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Direito Administrativo

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1 
 
 
Introdução ao Direito 
Administrativo 
•Conceito de Direito Administrativo 
-Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os 
órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a 
realizar concreta, direta e imediatamente os fins 
desejados pelo Estado (em qualquer dos Poderes) 
(critério da administração pública). 
- E o que é regime jurídico administrativo? R: regras + 
princípios = regime jurídico administrativo. São regras e 
princípios que regem os órgãos, os agentes e as atividades 
públicas, no regime das atividades administrativas. 
-Quem define os fins do Estado? R: É o Direito 
Constitucional que define, mas é no Direito 
Administrativo que vamos realizar esses fins, efetivar 
esses objetivos (de forma direta, concreta e imediata). 
- Realizar de forma direta, concreta e imediata, o que 
significa isso? 
a) Direta = não precisa, não depende de provocação. A 
indireta precisa de provocação, é a jurisdicional. 
b) Concreta = tem destinatário certo, produzir efeitos 
concretos. Afasta a função abstrata do Estado. Função 
abstrata do Estado é a função legislativa. 
c) Imediata = atividade jurídica. Estado efetivando a 
política pública. 
 
•Fontes do Direito Administrativo 
- Mas, o que é fonte? R: É aquilo que vai levar ao 
surgimento de uma regra de D. Administrativo. 
- E quais são elas? 
a) Lei – em sentido amplo (qualquer espécie normativa). 
b) Doutrina – resultado do trabalho dos estudiosos. 
c) Jurisprudência – julgados reiterados do Tribunal no 
mesmo sentido. Súmula = quando a jurisprudência está 
pacificada. 
d) Costume – pratica habitual, acreditando ser ela 
obrigatória. Fonte secundária e indireta. Não cria e nem 
exime obrigação. 
e) Princípios gerais do Direito – viga mestra, alicerce do 
Direito. Expressos ou implícitos. 
 
•Sistemas administrativos (ou mecanismos de 
controle) 
-Praticado um ato administrativo, ele pode ser 
controlado / revisado por quem? 
1) Contencioso administrativo (sistema francês) – 
controle feito pela própria Administração, 
excepcionalmente o Judiciário controla. 
2) Jurisdição única (sistema inglês) – controle / revisão 
do ato é feita pelo Poder Judiciário. A Administração 
também controla, mas essa decisão pode ser revista pelo 
Judiciário. 
**No Brasil é adotado o sistema de jurisdição única 
(sistema inglês). 
 
•Governo, Estado, Administração, são a mesma 
coisa? 
- Não. São conceitos que não se confundem, não são 
sinônimos. 
- Estado = pessoa jurídica de direito público, tem os 
elementos: povo, território, finalidades específicas, 
soberania, governo. 
- Governo = elemento do Estado que significa comando, 
direção da pessoa jurídica. Governo soberano = nas 
relações internacionais ele tem independência e nas 
relações internas ele tem supremacia. 
- Administração = máquina administrativa, elemento 
estrutural do Estado (órgãos, agentes, bens, entidades). 
 
 
 
2 
 
 
Regime Jurídico 
Administrativo 
 
•Conceito de regime jurídico administrativo 
 
-Conjunto harmônico de regras e princípios que definem 
a lógica de atuação ao ente público, a qual se baseia na 
existência de limitações (indisponibilidade) e 
prerrogativas em face do interesse público (supremacia). 
 
Conjunto harmônico de princípios + relação logica de 
coerência = unidade, sistema, regime jurídico. 
 
•Princípios que regem o Direito Administrativo 
 
-Princípio = viga mestra, alicerce, base do ordenamento 
jurídico. 
 
1) Princípios mínimos do Direito Administrativo: 
-Art. 37 CF, legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade, eficiência. 
A) Princípio da Legalidade – artigos 5, II, 37, caput, 84, 
150, todos da CF. 
-Enfoques da legalidade – Direito Privado = o particular 
pode tudo, só não pode contrariar a lei, critério de não 
contradição à lei; Direito Público = só pode o que está 
previsto na lei, critério de subordinação à lei. 
-Controle de legalidade (em sentido amplo) = verificar se 
o ato está de acordo com a lei e a com a CF e suas regras 
e princípios. 
-Princípio da reserva de lei é diferente de Legalidade. 
Reserva de lei significa selecionar uma matéria e 
determinar uma certa espécie normativa, escolha de 
espécie normativa, enquanto legalidade é fazer o que a 
lei autoriza ou determina. 
B) Princípio da impessoalidade – ausência de 
subjetividade. O administrador não pode buscar 
interesses pessoais. 
-A Administração tem que tratar a todos sem 
discriminações, benefícios ou detrimentos. 
-O ato administrativo é também impessoal, o ato não é 
dele (servidor) é da pessoa jurídica a que ele pertence. 
-Ex: licitação, concurso público. 
C) Moralidade – não tem conceito fechado – traduz a 
ideia de honestidade. Correição de atitudes. Respeito a 
princípios éticos. Boa-fé, retidão de conduta. 
-Moral comum difere-se da moral administrativa, esta 
é mais rigorosa, não basta agir de forma correta, deve 
ser o melhor administrador possível. 
-Súmula Vinculante 13 – vedação ao nepotismo. 
D) Publicidade (gênero) – o direito é do povo, então é 
preciso dar conhecimento ao titular do poder. 
-Condição de eficácia / inícios de contagem de prazo / 
mecanismo de controle / início da produção de efeitos. 
-Não se confunde com publicação, que é espécie de 
publicidade. 
-Ex: arts. 5, XXXIII, XXXIV, LXXII e 37, caput. 
*Exceções ao princípio – art. 5 X, XXXIII, LX – 
intimidade, vida privada, honra, segurança da sociedade 
e Estado, atos processuais sigilosos. 
 -Mandado de Segurança X Habeas Data – Qual é o 
remédio constitucional cabível em caso de negação de 
publicidade? 
R: Habeas Data quando for informação sobre a própria 
pessoa, informações pessoais. Obter ou corrigir 
informações. Se forem informações não pessoas será o 
Mandado de Segurança, direito líquido e certo de obter 
informação de meu interesse, mas não pessoais. 
-Art.37 §1° - dever se informação. 
E) Eficiência – ainda não representa a realidade – EC 
19/98, atrelou eficiência à estabilidade. Avaliação 
especial de desempenho para estabilidade e também 
periódica para estáveis. 
-Produtividade, rendimento pessoal, ausência de 
desperdícios, agilidade, economia. 
-Racionalização da máquina pública – art. 169 CF. 
 
2) Princípios basilares (pedras de toque): 
 
A) Supremacia do interesse público sobre o privado – é 
superioridade, a sobreposição do interesse público frente 
ao privado. 
-Pressuposto lógico de convívio social. 
- A superioridade não é do gestor, não é superioridade da 
máquina administrativa. É do povo, do interesse do povo. 
-Princípio implícito na CF. 
B) Indisponibilidade do interesse público – limite à 
supremacia do interesse público. A Administração pode 
‘quase tudo’, mas não pode abrir mão do interesse 
público. 
3 
 
 
-O administrador de hoje não pode criar entraves, 
obstáculos para o administrador de amanhã. *Função 
pública = atividade em nome e no interesse do povo, 
administrador público exerce função pública = encargo + 
obrigação + múnus público. 
- Não pode abrir mão do direito do povo. 
 
 
•Princípios Implícitos 
 
1) Princípio da isonomia – “tratar os iguais de forma igual 
e os desiguais de forma desigual, na medida de suas 
desigualdades.” 
-Quais os iguais, os desiguais e a medida de suas 
desigualdades? Qual o fator de discriminação? Está de 
acordo com o objetivo da norma? 
R: se estiver de acordo não viola o princípio da isonomia. 
Há compatibilidade entre o fator de discriminação e o 
objetivo da norma? 
 
2) Contraditório e ampla defesa – art. 5, LV, CF. 
-Contraditório = conhecimento, ciência. Bases: a) Lógica 
= bilateralidade; b) Política = ninguém pode ser julgado 
sem ser ouvido. 
-Ampla defesa = oportunidade de defesa. Exigências da 
ampla defesa: a) Defesa prévia; b) Direitos à informação; 
c) Direito de defesa técnica (advogado) – Súmula 
Vinculante 05, a falta de defesa técnica por advogado 
no PAD não ofende a CF; d) Direito a produção de provas 
e avaliação delas; e) Direito de recurso – Súmula 
Vinculante 21. 
 
3) Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade –implícitos na CF e expressos na lei ordinária 9.784/99 
(processo adm. federal). 
-Razoabilidade = agir de forma razoável, lógica, 
coerência. Proibidos os excessos. 
-Proporcionalidade = agir com equilíbrio entre os atos e 
medidas, benefícios e prejuízos. 
-Representam limites à discricionariedade do 
administrador. 
 
4) Autotutela Administrativa – não se confunde com 
tutela administrativa. 
-Permite a Administração rever seus próprios atos. 
Anular atos ilegais, revogar por conveniência e 
oportunidade, respeitando os direitos adquiridos (ambos 
os casos, ressalvada a apreciação judicial). 
 
5) Continuidade dos Serviços Públicos – prestação 
ininterrupta, salvo emergência e aviso prévio. Prestação 
adequada. 
-Delegatário prestador não pode interromper a 
prestação, mesmo que a Administração esteja 
descumprindo sua parte. Apenas com decisão judicial 
transitada em julgado. 
 
6) Motivação – indicação dos elementos fáticos e jurídicos 
que justificam a prática do ato. Tanto para atos 
discricionários como para atos vinculados. Exceção: 
exoneração de cargo em comissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Organização da 
Administração Pública 
 
•Formas de prestação da atividade administrativa 
 
-Quem presta o serviço público? A que título está 
prestando? Qual o vínculo jurídico? 
R: Depende da forma de prestação. 
-As formas podem ser: centralizada, desconcentrada, 
descentralizada. Pela administração direta, indireta e 
particulares. 
-Centralizada = o núcleo da Adm. que presta o serviço, 
Adm. Direta, União, Estados, Municípios, DF, prestado 
pelos entes políticos. 
-Descentralizada = Adm. Indireta (entes 
administrativos) ou particular prestam o serviço. A Adm. 
Direta transfere para uma nova pessoa (física ou 
jurídica). É sem hierarquia, sem subordinação. 
-Descentralização pode ser por outorga ou por delegação. 
*Outorga = transferência da titularidade e da execução 
do serviço, apenas por meio de lei, apenas para a 
administração indireta de direito público. 
*Delegação = transferência apenas da execução. Pode 
ser por meio de lei às pessoas jurídicas da Adm. Indireta 
de direito privado. Pode ser por meio de contrato 
administrativo aos particulares (concessionários / 
permissionários). Pode ser por meio de ato administrativo 
aos particulares. Autorização de serviço público (serviços 
de táxi, despachantes). 
-Desconcentrada = distribuição de serviços dentro da 
mesma pessoa jurídica. É com hierarquia, com 
subordinação. Existe controle e fiscalização. 
 
•Administração Direta 
 
- Direta – União, Estados, Municípios e Distrito Federal 
(aprofundado em constitucional). Rol taxativo. Entes 
federados, pessoas políticas, entes políticos. 
Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou 
orgânico, é a lei que define quem é Administração 
Pública. 
 
 
-Poderes do Estado (ou Poderes da República) 
- Funções típicas Funções atípicas 
Poder Executivo Administrar Legislar 
Poder Legislativo Legislar 
Fiscalizar 
Julgar 
Administrar 
Poder Judiciário Julgar Legislar 
Administrar 
 
•Órgãos Públicos 
 
- Órgão público é um centro especializado de 
competência, um núcleo de competência. Feixe 
despersonalizado de competências, divisão interna das 
competências, é dentro de uma mesma pessoa jurídica 
da Administração Direta ou Indireta. 
*Características: 
-Não tem personalidade jurídica, não pode ser sujeito de 
direito, não pode ser sujeito de obrigação. Quem responde 
pelos seus atos é a pessoa jurídica a que ele pertence. 
#pode ter CNPJ (art. 4 da Instrução Normativa da Receita 
Federal 1.634/16) – Se o órgão tem recursos públicos tem a 
possibilidade de ter CNPJ para a Receita realizar controle do 
fluxo do recurso. 
-Pode ir a juízo? Pode. Órgãos independentes ou 
autônomos são exceções em caso de Mandado de 
Segurança para defesa de suas prerrogativas funcionais 
(como autor). Pode ter representação própria? Pode, ex: 
Presidente da Assembleia Legislativa. 
-São fruto de desconcentração administrativa, que 
ocorre dentro da mesma pessoa jurídica. 
-Criação e extinção por meio de Lei (reserva legal). 
-São hierarquizados. 
-Podem celebrar contrato de gestão, art.37, §8, CF. 
 
*Teoria do Órgão – a pessoa jurídica manifesta sua 
vontade por meio de seus órgãos públicos. E seus órgãos 
públicos manifestam sua vontade por meio de seus 
agentes públicos. 
5 
 
 
 
*Classificação dos órgãos públicos: 
 
1) Quanto a posição estatal: 
-Órgãos Independentes – mais alto escalão, não 
subordinados, agentes políticos, competências hauridas 
da CF. Ex: Presidência da República, Tribunais, Câmara, 
Senado. 
-Órgãos Autônomos – hierarquizados, ampla autonomia 
(administrativa, técnica, financeira), órgãos diretivos. 
Ex: Ministérios, secretárias. 
-Órgãos Superiores – direção, chefia, controle e decisão, 
autonomia reduzida (apenas técnica). Ex: 
Coordenadorias, gabinetes. 
-Órgãos Subalternos – mera execução, poder decisório 
reduzido. 
 
*Cada vez que desce um degrau perde sua principal 
característica. 
 
2) Quanto a estrutura: 
-Simples (unitários) 
-Composto – dividido em outros órgãos. 
 
3) Quanto a composição (atuação funcional): 
-Singulares (unipessoais) = decisão de um agente. 
-Colegiados (pluripesoais) = manifestação conjunta. 
 
4) Quanto a esfera de atuação: 
-Centrais = todo o território. 
-Locais = apenas em parte do território. 
 
•Administração Indireta 
 
-Forma de descentralização administrativa. Entes ou 
Pessoas Administrativas. 
-Não têm autonomia política, não legisla. 
-Quais entes compõem a Administração Indireta? 
Autarquia – Fundação Pública – Empresa Pública – 
Sociedade de Economia Mista. 
 
*Características aplicáveis a todas: 
 
a) Personalidade Jurídica própria – aptidão para ser 
sujeito de direitos e obrigações (capacidade processual) 
responde pelos seus atos, patrimônio próprio, receita 
própria, autonomia técnica, administrativa e financeira. 
 
b) Criação e extinção – art. 37, XIX, CF – Lei cria 
autarquia e fundação de direito público (sem registro, 
não precisa de mais nada) e lei autoriza a criação 
(registro na Junta Comercial = natureza empresarial e 
Cartório = natureza civil, registro dos atos constitutivos 
no órgão competente) de fundação de direito privado, 
governamental (finalidades = lei complementar), 
empresa pública e sociedade de economia mista. Lei 
Ordinária Específica, só pode cuidar disso, cada pessoa 
da pessoa jurídica indireta vai ter a sua lei. Paralelismo 
de formas, da mesma forma que criamos vamos 
extinguir, se a lei cria ou autoriza a criar, a lei também 
vai extinguir ou autorizar a extinção. 
 
c) Finalidade não lucrativa – Sua finalidade não é o 
lucro, mas busca do interesse público, inclusive quando 
exploradoras da atividade econômica. Mas o lucro é 
possível, mas não é o objetivo. 
 
d) Finalidade específica – cada pessoa jurídica da 
administração indireta tem sua finalidade específica 
definida em lei. Os entes administrativos estão vinculados 
às finalidades para as quais foram criados (princípio da 
especialidade). 
 
e) Controle – Há controle, há fiscalização, mas NÃO há 
relação de subordinação. Controle pela Administração 
Direta. Poder Executivo - supervisão ministerial; Poder 
Judiciário – várias ações; Poder Legislativo – Tribunal de 
Contas, CPIs. Controle pelo povo – ação popular, audiência 
pública, consulta pública, representação, etc. 
 
 
•Autarquias 
-Pessoa jurídica de Direito Público. 
-Presta atividades típicas do Estado. 
-Tem personalidade jurídica própria 
-receita e patrimônio próprios. 
-Responde pelos seus atos. 
-Criação e extinção por lei. 
-Tem autonomia técnica, administrativa, financeira. 
-Não tem fins lucrativos. 
Independentes
Autonômos
Superiores
Subalternos
6 
 
 
-Tem finalidade específica definida em lei. 
-Está sujeita a controle. 
-Espécies: comuns ou ordinárias, agências reguladoras*, 
territórios federais. 
 
*Regime Jurídico: como são os atos e contratos, 
reponsabilidade civil, regime de pessoal, procedimentos 
financeiros,regime tributário, prescrição de ações, 
privilégios processuais, débitos judiciais, bens 
autárquicos? 
 
-Atos e Contratos – atos = são atos administrativos 
(presunção de legitimidade, autoexecutoriedade e 
imperatividade); contratos = são contratos 
administrativos (clausulas exorbitantes – licitação) 
sujeita a Lei n 8.666/93. 
-Responsabilidade Civil – art. 37 §6, CF, responsabilidade 
civil objetiva. Estado responde subsidiariamente (em 
segundo lugar). 
-Bens Autárquicos – inalienáveis (relativa, alienáveis de 
forma condicionada); impenhoráveis (não cabe penhora, 
arresto = bem indeterminado e sequestro = bem 
determinado); impossibilidade de oneração, não pode ser 
objeto de direito real de garantia (não cabe penhor = bem 
móvel e hipoteca = bem imóvel, ambos fora do processo); 
imprescritíveis (não cabe usucapião). 
-Débitos Judiciais – regime de precatório, art. 100 da CF, 
fila com ordem cronológica para pagamento. Cada 
autarquia tem fila própria. 
-Prescrição das Ações – decreto n20.910/32 – prazo 
prescricional de 5 anos, prazo quinquenal para a vítima 
ajuizar ação contra autarquia – STJ, Recurso Repetitivo, 
Resp. n°1251993 (tema 553) mérito – Dje 19/12/2012. 
-Procedimentos Financeiros – sujeita à lei de 
responsabilidade fiscal; sujeita à contabilidade pública. 
Sujeita à Lei Complementar 101/00 e Lei n. 4320/64. 
-Regime Tributário – art. 150, VI, a, CF, imunidade 
recíproca, só para impostos. - Art. 150, §2, CF. aplica 
imunidade recíproca para autarquias, para impostos 
(não para taxa, contribuição), na sua FINALIDADE 
ESPECÍFICA. 
-Regime Processual – tratamento de fazenda pública. 
Prazo dilatado (art.183 NCPC) prazo em dobro para 
todas as manifestações, salvo quando a lei estipular outro 
prazo. - Tem Reexame necessário (art.496 NCPC) *não 
se aplica reexame necessário quando tiver súmula de 
tribunal superior, acórdão do STF ou STJ com recurso 
repetitivo. Orientação vinculante no âmbito 
administrativo, além dos valores estipulados de acordo 
com cada ente 
-Regime de Pessoal – servidor público, atua em pessoa 
jurídica de direito público, sujeita a regime jurídico único 
(estatuto (cargo) ou CLT (emprego) ADI 2135). 
 
*Conselhos Profissionais (de classe) – tinha natureza de 
autarquia; Lei 9.649/98, art. 58, pessoa jurídica de direito 
privado. ADI 1717, volta a ter natureza de autarquia, 
poder de polícia, não pode ser delegado ao particular, 
segurança jurídica. Regras dos conselhos de classe: 
anuidade = natureza tributária; não pagamento 
anuidade = execução fiscal; contabilidade pública; 
controle pelo Tribunal de Contas; concurso público. 
 
*Agências Reguladoras: são autarquias de regime 
especial, instituídas em razão do fim do monopólio estatal 
e são responsáveis pela regulamentação, controle e 
fiscalização de serviços públicos, atividades e bens 
transferidos ao setor privado. O regime especial 
caracteriza-se por três elementos: 1) maior estabilidade 
e independência em relação ao ente que as criou (não 
sujeita a subordinação) autonomia adm. Financeira e 
decisória; 2) investidura especial sendo os dirigentes 
nomeados pela Presidência da República, mas depende 
de prévia aprovação pelo Senado Federal (art. 84, XIV e 
52, III, ‘f” da CF/88; 3) mandato de 05 anos sem 
recondução, e quarentena de 06 meses, assegurada a 
remuneração compensatória. Previsões oriundas do novo 
Marco Legal das Agências Reguladoras (Lei 13.848/2019) 
que alterou os arts. 6º e 8º da Lei 9.986/2000. 
ATENÇÃO! Obedece às normas da Lei 8.666/93, 
entretanto podendo optar por modalidades especificas 
como o pregão e a consulta (ADI 1668). 
 
*Agências Executivas - são autarquias ou fundações que 
por iniciativa da Administração Direta, recebem o status 
de Agência, em razão da celebração de um contrato de 
gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de 
custos - Lei 9.649/98. 
 
•Fundação 
-Conceito: é um patrimônio destacado por um fundador 
para uma finalidade específica ‘universitas bonorum’. 
Pessoa jurídica composta por um patrimônio 
personalizado, que presta atividades não lucrativas e 
atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como 
educação, cultura, pesquisa, entre outras, sempre 
7 
 
 
merecedoras de amparo estatal. Trata-se da 
personificação de uma finalidade. 
-Pode ser de Direito Público ou Direito Privado. 
-Quando criada com personalidade de direito público é 
espécie de autarquia, regras de Direito Administrativo, 
dentro da Administração, mesmo regime de autarquia. 
Autarquia fundacional ou fundação autárquica. 
-Quando criada com personalidade de direito privado 
está fora da Administração Pública, normas de direito 
civil, fundador instituído particular, mesmo regime de 
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista, 
fundação governamental. A criação é autorizada por lei, 
e a efetiva criação se dá com o registro (inscrição do ato 
constitutivo). Não pode ter finalidade lucrativa. Lei 
complementar define seu campo de atuação. 
 
 •Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista 
 
 
-Lei 13.303/16 – lei das estatais. – Art. 173 CF 
 
-Conceito de Empresa Pública (art.3 Lei 13.303) - 
Empresa pública é a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, com criação autorizada por 
lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é 
integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios. 
-Empresa Pública – PJ de direito privado; prestadora de 
serviços públicos ou exploradora de atividade econômica; 
regime híbrido ou misto, não segue regime 
completamente público; capital exclusivamente público 
(pode ser de mais de um ente); pode ser constituída de 
qualquer modalidade empresarial. 
 
-Conceito de Sociedade de Economia Mista (art. 4 Lei 
13.303) - Sociedade de economia mista é a entidade 
dotada de personalidade jurídica de direito privado, com 
criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade 
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em 
sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos 
Municípios ou a entidade da administração indireta. 
-Sociedade de Economia Mista – PJ de direito privado; 
prestadora de serviços públicos ou exploradora de 
atividade econômica; capital misto (parte pública, parte 
privada, controle acionário público); só pode ser 
constituída na forma de S/A – sociedade anônima (art. 
5 da LRE). 
 
 
 
*Características comuns de EP e SEM 
 
-Empresas estatais. 
-Pessoas jurídicas de Direito Privado. 
-Criação: autorizadas por lei + registro. 
-Extinção: lei. 
-Regime celetista (emprego) – Justiça do Trabalho. 
-Finalidades: Prestadora de Serviço Público (PSP) ou 
Exploradora de Atividade Econômica (EAE). 
 
*Diferenças entre EP e SEM 
 
-Forma de organização 
-Capital social. 
-Competência, art. 109, CF. 
 
 -Empresa Pública = qualquer modalidade empresarial; 
capital exclusivamente público; competência da Justiça 
Federal quando federal, estadual quando EP estadual ou 
municipal. 
-Sociedade de Economia Mista = somente S/A; capital 
misto; competência da Justiça Estadual em todas as 
esferas (SEM não está prevista no art. 109 CF). 
 
*Regime Jurídico das Estatais 
 
-Licitação e Contratos – lei 13.303/16, ficam fora da lei 
8.666, regime mais próximo ao RDC. Estão sujeitas a 
licitação, mas regras específicas. Dispensa e 
inexigibilidades específicas. 
-Bens e Precatórios de EP e SEM – regra = bens privados 
(em regra penhoráveis), excepcionalmente seguem o 
regime de Bem Público quando estiveram 
DIRETAMENTE ligados à prestação de serviço público, 
quando colocarem em risco a continuidade do serviço 
público (princípio da continuidade). Regra de não ter 
precatório, salvo, também, se ligados diretamente à 
prestação de serviço público. 
*Empresa de Correios e Telégrafos, tratamento diferenciado 
– ADPF n°46, empresa pública com exclusividade de serviço 
postal, em razão disso ganha tratamento de fazenda pública: 
bens impenhoráveis, imunidade reciproca, regime de 
precatório. 
-Regime Falimentar – Lei n° 11.101/05 –NÃO há falência, 
não há regime falimentar para EP e SEM. 
-Responsabilidade Civil – posição que prevalece é tratar 
de acordo com a sua finalidade. 
8 
 
 
#Se prestadora de serviços públicos = art.37, §6 da CF, 
responsabilidade objetiva, Estado responde 
subsidiariamente. (+público) 
#Se exploradora de atividade econômica = direito civil, 
responsabilidade subjetiva, Estado NÃO responde. 
(+privado). 
-Regime Tributário – 
#Prestadoras de serviços públicos = art. 150, §3 da CF, 
serviços em que o encargo é transferido ao usuário do 
serviço. Serviço público com exclusividade = imunidade 
recíproca, art. 150, VI, a, CF (apenas para impostos). 
#Exploradoras de atividade econômica = art. 173, §2, CF, 
não tem privilégios, exceto os extensíveis a iniciativa 
privada. 
-Regime de Pessoal – não é servidor público. É servidor de 
ente governamental de direito privado, EMPREGADO, 
regime celetista, trabalhista. 
#Equipara-se ao servidor público = concurso público; não 
acumulação; teto remuneratório, salvo se a estatal não 
receber dinheiro para custeio para sua manutenção; CP, 
art. 327 – funcionário público; Lei de Improbidade; 
remédios constitucionais. 
#Diferencia-se do servidor público = não tem estabilidade. 
Súm. 390, TST, art. 41 CF; OJ 247, TST dispensa 
imotivada, salvo empresa de correios e telégrafos; STF, 
RG – tema 131, RE 589.998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Atos Administrativos 
 
•Ato X Fato 
 
-Fato = acontecimento. Pode ter consequências jurídicas, 
gerando um ato. 
-Ato = manifestação de vontade. 
 
•Conceito Ato Administrativo 
 
-Manifestação de vontade do Estado ou de quem o 
represente que irá criar, modificar ou extinguir direitos, 
com o objetivo de satisfazer o interesse público. Segue o 
regime jurídico de direito público. O ato administrativo é 
complementar e inferior à lei. Todo ato administrativo 
está sujeito a controle pelo Poder Judiciário no que tange 
a sua legalidade (controle de legalidade). 
-Hely Lopes Meireles – ato administrativo em sentido 
estrito, além do conceito acima, também deve ter as 
características de ser concreto e unilateral. 
-Atos da Administração – atos políticos; atos privados; 
atos materiais (fatos adm.); atos administrativos. Nem 
todo ato da Administração é administrativo. Os atos 
administrativos estão dentro dos atos da administração. 
 
 
•Elementos ou requisitos do Ato 
Administrativo 
 
-Regra – Lei 4.717/65, Lei de Ação Popular – Requisitos: 
a) sujeito competente; b) forma; c) motivo; d) objeto; e) 
finalidade. 
 
-Celso Antônio Bandeira de Mello – separa em: a) elementos do 
ato; b) pressuposto de existência e validade. 
 
1) Sujeito Competente (competência) 
 
-Agente público – aquele que exerce função pública 
temporária ou permanente com ou sem remuneração 
independentemente do tipo de vínculo. 
-Competência – exercício obrigatório; não é presumida, 
está na lei; atribuição legal para praticar o ato. 
-Características da competência: 
a) Obrigatoriedade (autoridade tem o dever de exercer); 
b) Irrenunciável (é encargo); c) Imodificável (só a lei 
muda); d) Não Admite Transação (não pode ser objeto de 
negociação); e) Imprescritível (não se perde com o 
decurso do tempo); f) Improrrogável (não tem 
prorrogação de competência, mesmo que as partes não 
aleguem, a autoridade continua incompetente). 
 
-Delegação e Avocação – 
a) Delegação Lei n 9.784/99 – art. 11 a 15 = é possível em 
caráter excepcional, precisa de fundamentação. 
Extensão de competência, clausula de reserva, não tem 
competência genérica, é para mesma hierarquia ou 
inferior, prazo e competências determinados. 
*delegação e avocação proibidas = competência exclusiva, 
competência para ato normativo (art. 84, PU, CF), 
competência para decisão em recurso administrativo. 
b) Avocação = ato de atrair para si alguma competência, 
somente de nível hierárquico inferior. Também com 
prazo determinado. Ambas, delegação e avocação são 
temporárias. 
 
-Elementos definidores da competência = matéria, 
território, hierarquia e tempo. 
-Vício da competência – excesso de poder. 
 
2) Forma 
 
-Qual a forma do ato? R: a prevista em lei. 
-Forma = jeito que pratica o ato, meio pelo qual o ato adm. 
é apresentado (ex: PAD). 
- Exteriorização da vontade – manifestação da vontade 
(motivação), exposição dos motivos. 
-Formalidades específicas – ato administrativo deve ser 
praticado por escrito (regra); deve observar o princípio 
da solenidade. 
Súmula 510 STF - Praticado o ato por 
autoridade, no exercício de competência 
delegada, contra ela cabe o mandado de 
segurança ou a medida judicial. 
10 
 
 
-Vício de forma – a) mera irregularidade = regra de 
padronização, ato válido, (instrumentalidade das 
formas); b) ato anulável = sanável, pode ser corrigido; c) 
vício insanável = não tem conserto, ato nulo; d) processo 
administrativo prévio = prepara o ato, fundamentar o 
ato, de acordo com o modelo constitucional (contraditório 
+ ampla defesa); e) motivação = raciocínio lógico entre os 
elementos do ato e a lei (fundamentação) (art. 1 PU, CF, 
art. 1, II, CF, art. 5, XXXIII, XXXV da CF, art. 93, X, 
CF, art. 50, Lei 9.784/99). Maioria da doutrina diz que a 
motivação é obrigatória e deve acontecer antes ou pelo 
menos durante a prática do ato. 
 
3) Motivo 
 
- É o fato e fundamento jurídico que levam a prática do 
ato, é a causa imediata da edição do ato. Para que o ato 
seja legal o motivo também deve ser legal. 
-Diferente da motivação, esta é a fundamentação. 
-Legalidade do motivo: a) motivo verdadeiro 
(materialidade); b) motivo compatível com a lei (infração 
leve, punição leve); c) motivo compatível com o resultado 
do ato. 
*Teoria dos Motivos Determinantes = a autoridade 
pública está vinculada ao motivo declarado, a autoridade 
tem que cumprir o motivo. O motivo tem que ser 
verdadeiro. Em alguns casos a motivação não é exigida, 
mas se ela for feita aplica-se essa teoria. Se feita, a 
motivação passa a integrar o ato, fica vinculada ao ato 
e vincula a motivação apresentada. Exceção = 
tredestinação, mudança de motivo autorizada, só pode 
acontecer na desapropriação, quando mantida uma 
razão de interesse público (ex: desapropriação para uma 
escola e no meio mudo para um hospital). 
-Motivação aliunde = alheira, remete a uma motivação 
anterior. 
 
4) Objeto 
 
-Resultado pratico do ato. É o ato considerado em si 
mesmo. É a disposição do ato, é aquilo que o ato diz, é o 
efeito principal do ato no mundo jurídico. Efeito do ato = 
o fim que se pretende produzir. 
-Requisitos do objeto: a) tem que ser licito (autorizado 
por lei); b) faticamente possível; c) determinado. 
-Efeitos acessórios dos atos: a) Efeito Prodrômico = exigir 
a prática de outro ato; b) Efeito Reflexo = atingir 
terceiros não previstos no ato. 
 
5) Finalidade 
 
-Interesse público. É o bem jurídico objetivado, aquilo que 
o ato busca. 
-Finalidade genérica = pública. 
-Finalidade específica do ato = está na lei. 
-Vício da finalidade = desvio de finalidade, vício 
ideológico, vício subjetivo. 
 
---------------------------- 
 
Elementos do ato administrativo 
 
Competência 
Vício = 
excesso de 
poder 
Sanável 
Elementos que 
são sempre 
vinculados, 
tanto para ato 
discricionário 
ou vinculado. 
 
Finalidade 
Vício = 
desvio de 
finalidade 
/ poder 
Nulo 
Forma - Sanável 
 
 
Motivos* 
- Nulo Vinculado 
apenas para o 
ato vinculado. 
Discricionário 
para ato 
discricionário. 
 
 
Objeto 
- Nulo Vinculado 
apenas para o 
ato vinculado. 
Discricionário 
para ato 
discricionário. 
*Alguns atos discricionários precisam ser motivados, ex: caráter 
punitivo; que gerem despesas para a Administração, dentre outros. 
 
 
•Classificação dos Atos Administrativos 
 
1) Ato Vinculado e Ato Discricionário: 
-Quanto ao grau de liberdade 
 
#Ato Vinculado – ato regrado, não há margem de escolha, 
não tem liberdade, não há juízo devalor, não tem 
conveniência e oportunidade. 
-Preenchidos os requisitos legais a autoridade tem que 
pratica o ato nos exatos termos da lei. Ex: licença para 
dirigir. 
11 
 
 
Todos os elementos no ato vinculado são vinculados. 
#Ato Discricionário – com liberdade, com juízo de valor, 
com conveniência e oportunidade, análise do mérito 
administrativo para melhor atender ao interesse público. 
Há certa margem de escolha, margem de escolha nos 
limites da lei., não é presumida, prevista na lei e nos 
conceitos jurídicos indeterminastes e nos princípios da 
proporcionalidade e razoabilidade. Ex: autorização para 
veículos fora da medida. 
O mérito administrativo está nos elementos motivo e no 
objeto, que são discricionários no ato discricionário. 
Competência, Forma e Finalidade são vinculadas mesmo 
em atos discricionários. 
 
2) Ato Simples, Complexo, Composto 
-Quanto à formação 
 
#Ato Simples – um órgão público, uma manifestação de 
vontade. Pode ser: 1) Singular = um agente; 2) colegiado = 
vários agentes. 
#Ato Composto – no mesmo órgão, dois atos distintos, duas 
manifestações de vontade, em patamar de desigualdade. 
Uma vontade principal mais um ato secundário 
dependente (efeito prodrômico = efeito que o primeiro ato 
tem de exigir manifestação do segundo ato). 
#Ato Complexo – dois ou mais órgãos (diferentes) 
manifestando suas vontades, soma de vontades 
independentes, produzindo um único ato, em patamar de 
igualdade. Ex: aposentadoria, nomeação de dirigente de 
agência reguladora. 
 
 
3) Atos Gerais e Individuais 
#Gerais – destinatários indeterminados. Ex: decreto 
regulamentar. 
#Individuais – destinatários determinados. Ex: 
nomeação. 
 
4) Ato de Império, de Gestão e de Expediente 
 
#De império – Administração valendo de sua supremacia. 
#De gestão – sem exercício de sua supremacia. 
#De expediente – atos internos 
 
•Planos do Ato Administrativo 
 
-Perfeição (ou existência), Validade e Eficácia. 
 
a) Ato Perfeito – completou o seu ciclo de formação, 
existência, completou todas etapas. 
b) Ato Válido – está em conformidade com a lei, 
ordenamento jurídico. Atende todos os requisitos. 
c) Ato Eficaz – está apto para produzir seus efeitos, é 
produção de efeitos. 
 
*Perfeito, válido e ineficaz (Postergação da eficácia): termo 
inicial (futuro e certo) ou condição suspensiva (futuro e 
incerto). O ato administrativo é pendente, já é perfeito e 
válido, mas ainda não está apto para produzir efeitos. Ex: 
contratos administrativos, art. 64, pu, lei 8.666, contrato 
ainda não publicado. 
*Perfeito, inválido e que produz efeitos (eficaz) – produz todos 
os seus efeitos até a sua declaração de invalidade. Ex: 
contrato administrativo com fraude na licitação. 
*Perfeito, inválido e ineficaz – cumpriu seu ciclo de formação, 
mas não cumpre os requisitos e não produz efeitos. Ex: 
contrato administrativo com fraude na licitação e não 
publicado. 
 
•Atributos do Ato Administrativo 
 
-O que são esses atributos? R: qualidades especiais dos 
atos administrativos que lhes asseguram uma qualidade 
jurídica superior à dos atos do Direito Privado. 
-Quais são os atributos? R: a) Presunção de legitimidade; 
b) Autoexecutoriedade; c) Tipicidade; d) 
Imperatividade. (Atributos ou características) 
 
*Análise de legalidade serve para ato vinculado e ato 
discricionário, já a análise de mérito apenas para o 
ato discricionário. 
*Poder Judiciário pode controlar qualquer ato 
administrativo (vinculado ou discricionário) quanto a 
sua legalidade em sentido amplo – 
legalidade = verificação de compatibilidade com a lei 
e com a CF. 
*Poder Judiciário NÃO pode controlar o mérito do ato 
administrativo. Judiciário NÃO revoga ato dos outros. 
 
12 
 
 
a) Presunção de Legitimidade – presunção de legalidade 
(de acordo com a lei), legitimidade (moral), veracidade 
(verdade, fatos narrados são verdadeiros). 
-Presente em todo ato administrativo. 
-É presunção relativa, comporta prova em contrário. 
-Consequências da presunção de legitimidade: imediata 
executoriedade do ato, mesmo impugnado pelo 
administrado, até decisão que reconhece o vício. 
Impossibilidade de o Poder Judiciário analisar, de ofício, 
elementos de validade do ato não expressamente 
impugnados. Inversão do ônus da prova, o administrado 
que tem que provar o vício do ato. 
 
b) Autoexecutoriedade – pode ser praticado sem controle 
prévio do Poder Judiciário. Não afasto o formalismo e não 
impede o controle pelo Poder Judiciário. 
*Enfoques – 1) Exigibilidade = decidir sem o Poder 
Judiciário; 2) Executoriedade = executar sem o Poder 
Judiciário. 
Todo ato tem exigibilidade, mas nem todo ato possui 
executoriedade. (ex: multa, atos enunciativos e negociais). 
A executoriedade está presente quando a lei autorizar 
ou quando a situação for urgente. 
 
c) Imperatividade – também chamada de coercibilidade 
ou obrigatoriedade (Poder Extroverso do Estado). Impõe 
um dever de observância independente de anuência do 
particular. Está presente nos atos administrativos que 
instituem uma obrigação, ou seja, nem todo ato possui (ex: 
atos negociais, de gestão, enunciativos). 
 
d) Tipicidade – cada ato administrativo tem a sua 
aplicação determinada. Tem a sua figura 
correspondente. Só pode praticar os atos previstos em lei. 
Todo ato é dotado. 
 
###Diogo Figueiredo apresenta mais cinco atributos do ato 
administrativo. Algumas bancas adotam essa desgraça de 
posição (ex: FDP da IADES). 
 
1) Existência – preenche os elementos do ato. 
2) Eficácia – apto a produzir seus regulares efeitos. 
3) Exequibilidade – possibilidade de execução imediata, se não 
estiver subordinado a termo, condição ou outro requisito. 
4) Efetividade – confirmação social e metajurídica de que o 
ato alcançou os resultados práticos pretendidos. 
5) Relatividade – vinculação de todo ato adm. à sucessão de 
normas superiores que legitimaram a sua expedição. 
 
 
•Extinção do Ato Administrativo 
 
-Como se dá a extinção dos atos? R: 1) pelo cumprimento 
dos efeitos ou advento do termo final (extinção natural); 
2) desaparecimento da pessoa ou coisa sobre a qual recai 
o ato; 3) Renúncia: abdicação pelo beneficiado (atos 
ampliativos que geram direitos é diferente de atos 
restritivos); 4) Retirada: revogação, anulação, cassação, 
caducidade e contraposição – Teoria da Nulidades, 
retirada de um ato por outro ato. 
 
a) Anulação 
 
-É a retirada de um ato administrativo ilegal. Decorre de 
um vício de legalidade. Controle de legalidade. 
-Quem pode anular o ato administrativo? R: Pela própria 
Administração de ofício (autotutela) ou a requerimento 
ou pelo Poder Judiciário mediante provocação. 
Administração tem 5 anos para anular, art. 54 da lei 
9.784/94, quando produz efeitos favoráveis. No caso de 
efeitos patrimoniais contínuos, a partir do primeiro 
pagamento. 
-Alcança ato vinculado e discricionário. 
-Direito adquirido de terceiros de boa-fé mantem 
somente alguns efeitos, o ato é anulado do mesmo jeito. 
-Efeitos retroativos, “Ex Tunc”, desde a sua origem, 
desde o seu nascedouro. Excepcionalmente produz efeitos 
ex nunc, parte da jurisprudência e doutrina, se os efeitos 
forem prejudiciais poderá não retroagir. 
 
 b) Revogação 
 
-É a retirada do ato administrativo inconveniente. O ato 
é legal, mas não é mais conveniente e oportuno. 
-Pode ser feita somente por quem praticou o ato, apenas 
pela própria Administração. (Poder Judiciário não 
revoga ato dos outros). 
-Análise do mérito administrativo, juízo de conveniência 
e oportunidade (interesse público). Controle de mérito. 
-Revogação alcança apenas atos discricionários. 
13 
 
 
-Não tem prazo para revogar, não tem limite temporal, 
o que tem é limite de conteúdo (material). 
-Efeitos não retroativos, “Ex Nunc”, prospectivos. 
 -Não se pode revogar atos: vinculados, que produziram 
direitos adquiridos, que integrem um procedimento, 
consumados, meros atos administrativos 
(atestado/certidão). 
 
c) Cassação 
 
-É penalidade. 
-Ilegalidade superveniente ensejando aretirada do ato, 
por culpa do beneficiário, que deixa de cumprir os 
requisitos para a prática do ato. 
-Alteração fática. 
 
d) Caducidade 
 
-Ato incompatível com nova legislação. 
-O ato nasce válido, mas se torna inválido durante a sua 
execução, em virtude de nova legislação, sem culpa do 
beneficiário. 
 
e) Contraposição 
 
-Ato novo com efeitos opostos ao anterior. 
-Novo ato extingue ato anterior, ex: nomeação / 
exoneração. 
-Trata da mesma matéria de forma diferente. 
 
 
•Convalidação Ato Administrativo 
 
-Serve para garantir os efeitos futuros e salvaguardar 
os efeitos pretéritos. 
-Para ato válido com vício sanável (ato anulável, nulidade 
relativa). Para vício insanável o ato é nulo. 
-Vícios sanáveis: a) Competência (salvo se for exclusiva 
ou em razão da matéria); b) Forma (salvo se a forma 
for uma forma essencial à validade do ato). (FOCO na 
convalidação) 
-Efeitos retroativos “Ex Tunc”. 
-Só é possível se não for prejudicial ao interesse público e 
terceiros. 
-Não pode ser feita se o ato já foi impugnado. 
-Convalidação também é chamada se sanatória em 
algumas doutrinas. 
-Convalidação tácita e expressa – 1) Tácita: passado o 
prazo de cinco anos sema Administração anular o ato, 
salvo comprovada má-fé; 2) Expressa: art.56 da Lei n° 
9.784/99. 
 
Vício do ato administrativo - Convalidação 
 
Competência 
 
Anulável 
 
Podem ser 
convalidados. Se 
não for 
competência 
exclusiva ou em 
razão da matéria 
ou forma essencial 
à validade do ato. 
 
Forma 
 
Anulável 
Finalidade Nulo - 
Motivo Nulo - 
Objeto Nulo - 
 
 
*Lei 13.655/2018, arts. 20, 21, 22 e 24 – trata sobre 
anulação, invalidação, convalidação. 
-Não se decidirá com valores jurídicos abstratos, 
considerar a consequência prática da decisão 
-Invalidação deve indicar expressamente a 
consequência jurídica e administrativa. 
-Decisão deve indicar quais as condições para a 
regularização, de modo proporcional e equânime. Não 
impor ônus ou perdas anormais ou excessivas. 
-Decisão deve considerar as orientações gerais da época, 
sendo vedado com base em mudança posterior a 
invalidação de ato plenamente constituído. 
 
 
•Espécies de Atos Administrativos 
 
-Quais são? Normativos; Ordinatórios; Negociais; 
Enunciativos; Punitivos. 
 
A) Atos Normativos – atos gerais, dentro do Poder 
Normativo. 
-Finalidade = regulamentar as leis e uniformizar 
procedimentos administrativos. 
14 
 
 
-Características = não possuem destinatários 
determinados, correspondem aos atos gerais, não pode 
inovar o ordenamento jurídico, controle. 
-Regra – não podem ser atacados mediante recursos 
administrativos ou judiciais. 
-Exceção – atos normativos que gerarem efeitos 
concretos para determinado destinatário podem ser 
impugnados pelo administrado na via judicial ou 
administrativa. 
-Exs: resoluções, deliberações, instruções normativas, 
decretos regulamentares. 
 
B) Atos Ordinatórios – atos internos, decorrem do Poder 
Hierárquico. 
-Finalidade = divulgar determinações ao adequado 
desempenho de suas funções, aplicados aos servidores 
subordinados. 
-Característica = atos internos, não atingem os 
administrados, vinculam os servidores subordinados ao 
órgão que o expediu, estão hierarquicamente abaixo dos 
atos normativos, devem obediência aos atos normativos 
que tratem da mesma matéria relacionada ao ato 
ordinatório. 
-Exs: Portaria (ato interno individual), Circular (normas 
internas uniformes, norma geral), Ordens De Serviço 
(distribui a atividade interna do órgão público), 
Memorando (ato de comunicação interna), Ofício (ato de 
comunicação externa). 
 
C) Atos Negociais – atos sem exercer supremacia, 
particulares precisam da anuência da Administração. 
Atos de consentimento, concede ao particular algo que ele 
está pleiteando. 
-Finalidade = satisfação do interesse público, ainda que 
esse possa coincidir com o interesse do particular que 
requereu o ato. 
-Características = não são imperativos, coercitivos e 
autoexecutáveis, manifestação unilateral da 
Administração (não se confunde com contratos), podem 
ser vinculados, discricionários, definitivos e precários. 
-Atos negociais vinculados = não pode ser revogado, 
reconhecem um direito subjetivo do particular, se 
preencher os requisitos, a Administração é obrigada a 
praticar o ato. 
-Atos negociais discricionários = pode ser revogado, 
conveniência e oportunidade. 
-Atos negociais definitivos = não comportam revogação, 
só podem ser anulados ou cassados. 
-Atos negociais precários = podem ser revogados a 
qualquer tempo, via de regra a revogação não gera 
direito de indenização. 
-Espécies de atos negociais: 
1) Licença, sempre ato de polícia, atividade fiscalizada, 
ato vinculado; 
2) Autorização, discricionário e precário, pode ser 
desfeito sem indenização. Espécies de autorização: de uso 
de bem público e atividade material fiscalizada pelo 
poder público (autorização de polícia). Autorização de 
uso é no interesse do particular. 
3) Permissão, discricionário e precário, natureza de 
contrato. Depende de licitação quando for permissão de 
uso de bem público. Permissão com prazo determinado 
deixa de ser precária. Permissão de uso é no interesse 
público. 
*As três primeiras espécies são expedidas por meio de 
alvará, que é a forma do ato. 
 
4) Admissão, ato pelo meio do qual se permite ao 
particular usufruir de um serviço público prestado pelo 
Estado (ex: admissão no ENEM). 
5) Aprovação. 
6)Homologação 
 
D) Atos Enunciativos – não há manifestação de vontade, 
declara uma opinião, atesta uma situação de fato, 
declarar um juízo de valor, também chamados de ato 
opinativo. 
-Características = não produzem efeitos jurídicos por si 
só, não contêm uma manifestação de vontade da 
Administração. 
-Espécies de atos enunciativos: 
1) Parecer, são facultativos ou obrigatórios. Os 
obrigatórios são essenciais à validade do procedimento 
administrativo (ex: parecer de licitação). Os obrigatórios 
podem ser vinculantes ou não vinculantes. Os vinculantes 
não podem ser contrariados, a lei estabelece e são 
excepcionais, os não vinculantes são a regra. 
15 
 
 
2) Atestados, não há registro, verificação da situação de 
fato. 
3) Certidão, espelho de um registro, já está registrado. 
4) Apostilas, a Administração Pública vai acrescentar 
alguma informação a um registro público. 
(apostilamento/averbação). 
 
E) Atos Punitivos – sanção, penalidade. Administração 
impõe sanções a seus servidores ou aos administrados. 
-Fundamento = 1) Poder de Polícia (externos), 
particulares não ligados à Administração; 2) Poder 
Disciplinar (interno), servidores e particulares com 
vínculo específico com a Administração. 
-Princípios básicos = proporcionalidade, contraditório e 
ampla defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Poderes 
Administrativos 
 
-Ou Poderes da Administração. 
-Conceito = ferramentas, instrumentos, prerrogativas 
que tem o Estado para buscar o interesse público. 
Efetivam-se por meio da prática de atos administrativos. 
-É diferente de Poderes do Estado (Executivo, Legislativo 
e Judiciário). Elementos orgânicos ou organizacionais do 
Estado. 
*Características dos Poderes Administrativos: 
a) Exercício Obrigatório = é dever, obrigação, não é 
faculdade. Poder-dever / dever-poder. 
b) Irrenunciável = princípio da indisponibilidade do 
interesse público. Não pode dispor do interesse público. 
Não pode abrir mão. A autoridade representa o titular 
do poder, o povo, exerce função pública em nomo e no 
interesse do povo, não pode dispor daquilo que não lhe 
pertence. O administrador de hoje não pode criar 
obstáculos para o futuro da Adm. 
c) Tem Limites = limites de competência previstos em lei; 
trinômio = necessidade, adequação e proporcionalidade; 
d) Cabe Responsabilização = tem que ser punido por atos 
arbitrários; trata-se do abuso de poder. Autoridade deve 
ser responsabilizada por ação ou omissão. 
 
•Abuso de Poder 
-Ato ilegal. 
-Abuso de Poder = exorbitar os limites do poder.1) Excesso de poder = atua fora ou além de suas 
competências. Autoridade é competente para praticar o 
ato, no entanto, ultrapassa os limites do seu poder. 
Extrapola os limites de competência. 
2) Desvio de Finalidade = vício ideológico, vício subjetivo, 
defeitos na vontade. Atua dentro da lei (é competente 
para o ato), mas com finalidade diversa da lei e do 
interesse público. Conjunto probatório é difícil de 
conseguir. 
3) Omissão = permanece inerte em situações em que 
possui o dever de agir. 
 
•Poder Vinculado 
 
-Diz respeito quanto ao grau de liberdade. 
-Sem margem de escolha, não há critério de escolha. Não 
tem juízo de valor, não tem liberdade, não têm 
conveniência e oportunidade. 
-Também chamado de ‘Poder Regrado’. 
-Requisitos preenchidos o servidor é obrigado a agir nos 
exatos termos da lei (praticar o ato). 
-Ex: concessão de aposentadoria, licença para construir, 
licença para dirigir. 
 
•Poder Discricionário 
 
-Possui alguma margem de escolha dentro dos limites da 
lei. Análise do mérito administrativo, juízo de valor, 
critério de conveniência e oportunidade do interesse 
público. A margem de escolha não é livre, está delimitada 
na lei. Utilizado mediante previsão legal ou nos conceitos 
jurídicos indeterminados (vago). 
-Tem liberdade, tem juízo de valor, têm conveniência e 
oportunidade. 
Ex: autorização, permissão de uso de bem público. 
 
***Esses dois primeiros poderes, na verdade, são formas 
de exercício do poder/ato. Os poderes não são totalmente 
discricionários ou vinculados, ora é um ora é outro. 
 
•Poder Regulamentar (ou normativo) 
 
-É o poder conferido ao Estado para edição de normas 
complementares à lei, buscando sua fiel execução. 
Normatizar, regulamentar aquilo previsto em lei. 
-Se expressa por: Decretos regulamentares, portarias, 
instruções normativas, resoluções, deliberações e 
regimentos. 
-Decreto = forma / Regulamento = conteúdo. Nome ideal 
Decreto Regulamentar. 
-Diferença entre Lei e Decreto Regulamentar. Lei quem 
faz é o Congresso Nacional (ampla representatividade). 
Decreto Regulamentar quem faz é o Chefe do Executivo 
(representatividade reduzida). Processo de elaboração 
também é diferente, lei processo legislativo rigoroso (pelo 
17 
 
 
menos deveria ser); Decreto Regulamentar é sem 
procedimento de elaboração, é feito no gabinete de 
portas fechadas, não há ampla deliberação. 
 
*Espécies de Decretos Regulamentares: 
 
a) Decreto Regulamentar Executivo – (é a regra) objetivo 
de complementar a lei, buscar a sua fiel execução. Não 
inova o ordenamento jurídico. Art. 84, IV, CF. Não pode 
criar, alterar, contrariar, extinguir. Depende de uma lei 
anterior, está abaixo da lei. 
b) Decreto Regulamentar Autônomo – ou independente. 
Inova a ordem jurídica. Exerce o papel da lei, é como se 
saísse direto da CF e fosse para o ordenamento, não tem 
lei anterior. Art. 84, VI, CF (EC 32). Competência 
privativa do Presidente da República, pode delegar para 
Ministro de Estado, PGR, AGU. Serve para dispor sobre a 
organização e funcionamento da Adm. Pública Federal, 
que não implique aumento de despesas e criação ou 
extinção de órgão público. Também serve para extinguir 
cargos ou funções vagos. É uma situação excepcional, pois 
o decreto substitui a lei nesse caso. 
 
## Quem pode controlar o Poder Regulamentar? 
R: 1) Poder Judiciário em sede de controle de legalidade 
(sentido amplo). Compatibilidade com a lei e 
compatibilidade com regras e princípios da CF; 2) Poder 
Legislativo, art. 49, V, CF, sustar os atos normativos que 
exorbitem o Poder Regulamentar. 
 
•Poder Hierárquico 
 
-Relação de subordinação entre órgãos / agentes da 
mesma pessoa jurídica. (é interno). Vai estruturar, 
escalonar, hierarquizar os quadros da Administração 
Pública. 
-Distribuição de competência interna (quem manda e 
quem obedece). 
-Faculdades da hierarquia: a) dar ordens; b) fiscalizar, 
controlar; c) rever os atos dos subordinados; d) 
delegação, avocação das atribuições; e) aplicar 
penalidades - sanção (é também poder disciplinar). 
 
#Coordenação = hierarquia horizontal (distribuição 
hierárquica). 
#Subordinação = hierarquia vertical (distribuição de 
competência). 
-Não há hierarquia entre: pessoas jurídicas distintas; 
poderes da república, Adm. Pública e administrados. 
 
•Poder Disciplinar 
 
-Espécie de poder-dever. Muitos doutrinadores dizem que 
é decorrência do Poder Hierárquico. 
-Aplicar penalidades por prática de infrações. Atinge 
aqueles que estão na intimidade da Administração. 
-Internamente para punir infrações cometidas por seus 
agentes no exercício da função pública. 
-Aplicar sanções a particulares com vínculo jurídico 
específico com a Administração (concessionária, 
permissionária). 
-Disciplina interna, sancionatório – respeitar o devido 
processo legal (contraditório e ampla defesa). 
-Hely Lopes dizia que é discricionário. Posição majoritária 
(e jurisprudência) nos dias atuais é, em regra, vinculado 
a instauração de processo para apurar a infração, agora 
a definição da infração (decisão) é discricionário. 
Definida a infração, a aplicação da pena também é 
vinculada. 
 
Penalidade 
É Poder Disciplinar É Poder de Polícia 
1) penalidade ao servidor; 
2) particular com vínculo 
específico. 
-Particular em geral. 
 
 
•Poder de Polícia 
 
-Compatibilização dos interesses, interesse público e 
interesse privado, em busca do bem estar social. 
Restringir, limitar, frenar a atuação do particular em 
nome do interesse público. 
-Art. 84 CTN. 
-Polícia Administrativa = poder de polícia, bem estar 
social, diversos órgãos / Polícia Judiciária = crime, 
aplicação da lei penal, corporação especializada. O que 
importa no Direito Administrativa é Polícia 
Administrativa. 
18 
 
 
#Principais regras: 
A) atinge os direitos, liberdade e propriedade. Não retira 
o direito, Administração vai definir a forma de se 
exercer o direito (não há indenização). Não atinge 
diretamente a pessoa, atinge seus bens e direitos; 
B) Poder ser: 1) Preventivo (ex: atos e medidas), 2) 
Fiscalizador (ex: radar), 3) Repressiva (ex: penalidades); 
C) Poder ser exercido: 1) Atos Normativos 
(regulamentares, é poder de polícia + poder 
regulamentar), 2) Atos Punitivos, 3) Taxa de Polícia (art. 
78 CTN) = é espécie de tributo = vinculado a uma 
contraprestação estatal, valor da diligência, sujeito ao 
princípio da legalidade / anterioridade; 
D) É, em regra, negativo = normalmente ele institui uma 
abstenção, obrigação de não fazer; 
E) Exercício do Poder de Polícia tem fundamento na 
Supremacia Geral = a atuação do Poder Público 
independe de vínculo jurídico anterior. Já a Supremacia 
especial = existe vínculo jurídico anterior e não 
representa o exercício do Poder de Polícia; 
F) Não é possível o exercício do Poder de Polícia por 
particular (delegação). Jurisprudência diz que é possível 
a delegação de atos materiais, preparatórios, 
instrumentais no exercício do Poder de Polícia. 
 
#Atributos do Poder de Polícia: 
 
A) Discricionariedade (em regra discricionário). 
 
B) Autoexecutoriedade, divide-se em: 
 
b.1) Exigibilidade = poder do Estado de decidir sem o 
Poder Judiciário, meio indireto de coerção, todo ato tem 
(ex: multa); 
b.2) Executoriedade = poder do Estado de executar sem 
o Judiciário, meios de coerção diretos, uso da força, nem 
todo ato possui. Requisitos = previsão legal ou urgência. 
 
C) Coercibilidade – obrigatoriedade, imperatividade. 
Criar obrigações mesmo sem anuência do particular. O 
particular é obrigado a observar os ditames da 
Administração. 
 
 
 
 
#Ciclos do Poder de Polícia 
1) Ordem de polícia 
(vedação, proibição) 
- 
2) Consentimento de 
polícia (ex: licença) 
 
Admitem delegação 
 
3)Fiscalização de polícia 
4) Sanção de Polícia - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Agentes Públicos 
-Agente público é o conceito mais amplo para designar 
genérica e indistintamente os sujeitos que servem ao 
Poder Público como instrumentosde sua vontade ou ação, 
ainda quando o façam de forma ocasional ou 
episodicamente. 
-Função pública temporária ou permanente, com ou sem 
remuneração. Independe do tipo de vínculo jurídico, pode 
ser por eleição, contratação, etc. 
 
•Classificação de Agentes Públicos 
 
a) Agentes Políticos = aquele que manifesta, representa 
a vontade do Estado. Em regra, exercem a função por 
meio de eleição, designação ou nomeação. 
-Mais alto escalão da Adm. Pública, competência haurida 
da CF, possuem algumas regras diferenciadas, não 
hierarquizadas aos outros agentes (em regra). 
-Titular de cargo público, regime legal, regime 
administrativo. (previstos na lei ou na CF) 
-São eles: Chefes do Poder Executivo e Vices (presidente, 
governadores, prefeitos); Auxiliares imediatos do Poder 
Executivo (ministros de estado, secretários); 
Parlamentares (deputados federais e estaduais, 
senadores, vereadores); Agentes Diplomáticos; 
Conselheiros dos Tribunais de Contas. 
**Divergência, mas prevalece que são agentes políticos: 
Magistrados; Membros do Ministério Público. (Não em 
razão das escolhas, mas em razão da manifestação da 
vontade do Estado que representam) – (STF-RE 
228977). 
 
b) Servidor Estatal = aquele que atua no Estado, na Adm. 
Direita ou na Adm. Indireta. 
 
-Divididos em: 
#Servidores Públicos – atua em pessoa jurídica de direito 
público, regime jurídico único = estatutário (ou celetista, 
mas o regime na Direta é quase todo estatutário). 
-Estatutário – cargo público (efetivo ou comissionado) – 
Justiça comum - Tem estabilidade. 
-Adm. Direta. Autarquia, fundações públicas. 
 
#Servidores de entes governamentais de Direito Privado 
– (empregado público) – atua nas pessoas jurídicas de 
direito privado (EP e SEM; fundação de direito privado) 
– regime celetista. 
-Equiparam-se aos servidores públicos: concurso público, 
não acumulação de cargos, teto remuneratório (salvo se 
não receber dinheiro para custeio, art.37, § 9, CF), 
sujeitos à improbidade administrativa, sujeitos à lei penal 
como funcionários públicos, remédios constitucionais. 
-Não tem estabilidade – (Súmula 390 TST) – OJ 247, 
TST = dispensa imotivada, salvo Correios. 
(É bagunça o tema, resumo: STF reconhece que não tem 
estabilidade, mas se for EP e SEM prestadora de serviço 
público não pode dispensa imotivada, tem que motivar. 
Mas teve embargos das EP e SEM que não participaram 
no julgamento e vale só para os correios mesmo, por 
enquanto). 
-Empregados públicos – CLT (emprego público). Justiça 
do Trabalho. 
 
#Particulares em colaboração – requisitados (mesário, 
jurado, serviço militar obrigatório); voluntários (sponte 
própria, agente honorífico); contratados por locação civil 
de serviço; trabalhadores de concessionárias e 
permissionárias; praticam atos de força jurídica oficial 
(saúde, ensino); delegados de função = art. 236, CF 
serviços notariais, resolução 80 e 81, do CNJ. 
 
•Acesso ao Serviço Público 
 
-Acessibilidade – aos brasileiros e aos estrangeiros na 
forma da lei, em regra, por concurso público. 
# Concurso Público – processo seletivo de provas ou provas 
e títulos, escolha meritória, princípios da isonomia e 
impessoalidade (em tese né). 
# Exceções ao concurso – 
1) Mandato Eletivo; 
2) Cargo Em Comissão – escolha entre efetivos ou não 
(qualquer pessoa) mas tem que ter um mínimo reservado 
previsto em lei para servidor de carreira, atribuições de 
direção, chefia e assessoramento, livre nomeação e 
exoneração “ad nutum” / Função De Confiança =direção, 
chefia e assessoramento, mas só pode ser ocupado por 
quem tem cargo efetivo, gera mais atribuições e 
20 
 
 
responsabilidades, tendo como contrapartida uma 
gratificação; 
3) Contratação Temporária – art.37, IX, CF, exercem 
função pública, processo seletivo simplificado, 
regulamentado pela Lei n. 8.745/93, regime legal especial, 
competência da justiça comum, vedações para contratos 
temporários sucessivos 
4) hipóteses expressas na CF – Min. do STF, alguns cargos 
do STJ, TST, STM e TSE; regra do quinto constitucional, 
Ministros e conselheiros do TCU; 
5) Agentes comunitários de saúde e agentes de combates 
às endemias (art. 198 CF). 
-SV 13 – Vedação ao nepotismo, alcança Adm. Direta e 
Indireta dos três poderes. Essa vedação não alcança 
cargos políticos (ex: secretárias) – veda nepotismo 
cruzado – princípios da moralidade e impessoalidade. 
-SV 43 – veda a ascensão na carreira – ex: analista que 
vira juiz sem concurso; escrivão que vira delegado sem 
concurso. 
 
*Requisitos do concurso – tem que estar previstos na lei 
da carreira; exigência tem que ser compatível com as 
atribuições do cargo; e isso depois tem que ser previsto no 
edital. 
Situações – a) Limite de idade - STF súmulas 14 e 683, 
STF RG tema 121 e tema 646; b) Exame psicotécnico - 
STF sv 44, RG tema 338; c) Diploma e habilitação legal -
STJ Súmula 266. 
-Prazo de validade do concurso – de até dois anos, 
possível sua prorrogação por igual período, uma única vez 
(tem que estar previsto no edital) e dentro no prazo de 
validade do concurso (decisão discricionária). 
Possibilidade de realização de novo concurso com 
concurso ainda válido – pode fazer novo concurso, mas 
deve respeitar o anterior, ou seja, nomear os aprovados 
no primeiro (respeitar a ordem). (art. 37, IV, CF) 
 
-Direito à nomeação 
Regra = mera expectativa de direito; 
Exceção = direito subjetivo = a) preterição; b) ignora 
concurso válido com candidatos aprovados na lista e faz 
vínculos precários; c) aprovados dentro no número de 
vagas e dentro da validade do concurso; d) aprovados 
fora do número de vagas e surgimento de novas vagas 
durante a validade, não gera automaticamente o direito, 
salvo preterição arbitrária e imotivada. 
 
•Estabilidade 
 
-Requisitos para aquisição – Quem poderá adquirir o 
direito? Cargo e emprego? Quais requisitos? 
-Previsão art. 41 da CF – a) nomeação em cargo efetivo 
(aprovação em concurso público); b) três anos de efetivo 
exercício; c) ser aprovado em avaliação especial de 
desempenho (avaliação depende da lei de cada carreira 
– mas até hoje não é regulamentada pela maioria das 
carreiras). 
***titular de emprego tem estabilidade? Antes da EC 
19/98 se fosse emprego em pessoa jurídica de direito 
público tinha, de direito privado não. Após a EC 19/98 
tanto emprego nas de direito público ou direito privado 
não há estabilidade para ocupante de emprego. 
-Tem como perder o cargo após a estabilidade? R: sim, 
(art. 41 CF) por meio de: a) processo administrativo, com 
contraditório e ampla defesa; b) processo judicial, com 
trânsito em julgado; c) avaliação periódica de 
desempenho; d) racionalização da máquina 
administrativa, art. 169, CF – ART. 19 LC 101/00 LRF 
(nesse caso primeiro vai 20% dos comissionados, depois 
não estáveis, então estáveis (só eles tem direito a 
indenização – se isso ocorrer os cargos são extintos e só 
pode ser criado 4 anos depois). 
-Estágio probatório – prazo 3 anos 
Súmula Vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, 
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade 
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido 
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o 
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de 
função gratificada na administração pública direta e 
indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
Súmula Vinculante 43 - É inconstitucional toda modalidade 
de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia 
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, 
em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente 
investido. 
21 
 
 
•Sistema Remuneratório 
 
-Duas modalidades: 1) Remuneração (vencimentos, no 
plural) = parcela fixa, salário base (vencimento) + 
parcela variável; b) Subsídio = parcela única. 
-Quem recebe subsídio? Chefes do executivoe vices; 
auxiliares imediatos do executivo; membros do Poder 
Legislativo; Magistrados e membros do MP; AGU; 
Procuradores; Defensores Públicos; Ministros e 
conselheiros dos Tribunais de Contas; Policiais; cargo de 
carreira podem. 
-Paga-se fora do subsídio: a) verbas indenizatórias; b) 
garantias do art. 39, § 3, CF. 
-Remuneração ou subsídio tem que ser fixado por lei, em 
regra. Lei de iniciativa de quem vai pagar a conta 
(Executivo, Legislativo, Judiciário). 
*Exceções de fixação remuneratória por lei – a) 
Congresso Nacional por meio de decreto legislativo pode 
fixar subsídio do presidente e vice, ministros de estado, 
senadores e deputados federais. b) câmara municipal 
por meio de decreto legislativo pode fixar subsídio dos 
vereadores. 
-Teto remuneratório – Teto geral = Ministro do STF 
(fixado por lei de iniciativa do próprio STF). 
Quem está sujeito a esse teto geral? Administração 
Direta – União, Estados, Municípios, DF – Administração 
Indireta – autarquias, fundação pública, EP e SEM (EP 
e SEM salvo quando não receberem dinheiro para custeio, 
nesse caso não estão sujeitas ao teto). 
-Subtetos – 
União = teto geral 
Estado = executivo o teto é governador, legislativo o teto 
é deputado estadual, judiciário o teto é desembargado 
(também aplicado ao MP, Procuradores e Defensores 
Públicos) o restante dos cargos é o governador – no 
Estado o teto do desembargador é de 90,25% do Ministro 
do STF, ADI 3854 = limite de 90,25% é da remuneração 
do cargo de desembargador, mas se tiver magistério o 
teto é STF. 
Município = o teto é o prefeito 
 
 
 
 
•Acumulação de cargos públicos 
 
-Regra = vedada para cargo, emprego e função – 
proibição ampla: Adm. Direta, Indireta e sociedades 
controladas. 
-Exceções = professor + professor / professor + técnico 
científico / saúde + saúde. Tem que ter compatibilidade 
de horários. Art. 37, XVI, XVII e art. 38, CF. 
 
-Acumulações possíveis: (respeitado os tetos também) 
a) Remuneração + Remuneração = horário compatível; 
teto remuneratório (remunerações são consideradas 
individualmente); hipóteses da atividade: dois cargos de 
professor, um professor e um técnico cientifico ou dois 
de saúde – os requisitos são cumulativos. 
b) Proventos + Proventos = aposentadoria nas hipóteses 
permitidas para a atividade. 
c) Remuneração + Proventos = quando estiver nas 
hipóteses da atividade; mandato eletivo, cargo em 
comissão – todos nas hipóteses da atividade. 
d) Remuneração + Remuneração (mandato eletivo) = 
-Afastamento do cargo público se eleito para cargo 
eletivo (federal, estadual, distrital): se eleito é afastado 
do cargo e recebe o subsídio do cargo eletivo. (salvo 
aposentado). 
-Mandato de prefeito – não pode acumular, é afastado, 
e pode escolher qual remuneração. 
-Exceção de afastamento: vereador – com 
compatibilidade de horários não será afastado e recebe 
os dois – sem compatibilidade de horários, segue a regra, 
é afastado e opta pela remuneração ou subsídio. 
-Afastamento – conta como tempo de serviço, salvo 
promoção por merecimento; benefícios previdenciários 
como se estivesse em exercício. 
-Acumulação ilegal = infração funcional grave, punível 
com a pena de demissão, tem que ter PAD. 
 
•Aposentadoria 
-Regime Geral Previdência Social = INSS 
Direito Previdenciário 
Art. 201 e seguintes da CF 
Empregados privados, empregados públicos, servidores de 
entes governamentais de direito privado, contrato 
temporário, cargo em comissão. 
 
22 
 
 
-Regime Próprio De Previdência Social 
Art. 40, CF 
Direito Administrativo 
Servidores público de cargo efetivo, servidor público de 
cargo vitalício. 
-Proventos = remuneração do inativo 
-Princípio da reciprocidade – contagem recíproca dos 
prazos no RGPS e RPPS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Serviços Públicos 
 
-Conceito: é toda atividade de oferecimento de utilidade 
e comodidade material destinada à satisfação da 
coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos 
administrados, que o Estado assume como pertinente a 
seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça 
às vezes, sob um regime de direito total ou parcialmente 
público. 
 
Utilidade ou comodidade material; 
Estado assume como dever seu; 
Necessidade da coletividade em geral – cada 
pessoa utiliza o serviço a sua maneira; 
Prestação direta ou indireta; 
Regime jurídico público – total ou parcial. 
 
-Lei 8.987/95 e Lei 13.460/17. Art. 175 CF. 
 
•Princípios que regem o serviço público 
 
1) Continuidade – sem interrupção, salvo aviso prévio 
(segurança das normas técnicas e usuário inadimplente) 
ou urgência. Serviços essenciais, mesmo se a 
Administração descumprir sua parte, não pode 
interromper a prestação, salvo sentença judicial 
transitada em julgado; 
2) Universalidade – generalidade, impessoalidade, sem 
discriminação, privilégios, abusos, maior número de 
interesses possíveis. Coletividade geral; 
3) Segurança – não pode colocar em risco o 
administrado; 
4) Atualidade – técnicas modernas (adaptabilidade); 
5) Modicidade – tarifas baratas, razoáveis; 
6) Cortesia – urbanidade, boa educação, boa vontade; 
7) Eficiência; 
8) Transparência; 
9) Controle. 
•Competência 
 
-Determinação constitucional. 
-Competência – repartição da CF – arts. 21, 23, 25 e 30. 
Observar relação de interesse (nacional, regional e local). 
CF tem esse rol exemplificativo. 
-Competência exclusiva da União – art. 21 _ serviço postal 
e correio aéreo nacional, telecomunicações são os que 
aparecem mais em questões. 
 
•Classificações 
 
1) Próprio e Impróprio: 
a) Próprio = serviço propriamente dito, serviço essencial, 
não admite delegação (titularidade exclusiva das Adm. 
direta e indireta); 
b) Impróprio = serviço de utilidade pública, serviço não 
essencial, admite delegação (não exclusivo). 
2) Serviços gerais e individuais: 
a) Gerais = serviço prestado à coletividade em geral, 
indivisível (uti universi), usuários indeterminados ou 
indetermináveis, não é possível mensurar o uso. Não pode 
cobrar taxa. Receita geral (impostos). 
b) Individuais = serviço específico (uti singuli), divisíveis. 
É possível mensurar o uso. Pode ser Compulsório: taxa, 
taxa mínima (tributo vinculado) ou Facultativo: tarifa 
(preço público). *Iluminação pública Súmula 670 e 
Súmula Vinculante 41. 
3) Serviços delegáveis e indelegáveis: 
a) delegáveis = centralizada / descentralizada 
b) indelegáveis = entes federados / autarquias. (Poder de 
Império). 
4) Serviços administrativos, sociais, econômicos: 
a) Administrativos = atividade meio (internas). 
b) Sociais = prestados de maneira obrigatória (regime 
público), mesmo não sendo titularidade exclusiva. 
c) Econômicos = lucro (comerciais ou industriais). 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
•Delegação de Serviço Público 
 
-Art. 22, XXVII CF e art. 175 CF. 
 
1) Concessão Comum de Serviço Público: 
 
Lei 8.987/95 
- é a delegação de serviço público = é transferência da 
execução do serviço público. A titularidade continua 
sendo da Administração Pública. 
-É feita pelo poder concedente à pessoa jurídica ou 
consorcio de empresa. Só cabe para pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas, não cabe para pessoa física. 
Poder Concedente = entes da Administração Direta, ente 
político que tem competência sobre a prestação do 
serviço público (na lei). 
 
#Formalização da concessão: 
a) por meio de contrato administrativo; 
b) depende de autorização legislativa prévia; 
c) mediante licitação, na modalidade de concorrência, 
com exceções: programa nacional de desestatização (Lei 
9.491/97); energia elétrica (Lei 12.783/13); Rádio e TV não há 
licitação, art. 223 da CF (concessão presidencial + prévia 
apreciação / aprovação do Congresso Nacional). 
-Diferenças do procedimento da concorrência na concessão – 
em face da Lei 8.666 – ex: critérios de julgamento, desempate, 
procedimento licitatório poderá ser invertido e apresentação 
delances verbais. 
d) Por prazo determinado – deverá constar no edital o 
prazo de sua duração (previsto na lei do serviço) e 
eventuais prorrogações (art. 18, I). 
e) Demonstrar capacidade para prestar o serviço por 
sua conta e risco – nome próprio – art. 37, §6, CF-
responsabilidade objetiva usuário e não usuário de 
serviço, STF RG RE 591874. 
 
#Remuneração do serviço: 
a) tarifa do usuário; 
b) receitas alternativas; 
c) recursos públicos (facultativos). 
 
#Formas de extinção da concessão: 
a) advento do termo contratual (venceu o prazo); 
b) por rescisão judicial (regra pelo contratado que não 
tem mais interesse no contrato); 
c) por rescisão consensual (acordo entre as partes); 
d) por ato unilateral do poder concedente - duas 
hipóteses: 1) Encampação (resgate) = término do 
contrato antes do prazo, feito pelo poder público, de 
forma unilateral, por razões de conveniência e 
oportunidade do interesse público. O concessionário faz 
jus a prévia indenização e depende de autorização 
legislativa; 2) Caducidade (decadência) = forma de 
extinção do contrato antes do prazo, pelo poder público, 
de forma unilateral, por descumprimento de cláusula 
contratual por parte da concessionária. Depende de 
processo administrativo. 3) Anulação = ilegalidade; 
e) Falência ou extinção da empresa ou morte do 
concessionário. 
 
2) Concessão Especial de Serviço Público: 
 
– Lei 11.079/04 – Parceria Público Privada (PPP): um 
acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa 
do setor privado com o objetivo de implantação ou gestão 
de serviços públicos, com eventual execução de obras ou 
fornecimento de bens, mediante financiamento do 
contratado, contraprestação pecuniária do Poder 
Público e compartilhamento dos riscos e dos ganha entre 
os pactuantes. 
 
#Modalidades de PPP: 
a) Concessão Patrocinada = é a concessão se serviços 
públicos ou de obras de que trata a Lei n. 8.987/95, 
quando envolver, adicionalmente duas fontes de recursos: 
I) tarifa cobrada dos usuários; II) contraprestação 
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. 
(Recurso público é obrigatório) 
b) Concessão Administrativa = é o contrato de prestação 
de serviços de que a Administração seja a usuária direta 
ou indiretamente, ainda que envolva execução de obra ou 
fornecimento e instalação de bens. 
 
#Características da concessão especial (PPP): 
a) financiamento pelo setor privado; 
b) compartilhamento dos riscos; 
c) pluralidade compensatória - (variabilidade 
remuneratória) – pode ser: ordem bancária. Cessão de 
créditos não tributários, outorga de direitos em face da 
25 
 
 
Administração Pública, outorga de direitos sobre bens 
públicos dominicais, outros meios admitidos em lei. 
 
#Vedações da concessão especial (PPP): 
a) quando ao valor – não pode valor inferior a 10 milhões 
de reais; 
b) quanto ao tempo – período de prestação não inferior 
a 5 anos e não superior a 35 anos; 
c) quanto ao objeto – contrato que tenha como objeto 
único. (serviço + obra + fornecimento – pelo menos dois 
desses). 
 
3) Permissão de Serviço Público: 
 
 –Art. 2, IV e art. 40 da Lei 8.987/95 – é a delegação, a 
título precário, mediante licitação (qualquer 
modalidade) da prestação de serviços públicos feita pelo 
poder concedente, à pessoa física ou jurídica que 
demonstre capacidade de desempenho por sua conta e 
risco. 
#A permissão se formaliza por contrato administrativo. 
 
Concessão Permissão 
Caráter mais estável Caráter mais precário 
Exige autorização 
legislativa 
Não exige autorização 
legislativa, em regra. 
Licitação por 
concorrência 
Licitação por qualquer 
modalidade 
Para pessoas jurídicas ou 
consórcio de empresas 
Para pessoas jurídicas ou 
físicas 
Apesar de todas essas diferenças a concessão e a 
permissão de serviço público ambas têm a mesma natureza 
jurídica, STF ADI 1491 – as duas tem natureza contratual. 
 
 
4) Autorização de Serviço Público: 
 
- É ato unilateral e discricionário pelo qual o Poder 
Público delega ao particular a exploração de serviço 
público, a título precário. (pequenos serviços e situações 
urgentes) 
-Ato unilateral = Adm. que faz. 
-Ato discricionário = conveniência e oportunidade. 
-Ato precário = retomado a qualquer tempo sem 
indenização. 
Ex: táxi, despachante. 
Titularidade do Serviço Público 
Exclusiva do Poder 
Público 
Não exclusiva do Poder 
Público 
De forma direta – Adm. 
Direta e Indireta 
Poder Público = direito 
público 
De forma indireta – 
particulares por 
delegação por meio de 
concessão e permissão 
com licitação. 
Pode ter finalidade 
lucrativa por meio de 
autorização. 
Particulares = direito 
privado. 
Não precisa de delegação, 
não é prestação indireta. 
Ex: educação e saúde 
 
 
Política Remuneratória 
Taxa Tarifa 
-Compulsória; 
-Interesse público; 
-Natureza de tributo; 
-Sem finalidade 
lucrativa; 
-Exercício do Poder de 
Polícia; 
-Serviços específicos e 
divisíveis. 
-Preço Público; 
-Facultativa, não pode 
ser imposta; 
-Finalidade lucrativa; 
-Não tem natureza de 
tributo; 
-Cobrada por EP / SEM 
concessionárias, 
permissionárias, 
autorizatárias. 
Formas de transferência 
Para Adm. Indireta Para um Particular 
-Forma = Lei 
-Nome = por serviços, 
outorga legal 
-Transfere = execução + 
titularidade 
-Forma = contrato 
administrativo ou ato 
administrativo em caso 
de autorização. 
-Nome = delegação, 
colaboração. 
-Transfere = apenas a 
execução. 
**Prestação desconcentrada = técnica administrativa de 
criação de órgãos públicos na Adm. Direta e Indireta. 
**Concentração = extinção de órgão público, relação de 
hierarquia e subordinação. 
Formas de prestação do serviço público 
-Direta – ente federado (titular) ou Adm. Indireta. 
-Indireta – particular (delegação). 
-Prestação centralizada – uma pessoa jurídica, Adm. 
Direta por meio de seus órgãos e agentes. 
-Prestação descentralizada – duas pessoas, Adm. 
Direta tem a titularidade, mas transfere a execução 
para Adm. Indireta ou um particular prestar em 
nome próprio e própria conta e risco. 
26 
 
 
Intervenção na 
propriedade 
 
-Regra – é a não intervenção – excepcionalmente, o 
Estado intervirá na propriedade, restringindo-lhe seu 
caráter absoluto, exclusivo ou perpetuo. Há duas formas 
de intervenção: 1) a restritiva = afeta o caráter absoluto 
(ex: limitação administrativa, servidão administrativa, 
requisição, ocupação temporária e tombamento); 2) 
supressiva = afeta o caráter permanente (ex: 
desapropriação). 
-Intervenção = exceção, deve ser sempre muito bem 
fundamentada. 
-Fundamentos: 1) Supremacia do Interesse Público; 2) 
Prática de Ilegalidade (escravidão, plantação de 
psicotrópicos). 
-Direito de propriedade – previsto no art. 5, XXII, 
XXIII CF = usar, gozar, usufruir, dispor e reaver um 
bem. 
-Características do direito de propriedade – exercido no 
caráter absoluto (=liberdade), perpetuo (=é minha 
enquanto esse for meu desejo) e exclusivo (=direito de 
usar só, exclusividade). A intervenção da propriedade vai 
interferir em alguma dessas características. 
-Poder de Polícia - compatibilização de interesses 
(interesse público X interesse particular = bem-estar 
social) sentindo amplo, incluindo obrigações de fazer, de 
não fazer e de impor o dever de utilizar o bem, este pode 
está presente em todas as modalidades de intervenção 
do Estado sobre a propriedade – EXCETO na 
desapropriação porque não é mera limitação, já que 
transfere a propriedade. 
 
 
•Intervenção pode ser: 
 
1). Restritiva – restringir a propriedade, mas o dono 
continua dono. Ex: limitação administrativa, servidão 
administrativa, requisição, tombamento, ocupação. 
2). Supressiva – retirada do bem (“sacrifício de direito”) 
– nesse caso o dono perde o bem. Ex: desapropriação 
(único exemplo). 
Obs. Desapropriação indireta – simulação de intervenção 
restritiva, mas na prática é supressiva. 
 
•Modalidades 
 
1) Limitação Administrativa 
 
-Impõe obrigações de caráter geral a proprietários 
indeterminados, em benefício do interesse geral 
abstratamente considerado,

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