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Meninges: Proteção do Sistema Nervoso

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1 Camila Carminate – 5 FASE 
Meninges 
O sistema nervoso central é envolvido por membranas 
conjuntivas denominadas meninges, e que são três: dura-
máter. aracnoide e pia-máter. 
A aracnoide e a pia-máter, que no embrião constituem um 
só folheto são, por vezes, consideradas como uma 
formação única, a leptomeninge. ou meninge fina, distinta 
da paquimeninge, ou meninge espessa, constituída pela 
dura-máter. 
O conhecimento da estrutura e da disposição das meninges 
é muito importante, não só para a compreensão de seu 
importante papel de proteção dos centros nervosos, mas 
também porque elas podem ser acometidas por processos 
patológicos, como infecções (meningites) ou tumores 
(meningiomas). 
Além do mais, o acesso cirúrgico ao sistema nervoso 
central envolve, necessariamente, contato com as 
meninges, o que toma o seu conhecimento muito 
importante para o neurocirurgião. 
DURA-MÁTER 
A meninge mais superficial é a dura-máter, espessa e 
resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em 
fibras colágenas, contendo vasos e nervos. 
A dura-máter do encéfalo difere da dura-máter espinhal 
por ser formada por dois folhetos, externo e interno, dos 
quais apenas o interno continua com a dura-máter 
espinhal. 
O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio 
e comporta-se como periósteo destes ossos. 
Ao contrário do periósteo de outras áreas, o folheto 
externo da dura-máter não tem capacidade osteogênica, o 
que dificulta a consolidação de fraturas no crânio e toma 
impossível a regeneração de perdas ósseas na abóbada 
craniana. 
Esta peculiaridade, entretanto, é vantajosa, pois a 
formação de um calo ósseo na superfície interna dos ossos 
do crânio pode constituir grave fator de irritação do tecido 
nervoso. Em virtude da aderência da dura-máter aos ossos 
do crânio, não existe no encéfalo um espaço epidural, 
como na medula. 
Em certos traumas ocorre o descolamento do folheto 
externo da dura-máter da face interna do crânio e a 
formação de hematomas epidurais. 
 
2 Camila Carminate – 5 FASE 
A dura-máter, em particular seu folheto externo, é muito 
vascularizada. 
No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a 
artéria meníngea média, ramo da artéria maxilar interna. 
A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é 
ricamente inervada. 
Como o encéfalo não possui terminações nervosas 
sensitivas, toda a sensibilidade intracraniana se localiza na 
dura-máter e nos vasos sanguíneos, responsáveis, assim, 
pela maioria das dores de cabeça. 
PREGAS DA DURA-MÁTER DO ENCÉFALO 
Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter 
destaca-se do externo para formar pregas que dividem a 
cavidade craniana em compartimentos que se comunicam 
amplamente. 
As principais pregas são as seguintes: 
a) foice do cérebro - é um septo vertical mediano em forma 
de foice, que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, 
separando os dois hemisférios cerebrais; 
b) tenda do cerebelo - projeta-se para diante como um 
septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. 
A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa 
média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um 
compartimento superior, ou supratentorial, e outro 
inferior, ou infratentorial. 
Esta divisão é de grande importância clínica, pois a 
sintomatologia das afecções supratentoriais (sobretudo os 
tumores) é muito diferente das infratentoriais. 
A borda anterior livre da tenda do cerebelo, denominada 
incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo. 
Esta relação tem importância clínica, pois a incisura da 
tenda pode, em certas circunstâncias, lesar o mesencéfalo 
e os nervos troclear e oculomotor, que nele se originam. 
e) foice do cerebelo pequeno septo vertical mediano, 
situado abaixo da tenda do cerebelo, entre os dois 
hemisférios cerebelares. 
d) diafragma da sela - pequena lâmina horizontal que 
fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um 
pequeno orifício para a passagem da haste hipofisária. 
Por este motivo, quando se retira o encéfalo de um 
cadáver, esta haste geralmente se rompe, ficando a 
hipófise dentro da sela túrcica. 
O diafragma da sela isola e protege a hipófise, mas dificulta 
consideravelmente a cirurgia desta glândula. 
CAVIDADES DA DURA-MÁTER 
Em determinadas áreas, os dois folhetos da dura-máter do 
encéfalo separam-se, delimitando cavidades. 
Uma delas é o cavo trigeminai (de Mecket), ou loja do 
gânglio trigeminai, que contém o gânglio trigeminai. 
Outras cavidades são revestidas de endotélio e contêm 
sangue, constituindo os seios da dura-máter, que se 
dispõem sobretudo ao longo da inserção das pregas da 
dura-máter. 
SEIOS DA DURA-MÁTER 
São canais venosos revestidos de endotélio e situados 
entre os dois folhetos que compõem a dura-máter 
encefálica. 
A maioria dos seios tem secção triangular e suas paredes, 
embora finas, são mais rígidas que a das veias e geralmente 
não se colabam quando seccionadas. 
Alguns seios apresentam expansões laterais irregulares, as 
lacunas sanguíneas, mais frequentes de cada lado do seio 
sagital superior. 
 
3 Camila Carminate – 5 FASE 
O sangue proveniente das veias do encéfalo e do globo 
ocular é drenado para os seios da dura-máter e destes para 
as veias jugulares internas. 
Os seios comunicam-se com veias da superfície externa do 
crânio através de veias emissárias, que percorrem forames 
ou canalículos que lhes são próprios, nos ossos do crânio. 
Os seios dispõem-se sobretudo ao longo da inserção das 
pregas da dura-máter, distinguindo-se os seios em relação 
com a abóbada e com a base do crânio. 
Os seios da abóbada são os seguintes: 
a) seio sagital superior - ímpar e mediano, percorre a 
margem de inserção da foice do cérebro. 
Termina próximo à protuberância occipital interna, na 
chamada confluência dos seios, formada pela confluência 
dos seios sagital superior, reto e occipital e pelo início dos 
seios transversos esquerdo e direito; 
b) seio sagital inferior - situa-se na margem livre da foice 
do cérebro, terminando no seio reto; 
c) seio reto - localiza-se ao longo da linha de união entre a 
foice do cérebro e a tenda do cerebelo. 
Recebe, em sua extremidade anterior, o seio sagital 
inferior e a veia cerebral magna, terminando na 
confluência dos seios; 
d) seio transverso - é par e dispõe-se de cada lado ao longo 
da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital, desde 
a confluência dos seios até a parte petrosa do osso 
temporal, onde passa a ser denominado seio sigmoide; 
A confluência dos seios é também conhecida como torcular 
de Heróphilo. 
Nem sempre os seios encontram-se em um só ponto, 
descrevendo-se pelo menos quatro tipos de confluência. 
e) seio sigmoide - em forma de S, é uma continuação do 
seio transverso até o forame jugular, onde continua 
diretamente com a veia jugular interna. 
O seio sigmoide drena a quase totalidade do sangue 
venoso da cavidade craniana; 
f) seio occipital - muito pequeno e irregular, dispõe-se ao 
longo da margem de inserção da foice do cerebelo. 
Os seios venosos da base são os seguintes: 
a) seio cavernoso - um dos mais importantes seios da dura-
máter, o seio cavernoso é uma cavidade bastante grande e 
irregular, situada de cada lado do corpo do esfenoide e da 
sela torácica. 
Recebe o sangue proveniente das veias oftálmica superior 
e central da retina, além de algumas veias do cérebro. 
Drena através dos seios petroso superior e petroso 
inferior, além de comunicar-se com o seio cavernoso do 
lado oposto, através do seio intercavernoso. 
O seio cavernoso é atravessado pela artéria carótida 
interna, pelo nervo abducente e, já próximo à sua parede 
lateral, pelos nervos troclear, oculomotor e pelo ramo 
oftálmico do nervo trigêmeo. 
Estes elementos são separados do sangue do seio por um 
revestimento endotelial, e sua relação com o seio 
cavernoso é de grande importância clínica.Assim, aneurismas da carótida interna no nível do seio 
cavernoso comprimem o nervo abducente e, em certos 
casos, os demais nervos que atravessam o seio cavernoso, 
detennínando distúrbios muito típicos dos movimentos do 
globo ocular. 
Pode haver perfuração da carótida interna dentro do seio 
cavernoso, formando-se, assim, um curto-circuito 
arteriovenoso (fístula carótido-cavernosa) que determina 
dilatação e aumento da pressão no seio cavernoso. 
Isto faz com que se inverta a circulação nas veias que nele 
desembocam, como as veias oftálmicas, resultando em 
grande protrusão do globo ocular, que pulsa 
simultaneamente com a carótida (exoftálmico pulsátil). 
Infecções superficiais da face (como espinhas do nariz) 
podem se propagar ao seio cavernoso, tomando-se, pois, 
intracranianas, em virtude das comunicações que existem 
entre as veias oftálmicas, tributárias do seio cavernoso, e a 
veia angular, que drena a região nasal; 
b) seios intercavernosos - unem os dois seios cavernosos, 
envolvendo a hipófise; 
c) seio esfenoparietal - percorre a face interior da pequena 
asa do esfenoide e desemboca no seio cavernoso; 
 
4 Camila Carminate – 5 FASE 
d) seio petroso superior - dispõe-se de cada lado, ao longo 
da inserção da tenda do cerebelo, na porção petrosa do 
osso temporal. 
Drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmoide, 
terminando próximo à continuação deste com a veia 
jugular interna. 
e) seio petroso inferior - percorre o sulco petroso inferior 
entre o seio cavernoso e o forame jugular, onde tennina 
lançando-se na veia jugular interna; 
f) plexo basilar - ímpar, ocupa a porção basilar do occipital. 
Comunica-se com os seios petroso inferior e cavernoso, 
liga-se ao plexo do forame occipital e, através deste, ao 
plexo venoso vertebral interno. 
ARACNOIDE 
Membrana muito delicada, justaposta à dura-máter, da 
qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, 
contendo pequena quantidade de líquido necessário à 
lubrificação das superfícies de contato das duas 
membranas. 
A aracnoide separa-se da pia-máter pelo espaço 
subaracnóideo, que contém o liquido cerebroespinhal, ou 
liquor, havendo ampla comunicação entre o espaço 
subaracnóideo do encéfalo e da medula. 
Consideram-se também como pertencendo à aracnoide as 
delicadas trabéculas que atravessam o espaço para se ligar 
à pia-máter, e que são denominadas trabéculas 
aracnóideas. 
Estas trabéculas lembram, em aspecto, uma teia de 
aranha, donde o nome de aracnoide, semelhante à aranha. 
CISTERNAS SUBARACNÓIDEAS 
A aracnoide justapõe-se à dura-máter e ambas 
acompanham apenas grosseiramente a superfície do 
encéfalo. 
A pia-máter, entretanto, adere intimamente a esta 
superfície, que acompanha em todos os giros, sulcos e 
depressões. 
Desse modo, a distância entre as duas membranas, ou seja, 
a profundidade do espaço subaracnóideo é variável, sendo 
muito pequena no cume dos giros e grande nas áreas onde 
parte do encéfalo se afasta da parede craniana. 
Formam-se assim, nessas áreas, dilatações do espaço 
subaracnóideo, as cisternas subaracnóideas, que contêm 
grande quantidade de liquor. 
As cisternas mais importantes são as seguintes: 
a) cisterna cerebelo-medular ou cisterna magna - ocupa o 
espaço entre a face inferior do cerebelo, o teto do IV 
ventrículo e a face dorsal do bulbo. 
Contínua caudalmente com o espaço subaracnóídeo da 
medula e liga-se ao IV ventrículo através de sua abertura 
mediana. 
A cisterna cerebelo-medular é, de todas, a maior e mais 
importante, sendo às vezes utilizada para obtenção de 
Jiquor através das punções suboccipitais, em que a agulha 
é introduzida entre o occipital e a primeira vértebra 
cervical; 
b) cisterna pontína - situada ventralmente à ponte; 
c) cisterna interpeduncu/ar - localizada na fossa 
interpeduncular; 
 
5 Camila Carminate – 5 FASE 
d) cisterna quiasmática - situada adiante do quiasma 
óptico; 
e) cisterna superior - (cisterna da veia cerebral magna) - 
situada dorsalmente ao teto do mesencéfalo, entre o 
cerebelo e o esplênio do corpo caloso, a cisterna superior 
corresponde, pelo menos em parte, à cisterna ambiens, 
termo usado sobretudo pelos clínicos; 
f) cisterna da fossa lateral do cérebro – corresponde à 
depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. 
GRANULAÇÕES ARACNÓIDEAS 
Em alguns pontos a aracnoide forma pequenos tufos que 
penetram no interior dos seios da dura-máter, 
constituindo as granulações aracnóideas, mais abundantes 
no seio sagital superior. 
As granulações aracnóideas levam pequenos 
prolongamentos do espaço subaracnóideo, verdadeiros 
divertículos deste espaço, nos quais o liquor está separado 
do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada 
camada da aracnoide. 
São, pois, estruturas admiravelmente adaptadas à 
absorção do liquor que, neste ponto, cai no sangue. 
Sabe-se hoje que a passagem do liquor através da parede 
das granulações se faz por meio de grandes vacúolos, que 
o transportam de dentro para fora. 
No adulto e no velho, algumas granulações tornam-se 
muito grandes. constituindo os chamados corpos de 
Pacchioni, que frequentemente se calcificam e podem 
deixar impressões na abóbada craniana. 
PIA-MÁTER 
A pia-máter é a mais interna das meninges, aderindo 
intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos 
relevos e depressões acompanha, descendo até o fundo 
dos sulcos cerebrais. 
Sua porção mais profunda recebe numerosos 
prolongamentos dos astrócitos do tecido nervoso, 
constituindo assim a membrana pio-glial. 
A pia-máter dá resistência aos órgãos nervosos. uma vez 
que o tecido nervoso é de consistência muito mole. 
A pia-máter acompanha os vasos que penetram no tecido 
nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a 
parede externa dos espaços perivasculares. 
Nestes espaços existem prolongamentos do espaço 
subaracnóideo, contendo liquor, que forma um manguito 
protetor em tomo dos vasos, muito importante para 
amortecer o efeito da pulsação das artérias ou picos de 
pressão sobre o tecido circunvizinho. 
O fato de as artérias estarem imersas em liquor no espaço 
subaracnóideo também reduz o efeito da pulsação. 
Os espaços perivasculares envolvem os vasos mais 
calibrosos até uma pequena distância e terminam por 
fusão da pia com a adventícia do vaso. 
As arteríolas que penetram no parênquima são envolvidas 
até alguns milímetros. 
As pequenas arteríolas são envolvidas até o nível capilar 
por pés-vasculares dos astrócitos do tecido nervoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA 
Neuroanatomia Funcional – Angelo Machado

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