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PLANEJAMENTO DO TURISMO- A HOSPITALIDADE E A IDENTIDADE CULTURAL NAS PRAÇAS- PARQUES- MUSEUS E FONTES DE SÃO BORJA

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PLANEJAMENTO DO TURISMO: A HOSPITALIDADE E A IDENTIDADE 
CULTURAL NAS PRAÇAS, PARQUES, MUSEUS E FONTES DE SÃO BORJA NA 
REGIÃO DAS MISSÕES JESUÍTICAS DO RIO GRANDE DO SUL 
 
TOURISM PLANNING: HOSPITALITY AND CULTURAL IDENTITY IN THE 
SQUARES, PARKS, MUSEUMS AND SOURCES OF SÃO BORJA IN THE JESUITIC 
MISSIONS REGION OF RIO GRANDE DO SUL 
 
Cláudio Gabriel Soares Araújo1 
Kellem Paula Rohãn Araújo2 
Priscyla Cristine Hammerl3 
Carmen Regina Dorneles Nogueira4 
 
Resumo: O objetivo deste estudo é apresentar a identidade cultural evidenciada nas praças, parques, museus e 
fontes de água existentes na cidade de São Borja, elementos esses que contribuem para o desenvolvimento da 
oferta turística formada pela história e patrimônio cultural material e imaterial, dos recursos naturais e dos 
investimentos na infraestrutura do lugar. O planejamento do turismo é de responsabilidade da administração 
pública que juntamente com o setor privado contribui com investimentos que potencializam a oferta turística. A 
soma destes fatores tem a capacidade de desenvolver o lugar e justificam novos investimentos que, por sua vez, 
promovem o desenvolvimento do turismo local e regional. A pesquisa bibliográfica e a coleta de dados, por meio 
de pesquisa de campo possibilitou identificar a identidade cultural apresentada nas praças, parques, museus e 
fontes de São Borja, permitindo também, identificar elementos que contribuem para a formação de sua 
identidade cultural tornando o turismo um meio capaz de contribuir com o desenvolvimento social, cultural e 
econômico. 
 
Palavras-chave: Hospitalidade; Patrimônio Cultural; Planejamento; Turismo 
 
Abstract: The aim of this study is to present the cultural identity evidenced in the squares, parks, museums and 
water sources existing in the city of São Borja, elements that contribute to the development of the tourist offer 
formed by the history and material and immaterial cultural heritage, of natural resources and investments in the 
infrastructure of the place. Tourism planning is the responsibility of the public administration, which together 
with the private sector contributes to investments that enhance the tourism offer. The sum of these factors has the 
capacity to develop the place and justify new investments that, in turn, promote the development of local and 
regional tourism. Bibliographic research and data collection, through field research, made it possible to identify 
the cultural identity presented in the squares, parks, museums and sources of São Borja, allowing also identify 
elements that contribute to the formation of their cultural identity making tourism a means capable of 
contributing to social, cultural and economic development. 
 
Keywords: Cultural heritage; Hospitality; Planning; Tourism. 
 
 
 
 
1 Universidade Federal do Pampa, campus São Borja. E-mail: cgsaiff@pgmail.com 
2 Universidade Federal do Pampa, campus Santana do Livramento. E-mail: rohanaraujo@gmail.com 
3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha, campus São Borja. E-mail: 
priscyla.hammerl@iffarroupilha.edu.br 
4 Universidade Federal do Pampa, campus São Borja. E-mail: carmennogueira@unipampa.edu.br 
mailto:cgsaiff@pgmail.com
mailto:rohanaraujo@gmail.com
mailto:priscyla.hammerl@iffarroupilha.edu.br
mailto:carmennogueira@unipampa.edu.br
 
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INTRODUÇÃO 
 
Localizada na mesorregião Sudoeste Rio-Grandense na microrregião da Campanha do 
Estado do Rio Grande do Sul, São Borja é um município que, por sua formação e 
desenvolvimento, é considerada pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul uma “Cidade 
Histórica”, conforme o Decreto Nº 35.580, de 11 de outubro de 1994. De acordo com o IBGE 
(2018) a população do município é de 60.557 habitantes, possuindo uma economia baseada na 
agricultura e na pecuária. O turismo surge como uma alternativa para alavancar seu 
desenvolvimento e consagrar-se, em âmbito regional, nacional e internacional, como um 
“destino turístico” para aqueles que buscam entretenimento e conhecimento. 
Um dos principais componentes desse destino são os atrativos oferecidos pela História 
e pelo Patrimônio Cultural presentes no lugar. Eles têm a responsabilidade em despertar o 
desejo nos turistas de conhecer uma localidade pelo que ela tem a oferecer em termos 
históricos e tradicionais relacionados com a própria história da região e do país. 
São Borja possui atrativos que são formados pelo conjunto de elementos do 
patrimônio cultural material e imaterial que valorizam sua história desde a colonização, 
passando pelo período da imigração europeia chegando até os dias de hoje. Em sua evolução 
histórica destacam-se as heranças da colonização espanhola representada pelas Missões 
Jesuíticas Guarani, dos conflitos e guerras tanto em âmbito regional como internacional, a 
herança política que deixou marcas na própria história do país, a dinâmica das relações 
internacionais e o apego às tradições gaúchas. 
Sua localização geográfica, na fronteira com a Argentina e sua origem histórica como 
primeiro dos Sete Povos das Missões implantado no chamado “segundo ciclo” da História das 
Missões Jesuíticas, ocorrido no território que hoje pertence ao Rio Grande do Sul aliado ao 
fato de ser a cidade natal dos ex-presidentes, Getúlio Dorneles Vargas e João Belchior 
Marques Goulart, lhe dá um reconhecimento nacional como a “Cidade dos Presidentes”. A 
preservação das tradições gaúchas, que, no dia 5 de dezembro de 2017, lhe rendeu o título de 
“Capital Gaúcha do Fandango”, são fatores que potencializam a atividade turística local 
através da oferta de pacotes turísticos regionais, no entanto há espaço para investimentos na 
infraestrutura do município e ações de resgate e valorização das origens da cidade. 
Os equipamentos urbanos de turismo têm como finalidade preservar e divulgar a 
história da cidade e seus ilustres personagens desde sua fundação como redução jesuítica aos 
dias de hoje, ao mesmo tempo proporciona aos turistas um contato com as tradições e 
 
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costumes locais. Assim, essa pesquisa apresenta a identidade cultural evidenciada nas praças, 
parques, museus e fontes de água existentes na cidade, locais de história, cultura, lazer e 
recreação. 
 
METODOLOGIA 
 
O estudo apresenta uma pesquisa bibliográfica que utilizou métodos qualitativos, 
exploratórios e descritivos com o objetivo de melhor compreender termos como: turismo, 
planejamento, hospitalidade e identidade cultural. Foi realizada pesquisa de campo com o fim 
de identificar os elementos existentes nos museus e praças que estão relacionados à história e 
ao patrimônio cultural local e regional da cidade de São Borja no Rio Grande do Sul. 
De acordo com Deslandes (2012, p.21), a pesquisa qualitativa descritiva deve “se 
ocupar das ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser 
quantificado”. Gil (2008), explica que as pesquisas exploratórias “habitualmente envolvem 
levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso”; o 
autor afirma ainda que estas pesquisas costumam “não aplicar procedimentos de amostragem 
e técnicas quantitativas de coleta de dados”. (GIL, 2008, p.27) 
Entre as fontes de pesquisa utilizadas estão os recursos bibliográficos e a coleta de 
dados através da pesquisa de campo que utilizou como estratégias a observação participativa e 
o registro fotográfico. Este trabalho poderá ser ampliado e oferecido aos demais espaços 
públicos da cidade que se propõe a atender às demandas do turismo em São Borja, como 
forma de valorização da cultura local e colaboração com o desenvolvimento do turismo local 
e regional. 
 
TURISMO, UM FENÔMENO SOCIAL 
O turismo é entendido como um fenômeno social que estuda o deslocamento das 
pessoas em busca de experiências positivas envolvendo, na maioria das vezes, processos 
culturais e recreativos.A Organização das Nações Unidas (2008), através do documento 
denominado: Recomendaciones Institucionales para Estadísticas de Turismo trouxe o 
entendimento de que: 
 
El turismo es un fenómeno social, cultural y económico relacionado con el 
movimiento de las personas a lugares que se encuentran fuera de su lugar de 
residencia habitual, normalmente por motivos de ocio (NACIONES UNIDAS, 
2008, p. 1). 
 
 
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Portanto, ao sair de suas localidades, as pessoas, o fazem por motivos diversos 
relacionados a negócios, férias, recreação, ócio, visitas a familiares e amigos. Também há 
pessoas que viajam por questões de educação e formação, saúde e assistência médica, por 
motivo de religião e peregrinações. Também são considerados os motivos de compras 
pessoais e comerciais. Esta movimentação de pessoas produz efeitos econômicos nas 
comunidades emissoras e receptoras, impulsionando a criação de políticas públicas capazes de 
fomentar atividades de desenvolvimento nas comunidades, com investimentos na 
infraestrutura e na preservação ambiental, além de promover o desenvolvimento social. 
(NACIONES UNIDAS, 2008) 
 
O PLANEJAMENTO DO TURISMO 
 
O desenvolvimento econômico e social e a preservação ambiental são fundamentais 
para a atividade turística, pois colaboram para a melhoria na hospitalidade do lugar. Uma 
cidade hospitaleira é capaz de expressar sua história através dos elementos que compõem o 
seu patrimônio cultural, ou seja, através de sua arquitetura, de seus monumentos, museus, 
praças e parques que, além de demonstrar a receptividade local, mostram o respeito e o desejo 
de doar, receber e retribuir, gerando um círculo virtuoso de reciprocidade entre as pessoas. 
(GRINOVER, 2007) 
O autor afirma ainda que a hospitalidade e um dom do espaço de deve: 
 
[...] ser lido, atravessado ou contemplado; de toda maneira, um espaço planejado. As 
cidades que oferecem informações procuram se identificar e ser identificadas: 
oferecer e receber informações é um mecanismo de hospitalidade. A hospitalidade 
da cidade passa, ainda pela organização dos espaços públicos (GRINOVER, 2007, 
p. 82). 
 
 
O lugar apresenta uma identidade relacionada com a história contribuindo para a 
valorização das relações entre indivíduos e entre indivíduos e ambiente. O lugar se encontra 
dentro do espaço por esse motivo os espaços públicos devem ser planejados através da união 
dos setores públicos e privados que juntamente com a sociedade civil organizada, podem 
analisar o que deve ou não ser evidenciado no espaço urbano. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Museus (2014, p. 35), a hospitalidade pode ser 
traduzida como acessibilidade, segundo as várias dimensões que ela assume e os suportes de 
que se utiliza: “O acesso à informação é alcançado pela divulgação, difusão e marketing; O 
 
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acesso ao local e a apreciação do ambiente se faz pelo transporte, pela sinalização e pela 
adequação para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; O acesso emocional e 
mental aos bens culturais faz-se por meio de descobertas e experiências.” 
A acessibilidade se traduz por meio da hospitalidade, do acesso à informação mediante 
aos meios de divulgação, do acesso ao local por meio da sinalização e adequação do espaço 
para o ingresso de todos e da possibilidade de novas descobertas e experiências mediante o 
contato com os bens culturais. A partir do planejamento definem-se os investimentos a serem 
realizados para a promoção da acessibilidade aos espaços públicos destinados aapresentar a 
história e o patrimônio cultural material e imaterial de um destino turístico. 
Dias (2008) considera que: 
 
[...] o uso do espaço, o planejamento constitui uma técnica de uso imprescindível 
pelas administrações públicas municipais que apostam no desenvolvimento do 
turismo. Esse planejamento é necessário, porque o território é um elemento básico 
do desenvolvimento turístico, pois abriga os recursos ambientais e culturais dos 
destinos turísticos, além de ser o espaço físico destinado à instalação da 
infraestrutura e dos equipamentos que irão atender ao fluxo de visitantes (DIAS, 
2008, p. 37). 
 
 
Assim, o planejamento deve ser adequado aos recursos disponíveis no ambiente, para 
potencializar o turismo, gerando oportunidades de crescimento social, cultural e econômico. 
Beni (2000) afirma que o ato de planejar é essencial para que o crescimento turístico possa ser 
aplicado e desenvolvido na cidade. 
 
O planejamento de turismo subentende um conceito fundamental: é um sistema 
inter-relacionado de fatores de oferta e demanda. Os fatores de demanda são os 
mercados de turismo internacional e doméstico que utilizam atrativos, equipamentos 
e serviços turísticos. Os fatores da oferta compreendem atrativos e atividades 
turísticas, alojamentos e outros equipamentos e serviços. Os atrativos são aspectos 
característicos do local e seus respectivos diferenciais turísticos e todas as atividades 
desenvolvidas em função deles (BENI, 2000, p. 165). 
 
 
Segundo Beni (1988, p.142), a demanda “é a quantidade de um bem ou serviço que os 
consumidores desejam e podem comprar a um dado preço em um dado tempo.” Para o autor, 
a oferta “é a quantidade de um bem ou serviço que chega ao mercado a um dado preço em um 
dado tempo.” Assim, para a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2001, p.43), a oferta 
turística é definida como: “o conjunto de produtos turísticos e serviços postos à disposição do 
usuário turístico num determinado destino, para seu desfrute e consumo”. 
 
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O turismo é a integração de um conjunto de atividades, concebidas para atender 
fundamentalmente aos visitantes, que são capazes de movimentar a economia local. A oferta 
de produtos e serviços ocorre através de agências emissivas e receptivas de turismo, de 
empresas de transporte, de serviços de alimentação e hospedagem e de outros equipamentos 
turísticos. De acordo com Beni (1990), os bens turísticos podem ser: 
 
a) materiais (monumentos, museus, galerias de arte, praias e outros) e imateriais 
(clima, paisagem e outros); 
b) imóveis (terrenos, casas, hotéis, museus, galerias e outros) e móveis (produtos 
artísticos, artesanatos e culturais); 
c) duráveis ou perecíveis (produtos gastronômicos e artesanais); 
d) de consumo (bens que satisfazem diretamente as necessidades dos turistas) e de 
capital (os que são utilizados para a produção de outros bens); 
e) básicos, complementares e interdependentes; 
f) naturais ou artificiais (BENI, 1990, p. 23). 
 
 
Esses bens turísticos compõem parte da oferta turística do lugar. Aliado aos bens 
turísticos estão os serviços turísticos, destinados à satisfação das motivações, necessidades e 
preferências do turista, podem ser classificados como os seguintes: 
 
a) receptivos (atividades hoteleiras e extra hoteleiras); 
b) de alimentação; 
c) de transporte (da residência à destinação turística e no centro receptor); 
d) públicos (administração turística, postos de informações e outros); 
e) de recreação e entretenimento na área receptora (BENI, 1990, p. 23). 
 
 
Parte da oferta de serviços turísticos é realizada pelo setor privado. Entre os serviços 
ofertados estão: hospedagem, alimentação, agências de viagens e de serviços de transporte, 
serviços de promotores de feiras, eventos, montadoras e serviços auxiliares de som, luzes e 
decorações. 
Na cidade de São Borja a administração pública municipal é responsável por fomentar 
o turismo e o faz através da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer que 
promove a realização de shows e eventos culturais, faz manutenção e melhorias nas praças e 
parques, museus, fontes missioneiras, monumentos, bibliotecas e espaços de recreação, da 
mesma forma que contribui na preservação dos recursos naturais. Esses elementos de 
responsabilidade da administração pública municipal somam-se aos produtos e serviços 
ofertados pela iniciativa privada compondoa oferta turística local. 
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul contribui com o turismo através de 
infraestrutura de transportes e estradas e recursos para projetos de investimentos destinados ao 
 
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município. Em conjunto com a empresa Mercovia – concessionária da Ponte Internacional 
São Borja/Santo Tomé – o Estado mantém o funcionamento do Centro de Atendimento ao 
Turista (CAT) localizado no setor de Imigração Argentina/Brasil. 
A oferta turística do lugar é influenciada pela hospitalidade promovida pelas pessoas e 
pela própria capacidade de comunicação do lugar. Ao fazer essa análise nota-se que 
hospitalidade é muito mais do que o bem receber intrínseco ao encontro entre anfitrião e 
hóspede, a acolhida ao cliente, ou a arte do bem servir e receber, depende, essencialmente, de 
pessoas bem preparadas. 
Camargo (2004) entende que a definição de acolhimento com ênfase na relação se 
constitui para além do fato social, considera dimensões do cuidado e pressupõe o 
reconhecimento do acolhido, este concebido como origem para a definição das ações da 
hospitalidade. Ainda nesse contexto, Grinover (2007) entende que a hospitalidade urbana 
deve ser uma característica fundamental da cidade ao se preparar para receber tanto sua 
população como seus visitantes. 
 
Hospitalidades é uma qualidade social antes de ser uma qualidade individual é um 
fenômeno que implica uma organização, um ordenamento de lugares coletivos e, 
portanto, a observação das regras de uso desses lugares. A hospitalidade supõe a 
acolhida, é uma das leis superiores da humanidade, é uma lei universal 
(GRINOVER, 2007, p. 125). 
 
 
Ao analisar a hospitalidade urbana nota-se a adaptação do espaço com a necessidade 
das pessoas, de forma organizada, estando apto a receber um número cada vez maior de 
turistas desejosos por conhecer o lugar, sua história, cultura, paisagem e identidade. Promover 
uma experiência agradável e superar as expectativas do visitante ofertando um espaço 
receptivo e agradável torna-se características desejáveis para o ambiente do turismo. Neste 
sentido, Camargo (2008) afirma que: 
 
A hospitalidade urbana consiste de instâncias regidas pela dádiva e pelo negócio. O 
investimento estético – de qualquer natureza – em ruas, as praças, os monumentos e 
a sua infraestrutura de recepção e circulação, é uma manifestação regida pelo 
sistema da dádiva. A cidade se faz mais bonita e exibe sua beleza como dádiva aos 
que nela moram e aos que a visitam. Hospitalidade é um processo que envolve 
pessoas e espaços. A cidade se torna um espaço hospitaleiro para o ver-e-ser-visto 
das pessoas. Mas, desde que a hospedagem e alimentação de hotéis e restaurante 
impôs-se à das casas e ganhou foro de distinção maior, a hospitalidade comercial 
destaca-se como merecedora de uma análise à parte (CAMARGO, 2008, p. 22). 
 
 
 
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A hospitalidade é o ritual básico do vínculo humano, aquele que a perpetua nessa 
alternância de papéis. A oferta do respeito, amizade, atenção e hospitalidade logo poderão ser 
retribuídas pelos mesmos tratamentos. O mesmo ocorre com a cidade ao oferecer espaços 
acolhedores, segurança, vias que comunicam e um ambiente agradável e em troca recebe 
visitantes que utilizam serviços turísticos contribuindo para o desenvolvimento econômico, 
social e preservação ambiental. 
A rua como elemento dinâmico da cidade é um local de experimentação e prática do 
espaço urbano, a rua é o caminho pelo qual as pessoas se utilizam para obter os produtos e 
serviços oferecidos pela cidade. Daroda (2012) afirma que: 
 
[...] a rua é um lugar de construção de valores sociais e pactos coletivos, a rua 
alimenta a urbanidade, fala dos usuários da cidade contemporânea ao mesmo tempo 
em que representa o tempo, a história e a cultura de uma cidade. A praça é um local 
de relevante valor histórico, cultural e de interação social, as praças são espaços 
fundamentais na configuração urbana e constituem um importante espaço público da 
história das cidades (DARODA, 2012, p. 23). 
 
A rua e a praça juntas contribuem para a urbanidade e paisagem da cidade, oferecem 
ambientes acolhedores às vezes sombreados ou ensolarados que contribuem com a 
hospitalidade da cidade. As praças podem oferecer locais de prática de esportes a exemplo do 
Parque General Vargas e suas quadras poliesportivas e pista de skate, ou de lazer e diversão 
nos momentos de descanso como exemplo a Praça Deputado Marcírio Goulart Loureiro 
utilizada por famílias à procura de local para entretenimento das crianças, para sentar e 
conversar. Porém, há outras formas de utilização desses espaços públicos, entre elas: 
contemplação, educacional, estética, estar e festa. 
De acordo com Santos e Perazzolo (2012, p. 4) a compreensão do fenômeno do 
acolhimento vem sendo ampliada a partir da contribuição de diferentes áreas do 
conhecimento, particularmente da Filosofia, Sociologia e Psicologia. “O fenômeno constitui 
um dos pilares que sustentam a organização teórica, as práticas e os sistemas estratégicos de 
planejamento turístico, na esfera pública e privada.” 
Tida como uma atividade milenar e motivada por diversas razões sejam elas sociais, 
religiosas ou econômicas, a hospitalidade é o ato de receber, alojar, alimentar e entreter 
pessoas fora de seu habitat natural. Embora seja frequentemente associada ao turismo, a 
ciência da hospitalidade abrange um leque maior de possibilidades, pois estuda tanto as 
necessidades do turista quanto as relações sociais que se estabelecem entre o ser que recebe 
(anfitrião) e o ser que é recebido (hóspede) em um determinado espaço. (CAMARGO, 2004) 
 
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De acordo com Barbosa (2011), 
 
Competitividade de produtos turísticos é a capacidade de um determinado produto 
turístico proporcionar ao turista uma experiência positiva e, consequentemente, 
impulsionar a geração de negócios nas atividades econômicas relacionadas ao 
turismo em um ou mais segmentos turísticos (BARBOSA, 2011, p. 29). 
 
 
A existência de recursos de acessibilidade nos espaços públicos destinados ao turismo 
promove a integração social, a inclusão social e a inclusão educacional colaborando para uma 
experiência positiva aos visitantes locais, turistas e pessoas com deficiência. Cabe à 
administração pública realizar investimentos para que haja atrativos turísticos capazes de 
atender requisitos de qualidade que possam interferir na escolha das pessoas que demandam 
por um destino turístico. 
 
O ESPAÇO PÚBLICO E A IDENTIDADE CULTURAL 
 
Antes de tratarmos sobre o espaço público, é necessário compreender um pouco do 
espaço urbano que se distingue na área de terras de um município, pela concentração de 
elementos arquitetônicos e pela concentração do fluxo e de pessoas residentes. Assim, a forma 
de exploração e uso das terras é característica visível capaz de diferenciar o espaço urbano. 
Segundo Corrêa (1995), os usos definem áreas, como: 
 
[...] o centro da cidade, local de concentração de atividades comerciais, de serviço e 
de gestão; áreas industriais e áreas residenciais, distintas em termos de forma e 
conteúdo social; áreas de lazer; e, entre outras, aquelas de reserva para futura 
expansão. Este conjunto de usos da terra é a organização espacial da cidade ou 
simplesmente o espaço urbano, que aparece assim como espaço fragmentado 
(CORRÊA, 1995, p. 7). 
 
 
A fragmentação do espaço como visto na atualidade, é condição da evolução história e 
do desenvolvimento do lugar. A concentração de capital, a atividade produtiva, as disputas 
sociais e o interesse da administração pública podem modificar o arranjo do espaço urbano. 
Corrêa (1995) complementa que: 
 
[...] o espaço urbano é um reflexo tanto de ações que se realizam no presente como 
também aquelas que se realizaram no passado e que deixaram suas marcas impressas 
nas formas espaciais do presente (CORRÊA, 1995, p. 8). 
 
 
 
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A Administração Públicatem influência sobre a organização do espaço público 
através de um conjunto de instrumentos que o Estado dispõe para este fim. Corrêa (1995), 
destaca os seguintes meios: direito de desapropriação e precedência na compra de terras; 
regulamentação do uso do solo; controle de limitação dos preços das terras; limitação da 
superfície da terra de que cada um pode se apropriar; impostos fundiários e imobiliários que 
podem variar segundo a dimensão do imóvel, uso da terra e localização; taxação de terrenos 
livres, levando a uma utilização mais completa do espaço urbano; mobilização de reservas 
fundiárias públicas, afetando o preço da terra e orientando espacialmente a ocupação do 
espaço; investimento público na produção do espaço, através de obras de drenagem, 
desmontes, aterros, e implantação de infraestrutura; organização de mecanismos de créditos à 
habitação; e pesquisas, operações-testes como materiais e procedimento de construção, bem 
como o controle de produção e do mercado deste material. (CORRÊA, 1995, p. 25) 
O espaço público de acordo com Daroda (1012) é definido como: 
 
[...] um elemento indissociável do espaço urbano. Em conjunto com a arquitetura e a 
natureza, as ruas, praças, parques, etç. Formam uma parte real da imagem da cidade. 
O Ambiente construído público no espaço urbano é um elemento representativo da 
cultura, economia e dos valores de um lugar; é a parte da identidade e da imagem 
urbana (DARODA, 2012, p. 17). 
 
 
Assim, o espaço público, tem a capacidade de apresentar a história, a cultura, a 
economia e os valores locais através dos elementos existentes em cada lugar. A arquitetura, os 
artefatos, a natureza e a própria paisagem contribuem para representar esses elementos. 
Pinto et al. (2014) afirmam que: 
 
As representações culturais das paisagens estão intimamente interligadas nas 
transformações dos espaços humanizados e na edificação das identidades regionais, 
onde as relações de pertencimento dentro de um espaço social têm uma ligação 
indissociável com a questão de preservação, pois é preciso preservar para poder 
entender e compreender o patrimônio. Nesse sentido, podemos dizer que a cidade é 
como um livro; nela tem um texto, e para entendê-la é preciso saber ler e fazer as 
leituras corretas (PINTO et al., 2014, p. 22). 
 
 
Os atrativos turísticos da cidade de São Borja apresentam temáticas que vêm ao 
encontro do arranjo de identidades presentes no lugar. Este arranjo é constituído por 
fragmentos do patrimônio cultural material e imaterial advindos de sua origem, evolução 
histórica e da própria localização geográfica do município. 
 
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Como explicado por Hall (2014), a identidade é o centro essencial do “eu” de uma 
pessoa ou localidade, sendo muitas vezes apresentadas como contraditórias ou não resolvidas. 
Essa multiplicidade de identidades revela que há uma profusão de construções acerca de 
símbolos e referências por parte das pessoas. 
 
[...] a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é interpelado ou 
representado, a identidade não é automática, mas pode ser ganhada ou perdida. Ela 
tornou-se politizada. Esse processo é, às vezes, descrito como constituindo uma 
mudança de uma política de identidade para uma política de diferença (HALL, 2014, 
p. 16). 
 
 
Enquanto Hall (2014) afirma que pode haver uma mudança da identidade de um lugar, 
Yázigi (2001), afirma que o lugar pode apresentar mais de uma identidade cultural. O autor se 
refere a um arranjo de diferentes traços de identidade componentes para a formação de uma 
personalidade. 
 
[...] a personalidade, ou o conjunto de identidades do lugar, na vida cotidiana, tem 
sido entendida como relações sociais, instituições, arquitetura, urbanismo e toda a 
cultura material; costumes e vários outros itens que se repetem em todas as partes, 
como bem nos dão conta a sociologia, a antropologia e a etnologia (YÁZIGI, 2001, 
p. 30) 
 
Ao concordar com ambos os autores, seja pela sucessão de uma identidade ou no 
arranjo de identidades presentes na localidade, o lugar turístico se apresenta como o espaço e 
o momento único de uma experiência real e direta. Esse lugar apresenta formas, cores, 
texturas, sons, luz e contrastes diferentes em momentos diferentes, podendo caracterizar o 
valor dado à cultura étnica, religiosa, laboral, a valores e costumes praticados e aceitos pela 
totalidade das pessoas residentes ou apenas por uma parte delas, formando nichos culturais. 
Tendo-se em vista que as cidades sempre foram, continuam sendo, produtoras de 
ideias e de conhecimentos, a região histórica das Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul 
construiu sua história através de um processo de miscigenação étnico-cultural, que gerou 
algumas alterações nas atividades socioeconômicas regionais. Pinto (2011) observa que: 
 
Portanto, observa-se que os resquícios do período reducional juntamente com os 
elementos culturais europeus são fatores que contribuíram para a construção de uma 
identidade regional, que é representada através de elementos materializados e 
simbolizados no Patrimônio Histórico e Cultural (PINTO, 2011, p. 92). 
 
 
Pode-se observar que a construção da identidade cultural da cidade de São Borja deu-
se a partir de etnias autóctones, cuja influência dos padres jesuítas, durante a colonização 
 
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espanhola, formou uma nova cultura a partir da organização social nas reduções jesuíticas. 
Logo após a Guerra Guaranítica (1753-1756). A cultura trazida pelos portugueses dominou o 
espaço, através da superioridade militar e da organização política. A seguir, outras etnias 
chegaram à Região das Missões, para também deixar suas marcas na história através de seus 
símbolos e valores culturais, permitindo a construção da identidade percebida na atualidade. 
 
A identidade preenche o espaço entre o interior e o exterior entre o mundo pessoal e 
o mundo público. O fato de que projetamos a “nós mesmos” nessas identidades 
culturais, ao mesmo tempo em que internalizamos seus significados e valores, 
tornando-os “parte de nós”, contribui para alinhar nossos sentimentos subjetivos 
com os lugares objetivos que ocupamos no mundo social e cultural (HALL, 2014, p. 
11). 
 
 
O ser humano adquire uma identidade cultural no momento em que é envolvido por 
um conjunto de valores e significados que passa a desejar para si próprio, aceitando e 
tornando-se parte da cultura local. A localidade anseia por uma identidade que molde sua 
existência e guie o resgate de sua história, podendo explicar seu relacionamento com o meio 
onde está inserida na atualidade. Hall (2014) afirma que a identidade é 
 
[...] definida historicamente, e não biologicamente. O sujeito assume identidades 
diferentes em diferentes momentos, identidades que são unificadas ao redor de um 
“eu” coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em 
diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo 
continuamente deslocadas (HALL, 2014, p. 12). 
 
 
Nesta perspectiva de construção da identidade do “eu”, recorre-se aos períodos 
distintos da história do lugar e à identificação dos elementos e símbolos que representem cada 
período. De acordo com Pinto (2010), 
 
A identidade pode ser conceituada como a fonte de significado e experiência de um 
povo, marcada pela diferença e por símbolos em geral materializados. Essa 
materialização da identidade acaba gerando produtos do sentir, do pensar e do agir 
humanos, ou seja, potencializa bens do patrimônio histórico-cultural (material e 
imaterial) (PINTO, 2010, p. 8). 
 
 
A partir deste conceito, entende-se que a identidade do lugar se forma da união de 
elementos do patrimônio material e imaterial, contidos nas histórias transmitidas de geração 
em geração, nas lendas e no folclore do local; na história contida nos livros, na arquitetura, 
nas obras de arte, na maneira de relacionamento das pessoas com seus semelhantes, com anatureza e com as culturas e criações. Mesmo que o processo de globalização acrescente 
 
91 
 
características na linguagem e nos sinais, nas técnicas de cultivo e de produção, na 
arquitetura, nas máquinas e equipamentos, e nos materiais e tendências, cada lugar tem suas 
peculiaridades: clima, relevo, história, cultura e crenças. Essas diferenças é que se tornam um 
motivo, para as pessoas que buscam novas experiências e conhecimentos através do turismo. 
Para Yázigi (2001, p. 189), “a percepção do lugar pode ser científica ou cultural, mas 
sua configuração física se dá, sobretudo por meio da arquitetura e do urbanismo, neles 
incluindo o sentido paisagístico.” Diferente de outras cidades construídas pelos jesuítas, São 
Borja preservou poucas, porém, importantes construções daquele período como exemplam as 
fontes de São Pedro e de São João Batista que, além de compor o patrimônio cultural 
material, oferecem “campo fértil” para o patrimônio cultural imaterial ou intangível, aliadas 
às celebrações profanas que atraem muitas pessoas a esses locais. 
Apesar das perdas para o patrimônio histórico e cultural da cidade, há reconhecimento 
de sua importância no cenário local, regional e nacional. Considerando o dever do Estado de 
promover e proteger o patrimônio histórico e cultural, garantindo à memória dos diversos 
núcleos formadores da sociedade rio-grandense e difundindo o conhecimento de seus valores 
expressivos, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, declarou São Borja 
“Cidade Histórica” através do Decreto nº 35.580 de 11 de outubro de 1984. 
De acordo com Pinto et al. (2014) 
 
São Borja foi uma Redução Jesuítico-Guarani (entre os séculos XVII e XVIII), 
quando fazia parte dos chamados Sete Povos das Missões. Esse período missioneiro 
contribuiu para a construção de práticas vinculadas à lida campeira, que deu origem 
à figura típica do gaúcho. Por sua localização estratégica na fronteira com a 
Argentina, tal território serviu como espaço de entrada dos paraguaios durante a 
Guerra do Paraguai (PINTO, et al., 2014, p. 4). 
 
 
O desenvolvimento das estâncias para criação do gado em São Borja, e mesmo no 
Estado do Rio Grande do Sul, contribuiu para o surgimento da figura do gaúcho, com 
vestimentas e costumes peculiares, como a bombacha e o hábito de tomar chimarrão. 
(BRASIL, 2011, p. 497) Esta influência cultural designa toda a pessoa nascida no Rio Grande 
do Sul e, de acordo com a Lei n. 8.813 de 10 de janeiro de 1989, oficializa como traje de 
honra e de uso preferencial no Rio Grande do Sul, para ambos os sexos, a indumentária 
denominada "Pilcha Gaúcha". 
De acordo com o Projeto de Lei Estadual n. 91/2017, declara o município de São 
Borja, “Capital Gaúcha do Fandango”. Esta homenagem é justificada por a cidade ser 
 
92 
 
reconhecida por sua semana farroupilha, pelo destaque na região da Fronteira Oeste e sua 
repercussão por diversos meios de comunicação, devido aos seus bailes gaúchos, número de 
dias de bailes, quantidades de bailes e tendo os maiores nomes de conjuntos/bandas gaúchas 
animando os fandangos. 
Passado o período reducional e a Guerra do Paraguai, São Borja se tornaria “berço do 
trabalhismo” por ser a terra natal dos presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, fatos que 
marcaram a história local e imprimiram características identitárias na vida de muitas pessoas. 
Este fato veio a ser confirmado através da Lei Estadual n. 13.041 de 25 de setembro de 2008, 
que declara a cidade de São Borja “Terra dos Presidentes”. 
O Estado do Rio Grande do Sul, no século XIX e no início do século XX, recebeu 
grande número de imigrantes europeus, em especial alemães e italianos. Esses imigrantes se 
fixaram principalmente em pequenas colônias agrícolas autônomas, no interior do Estado, 
onde mantiveram vivos os hábitos e a língua de seus países de origem. (BRASIL, 2011, p. 
498) 
À procura de terras agricultáveis, os descendentes dos primeiros imigrantes chegaram 
à Depressão Central e Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Descendentes de imigrantes 
italianos, alemães e franceses se fixaram e ajudaram a desenvolver a economia local, trazendo 
consigo suas crenças, costumes e sua religião, contribuindo para a formação da personalidade 
do lugar. 
A relação dos habitantes de São Borja “con los hermanos” de Santo Tomé/Corrientes 
na Argentina, no passado ,vivenciou os passes de barca e o “comércio formiga”, pessoas que 
cruzavam o rio para comprar, e traziam suas sacolas carregadas em seus braços e suas costas. 
Histórias que ficaram no passado, com a construção da ponte internacional sob o Rio Uruguai 
em meados de 1997. Atualmente o comércio internacional é amplamente desenvolvido entre 
os dois países, as comunidades se aproximam através do comércio local, das crenças, danças e 
outros aspectos culturais vividos em ambos os lados do rio. 
A identidade cultural da cidade de São Borja foi tema de pesquisa, em 2014, realizada 
pela professora Eliane Coelho, docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia Farroupilha. A pesquisa realizou 359 entrevistas em diversos bairros da cidade e 
obteve como resultado o que segue: 47,07% das pessoas se identificaram como Terra dos 
Presidentes, 30,36% como São Borja Missioneira, 21,44% como Fronteira e 1,13% não deram 
opinião. 
 
93 
 
Pinto et al. (2014) afirma que: 
 
Além das representações históricas, São Borja possui diversas práticas sociais e 
manifestações culturais identificadas com a cultura pampiana, ribeirinha e 
fronteiriça. Essa relevante trajetória histórico-cultural construiu símbolos, narrativas 
e elementos culturais que estão representados através do patrimônio cultural e de 
diversas identidades fronteiriças (PINTO et al., 2014, p. 4). 
 
 
Conhecer a maneira como as pessoas se sentem e a percepção do arranjo das 
identidades de um lugar é importante para o desenvolvimento de políticas públicas que 
promovam o turismo local, inserido no turismo regional. A pesquisa de campo realizada nas 
praças e parques, museus e fontes de água do período reducional, proporcionou constatar 
através da observação, a materialização das identidades culturais conforme apontado na 
pesquisa de Coelho e Pinto. 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conforme observado na pesquisa de campo, as praças, parques, museus e fontes 
missioneiras preservam as marcas, os artefatos e as obras que elucidam a evolução histórica 
do lugar, materializando elementos da Redução Jesuítica de São Francisco de Borja, da 
Guerra do Paraguai, da história dos presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e do cotidiano 
do gaúcho e do fronteiriço vivido nas estâncias que desenvolveram a pecuária nos séculos 
XVIII e XIX. Esses locais mantêm a história e o patrimônio cultural local, contribuindo com a 
oferta turística, apresentam a identidade cultural através dos artefatos existentes e juntos 
apresentam a personalidade do lugar. 
A pesquisa de campo apontou que a identidade cultural “Missioneira” é evidenciada 
através da estatuária e nos artefatos do período reducional jesuítico em exposição permanente 
no museu Apparício Silva Rillo (Figura 1). O altar existente na Igreja Imaculada Conceição, 
localizada frente à Praça Assis Brasil no Bairro do Passo, também remete ao período jesuítico. 
 
Figura 1: Vista parcial do interior do Museu Municipal Apparício Silva Rillo. 
 
94 
 
 
Fonte: SOARES. et al. (2018) 
 
No Parque Esportivo General Vargas há um pórtico construído com a Pedra Gres 
(arenito botucatu) e Pedra Itacuru, utilizada no período reducional. Na praça XV de 
Novembro foram expostas pedras encontradas em escavações realizadas durante a construção 
da igreja atual, sendo também construída uma cruz missioneira. 
De acordo com Pinto (2010) a importância da arte barroca contida no estatuário 
presente no território missioneiro, tem “destaque na redução de São Francisco de Borja, que é 
uma mostra dos trabalhosartísticos de um dos maiores escultores da época, o italiano Irmão 
Brazanelli”. Colvero (2009) também destaca que o estatuário missioneiro encontrado no 
Museu Apparício Silva Rillo e nas demais reduções jesuíticas, pode equiparar-se com os 
grandes centros de produção artística da Europa. 
 
[...] importante participação do irmão Jose Brazanelli, religioso que passou nove 
anos da sua vida nesta redução, deixando um legado barroco de grande importância. 
É de sua autoria, a imagem esculpida do padroeiro da antiga redução: Padre 
Francisco de Prada e Gandia; além da edificação da antiga igreja. Brazanelli foi tão 
importante para o desenvolvimento artístico na América Meridional, que muitos 
estudiosos, sintetizaram-no como o maior artista que havia existido entre os Trinta 
Povos da Companhia de Jesus (COLVERO, 2009, p. 5). 
 
 
Dentre os elementos do patrimônio cultural material de São Borja estão duas 
construções do período missioneiro as quais são popularmente chamadas de “Fontes 
Missioneiras”. A construção da Fonte de São Pedro segue o mesmo padrão de construção da 
fonte existente no sítio arqueológico de Santa Ana, na Província de Missiones, na Argentina. 
No período reducional, as fontes representavam local para abastecimento de água limpa para a 
população e para os animais, merecendo cuidado especial até mesmo quanto à segurança do 
local. 
 
95 
 
A Fonte de São Pedro (Figura 2), localizada na Rua Félix da Cunha, possui atualmente 
uma estrutura em forma de galpão coberta de zinco (anteriormente coberta de telhas de barro), 
que torna o local sombreado, favorecendo inclusive o desenvolvimento de limo e fungos que 
por consequência, tornam a água com coloração esverdeada. Algumas ações realizadas no 
passado modificaram as características de sua construção original, a construção de escadas 
com uso de pedras para facilitar o acesso em seu interior e o uso de uma camada de piche para 
manter o local limpo trazem perdas ao Patrimônio Histórico Cultural de São Borja. 
 
Figura 2: Fonte de São Pedro 
 
Fonte: Acervo do autor (2019). 
 
Essas manutenções, realizadas sem o devido reconhecimento da importância histórica 
destes elementos patrimoniais, acabam por não contribuir para sua preservação. Atualmente, 
há muito a ser realizado para tornar o local um ponto turístico capaz de ser explorado, com 
intuito de atrair turistas à cidade de São Borja. 
A Fonte de São João Batista (Figura 3), localizada a Rua Bomplan é atualmente um 
local preservado principalmente por ser o ponto de chegada da procissão realizada durante a 
festa de “São Joãozinho Batista”, como chamam os populares. A colaboração dos moradores é 
fundamental para a preservação da fonte, já que muitas pessoas estabeleceram suas 
residências no terreno de acesso à fonte. 
Figura 3: Fonte de São João Batista 
 
96 
 
 
Fonte: Acervo do autor (2019). 
 
A cruz adotada por todos os povos missioneiros tornou-se referência regional, sendo 
um símbolo de ligação entre a cidade atual e redução de São Francisco de Borja, contribuindo 
com a identidade missioneira presente no lugar. A cruz Missioneira apresenta seus braços 
duplos e extremidades trifoliadas com suas folhas mediais cortadas retas e assemelha-se à 
cruz de Caravaca e à própria cruz de Lorena, tendo importância histórica para a cidade. No 
entanto, não foi utilizada durante a confecção do Brasão de São Borja. 
 
A cruz de Caravaca, Patriarcal e a cruz de Lorena possuem como diferencial a 
existência de braços duplos simetricamente atravessados pela haste, localizados 
próximo do topo. Sua semelhança com a cruz de Lorena traz o entendimento de sua 
constituição, pois, a versão mais antiga desta cruz apresentava ambos os braços do 
mesmo tamanho, e que, quando, mais tarde, superando essa homologia o braço 
superior passou a ser menor que o inferior com a função de subentender a instrução 
“INRI”, essa variação recebeu a denominação de cruz Patriarcal, contudo, tão só de 
uso eclesiástico restrito a distinção arquiepiscopal ou patriarcal e significava, por sua 
disposição particularíssima, fé redobrada, proteção e devoção (O’DONNELL, 2015, 
p. 48-49). 
 
 
Assim, o mesmo significado e entendimento da importância da “fé redobrada” fora 
utilizado no símbolo adotado pelas reduções jesuíticas. No entanto, diferentemente da cruz de 
Lorena e cruz Patriarcal, cujas extremidades são trifoliadas, a cruz de Caravaca possui 
singular diferenciação nas suas extremidades, cujas folhas são cortadas verticalmente. 
O modo de fixação da cruz também interfere em seu significado fazendo comparação 
à subida de Jesus ao calvário, ou a cruz dos Arcanjos (em reverência à tríade São Miguel, São 
Gabriel e São Rafael). Também poderia simbolizar três virtudes teologais – fé, esperança e 
caridade –; se, no entanto, tivesse extremidades mistas trifoliadas, simbolizava a trindade; se 
 
97 
 
finalmente, cortasse extremidades trifoliadas, tornava-se por indicativo o espírito militar dos 
jesuítas. 
Havia grande variedade de obras do período reducional – pias, lápides, sinos, baixos 
relevos de pórticos, portais e inúmeros entalhes decorativos – havendo também inúmeras 
formas de uso da cruz. A cruz existente em São Miguel é semelhante à cruz de Caravaca, 
enquanto que outro exemplar procedente de São Lourenço, esta em tudo igual à de São 
Miguel, sem trifólios e sem corte nas folhas mediais e da haste. (O’DONNELL, 2015) 
Estas diversas formas utilizadas na região dos Sete Povos das Missões fez com que a 
comissão formada para criar o Brasão de São Borja tivesse por opção a posteriori pela cruz de 
Lorena não firmada nas laterais do escudo, com dimensões apropriadas às regras heráldicas e 
extremidades travadas. A cruz Missioneira como símbolo do período reducional não 
encontrou espaço para materializar-se, no Brasão de São Borja, instituído pela Lei municipal 
n. 381, de 13 de novembro de 1962, período que coincide com o mandato presidencial de João 
Goulart. 
No entanto, por trás do Brasão, cruzando em diagonal, em suas cores, duas lanças 
indígenas e, sotopostas, duas de cavalaria. Restando a cruz Missioneira materializar-se nos 
dias atuais junto à Igreja Matriz, frente à Praça XV de Novembro, junto ao Porto, no Bairro 
do Passo; também nos trevos de acesso a São Borja, no Bairro Cabeleira e no acesso à Ponte 
Internacional (Figura 4), com destaque para uma casa do pássaro “João de Barro” na posição 
mais alta. 
 
Figura 4: Cruz Missioneira no acesso à Ponte Internacional. 
 
98 
 
 
Fonte: acervo do autor (2019) 
 
É possível identificar a identidade cultural “Fronteira” no Monumento de Resistência 
de São Borja localizado na Praça Manoel do Nascimento Vargas, assim como no Museu 
Memorial João Manuel Mena Barreto e no Memorial Paraguaio construído junto ao Rio 
Uruguai em homenagem aos combatentes mortos na invasão paraguaia durante a Guerra do 
Paraguai. Também junto ao Rio Uruguai, no Bairro do Passo, o Porto – que no século XIX 
fazia conexão com o Porto de Salta no Uruguai, que se ligava com o Porto de Buenos Aires – 
é um local com infraestrutura de comércio de alimentos e bebidas e de lazer e entretenimento. 
A realização de eventos culturais e aptidão para esportes náuticos potencializa o lugar 
atualmente considerado excelente para contemplação e encontro com a natureza. No passado, 
o Cais do Porto desempenhou importante função de aproximar os povos, através dos passes 
de barca e do comércio internacional. 
O Museu Ergológico da Estância (Figura 5) mostra a fachada do museu criado em 
1982 pelo grupo amador de arte “Os Angueras”. Possui como tema central o trabalho e a 
herança material e imaterial do povo campeiro que viveu nas estâncias da região das missões 
e fronteira. Apresenta artefatos que descrevem a evolução deste homem do campo para a 
cidade, até meados de 1950. 
 
Figura 5: Museu Ergológico da Estância. 
 
99 
 
 
Fonte: SOARES. et al.(2018). 
 
A identidade “Terra dos Presidentes” pode ser identificada através das obras contidas 
nos museus Casa de Getúlio Vargas e Memorial João Goulart e das imagens e slogans 
presentes nos pórticos existentes em duas entradas da cidade. Também, em nomes de 
avenidas, ruas e praças, em estátuas, bustos, túmulo e mausoléu. Estes personagens mantém o 
orgulho em muitos da população, que se identificam com essas figuras históricas e os mantém 
mantêm vivas na memória. Os feitos dos ex-presidentes também mantêm vivas disputas pela 
herança política e pela representação político-partidária ainda nos dias atuais. 
A Praça XV de Novembro serve de abrigo para o Mausoléu de Getúlio Vargas (Figura 
6), projetado por Oscar Niemeyer, Esta obra foi inaugurada em 2004, na passagem dos 50 
anos de falecimento do ex-presidente. No local estão depositados os restos mortais de Getúlio 
Vargas. Nesta praça encontram-se também outros monumentos em homenagem a personagens 
da história local, regional e nacional. 
 
Figura 6: Mausoléu de Getúlio Vargas. 
 
100 
 
 
Fonte: SOARES. et al. (2018) 
 
Em frente à Praça XV de Novembro está o Palácio João Goulart, sede da Prefeitura 
Municipal de São Borja. Junto ao prédio encontram-se lado a lado os bustos de Getúlio 
Vargas e João Goulart. 
Colvero (2009) faz alerta aos administradores públicos ao se referir às perdas de 
referências patrimoniais e da identidade missioneira ao apontar que, entre outros motivos, 
estão os investimentos em manter viva a identidade cultural “Terra dos Presidentes”. 
 
São Borja é uma das cinco cidades do Rio Grande do Sul, que ostenta a referência 
de “cidade histórica”, reconhecimento alcançado no ano de 1994. Porém, muitos 
esforços foram feitos para lembrar somente São Borja, como o berço do trabalhismo, 
ou “Terra dos Presidentes”, circunstância essa, que acaba levando as demais 
heranças históricas, como no caso a história Jesuítico-Guarani (COLVERO, 2009, p. 
1). 
 
 
Conhecer a maneira como as pessoas se sentem e a percepção do arranjo das 
identidades de um lugar é importante para o desenvolvimento de políticas públicas que 
promovam o turismo local inserido no turismo regional. A pesquisa de campo proporcionou a 
constatação, através da observação que há destaque de pelo menos três identidades culturais 
representadas nas praças, parques, museus e fontes, a identidade cultural Missioneira, 
identidade cultural Fronteira e identidade cultural Terra dos Presidentes. 
A pesquisa de campo utilizou método de observação e registro fotográfico, onde foi 
possível perceber que a administração municipal tem realizado investimentos para fornecer 
produtos e serviços de qualidade, assim como produtos e serviços que satisfaçam às 
 
101 
 
exigências legais e às necessidades de recursos de acessibilidade para pessoas com 
deficiência. A preservação do patrimônio cultural material e imaterial de São Borja se faz 
importante para o desenvolvimento local e regional, sobretudo para o desenvolvimento do 
turismo. 
No entanto, é necessário preservar a cultura local realizando novos investimentos para 
manter o desenvolvimento social, cultural e econômico do município. A História e o 
Patrimônio Cultural, que considera a contribuição do período Jesuítico-Guarani, os eventos da 
Guerra do Paraguai, os feitos dos presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e as relações 
existentes na fronteira Brasil Argentina dão conta do potencial turístico da cidade de São 
Borja e de seu papel de colaborar com o desenvolvimento do turismo local e regional. 
 
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