Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 ➡ membranas conjuntivas que envolvem o sistema nervoso central. ➡ possuem um papel importante na proteção dos centros nervosos e podem ser acometidas por processos patológicos, como infecções (meningites) ou tumores (meningiomas). dura-máter: paquimeninge = meninge grossa ➡ a meninge mais externa/superficial. ➡ é espessa/dura e resistente. ➡ reveste a parte interna da calota craniana. ➡ é ricamente inervada. Obs.: o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, desse modo, toda a sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter e nos vasos sanguíneos, os quais são responsáveis pela maioria das dores de cabeça. ➡ composta por: • tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, que contém vasos e nervos. dura-matér do encéfalo ≠ dura-máter espinal ↳ a dura-máter do encéfalo é formada por dois folhetos (externo e interno), enquanto a espinal continua apenas com o interno. 1 Anatomia II Meninges Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 ↳ o folheto externo adere intimamente aos osso do crânio e se comporta como periósteo destes ossos. pregas de dura-máter: ➡ em algumas áreas, o folheto interno se destaca do externo a fim de formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. ➡ foice do cérebro: (fissura mediana) • septo vertical mediano em forma de foice, que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios cerebrais. ➡ tenda do cerebelo: • projeta-se como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. • separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento supratentorial (superior) e outro infratentorial (inferior). • importância clínica: a sintomatologia das afecções supratentoriais é diferente das infratentoriais. • sua incisura (borda anterior livre) se ajusta ao mesencéfalo. - importância clínica: a incisura da tenda pode lesar o mesencéfalo e os nervos troclear e oculomotor. ➡ foice do cerebelo: • pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo, entre os hemisférios cerebelares. ➡ diafragma da sela: • pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túnica. • isola e protege a hipófise. 2 Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 cavidades da dura-máter: ➡ em determinadas áreas, os dois folhetos da dura-máter se separam e delimitam cavidades. ➡ cavo trigeminal: (de Meckel) • ou loja do gânglio trigeminal, visto que contém o gânglio trigeminal. seios da dura-máter: ➡ canais venosos revestidos de endotélio e situados entre os dois folhetos. ➡ alguns seios apresentam expansões laterais irregulares = lacunas sanguíneas. ➡ o sangue proveniente das veias do encéfalo e do floco ocular é drenado para os seios da dura-máter e destes para as veias jugulares internas. ➡ se comunicam com as veias da superfície externa do crânio por intermédio de veias emissárias. ➡ eles se dispõem ao longo da inserção das pregas da dura-máter e se distinguem em seios da abóbada e seios da base do crânio. seios da abóboda: ➡ seio sagital superior: • ímpar e mediano. • percorre a margem de inserção da foice do cérebro e termina próximo à protuberância occipital interna (confluência dos seios). 3 Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 ➡ seio sagital inferior: • localizado na margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto. ➡ seio reto: • localizado ao longo da linha de união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo. • em sua extremidade anterior entra em contato com o seio sagital inferior e a veia cerebral magna. • termina na confluência dos seios. ➡ seio transverso: • é par e se encontra em cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital. • parte da confluência dos seios até a parte petrosa do osso temporal, no qual passa a ser denominado de seio sigmoide. ➡ seio occipital: • muito pequeno e irregular. • se dispõem ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo. seios venosos da base do crânio: ➡ seio sigmoide: • é uma continuação do seio transverso até o forame jugular, no qual continua diretamente com a veia jugular interna. • drena quase todo o sangue venoso da cavidade craniana. ➡ seio cavernoso: • um dos mais importantes. • cavidade bastante grande e irregular, situado de cada lado do corpo do esfenoide e da sela túnica. • recebe o sangue proveniente das veias oftálmica superior e central da retina, além de algumas veias do cérebro. • drena por intermédio dos seios petroso superior e inferior e se comunica com o seio cavernoso do lado oposto através do seio interno cavernoso. • é atravessado pela artéria carótida interna, pelo nervo abducente e pelos nervos troclear, oculomotor e pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo. • importância clínica: - aneurismas da carótida interna no nível do seio cavernoso comprimem o nervo abducente e, em certos casos, outros nervos que atravessam o seio, determinando distúrbios dos movimentos do globo ocular. - curto-circuito arteriovenoso (fístula carótido-cavernosa) = perfuração da carótida interna dentro do seio cavernoso = dilatação e aumento da pressão no seio, fazendo com a circulação seja invertida nas veias que nele desembocam = protusão do globo ocular. - infecções superficiais da face (ex.: espinhas no nariz) podem se propagar ao seio cavernoso e se tornar intracranianas, devido as comunicações que existem entre as veias oftálmicas e a veia angular. ➡ seios intercavernosos: • unem os dois seios cavernosos, envolvendo a hipófise. ➡ seios esfenoparietal: • percorre a face interior da pequena asa do esfenoide e desemboca no seio cavernoso. 4 Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 ➡ seios petroso superior: • localizado de cada lado, ao longo da inserção da tenda do cerebelo, na porção petrosa do osso temporal. • drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmoide. ➡ seios petroso inferior: • percorre o sulco petroso inferior entre o seio cavernoso e o forame jugular. ➡ plexo basilar: • ímpar e ocupa a porção basilar do occipital. • se comunica com os seios petroso inferior e cavernoso. • se liga ao plexo do forame occipital, pelo qual se relaciona ao plexo venoso vertebral interno. aracnóide: ➡ membrana delicada. ➡ justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual = espaço subdural, o qual contém uma pequena quantidade de líquido necessário para a lubrificações das superfícies de contato das duas membranas. ➡ se separa da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contém o líquido cerebrospinal = liquor, dessa forma, há a comunicação entre o espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula. ➡ trabéculas aracnóideas: atravessam o espaço para se ligar à pia-máter. cisternas subaracnóideas: ➡ dilatações do espaço subaracnóideo, formadas devido a variação da distância entre as duas membranas (pia-máter e aracnóide), o que faz com que a profundidade do espaço subaracnóideo seja variável = pequena no cume dos giros e grande nas áreas onde parte do encéfalo se afasta da parede craniana. ➡ contém grande quantidade de liquor. ➡ cisterna cerebelo-medular: (cisterna magna) • ocupa o espaço entre a face inferior do cerebelo (teto do IV ventrículo) e a face dorsal do bubo. • se liga ao IV ventrículo através de sua abertura mediana. • é a maior e mais importante. • às vezes é utilizada para a obtenção de liquor por meio de punções suboccipitais = agulha introduzida entre o occipital e a primeira vértebra cervical. ➡ cisterna pontina: • situada ventralmente à ponte. ➡ cisterna interpeduncular: • localizada na fossa interpenduncular. ➡ cisterna quiasmática: • situada adiando do quiasma óptico. ➡ cisterna superior:(cisterna da veia cerebral magna) • situada dorsalmente ao teto do mesencéfalo, entre o cerebelo e o esplênio. 5 Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 ➡ cisterna da fossa lateral do cérebro: • corresponde à depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. granulações aracnóideas: ➡ pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter. ➡ são mais abundantes no seio sagital superior. ➡ tais estruturas levam pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo, nos quais o liquor está separado do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma camada da aracnóide. ➡ são adaptáveis à absorção do liquor. ➡ a passagem do liquor através das paredes das granulações se faz por meio de grandes vacúolos, que o transportam de dentro para fora. Obs.: em adultos e em idosos, algumas granulações se tornam muito grandes e constituem os corpos de Pacchioni, os quais se calcificam e podem deixar impressões na abóbada craniana. pia-máter: ➡ é a meninge mais interna e se adere intimamente à superfície do encéfalo e da medula. ➡ sua porção mais profunda recebe inúmeros prolongamentos dos astrócitos do tecido nervoso, o que constitui a membrana pio-glial. ➡ oferece resistência aos órgãos nervosos, visto que o tecido nervoso é de consistência muito mole. ➡ acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. ↳ neles, existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo liquor, que forma um manguito protetor em torno dos vasos. ↳ muito importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias ou picos de pressão sobre o tecido circunvizinho. pia-máter + aracnóide = leptomeninge = meninge fina Liquor: líquido cerebroespinhal: ➡ fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. função: ➡ proteção mecânica do sistema nervoso central, formando um coxim líquido entre este e o estojo ósseo. Obs.: qualquer pressão ou choque que se exerça em um ponto deste coxim líquido irá se distribuir igualmente a todos os pontos. ➡ amortecer os choques que atingem o sistema nervoso central. ➡ manutenção de um meio químico estável no sistema ventricular, por meio de troca de componentes químicos com os espaços intersticiais. 6 Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 ➡ excreção de produtos tóxicos do metabolismo das células do tecido nervoso que passam aos espaços intersticiais d onde são lançados no liquor e no sangue. ➡ veículo de comunicação entre diferentes áreas do SNC. Ex.: hormônios produzidos no hipotálamo são liberados no sangue e no liquor, podendo agir sobre regiões distantes do sistema ventricular. características citológicas e físico-químicas: ➡ normal: (adulto) • límpido e incolor. • de zero a quatro leucócitos por mm³. • pressão de 5cm a 20cm de água, obtida na região lombar com o paciente em decúbito lateral. • volume total = 100mL a 150mL. formação, circulação e absorção: ➡ o liquor é ativamente secretado pelo epitélio ependimário. ➡ sua formação envolve transporte ativo de Na⁺Cl⁻, através das células ependimárias dos plexos coróides. ➡ o liquor formado no interior dos ventrículos ganha o espaço subaracnóideo, é reabsorvido por meio das granulações acanóideas e chega à circulação geral sistêmica. ➡ Circulação: • é lenta. 7 Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 correlações anatomoclínicas: hidrocefalia: ➡ consequência de processos patológicos que interferem na produção, circulação e absorção do liquor. ➡ caracterizada pelo aumento da quantidade e da pressão do liquor, levando à dilatação dos ventrículos e à compressão do tecido nervoso. ➡ ocorre durante a vida fetal, em decorrência de anomalias congênitas do sistema ventricular. ➡ hidrocefalia comunicante: • resultam do aumento na produção ou deficiência na absorção do liquor, em razão de processos patológicos dos plexos coróides ou dos seios da dura-máter e granulações aracnóideas. ➡ hidrocefalia não comunicante: • são mais frequentes e resultam de obstruções no trajeto do liquor. • pode ocorrer no/nas: - forame interventricular = dilatação do ventrículo lateral correspondente. - aqueduto cerebral = dilatação do III ventrículo e dos ventrículos laterais. - aberturas medianas e laterais do IV ventrículo = dilatação de todo os sistema ventricular. - incisura da tenda = impede a passagem do liquor do compartimento infratentorial para o supratentorial = dilatação de todo o sistema ventricular. ➡ tratamento: existem diferentes procedimentos cirúrgicos que visam diminuir a pressão liquórica nas hidrocefalias. hipertensão craniana: ➡ aumento de volume de qualquer componente da cavidade craniana = aumento da pressão intracraniana. ➡ um quadro de hipertensão craniana é marcado por tumores, hematomas e outros processos expansivos intracranianos que comprimem todas as estruturas da cavidade crânio-vertebral. ➡ sintomas: o principal é cefaleia (dor de cabeça); vômito e formação de hérnias de tecido nervoso. ➡ havendo suspeita de hipertensão craniana, é preciso fazer um exame de fundo de olho, visto que o nervo óptico é envolvido por um prolongamento do espaço subaracnóideo, levando à sua compressão e à obliteração da via central da retina. hérnias intracranianas: ➡ como ocorrem? • processos expansivos, como tumores ou hematomas que se desenvolvem em um dos compartimentos da cavidade craniana, aumentam a pressão dentro deste, podendo causar a protrusão de tecido nervoso para o compartimento vizinho = hérnias intracranianas. ➡ hérnia de úncus: • processo expansivo cerebral que causa aumento da pressão no compartimento supratentorial, empurrando o úncus e causando uma protrusão através da incisura da tenda do cerebelo = compressão do mesencéfalo, do nervo oculomotor e do pedúnculo cerebral. 8 Faculdade de Medicina de Petrópolis Julia Jardim Azevedo - Turma 59 • sintomas: rápida perda de consciência ou coma profundo por lesão das estruturas mesencefálicas responsáveis pela ativacão do córtex cerebral. ➡ hérnias das tonsilas: • processo expansivo na fossa posterior (ex.: tumor em dos hemisférios cerebelares) que pode empurrar as tonsilas do cerebelo através do forame magno e produzir a hérnia de tonsila. • há compressão do bulbo, tendo como consequência morte por lesão dos centros respiratório e vasomotor. hematomas extradural e subdural: ➡ hematoma extradural: • rupturas de vasos que resultam em acúmulo de sangue nas meninges sob a forma de hematomas. Ex.: fraturas de crânio. • com o seu crescimento, a dura-máter é separada do osso e empurra o tecido nervoso para o lado oposto, levando à morte em poucas horas se o sangue não for drenado. ➡ hematoma subdural: • o sangramento se dá no espaço subdural e se acumula entre a dura-máter e a aracnóide, geralmente em consequência da ruptura de uma veia cerebral no ponto em que ela entra no seio sagital superior. Referências: NEUROANATOMIA FUNCIONAL, ANGELO MACHADO ATLAS DE ANATOMIA HUMANA, NETTER 9
Compartilhar