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Avaliação Iniciado em quarta, 3 mar 2021, 15:50 Estado Finalizada Concluída em quarta, 3 mar 2021, 16:03 Tempo empregado 13 minutos 26 segundos Avaliar 9,00 de um máximo de 10,00(90%) Questão 1 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão O texto a seguir é uma ementa de curso, um plano de aula, da Universidade de Stanford. Plano de aula: Martin Luther King Jr. and Malcolm X: uma solução em comum? Disponível em: <http://edition.cnn.com/2010/LIVING/05/19/Malcolmx.king/index.html>. Acesso: 19 nov. 2018. King e Malcolm X se encontraram pela primeira e única vez após o testemunho de King para o Congresso. Os dois homens olharam um para o outro enquanto Ralph Abernathy ficava ao fundo da foto como espectador. Introdução “Há uma lamentável tendência de tornar nossos heróis em ícones e tirar deles algumas de suas práticas reais, traços que eram parte de sua biografia pessoal e política, congelá-los em um estágio do seu desenvolvimento” — Manning Marable, 1992 Anos após as mortes de Martin Luther King Jr. e Malcolm X, os dois homens seguem presentes no imaginário americano: Martin Luther King Jr., um advogado da não violência, realizando seu discurso do “Eu tenho um sonho” nos degraus do Lincoln Memorial, e Malcolm X, o nacionalista negro, encorajando afro-americanos a lutar contra a opressão racial “por qualquer meio necessário”. Eram esses dois homens realmente ideologicamente opostos? Eles compartilhavam bases comuns? Os pensamentos de um sobre o outro e sobre a libertação do afro-americano estava mudando quando foram assassinados? Seria possível os dois líderes convergirem, não fosse pelas suas mortes prematuras? Enquanto muitos estudantes são familiarizados com Martin Luther King, Jr., o líder dos Direitos Civis, a maioria não é familiarizada com seu chamado para acabar com a Guerra do Vietnã ou seus esforços na luta pela justiça econômica (combate à desigualdade). O conhecimento dos estudantes sobre Malcolm X é ainda mais limitado; poucos, se algum, conhecem os esforços de Malcolm X para corresponder King ou sua dramática mudança nas atitudes concernentes ao racismo após sua viagem à Meca. Disponível em: <https://kinginstitute.stanford.edu/liberation- curriculum/lesson-plans/lesson-plan-martin-luther-king-jr-and-malcolm-x-common-solution>. Acesso em: 17 nov. 2018. Tradução do autor. A partir da proposta do curso apresentada, é correto afirmar que: Escolha uma: a. De acordo com o texto, Malcolm X e Luther King Jr. seguramente teriam se aproximado não fossem suas mortes prematuras. b. Há uma tendência comum de reduzirmos diferentes aspectos da vida de figuras históricas a momentos icônicos: esse processo se deu também com Malcolm X e Luther King Jr. c. A memória coletiva dos EUA criou divergências entre as duas lideranças (King Jr. e Malcolm X) quando, na verdade, ambos lutaram por causas comuns com estratégias similares. d. O curso aponta para uma abordagem que nega a proeminência das lideranças no movimento negro dos EUA, liderado, na verdade, pelas próprias massas combatentes do racismo. e. Apesar da luta comum de Malcolm X e Martin Luther King Jr., apenas esse último faz parte do imaginário social dos EUA. Questão 2 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Chefe da Marvel Studios sugere que Stan Lee deixou várias participações gravadas para filmes do estúdio Após a morte de Stan Lee, nesta segunda (12), surgiu a informação de que o lendário quadrinista deixou a sua participação em Vingadores 4 gravada. Mas, ao que indica o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, disse que há muito mais filmagens para futuros filmes da editora. Após a triste notícia, a Variety relembrou uma informação que surgiu ainda em 2017 e a questionou ao executivo. Stan Lee tinha deixado inúmeras cenas para futuros longas. No entanto, os títulos dessas produções não foram revelados. “Eu não vou contar para vocês especificamente, mas Stan sempre adora uma boa surpresa”, indicou Kevin Feige. O presidente da Marvel ainda destacou a estratégia criada pela empresa nos cinemas. O executivo garante que Stan Lee teve grande ajuda no sucesso dos filmes da editora. “Stan sempre foi gracioso com todos nós da Marvel Studios e sempre nos encorajou. Além da sua persona dos palcos, Stan era muito humilde. Ele não era o tipo de pessoa que chegava e nos dizia como ser, mas nos encorajava para seguir a sua liderança. Pegue Pantera Negra – pessoas falam sobre a importância do filme e o quanto é bravo a Disney ter investido em um elenco inteiramente afro-americano – o que é totalmente verdade. Mas, Stan e Jack Kirby fizeram isso na década de 60, criando o personagem durante a Guerra dos Direitos Civis”, destacou o presidente da Marvel. A causa da morte de Stan Lee ainda não foi divulgada, mas o quadrinista sofria com problemas de saúde desde a morte de sua esposa, em 2017. Disponível em: <https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/filmes/2018/11/chefe-da-marvel-studios-sugere- que-stan-lee-deixou-varias-participacoes-gravadas-para-filmes-do-estudio>. Acesso em: 18 nov. 2018. Considerando a notícia apresentada e a história da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, é correto afirmar que: Escolha uma: a. A criação de um herói chamado “Pantera Negra” durante os anos 1960 mostra um posicionamento político de Stan Lee e Jack Kirby favorável à luta pelos direitos civis. b. A criação do personagem “Pantera Negra”, ao exaltar o direito de uma resposta violenta da comunidade afro-americana diante da opressão, era também uma crítica ao pacifismo pregado por Martin Luther King Jr. c. A notícia mostra como apenas atualmente foi possível transformar o personagem Pantera Negra em metáfora para a questão do racismo, com o apoio de grandes estúdios de cinema. d. Na condição de homem branco, Stan Lee não poderia ter qualquer relevância para a militância em favor dos direitos civis dos negros dos EUA. e. A notícia apresentada demonstra como a indústria cultural se opôs à luta pelos direitos civis ao transformá-la em produtos culturais sem qualquer impacto social, como os quadrinhos de heróis. Questão 3 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Daisy Bates (1914-1999) foi uma ativista dos direitos civis e colunista do Arkansas State Press, um jornal voltado para a questão dos direitos civis e um dos primeiros jornais comandados por afro-americanos nos EUA. Dentre outros feitos, Bates tornou-se uma importante militante nas décadas de 1940 e 1950, lutando para garantir o acesso à educação a jovens afro-americanos em episódios como o da escola de Little Rock e a imposição da dessegregação das escolas por ordem federal. No exemplar do jornal a seguir, de 1959, a manchete abaixo diz “68 estudantes brancos buscam Jim Crow nas escolas integradas”. Disponível em: <http://lcbates.com/2018/05/the-fall-of-the-state-press/> Acesso em: 17 nov. 2018. A partir da biografia de Daisy Bates e do jornal apresentado, é correto afirmar que: Escolha uma: a. Apesar de bem-intencionada, iniciativas como a publicação de jornais não possuíam efeito concreto, já que, pelas leis Jim Crow, os negros eram impedidos de frequentar as escolas e, portanto, praticamente não eram alfabetizados. b. A manchete e a biografia de Daisy Bates permitem pensar a respeito de uma constante progressão nas lutas e conquistas diante da segregação racial: do episódio de Little Rock ao contínuo combate às práticas calcadas nas leis “Jim Crow” c. A militância articulada por Daisy Bates em seu jornal reitera a perspectiva que entrou para a memória da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA: um movimento predominantemente feminino e mais presente nos meios de comunicação do que nas ruas. d. O jornal Arkansas State Press é apenas um exemplo de como a maior parte da militância do movimento negro nos EUA se deu de maneirapassiva, respeitando as leis e a ordem instituída naquele país, a despeito de movimentos de alguns poucos radicais. e. A ideia de buscar “Jim Crow” nas escolas provavelmente é uma referência às perseguições realizadas nos estados do Norte contra estudantes brancos em escolas originalmente segregadas. Questão 4 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão MUHAMMAD ALI (1942-2016) O campeão que atirou uma medalha olímpica ao rio Cassius Marcellus Clay Jr. nasceu a 17 de Janeiro de 1942, em Louisville. Seu pai, Cassius Marcellus Clay, pintava outdoors, e fora batizado com o nome do político americano com o mesmo nome, defensor da emancipação dos negros no século XIX. [...] Fama e racismo Em 1960, com 18 anos, surgiu o primeiro grande sucesso internacional ao arrebatar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma na categoria de meio-pesado (até 79,4kg), batendo na final o experiente polaco Zbigniew Pietrzykowski. De regresso à sua cidade natal, foi recebido em euforia por uma multidão, mas nem todos ficaram convencidos com o feito do jovem Clay. Na sua autobiografia, publicada em 1975, relata que entrou num restaurante cheio de brancos para comer um hambúrguer, mas o empregado recusou-se a servi-lo por ser negro e de nada adiantou dizer quem era e o que tinha feito. Decepcionado e revoltado, confessou ter atirado, por impulso, a medalha olímpica ao Rio Ohio [...]...em 1996, durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, Clay recebeu uma medalha de substituição. O episódio do restaurante não seria esquecido e encorajaria a sua luta pelos direitos dos negros e pela igualdade racial. O dia em que Ali voltou a ser "O Maior" Em outubro de 1960 estreou-se como profissional, encerrando a fase amadora com um impressionante registro de 100 triunfos e cinco derrotas. Quatro anos depois chega a Miami, no estado da Florida, para discutir o mundial, com um currículo de 19 vitórias em outros tantos combates. Pela frente tem o favorito Sonny Liston, detentor do título desde 1962, com um impressionante registro de 28 triunfos consecutivos. Mas, sete assaltos depois, Clay era o novo campeão de pesos-pesados. “Eu sou o maior”, gritou perante a assistência chocada que preenchia o Convention Hall naquele dia 25 de fevereiro. Nasce Muhammad Ali Entre a multidão, encontravam-se os Beatles, que realizavam a sua primeira digressão pelos EUA, e um amigo recente de Cassius Clay: Al Hajj Malik Al-Shabazz, batizado como Malcolm Little e conhecido por Malcolm X. A história desta relação é relatada no recente livro “Blood Brothers: The Fatal Friendship Between Muhammad Ali and Malcolm X”, de Randy Roberts e Johnny Smith, publicado em 2016. Segundo os autores, Clay e Malcolm (que seria assassinado em fevereiro de 1965) conheceram-se em junho de 1962, numa cafeteria, em Detroit, quando o pugilista se preparava para assistir a uma reunião da Nação do Islã, uma organização afro-americana, de cariz político-religioso. Malcolm X passou a ser o seu conselheiro espiritual e político. Por altura do combate com Liston, já corriam rumores de que Clay se havia juntado ao grupo muçulmano e o pugilista haveria desfazer todas as dúvidas, poucos dias depois, ao anunciar que se convertera ao islamismo, alterando o seu nome para Muhammad Ali. As suas posições políticas foram gerando cada vez mais polêmica, até que, em 1967, depois de se recusar a servir o exército americano na Guerra do Vietnã, solicitando o estatuto de objeto de consciência, e ter criticado o envio de soldados para este conflito, foi despojado do seu título mundial (recuperado posteriormente, por decisão do Supremo Tribunal dos EUA) e proibido de praticar boxe durante três anos. Estava no seu auge atlético. [...] Em 1984, iniciaria aquela que foi a maior luta da sua vida, depois de lhe ser diagnosticada a doença de Parkinson. O “combate” durou 32 anos e Mohammad Ali acabou por sofrer, este sábado o seu primeiro KO. Durante estes anos, usou a sua popularidade para promover as pesquisas de cura para esta enfermidade, ao mesmo tempo que rodou o mundo, encontrando-se com líderes políticos, apoiando ações de beneficência e espalhando mensagens de paz e igualdade. Amado ou odiado, permaneceu por meio século como um dos personagens mais carismáticos do planeta e a sua lenda continua a inspirar gerações. Adaptado de: <https://www.publico.pt/2016/06/04/desporto/noticia/morreu-muhammad-ali-o-maior-pugilista-de- sempre-1734065>. Acesso em: 17 nov. 2018. A partir da notícia apresentada, é correto afirmar que: Escolha uma: a. A recusa dos funcionários ou do restaurante em atender clientes negros, enquanto escolha de uma empresa particular, não estava em debate na luta pelos direitos civis, que dizia respeito a direitos políticos. b. O episódio do restaurante em que os funcionários se recusaram a servir o jovem Cassius Clay mostra como a conquista dos Direitos Civis dos negros não teve qualquer impacto no combate ao racismo nos EUA. c. Apesar de sua proximidade com Malcolm X, na biografia de Muhammad Ali encontramos alguns pontos em comum com a militância de Martin Luther King Jr. e a inspiração na luta por igualdade racial para além das fronteiras dos EUA. d. A transformação do nome de Cassius Clay para Muhammad Ali é similar àquela realizada por Martin Luther King Jr., que alterou seu nome como homenagem a Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante. e. A proximidade de Muhammad Ali com a militância de Malcolm X mostra como o islamismo era o fator aglutinador majoritário na luta dos negros estadunidenses dos anos 1950 e 1960. Questão 5 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão O 20 de novembro e o negro no Brasil de hoje Kabengele Munanga De todos os africanos transportados para as Américas através do tráfico atlântico entre os séculos XVI e XIX, cerca de 40% deles tiveram o Brasil como país de destinação. De acordo com os resultados do último censo populacional realizado pelo IBGE em 2010, a população negra, isto é, preta e parda, constitui hoje cerca de 51% da população total, ou seja, 100 milhões de brasileiros e brasileiras em termos absolutos. O que faz do Brasil o maior país de população negra das Américas, e mesmo em relação à África dita Negra, o Brasil só perde da Nigéria, que é o país mais populoso da África Subsaariana. Mas qual é o lugar que essa população negra ocupa no Brasil de hoje depois de 130 anos da abolição da escravatura? Responderia que este lugar entrou no processo afirmativo de sua construção somente a partir dos últimos vinte anos no máximo. Se depois da assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, o Brasil oficial tivesse desde já iniciado o processo de inclusão dos ex-escravizados africanos e seus descendentes no mundo livre e no mercado de trabalho capitalista nascente, a situação do negro no Brasil de 2018 seria certamente diferente em termos de inclusão social. Nada foi feito, pois o negro liberto foi abandonado à sua própria sorte e as desigualdades herdadas da escravidão se aprofundaram diante de um racismo sui generis encoberto pela ideologia de democracia racial. Trata-se de um quadro de desigualdades raciais acumuladas nos últimos mais de trezentos anos que nenhuma política seria capaz de aniquilar em apenas duas ou três décadas de experiência de políticas afirmativas. Por isso, a invisibilidade do negro, ou melhor, sua sub-representação em diversos setores da vida nacional que exigem comando e responsabilidade vinculados a uma formação superior, ou universitária e técnica, de boa qualidade é ainda patente. Era preciso começar a partir de algum momento, em vez de ficar eternamente preso ao mito de democracia racial que congelou a mobilidade social do negro nesses 130 anos da abolição. O início é como todos os inícios, geralmente lento, pois encontra em seu caminho hesitações, resistências e inércia das ideologias anteriores. Mas, de qualquer modo, secomeçou sem recuo, como se pode perceber hoje em algumas áreas como a Educação. As universidades que adotaram políticas de cotas para ingresso de negros e indígenas tiveram nos últimos dez anos um número de alunos negros e indígenas proporcionalmente superior ao de todos os negros que ingressaram em suas escolas durante quase um século da criação da universidade brasileira. Dizer que essas políticas são paliativas, como ouvi tantas vezes, não condiz com o progresso de inclusão observável e inegável. Certo, concordamos todos que é preciso melhorar o nível da escola pública, realidade à qual ninguém se contrapõe, apesar da consciência de que a escola pública não melhorará amanhã diante dos lobbys dos donos das escolas privadas e da falta da mobilização da sociedade civil brasileira em todas as suas classes sociais para mudá-la. A data de 13 de maio é sem dúvida uma data histórica importante, pois milhares de pessoas morreram para conseguir essa abolição jurídica, que não se concretizou em abolição material, o que faz dela uma data ambígua. Na versão oficial da abolição, coloca-se o acento sobre o abolicionismo, mas se apaga ao mesmo tempo a memória do que veio antes e depois. Nesse sentido, a abolição está inscrita, mas esvaziada de sentido. A Lei Áurea de 13 de maio de 1888 é apresentada como grandeza da nação, mas a realidade social dos negros depois desta lei fica desconhecida. Visto deste ponto de vista, o discurso abolicionista tem um conteúdo paternalista. A questão do negro tal como colocada hoje se apoia sobre uma constatação: o tráfico e a escravidão ocupam uma posição marginal na história nacional. No entanto, a história e a cultura dos escravizados são constitutivas da história coletiva como o são o tráfico e a escravidão. Ora, a história nacional não integra ou pouco integra os relatos de sofrimento, da resistência, do silêncio e participação. [...] Através do trabalho das entidades negras, essa proposta [de transformar 20 de novembro em data da consciência negra] ganhou força em todo o País, e gradativamente passou a ser reconhecida pela mídia e pela sociedade em geral. Zumbi dos Palmares foi reconhecido oficialmente, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, como herói negro dos brasileiros. Hoje, o dia 20 de novembro é comemorado universalmente em todo o País, sendo considerado feriado oficial em vários estados e dezenas de municípios. Em vez de comemorar 13 de maio, data em que a princesa Izabel assinou a Lei Áurea, que aboliu a escravatura, o Movimento Negro prefere simbolicamente se concentrar na data de 20 de novembro, que tem a ver com a luta para a segunda e verdadeira abolição da escravatura. Por isso, novembro se transformou nacionalmente em mês da Consciência Negra. Ninguém se ilude ao acreditar que todos os problemas da população negra se resolvem em 20 de novembro, mas trata-se de um mês que tem um profundo sentido simbólico e político no processo de sensibilização, politização e conscientização sobre as práticas racistas e as consequentes desigualdades que dificultam a plena inclusão do Segmento Negro na sociedade brasileira. Disponível em: <https://jornal.usp.br/artigos/o-20-de-novembro-e-o-negro-no-brasil-de-hoje/>. Acesso em: 20 nov. 2018. Considere, agora, as seguintes assertivas: I. A ideia de uma “democracia racial”, segundo o texto, favoreceu o negro brasileiro na conquista de direitos políticos e sociais. II. De acordo com o autor do texto, o tráfico e a escravidão sempre ocuparam uma posição central na maneira como a história do Brasil foi contada. III. Segundo o texto, a situação do negro no Brasil após a abolição, apesar do racismo, ainda era melhor do que aquela que encontramos nos EUA da mesma época, marcado pela atuação da KKK. IV. É possível traçar alguns paralelos nos cenários do pós-abolição de Brasil e EUA a partir do trecho “Nada foi feito, pois o negro liberto foi abandonado à sua própria sorte e as desigualdades herdadas da escravidão se aprofundaram” É correto o que se afirma em: Escolha uma: a. Apenas a assertiva II está correta. b. Apenas as assertivas I e III estão corretas. c. Apenas a assertiva IV está correta. d. Apenas as assertivas II e IV estão corretas. e. Apenas as assertivas II e III estão corretas. Questão 6 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Corra! Uma das maiores surpresas da temporada nos Estados Unidos, Get Out é uma adaptação para os cinemas da frase: "eu não sou racista, eu até tenho amigos negros". Todo mundo já testemunhou, seja pessoalmente ou em discussões nas redes sociais, a pessoas justificando comentários ou comportamentos racistas com esta frase. E o filme é sobre isso. Mas não só. Obviamente, não é uma adaptação oficial, mas busca sim transmitir o espírito de tal sentença. A trama gira em torno de um casal inter-racial formado por Chris (Daniel Kaluuya) e Rose (Allison Williams). Ele é um jovem negro, ela uma garota branca de uma família tradicional. Os dois aproveitam um final de semana para viajar ao interior para que o sujeito seja apresentado à família dela. Acostumado com o estranhamento das pessoas, Chris questiona a namorada se ela teria avisado aos pais o fato dele ser negro. Rose responde que isso não era necessário, pois seus pais não eram nada racistas e que seu pai, se pudesse, votaria em Obama por uma terceira vez. Chegando lá, Chris é aparentemente bem recebido, mas há a constante sensação de estranhamento no ar, aumentada com o fato dos empregados da casa serem todos negros e, pelo visto, bastante reprimidos. Rose também se incomoda com a situação, mas o casal permanece lá no final de semana, que vai receber uma festa da família dela. [...] Get Out é um thriller muito eficiente, que também conta com ótimos momentos de humor. Daniel Kaluuya está bem na pele de Chris. Ele consegue passar bem a sensação de estranhamento e nervosismo. [...] Um filme divertido e que ainda faz pensar ao tratar da questão racial de forma completamente inusitada e quase que subversiva. Dificilmente alguém sairá incólume desta sessão. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme- 241160/criticas-adorocinema/>. Acesso em: 20 nov. 2018. A partir da sinopse do filme e da questão racial nos EUA contemporâneo, é correto afirmar que: Escolha uma: a. O fato de que um dos personagens do filme seja eleitor e entusiasta de Barack Obama impediria, por princípio, que ele também tenha práticas racistas. b. O tom jocoso adotado pelo filme demonstra que a questão racial nos EUA já não é mais um tema de sérios debates políticos. c. A sátira apresentada pelo filme permite pensar como o racismo, mesmo quando não verbalizado ou não consciente, persiste como prática na sociedade estadunidense. d. O fato de que os empregados da casa são todos negros indica que o filme Corra!, apesar de bem- intencionado, também é racista. e. O enredo do filme condena casais “inter-raciais”, como são chamados nos EUA os casais de origens étnicas distintas. Questão 7 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Emenda XIX (18 de agosto de 1920) O direito de voto dos cidadãos dos Estados Unidos não será negado ou cercado em nenhum Estado em razão do sexo. O Congresso terá competência para mediante legislação adequada, executar este artigo. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6218/Retrospectiva-historica-do-direito-ao-voto-nos- EUA>. Acesso em: 16 nov. 2018. Mulheres em fila para votar em Baltimore, 1964. O ato dos Direitos Civis, que havia garantido maiores proteções legais para eleitores negros, havia sido assinado 3 meses antes. Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/entry/29-badass-images-of-women-winning-and-exercising- the-right-to-vote_us_57b4d0c6e4b095b2f5424e52>. Acesso em: 15 nov. 2018. A partir dos fragmentos apresentados e da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, é correto afirmarque: Escolha uma: a. Eventos como a Marcha para Selma mostram como as mudanças na lei não tiveram impacto algum para a população negra dos EUA que, ainda hoje, precisa se manifestar para garantir seu direito ao voto. b. Apesar das antigas garantias legais, as práticas e as leis locais impediram o pleno exercício da cidadania da população negra nos EUA durante a maior parte do século XX. c. A foto mostra como as mulheres negras eram o grupo mais relevante numericamente entre os eleitores dos EUA dos anos 1960. d. Não há contradição entre a Emenda XIX e a necessidade de luta pelos direitos civis, pois o movimento liderado por Luther King Jr. buscava garantias sociais e não políticas (pois essas já estavam estabelecidas na lei). e. A Lei dos Direitos Civis de 1968 se insere em uma longa tradição de conquistas políticas do movimento negro nos EUA, como resultado exclusivo das políticas de não violência de Martin Luther King Jr. Questão 8 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Quem foi Malcolm-X? Nas décadas de 50 e 60 ganharam fama vários líderes e movimentos de defesa dos negros nos Estados Unidos Foi um dos mais importantes militantes americanos na luta contra o racismo nas décadas de 50 e 60. Nascido na cidade de Omaha, em 1925, o pequeno Malcolm Little teve uma infância trágica: perdeu o pai assassinado e viu sua casa ser incendiada pelo grupo racista branco Ku Klux Klan. Na adolescência, passou por várias casas de custódia e foi parar na cadeia. Em 1946, enquanto cumpria pena por roubo, converteu-se ao islamismo e aderiu à Nação do Islã, um grupo defensor do conceito de superioridade negra. Seguindo um dos preceitos da entidade, que negava os sobrenomes adotados pela população negra americana e os denunciava como resquícios da escravidão, o militante assumiu o nome de Malcolm X. Começava aí sua ação política: praticando rigorosos padrões religiosos, ele iniciou uma série de viagens pelos Estados Unidos, fundando mesquitas e fazendo palestras. Sua estratégia radical se opunha ao movimento pelos direitos civis dos negros, liderado por militantes mais moderados, como o pastor batista Martin Luther King. Na verdade, Malcolm recusava a igualdade racial e a integração à sociedade branca, defendendo o separatismo dos negros e afirmando que a violência era um recurso aceitável para a autoproteção. Suas ideias e seu talento de orador reuniram um grande número de seguidores para a Nação do Islã. Entretanto, em março de 1964, Malcolm desentendeu-se com outros líderes da seita e abandonou o grupo. Pouco depois, formou seu próprio movimento religioso e embarcou para uma peregrinação à cidade de Meca, na Arábia Saudita. O retorno aos Estados Unidos marcou uma virada ideológica: após a viagem, o militante anunciou ideias mais brandas quanto ao separatismo negro, admitindo a possibilidade de convivência com a sociedade branca. As novas posições acirraram a tensão com antigos seguidores e, em 21 de fevereiro de 1965, Malcolm X acabou assassinado por integrantes do próprio movimento negro, durante um comício em Nova York. [...] NAÇÃO DO ISLÃ A organização religiosa que teve Malcolm-X como um de seus líderes surgiu na década de 10, mas ganharia importância a partir dos anos 50. Com uma interpretação peculiar do islamismo, a seita tinha como fundamento principal a defesa da supremacia negra. Divergências internas racharam o grupo, mas algumas facções existem até hoje. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foi-malcolm-x/>. Acesso em: 18 nov. 2018. Considere as seguintes assertivas a respeito de Malcolm X e da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA: I. De acordo com o texto, o islamismo se tornou um elemento importante da pauta de alguns grupos do movimento negro estadunidense nos anos 1960. II. O assassinato de Malcolm X se deu pelas mãos de grupos supremacistas brancos como a Ku Klux Klan, que queimou sua casa. III. A mudança de nome para “Malcolm X” remete à crítica dessa figura à manutenção de nomes que os senhores de escravos davam aos seus cativos. IV. A Nação do Islã, embora importante nos anos 1960, deixou de existir nos EUA contemporâneo. A respeito dessas assertivas, assinale a alternativa correta: Escolha uma: a. Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas. b. Apenas as assertivas I e II estão corretas. c. Apenas a assertiva II está correta. d. Apenas as assertivas III e IV estão corretas. e. Apenas as assertivas I e III estão corretas. Questão 9 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Coretta King, a matriarca negra pelos direitos sociais e civis Ela foi a primeira dama dos direitos humanos e ensinava que uma das formas para fazer a mudança passa por nos mudarmos a nós próprios de forma a sermos capazes de liderar os outros na direção que devem tomar. Conhecer um pouco da história de Mrs. Coretta King mudou minha percepção sobre o ser mulher negra evangélica. Há alguns anos, durante uma pausa nos estudos, procurei um título na internet para meu entretenimento. [...] Encontrei um título que chamou atenção: “Betty e Coretta”. A sinopse indicava se tratar da história das esposas dos maiores líderes da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos nos anos 60: Malcolm X e Martin Luther King. Imediatamente eu pensei: como eu não conheço essas mulheres? Como eu nunca ouvi falar delas no meio progressista evangélico? Em uma breve investigação por mais informações na internet, títulos de obras completas, capítulos ou revistas sobre sua vida e trabalho, pouco material foi encontrado em língua portuguesa. A verdade é que Coretta, durante toda sua trajetória como ativista pelos direitos civis das pessoas negras nos EUA, também foi militante pela causa dos direitos das mulheres e da população LGBT até o fim de sua vida. Sim, Coretta não foi coadjuvante. Ela assumiu a defesa de bandeiras sociais que até hoje causam cólera a líderes das igrejas mais conservadoras e fundamentalistas, e reticências aos mais progressistas. E não seria por tudo isso que sabemos tão pouco sobre seu trabalho social e religioso? Na juventude, participava da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP). Durante a vida adulta, marchou e liderou junto ao movimento pelos direitos civis em EUA. Em relevância e destaque sabemos que fundou o Centro para a Mudança Social Não Violenta com o nome do marido. Foi ativista pelo Movimento Pela Paz e Não Violência e contra a Guerra do Vietnã, e ainda lutou durante cerca de 15 anos para que fosse assinada a lei de feriado nacional homenageando ao Rev. Luther King. Na velhice, foi voz porta-voz “contra a injustiça racial e econômica, defendendo os direitos das crianças e das mulheres, a dignidade dos homossexuais, a liberdade religiosa, as necessidades dos pobres e destituídos de poder, o pleno emprego, os cuidados de saúde e oportunidades de educação para todos, e também o desarmamento nuclear, a ecologia e uma constante consciencialização sobre os problemas da sida”. Pouco sabemos sobre essa mulher negra, cristã e politizada. Restringir sua personagem à figura de esposa leal e apoiadora é injusto e insuficiente com sua trajetória e a de milhares de mulheres negras em toda a diáspora. [...] Precisamos reviver e publicizar a memória de Mrs. Coretta King como nossa ancestral que nos deixou um legado ímpar de militância antirracista, antissexista, antidiscriminação sexual e pela equidade de gênero. A voz hoje que ecoamos, não é nossa voz apenas, é a voz e o lugar da resistência ancestral desta mulher. A voz da mulher sábia que diz: “Fale a favor daqueles que não podem se defender. Proteja os direitos de todos os desamparados” (Pv. 31.8). Disponível em: <http://projetoredomas.com/coretta-king-a-matriarca-negra-pelos-direitos-sociais-e-civis/>. Acesso em: 22 nov. 2018. A partir do fragmento apresentado, é correto afirmar que: Escolha uma:a. De acordo com a autora do texto, Coretta King abandonou suas crenças cristãs ao militar em nome de pautas como os direitos das mulheres e a dignidade dos homossexuais. b. Segundo a autora do texto, a luta pelos direitos civis dos negros deu lugar a outras pautas ao longo da militância de Coretta King. c. De acordo com a autora do texto, a melhor maneira de homenagear Coretta King é lembrá-la como esposa leal e fiel apoiadora de Martin Luther King Jr. na conquista dos direitos civis dos negros nos EUA. d. Para a autora, Coretta King se tornou porta-voz de diferentes movimentos e pautas, sem, contudo, deixar de lado sua militância pela igualdade racial nos EUA. e. É possível entender a militância pelos direitos civis como um movimento a parte, separado da luta por emprego ou melhores condições sociais para homens e mulheres negras nos EUA. Questão 10 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Os números do ódio nos Estados Unidos Os eventos dos últimos dias nos Estados Unidos revelaram uma verdade incômoda: movimentos racistas estão mais vivos do que nunca, dispostos a continuarem sob os holofotes. Esses grupos atuam em diferentes áreas e tem diferentes nomes. Em comum, tem o ódio e o preconceito racial, religioso ou sexual. Em Charlottesville, o mundo observou evidências desse fenômeno. Há cerca de uma semana, uma marcha organizada por grupos supremacistas e que tinha como objetivo protestar contra a remoção de um monumento que simboliza a escravidão e o racismo nos EUA, terminou em um violento confronto com opositores. Ao todo, 20 pessoas ficaram feridas e uma morreu. Do lado do governo americano, a reação aos eventos foi chocante: depois de endereçar o tema diversas vezes, e cada uma delas em tons diferentes, o presidente Donald Trump terminou com uma declaração que equiparou manifestantes contrários à marcha racista aos membros do grupo Ku Klux Klan (KKK), a mais antiga organização racista em atividade nos EUA. Entre supremacistas e neonazistas, as inconsistências do presidente foram celebradas. “Isso (os eventos em Charlottesville) representa uma reviravolta para as pessoas desse país”, disse David Duke um dos membros mais populares da infame KKK. “Vamos realizar as promessas de Trump. É por isso que votamos nele: ele vai trazer o nosso país de volta”, continuou. Tensão nos EUA Não é novidade que os EUA vivem em clima de tensão racial, mas especialistas avaliam que a campanha presidencial e consequente eleição de Trump tenham servido de motor para o aumento no número de crimes de ódio no país. Durante sua campanha, especificamente, o então candidato foi criticado diversas vezes por não rechaçar o apoio recebido por nomes lidados à essas organizações. O de Duke é apenas um dos vários exemplos. “Desde o dia em que Trump anunciou sua candidatura, colocou ainda mais gasolina nessa fogueira”, notou Richard Cohen, presidente da Southern Poverty Law Center, organização americana que luta contra o racismo desde a década de 80 e que monitora os movimentos desses grupos. “Ele (Trump) pede união ao país, mas desvia de sua responsabilidade nessa divisão”, afirma. Abaixo, veja no infográfico produzido por EXAME como é a presença desses movimentos nos EUA, hoje, e veja os números relacionados aos crimes de ódio. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/os-numeros-do-odio-nos-estados-unidos/>. Acesso em: 21 nov. 2018. A partir da notícia apresentada, é correto afirmar que: Escolha uma: a. O fato de que apenas 37% das agressões contra negros e imigrantes foram seguidas de menções ao presidente Donald Trump mostra que, na maior parte das vezes, os crimes de ódio foram realizados por opositores do governo atual. b. Considerando os diferentes alvos dos chamados “crimes de ódio”, não é possível identificar qualquer tipo de padrão no preconceito que vemos nos dias de hoje – diferente daquele que os EUA viveram durante a segregação racial. c. Os números mostram como a quantidade de crimes de ódio contra a população afro-americana ainda supera às agressões realizadas contra imigrantes nos EUA. d. A crença dos supremacistas brancos de que os EUA são e devem ser um país branco e, por isso, não se preocupar com as minorias deve ser uma garantia que não entra em conflito com a luta pelos direitos civis dos negros. e. Grupos de ódio e supremacistas continuam ativos nos EUA e muitos deles acreditam que o presidente Donald Trump poderá representá-los no poder. TERMINAR REVISÃO https://www.avaeduc.com.br/mod/quiz/view.php?id=212440
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