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1 
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MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAIS 
Barney Bichara 
Direito Administrativo 
Aula 14 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
10. EQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
A. Conceito: trata-se da relação de congruência/adequação entre os encargos do contratado e a 
remuneração paga pela Administração 
 
- O equilíbrio econômico-financeiro é um direito subjetivo do contratado, a partir do qual ele pode 
buscar tutela jurisdicional em face da Administração Pública. Trata-se de contraponto as cláusulas 
exorbitantes. 
 
B. Mecanismo para manutenção do Equilíbrio Econômico e Financeiro 
 
1. Correção monetária: a correção monetária é a atualização do valor da moeda. A correção 
monetária, incluindo o termo inicial e seu índice, é cláusula obrigatória do contrato. Vale 
lembrar que a Administração só paga após a execução total do objeto do contrato. O 
pagamento antecipado pela Administração é ilícito. 
 
 
 
 
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2. Reajustamento: é a redefinição do preço em razão da alteração das variáveis que compõe 
o preço. Como o valor do contrato é resultado de múltiplas variáveis, o reajustamento, com 
seus respectivos índices e períodos, deve ser previsto logo na celebração do contrato. 
 
- Como estão previstos desde a celebração, a correção monetária e o reajustamento não implicam 
em alteração do contrato. Tanto é assim que não é sequer necessário realizar o aditamento do 
instrumento para prosseguir. 
 
3. Revisão: é a alteração do contrato diante de algum fato imprevisível que veio a 
desequilibrar o contrato. 
 
B. Mecanismo para manutenção do Equilíbrio Econômico e Financeiro 
 
1. Correção monetária 
2. Reajustamento 
3. Revisão 
 
OBS: ART. 65, §8º 
 
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços 
previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou 
penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele 
previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias 
suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam 
alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, 
dispensando a celebração de aditamento. 
 
C. Teoria da Imprevisão 
 
- Consiste no reconhecimento de que acontecimentos imprevistos ou de consequências 
incalculáveis podem repercutir sobre a economia ou impactar diretamente sobre o contrato, 
gerando seu desequilíbrio. Essa teoria se desdobra em: 
 
 
 
 
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1. Caso fortuito e força maior: trata-se de mero imprevisto, decorrente de fenômeno da 
natureza ou da própria ação humana que acaba por aumentar o custo operacional do 
contrato. 
 
2. Fato do príncipe: é ato geral da Administração, que alcança todos os demais administrados. 
 
Exemplo: aumento da alíquota de um tributo. 
 
3. Fato da administração: é o ato concreto da Administração, que repercute diretamente 
sobre o contrato, gerando o seu desequilíbrio. 
 
Exemplo: suspensão de um contrato pela Administração durante 25 dias, que gera para o 
contratado o ônus de arcar com o maquinário já alugado e os empregados que já estavam prontos 
para iniciar a obra. Neste caso, a Administração deverá remunerar o contratado por essa perda, 
reestabelecendo o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. 
 
LEMBRE-SE: a Administração pode tanto alterar unilateralmente o contrato quanto alterar o 
cronograma de execução, desde que garanta como contrapartida o equilíbrio econômico-financeiro. 
 
4. Interferências imprevistas: são fatos pré-existentes a celebração do contrato, mas que as 
partes só tomam conhecimento no momento de execução do negócio, ocasião em que 
chegam a conclusão de que não é possível executar o contrato nos termos inicialmente 
pactuados. 
 
Exemplo: município do Rio contrata uma empreiteira para construir um túnel para o metrô. Todavia, 
ao executar a obra, nota-se que o local é cortado por um lençol freático. De fato, o lençol freático 
sempre esteve no local. Porém, não se tinha notícia de sua existência até aquele momento. Diante 
disso, a empreiteira pode propor, por exemplo, que se realize um desvio que evite qualquer 
interferência no lençol freático, calculando-se um gasto adicional de R$ 3.000.000,00. Assim, desde 
que a Administração arque com o respectivo valor adicional, não há problema de dar seguimento 
ao contrato. 
 
 
 
 
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ATENÇÃO: se houvesse estudo prévio indicando a existência do lençol e, mesmo assim, a 
empreiteira decidisse construir, não há fato imprevisível, mas sim culpa de quem desprezou tal fato. 
 
11. EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
A. Extinção natural – cumprimento do objeto ou advento do termo; 
 
B. Anulação – reconhecimento de ilegalidade 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
1. CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS 
 
CONCEITO: agente público é a expressão mais ampla utilizada para se referir a qualquer Pessoa 
Física que exerça função pública, de forma temporária ou permanente, com ou sem remuneração. 
 
LEMBRE-SE: no Direito Público, pessoa é sinônimo de entidade. Quando o legislador 
administrativista deseja se referir a Pessoa Física ele fala em agentes. 
 
- As legislações especiais trazem conceitos de agentes públicos apenas para as finalidades por elas 
reguladas, de modo que, muitas vezes, os conceitos por elas trazidos são insuficientes para abarcar 
todas as categorias de agentes públicos. 
 
Lei 8.429/92, Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, 
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, 
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma 
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
Lei 13.460/17, Art. 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: 
 
IV - agente público - quem exerce cargo, emprego ou função pública, de 
natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem remuneração; 
 
2. AGENTE PÚBLICO DE FATO 
 
 
 
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- A expressão agente público de fato é expressão que se refere à Pessoa Física que exerce função 
pública sem investidura legal. 
 
A. Necessário: é aquele que em situações excepcionais e transitórias colabora com o Poder Público 
exercendo função pública. 
 
Exemplo: particular que auxilia nas buscas de pessoas soterradas em virtude da insuficiência dos 
agentes públicos que o Estado disponibiliza para tanto. 
 
B. Putativo: é aquele que tem aparência de agente de direito, mas que se encontra ilegalmente 
investido. 
 
Exemplo: servidor que de férias ou de licença médica pratica ato administrativo; servidor que ainda 
não tomou posse e já está praticando ato administrativo, dentre outros. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DE AGENTES (MARIA SYLVIA DI PIETRO) 
 
- As classificações dos agentes públicos variam conforme a doutrina adotada. No nosso caso, 
adotaremos a classificação da Profª Maria Sylvia Di Pietro por ser mais usual. 
 
1º. Agentes Políticos 
 
HELLY LOPES MEIRELLES: tradicionalmente, Helly Lopes Meirelles conceituava agente político a 
partir de dois critérios. Segundo o autor, agente político seria (i) aquele que tem seu cargo previsto 
na Constituição e que (ii) exerce as suas funções com autonomia funcional. São agentes políticos, 
portanto, os Chefes do Poder Executivo; vices; auxiliares imediatos e parlamentares. Tomando por 
base essa classificação, o juiz, bem como os membros dos Tribunais de Contas e do Ministério 
Público, também podem ser tidos como agentes políticos. 
 
 CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO: são agentes políticos aqueles que tem o seu (i) cargo 
previsto na Constituição Federal e que (ii) exercem função política (= função de governo). 
 
 
 
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- Enquanto os que ocupam funções de governo estão ocupados em dirigir o Estado, aqueles quecompõe a Administração são incumbidos de dar fiel execução as ordens. Da mesma forma, 
enquanto o governo define qual o fim do Estado, a Administração aplica a lei ao caso concreto para 
realizar o fim do Estado. 
 
- Nesta classificação, juiz e promotor não podem ser tidos como agente políticos, dado que não 
exercem qualquer tipo de função de governo. 
 
MARIA SYLVIA: embora o entendimento mais acertado seja o de Celso Antonio, há de se reconhecer 
que há uma tendência em predominar o entendimento de Helly Lopes Meirelles para os casos dos 
agentes políticos. 
 
2º. Servidores Públicos: é aquele que mantém com o Estado ou com as Pessoas Jurídicas da 
Administração Indireta relação profissional; não eventual; vínculo de dependência e remuneração 
paga pelos cofres públicos. 
 
▪ Servidor público estatutário – CARGO – aplica-se o ESTATUTO (= lei própria editada por cada 
ente da federação que define direitos, obrigações, proibições e regime disciplinar); 
▪ Empregado público – EMPREGO – aplica-se a CLT 
▪ Servidor temporário – FUNÇÃO – aplica-se o Regime Especial de Direito Administrativo 
(REDA) 
 
3º. Militares 
 
- Militar é aquele que integra as forças armadas no nível federal (marinha, exército e aeronáutica) 
e, no plano estadual, aquele que integra a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Os militares se 
submetem a regras constitucionais e legais próprias. No entanto, como os militares são Pessoas 
Físicas e exercem função pública, podemos considerá-los como agentes públicos. 
 
4º. Particulares em colaboração: é aquele que exerce função pública sem perder a sua qualidade 
de particular. São particulares em colaboração: (a) requisitado (ex.: mesários, conscritos, etc...); (b) 
 
 
 
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contratados por locação cível de serviços; (c) aqueles que desempenham suas funções em 
concessionárias ou permissionárias de serviços públicos; (d) aqueles que exercem função pública 
por ofício (ex.: defensor dativo) ou delegação (ex.: notários, taxista, etc...) e, por fim, o (e) gestor de 
negócios públicos (aquele que, oficiosamente, exerce função pública, colaborando com o Poder 
Público. Vale lembrar que oficioso é sinônimo de não oficial). 
 
ATENÇÃO: aquele que Maria Sylvia chama de gestor de negócios públicos são os funcionários 
públicos de fato necessários mencionados na doutrina de Helly Lopes Meirelles. 
 
 4. REGIME JURÍDICO ÚNICO – RJU 
 
- O regime jurídico único aplica-se apenas as Pessoas Jurídicas de Direito Público (União, Estados, 
Municípios, DF e Autarquias), dado que o regime jurídico das Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
que integram a Administração sempre é de celetista. 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira 
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das 
fundações públicas. 
 
- Como se diz que a lei definirá o regime jurídico dos servidores e a Constituição fala em regime 
jurídico único, há dúvida acerca do real significado destas palavras e expressões: 
 
ADIN nº 2.135-4 – Liminar deferida – Pendente de julgamento 
 
1ª POSIÇÃO (Celso Antonio): determinadas carreiras são carreiras de Estado e, como tal, exigem o 
regime jurídico de cargos públicos, necessariamente (ex.: fiscal, policial, procuradores, auditores, 
etc...). Assim, se o regime jurídico tem de ser único e certas carreiras são de Estado, o regime jurídico 
único só pode ser o regime jurídico estatutário. 
 
2ª POSIÇÃO: o regime jurídico único aplica-se tanto aos estatutários quanto aos celetistas, cabendo 
a cada ente da federação elaborar uma lei que discipline o regime jurídico dos servidores, optando 
pelo modelo estatutário ou celetista, o qual será válido e aplicável para todos os servidores. 
 
 
 
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- Diferente da União, que editou a Lei 8112 para estabelecer um regime jurídico único a nível federal, 
e dos Estados, que fizeram opção também pelo regime estatutário, os Municípios fizeram opções 
bem diversas entre si. 
 
- Com a Reforma do Estado e do modelo de Administração pela EC nº 19, o caput do Art. 39 da CF 
foi alterado e a obrigatoriedade do regime jurídico único foi extinta pelos senadores sem que, 
contudo, devolvessem o projeto para Câmara. Diante disso, alguns partidos políticos ajuizaram uma 
ADI questionando o vício formal, cuja inconstitucionalidade foi liminarmente reconhecida. E, como 
a liminar foi concedida em sede controle concentrado, operou-se a produção de efeitos 
repristinatórios e ex nunc. 
 
- Em 2000, a União edita a Lei 9962/00, que estabeleceu as regras para a contratação de celetistas 
a nível federal. Desta forma, as entidades ligadas a União passaram a optar por preencher cargos 
(Lei 8112) ou empregos (Lei 9962/00). 
 
- Em 2007, portanto, o RJU deixa de ser obrigatório, mas volta a valer com a concessão da liminar 
na ADI 2135-4. 
 
5. CARGOS PÚBLICOS 
 
- O cargo, independente de sua natureza e regras aplicáveis, sempre é cargo. 
 
A. Conceito 
 
- É um conjunto de atribuições regido pelo Direito Público, criado em número certo, com 
denominação própria e acometido a um agente público (servidor, político, etc...). 
 
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um 
servidor. (Lei Federal 8.112/90) 
 
 
 
 
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Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são 
criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres 
públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. 
 
- A menor unidade de atuação dentro de um órgão é o cargo. Ao ocupar um cargo, o agente exerce 
as atribuições do órgão, não fazendo o que ele deseja, mas sim o que a lei manda. 
 
- O cargo é a unidade de atuação do órgão. O órgão é o centro especializado de competências que 
está dentro da Pessoa. 
 
ATENÇÃO: o conceito tradicional de cargo público contido na Lei 8112 refere-se a cargos definidos 
em lei. Afinal, existem outros cargos como aqueles previstos na Constituição (vitalícios, eletivos, 
etc...). O conceito de cargo da Lei 8112, portanto, restringe-se aos cargos efetivos e em comissão. 
 
B. Criação 
 
- Regra geral, a criação de cargos acontece por meio de lei específica, inclusive com previsão na lei 
orçamentária. Excepcionalmente, alguns cargos, como os políticos, são criados por meio de 
disposição constitucional. 
 
Art. 169, CF 
 
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a 
criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de 
carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer 
título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, 
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão 
ser feitas:I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para 
atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela 
decorrentes; 
 
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, 
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
 
 
C. Extinção 
 
 
 
 
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1º. Princípio da simetria: se o cargo foi criado por lei, ele só pode ser extinto por lei. 
 
2º. Decreto para cargos vagos (art. 84, VI, “b” da CF) 
 
- O cargo vago pode ser extinto por Decreto. 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
 
D. Âmbito de existência 
 
- Cargos só existem em Pessoas jurídicas de direito público 
 
E. Natureza jurídica da relação existente entre titular do cargo e a pessoa jurídica de direito 
pública 
 
Natureza estatutária, legal ou institucional: os direitos, deveres,obrigações e regime disciplinar do 
servidor são definidos pela lei e não pelo servidor ou pela Pessoa Jurídica. E, estando na lei, tudo 
isso é passível de mudança a qualquer momento, o que implica dizer que não há direito adquirido a 
regime jurídico. Afinal, ninguém tem direito de exigir que a lei não seja alterada. 
 
RE 563708 - I - O art. 37, XIV, da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional 
19/98, é autoaplicável; II - Não há direito adquirido a regime jurídico, notadamente à forma de 
composição da remuneração de servidores públicos, observada a garantia da irredutibilidade de 
vencimentos. 
 
F. Provimento 
 
1º. Conceito: é o ato administrativo por meio do qual a Administração preenche o cargo. 
 
2º. Formas 
 
 
 
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Art. 8o São formas de provimento de cargo público: (Lei Federal 8.112/90) 
 
I - nomeação; 
 
II - promoção; 
 
V - readaptação; 
 
VI - reversão; 
 
VII - aproveitamento; 
 
VIII - reintegração; 
 
IX - recondução. 
 
3º. Espécies: 
 
a) Originário: é o ato pelo qual a Administração preenche um cargo, criando uma relação 
jurídica-estatutária inédita. O único ato de provimento originário é a nomeação, realizada 
para cargos efetivos - após a realização do respectivo concurso público – ou em comissão. 
 
b) Derivado: é o ato que, ao preencher o cargo, não cria nova relação jurídica-estatutária. Há 
continuação de vínculo estatutário pré-existente. 
 
Exemplo (derivado): o Promotor de Justiça é promovido ao cargo de Procurador, mas mantém-se 
na mesma carreira. 
 
O provimento originário de cargos públicos deve se dar na classe e padrão iniciais da carreira, 
conforme a legislação vigente na data da nomeação do servidor. Tese consolidada pelo STJ 
 
G. Quanto à durabilidade do ato de provimento 
 
1º. Cargo de provimento em comissão = cargo cujo provimento não é durável (= LIVRE 
EXONERAÇÃO). 
 
 
 
 
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- A restrição imposta pela Súmula Vinculante nº 13 do STF, cujo conteúdo proíbe a nomeação de 
partes para cargos em comissão, não se aplica aos casos de nomeação de ministros de Estado, 
secretários estaduais e secretários municipais, sendo possível sim reconhecer o nepotismo, mas 
apenas a partir de análise da situação concreta. 
 
- O STF também já pacificou entendimento no sentido de que o cargo em comissão é apenas para 
direção, chefia e assessoramento. Não se pode ter cargo em comissão para função administrativa 
ou operacionais (ex.: secretar, motorista, etc...), devendo ainda haver proporção entre o numero de 
efetivos e de comissionados. 
 
2º. Cargo de provimento efetivo = cargo cujo provimento é durável, pois confere direito a 
ESTABILIDADE, a qual só será perdida nas hipóteses previstas na Constituição Federal. 
 
3º. Cargo de provimento em comissão = cargo cujo provimento é durabilíssimo, pois confere direito 
a VITALICIEDADE, ensejando apenas uma única hipótese de perda, qual seja, decisão judicial 
transitada em julgado (= decisão penal condenatória ou decisão civil condenando o servidor a 
improbidade administrativa). 
 
OBS: são cargos de provimento vitalício: 
 
Magistrados (inclusive do Tribunal de Contas) 
Membros do MP 
Membros dos Tribunais de Contas 
 
STF: apenas a Constituição Federal (e jamais as estaduais) pode reconhecer o direito a vitaliciedade. 
 
OBS: prazo para aquisição da vitaliciedade 
 
- Para quem ingressou no serviço público mediante concurso, o prazo é de 2 (dois) anos. Em 
contrapartida, nas hipóteses constitucionais que versam sobre o cargo da magistratura no âmbito 
Tribunais, a vitaliciedade é imediata, isto é, com a posse. 
 
 
 
 
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H. Estabilidade: 
 
1º. Conceito: é o direito do servidor público de permanecer no serviço público (não no cargo!), salvo 
a ocorrência das hipóteses previstas na Constituição. O cargo pode ser extinto ou declarado 
desnecessário, mas a estabilidade permanece. 
 
- A estabilidade é diferente da efetividade, que é a qualidade daquele que ingressa no serviço 
público. 
 
2º. Espécies: 
 
(i) Ordinária (Art. 41, CF) 
 
ART. 41 CF: 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público. 
 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a 
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa 
finalidade. 
 
- A estabilidade é direito exclusivo do servidor efetivo, que trabalhou 3 (anos) ininterruptamente e 
foi avaliado por comissão especialmente designada para tanto. Note que a Constituição não fala em 
estágio probatório, pois este é regulado por lei ordinária. 
 
(ii) Extraordinária (Art. 19, ADCT) 
 
- A estabilidade extraordinária prevista no Art. 19 do ADCT é regra de transição voltada a conferir 
segurança jurídica ao sistema, permitindo que os servidores que ingressaram no serviço público sem 
concurso público nos 5 anos anteriores a vigência da Constituição de 1988 adquiram estabilidade (= 
estabilização constitucional). Trata-se da única hipótese na qual o servidor público é ESTÁVEL, mas 
não é EFETIVO. 
 
 
 
 
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ART. 19 ADCT: 
 
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das 
fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, 
há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos 
na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis 
no serviço público. 
 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, 
funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos que a lei 
declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado 
para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar de servidor. 
 
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível 
superior, nos termos da lei. 
 
STF: a única forma de estabilidade fora das hipóteses de concurso é a do Art. 19 do ADCT. 
 
OBS: ADI 4876 
 
- A ADI 4876 declarou inconstitucional a LC nº 100/2007 do Estado de Minas Gerais, que conferiu 
estabilidade a 100.000 (cem mil) servidores temporários. 
 
3º. Perda da estabilidade 
 
- A hipótese do inciso III constitui modalidade de exoneração que só pode ocorrer mediante a 
concretização da garantia da ampla defesa. Logo, o servidor que não passa na avaliação de 
desempenho será sim exonerado, mas terá garantido o seu direito de defesa (manifestação quanto 
aos critérios da avaliação, produção de provas, comparação com a avaliação dos demais servidores, 
etc...). 
 
- O mau desempenho na avaliação não implica em demissão, mas sim em exoneração, o que 
demonstra que a natureza da perda da estabilidade não é sanção administrativa. 
 
Art. 41, CF. 
 
 
 
 
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§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado (decisão penal 
condenatória ou tutela civil condenatória reconhecendo a improbidade 
administrativa); 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa (ver Súmula 343 do STJ c/c Súmula Vinculante nº 5 do STF); 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
 
Art. 169. CF 
 
 § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, 
durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes 
providências: 
 
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança; 
 
II - exoneração dos servidores não estáveis. 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem 
suficientes para asseguraro cumprimento da determinação da lei 
complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o 
cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes 
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa 
objeto da redução de pessoal. 
 
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus 
a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de 
serviço. 
 
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será 
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com 
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. 
 
- O Art. 169 da CF trata da contenção de despesas. Quando os estados não tem condições financeiras 
de pagar o servidor, eles devem exonerá-lo, buscando adequar-se aos limites máximos de despesas 
com pagamento de servidor público previstos no Art. 19 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
nº101/2000). 
 
4º. Direitos do servidor estável 
 
 
 
 
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Art. 41 da CF 
 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será 
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido 
ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro 
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao 
tempo de serviço. 
 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável 
ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
 
 
O tempo de serviço prestado às empresas públicas e sociedades de economia mista somente pode 
ser computado para efeitos de aposentadoria e disponibilidade. Tese consolidada pelo STJ 
 
I. Vacância 
 
a) 1º. Conceito: é o ato administrativo por meio do qual a Administração desocupa o cargo, 
contrapondo-se ao provimento. 
 
b) 2º. Formas 
 
 
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: (Lei Federal 8.112/90) 
 
I - exoneração; 
II - demissão; 
III - promoção; 
VI - readaptação; 
VII - aposentadoria; 
VIII - posse em outro cargo acumulável; 
IX - falecimento. 
 
- A promoção é provimento no cargo da classe superior e vacância no cargo da classe inferior. 
 
- Promoção e readaptação são, simultaneamente, formas de provimento e vacância, na medida em 
que tiram o servidor de um cargo, colocando-o em outro. 
 
 
 
 
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- Exoneração e demissão são formas de vacância. A diferença é que a demissão tem natureza de 
pena aplicada ao servidor após Processo Administrativo Disciplinas e a Exoneração não. A 
exoneração pode, inclusive, ser efetuada a pedido do próprio servidor. 
 
- O cargo pode ser em comissão ou efetivo. 
 
- O cargo em comissão é aquele sujeito a livre nomeação e livre exoneração, podendo esta 
exoneração ser realizada a pedido do próprio servidor ou de ofício (ex.: assessor de juiz). 
 
- O cargo efetivo, que é aquele ocupado mediante aprovação em concurso público, também admite 
exoneração a pedido do servidor ou de ofício. Neste último caso, podemos citar como exemplos o 
servidor reprovado no estágio probatório ou na avaliação periódica de desempenho, bem como nos 
casos em que o Estado não tem mais dinheiro para pagar o salário do servidor.

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