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01/03/2021 1 Prof.a Valéria Sachi Magazoni 1 2 3 4 5 6 01/03/2021 2 Embora os núcleos das fibras musculares esqueléticas não se dividam, o músculo tem uma pequena capacidade de reconstituição. As células satélites (CS) são as responsáveis pela regeneração do músculo esquelético e ajustes induzidos pelo exercício. São pequenas células miogênicas mononucleadas, fusiformes, dispostas paralelamente às fibras musculares dentro da lâmina basal que envolve as fibras e só podem ser identificadas no microscópio eletrônico. Células Satélites Contribuem para o crescimento do músculo no embrião e no período pós natal e são quiescentes no adulto. Têm potencial para, quando ativadas, se diferenciarem em mioblastos, se duplicarem ou migrarem para região lesionada e fundirem-se às células musculares acelerando o processo regenerativo. Vários são os fatores que estimulam essas funções, sendo que o exercício pode potencializar a produção deles. Células Satélites 7 8 9 10 11 12 01/03/2021 3 Localização anatômica: na periferia de fibras musculares multinucleadas, entre a membrana basal e o sarcolema de fibras musculares maduras. Tecido muscular esquelético livre de agressões: as CS permanecem em estado de quiescência (repouso). Em resposta a estímulos como crescimento, remodelação ou trauma: as CS são ativadas, proliferam-se e se fundem a fibras musculares já existentes ou se fundem a CS vizinhas para gerar novas fibras musculares. Células Satélites Respostas funcionais a estímulos fisiológicos: Hipertrofia e hiperplasia muscular – Trauma ou treinamento vigoroso – as CS proliferam através de mitose celular - originam assim novas células mioblásticas - Estas novas células mioblásticas podem-se fundir com células musculares já existentes tornando-as maiores (hipertrofia) ou podem-se fundir entre si, originando assim nova fibra muscular (hiperplasia). Exercícios concêntricos x excêntricos (gera 2 x mais força – alguns sarcômeros mantêm comprimento enquanto outros são alongados além do seu limite – lesão) b) Crescimento longitudinal: recrutamento de novos mioblastos que se fundirão às fibras na porção terminal. c) Atrofia muscular - a atrofia muscular conduz à diminuição do número de mionúcleos, podendo ser secundária a desnervação, nutrição deficiente ou imobilização do músculo. d) Envelhecimento - Quanto maior a idade, menor a capacidade de proliferação e de diferenciação das CS. Regeneração muscular: Seis horas após a lesão, as CS tornam-se ativadas, proliferando durante 2 a 3 dias. A regeneração muscular completa ocorre em cerca de dez dias. Lamina basal intacta: 7 dias Lamina basal lesada: 21 dias MÉTODOS - LESÃO MUSCULAR Diretos: Análise histológica MORFOLOGIA DO CICLO DEGENERAÇÃO - REGENERAÇÃO Fase Inflamatória Fase Proliferativa Fase de Contração e Remodelamento 0 - 7 dias 2 dias - 6 semanas 3 semanas - 2 anos Processo de Cura - Tempo contínuo 13 14 15 16 17 18 01/03/2021 4 A regeneração é uma adaptação que ocorre no músculo esquelético em resposta ao traumatismo. A regeneração pode ser divida em três fases: • Fase inflamatória, • Fase proliferativa e • Fase de remodelagem. MORFOLOGIA DO CICLO DEGENERAÇÃO - REGENERAÇÃO Fase Inflamatória 1- Lesão 2- Mudanças ultra-estruturais 3- Mudanças metabólicas 4- Ativação de mediadores químicos 5- Mudanças na hemodinâmica 6- Mudanças na permeabilidade vascular 7- Migração de leucócitos 8- Fagocitose Fase Proliferativa ➢Proliferação de células satélites: - localização - representam mioblastos quiescentes - sinais para proliferação das céls ➢Fusão das céls satélites em miotubos (lâmina basal) ➢Síntese de proteínas contráteis OBS: Proliferação – 30 a 48 pós-lesão Fusão – 3 a 10 dias MORFOLOGIA DO CICLO DEGENERAÇÃO - REGENERAÇÃO CÉLULA SATÉLITE PROLIFERAÇÃO DAS CÉLULAS SATÉLITES 19 20 21 22 23 24 01/03/2021 5 Fase de Contração e Remodelamento (21 dias ou mais) Reinervação: contato através da fibra nervosa regenerada ou brotamento nervoso de fibras adjacentes. MORFOLOGIA DO CICLO DEGENERAÇÃO - REGENERAÇÃO Destruição tecidual O reparo consiste na substituição das células e tecidos alterados por um tecido neoformado derivado do parênquima e/ou estroma do local injuriado. Se a reparação for feita pelos elementos parenquimatosos, uma reconstrução igual a original pode ocorrer (regeneração) Se for feita em grande parte pelo estroma, um tecido fibrosado não especializado será formado (cicatriz). O termo quelóide é usado para as cicatrizações hipertróficas que ocorrem comumente nos indivíduo da raça negra. R E S P O S T A S D O S T E C ID O S A O T R A U M A Le sã o /R e g e n e ra ç ã o M u sc u la r In d u zi d a P e lo E x e rc íc io 7 DIAS POS-TRAUMAMUSCULO NORMAL SINAIS MORFOLÓGICOS DE LESÃO MUSCULAR 25 26 27 28 29 30 01/03/2021 6 REGENERAÇÃO MUSCULAR LESÕES MUSCULARES Muito comum no esporte (10-55%) Contusão e estiramento (90%), ruptura. Contusão: impacto direto c/ súbita e grande força compressiva – Esportes de contato Estiramento: excessiva força de tração leva à sobrecarga das fibras musculares e, conseqüentemente, a uma ruptura perto do junção miotendínea. Lesão direta: contusão indireta: por contração excêntrica ou concêntrica Contração excêntrica: maior tensão na unidade musculotendínea – músculos sob risco: quadríceps, tríceps sural e isquiotibiais (bi articulares). Fibra muscular: mm com predomínio de fibras brancas – junção miotendínea é o local mais freqüente por representar a região menos resistente à tensão. Aquecimento previne lesão: o potencial de resistência ao alongamento sem ruptura é maior. Fadiga mm: diminui a resistência ao estiramento Hoje seu dia será especial. Muito melhor que ontem e um aprendizado para amanhã. Hoje você tem a oportunidade de fazer as coisas diferentes. Tenha um ótimo dia! Fases de Reparo: necrose e degeneração, inflamação, reparo e fibrose de forma evolutiva. * a recuperação funcional varia de acordo com a gravidade da lesão Miofibrilas sofrem necrose – formação de edema e hematoma – área necrótica é invadida por vasos sg e por células (PI) – proliferação mioblástica e diferenciação (CS) para regeneração e reparo PI ocorre nos primeiros dias após a lesão Regeneração se inicia após 7 a 10 dias, com pico em 2 semanas, diminuindo até a 4ª semana. 31 32 33 34 35 36 01/03/2021 7 Formação de fibrose começa entre 2 e 3 semanas pós-lesão e a reação cicatricial aumenta com o tempo Miosite calcificante FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO 37 38 39 40 41 42 01/03/2021 8 FATORES DE RISCO 43 44 45 46 47 48 01/03/2021 9 CONTUSÃO MUSCULAR: - trauma direto / - dano muscular local / - sangramento Manejo: - Minimizar sangramento e edema. - Reabsorção do coágulo. - Evitar calor, US, massagens, AINE. - Equipamentos de proteção. A contusão vai de leve até uma grande infiltração de sangue nos tecidos circundantes. Quadro clínico: As Contusões leves: pouco edema e dor, com alguma rigidez, com movimentos normais da articulação acima e abaixo do músculo. As Contusões moderadas: edema moderado e dor, com limitação da ADM acima e abaixo do músculo. Em geral o músculo está em espasmo. Nas Contusões severas: o edema é muito rápido e pode ser extremo em decorrência da hemorragia. A terapia agressiva inclui a aspiração ou a evacuação cirúrgica, porque alguns dados indicam que a remoção de grandes extravasamentos de sangue do músculo reduz a fibrose e a incapacidade subsequentes. CONTUSÕES - HEMATOMAS HEMATOMA INTRAMUSCULAR Sangramento dentro do músculo causado por ruptura ou impacto. Início na bainha (fáscia) muscular → ↑ pressão intramuscular → compressão vascular → anula sangramento futuro. Inchaço resultante persiste por + 48 hs associado a sensibilidade, dor e comprometimento da mobilidade. Função muscular pode ficar completamenteausente. 49 50 51 52 53 54 01/03/2021 10 CONTUSÕES - HEMATOMAS HEMATOMA INTERMUSCULAR Sangramento entre os músculos ocorre quando fáscia e vasos adjacentes são danificados; Pressão inicial cai rapidamente; Inchaço e equimose na porção distal a lesão em 24-48 h pós lesão. ESTIRAMENTO: Ocorre + comumente em tensões sobre músculos superficiais de trabalho em 2 articulações, como: - Quadríceps (Reto femoral). - Isquiotibiais (Cabeça curta bíceps, semitendinoso) - Tríceps sural (Cabeça medial gastrocnêmico) Comum em esportes com sprints e saltos. RUPTURAS MUSCULARES FATORES ETIOLÓGICOS Músculo pouco preparado ou mal aquecido; Músculo enfraquecido por lesão prévia seguida de reabilitação inadequada; Músculo que sofreu lesão extensa anterior com formação cicatricial inadequada e inelástica; Músculo excessivamente estendido e fadigado lesa + fácil; Músculos tensos que não permitem ADM total lesados por esportes que exigem flexibilidade; Músculo exposto ao frio por longo período são menos contráteis que o normal. Tipos de lesão muscular 55 56 57 58 59 60 01/03/2021 11 CLASSIFICAÇÃO: Lesão grau I: Denominada estiramento muscular, aonde existe uma quantidade muito pequena de fibras lesionadas (menos de 5% do total de fibras no músculo). Esta alteração costuma ser microscópica e benigna, havendo a recuperação total em período bastante curto. Lesão grau II: Nessa situação já existe uma quantidade moderada de fibras lesionadas, porém não ultrapassando de 50% do total de fibras no músculo. Existe um quadro doloroso importante secundário à ruptura com formação de edema localizado, tumefação e diminuição da capacidade de contração do músculo atingido. É classificado por alguns especialistas como ruptura parcial. Lesão grau III: É a ruptura propriamente dita da musculatura, com mais de 50% de fibras acometidas. A simples observação do músculo envolvido no processo permite perceber uma depressão localizada ou mesmo uma tumefação, quando da contração. Na maioria das vezes esta alteração, implica em um tratamento cirúrgico com reabilitação posterior prolongada, chegando esta a alguns meses. GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3 61 62 63 64 65 66 01/03/2021 12 Quais são as lesões mais comuns? Em ordem decrescente são: Quadríceps (maioria das lesões) Adutores da coxa Panturrilha Flexores da coxa Bíceps braquial DIAGNÓSTICO História típica de contusão ou estiramento Edema e/ou equimose distal à lesão Hematomas pequenos ou profundos: pode ser necessário uso de USG, TC ou RM. Análise do plasma ([] de proteínas musculares - CPK e mioglobina) Fatores mais fortes ou fracos... Adaptação ou lesão!!! 67 68 69 70 71 72 01/03/2021 13 73 74 75 76 77 78 01/03/2021 14 TRATAMENTO Imediato: 1. RICE: - crioterapia: 15-20 min em intervalos de 30 a 60 min. - ↓ de 3-7°C da temperatura intramuscular reduz 50% a fluxo sanguíneo. 2. Imobilização: tapping adesivo, muletas 3.Mobilidade precoce (<10 d) TRATAMENTO Imobilização ( 3 a 5 dias): - permite que o tecido de granulação tenha força de tração necessária para suportar as forças criadas pelas contrações. 79 80 81 82 83 84 01/03/2021 15 TRATAMENTO Mobilização precoce: - induz mais rápida e intensa neoformação capilar na área lesada, - melhor regeneração das fibras musculares, - uma orientação paralela das miofibras, em comparação com a imobilização. - força biomecânica do músculo lesionado retorna ao nível do músculo ileso mais rapidamente. TRATAMENTO Mobilidade imediata: - maior cicatriz de tecido conjuntivo, - penetração inicial das fibras musculares através da cicatriz do tecido conjuntivo prejudicada - rerupturas no local do trauma muscular original são comuns. APÓS 3 A 5 DIAS 1. Treino Isométrico: - sem resistência e depois com o aumento de cargas. - dentro dos limites da dor. 2. Treino Isotônico: - treinamento isométrico sem dor com as cargas de resistência. - sem resistência e depois com o aumento de cargas. 3. Treinamento Isocinético: - carga mínima - 2 exercícios acima sem dor. RETORNO AO ESPORTE Retorno ao Esporte: ADM completa ( comparação contralateral) Força 90%, Treinamento específico sem dor. Tempo médio de retorno: Grau 1: 1 a 2 semanas. Grau 2: 3 a 4 semanas. Grau 3: 8 a 12 semanas. PREVENÇÕES AQUECIMENTO: - melhora da velocidade e força de contração muscular. - diminuição da viscosidade. - aumento da temperatura no músculo. - aumento na velocidade de transmissão nervosa. Necessário maior força de estiramento para produzir lesão Mobilidade precoce = resistência das fibras à tensão + organização das fibras + vascularização adequada Previne Hipotrofia Muscular Os alongamentos devem iniciar após a fase aguda inicial e devem ser de intensidade leve, apenas para reorganizar as fibras musculares e prevenir aderências. 85 86 87 88 89 90 01/03/2021 16 A câimbra ou cãibra, é uma contração muscular súbita, de curta duração, dolorosa que pode afetar qualquer músculo do corpo e que pode ser causada pela prática de exercícios físicos ou deficiência de minerais no organismo. As cãibras musculares são comuns em indivíduos saudáveis especialmente após um exercício extenuante, e a câimbra na panturrilha é bastante comum na gravidez, principalmente durante o sono, sendo então chamada de cãibra noturna. CAUSAS DA CÂIMBRA • Deficiência de sódio, potássio ou magnésio na corrente sanguínea; • Acumulo de ácido lático ou cetona nos músculos durante o exercício físico; • Anemia; • Desidratação; • Doenças metabólicas como Diabetes, Hipotiroidismo, alcoolismo, hipoglicemia; • Doenças neurológicas como Mal de Parkinson e doença do neurônio motor; CAUSAS DA CÂIMBRA • Varizes; • Hemodiálise; • Cirrose; • Permanecer muito tempo sentado ou deitado numa posição inadequada; • Uso de medicamentos como os diuréticos, por exemplo Uma das principais causas da cãibra • é a acumulação de ácido lático no tecido, devido a degradação da glicose na ausência de oxigênio (glicólise). • Havendo oxigênio suficiente, o ácido lático é convertido de volta para ácido pirúvico e transformado em acetil-CoA e dióxido de carbono, numa reação catalisada por enzimas. TRATAMENTO - CÂIMBRA O ideal é: • alongar-se 15 minutos antes de deitar, • ingerir muito líquido e, inclusive, hidrotônicos que ajudam a repor o sódio. • A inclusão de alimentos ricos em cálcio e magnésio na dieta e • evitar o sedentarismo são outras medidas necessárias. PREVENÇÃO: • A cãibra está relacionada à carência de nutrientes no organismo, principalmente o magnésio, encontrado nos vegetais de folhas verdes escuras e nos grãos de feijão, como lentilha, grão-de-bico e nos cereais integrais. • São necessárias boas condições de oxigenação para evitar as cãibras. Uma vez sentindo-as, é necessário parar a atividade e respirar profundamente, massageando a área. • Comer alimentos ricos em potássio, como banana e batata não-descascada, podem ajudar a prevenir as cãibras musculares. 91 92 93 94 95 96 01/03/2021 17 Prevenção 1) Boa hidratação 2) Exercícios de alongamento 3) Alimentação balanceada Soluções rápidas para cãibras: 1. Contração ativa da musculatura antagonista ou por alongamento passivo forçado. 2. Massagear a área. 3. Estimule a recuperação. Descanso e reidratação adequada com líquidos que contenham eletrólitos, particularmente sódio, irão rapidamente trazer melhora. 97 98
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