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Direito Administrativo - Princípios, fontes e interpretacao

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DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS, FONTES E INTERPRETAÇÃO
Livro Eletrônico
LISIANE BRITO
Professora de Direito Administrativo, especia-
lista em preparação para concursos públicos. 
Pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão 
Governamental pela UNIP. Advogada inscrita na 
OAB/MG desde 1997. Graduada em direito pela 
Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga expe-
riência como docente, tendo ministrado aulas 
de Direito Administrativo nos principais cursos 
preparatórios do país. Já participou de bancas 
examinadoras e elaboração de questões para 
processos seletivos. Atua como advogada e 
consultora de empresas na área de Licitações 
e Contratos. 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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 DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípios, Fontes e Interpretação
Prof.ª Lisiane Brito 
O Direito Administrativo ............................................................................10
Definição .................................................................................................10
Critério do Serviço Público .........................................................................10
Critério do Poder Executivo ........................................................................12
Critério das Relações Jurídicas ....................................................................12
Critério Teleológico ...................................................................................13
Critério Negativo ou Residual .....................................................................13
Critério da Distinção entre Atividade Jurídica e Social do Estado ......................14
Critério da Administração Pública ................................................................14
Critério Funcional .....................................................................................14
Fontes do Direito Administrativo .................................................................15
Lei ..........................................................................................................16
Jurisprudência ..........................................................................................16
Doutrina ..................................................................................................17
Costumes ................................................................................................17
As Expressões “Regime Jurídico da Administração Pública” e “Regime Jurídico-
Administrativo” ........................................................................................18
Regime Jurídico da Administração Pública ....................................................18
Regime Jurídico-Administrativo ...................................................................19
Princípios da Administração Pública .............................................................20
Definição de Princípio do Direito .................................................................23
Princípios Básicos .....................................................................................23
Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado ............................24
Indisponibilidade do Interesse Público .........................................................26
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Princípios, Fontes e Interpretação
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Princípios Constitucionais Expressos ............................................................27
Legalidade ...............................................................................................28
Impessoalidade ........................................................................................29
Moralidade ...............................................................................................31
Publicidade ..............................................................................................32
Eficiência .................................................................................................33
Eficiência, Eficácia e Efetividade .................................................................35
Princípios Expressos na Lei n. 9.794/1999 ...................................................37
Contraditório e Ampla Defesa .....................................................................37
Razoabilidade e Proporcionalidade ..............................................................38
Motivação ................................................................................................40
Teoria dos Motivos Determinantes ...............................................................41
Segurança Jurídica....................................................................................42
Princípios Implícitos ..................................................................................43
Continuidade dos Serviços Públicos .............................................................43
Autotutela ...............................................................................................45
Devido Processo Legal Formal e Material ......................................................46
Exercícios ................................................................................................48
Gabarito ..................................................................................................67
Gabarito Comentado .................................................................................68
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Prof.ª Lisiane Brito 
Apresentação da Professora
Caro(a) futuro(a) colega,
Olá, eu sou a professora Lisiane Brito, advogada desde 1997 e Especialista em 
Políticas Públicas e Gestão Governamental desde 2005, ministro aulas de Direito 
Administrativo em Brasília há quatorze anos, além de atuar como instrutora em 
Cursos de Formação de Servidores Públicos e docente em programas de pós-gra-
duação.
Ao longo desse período tenho acompanhado e comemorado o sucesso de mi-
lhares de alunos que conquistaram sua carteira de advogado ou mesmo um cargo 
público. Adoro quando encontro com um ex-aluno(a) e ele me conta que obteve 
aproveitamento máximo nas questões de direito administrativo!
Isso só me estimula a buscar, cada vez mais, o emprego da melhor didática. Eu 
acredito que uma boa aula é aquela que envolve o aluno, faz com que ele queira 
“um pouquinho mais, só para fixar”.
Procuro “desmitificar” o Direito Administrativo, transmitindo o conhecimento 
com o cuidado de empregar uma linguagem simples, clara e objetiva. Acho que isso 
acabou por se tornar o maior atrativo das minhas aulas.
É essa experiência em sala de aula que trago para as aulas em PDF.
Lisiane Brito
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Princípios, Fontes e Interpretação
Prof.ª Lisiane Brito 
Apresentação do Curso
Estamos iniciando nosso Curso de Direito Administrativo para o Exame de Or-
dem.
As aulas foram elaboradas especialmente para o Exame de Ordem. Assim, 
a cada aula trabalharemos da seguinte forma:
Primeiramente você terá a abordagem teórica dos temas. Apresentarei a você 
o posicionamento dos principais processualistas.
Na sequência, veremos a legislação aplicável ao caso. Isso é importantíssimo, 
pois na primeira fase você resolverá questões objetivas e essas são, na grande 
maioria, extraídas do texto legal, na literalidade. Diante disso, o conteúdo terá 
como principal enfoque a legislação.
Por fim, teremos abordagem da jurisprudência dos tribunais superiores.
Ressalte-se que doutrina e Jurisprudência serão trabalhadas na medida do ne-
cessário para que você resolva as questões da prova.
Em relação ao Direito Administrativo, verifico que alguns alunos apresentam 
certo deficit de conhecimento da matéria, o que acaba por criar dificuldades no 
momento em que se deparam com as questões do Exame de Ordem. Sabendo dis-
so, o professor precisa ter um cuidado redobrado para transmitir todo o conteúdo 
necessário, sem deixar as aulas cansativas. Uma boa aula, seja de que disciplina 
for, deve ser suficientemente interessante para despertar no aluno a vontade de 
continuar estudando “mais um pouquinho”, até compreender perfeitamente toda a 
matéria abordada.
Lembre-se de que seu objetivo é absorver, de forma definitiva, conteúdo sufi-
ciente para a sua aprovação e a conquista da sua carteira de advogado. Essa é a 
nossa meta e é nela que vamos pautar todo o nosso curso, até a última aula.
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Vamos seguir esse caminho juntos! Fique tranquilo(a) e aproveite ao máximo as 
aulas. Você vai perceber que o Direito Administrativo é bem mais fácil de aprender 
do que você imaginava!
De você, espero que tire o maior proveito possível do curso, estude com serie-
dade e vá com toda a segurança para a prova. Confie na sua determinação, persiga 
sua meta com toda a sua energia. Se fizer isso, tenho certeza de que você não vai 
ter nenhuma dificuldade na resolução das questões!
Combinado?
Então, vamos juntos!
Dicas de Estudo para o Melhor Aproveitamento das Aulas.
Ter uma aula sem precisar se deslocar até a faculdade, sem perder tempo no 
trânsito, a qualquer hora, para muitos é a maneira mais moderna, prática e objetiva 
de estudar. Afinal, você pode assistir às aulas a qualquer hora, em qualquer lugar!
Mas, fique sabendo que, para que o resultado seja uma aprendizagem efetiva e 
sólida, essa opção requer disciplina e organização. Lembre-se de que seu cére-
bro é uma máquina espetacular, mas você precisa saber explorar ao máximo sua 
capacidade!
As dicas abaixo foram dadas por estudantes que conseguiram os melhores apro-
veitamentos em provas de concursos públicos e do Exame de Ordem.
Tente aplicá-las e você vai ver que tudo fica mais fácil.
(Depois me conte o resultado).
1. Elabore um cronograma de estudos
Fazer um cronograma de estudos é fundamental. É com base nele que você vai 
organizar sua rotina de estudos e criar o hábito de estudar. Se você ainda providen-
ciou o seu, comece agora.
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2. Estabeleça metas de estudo
Metas de estudo diárias ajudam o estudante a se manter motivado, e progredir 
gradativamente nos estudos. Estabeleça uma meta realista, de acordo com o seu 
tempo, seu ritmo de leitura e sua capacidade de concentração. Por exemplo: “vou 
ler tantas páginas por dia”. Quando já tiver adquirido um ritmo mais intenso você 
pode estabelecer uma meta maior.
3. Respeite os limites de seu cérebro
Já está provado que 50 minutos é o tempo ideal para o cérebro assimilar conhe-
cimento sem perder a atenção. Por isso é importante que você programe cada hora 
da seguinte forma: estabeleça 50 minutos de estudo e 10 minutos de descanso. 
Nesse período de repouso, beba água ou suco, faça um alongamento, mexa-se um 
pouco.
Não “force a barra”, tentando prolongar o período de estudo, tampouco estenda 
além dos 10 minutos o período de repouso, para evitar dispersão e perda de foco.
4. Organize seu local de estudo
Manter o local de estudo organizado vai ajudar a ganhar tempo, pois você não 
vai precisar parar para procurar materiais, livros etc. Também evita que procrasti-
ne. Imagine ter que arrumar uma gaveta antes de começar a estudar, para poder 
reunir todo o material! Quando você se der conta, já estará arrumando todas as 
gavetas e o estudo ficou para trás. Perde-se muito tempo procurando materiais 
espalhados.
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5. Organize o conteúdo a ser estudado
Organize o conteúdo a ser estudado. Perde-se muito tempo decidindo o que vai 
estudar no dia. Você pode organizar o conteúdo juntamente com a elaboração de 
seu cronograma de estudos. Fazendo isso você certamente vai otimizar seu apren-
dizado, pois já sabe o que deve ser estudado em cada dia da semana.
6. Relaxe
Não exagere. Lembre-se de que a jornada é longa. Stress é inimigo do cérebro. 
Atrapalha as transmissões e impede a memorização.
É importante ter um momento de relaxamento. Aproveite umas horas do fim de 
semana para encontrar seus amigos, passear, curtir a família... Isso vai ajudar a 
recuperar a energia para uma nova semana de estudos.
São atitudes simples, mas que fazem toda a diferença!
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O Direito Administrativo
Definição
É de Maria Sylvia Zanella Di Pietro1 o conceito que passo para você agora:
“É o ramo do Direito Público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas 
administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não conten-
ciosa que esta exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de 
natureza pública.”
A professora Di Pietro explica que os estudiosos do Direito, ao formularem o en-
tendimento do Direito Administrativo, como um ramo autônomo do direito público, 
precisaram se valer de diferentes critérios.
Cada uma das teorias apresentadas teve seus pontos positivos e negativos.
O conceito moderno não adota apenas um critério para definir o objeto do Direi-
to administrativo, mas vários deles.
Vamos dar uma olhadanas escolas que buscaram explicar o objeto de estudo 
do Direito Administrativo:
Critério do Serviço Público
Esse critério afirma que o direito administrativo se sintetiza nas regras de or-
ganização e gestão dos serviços públicos, seja essa expressão entendida em 
sentido amplo ou estrito.
A escola do serviço público se desenvolveu na França, baseada no estudo da 
jurisprudência do Conselho de Estado Francês. Três célebres doutrinadores do Di-
reito Administrativo encabeçaram a escola do serviço público: Leon Duguit, Jèza 
e Bonnard.
1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23.ed. São Paulo: Atlas. p.43
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Essa teoria recebeu várias críticas. A principal afirma que, qualquer que seja 
o sentido dado à expressão serviço público, esse critério não seria suficiente para 
definir o real objeto do Direito Administrativo.
Os críticos alegam que a expressão serviço público, em sentido amplo, ultrapas-
sa o objeto de estudo do Direito Administrativo, abrangendo o direito privado. Por 
outro lado, considerar que Direito Administrativo disciplina apenas o serviço públi-
co, em sentido estrito, é incorreto, pois deixa de lado outras atividades que não 
têm natureza de serviço público, mas são objeto de estudo desse ramo do Direito.
O sentido mais amplo de serviço público abrange todo tipo de atividade estatal, 
sem levar em consideração o regime jurídico que rege a atividade. Seguindo essa 
linha, teríamos de incluir no objeto de estudo do Direito Administrativo hipóteses 
que, na verdade, são tratadas por outros ramos do Direito Público, como o Direito 
Constitucional e o Direito Processual, ou ainda normas de Direito Privado, como as 
que regem as atividades industriais e comerciais do Estado.
Por outro lado, se considerarmos o serviço público, em sentido estrito, teremos 
que admitir que o Direito Administrativo se limita a atividades exercidas pelo Esta-
do para atender às necessidades coletivas regidas exclusivamente por normas de 
Direito Público. Teriam que ser excluídas da órbita do direito administrativo algu-
mas atividades que não se enquadram perfeitamente na noção de serviço público, 
como, por exemplo, a atividade de polícia. Também não seria incluída no estudo 
do Direito Administrativo qualquer atividade que o Estado exercesse sob regime de 
Direito Privado.
Então, o serviço público é um dos objetos de estudo do Direito Administrativo, 
mas não o único critério definidor.
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Critério do Poder Executivo
Alguns doutrinadores utilizaram a noção de Poder Executivo para dar uma 
definição ao Direito Administrativo.
Trata-se de um critério insuficiente, na medida em que tanto o Poder Executivo 
quanto os Poderes Legislativo e Judiciário exercem atividade administrativa.
Maria Sylvia Zanella.Di Pietro adverte que, por outro lado, o Poder Executivo 
exerce, algumas funções atípicas, que não são objeto de estudo do Direito Adminis-
trativo. Refiro-me à função de governo, que não está incluída na esfera do Direito 
Administrativo, pelo fato de ser atividade política, ou à intervenção no domínio 
econômico, que é regida também por normas de direito privado.
Critério das Relações Jurídicas
A corrente doutrinária que formulou esse critério alega que o Direito Administra-
tivo é um conjunto de normas destinadas a reger as relações que se travam entre 
a Administração e os administrados.
As principais críticas a esses critérios apontam para o fato de que ele reduz 
o objeto do Direito Administrativo, já que esse também abrange a organização 
interna da Administração Pública. Por outro lado, temos outros ramos do Direito, 
como o Constitucional, o Penal, o Eleitoral e o Tributário, que tratam igualmente de 
relações travadas entre o Estado e particulares.
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Critério Teleológico
Para essa corrente, o Direito Administrativo seria um sistema de princípios 
jurídicos e normas, que regulam a atividade do Estado para o cumprimento dos 
seus fins.
Esse critério foi rejeitado, por não especificar e delimitar exatamente os fins do 
Estado, o que daria margem para serem incluídas outras funções, como a legislati-
va, por exemplo, que está fora do estudo do Direito Administrativo.
A definição do direito administrativo pelo critério teleológico não menciona a 
atividade ou a função administrativa.
Alguns doutrinadores brasileiros de renome, como Osvaldo Aranha Bandeira de 
Mello, adotaram essa corrente, com ressalvas. Esse doutrinador conceitua Direito 
Administrativo como “o ordenamento jurídico da atividade do Estado-poder, en-
quanto tal, ou de quem faça suas vezes, de criação de utilidade pública, de maneira 
direta e imediata”.
Critério Negativo ou Residual
Intimamente relacionado ao critério teleológico, apenas distinguindo-se desse 
pelo fato de excluir do âmbito do Direito Administrativo as atividades de legislação 
e jurisdição. Por esse critério, o Direito Administrativo engloba toda atividade do 
Estado que não se inclua na função de julgar ou na função de legislar.
Obs.: � Crítica ao critério residual: ele se fixa apenas nas atividades desenvolvidas 
pelo Estado, não tratando de outros aspectos igualmente importantes para 
o Direito Administrativo como, por exemplo, a relação da Administração com 
os administrados.
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Critério da Distinção entre Atividade Jurídica e Social do 
Estado
Esse critério define o Direito Administrativo levando em consideração, por um 
lado, o tipo de atividade exercida e, de outro os órgãos que exercem essa ativi-
dade, ou seja, considera o sentido material e o sentido formal de Administração 
Pública. Alguns autores brasileiros, como José Cretella Júnior e Mário Masagão, 
adotaram esse critério.
Critério da Administração Pública
Esse critério foi adotado por diversos autores, dentre eles Hely Lopes Meirelles, 
o adotam, ao conceituar Direito Administrativo como sendo “o ramo do direito pú-
blico que estuda as atividades administrativas, os órgãos e agentes públicos 
que as executam e as pessoas jurídicas e que integram sua organização”.
Critério Funcional
É o critério que predomina na atualidade. Por ele, o Direito Administrativo é o 
ramo jurídico que estuda a disciplina normativa da função administrativa, inde-
pendentemente de quema está exercendo: Poder Executivo, Poder Legislativo ou 
Poder Judiciário.
Taxonomia do Direito Administrativo
Taxonomia não é um termo que utilizamos na nossa linguagem coloquial e, por 
essa razão, não é de se estranhar que muitos não conheçam seu significado. Por 
isso, vamos logo esclarecer.
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Obs.: � Taxonomia indica a natureza jurídica de determinado instituto do Direi-
to, no sentido de apontar a qual das categorias do direito esse ramo perten-
ce, se público ou privado.
O Direito Público estuda a disciplina normativa do Estado.
São ramos do Direito Público: Direito Constitucional, Administrativo, Tributário, 
Penal, Ambiental, Urbanístico, Econômico, Financeiro, Internacional Público, Inter-
nacional Privado, Direito Processual Civil e Penal e Direito Processual do Trabalho.
O Direito Privado, por sua vez, tem seus ramos voltados à compreensão do re-
gramento jurídico dos particulares. São de Direito Privado os seguintes ramos: 
Direito Civil, Direito Empresarial e Direito do Trabalho.
Não há dúvidas de que o Direito Administrativo é ramo do Direito Público, na 
medida em que seus princípios e normas regulam o exercício das atividades esta-
tais, principalmente a função administrativa.
Fontes do Direito Administrativo
Fonte, na pura acepção da palavra, é o local de onde algo vem. Então, fontes do 
Direito são os fatos jurídicos de onde as normas surgem. Sim, quando você pensar 
nas fontes do Direito Administrativo, pense naquilo que promove a apreensão des-
se ramo do Direito Público.
Quando estudamos fontes do direito, devemos saber que podem ser de dois 
tipos:
• fontes primárias, ou diretas: são as que promovem diretamente o surgi-
mento de uma norma;
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• fontes secundárias, ou indiretas: são instrumentos, acessórios, derivados 
das fontes primárias, que fazem surgir a norma.
A seguir, as fontes do Direito Administrativo.
Lei
É a principal fonte do Direito Administrativo. É o único veículo habilitado a criar 
diretamente obrigações, deveres e proibições nesse ramo do Direito.
A lei, como fonte, deve ser considerada em sentido amplo, indicando todo 
ato normativo que expresse a vontade popular. Aí vamos encontrar a Constituição 
Federal, as constituições estaduais as Leis Orgânicas, Leis ordinárias, Leis comple-
mentares, leis delegadas, decretos legislativos, regulamentos, resoluções e medi-
das provisórias,
Lembre-se de que o Direito Administrativo não tem um código. Suas normas 
estão na própria Constituição Federal e em diversos atos normativos.
Jurisprudência
É a repetição de julgados dos Tribunais. A jurisprudência não tem, em si a 
mesma, força obrigatória de uma norma criada pelo legislador, mas influencia de-
cisivamente a maneira como as regras passam a ser entendidas e aplicadas. Veja, 
por exemplo, a Súmula n. 473 do STF, que inspirou o texto do art. 53 da Lei n. 
9.784/1999 LPA). Vamos compará-los:
Súmula n. 473/STF
A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que 
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los por 
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motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Lei n. 9.784/1999
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de 
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos.
Doutrina
É o sistema teórico aplicável ao Direito Administrativo, resultante dos trabalhos 
elaborados pelos estudiosos desse ramo do Direito.
A doutrina não cria diretamente a norma, mas esclarece o sentido e o alcance 
das regras jurídicas, conduzindo o modo como os operadores do direito devem 
compreender as determinações legais.
Costumes
É a repetição de comportamentos e práticas que estabelecem um padrão de 
conduta, tido e adotado como regra. Não têm força jurídica igual ou comparável à 
da lei, só podendo ser considerados vigentes se não contrariarem nenhuma regra 
ou princípio estabelecido na legislação. Costumes “contra legem” jamais serão re-
vestidos de obrigatoriedade.
Lúcia Valle Figueiredo2 não admite os costumes como fonte do Direito Adminis-
trativo, mas essa posição é minoritária.
Obs.: � Lembre-se de que: apenas a lei, em sentido amplo, é fonte primária. 
As demais são fontes secundarias.
2 Curso de Direito Administrativo, p. 46
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As Expressões “Regime Jurídico da Administração Públi-
ca” e “Regime Jurídico-Administrativo”
Regime Jurídico da Administração Pública
Maria Sylvia Zanella.Di Pietro3 ensina que essa expressão indica “a adoção, pela 
Administração Pública de um regime de Direito Público ou por um regime de Direito 
Privado”
Então, se alguém pergunta:
Qual o regime jurídico das empresas públicas?
O que essa pessoa está querendo saber é se essas entidades serão regidas ab-
solutamente por normas de Direito Público, ou se podem ser adotadas algumas 
das normas de Direito Privado, tais como o regime celetista do pessoal.
Então, dentro da Administração Pública existem entidades sujeitas ao regime 
jurídico de direito público, como as autarquias e outras regidas pelo regime ju-
rídico de direito privado, como as Empresas Públicas e Sociedades de Economia 
Mista.
A opção por um ou outro será, em regra, feita pela própria Constituição Federal 
(veja, por exemplo o art. 173, que determina a adoção, pelas estatais, do regime 
jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto a direitos e obrigações 
civis, comerciais, trabalhistas e tributárias), mas pode vir a ser feita por lei.
A Administração Pública participa, na medida em que o Poder Executivo dá início 
ao processo legislativo que irá resultar na promulgação da lei que definirá o regime 
jurídico da entidade.
3 Op. Cit.
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Oque não pode acontecer é a Administração Pública, por ato próprio (um ato 
administrativo), optar por um regime jurídico não autorizado por lei. Isso afrontaria 
o princípio da legalidade.
Quando a Administração Pública adota, para uma entidade, modelos do Direito 
Privado, nunca será absoluto o regramento por normas privadas, pois ela nunca 
deixa de ter alguns privilégios, como por exemplo o juízo privativo, a prescrição 
quinquenal, o processo especial de execução e a impenhorabilidade de bens. Tam-
bém existirão algumas restrições próprias do regime público, como as relativas à 
competência, finalidade, motivo, forma, procedimento e publicidade dos atos.
As normas de Direito Público estarão presentes sempre que a Administração 
precisar alcançar seus fins (a lei vai dar algumas prerrogativas) ou quando se im-
põe o dever preservar os direitos dos administrados (a lei estabelece limitações à 
atuação do Poder Público).
Enfim, a Administração Pública pode submeter-se aos dois regimes jurídicos co-
nhecidos: o de Direito Privado, que traça uma horizontalidade na conduta do Poder 
Público em relação aos particulares (CF/1988, art. 173), ou de Direito Público (que 
leva a uma verticalidade).
Regime Jurídico-Administrativo
Falando em um português bem claro, essa expressão é o nome técnico dado 
pela doutrina ao conjunto de princípios do Direito Administrativo.
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Com sentido diverso da expressão analisada anteriormente (regime jurídico da 
Administração Pública, o termo Regime jurídico-Administrativo é utilizado para 
descrever o conjunto de normas e princípios criados para balizar a atuação da Ad-
ministração Pública e proteger as liberdades individuais.
Essas normas e princípios apresentam alguns traços que caracterizam o próprio 
Direito Administrativo, como a presença simultânea de prerrogativas e sujeições. 
É aí que está a “bipolaridade” do Direito Administrativo: ao mesmo tempo em que 
a Lei dá uma série de prerrogativas à Administração, para propiciar o atingimento 
dos fins públicos, também impõe outra série de restrições, para que não sejam in-
vadidos demasiadamente os direitos e liberdades individuais.
É isso. Em proteção às liberdades individuais, a Administração não pode jamais 
deixar de observar a lei (aplicação do princípio da legalidade) mas, por outro lado, 
no intuito de garantir a supremacia do interesse público sobre o privado, preser-
vando a autoridade da Administração Pública, sem a qual ela jamais atingiria a 
consecução de seus fins, a própria lei lhe atribui alguns privilégios e prerrogativas.
Os princípios que informam o Direito Público e, em especial, o Direito Admi-
nistrativo expressam muitas das prerrogativas e restrições que caracterizam o 
regime jurídico administrativo´.
Passamos, agora, ao estudo dos Princípios da Administração Pública.
Princípios da Administração Pública
O Regime Jurídico Administrativo, como acabamos de ver, tem seu funda-
mento no confronto travado entre as prerrogativas que a Lei confere ao Estado 
(em decorrência da Supremacia do interesse público sobre o privado) e as restri-
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ções impostas ao administrador (em decorrência da Indisponibilidade do Interesse 
Público).
A partir dessa bipolaridade do direito administrativo, os princípios assu-
mem um papel de grande relevância.
Lucas Rocha Furtado4 faz uma ponderação interessante:
“A importância dos princípios está no fato de que, em primeiro lugar, eles servem de 
parâmetro para a interpretação de todas as regras. Se determinado dispositivo legal 
ou regulamentar permitir mais de uma interpretação possível, deve-se optar por aquela 
que melhor realize os princípios.”
Outra grande função dos princípios é a de apresentar soluções para ques-
tões não tratadas diretamente pelas regras. Se determinado agente público 
se depara com situação para a qual deve apresentar solução e existe regra jurídica 
que aponta de forma evidente a solução, deve ele seguir essa regra. Todavia, isso 
nem sempre ocorre. Quantas vezes vê-se o administrador diante de solução para 
a qual nem a lei, nem os regulamentos, nem a doutrina, nem qualquer outra fonte 
possível apresenta solução e ele é, por dever de ofício, chamado a tomar alguma 
medida ou decisão.
Como proceder em situações como essas, tão comuns no serviço público?
A solução está na utilização dos princípios. Devido ao seu elevado nível de abs-
tração, os princípios prestam-se a resolver questões e permitem que o administra-
dor apresente soluções juridicamente fundamentadas”.
4 FURTADO, Lucas Roch, Curso de direito administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2007.
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Pois bem, caro(a) amigo(a). Devemos ter em mente que o operador do direito 
administrativo deverá sempre buscar uma solução que não afronte os princípios, 
nem cause conflito entre eles.
Vou criar um exemplo, para facilitar sua compreensão de como se dá, na prática 
administrativa, a aplicação dos princípios. Imagine uma situação em que a norma 
legal permite a adoção de mais de uma conduta. Nesse contexto, o administrador 
deverá optar por aquela que melhor atenda à eficiência. Entretanto, ele deverá ter 
muito cuidado para não incorrer no grave erro de, sob o pretexto de atender à efi-
ciência, acabar por ignorar a legalidade.
Ao interpretar a lei, o administrador deve adotar a conduta mais eficiente, de 
maneira que atenda aos dois princípios (legalidade e eficiência), e não somente a 
um deles.
Alexandre Mazza5 fala da dupla funcionalidade dos princípios, apontando o 
seguinte entendimento:
“Os princípios do Direito Administrativo cumprem duas funções principais:
a) função hermenêutica: se o aplicador do direito tiver dúvida sobre qual o 
verdadeiro significado de determinada norma, pode utilizar o princípio como ferra-
menta de esclarecimento sobre o conteúdo do dispositivo analisado;
b) função integrativa: além de facilitar a interpretação de normas, o princípio 
atende também à finalidade de suprir lacunas, funcionando como instrumento para 
preenchimento de vazios normativos em caso de ausência de expresso regramento 
sobre determinada matéria”.
5 MAZZA, Alexandre, Manual de direito administrativo. São Paulo: Saraiva. 2015
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Definição de Princípio do Direito
Uma dasmelhores definições de princípios do direito ainda é aquela formulada 
por José Cretella Júnior6:
“Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas, que 
condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os ali-
cerces da ciência”.
Celso Antônio Bandeira de Mello7, por sua vez, nos define princípio do direito nos 
seguintes termos:
“O mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição funda-
mental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de 
critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a 
racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido har-
mônico”.
Princípios Básicos
Quando tratamos do Regime Jurídico Administrativo, vimos que uma de suas 
principais características é a presença de prerrogativas legais conferidas à Admi-
nistração, indispensáveis ao atingimento do interesse público.
Entretanto, para que haja a satisfação do interesse público, deverão ser obser-
vadas duas regras básicas:
• supremacia do interesse público sobre o privado;
• indisponibilidade dos interesses públicos.
Sim, amigo(a), estamos falando de princípios basilares, no sentido de que, 
a partir deles se constroem todos os demais!
6 CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 1986.
7 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo. São Paulo: RT.
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Vamos à análise dos dois.
Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado
Lucas Rocha Furtado8 nos diz que
“não existem interesses públicos presumidos ou ilimitados. Eles só existem após serem 
reconhecidos pela Constituição Federal ou por lei como tais, e necessariamente terão 
limites também fixados pela Constituição ou pela lei”.
É isso, querido(a) aluno(a).
Cabe à Constituição (ou à lei) fazer um juízo de valor acerca dos interesses em 
jogo e atribuir aos interesses públicos uma posição de supremacia sobre os demais.
Tendo sido feito esse trabalho de valoração, o legislador terá então a incumbên-
cia de conferir a pessoas determinadas (principalmente os entes públicos) algumas 
prerrogativas necessárias à realização desses interesses reconhecidos pelos repre-
sentantes do povo como os mais importantes.
Por exemplo: foi do legislador responsável pela elaboração da Lei n. 8.666/1993 
a percepção de que a Administração Pública cumpriria melhor seus objetivos se 
tivesse a prerrogativa de alterar unilateralmente os contratos. Por esse motivo, foi 
incluída na Lei essa cláusula exorbitante, nos artigos 58, I e 65, I.
Podemos identificar a Supremacia do Interesse Público sobre o privado nes-
se caso?
- Claro! O contratado, embora tenha interesses na contratação, sabe que seus 
interesses não podem se sobrepor ao interesse público defendido pela administra-
8 Op.Cit.
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ção contratante e, com isso, está obrigado a aceitar possíveis alterações unilaterais 
feitas por ela. Pois bem, amigo(a), a Supremacia do Interesse Público sobre o pri-
vado se impõe no exercício de prerrogativas públicas, que prevalecem sobre outros 
interesses, podendo até mesmo afastá-los.
Diante disso tudo, partimos de algumas premissas e chegamos a uma conclusão 
lógica:
1º: o Interesse da coletividade é supremo em relação aos interesses dos parti-
culares. Em hipótese alguma será permitido que o interesse de um indivíduo ou de 
um grupo de indivíduos se sobreponha ao interesse de toda a coletividade;
2º: a Administração Pública é um instrumental de que o Estado dispõe para 
atingir seus fins de satisfação do Interesse da coletividade, que está acima dos in-
teresses privados.
Obs.: � Conclusão lógica: a Administração precisa dispor da prerrogativa de impor 
restrições a direitos individuais, a fim de proteger o Interesse Público.
Assim, sempre que houver necessidade, o Poder Público deve se valer dessa su-
premacia e adotar todas as medidas que julgar necessárias, ainda que isso signifi-
que prejuízo a interesses privados. É o que ocorre, por exemplo, na desapropriação 
de bens particulares. Nas cláusulas exorbitantes dos Contratos Administrativos e 
em alguns atributos especiais que os atos administrativos possuem.
Nesse ponto, alguém poderia questionar:
Tudo bem, mas não há limites?
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A resposta é:
-Sim, claro que há limites! Eles se encontram justamente no segundo “pilar” do 
regime jurídico administrativo.
A realização do interesse público não se resume à noção de supremacia, mas 
abrange também a ideia de indisponibilidade do interesse público.
Indisponibilidade do Interesse Público
O Interesse Público não está à livre disposição da Administração Pública. Ele 
pertence ao POVO, não ao administrador.
Conforme leciona Lucas Furtado9:
“pensar em indisponibilidade importa cobrar do agente público ou privado, responsável 
pelo exercício da prerrogativa, estrita fidelidade aos fins visados pelos criadores dessa 
prerrogativa”.
Sim, caro(a) aluno(a).
As prerrogativas, como vimos, são criadas pela Constituição Federal ou pela 
lei. Caberá àqueles que irão aplicá-las a verificação acerca dos fins a serem alcan-
çados, bem como dos motivos que levaram o legislador a criar tais prerrogativas. 
Feito isso, deverão agir de modo que sejam satisfeitos os objetivos traçados.
O Regime jurídico-administrativo deve, por outro lado, impor ao administrador 
regras e restrições, a fim de evitar que esse abra mão do Interesse Público e 
passe a perseguir interesses privados.
Não há liberdade para o aplicador da lei, no que se refere à disposição dos bens 
e interesses da coletividade.
Caberá a ele, tão somente, guardar e preservar tais bens e interesses, adminis-
trá-los de forma transparente, sempre prestando contas dessa administração.
9 Op.Cit.
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Um exemplo legal da aplicação do princípio da indisponibilidade dos bens e in-
teresses públicos é o disposto no artigo 17 da Lei n. 8.666/1993, que estabelece 
regras para a alienação de bens públicos.
Vejamos:
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de 
interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às 
seguintes normas:
I – Quandoimóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração 
direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades pa-
raestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, 
dispensada esta nos seguintes casos:
(...)
Ah, agora, sim, as coisas estão ficando claras!
Muito bem, agora que as coisas estão clareando, vamos avançar um pouco no 
tema “Princípios do Direito Administrativo”.
Antes de mais nada, preciso te pedir para memorizar isso:
Obs.: � Todos os princípios do direito administrativo têm origem constitu-
cional. Alguns deles são denominados princípios constitucionais expres-
sos, outros são princípios constitucionais implícitos, mas todos eles 
decorrem da Constituição Federal!
Princípios Constitucionais Expressos
São mencionados explicitamente no caput do Art. 37 da Constituição de 1988.
Vejamos:
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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
Apenas para efeito de memorização, guarde essa sigla:
Obs.: � “L. I. M. P. E.”
 � LEGALIDADE
 � IMPESSOALIDADE
 � MORALIDADE
 � PUBLICIDADE
 � EFICIÊNCIA
Legalidade
Este princípio é característico dos Estados de Direito, por ser uma garantia de 
respeito, por parte do Estado, aos direitos individuais.
Na medida em que a lei estabelece direitos, ela mesma traça limites para a 
qualquer atuação da Administração Pública que vise à restrição do exercício desses 
direitos, como meio de proteção aos particulares.
Nesse cenário de legalidade, podemos afirmar que a vontade da Administra-
ção pública é a que resulta da lei.
Amigo(a), nesse ponto é importante que o estudante do direito administrativo 
saiba desvincular o raciocínio do direito público daquele aplicável ao direito privado.
No campo do direito Administrativo, a doutrina vem admitindo a existência de 
dois princípios da legalidade.
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O primeiro é a reserva legal do cidadão, prevista no Art. 5º da Constitui-
ção, que permite a todos os particulares fazer tudo o que não é proibido por lei.
Nós, privados, temos a garantia constitucional que nos permite agir da maneira 
que bem entendermos, desde que isso não contrarie a lei. Um particular não pode 
ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. Isso porque 
somente a lei formal, aprovada pelo Legislativo, pode criar obrigações ou direitos 
a um particular, impondo a esse o dever de agir ou de se abster de fazer alguma 
coisa.
Essa legalidade, do direito privado, é também chamada “princípio da reserva 
de lei”.
A segunda versão do princípio da legalidade tem o sentido de subordinação à 
lei. O administrador público atua sempre que houver permissivo legal.
É a legalidade administrativa, prevista no Art. 37, caput, da Constituição 
de 1988.
Não havendo permissão legislativa, não pode haver atuação administrativa. 
O silêncio legislativo, em regra, não permitirá a atuação do administrador!
Impessoalidade
Na concepção clássica de Hely Lopes Meirelles10, o princípio da impessoalidade 
nada mais é do que o clássico princípio da finalidade. A doutrina mais atual já nos 
informa que devemos analisá-lo sob dois prismas.
Então vamos lá. Primeiro vamos ver a doutrina tradicional, depois a visão mais 
moderna. Ambas estão corretas e você deve estar preparado para provas que abor-
dem qualquer uma delas!
10 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33a ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
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A princípio, vamos entender impessoalidade como não discriminação. A dou-
trina tradicional nos traz essa ideia, de atuação não discriminatória.
São critérios objetivos, não pessoais, que movem a atuação do administrador. 
Quando esse atua, não enxerga as pessoas que serão atingidas pelo ato, pois não 
pode agir de forma pessoal, seja para beneficiá-las, seja para prejudicá-las.
Assim, o princípio da impessoalidade, no seu sentido clássico significa 
não discriminação.
Mas a doutrina moderna vem apontando outro sentido, e isso vem sendo cobra-
do em provas!
Na abordagem moderna, a impessoalidade deve ser analisada agora sob a 
ótica do administrador. Os que a interpretam dessa forma afirmam que, quando 
um ato administrativo é praticado, não se deve ver a pessoa do agente, e, sim, 
o Estado atuando por meio desse agente. É o que diz a Teoria do Órgão, também 
conhecida como Teoria da Imputação Volitiva, que veremos mais adiante, em 
detalhes.
Por ora, basta entender que para essa faceta da impessoalidade, a atuação 
Estatal é exercida por meio dos órgãos e agentes públicos e, consequentemente, 
a responsabilidade deve ser imputada ao próprio Estado.
Muito bem, amigo(a).
Sobre impessoalidade é o que temos a dizer. Trata-se de um dos princípios cons-
titucionais expressos, que impõe ao agente público uma atuação livre de quaisquer 
discriminações, sejam elas benéficas ou prejudiciais e exige que essa atuação seja 
pautada pela objetividade, visando sempre à finalidade pública do ato (doutrina 
clássica). Por outro lado, a atuação da Administração Pública não deve ser imputa-
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da à pessoa do agente público que a realiza, mas ao próprio Estado. Isso porque o 
Estado atua por meio de seus agentes, que atuam com impessoalidade.
Fácil até aqui, não?
Sim, muito tranquilo.
Então vamos em frente.
Moralidade
Hely Lopes Meirelles11 avisa que não devemos confundir a moralidade ad-
ministrativa com a moral do senso comum.
A moralidade do senso jurídico não se confunde com a moral social, do senso 
comum, sob pena de haver certa confusão, pois a moral social varia de lugar para 
lugar, de época para época.
Só a título de exemplo, deixe-me citar um artigo de lei. Vamos ver o art. 132, 
da Lei n. 8.112/1990, que trata da demissão dos servidores públicos da União. Esse 
artigo ao tratar dos casos de demissão, aponta a hipótese de “conduta escandalosa 
ou incontinência pública na repartição”.
Pois bem, então eu te pergunto:
Essa regra do Art. 132, que prevê a demissão do servidor público, é decorrência 
do princípio da moralidade?A resposta é:
- Não. É decorrência da moralidade social.
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Essa demissão não decorre do princípio da moralidade previsto no caput do 
Art. 37 da Constituição, pois esse é relativo a moral jurídica, que por sua vez se 
vincula à ideia de ética, probidade, não corrupção. Não se confunde com a moral 
social.
Aqui, como princípio que dever reger toda a atuação da Administração, trata-
mos da moralidade jurídica. Nesse sentido, a moralidade significa ética, decoro 
e boa-fé, estando diretamente vinculada à probidade no trato com a coisa pública 
e no combate à corrupção.
Interessante, não é?
Ok, então vamos em frente.
Publicidade
Devemos entender a publicidade, como princípio constitucional expresso, no 
sentido de transparência na atuação administrativa. A publicidade viabiliza o con-
trole social dos atos da Administração. Isso se deve ao fato de que, se a atividade 
administrativa for sigilosa, não há como ela ser controlada.
Além de a publicidade ser um meio de viabilização do controle, um dos meios de 
trazer a publicidade, que é a publicação, é um requisito de eficácia dos atos. 
Sim, pois um ato administrativo só pode produzir seus efeitos externos após sua 
publicação.
Mas, lembre-se de que não devemos encarar a publicidade de forma absoluta. 
Devemos analisar cada caso concreto, pois o sigilo é admitido em algumas circuns-
tâncias. A própria Lei n. 12.527/2011, denominada “Lei de Acesso à Informação”, 
traz em seu texto hipóteses de sigilo.
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Mas, para que o sigilo seja lícito e legítimo, é necessário que um dos seguintes 
pressupostos se faça presente:
• relevante interesse coletivo;
• garantia de segurança nacional;
• proteção à intimidade, à honra e à vida privada.
O texto constitucional prevê algumas exceções ao princípio da publicidade. 
O Art. 5º, XXXIII, dispõe que
XXXIII – todos têm direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu-
rança da sociedade e do Estado.
Outro inciso do mesmo artigo permite alguma restrição à publicidade dos atos. 
Trata-se do inciso LX, a seguir:
LX – A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem
Entretanto, devemos lembrar que não cabe ao administrador estabelecer regras 
de sigilo. Somente a lei pode fazê-lo.
A regra é que o ato administrativo seja levado ao conhecimento público, ressal-
vadas as hipóteses de sigilo legalmente previstas.
Eficiência
É o mais novo dos princípios constitucionais expressos, incluído no Art. 37 da 
Constituição Federal dez anos após sua promulgação, com a Emenda Constitucional 
19 de 1998, conhecida como “Reforma Administrativa Brasileira”.
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Em um primeiro momento, a doutrina chegou a dizer que se tratava de um 
princípio fluído, que só teria aplicabilidade no caso concreto quando uma lei viesse 
a regulamentá-lo.
Hoje, entretanto, não é esse o entendimento. A doutrina moderna é unânime 
em afirmar que é trata-se de norma de eficácia plena, de aplicabilidade imediata.
O princípio da eficiência exige que a atuação da Administração Pública seja pau-
tada pela busca de resultados positivos. Caso o ato não seja apto a produzir tais 
resultados não deve ser praticado. Interessante ressaltar que a própria Emenda 
Constitucional n. 19/1988 deu aplicabilidade ao princípio.
Vejamos o que diz a Constituição no Art. 41, ao tratar da perda do cargo de um 
servidor público estável que seja considerado ineficiente em avaliações periódicas 
de desempenho.
Art. 41.
...
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 19, de 1998
...
...
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, 
de 1998)
Essa avaliação especial de desempenho, feita por comissão especial, men-
cionada no art. 41, se configura na aplicação efetiva do princípio da eficiência, no 
âmbito da Administração Pública!
Com relação à Lei Complementar mencionada na Constituição, te informo que 
em outubro de 2017 foi aprovada na CCJ do Senado Federal o Projeto de Lei que 
irá regulamentar o disposto no inciso III do § 1º do Art. 41. O processo legislativo 
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do referido PL ainda deverá ser concluído antes que a lei vá à Sanção do Presidente 
de República.
Pois bem, amigo(a). Concluindo o princípio da eficiência, é importante frisar que 
não basta que o administrador público tenha uma atuação dentro da legalidade. 
É necessário que essa atuação produza resultados positivos, favoráveis aos fins do 
estado.
Vamos aproveitar o ensejo e esclarecer um ponto que pode ser uma dúvida sua. 
Trata-se da diferenciação entre 3 termos: Eficiência, Eficácia e Efetividade
Eficiência, Eficácia e Efetividade
José dos Santos Carvalho Filho nos esclarece com maestria:
Eficiência, eficácia e efetividade são conceitos que não se confundem. A eficiência seria 
o modo pelo qual se exerce a função administrativa. A eficácia diz respeito aos meios e 
instrumentos empregados pelo agente. A efetividade é voltada para os resultados 
de sua atuação.
A eficiência exige daqueles que irão aplicar os recursos públicos o exame da 
relação custo/benefício de sua atuação. Há uma necessidade de planejamen-
to, indicando quais são as melhores opções.
Para se obter atividades eficientes, é necessário que se faça o planejamento dos 
gastos públicos, a definição de metas e o exame dos custos necessários ao atingi-
mento dessas metas.
Mas, não só de eficiência se faz uma boa administração.
Também é necessário que o administrador procure fazer um exame acerca da 
eficácia e efetividade de sua atuação. Afinal, a Constituição de 1988 exige o con-
trole daeconomicidade da atuação administrativa, nos termos do Art. 70.
Economicidade exige a harmonia entre eficiência, eficácia e efetividade.
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Por eficácia devemos entender o exame dos resultados. Diante disso, na medi-
da em que vão sendo realizadas as atividades estatais, o administrador dever veri-
ficar em que medida aquelas atividades produziram benefícios para a coletividade.
O exame da eficácia, como aspecto da economicidade, dá especial importância 
aos resultados do exercício de qualquer atividade do Estado. O administrador deve 
verificar que resultados suas atividades geraram e se isso trouxe algum benefício 
para a coletividade. Caso não se verifiquem benefícios os responsáveis devem de-
finir novos modelos ou estratégias.
A efetividade, por sua vez, só ocorrerá se os dois aspectos da economicidade, 
mencionados anteriormente – eficiência e eficácia –, tiverem sido cumpridos.
Por respeito à eficiência, devem ter sido definidas metas de atuação. Pela efi-
cácia, presume-se que foram constatados resultados da atividade administrativa.
Por fim, pela efetividade deve-se comparar as metas fixadas com os resultados 
efetivamente produzidos.
Muito bem, querido(a) aluno(a). Com o princípio da eficiência concluímos os 5 
princípios expressos no “caput” do Art. 37 da Constituição. É o célebre “L.I.M.P.E.”, 
sigla que todo estudante de direito administrativo imediatamente vincula a princí-
pios.
Não são apenas esses cinco os princípios constitucionais do Direito Administrativo. 
Esses estão arrolados, de forma explícita, no Art. 37, caput, mas há outros princí-
pios administrativos expressos na Constituição!
Sim, é verdade!
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O Art. 5º, inciso LV, por exemplo, assegura a todos os litigantes, em processos 
judiciais ou administrativos, o contraditório e a ampla defesa.
Esses dois princípios, que caminham sempre de mãos dadas, foram impostos 
pela Constituição Federal a todos os agentes públicos que atuem em processos ad-
ministrativos.
Princípios Expressos na Lei n. 9.794/1999
Contraditório e Ampla Defesa
O contraditório diz respeito à comunicação dos atos dos processos, em tempo 
hábil à adoção de medidas do interesse das partes.
Esse princípio deve ser respeitado em todos os processos, sejam eles judiciais 
ou administrativos.
Veja, por exemplo, o que ocorre no Processo Administrativo disciplinar, na fase 
de Inquérito. O acusado somente será ouvido após a inquirição das testemunhas. 
Isso se deve ao fato de que é necessário que se conceda a esse acusado o direito 
de contraditar as testemunhas, pedir acareações, enfim... ele deve ter o direito de 
ser comunicado de todos os atos processuais, em tempo suficiente para tomar as 
providências de seu interesse.
A ampla defesa se refere ao direito dos interessados, em processos adminis-
trativos, de se manifestarem antes da decisão, além de utilizarem todos os 
meios de prova, desde que obtidas por meios lícitos.
Aqui temos a aplicação, nos processos administrativos, da teoria dos frutos 
da árvore envenenada12, prevista na Lei n. 9.784/1999, art. 30.
12 A teoria dos frutos da árvore envenenada (“fruits of the poisonous tree”, em inglês) é uma “metáfora 
legal”. Ela determina que uma prova obtida por meios ilícitos acaba por viciar de ilicitude todas as provas 
que dela se originem. É o que se denomina “ilicitude por derivação”.
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Outro aspecto importante acerca da aplicabilidade do princípio da ampla de-
fesa a processos administrativos é que não há a obrigatoriedade de defesa técnica 
(por advogado).
A Súmula Vinculante n. 5 determina que a ausência de defesa técnica nos 
Processos Administrativos Disciplinares (o que também se aplica a todos os demais 
processos administrativos) não gera a nulidade do processo.
Fazer-se assistir por advogado, nos processos administrativos, é uma 
faculdade, um direito dos interessados.
Por fim, vamos verificar a questão do duplo grau de julgamento.
Existe o direito ao duplo grau de julgamento, na esfera administrativa, como 
inerente à ampla defesa?
Seria assegurado o direito a recursos, nos processos administrativos, em obe-
diência ao princípio da ampla defesa?
A resposta para ambos questionamentos é SIM.
É assegurado o direito a recursos, e isso fica assegurado pela Súmula Vincu-
lante n. 21, que julga inconstitucional a exigência de depósito prévio ou caução, 
como condição para a interposição de recurso administrativo. Isso se deve ao fato 
que a exigência de tal depósito viria a limitar o direito à ampla defesa.
Razoabilidade e Proporcionalidade
Razoabilidade: determina que o agente público, ao se deparar com situações 
em que a lei permite discricionariedade na atuação, deve fazer suas escolhas 
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dentro de padrões médios de aceitabilidade social. Uma atuação razoável é uma 
atuação aceitável socialmente.
Esse princípio foi desenvolvido pelo direito administrativo para controlar a le-
gitimidade dos atos administrativos. A razoabilidade se apresenta como um me-
canismo de controle da discricionariedade administrativa e se resume na seguinte 
expressão: adequação entre meios e fins.
No direito administrativo, o princípio da razoabilidade é aplicado em situações 
concretas, para definir se a solução adotada é compatível com as peculiaridades 
que o caso comporta.
A importância prática da razoabilidade está no fato de que ela permite o contro-
le de legitimidade da discricionariedade administrativa.
O exame de razoabilidade não significa invasão do mérito, pois a solução con-
trária à razoabilidade não é inconveniente ou inoportuna. É ILÍCITA.
Proporcionalidade: intimamente relacionado à razoabilidade, (sendo entendi-
do modernamente como um de seus aspectos), também diz respeito à adequação 
entre meios e fins. A razoabilidade, entretanto, deve ser adotada em sentido 
amplo, enquanto a proporcionalidade é um mecanismo que se destina a conter o 
uso da imperatividade e do poder de polícia administrativa. Os atos administrativos 
devem ter consequências proporcionais aos motivos que deram ensejam à sua prá-
tica. Diante disso, as consequências dos atos administrativos não podem ser nem 
mais intensas nem menos intensas que os motivos que justificaram sua prática.
A proporcionalidadeé muito importante no que se refere à aplicação de penali-
dades. Uma penalidade não deve ser desproporcionalmente mais intensa ou menos 
intensa que a infração cometida.
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Motivação
Mais uma vez vamos compartilhar as palavras do professor Lucas Rocha Furta-
do:
“Em regimes democráticos, em que o Estado atua de modo a atender às necessidades 
da população e de modo a realizar fins compatíveis com os direitos fundamentais e com 
a realização da Constituição, não se admite a prática de atos não motivados, não justi-
ficados”.
O princípio da motivação impõe ao administrador o dever de indicar os pressu-
postos de fato e de direito em que fundamentou seu ato. (Lei n. 9.784/1999, 
art. 2º, parágrafo único, VII).
Dessa forma, o ato administrativo só será válido se trouxer, por escrito, a expo-
sição dos fundamentos fáticos (circunstâncias) e fundamentos jurídicos que justi-
ficam sua prática.
A Lei n. 9784/1999, além de mencionar explicitamente esse princípio em seu 
artigo 2º, dedicou um capítulo exclusivamente à motivação, tratando do tema no 
art. 50, que traz um rol exemplificativos de motivações obrigatórias.
Vejamos:
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
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VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pare-
ceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declara-
ção de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões 
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecâ-
nico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou 
garantia dos interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais 
constará da respectiva ata ou de termo escrito.
A motivação é um mecanismo de controle da Administração Pública. Ao mo-
tivar o ato, o administrador se vincula aos motivos expostos. Se não houver cor-
respondência entre o motivo alegado e a realidade, o ato pode ser anulado.
É oportuno que, ao tratar do princípio da motivação, façamos uma abordagem 
da teoria dos motivos determinantes, tema muito cobrado em provas de con-
cursos.
Teoria dos Motivos Determinantes
Para essa teoria, ao motivar o ato, ainda que não fosse obrigado a fazê-lo, 
o administrador se vincula ao motivo exposto. Se não houver conformidade entre o 
motivo e a motivação, o ato será nulo.
Obs.: � Curiosidade: a Teoria dos Motivos Determinantes nasceu no direito administra-
tivo francês, por meio de Gaston Jèze13. Foi desenvolvida a partir de um caso 
de contencioso administrativo. O caso foi o seguinte:
13 Gaston Jèze foi um acadêmico francês, Especialista em Finanças Públicas e Direito Administra-
tivo, humanitário e ativista dos direitos humanos. Nasceu em Tulousse, em 2 de março de 1869 
e morreu em de agosto de 1953, em Deauville.
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Obs.: � Um servidor público foi exonerado sob a alegação de que ele próprio havia feito 
um pedido de desligamento. Esse servidor provou que nunca houvera feito o 
pedido, e sua exoneração foi anulada.
Segurança Jurídica
Esse princípio tem base constitucional, no Art. 5º, XXXVI, que impede que a lei 
retroaja para afetar direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
A Segurança Jurídica se aplica a todos os ramos do Direito, pois seu fundamento 
é garantir a previsibilidade das ações do Estado e, consequentemente, a estabilidade, 
a ordem e a paz social. A observância a esse princípio evita que ocorram mudanças 
abruptas, sobressaltos e surpresas em consequência das ações governamentais
A aplicação da segurança jurídica evita que as pessoas tenham surpresas com 
alterações nas leis ou nas condutas do Estado.
Em relação ao direito administrativo, especialmente, são vedadas novas inter-
pretações da norma administrativa, com aplicação e efeitos retroativos.
É isso o que dispõe o art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei n. 9.784/1999:
“Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...)
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento 
do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”.
Jurisprudência: o Supremo Tribunal Federal entende que a segurança jurí-
dica é também princípio constitucional, na posição de subprincípio do 
Estado de Direito (MS 24.268/MG).
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Princípios Implícitos
Continuidade dos Serviços Públicos
Esse princípio se refere à permanência da atividade administrativa.
Num primeiro momento devemos nos fixar no seguinte raciocínio: a atividade 
da Administração deve ser ininterrupta, perene.
Diante do grave inconveniente e dos problemas gerados pela interrupção da 
atividade administrativa, surgem algumas questões práticas que precisamos en-
frentar.
Como fica o direito de greve dos agentes públicos?
Em primeiro lugar, devemos entender que o direito de greve não alcança os 
militares.
O art. 142 da Constituição veda expressamente o direito de sindicalização e de 
greve dos militares.
De acordo com esse dispositivo constitucional, a vedação abrange os militares 
das Forças Armadas, bem como os policiais militares e bombeiros dos estados.
Greve de Militares é Inconstitucional!
Os servidores civis, por sua vez, têm assegurado pela Constituição, no art. 37, 
o direito de greve, a ser exercido nos termos e condições estabelecidos em lei es-
pecífica.
Muito bem, ocorre que essa lei específica não foi editada até o presente mo-
mento.
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