
• registro de diplomas; 
• relações étnico-raciais; 
• reprovação; 
• revalidação/reconhecimento de diplomas do exterior; 
• sistemas de ensino;
• transferência de alunos; 
• transversalidade; 
• vestibulinhos. 
 Lembrete
As informações sobre o funcionamento do sistema nacional de ensino, 
apresentando as propostas de políticas públicas do MEC, os assuntos tratados 
pelo Conselho Nacional de Educação e os órgãos administrativos do MEC 
servem para explicitar a postura do governo diante da população brasileira.
8.2 Plano Nacional de Educação
A legislação constitucional para a educação estabelece que, para o atendimento à educação básica 
brasileira, os recursos destinados devem ser divididos da seguinte forma: a União deve aplicar 18% 
das receitas provenientes dos impostos, e estados, Distrito Federal e municípios, 25% das receitas 
provenientes dos impostos e da transferência de um ente federativo para outro. Os recursos são 
destinados ao desenvolvimento do ensino e à manutenção das escolas. Alémdestas, o salário-educação 
é outra fonte de financiamento a ser recolhida pelas empresas, na forma da lei.
Segundo Palma Filho (2006), em 2006, o gasto público brasileiro com a função social educação não 
alcançou 5% do PIB (Produto Interno Bruto). A participação das diferentes esferas educacionais foi de 
46% do total gasto em educação pagos pelos governos estaduais (o que significa 2,3% do PIB), 29,5% 
pagos pelos municípios (1,4% do PIB) e 24,4% pagos pela União (1,2% do PIB). Palma Filho (2006) chama 
137
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
a atenção para o fato de que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(Unesco) recomenda para os países em desenvolvimento um gasto mínimo de 10% do PIB em educação.
No Brasil, o PNE de 2001 propunha como destinação à área educacional o uso de 7% do PIB para o 
atendimento às demandas educacionais, o que não aconteceu. 
A Lei n. 9.394/96 introduziu uma importante inovação no que diz respeito ao financiamento da 
educação. Os mecanismos que podemos apontar e que configuraram o que podemos considerar como 
avanço, segundo Melchior (2004), são os seguintes:
• estabelece-se o conceito de receita líquida para aferir o cumprimento 
da vinculação constitucional por parte dos entes federativos; 
• operações de crédito por antecipação da receita orçamentária não 
poderão ser consideradas receita de impostos; 
• a recepção de créditos adicionais por parte da receita estimada dos 
impostos implicará o reajuste da vinculação orçamentária; 
• deverá haver acerto trimestral entre receita e despesa prevista e a que 
for realizada, com a respectiva incidência da vinculação constitucional 
para a educação; 
• fixação dos prazos para o repasse dos recursos – esses prazos variam 
de 10 a 19 dias, depois de feita a arrecadação; 
• o estabelecimento do que vem a ser despesa com manutenção e 
desenvolvimento do ensino (MELCHIOR, 2004, p. 77). 
Melchior (2004) denuncia os abusos realizados antes dessas regulamentações, como o caso de 
municípios que asfaltavam as ruas em torno das escolas e consideravam isso despesa educacional, ou 
ainda outros que levavam “água encanada” aos bairros das escolas e consideravam esse serviço como 
despesa de infraestrutura educacional. Apesar dessas alterações e das denúncias do uso indevido, ainda 
há muito a fazer para garantir o uso adequado das verbas e o atendimento aos preceitos constitucionais.
A seguir, falaremos dos planos previstos nos dispositivos legais responsáveis pelo desenvolvimento 
das políticas públicas nacionais. 
8.2.1 Plano Nacional de Educação (PNE) 2001 – 2011 – Lei n. 10.172/01
A elaboração do Plano Nacional de Educação – PNE está prevista no artigo 214 da Constituição 
Federal de 1988 e na Lei n. 9.394/96. O Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, de 1997, deu 
andamento ao processo de discussão do Plano Nacional de Educação. Assim, o PNE foi aprovado e 
tornou-se a Lei n. 10.172/2001, orientando e coordenando o sistema nacional de educação até 2011, e 
definindo como objetivos e prioridades a serem desenvolvidos e estabelecidos:
138
Unidade III
• a elevação global do nível de escolaridade da população;
• a melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis;
• a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso 
e à permanência, com sucesso, na educação pública;
• democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos 
oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais 
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a 
participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares 
ou equivalentes (BRASIL, 2001).
O PNE fez um balanço da estrutura, da organização e do funcionamento da educação brasileira 
e propôs as prioridades para o desenvolvimento das políticas públicas do país, segundo o dever 
constitucional e as necessidades sociais:
• garantia de Ensino Fundamental obrigatório, assegurando o ingresso e permanência na escola e a 
conclusão desse nível de ensino;
• garantia de Ensino Fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que 
não o concluíram;
• ampliação de atendimento nos demais níveis de ensino;
• valorização dos profissionais da educação;
• desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino.
O PNE definiu as diretrizes para o atendimento aos objetivos, tendo em vista os recursos financeiros 
e a extensão da qualidade de ensino que se construirá constante e progressivamente. São estas:
• diretrizes para a gestão e o financiamento da educação;
• diretrizes e metas para cada nível de ensino;
• diretrizes e metas para a formação e a valorização do magistério e dos demais profissionais da 
educação nos próximos dez anos.
De acordo com essas prioridades e com os princípios da gestão democrática na escola, os mecanismos 
de participação estão sendo implementados pelo desenvolvimento dos conselhos escolares e da 
autonomia pela gestão colegiada das unidades escolares.
139
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
8.2.2 Plano Nacional de Educação – 2011 a 2020
O processo de elaboração do novo PNE teve início em 2008, no âmbito do Executivo Federal. Como 
iniciativa do MEC, foi elaborado o Documento Referência Conae 2010: construindo o sistema nacional 
articulado de educação: o Plano Nacional de Educação, diretrizes e estratégias de ação (MEC, 2008). Tal 
Documento deveria ser adotado como guia para as discussões nas Conferências Municipais, Estaduais e 
do Distrito Federal, a partir do qual as propostas de modificação deveriam ser elaboradas.
Assim, o processo de construção do novo PNE teve início com a realização da Conferência Nacional 
de Educação Básica, em abril de 2008, que apontou a realização da Conferência Nacional de Educação 
(Conae), que ocorreu entre os dias 28 de março a 1º de abril de 2010, da qual resultou a proposta de PL 
do novo PNE. O PL n. 8.035, que “aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências”, foi 
apresentado pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva ao Plenário da Câmara dos Deputados, no 
dia 20 de dezembro de 2010, acompanhado da Mensagem Presidencial n. 701/2010, para apreciação 
e tramitação. O PL contém doze artigos e um anexo, denominado “Metas e estratégias”, no qual são 
elencadas 20 metas para todos os níveis de ensino e modalidades especiais e outros aspectos específicos 
da educação nacional, para as quais foram definidas várias estratégias.
A lei prevê que o novo Plano Nacional de Educação seja elaborado, já que em 2011 tivemos o término 
da vigência do PNE elaborado em 2001. O Plano Nacional de Educação atual tem vigência de 2011 a 
2020. Foi protocolado em 24 de abril de 2012 o projeto de lei do Plano Nacional de Educação 2011-2020. 
No entanto, somente em 2014 entrou em vigência.
8.2.3 Plano Nacional de Educação – 2014 a 2024 – Lei n. 13.005/14
O novo Plano Nacional de Educação foi sancionado pelo Congresso Federal em 2014, com o objetivo 
de melhoria da qualidade da educação no país, e, para tal, estabelece 20 metas que devem ser alcançadas 
nos próximos 10 anos (até 2024). 
Dessa forma, todos os estados e municípios devem elaborar planejamentos específicos, de acordo 
com as suas realidades para alcançar os objetivos previstos.
Para avaliação dos resultados dessas metas, será feto um acompanhamento a cada dois anos. O 
primeiro relatório foi divulgado em novembro de 2016 e o segundo em agosto de 2019. 
Os resultados comprovaram que das 20 metas estabelecidas, apenas uma foi cumprida 
integralmente. A Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014, aprova o Plano Nacional de Educação 2014 a 2024, 
o qual comentaremos.
• O art. 1º aprova o PNE, de acordo com o art. 214 da Constituição Federal.
• O art. 2º apresenta as diretrizes do PNE: acabar com o analfabetismo, prestar atendimento educacional 
a todos com qualidade, igualdade educacional sem discriminação, desenvolver valores éticos e morais, 
formação para o trabalho e exercícioda cidadania, valorização dos profissionais da educação.
140
Unidade III
• No art. 3º temos o prazo para cumprimento das metas do PNE até 2024.
• Os dados coletados pela Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD) e censos da Educação 
Básica estão no art. 4º. 
• O monitoramento contínuo do PNE será realizado pelo MEC, CNE e Fórum Nacional de Educação (art. 5º). 
• No art. 6º, temos a conferência nacional promovida pela União em articulação com as conferências 
estaduais e municipais. 
• O art. 7º apresenta o regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios para implementação das estratégias do PNE. 
• O art. 8º refere-se à elaboração dos planos de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios no prazo de um ano. 
• No art. 9º, temos a aprovação de leis específicas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
no prazo de 2 (dois) anos. 
• O artigo 10º refere-se as diretrizes orçamentárias para execução do PNE.
• No artigo 11º, temos que a avaliação da qualidade da educação básica para a orientação das 
políticas públicas será feita pelo Sistema Nacional de Avaliação. 
• O artigo 12º diz que até o final do primeiro semestre do ano de 2023 o Poder Executivo encaminhará 
ao Congresso Nacional o projeto de lei referente ao Plano Nacional de Educação a vigorar no 
período subsequente. 
• O artigo 13º fala da articulação entre os sistemas de ensino para efetivação das diretrizes, metas 
e estratégias do Plano Nacional de Educação. 
• O artigo 14º fala que essa Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 Saiba mais
Para saber mais sobre as metas e os resultados do PNE, leia:
MEC. Plano nacional de educação – Lei n. 13.005/2014. PNE em 
movimento, [s.d.]. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/18-planos-
subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-
lei-n-13-005-2014. Acesso em: 10 mar. 2020.
141
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A seguir, apresentamos as metas e estratégias propostas no Plano Nacional de Educação que é 
composto por 20 metas que abrangem todos os níveis de formação, desde a educação infantil até o 
ensino superior, garantindo foco em questões especialmente importantes (como a educação inclusiva, 
o aumento da taxa de escolaridade média dos brasileiros, a capacitação e o plano de carreira dos 
professores), além de aspectos que envolvem a gestão e o financiamento desse imenso projeto.
O relatório do 1º ciclo de monitoramento das metas do PNE 2014-2016 foram retiradas da Diretoria 
de Estudos Educacionais (Dired), do MEC, com comentários nossos. 
8.2.3.1 Metas e estratégias 
Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as 
crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação 
infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por 
cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE 
(BRASIL, 2014b, p. 16).
O principal objetivo da meta 1 é a educação infantil, que prevê até final de 2016 o atendimento de 
100% das crianças na pré-escola (de 4 e 5 anos de idade); e até o final do plano (2024) o atendimento 
de 50% nas creches (de 0 a 3 anos de idade).
Atual 2015
90,5%
Meta 2016
100%
Atual 2015
30,4%
Meta 2024
50%
Porcentagem de crianças de 4 a 5 anos 
na Educação Infantil
Porcentagem de crianças de 0 a 3 anos 
na Educação Infantil
Figura 2
No período de 2014 a 2015, tivemos um acréscimo muito pequeno no atendimento às crianças na 
pré-escola , apenas 1,4%, enquanto na creche o aumento foi de 0,8%.
 Saiba mais
Ao vermos as metas do PNE, acompanhe as estratégias estabelecidas 
pelo Governo para cada meta no anexo da seguinte lei:
BRASIL. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional 
de Educação – PNE e dá outras providências. Brasília, 2014a. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. 
Acesso em: 17 fev. 2020.
142
Unidade III
Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda 
a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 
95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade 
recomendada, até o último ano de vigência deste PNE (BRASIL, 2014b, p. 19). 
Atual 2015
97,7%
Meta 2024
100%
Atual 2015
76%
Meta 2024
95%
Porcentagem de crianças de 6 a 14 anos 
matriculadas no Ensino Fundamental
Porcentagem de jovens de 16 anos que 
concluíram o Ensino Fundamental
Figura 3
No ensino fundamental, a meta para o atendimento das crianças em 2024 é de 100%, no entanto, 
de 2014 a 2015, o aumento foi de apenas 0,2%.
Em relação ao número de alunos que finalizaram o ensino fundamental em 2015 e o objetivo de 
alunos concluintes para 2024, falta ainda uma porcentagem de 19%.
Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população 
de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de 
vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% 
(oitenta e cinco por cento) (BRASIL, 2014b, p. 22).
Atual 2015
84,3%
Meta 2016
100%
Atual 2015
62,7%
Meta 2024
85%
Porcentagem de crianças de 
15 a 17 anos na escola
Porcentagem de crianças de 15 a 17 anos 
matriculados no Ensino Médio
Figura 4
A meta 3 do PNE refere-se ao atendimento de alunos no Ensino Médio, entre 15 a 17 anos, que prevê 
para 2016 um atendimento de 100%. No entanto, de 2014 (82,6%) para 2015 (84,3%), o acréscimo foi 
de apenas 1,7%.
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades 
ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional 
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia 
de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, 
classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados (BRASIL, 
2014b, p. 24). 
143
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Em relação à educação inclusiva, o atendimento escolar à população de 4 a 17 anos com deficiência 
ou superdotados, os dados apresentados pelo IBGE são de 2010, e mostra uma população de 82,5% 
matrículas na escola regular de Educação Básica.
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) 
ano do ensino fundamental (BRASIL, 2014b, p. 26).
De acordo com a Diretoria de Avaliação da Educação Básica (DAEB –MEC): 
A alfabetização assume foco central da escolarização, como recurso para o 
desenvolvimento da autonomia das pessoas para a busca de conhecimento 
mediado pela língua escrita.
A alfabetização, enquanto base para a aquisição de outros conhecimentos 
escolares, concorre para a inserção das pessoas nos contextos letrados da 
atualidade como elemento significativo para a formação da cidadania.
[...] Os conceitos de alfabetização e letramento permeiam as discussões 
acadêmicas dos últimos anos, as quais consolidaram a articulação entre 
ambos, considerando que, embora distintos, são complementares e 
interdependentes no processo de aquisição da língua escrita.
Desse modo, compreende-se que o processo de apreensão do sistema 
alfabético deve ser associado à compreensão dos significados e de seus usos 
sociais em diferentes contextos.
Resumidamente, alfabetização pode ser definida como a apropriação do 
sistema de escrita, que pressupõe a compreensão do princípio alfabético, 
indispensável ao domínio da leitura e da escrita. O letramento, por sua 
vez, é definido como prática e uso social da leitura e da escrita em 
diferentes contextos. [...] Educar, no sentido de alcançar tais objetivos de 
alfabetização e letramento, visa garantir que as crianças possam vivenciar, 
desde cedo, atividades que as levem a pensar sobre as características 
do nosso sistema de escrita, de forma reflexiva, lúdica, inseridas em 
atividades de leitura e escrita de diferentes textos. A decodificação do 
alfabeto é uma aprendizagem fundamental, mas, para que os indivíduos 
possam ler

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