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1 Introdução ao Direito Administrativo •Conceito de Direito Administrativo -Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado (em qualquer dos Poderes) (critério da administração pública). - E o que é regime jurídico administrativo? R: regras + princípios = regime jurídico administrativo. São regras e princípios que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, no regime das atividades administrativas. -Quem define os fins do Estado? R: É o Direito Constitucional que define, mas é no Direito Administrativo que vamos realizar esses fins, efetivar esses objetivos (de forma direta, concreta e imediata). - Realizar de forma direta, concreta e imediata, o que significa isso? a) Direta = não precisa, não depende de provocação. A indireta precisa de provocação, é a jurisdicional. b) Concreta = tem destinatário certo, produzir efeitos concretos. Afasta a função abstrata do Estado. Função abstrata do Estado é a função legislativa. c) Imediata = atividade jurídica. Estado efetivando a política pública. •Fontes do Direito Administrativo - Mas, o que é fonte? R: É aquilo que vai levar ao surgimento de uma regra de D. Administrativo. - E quais são elas? a) Lei – em sentido amplo (qualquer espécie normativa). b) Doutrina – resultado do trabalho dos estudiosos. c) Jurisprudência – julgados reiterados do Tribunal no mesmo sentido. Súmula = quando a jurisprudência está pacificada. d) Costume – pratica habitual, acreditando ser ela obrigatória. Fonte secundária e indireta. Não cria e nem exime obrigação. e) Princípios gerais do Direito – viga mestra, alicerce do Direito. Expressos ou implícitos. •Sistemas administrativos (ou mecanismos de controle) -Praticado um ato administrativo, ele pode ser controlado / revisado por quem? 1) Contencioso administrativo (sistema francês) – controle feito pela própria Administração, excepcionalmente o Judiciário controla. 2) Jurisdição única (sistema inglês) – controle / revisão do ato é feita pelo Poder Judiciário. A Administração também controla, mas essa decisão pode ser revista pelo Judiciário. **No Brasil é adotado o sistema de jurisdição única (sistema inglês). •Governo, Estado, Administração, são a mesma coisa? - Não. São conceitos que não se confundem, não são sinônimos. - Estado = pessoa jurídica de direito público, tem os elementos: povo, território, finalidades específicas, soberania, governo. - Governo = elemento do Estado que significa comando, direção da pessoa jurídica. Governo soberano = nas relações internacionais ele tem independência e nas relações internas ele tem supremacia. - Administração = máquina administrativa, elemento estrutural do Estado (órgãos, agentes, bens, entidades). 2 Regime Jurídico Administrativo •Conceito de regime jurídico administrativo -Conjunto harmônico de regras e princípios que definem a lógica de atuação ao ente público, a qual se baseia na existência de limitações (indisponibilidade) e prerrogativas em face do interesse público (supremacia). Conjunto harmônico de princípios + relação logica de coerência = unidade, sistema, regime jurídico. •Princípios que regem o Direito Administrativo -Princípio = viga mestra, alicerce, base do ordenamento jurídico. 1) Princípios mínimos do Direito Administrativo: -Art. 37 CF, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. A) Princípio da Legalidade – artigos 5, II, 37, caput, 84, 150, todos da CF. -Enfoques da legalidade – Direito Privado = o particular pode tudo, só não pode contrariar a lei, critério de não contradição à lei; Direito Público = só pode o que está previsto na lei, critério de subordinação à lei. -Controle de legalidade (em sentido amplo) = verificar se o ato está de acordo com a lei e a com a CF e suas regras e princípios. -Princípio da reserva de lei é diferente de Legalidade. Reserva de lei significa selecionar uma matéria e determinar uma certa espécie normativa, escolha de espécie normativa, enquanto legalidade é fazer o que a lei autoriza ou determina. B) Princípio da impessoalidade – ausência de subjetividade. O administrador não pode buscar interesses pessoais. -A Administração tem que tratar a todos sem discriminações, benefícios ou detrimentos. -O ato administrativo é também impessoal, o ato não é dele (servidor) é da pessoa jurídica a que ele pertence. -Ex: licitação, concurso público. C) Moralidade – não tem conceito fechado – traduz a ideia de honestidade. Correição de atitudes. Respeito a princípios éticos. Boa-fé, retidão de conduta. -Moral comum difere-se da moral administrativa, esta é mais rigorosa, não basta agir de forma correta, deve ser o melhor administrador possível. -Súmula Vinculante 13 – vedação ao nepotismo. D) Publicidade (gênero) – o direito é do povo, então é preciso dar conhecimento ao titular do poder. -Condição de eficácia / inícios de contagem de prazo / mecanismo de controle / início da produção de efeitos. -Não se confunde com publicação, que é espécie de publicidade. -Ex: arts. 5, XXXIII, XXXIV, LXXII e 37, caput. *Exceções ao princípio – art. 5 X, XXXIII, LX – intimidade, vida privada, honra, segurança da sociedade e Estado, atos processuais sigilosos. -Mandado de Segurança X Habeas Data – Qual é o remédio constitucional cabível em caso de negação de publicidade? R: Habeas Data quando for informação sobre a própria pessoa, informações pessoais. Obter ou corrigir informações. Se forem informações não pessoas será o Mandado de Segurança, direito líquido e certo de obter informação de meu interesse, mas não pessoais. -Art.37 §1° - dever se informação. E) Eficiência – ainda não representa a realidade – EC 19/98, atrelou eficiência à estabilidade. Avaliação especial de desempenho para estabilidade e também periódica para estáveis. -Produtividade, rendimento pessoal, ausência de desperdícios, agilidade, economia. -Racionalização da máquina pública – art. 169 CF. 2) Princípios basilares (pedras de toque): A) Supremacia do interesse público sobre o privado – é superioridade, a sobreposição do interesse público frente ao privado. -Pressuposto lógico de convívio social. - A superioridade não é do gestor, não é superioridade da máquina administrativa. É do povo, do interesse do povo. -Princípio implícito na CF. B) Indisponibilidade do interesse público – limite à supremacia do interesse público. A Administração pode ‘quase tudo’, mas não pode abrir mão do interesse público. 3 -O administrador de hoje não pode criar entraves, obstáculos para o administrador de amanhã. *Função pública = atividade em nome e no interesse do povo, administrador público exerce função pública = encargo + obrigação + múnus público. - Não pode abrir mão do direito do povo. •Princípios Implícitos 1) Princípio da isonomia – “tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades.” -Quais os iguais, os desiguais e a medida de suas desigualdades? Qual o fator de discriminação? Está de acordo com o objetivo da norma? R: se estiver de acordo não viola o princípio da isonomia. Há compatibilidade entre o fator de discriminação e o objetivo da norma? 2) Contraditório e ampla defesa – art. 5, LV, CF. -Contraditório = conhecimento, ciência. Bases: a) Lógica = bilateralidade; b) Política = ninguém pode ser julgado sem ser ouvido. -Ampla defesa = oportunidade de defesa. Exigências da ampla defesa: a) Defesa prévia; b) Direitos à informação; c) Direito de defesa técnica (advogado) – Súmula Vinculante 05, a falta de defesa técnica por advogado no PAD não ofende a CF; d) Direito a produção de provas e avaliação delas; e) Direito de recurso – Súmula Vinculante 21. 3) Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade –implícitos na CF e expressos na lei ordinária 9.784/99 (processo adm. federal). -Razoabilidade = agir de forma razoável, lógica, coerência. Proibidos os excessos. -Proporcionalidade = agir com equilíbrio entre os atos e medidas, benefícios e prejuízos. -Representam limites à discricionariedade do administrador. 4) Autotutela Administrativa – não se confunde com tutela administrativa. -Permite a Administração rever seus próprios atos. Anular atos ilegais, revogar por conveniência e oportunidade, respeitando os direitos adquiridos (ambos os casos, ressalvada a apreciação judicial). 5) Continuidade dos Serviços Públicos – prestação ininterrupta, salvo emergência e aviso prévio. Prestação adequada. -Delegatário prestador não pode interromper a prestação, mesmo que a Administração esteja descumprindo sua parte. Apenas com decisão judicial transitada em julgado. 6) Motivação – indicação dos elementos fáticos e jurídicos que justificam a prática do ato. Tanto para atos discricionários como para atos vinculados. Exceção: exoneração de cargo em comissão. 4 Organização da Administração Pública •Formas de prestação da atividade administrativa -Quem presta o serviço público? A que título está prestando? Qual o vínculo jurídico? R: Depende da forma de prestação. -As formas podem ser: centralizada, desconcentrada, descentralizada. Pela administração direta, indireta e particulares. -Centralizada = o núcleo da Adm. que presta o serviço, Adm. Direta, União, Estados, Municípios, DF, prestado pelos entes políticos. -Descentralizada = Adm. Indireta (entes administrativos) ou particular prestam o serviço. A Adm. Direta transfere para uma nova pessoa (física ou jurídica). É sem hierarquia, sem subordinação. -Descentralização pode ser por outorga ou por delegação. *Outorga = transferência da titularidade e da execução do serviço, apenas por meio de lei, apenas para a administração indireta de direito público. *Delegação = transferência apenas da execução. Pode ser por meio de lei às pessoas jurídicas da Adm. Indireta de direito privado. Pode ser por meio de contrato administrativo aos particulares (concessionários / permissionários). Pode ser por meio de ato administrativo aos particulares. Autorização de serviço público (serviços de táxi, despachantes). -Desconcentrada = distribuição de serviços dentro da mesma pessoa jurídica. É com hierarquia, com subordinação. Existe controle e fiscalização. •Administração Direta - Direta – União, Estados, Municípios e Distrito Federal (aprofundado em constitucional). Rol taxativo. Entes federados, pessoas políticas, entes políticos. Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico, é a lei que define quem é Administração Pública. -Poderes do Estado (ou Poderes da República) - Funções típicas Funções atípicas Poder Executivo Administrar Legislar Poder Legislativo Legislar Fiscalizar Julgar Administrar Poder Judiciário Julgar Legislar Administrar •Órgãos Públicos - Órgão público é um centro especializado de competência, um núcleo de competência. Feixe despersonalizado de competências, divisão interna das competências, é dentro de uma mesma pessoa jurídica da Administração Direta ou Indireta. *Características: -Não tem personalidade jurídica, não pode ser sujeito de direito, não pode ser sujeito de obrigação. Quem responde pelos seus atos é a pessoa jurídica a que ele pertence. #pode ter CNPJ (art. 4 da Instrução Normativa da Receita Federal 1.634/16) – Se o órgão tem recursos públicos tem a possibilidade de ter CNPJ para a Receita realizar controle do fluxo do recurso. -Pode ir a juízo? Pode. Órgãos independentes ou autônomos são exceções em caso de Mandado de Segurança para defesa de suas prerrogativas funcionais (como autor). Pode ter representação própria? Pode, ex: Presidente da Assembleia Legislativa. -São fruto de desconcentração administrativa, que ocorre dentro da mesma pessoa jurídica. -Criação e extinção por meio de Lei (reserva legal). -São hierarquizados. -Podem celebrar contrato de gestão, art.37, §8, CF. *Teoria do Órgão – a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio de seus órgãos públicos. E seus órgãos públicos manifestam sua vontade por meio de seus agentes públicos. 5 *Classificação dos órgãos públicos: 1) Quanto a posição estatal: -Órgãos Independentes – mais alto escalão, não subordinados, agentes políticos, competências hauridas da CF. Ex: Presidência da República, Tribunais, Câmara, Senado. -Órgãos Autônomos – hierarquizados, ampla autonomia (administrativa, técnica, financeira), órgãos diretivos. Ex: Ministérios, secretárias. -Órgãos Superiores – direção, chefia, controle e decisão, autonomia reduzida (apenas técnica). Ex: Coordenadorias, gabinetes. -Órgãos Subalternos – mera execução, poder decisório reduzido. *Cada vez que desce um degrau perde sua principal característica. 2) Quanto a estrutura: -Simples (unitários) -Composto – dividido em outros órgãos. 3) Quanto a composição (atuação funcional): -Singulares (unipessoais) = decisão de um agente. -Colegiados (pluripesoais) = manifestação conjunta. 4) Quanto a esfera de atuação: -Centrais = todo o território. -Locais = apenas em parte do território. •Administração Indireta -Forma de descentralização administrativa. Entes ou Pessoas Administrativas. -Não têm autonomia política, não legisla. -Quais entes compõem a Administração Indireta? Autarquia – Fundação Pública – Empresa Pública – Sociedade de Economia Mista. *Características aplicáveis a todas: a) Personalidade Jurídica própria – aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações (capacidade processual) responde pelos seus atos, patrimônio próprio, receita própria, autonomia técnica, administrativa e financeira. b) Criação e extinção – art. 37, XIX, CF – Lei cria autarquia e fundação de direito público (sem registro, não precisa de mais nada) e lei autoriza a criação (registro na Junta Comercial = natureza empresarial e Cartório = natureza civil, registro dos atos constitutivos no órgão competente) de fundação de direito privado, governamental (finalidades = lei complementar), empresa pública e sociedade de economia mista. Lei Ordinária Específica, só pode cuidar disso, cada pessoa da pessoa jurídica indireta vai ter a sua lei. Paralelismo de formas, da mesma forma que criamos vamos extinguir, se a lei cria ou autoriza a criar, a lei também vai extinguir ou autorizar a extinção. c) Finalidade não lucrativa – Sua finalidade não é o lucro, mas busca do interesse público, inclusive quando exploradoras da atividade econômica. Mas o lucro é possível, mas não é o objetivo. d) Finalidade específica – cada pessoa jurídica da administração indireta tem sua finalidade específica definida em lei. Os entes administrativos estão vinculados às finalidades para as quais foram criados (princípio da especialidade). e) Controle – Há controle, há fiscalização, mas NÃO há relação de subordinação. Controle pela Administração Direta. Poder Executivo - supervisão ministerial; Poder Judiciário – várias ações; Poder Legislativo – Tribunal de Contas, CPIs. Controle pelo povo – ação popular, audiência pública, consulta pública, representação, etc. •Autarquias -Pessoa jurídica de Direito Público. -Presta atividades típicas do Estado. -Tem personalidade jurídica própria -receita e patrimônio próprios. -Responde pelos seus atos. -Criação e extinção por lei. -Tem autonomia técnica, administrativa, financeira. -Não tem fins lucrativos. Independentes Autonômos Superiores Subalternos 6 -Tem finalidade específica definida em lei. -Está sujeita a controle. -Espécies: comuns ou ordinárias, agências reguladoras*, territórios federais. *Regime Jurídico: como são os atos e contratos, reponsabilidade civil, regime de pessoal, procedimentos financeiros,regime tributário, prescrição de ações, privilégios processuais, débitos judiciais, bens autárquicos? -Atos e Contratos – atos = são atos administrativos (presunção de legitimidade, autoexecutoriedade e imperatividade); contratos = são contratos administrativos (clausulas exorbitantes – licitação) sujeita a Lei n 8.666/93. -Responsabilidade Civil – art. 37 §6, CF, responsabilidade civil objetiva. Estado responde subsidiariamente (em segundo lugar). -Bens Autárquicos – inalienáveis (relativa, alienáveis de forma condicionada); impenhoráveis (não cabe penhora, arresto = bem indeterminado e sequestro = bem determinado); impossibilidade de oneração, não pode ser objeto de direito real de garantia (não cabe penhor = bem móvel e hipoteca = bem imóvel, ambos fora do processo); imprescritíveis (não cabe usucapião). -Débitos Judiciais – regime de precatório, art. 100 da CF, fila com ordem cronológica para pagamento. Cada autarquia tem fila própria. -Prescrição das Ações – decreto n20.910/32 – prazo prescricional de 5 anos, prazo quinquenal para a vítima ajuizar ação contra autarquia – STJ, Recurso Repetitivo, Resp. n°1251993 (tema 553) mérito – Dje 19/12/2012. -Procedimentos Financeiros – sujeita à lei de responsabilidade fiscal; sujeita à contabilidade pública. Sujeita à Lei Complementar 101/00 e Lei n. 4320/64. -Regime Tributário – art. 150, VI, a, CF, imunidade recíproca, só para impostos. - Art. 150, §2, CF. aplica imunidade recíproca para autarquias, para impostos (não para taxa, contribuição), na sua FINALIDADE ESPECÍFICA. -Regime Processual – tratamento de fazenda pública. Prazo dilatado (art.183 NCPC) prazo em dobro para todas as manifestações, salvo quando a lei estipular outro prazo. - Tem Reexame necessário (art.496 NCPC) *não se aplica reexame necessário quando tiver súmula de tribunal superior, acórdão do STF ou STJ com recurso repetitivo. Orientação vinculante no âmbito administrativo, além dos valores estipulados de acordo com cada ente -Regime de Pessoal – servidor público, atua em pessoa jurídica de direito público, sujeita a regime jurídico único (estatuto (cargo) ou CLT (emprego) ADI 2135). *Conselhos Profissionais (de classe) – tinha natureza de autarquia; Lei 9.649/98, art. 58, pessoa jurídica de direito privado. ADI 1717, volta a ter natureza de autarquia, poder de polícia, não pode ser delegado ao particular, segurança jurídica. Regras dos conselhos de classe: anuidade = natureza tributária; não pagamento anuidade = execução fiscal; contabilidade pública; controle pelo Tribunal de Contas; concurso público. *Agências Reguladoras: são autarquias de regime especial, instituídas em razão do fim do monopólio estatal e são responsáveis pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. O regime especial caracteriza-se por três elementos: 1) maior estabilidade e independência em relação ao ente que as criou (não sujeita a subordinação) autonomia adm. Financeira e decisória; 2) investidura especial sendo os dirigentes nomeados pela Presidência da República, mas depende de prévia aprovação pelo Senado Federal (art. 84, XIV e 52, III, ‘f” da CF/88; 3) mandato de 05 anos sem recondução, e quarentena de 06 meses, assegurada a remuneração compensatória. Previsões oriundas do novo Marco Legal das Agências Reguladoras (Lei 13.848/2019) que alterou os arts. 6º e 8º da Lei 9.986/2000. ATENÇÃO! Obedece às normas da Lei 8.666/93, entretanto podendo optar por modalidades especificas como o pregão e a consulta (ADI 1668). *Agências Executivas - são autarquias ou fundações que por iniciativa da Administração Direta, recebem o status de Agência, em razão da celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de custos - Lei 9.649/98. •Fundação -Conceito: é um patrimônio destacado por um fundador para uma finalidade específica ‘universitas bonorum’. Pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, que presta atividades não lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como educação, cultura, pesquisa, entre outras, sempre 7 merecedoras de amparo estatal. Trata-se da personificação de uma finalidade. -Pode ser de Direito Público ou Direito Privado. -Quando criada com personalidade de direito público é espécie de autarquia, regras de Direito Administrativo, dentro da Administração, mesmo regime de autarquia. Autarquia fundacional ou fundação autárquica. -Quando criada com personalidade de direito privado está fora da Administração Pública, normas de direito civil, fundador instituído particular, mesmo regime de Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista, fundação governamental. A criação é autorizada por lei, e a efetiva criação se dá com o registro (inscrição do ato constitutivo). Não pode ter finalidade lucrativa. Lei complementar define seu campo de atuação. •Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista -Lei 13.303/16 – lei das estatais. – Art. 173 CF -Conceito de Empresa Pública (art.3 Lei 13.303) - Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. -Empresa Pública – PJ de direito privado; prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica; regime híbrido ou misto, não segue regime completamente público; capital exclusivamente público (pode ser de mais de um ente); pode ser constituída de qualquer modalidade empresarial. -Conceito de Sociedade de Economia Mista (art. 4 Lei 13.303) - Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. -Sociedade de Economia Mista – PJ de direito privado; prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica; capital misto (parte pública, parte privada, controle acionário público); só pode ser constituída na forma de S/A – sociedade anônima (art. 5 da LRE). *Características comuns de EP e SEM -Empresas estatais. -Pessoas jurídicas de Direito Privado. -Criação: autorizadas por lei + registro. -Extinção: lei. -Regime celetista (emprego) – Justiça do Trabalho. -Finalidades: Prestadora de Serviço Público (PSP) ou Exploradora de Atividade Econômica (EAE). *Diferenças entre EP e SEM -Forma de organização -Capital social. -Competência, art. 109, CF. -Empresa Pública = qualquer modalidade empresarial; capital exclusivamente público; competência da Justiça Federal quando federal, estadual quando EP estadual ou municipal. -Sociedade de Economia Mista = somente S/A; capital misto; competência da Justiça Estadual em todas as esferas (SEM não está prevista no art. 109 CF). *Regime Jurídico das Estatais -Licitação e Contratos – lei 13.303/16, ficam fora da lei 8.666, regime mais próximo ao RDC. Estão sujeitas a licitação, mas regras específicas. Dispensa e inexigibilidades específicas. -Bens e Precatórios de EP e SEM – regra = bens privados (em regra penhoráveis), excepcionalmente seguem o regime de Bem Público quando estiveram DIRETAMENTE ligados à prestação de serviço público, quando colocarem em risco a continuidade do serviço público (princípio da continuidade). Regra de não ter precatório, salvo, também, se ligados diretamente à prestação de serviço público. *Empresa de Correios e Telégrafos, tratamento diferenciado – ADPF n°46, empresa pública com exclusividade de serviço postal, em razão disso ganha tratamento de fazenda pública: bens impenhoráveis, imunidade reciproca, regime de precatório. -Regime Falimentar – Lei n° 11.101/05 –NÃO há falência, não há regime falimentar para EP e SEM. -Responsabilidade Civil – posição que prevalece é tratar de acordo com a sua finalidade. 8 #Se prestadora de serviços públicos = art.37, §6 da CF, responsabilidade objetiva, Estado responde subsidiariamente. (+público) #Se exploradora de atividade econômica = direito civil, responsabilidade subjetiva, Estado NÃO responde. (+privado). -Regime Tributário – #Prestadoras de serviços públicos = art. 150, §3 da CF, serviços em que o encargo é transferido ao usuário do serviço. Serviço público com exclusividade = imunidade recíproca, art. 150, VI, a, CF (apenas para impostos). #Exploradoras de atividade econômica = art. 173, §2, CF, não tem privilégios, exceto os extensíveis a iniciativa privada. -Regime de Pessoal – não é servidor público. É servidor de ente governamental de direito privado, EMPREGADO, regime celetista, trabalhista. #Equipara-se ao servidor público = concurso público; não acumulação; teto remuneratório, salvo se a estatal não receber dinheiro para custeio para sua manutenção; CP, art. 327 – funcionário público; Lei de Improbidade; remédios constitucionais. #Diferencia-se do servidor público = não tem estabilidade. Súm. 390, TST, art. 41 CF; OJ 247, TST dispensa imotivada, salvo empresa de correios e telégrafos; STF, RG – tema 131, RE 589.998. 9 Atos Administrativos •Ato X Fato -Fato = acontecimento. Pode ter consequências jurídicas, gerando um ato. -Ato = manifestação de vontade. •Conceito Ato Administrativo -Manifestação de vontade do Estado ou de quem o represente que irá criar, modificar ou extinguir direitos, com o objetivo de satisfazer o interesse público. Segue o regime jurídico de direito público. O ato administrativo é complementar e inferior à lei. Todo ato administrativo está sujeito a controle pelo Poder Judiciário no que tange a sua legalidade (controle de legalidade). -Hely Lopes Meireles – ato administrativo em sentido estrito, além do conceito acima, também deve ter as características de ser concreto e unilateral. -Atos da Administração – atos políticos; atos privados; atos materiais (fatos adm.); atos administrativos. Nem todo ato da Administração é administrativo. Os atos administrativos estão dentro dos atos da administração. •Elementos ou requisitos do Ato Administrativo -Regra – Lei 4.717/65, Lei de Ação Popular – Requisitos: a) sujeito competente; b) forma; c) motivo; d) objeto; e) finalidade. -Celso Antônio Bandeira de Mello – separa em: a) elementos do ato; b) pressuposto de existência e validade. 1) Sujeito Competente (competência) -Agente público – aquele que exerce função pública temporária ou permanente com ou sem remuneração independentemente do tipo de vínculo. -Competência – exercício obrigatório; não é presumida, está na lei; atribuição legal para praticar o ato. -Características da competência: a) Obrigatoriedade (autoridade tem o dever de exercer); b) Irrenunciável (é encargo); c) Imodificável (só a lei muda); d) Não Admite Transação (não pode ser objeto de negociação); e) Imprescritível (não se perde com o decurso do tempo); f) Improrrogável (não tem prorrogação de competência, mesmo que as partes não aleguem, a autoridade continua incompetente). -Delegação e Avocação – a) Delegação Lei n 9.784/99 – art. 11 a 15 = é possível em caráter excepcional, precisa de fundamentação. Extensão de competência, clausula de reserva, não tem competência genérica, é para mesma hierarquia ou inferior, prazo e competências determinados. *delegação e avocação proibidas = competência exclusiva, competência para ato normativo (art. 84, PU, CF), competência para decisão em recurso administrativo. b) Avocação = ato de atrair para si alguma competência, somente de nível hierárquico inferior. Também com prazo determinado. Ambas, delegação e avocação são temporárias. -Elementos definidores da competência = matéria, território, hierarquia e tempo. -Vício da competência – excesso de poder. 2) Forma -Qual a forma do ato? R: a prevista em lei. -Forma = jeito que pratica o ato, meio pelo qual o ato adm. é apresentado (ex: PAD). - Exteriorização da vontade – manifestação da vontade (motivação), exposição dos motivos. -Formalidades específicas – ato administrativo deve ser praticado por escrito (regra); deve observar o princípio da solenidade. Súmula 510 STF - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. 10 -Vício de forma – a) mera irregularidade = regra de padronização, ato válido, (instrumentalidade das formas); b) ato anulável = sanável, pode ser corrigido; c) vício insanável = não tem conserto, ato nulo; d) processo administrativo prévio = prepara o ato, fundamentar o ato, de acordo com o modelo constitucional (contraditório + ampla defesa); e) motivação = raciocínio lógico entre os elementos do ato e a lei (fundamentação) (art. 1 PU, CF, art. 1, II, CF, art. 5, XXXIII, XXXV da CF, art. 93, X, CF, art. 50, Lei 9.784/99). Maioria da doutrina diz que a motivação é obrigatória e deve acontecer antes ou pelo menos durante a prática do ato. 3) Motivo - É o fato e fundamento jurídico que levam a prática do ato, é a causa imediata da edição do ato. Para que o ato seja legal o motivo também deve ser legal. -Diferente da motivação, esta é a fundamentação. -Legalidade do motivo: a) motivo verdadeiro (materialidade); b) motivo compatível com a lei (infração leve, punição leve); c) motivo compatível com o resultado do ato. *Teoria dos Motivos Determinantes = a autoridade pública está vinculada ao motivo declarado, a autoridade tem que cumprir o motivo. O motivo tem que ser verdadeiro. Em alguns casos a motivação não é exigida, mas se ela for feita aplica-se essa teoria. Se feita, a motivação passa a integrar o ato, fica vinculada ao ato e vincula a motivação apresentada. Exceção = tredestinação, mudança de motivo autorizada, só pode acontecer na desapropriação, quando mantida uma razão de interesse público (ex: desapropriação para uma escola e no meio mudo para um hospital). -Motivação aliunde = alheira, remete a uma motivação anterior. 4) Objeto -Resultado pratico do ato. É o ato considerado em si mesmo. É a disposição do ato, é aquilo que o ato diz, é o efeito principal do ato no mundo jurídico. Efeito do ato = o fim que se pretende produzir. -Requisitos do objeto: a) tem que ser licito (autorizado por lei); b) faticamente possível; c) determinado. -Efeitos acessórios dos atos: a) Efeito Prodrômico = exigir a prática de outro ato; b) Efeito Reflexo = atingir terceiros não previstos no ato. 5) Finalidade -Interesse público. É o bem jurídico objetivado, aquilo que o ato busca. -Finalidade genérica = pública. -Finalidade específica do ato = está na lei. -Vício da finalidade = desvio de finalidade, vício ideológico, vício subjetivo. ---------------------------- Elementos do ato administrativo Competência Vício = excesso de poder Sanável Elementos que são sempre vinculados, tanto para ato discricionário ou vinculado. Finalidade Vício = desvio de finalidade / poder Nulo Forma - Sanável Motivos* - Nulo Vinculado apenas para o ato vinculado. Discricionário para ato discricionário. Objeto - Nulo Vinculado apenas para o ato vinculado. Discricionário para ato discricionário. *Alguns atos discricionários precisam ser motivados, ex: caráter punitivo; que gerem despesas para a Administração, dentre outros. •Classificação dos Atos Administrativos 1) Ato Vinculado e Ato Discricionário: -Quanto ao grau de liberdade #Ato Vinculado – ato regrado, não há margem de escolha, não tem liberdade, não há juízo devalor, não tem conveniência e oportunidade. -Preenchidos os requisitos legais a autoridade tem que pratica o ato nos exatos termos da lei. Ex: licença para dirigir. 11 Todos os elementos no ato vinculado são vinculados. #Ato Discricionário – com liberdade, com juízo de valor, com conveniência e oportunidade, análise do mérito administrativo para melhor atender ao interesse público. Há certa margem de escolha, margem de escolha nos limites da lei., não é presumida, prevista na lei e nos conceitos jurídicos indeterminastes e nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Ex: autorização para veículos fora da medida. O mérito administrativo está nos elementos motivo e no objeto, que são discricionários no ato discricionário. Competência, Forma e Finalidade são vinculadas mesmo em atos discricionários. 2) Ato Simples, Complexo, Composto -Quanto à formação #Ato Simples – um órgão público, uma manifestação de vontade. Pode ser: 1) Singular = um agente; 2) colegiado = vários agentes. #Ato Composto – no mesmo órgão, dois atos distintos, duas manifestações de vontade, em patamar de desigualdade. Uma vontade principal mais um ato secundário dependente (efeito prodrômico = efeito que o primeiro ato tem de exigir manifestação do segundo ato). #Ato Complexo – dois ou mais órgãos (diferentes) manifestando suas vontades, soma de vontades independentes, produzindo um único ato, em patamar de igualdade. Ex: aposentadoria, nomeação de dirigente de agência reguladora. 3) Atos Gerais e Individuais #Gerais – destinatários indeterminados. Ex: decreto regulamentar. #Individuais – destinatários determinados. Ex: nomeação. 4) Ato de Império, de Gestão e de Expediente #De império – Administração valendo de sua supremacia. #De gestão – sem exercício de sua supremacia. #De expediente – atos internos •Planos do Ato Administrativo -Perfeição (ou existência), Validade e Eficácia. a) Ato Perfeito – completou o seu ciclo de formação, existência, completou todas etapas. b) Ato Válido – está em conformidade com a lei, ordenamento jurídico. Atende todos os requisitos. c) Ato Eficaz – está apto para produzir seus efeitos, é produção de efeitos. *Perfeito, válido e ineficaz (Postergação da eficácia): termo inicial (futuro e certo) ou condição suspensiva (futuro e incerto). O ato administrativo é pendente, já é perfeito e válido, mas ainda não está apto para produzir efeitos. Ex: contratos administrativos, art. 64, pu, lei 8.666, contrato ainda não publicado. *Perfeito, inválido e que produz efeitos (eficaz) – produz todos os seus efeitos até a sua declaração de invalidade. Ex: contrato administrativo com fraude na licitação. *Perfeito, inválido e ineficaz – cumpriu seu ciclo de formação, mas não cumpre os requisitos e não produz efeitos. Ex: contrato administrativo com fraude na licitação e não publicado. •Atributos do Ato Administrativo -O que são esses atributos? R: qualidades especiais dos atos administrativos que lhes asseguram uma qualidade jurídica superior à dos atos do Direito Privado. -Quais são os atributos? R: a) Presunção de legitimidade; b) Autoexecutoriedade; c) Tipicidade; d) Imperatividade. (Atributos ou características) *Análise de legalidade serve para ato vinculado e ato discricionário, já a análise de mérito apenas para o ato discricionário. *Poder Judiciário pode controlar qualquer ato administrativo (vinculado ou discricionário) quanto a sua legalidade em sentido amplo – legalidade = verificação de compatibilidade com a lei e com a CF. *Poder Judiciário NÃO pode controlar o mérito do ato administrativo. Judiciário NÃO revoga ato dos outros. 12 a) Presunção de Legitimidade – presunção de legalidade (de acordo com a lei), legitimidade (moral), veracidade (verdade, fatos narrados são verdadeiros). -Presente em todo ato administrativo. -É presunção relativa, comporta prova em contrário. -Consequências da presunção de legitimidade: imediata executoriedade do ato, mesmo impugnado pelo administrado, até decisão que reconhece o vício. Impossibilidade de o Poder Judiciário analisar, de ofício, elementos de validade do ato não expressamente impugnados. Inversão do ônus da prova, o administrado que tem que provar o vício do ato. b) Autoexecutoriedade – pode ser praticado sem controle prévio do Poder Judiciário. Não afasto o formalismo e não impede o controle pelo Poder Judiciário. *Enfoques – 1) Exigibilidade = decidir sem o Poder Judiciário; 2) Executoriedade = executar sem o Poder Judiciário. Todo ato tem exigibilidade, mas nem todo ato possui executoriedade. (ex: multa, atos enunciativos e negociais). A executoriedade está presente quando a lei autorizar ou quando a situação for urgente. c) Imperatividade – também chamada de coercibilidade ou obrigatoriedade (Poder Extroverso do Estado). Impõe um dever de observância independente de anuência do particular. Está presente nos atos administrativos que instituem uma obrigação, ou seja, nem todo ato possui (ex: atos negociais, de gestão, enunciativos). d) Tipicidade – cada ato administrativo tem a sua aplicação determinada. Tem a sua figura correspondente. Só pode praticar os atos previstos em lei. Todo ato é dotado. ###Diogo Figueiredo apresenta mais cinco atributos do ato administrativo. Algumas bancas adotam essa desgraça de posição (ex: FDP da IADES). 1) Existência – preenche os elementos do ato. 2) Eficácia – apto a produzir seus regulares efeitos. 3) Exequibilidade – possibilidade de execução imediata, se não estiver subordinado a termo, condição ou outro requisito. 4) Efetividade – confirmação social e metajurídica de que o ato alcançou os resultados práticos pretendidos. 5) Relatividade – vinculação de todo ato adm. à sucessão de normas superiores que legitimaram a sua expedição. •Extinção do Ato Administrativo -Como se dá a extinção dos atos? R: 1) pelo cumprimento dos efeitos ou advento do termo final (extinção natural); 2) desaparecimento da pessoa ou coisa sobre a qual recai o ato; 3) Renúncia: abdicação pelo beneficiado (atos ampliativos que geram direitos é diferente de atos restritivos); 4) Retirada: revogação, anulação, cassação, caducidade e contraposição – Teoria da Nulidades, retirada de um ato por outro ato. a) Anulação -É a retirada de um ato administrativo ilegal. Decorre de um vício de legalidade. Controle de legalidade. -Quem pode anular o ato administrativo? R: Pela própria Administração de ofício (autotutela) ou a requerimento ou pelo Poder Judiciário mediante provocação. Administração tem 5 anos para anular, art. 54 da lei 9.784/94, quando produz efeitos favoráveis. No caso de efeitos patrimoniais contínuos, a partir do primeiro pagamento. -Alcança ato vinculado e discricionário. -Direito adquirido de terceiros de boa-fé mantem somente alguns efeitos, o ato é anulado do mesmo jeito. -Efeitos retroativos, “Ex Tunc”, desde a sua origem, desde o seu nascedouro. Excepcionalmente produz efeitos ex nunc, parte da jurisprudência e doutrina, se os efeitos forem prejudiciais poderá não retroagir. b) Revogação -É a retirada do ato administrativo inconveniente. O ato é legal, mas não é mais conveniente e oportuno. -Pode ser feita somente por quem praticou o ato, apenas pela própria Administração. (Poder Judiciário não revoga ato dos outros). -Análise do mérito administrativo, juízo de conveniência e oportunidade (interesse público). Controle de mérito. -Revogação alcança apenas atos discricionários. 13 -Não tem prazo para revogar, não tem limite temporal, o que tem é limite de conteúdo (material). -Efeitos não retroativos, “Ex Nunc”, prospectivos. -Não se pode revogar atos: vinculados, que produziram direitos adquiridos, que integrem um procedimento, consumados, meros atos administrativos (atestado/certidão). c) Cassação -É penalidade. -Ilegalidade superveniente ensejando aretirada do ato, por culpa do beneficiário, que deixa de cumprir os requisitos para a prática do ato. -Alteração fática. d) Caducidade -Ato incompatível com nova legislação. -O ato nasce válido, mas se torna inválido durante a sua execução, em virtude de nova legislação, sem culpa do beneficiário. e) Contraposição -Ato novo com efeitos opostos ao anterior. -Novo ato extingue ato anterior, ex: nomeação / exoneração. -Trata da mesma matéria de forma diferente. •Convalidação Ato Administrativo -Serve para garantir os efeitos futuros e salvaguardar os efeitos pretéritos. -Para ato válido com vício sanável (ato anulável, nulidade relativa). Para vício insanável o ato é nulo. -Vícios sanáveis: a) Competência (salvo se for exclusiva ou em razão da matéria); b) Forma (salvo se a forma for uma forma essencial à validade do ato). (FOCO na convalidação) -Efeitos retroativos “Ex Tunc”. -Só é possível se não for prejudicial ao interesse público e terceiros. -Não pode ser feita se o ato já foi impugnado. -Convalidação também é chamada se sanatória em algumas doutrinas. -Convalidação tácita e expressa – 1) Tácita: passado o prazo de cinco anos sema Administração anular o ato, salvo comprovada má-fé; 2) Expressa: art.56 da Lei n° 9.784/99. Vício do ato administrativo - Convalidação Competência Anulável Podem ser convalidados. Se não for competência exclusiva ou em razão da matéria ou forma essencial à validade do ato. Forma Anulável Finalidade Nulo - Motivo Nulo - Objeto Nulo - *Lei 13.655/2018, arts. 20, 21, 22 e 24 – trata sobre anulação, invalidação, convalidação. -Não se decidirá com valores jurídicos abstratos, considerar a consequência prática da decisão -Invalidação deve indicar expressamente a consequência jurídica e administrativa. -Decisão deve indicar quais as condições para a regularização, de modo proporcional e equânime. Não impor ônus ou perdas anormais ou excessivas. -Decisão deve considerar as orientações gerais da época, sendo vedado com base em mudança posterior a invalidação de ato plenamente constituído. •Espécies de Atos Administrativos -Quais são? Normativos; Ordinatórios; Negociais; Enunciativos; Punitivos. A) Atos Normativos – atos gerais, dentro do Poder Normativo. -Finalidade = regulamentar as leis e uniformizar procedimentos administrativos. 14 -Características = não possuem destinatários determinados, correspondem aos atos gerais, não pode inovar o ordenamento jurídico, controle. -Regra – não podem ser atacados mediante recursos administrativos ou judiciais. -Exceção – atos normativos que gerarem efeitos concretos para determinado destinatário podem ser impugnados pelo administrado na via judicial ou administrativa. -Exs: resoluções, deliberações, instruções normativas, decretos regulamentares. B) Atos Ordinatórios – atos internos, decorrem do Poder Hierárquico. -Finalidade = divulgar determinações ao adequado desempenho de suas funções, aplicados aos servidores subordinados. -Característica = atos internos, não atingem os administrados, vinculam os servidores subordinados ao órgão que o expediu, estão hierarquicamente abaixo dos atos normativos, devem obediência aos atos normativos que tratem da mesma matéria relacionada ao ato ordinatório. -Exs: Portaria (ato interno individual), Circular (normas internas uniformes, norma geral), Ordens De Serviço (distribui a atividade interna do órgão público), Memorando (ato de comunicação interna), Ofício (ato de comunicação externa). C) Atos Negociais – atos sem exercer supremacia, particulares precisam da anuência da Administração. Atos de consentimento, concede ao particular algo que ele está pleiteando. -Finalidade = satisfação do interesse público, ainda que esse possa coincidir com o interesse do particular que requereu o ato. -Características = não são imperativos, coercitivos e autoexecutáveis, manifestação unilateral da Administração (não se confunde com contratos), podem ser vinculados, discricionários, definitivos e precários. -Atos negociais vinculados = não pode ser revogado, reconhecem um direito subjetivo do particular, se preencher os requisitos, a Administração é obrigada a praticar o ato. -Atos negociais discricionários = pode ser revogado, conveniência e oportunidade. -Atos negociais definitivos = não comportam revogação, só podem ser anulados ou cassados. -Atos negociais precários = podem ser revogados a qualquer tempo, via de regra a revogação não gera direito de indenização. -Espécies de atos negociais: 1) Licença, sempre ato de polícia, atividade fiscalizada, ato vinculado; 2) Autorização, discricionário e precário, pode ser desfeito sem indenização. Espécies de autorização: de uso de bem público e atividade material fiscalizada pelo poder público (autorização de polícia). Autorização de uso é no interesse do particular. 3) Permissão, discricionário e precário, natureza de contrato. Depende de licitação quando for permissão de uso de bem público. Permissão com prazo determinado deixa de ser precária. Permissão de uso é no interesse público. *As três primeiras espécies são expedidas por meio de alvará, que é a forma do ato. 4) Admissão, ato pelo meio do qual se permite ao particular usufruir de um serviço público prestado pelo Estado (ex: admissão no ENEM). 5) Aprovação. 6)Homologação D) Atos Enunciativos – não há manifestação de vontade, declara uma opinião, atesta uma situação de fato, declarar um juízo de valor, também chamados de ato opinativo. -Características = não produzem efeitos jurídicos por si só, não contêm uma manifestação de vontade da Administração. -Espécies de atos enunciativos: 1) Parecer, são facultativos ou obrigatórios. Os obrigatórios são essenciais à validade do procedimento administrativo (ex: parecer de licitação). Os obrigatórios podem ser vinculantes ou não vinculantes. Os vinculantes não podem ser contrariados, a lei estabelece e são excepcionais, os não vinculantes são a regra. 15 2) Atestados, não há registro, verificação da situação de fato. 3) Certidão, espelho de um registro, já está registrado. 4) Apostilas, a Administração Pública vai acrescentar alguma informação a um registro público. (apostilamento/averbação). E) Atos Punitivos – sanção, penalidade. Administração impõe sanções a seus servidores ou aos administrados. -Fundamento = 1) Poder de Polícia (externos), particulares não ligados à Administração; 2) Poder Disciplinar (interno), servidores e particulares com vínculo específico com a Administração. -Princípios básicos = proporcionalidade, contraditório e ampla defesa. 16 Poderes Administrativos -Ou Poderes da Administração. -Conceito = ferramentas, instrumentos, prerrogativas que tem o Estado para buscar o interesse público. Efetivam-se por meio da prática de atos administrativos. -É diferente de Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). Elementos orgânicos ou organizacionais do Estado. *Características dos Poderes Administrativos: a) Exercício Obrigatório = é dever, obrigação, não é faculdade. Poder-dever / dever-poder. b) Irrenunciável = princípio da indisponibilidade do interesse público. Não pode dispor do interesse público. Não pode abrir mão. A autoridade representa o titular do poder, o povo, exerce função pública em nomo e no interesse do povo, não pode dispor daquilo que não lhe pertence. O administrador de hoje não pode criar obstáculos para o futuro da Adm. c) Tem Limites = limites de competência previstos em lei; trinômio = necessidade, adequação e proporcionalidade; d) Cabe Responsabilização = tem que ser punido por atos arbitrários; trata-se do abuso de poder. Autoridade deve ser responsabilizada por ação ou omissão. •Abuso de Poder -Ato ilegal. -Abuso de Poder = exorbitar os limites do poder.1) Excesso de poder = atua fora ou além de suas competências. Autoridade é competente para praticar o ato, no entanto, ultrapassa os limites do seu poder. Extrapola os limites de competência. 2) Desvio de Finalidade = vício ideológico, vício subjetivo, defeitos na vontade. Atua dentro da lei (é competente para o ato), mas com finalidade diversa da lei e do interesse público. Conjunto probatório é difícil de conseguir. 3) Omissão = permanece inerte em situações em que possui o dever de agir. •Poder Vinculado -Diz respeito quanto ao grau de liberdade. -Sem margem de escolha, não há critério de escolha. Não tem juízo de valor, não tem liberdade, não têm conveniência e oportunidade. -Também chamado de ‘Poder Regrado’. -Requisitos preenchidos o servidor é obrigado a agir nos exatos termos da lei (praticar o ato). -Ex: concessão de aposentadoria, licença para construir, licença para dirigir. •Poder Discricionário -Possui alguma margem de escolha dentro dos limites da lei. Análise do mérito administrativo, juízo de valor, critério de conveniência e oportunidade do interesse público. A margem de escolha não é livre, está delimitada na lei. Utilizado mediante previsão legal ou nos conceitos jurídicos indeterminados (vago). -Tem liberdade, tem juízo de valor, têm conveniência e oportunidade. Ex: autorização, permissão de uso de bem público. ***Esses dois primeiros poderes, na verdade, são formas de exercício do poder/ato. Os poderes não são totalmente discricionários ou vinculados, ora é um ora é outro. •Poder Regulamentar (ou normativo) -É o poder conferido ao Estado para edição de normas complementares à lei, buscando sua fiel execução. Normatizar, regulamentar aquilo previsto em lei. -Se expressa por: Decretos regulamentares, portarias, instruções normativas, resoluções, deliberações e regimentos. -Decreto = forma / Regulamento = conteúdo. Nome ideal Decreto Regulamentar. -Diferença entre Lei e Decreto Regulamentar. Lei quem faz é o Congresso Nacional (ampla representatividade). Decreto Regulamentar quem faz é o Chefe do Executivo (representatividade reduzida). Processo de elaboração também é diferente, lei processo legislativo rigoroso (pelo 17 menos deveria ser); Decreto Regulamentar é sem procedimento de elaboração, é feito no gabinete de portas fechadas, não há ampla deliberação. *Espécies de Decretos Regulamentares: a) Decreto Regulamentar Executivo – (é a regra) objetivo de complementar a lei, buscar a sua fiel execução. Não inova o ordenamento jurídico. Art. 84, IV, CF. Não pode criar, alterar, contrariar, extinguir. Depende de uma lei anterior, está abaixo da lei. b) Decreto Regulamentar Autônomo – ou independente. Inova a ordem jurídica. Exerce o papel da lei, é como se saísse direto da CF e fosse para o ordenamento, não tem lei anterior. Art. 84, VI, CF (EC 32). Competência privativa do Presidente da República, pode delegar para Ministro de Estado, PGR, AGU. Serve para dispor sobre a organização e funcionamento da Adm. Pública Federal, que não implique aumento de despesas e criação ou extinção de órgão público. Também serve para extinguir cargos ou funções vagos. É uma situação excepcional, pois o decreto substitui a lei nesse caso. ## Quem pode controlar o Poder Regulamentar? R: 1) Poder Judiciário em sede de controle de legalidade (sentido amplo). Compatibilidade com a lei e compatibilidade com regras e princípios da CF; 2) Poder Legislativo, art. 49, V, CF, sustar os atos normativos que exorbitem o Poder Regulamentar. •Poder Hierárquico -Relação de subordinação entre órgãos / agentes da mesma pessoa jurídica. (é interno). Vai estruturar, escalonar, hierarquizar os quadros da Administração Pública. -Distribuição de competência interna (quem manda e quem obedece). -Faculdades da hierarquia: a) dar ordens; b) fiscalizar, controlar; c) rever os atos dos subordinados; d) delegação, avocação das atribuições; e) aplicar penalidades - sanção (é também poder disciplinar). #Coordenação = hierarquia horizontal (distribuição hierárquica). #Subordinação = hierarquia vertical (distribuição de competência). -Não há hierarquia entre: pessoas jurídicas distintas; poderes da república, Adm. Pública e administrados. •Poder Disciplinar -Espécie de poder-dever. Muitos doutrinadores dizem que é decorrência do Poder Hierárquico. -Aplicar penalidades por prática de infrações. Atinge aqueles que estão na intimidade da Administração. -Internamente para punir infrações cometidas por seus agentes no exercício da função pública. -Aplicar sanções a particulares com vínculo jurídico específico com a Administração (concessionária, permissionária). -Disciplina interna, sancionatório – respeitar o devido processo legal (contraditório e ampla defesa). -Hely Lopes dizia que é discricionário. Posição majoritária (e jurisprudência) nos dias atuais é, em regra, vinculado a instauração de processo para apurar a infração, agora a definição da infração (decisão) é discricionário. Definida a infração, a aplicação da pena também é vinculada. Penalidade É Poder Disciplinar É Poder de Polícia 1) penalidade ao servidor; 2) particular com vínculo específico. -Particular em geral. •Poder de Polícia -Compatibilização dos interesses, interesse público e interesse privado, em busca do bem estar social. Restringir, limitar, frenar a atuação do particular em nome do interesse público. -Art. 84 CTN. -Polícia Administrativa = poder de polícia, bem estar social, diversos órgãos / Polícia Judiciária = crime, aplicação da lei penal, corporação especializada. O que importa no Direito Administrativa é Polícia Administrativa. 18 #Principais regras: A) atinge os direitos, liberdade e propriedade. Não retira o direito, Administração vai definir a forma de se exercer o direito (não há indenização). Não atinge diretamente a pessoa, atinge seus bens e direitos; B) Poder ser: 1) Preventivo (ex: atos e medidas), 2) Fiscalizador (ex: radar), 3) Repressiva (ex: penalidades); C) Poder ser exercido: 1) Atos Normativos (regulamentares, é poder de polícia + poder regulamentar), 2) Atos Punitivos, 3) Taxa de Polícia (art. 78 CTN) = é espécie de tributo = vinculado a uma contraprestação estatal, valor da diligência, sujeito ao princípio da legalidade / anterioridade; D) É, em regra, negativo = normalmente ele institui uma abstenção, obrigação de não fazer; E) Exercício do Poder de Polícia tem fundamento na Supremacia Geral = a atuação do Poder Público independe de vínculo jurídico anterior. Já a Supremacia especial = existe vínculo jurídico anterior e não representa o exercício do Poder de Polícia; F) Não é possível o exercício do Poder de Polícia por particular (delegação). Jurisprudência diz que é possível a delegação de atos materiais, preparatórios, instrumentais no exercício do Poder de Polícia. #Atributos do Poder de Polícia: A) Discricionariedade (em regra discricionário). B) Autoexecutoriedade, divide-se em: b.1) Exigibilidade = poder do Estado de decidir sem o Poder Judiciário, meio indireto de coerção, todo ato tem (ex: multa); b.2) Executoriedade = poder do Estado de executar sem o Judiciário, meios de coerção diretos, uso da força, nem todo ato possui. Requisitos = previsão legal ou urgência. C) Coercibilidade – obrigatoriedade, imperatividade. Criar obrigações mesmo sem anuência do particular. O particular é obrigado a observar os ditames da Administração. #Ciclos do Poder de Polícia 1) Ordem de polícia (vedação, proibição) - 2) Consentimento de polícia (ex: licença) Admitem delegação 3)Fiscalização de polícia 4) Sanção de Polícia - 19 Agentes Públicos -Agente público é o conceito mais amplo para designar genérica e indistintamente os sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentosde sua vontade ou ação, ainda quando o façam de forma ocasional ou episodicamente. -Função pública temporária ou permanente, com ou sem remuneração. Independe do tipo de vínculo jurídico, pode ser por eleição, contratação, etc. •Classificação de Agentes Públicos a) Agentes Políticos = aquele que manifesta, representa a vontade do Estado. Em regra, exercem a função por meio de eleição, designação ou nomeação. -Mais alto escalão da Adm. Pública, competência haurida da CF, possuem algumas regras diferenciadas, não hierarquizadas aos outros agentes (em regra). -Titular de cargo público, regime legal, regime administrativo. (previstos na lei ou na CF) -São eles: Chefes do Poder Executivo e Vices (presidente, governadores, prefeitos); Auxiliares imediatos do Poder Executivo (ministros de estado, secretários); Parlamentares (deputados federais e estaduais, senadores, vereadores); Agentes Diplomáticos; Conselheiros dos Tribunais de Contas. **Divergência, mas prevalece que são agentes políticos: Magistrados; Membros do Ministério Público. (Não em razão das escolhas, mas em razão da manifestação da vontade do Estado que representam) – (STF-RE 228977). b) Servidor Estatal = aquele que atua no Estado, na Adm. Direita ou na Adm. Indireta. -Divididos em: #Servidores Públicos – atua em pessoa jurídica de direito público, regime jurídico único = estatutário (ou celetista, mas o regime na Direta é quase todo estatutário). -Estatutário – cargo público (efetivo ou comissionado) – Justiça comum - Tem estabilidade. -Adm. Direta. Autarquia, fundações públicas. #Servidores de entes governamentais de Direito Privado – (empregado público) – atua nas pessoas jurídicas de direito privado (EP e SEM; fundação de direito privado) – regime celetista. -Equiparam-se aos servidores públicos: concurso público, não acumulação de cargos, teto remuneratório (salvo se não receber dinheiro para custeio, art.37, § 9, CF), sujeitos à improbidade administrativa, sujeitos à lei penal como funcionários públicos, remédios constitucionais. -Não tem estabilidade – (Súmula 390 TST) – OJ 247, TST = dispensa imotivada, salvo Correios. (É bagunça o tema, resumo: STF reconhece que não tem estabilidade, mas se for EP e SEM prestadora de serviço público não pode dispensa imotivada, tem que motivar. Mas teve embargos das EP e SEM que não participaram no julgamento e vale só para os correios mesmo, por enquanto). -Empregados públicos – CLT (emprego público). Justiça do Trabalho. #Particulares em colaboração – requisitados (mesário, jurado, serviço militar obrigatório); voluntários (sponte própria, agente honorífico); contratados por locação civil de serviço; trabalhadores de concessionárias e permissionárias; praticam atos de força jurídica oficial (saúde, ensino); delegados de função = art. 236, CF serviços notariais, resolução 80 e 81, do CNJ. •Acesso ao Serviço Público -Acessibilidade – aos brasileiros e aos estrangeiros na forma da lei, em regra, por concurso público. # Concurso Público – processo seletivo de provas ou provas e títulos, escolha meritória, princípios da isonomia e impessoalidade (em tese né). # Exceções ao concurso – 1) Mandato Eletivo; 2) Cargo Em Comissão – escolha entre efetivos ou não (qualquer pessoa) mas tem que ter um mínimo reservado previsto em lei para servidor de carreira, atribuições de direção, chefia e assessoramento, livre nomeação e exoneração “ad nutum” / Função De Confiança =direção, chefia e assessoramento, mas só pode ser ocupado por quem tem cargo efetivo, gera mais atribuições e 20 responsabilidades, tendo como contrapartida uma gratificação; 3) Contratação Temporária – art.37, IX, CF, exercem função pública, processo seletivo simplificado, regulamentado pela Lei n. 8.745/93, regime legal especial, competência da justiça comum, vedações para contratos temporários sucessivos 4) hipóteses expressas na CF – Min. do STF, alguns cargos do STJ, TST, STM e TSE; regra do quinto constitucional, Ministros e conselheiros do TCU; 5) Agentes comunitários de saúde e agentes de combates às endemias (art. 198 CF). -SV 13 – Vedação ao nepotismo, alcança Adm. Direta e Indireta dos três poderes. Essa vedação não alcança cargos políticos (ex: secretárias) – veda nepotismo cruzado – princípios da moralidade e impessoalidade. -SV 43 – veda a ascensão na carreira – ex: analista que vira juiz sem concurso; escrivão que vira delegado sem concurso. *Requisitos do concurso – tem que estar previstos na lei da carreira; exigência tem que ser compatível com as atribuições do cargo; e isso depois tem que ser previsto no edital. Situações – a) Limite de idade - STF súmulas 14 e 683, STF RG tema 121 e tema 646; b) Exame psicotécnico - STF sv 44, RG tema 338; c) Diploma e habilitação legal - STJ Súmula 266. -Prazo de validade do concurso – de até dois anos, possível sua prorrogação por igual período, uma única vez (tem que estar previsto no edital) e dentro no prazo de validade do concurso (decisão discricionária). Possibilidade de realização de novo concurso com concurso ainda válido – pode fazer novo concurso, mas deve respeitar o anterior, ou seja, nomear os aprovados no primeiro (respeitar a ordem). (art. 37, IV, CF) -Direito à nomeação Regra = mera expectativa de direito; Exceção = direito subjetivo = a) preterição; b) ignora concurso válido com candidatos aprovados na lista e faz vínculos precários; c) aprovados dentro no número de vagas e dentro da validade do concurso; d) aprovados fora do número de vagas e surgimento de novas vagas durante a validade, não gera automaticamente o direito, salvo preterição arbitrária e imotivada. •Estabilidade -Requisitos para aquisição – Quem poderá adquirir o direito? Cargo e emprego? Quais requisitos? -Previsão art. 41 da CF – a) nomeação em cargo efetivo (aprovação em concurso público); b) três anos de efetivo exercício; c) ser aprovado em avaliação especial de desempenho (avaliação depende da lei de cada carreira – mas até hoje não é regulamentada pela maioria das carreiras). ***titular de emprego tem estabilidade? Antes da EC 19/98 se fosse emprego em pessoa jurídica de direito público tinha, de direito privado não. Após a EC 19/98 tanto emprego nas de direito público ou direito privado não há estabilidade para ocupante de emprego. -Tem como perder o cargo após a estabilidade? R: sim, (art. 41 CF) por meio de: a) processo administrativo, com contraditório e ampla defesa; b) processo judicial, com trânsito em julgado; c) avaliação periódica de desempenho; d) racionalização da máquina administrativa, art. 169, CF – ART. 19 LC 101/00 LRF (nesse caso primeiro vai 20% dos comissionados, depois não estáveis, então estáveis (só eles tem direito a indenização – se isso ocorrer os cargos são extintos e só pode ser criado 4 anos depois). -Estágio probatório – prazo 3 anos Súmula Vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Súmula Vinculante 43 - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 21 •Sistema Remuneratório -Duas modalidades: 1) Remuneração (vencimentos, no plural) = parcela fixa, salário base (vencimento) + parcela variável; b) Subsídio = parcela única. -Quem recebe subsídio? Chefes do executivoe vices; auxiliares imediatos do executivo; membros do Poder Legislativo; Magistrados e membros do MP; AGU; Procuradores; Defensores Públicos; Ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas; Policiais; cargo de carreira podem. -Paga-se fora do subsídio: a) verbas indenizatórias; b) garantias do art. 39, § 3, CF. -Remuneração ou subsídio tem que ser fixado por lei, em regra. Lei de iniciativa de quem vai pagar a conta (Executivo, Legislativo, Judiciário). *Exceções de fixação remuneratória por lei – a) Congresso Nacional por meio de decreto legislativo pode fixar subsídio do presidente e vice, ministros de estado, senadores e deputados federais. b) câmara municipal por meio de decreto legislativo pode fixar subsídio dos vereadores. -Teto remuneratório – Teto geral = Ministro do STF (fixado por lei de iniciativa do próprio STF). Quem está sujeito a esse teto geral? Administração Direta – União, Estados, Municípios, DF – Administração Indireta – autarquias, fundação pública, EP e SEM (EP e SEM salvo quando não receberem dinheiro para custeio, nesse caso não estão sujeitas ao teto). -Subtetos – União = teto geral Estado = executivo o teto é governador, legislativo o teto é deputado estadual, judiciário o teto é desembargado (também aplicado ao MP, Procuradores e Defensores Públicos) o restante dos cargos é o governador – no Estado o teto do desembargador é de 90,25% do Ministro do STF, ADI 3854 = limite de 90,25% é da remuneração do cargo de desembargador, mas se tiver magistério o teto é STF. Município = o teto é o prefeito •Acumulação de cargos públicos -Regra = vedada para cargo, emprego e função – proibição ampla: Adm. Direta, Indireta e sociedades controladas. -Exceções = professor + professor / professor + técnico científico / saúde + saúde. Tem que ter compatibilidade de horários. Art. 37, XVI, XVII e art. 38, CF. -Acumulações possíveis: (respeitado os tetos também) a) Remuneração + Remuneração = horário compatível; teto remuneratório (remunerações são consideradas individualmente); hipóteses da atividade: dois cargos de professor, um professor e um técnico cientifico ou dois de saúde – os requisitos são cumulativos. b) Proventos + Proventos = aposentadoria nas hipóteses permitidas para a atividade. c) Remuneração + Proventos = quando estiver nas hipóteses da atividade; mandato eletivo, cargo em comissão – todos nas hipóteses da atividade. d) Remuneração + Remuneração (mandato eletivo) = -Afastamento do cargo público se eleito para cargo eletivo (federal, estadual, distrital): se eleito é afastado do cargo e recebe o subsídio do cargo eletivo. (salvo aposentado). -Mandato de prefeito – não pode acumular, é afastado, e pode escolher qual remuneração. -Exceção de afastamento: vereador – com compatibilidade de horários não será afastado e recebe os dois – sem compatibilidade de horários, segue a regra, é afastado e opta pela remuneração ou subsídio. -Afastamento – conta como tempo de serviço, salvo promoção por merecimento; benefícios previdenciários como se estivesse em exercício. -Acumulação ilegal = infração funcional grave, punível com a pena de demissão, tem que ter PAD. •Aposentadoria -Regime Geral Previdência Social = INSS Direito Previdenciário Art. 201 e seguintes da CF Empregados privados, empregados públicos, servidores de entes governamentais de direito privado, contrato temporário, cargo em comissão. 22 -Regime Próprio De Previdência Social Art. 40, CF Direito Administrativo Servidores público de cargo efetivo, servidor público de cargo vitalício. -Proventos = remuneração do inativo -Princípio da reciprocidade – contagem recíproca dos prazos no RGPS e RPPS. 23 Serviços Públicos -Conceito: é toda atividade de oferecimento de utilidade e comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de direito total ou parcialmente público. Utilidade ou comodidade material; Estado assume como dever seu; Necessidade da coletividade em geral – cada pessoa utiliza o serviço a sua maneira; Prestação direta ou indireta; Regime jurídico público – total ou parcial. -Lei 8.987/95 e Lei 13.460/17. Art. 175 CF. •Princípios que regem o serviço público 1) Continuidade – sem interrupção, salvo aviso prévio (segurança das normas técnicas e usuário inadimplente) ou urgência. Serviços essenciais, mesmo se a Administração descumprir sua parte, não pode interromper a prestação, salvo sentença judicial transitada em julgado; 2) Universalidade – generalidade, impessoalidade, sem discriminação, privilégios, abusos, maior número de interesses possíveis. Coletividade geral; 3) Segurança – não pode colocar em risco o administrado; 4) Atualidade – técnicas modernas (adaptabilidade); 5) Modicidade – tarifas baratas, razoáveis; 6) Cortesia – urbanidade, boa educação, boa vontade; 7) Eficiência; 8) Transparência; 9) Controle. •Competência -Determinação constitucional. -Competência – repartição da CF – arts. 21, 23, 25 e 30. Observar relação de interesse (nacional, regional e local). CF tem esse rol exemplificativo. -Competência exclusiva da União – art. 21 _ serviço postal e correio aéreo nacional, telecomunicações são os que aparecem mais em questões. •Classificações 1) Próprio e Impróprio: a) Próprio = serviço propriamente dito, serviço essencial, não admite delegação (titularidade exclusiva das Adm. direta e indireta); b) Impróprio = serviço de utilidade pública, serviço não essencial, admite delegação (não exclusivo). 2) Serviços gerais e individuais: a) Gerais = serviço prestado à coletividade em geral, indivisível (uti universi), usuários indeterminados ou indetermináveis, não é possível mensurar o uso. Não pode cobrar taxa. Receita geral (impostos). b) Individuais = serviço específico (uti singuli), divisíveis. É possível mensurar o uso. Pode ser Compulsório: taxa, taxa mínima (tributo vinculado) ou Facultativo: tarifa (preço público). *Iluminação pública Súmula 670 e Súmula Vinculante 41. 3) Serviços delegáveis e indelegáveis: a) delegáveis = centralizada / descentralizada b) indelegáveis = entes federados / autarquias. (Poder de Império). 4) Serviços administrativos, sociais, econômicos: a) Administrativos = atividade meio (internas). b) Sociais = prestados de maneira obrigatória (regime público), mesmo não sendo titularidade exclusiva. c) Econômicos = lucro (comerciais ou industriais). 24 •Delegação de Serviço Público -Art. 22, XXVII CF e art. 175 CF. 1) Concessão Comum de Serviço Público: Lei 8.987/95 - é a delegação de serviço público = é transferência da execução do serviço público. A titularidade continua sendo da Administração Pública. -É feita pelo poder concedente à pessoa jurídica ou consorcio de empresa. Só cabe para pessoa jurídica ou consórcio de empresas, não cabe para pessoa física. Poder Concedente = entes da Administração Direta, ente político que tem competência sobre a prestação do serviço público (na lei). #Formalização da concessão: a) por meio de contrato administrativo; b) depende de autorização legislativa prévia; c) mediante licitação, na modalidade de concorrência, com exceções: programa nacional de desestatização (Lei 9.491/97); energia elétrica (Lei 12.783/13); Rádio e TV não há licitação, art. 223 da CF (concessão presidencial + prévia apreciação / aprovação do Congresso Nacional). -Diferenças do procedimento da concorrência na concessão – em face da Lei 8.666 – ex: critérios de julgamento, desempate, procedimento licitatório poderá ser invertido e apresentação delances verbais. d) Por prazo determinado – deverá constar no edital o prazo de sua duração (previsto na lei do serviço) e eventuais prorrogações (art. 18, I). e) Demonstrar capacidade para prestar o serviço por sua conta e risco – nome próprio – art. 37, §6, CF- responsabilidade objetiva usuário e não usuário de serviço, STF RG RE 591874. #Remuneração do serviço: a) tarifa do usuário; b) receitas alternativas; c) recursos públicos (facultativos). #Formas de extinção da concessão: a) advento do termo contratual (venceu o prazo); b) por rescisão judicial (regra pelo contratado que não tem mais interesse no contrato); c) por rescisão consensual (acordo entre as partes); d) por ato unilateral do poder concedente - duas hipóteses: 1) Encampação (resgate) = término do contrato antes do prazo, feito pelo poder público, de forma unilateral, por razões de conveniência e oportunidade do interesse público. O concessionário faz jus a prévia indenização e depende de autorização legislativa; 2) Caducidade (decadência) = forma de extinção do contrato antes do prazo, pelo poder público, de forma unilateral, por descumprimento de cláusula contratual por parte da concessionária. Depende de processo administrativo. 3) Anulação = ilegalidade; e) Falência ou extinção da empresa ou morte do concessionário. 2) Concessão Especial de Serviço Público: – Lei 11.079/04 – Parceria Público Privada (PPP): um acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa do setor privado com o objetivo de implantação ou gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e dos ganha entre os pactuantes. #Modalidades de PPP: a) Concessão Patrocinada = é a concessão se serviços públicos ou de obras de que trata a Lei n. 8.987/95, quando envolver, adicionalmente duas fontes de recursos: I) tarifa cobrada dos usuários; II) contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. (Recurso público é obrigatório) b) Concessão Administrativa = é o contrato de prestação de serviços de que a Administração seja a usuária direta ou indiretamente, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. #Características da concessão especial (PPP): a) financiamento pelo setor privado; b) compartilhamento dos riscos; c) pluralidade compensatória - (variabilidade remuneratória) – pode ser: ordem bancária. Cessão de créditos não tributários, outorga de direitos em face da 25 Administração Pública, outorga de direitos sobre bens públicos dominicais, outros meios admitidos em lei. #Vedações da concessão especial (PPP): a) quando ao valor – não pode valor inferior a 10 milhões de reais; b) quanto ao tempo – período de prestação não inferior a 5 anos e não superior a 35 anos; c) quanto ao objeto – contrato que tenha como objeto único. (serviço + obra + fornecimento – pelo menos dois desses). 3) Permissão de Serviço Público: –Art. 2, IV e art. 40 da Lei 8.987/95 – é a delegação, a título precário, mediante licitação (qualquer modalidade) da prestação de serviços públicos feita pelo poder concedente, à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade de desempenho por sua conta e risco. #A permissão se formaliza por contrato administrativo. Concessão Permissão Caráter mais estável Caráter mais precário Exige autorização legislativa Não exige autorização legislativa, em regra. Licitação por concorrência Licitação por qualquer modalidade Para pessoas jurídicas ou consórcio de empresas Para pessoas jurídicas ou físicas Apesar de todas essas diferenças a concessão e a permissão de serviço público ambas têm a mesma natureza jurídica, STF ADI 1491 – as duas tem natureza contratual. 4) Autorização de Serviço Público: - É ato unilateral e discricionário pelo qual o Poder Público delega ao particular a exploração de serviço público, a título precário. (pequenos serviços e situações urgentes) -Ato unilateral = Adm. que faz. -Ato discricionário = conveniência e oportunidade. -Ato precário = retomado a qualquer tempo sem indenização. Ex: táxi, despachante. Titularidade do Serviço Público Exclusiva do Poder Público Não exclusiva do Poder Público De forma direta – Adm. Direta e Indireta Poder Público = direito público De forma indireta – particulares por delegação por meio de concessão e permissão com licitação. Pode ter finalidade lucrativa por meio de autorização. Particulares = direito privado. Não precisa de delegação, não é prestação indireta. Ex: educação e saúde Política Remuneratória Taxa Tarifa -Compulsória; -Interesse público; -Natureza de tributo; -Sem finalidade lucrativa; -Exercício do Poder de Polícia; -Serviços específicos e divisíveis. -Preço Público; -Facultativa, não pode ser imposta; -Finalidade lucrativa; -Não tem natureza de tributo; -Cobrada por EP / SEM concessionárias, permissionárias, autorizatárias. Formas de transferência Para Adm. Indireta Para um Particular -Forma = Lei -Nome = por serviços, outorga legal -Transfere = execução + titularidade -Forma = contrato administrativo ou ato administrativo em caso de autorização. -Nome = delegação, colaboração. -Transfere = apenas a execução. **Prestação desconcentrada = técnica administrativa de criação de órgãos públicos na Adm. Direta e Indireta. **Concentração = extinção de órgão público, relação de hierarquia e subordinação. Formas de prestação do serviço público -Direta – ente federado (titular) ou Adm. Indireta. -Indireta – particular (delegação). -Prestação centralizada – uma pessoa jurídica, Adm. Direta por meio de seus órgãos e agentes. -Prestação descentralizada – duas pessoas, Adm. Direta tem a titularidade, mas transfere a execução para Adm. Indireta ou um particular prestar em nome próprio e própria conta e risco. 26 Intervenção na propriedade -Regra – é a não intervenção – excepcionalmente, o Estado intervirá na propriedade, restringindo-lhe seu caráter absoluto, exclusivo ou perpetuo. Há duas formas de intervenção: 1) a restritiva = afeta o caráter absoluto (ex: limitação administrativa, servidão administrativa, requisição, ocupação temporária e tombamento); 2) supressiva = afeta o caráter permanente (ex: desapropriação). -Intervenção = exceção, deve ser sempre muito bem fundamentada. -Fundamentos: 1) Supremacia do Interesse Público; 2) Prática de Ilegalidade (escravidão, plantação de psicotrópicos). -Direito de propriedade – previsto no art. 5, XXII, XXIII CF = usar, gozar, usufruir, dispor e reaver um bem. -Características do direito de propriedade – exercido no caráter absoluto (=liberdade), perpetuo (=é minha enquanto esse for meu desejo) e exclusivo (=direito de usar só, exclusividade). A intervenção da propriedade vai interferir em alguma dessas características. -Poder de Polícia - compatibilização de interesses (interesse público X interesse particular = bem-estar social) sentindo amplo, incluindo obrigações de fazer, de não fazer e de impor o dever de utilizar o bem, este pode está presente em todas as modalidades de intervenção do Estado sobre a propriedade – EXCETO na desapropriação porque não é mera limitação, já que transfere a propriedade. •Intervenção pode ser: 1). Restritiva – restringir a propriedade, mas o dono continua dono. Ex: limitação administrativa, servidão administrativa, requisição, tombamento, ocupação. 2). Supressiva – retirada do bem (“sacrifício de direito”) – nesse caso o dono perde o bem. Ex: desapropriação (único exemplo). Obs. Desapropriação indireta – simulação de intervenção restritiva, mas na prática é supressiva. •Modalidades 1) Limitação Administrativa -Impõe obrigações de caráter geral a proprietários indeterminados, em benefício do interesse geral abstratamente considerado,
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