Ação de Cobrança de Empréstimo

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LABORATÓRIO DE PRATICA CIVIL - PROF.ª LUCIANA FREITAS
1ª PEÇA - AÇÃO DE COBRANÇA
Problema para discussão em sala:
Em 15 de maio de 2017, Magda emprestou a seu irmão Simão Escada, empresário individual enquadrado como microempresário, a quantia de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para reformar e ampliar seu estabelecimento empresarial, situado na cidade de São Paulo, lugar acordado para o pagamento. Em razão do parentesco consanguíneo entre as partes, Magda não exigiu de Simão documento escrito que consubstanciasse promessa de pagamento em dinheiro a prazo, confissão de dívida, bem como não há contrato escrito. Entretanto, o negócio jurídico pode ser comprovado por pessoas que podem atestar em juízo o emprego dos recursos providos por Magda a Simão Escada para aplicação em sua empresa. Em 20 de setembro de 2017, data do vencimento, Simão Escada não realizou o pagamento e persiste nessa condição, mesmo diante de todas as tentativas amigáveis da credora, inclusive a notificação extrajudicial. Sabendo-se que na Comarca de São Paulo/SP existe mais de um Juízo Cível competente, e que a dívida com os consectários legais, até a data de propositura da ação, atinge o valor de R$ 87.300,00 (oitenta e sete mil e trezentos reais), elabore a peça processual adequada. 
Endereçamento - Por tratar-se de uma petição inicial, o endereçamento deve obedecer aos ditames do inciso I do artigo 319, do CPC, já que esta petição iniciaria um processo efetivamente. A competência aqui observaria o local de cumprimento da obrigação. 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca da Capital – Estado de São Paulo
Ao Juízo de Direito de uma das Varas Cíveis da Comarca da Capital - Estado de São Paulo
Qualificação das partes – Logo após o cabeçalho, é interessante que haja um espaçamento de aproximadamente uns 10 cm, para que o juiz possa eventualmente despachar. Nas petições iniciais, os requisitos estão descritos no artigo 319, II, CPC.
Para pessoas naturais (físicas): Magda (sobrenome), profissão, estado civil, portadora do RG n.º .... e do CPF n.º ....., residente e domiciliada no endereço completo com CEP (ou na Rua..., n.º..., Bairro..., Cidade....., Estado...., CEP:.....), com endereço eletrônico ...@..., 
Para pessoas jurídicas: Simão Escada Empresário Individual, inscrito no CNPJ sob o n.º....., com sede no endereço completo com CEP, com endereço eletrônico ...@..., 
Capacidade postulatória – A redação de todas as petições deve sempre observar a 3ª pessoa do singular, ou do plural, caso tenha litisconsórcio. Neste momento, é possível perceber isto, haja vista que a primeira referência no texto vem descrita neste momento, onde o advogado é também devidamente identificado.
vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, inscrito na OAB sob o n.º....., com escritório no endereço completo com CEP, endereço eletrônico, conforme procuração anexa, propor
Identificação da ação – Não há a necessidade de identificação do nome da ação, porém por força da prática forense, as ações passam a ser devidamente conhecidas e acabam recebendo denominações.
AÇÃO DE COBRANÇA 
Fatos e fundamentos jurídicos – Art. 319, III, CPC. Identificada pelo código está a teoria da substanciação. Em relação à peça, para que as ideias se encaixem de uma forma melhor, é melhor utilizar dois primeiros tópicos, assim dispostos:
I – DOS FATOS
1 – Em 15 de maio de 2017, Magda emprestou a seu irmão Simão Escada, empresário individual enquadrado como microempresário, a quantia de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para reformar e ampliar seu estabelecimento empresarial, situado na cidade de São Paulo, lugar acordado para o pagamento. 
2 - Em razão do parentesco consanguíneo entre as partes, Magda não exigiu de Simão documento escrito que consubstanciasse promessa de pagamento em dinheiro a prazo, confissão de dívida, bem como não há contrato escrito. 
(...) 
5 - Deste modo, a fim de receber o montante acumulado até o presente momento, não resta à Autora outra alternativa senão a propositura da presente ação. 
 Neste primeiro tópico, interessante somente a narração dos acontecimentos, fatos relevantes, pertinentes ao caso. Estes fatos serão geralmente trazidos pelas situações-problema e com isso a redação poderá se tornar mais fácil. Para o encerramento deste tópico, como um último parágrafo, é interessante mencionar que outra alternativa não restou ao Autor que a propositura da ação, como justificativa para o interesse de agir (condição da ação).
II – DO DIREITO
	
6 – Prescreve o artigo 586 do Código Civil:
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. 
O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele 
recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
7 – Cumpre destacar que a Requerente pretende o recebimento da quantia equivalente ao contrato de mutuo celebrado, já que segundo a lei, esta é a obrigação do mutuário, no caso, Simão Escada. 
8 – Necessário observar que o mutuário se encontra em mora, já que não realizou o pagamento da quantia de R$ 80.000,00, na data pactuada, 20 de setembro de 2017, estipulada para o pagamento, consoante prescreve o artigo 394 do Código Civil.
Artigos possíveis ainda para embasar:
Art. 319, CPC – Requisitos preenchidos para o rito comum
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo (não é possível ser execução)
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: (...) (não é possível monitória)
Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso.
Art. 445, CPC - Também se admite a prova testemunhal quando o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.
(...)
III – DA COMPETÊNCIA
15 - Há que se evidenciar que a ação é proposta no lugar onde deve ser satisfeita a obrigação, que é a cidade de São Paulo, razão pela qual a competência foi destacada pela Autora.
16 - Assim prescreve o artigo 53, inciso III, do CPC:
Art. 53. É competente o foro:
III – do lugar:
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação 
em que se lhe exigir o cumprimento.							
Pedido, especificações, requerimentos – Será necessário mais um tópico para tratar do assunto, em consonância com o artigo 319, IV, CPC. Requerimento/especificação por provas – artigo 319, inciso VI. Observação sobre audiência de conciliação. 
IV – DO PEDIDO E DOS REQUERIMENTOS
17 – Diante de todo o exposto, requer:
a) a procedência do pedido para a condenação do réu ao pagamento da dívida, acrescida dos encargos de correntes do inadimplemento, atualização monetária e juros de mora), consoante demonstrativo anexo;
b) a citação do réu, via postal, para que, se assim desejar, apresente contestação no prazo legal, nos ditames do artigo 239 do CPC;
c) a condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios na proporção de 20% do valor da causa bem como a condenação ao pagamento de custas processuais.
A Requerente não se opõe à realização da audiência de conciliação ou mediação prevista no artigo 334 do CPC. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do Réu e a oitiva de testemunhas a fim de demonstrar a existência da dívida e os termos do pacto firmado. 
Valor da causa – Ao final da petição inicial, o valor da causa indicará um valor que geralmente reflete o conteúdo econômico, mas pode ter valores aleatórios, já que existem causas onde este valor apenas serve para o pagamento de custas processuais. Art. 319, V. Os indicativos são dados pelo artigo 291 e seguintes do CPC.
Dá à causa o valor de R$ 87.300,00 (Oitenta e sete mil e trezentos reais). 
Encerramento – sempre serão utilizadas neste momentodeterminadas expressões típicas da praxe forense. A não identificação no momento da assinatura é por vezes exigida em concursos públicos e no concurso da OAB.
Termos em que,
Pede deferimento
Local..., data...
ADVOGADO... 
LABORATÓRIO DE PRATICA CIVIL - PROF.ª LUCIANA FREITAS
1ª PEÇA - AÇÃO DE COBRANÇA
Problema para a redação da 1ª peça para avaliação:
José, brasileiro, por intermédio da Administradora de Imóveis Maranhão Ltda., contratou a locação da loja 10, da Quadra 100, lote 12, integrante do Condomínio Bosque Piauí, de propriedade de Eduardo, na cidade de Americana. Em virtude de José já ter realizado locações anteriores com a Administradora e ser irmão de um dos sócios da Administradora, o pacto locatício não foi instituído por meio de instrumento particular, já que reconhecida idoneidade financeiro-patrimonial e o contrato ocorreria por um curto espaço de tempo. Foi pactuado que a vigência do pacto locatício seria mediava do dia 1.º de setembro de 2018 ao dia 31 de janeiro de 2019. Verifica-se da avença que o locatário assumira a obrigação líquida e certa de pagar ao locador valor mensal de R$ 3.500,00, a título de aluguel, assim como ao ressarcimento das despesas ordinárias de condomínio, pactuadas no valor de R$ 900,00 por mês, além do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU) e da taxa de limpeza urbana (TLP), no valor mensal de R$ 500,00. Ademais, em caso de descumprimento das obrigações pactuadas por qualquer das partes, incidiria em multa de 10% sobre todo o valor inadimplido. 
Ocorre, entretanto, que Pedro, síndico do Condomínio Bosque Piauí, alega a existência de débito de despesas ordinárias de condomínio da loja locada (loja 10), no valor de R$ 4.500,00, relativas a todo o período de locação, além dos acréscimos relativos a correção monetária (R$ 350,00), multa moratória (R$ 450,00) e juros (R$ 850,00). O representante legal do condomínio ressalta que expediu tempestivamente notificação endereçada ao devedor, para o fim de cientificar-lhe do aludido inadimplemento, porém este se quedou inerte quanto ao adimplemento das suas obrigações legais.