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MECANISMOS DE DEGRADAÇÃO DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS Prof. Luiz Antônio Melgaço Nunes Branco luizmelg@gmail.com 1 Entende-se por patologia das estruturas o estudo dentro do campo da engenharia sobre o mecanismo das falhas dos conjuntos estruturais e sobre o deterioração da estrutura, as origens, causas, formas de manifestações e suas consequências sobre o fato da estrutura não apresentar mais o desempenho inicial, que seria o mínimo pré-estabelecido (SOUZA; RIPPER, 1998). 2 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA DETERIORAÇÃO • Acidentes (perda de vidas ou invalidez): quedas em geral (ex. pontes, edifícios, etc), explosão de caldeiras, vazamento de oleodutos, etc. • Contaminação (deterioração da saúde): canalizações de chumbo, vazamentos. • Insalubridade: umidade causada por vazamentos, vazamento de produtos tóxicos (ex. gases). • Economia: obras com durabilidade comprometida pela deterioração. 3 4 VISÃO GERAL 1.1 PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS RAMO DA ENGENHARIA QUE ESTUDA OS SINTOMAS, ORIGEM DOS DEFEITOS, CONSEQUÊNCIAS E MECANISMOS DE OCORRÊNCIA DE SISTEMAS DE DEGRADAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO. TEM POR OBJETIVO, O CORRETO DIAGNÓSTICO DA(S) CAUSA(S) GERADORA(S) DA(S) ANOMALIA(S),QUE SÃO DE SUMA IMPORTÂNCIA NA DEFINIÇÃO DAS TERAPIAS, VISANDO RESOLVER SATISFATORIAMENTE O MAL EXISTENTE. 1 DEFINIÇÕES 1.3 REFORÇO ESTRUTURAL 1.2 RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA REABILITAR ESTRUTURAS DETERIORADAS, VISANDO A MANUTENÇÃO DA VIDA ÚTIL DE PROJETO. SERVIÇOS ESPECIALIZADOS QUE TEM POR FINALIDADE AUMENTAR A CAPACIDADE DE CARREGAMENTO E SOLICITAÇÕES PROJETADAS (MUDANÇA DE UTILIZAÇÃO). VIADUTO SANTA TERESA BH- MG CONSTRUIDO EM 1929 ATUALMENTE COM REFORÇO DE FIBRA DE CARBONO (AUMENTO DA CAPACIDADE DE CARGA EM RELAÇÃO À DE PROJETO) 1.4 VIDA ÚTIL NENHUM MATERIAL É PROPRIAMENTE PERENE. COMO RESULTADO DE INTERAÇÕES AMBIENTAIS, A MICROESTRUTURA, E CONSEQUENTEMENTE, SUAS PROPRIEDADES MUDAM COM O TEMPO. MESMO ESTRUTURAS BEM CALCULADAS, BEM EXECUTADAS E MUITO BEM UTILIZADAS,SOFREM DESGASTE NATURAL E NECESSITAM DE MANUTENÇÃO. D E S E M PE N H O TEMPOVIDA ÚTIL DE PROJETO VIDA ÚTIL DE SERVIÇO 1 VIDA ÚTIL DE SERVIÇO 2 VIDA ÚTIL ÚLTIMA OU TOTAL DESPASSIVAÇÃO DAS ARMADURAS MANCHAS FISSURAS DO CONCRETO DESTACAMENTOS REDUÇÃO DA SEÇÃO PERDA DE ADERÊNCIA MÍNIMO DE PROJETO MÍNIMO DE SERVIÇO MÍNIMO DE RUPTURA VIDA ÚTIL RESIDUAL VIDA ÚTIL RESIDUAL MODELO DE TUUTTI DESENVOLVIDO POR HELENE PARA VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS A ESTRUTURA PODE SER RECUPERADA UM MATERIAL ATINGE O FIM DE SUA VIDA ÚTIL QUANDO SUAS PROPRIEDADES, SOB DETERMINADAS CONDIÇÕES DE USO, TIVEREM SE DETERIORADO DE TAL FORMA QUE A SUA UTILIZAÇÃO SE TORNA INSEGURA E ANTI ECONÔMICA. “ VIDA ÚTIL PODE SER ENTENDIDA COMO SENDO O PERÍODO DE TEMPO QUE UMA ESTRUTURA É CAPAZ DE DESEMPENHAR AS FUNÇÕES PARA AS QUAIS FOI PROJETADA SEM NECESSIDADE DE INTERVENÇÕES TÉCNICAS NÃO PREVISTAS, OU SEJA, AS OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO PREVISTAS E ESPECIFICADAS AINDA NA FASE DE PROJETO, FAZEM PARTE DO PERÍODO TOTAL DE TEMPO DURANTE O QUAL SE ADMITE QUE A ESTRUTURA ESTÁ CUMPRINDO BEM SUA FUNÇÃO.” VIDA ÚTIL DE UMA ESTRUTURA SEGUNDO O CEB-90 APESAR DE SER ROBUSTO E RESISTENTE, O CONCRETO É POROSO, SUA POROSIDADE É CONSTITUÍDA POR UM SISTEMA CAPILAR, CAPAZ DE ABSORVER LÍQUIDOS E GASES, PERMITINDO TAMBÉM A SAÍDA DE PRODUTOS HIDROSOLÚVEIS DO CIMENTO. A POROSIDADE PERMITE A ENTRADA DE AGENTES AGRESSIVOS AO CONCRETO E AS ARMADURAS 1.5 CONCRETO BARRA DE AÇO CANAIS CAPILARES EXSUDAÇÃO SOB O AÇO EXSUDAÇÃO SOB AGREGADOS ÁGUA DE EXSUDAÇÃO POROSIDADE REDE DE POROS > CONSUMO DE ÁGUA > A/C MAIS E MAIORES SÃO OS POROS MENOR RESISTÊNCIA MECÂNICA MENOR DURABILIDADE MAIOR PERMEABILIDADE > RETRAÇÃO ADAPTAÇÃO DO FLUXOGRAMA DO PROFESSOR JOSÉ DE FREITAS JR. MATERIAIS CONSTRUÇÃO - UFPR MAIOR PROBABILIDADE DE FISSURAS LA N Ç A M E N T O , A D E N S A M E N T O E M A T E R IA IS (C A R A C T E R ÍS T IC A S ) PR O J . E S T R U T U R A L E D E T A LH A M E N T O C O M PO S IÇ Õ E S (T R A Ç O S ) DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO VISÃO HOLÍSTICA DA DURABILIDADE (FONTE METHA E GERWICK, 1996) C U R A A QUALIDADE NASCE COM O PROJETO E ESPECIFICAÇÕES E SE CONSOLIDA COM A EXECUÇÃO! 2 REFORÇO ESTRUTURAL • RISCO DE COLAPSO; • ERRO DE PROJETO; • FALHAS DE EXECUÇÃO; • UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE BAIXA QUALIDADE OU FORA DA ESPECIFICAÇÃO DE PROJETO; • ALTERAÇÃO DE LAY-OUT (UTILIZAÇÃO); • AUMENTO DE SOBRECARGA; • ENSAIOS DE CONTROLE TECNOLÓGICO COM RESULTADOS INSATISFATÓRIOS; • PROVA DE CARGA – RESULTADOS INSATISFATÓRIOS, DÚVIDAS QUANTO AO DESEMPENHO (TEÓRICO X PRÁTICO). 2.1 OBRAS NOVAS OU EM SERVIÇO 2.2 OBRAS DE RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL • EM CARATER DE EMERGÊNCIA QUANDO HOUVER RISCO DE INSTABILIDADE NA ESTRUTURA, CAUSADO PELAS PATOLOGIAS EXISTENTES. • IMPOSSIBILIDADE DE REMOÇÃO OU ELIMINAÇÃO SATISFATÓRIA DA CAUSA DE DETERIORAÇÃO DA ESTRUTURA, POR EXEMPLO, ELEVADO TEOR DE CLORETOS. • POR MOTIVOS OPERACIONAIS DA ÁREA OU DA ESTRUTURA, POR EXEMPLO, INTERFERÊNCIAS NA PRODUÇÃO, INTERRUPÇÃO DE TRÁFEGO DE VEÍCULOS E OUTROS. 2.3 CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA EXECUÇÃO DO REFORÇO ESTRUTURAL • CONHECIMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA, (ARMADURA, RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO E GEOMETRIA); • PRESENÇA DE CONTAMINAÇÕES QUÍMICAS, CORROSÃO DE ARMADURAS E FALHAS DE CONCRETAGEM; • CONHECIMENTO DO AMBIENTE COM RELAÇÃO À AGRESSIVIDADE (MICRO E MACRO); • CASO NECESSÁRIO ANÁLISE DO PROJETO ESTRUTURAL; 2.3 CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA EXECUÇÃO DO REFORÇO ESTRUTURAL • PRAZOS PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS; • PROJETO EXECUTIVO DETALHADO, CONTENDO PROCEDIMENTOS DOS SERVIÇOS E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS MATERIAIS; • EQUIPAMENTOS APROPRIADOS. PRINCIPAL – CONHECIMENTO DA(S) CAUSA(S) GERADORA(S) DAS ANOMALIAS. . CARACTERIZAÇÃO DA RESISTÊNCIA RESIDUAL DO CONCRETO; 2.4 SISTEMAS E MATERIAIS PARA REFORÇO ESTRUTURAL • CONCRETO ARMADO, PROTENDIDO OU PROJETADO; • ESTRUTURA METÁLICA; • CHAPAS METÁLICAS; • MATERIAIS COMPÓSITOS (EX: FIBRA DE CARBONO). 2.5 ACEITAÇÃO DOS SERVIÇOS . ATRAVÉS DA ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS FISÍCOS, QUÍMICOS E MECÂNICOS DOS MATERIAIS EMPREGADOS (CARACTERIZAÇÃO E DESEMPENHO). . MONITORAMENTO DA ESTRUTURA POR INSTRUMENTAÇÃO. . PROVA DE CARGA. ESTRUTURA COM DESEMPENHO SATISFATÓRIO ? DEMOLIRINTERVENÇÕES TÉCNICAS PARA EXTENSÃO DA VIDA ÚTIL (INSPEÇÃO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA ESTRUTURA E EM INTERVENÇÕES EXECUTADAS) SIM NÃO RECUPERAR LIMITAR UTILIZAÇÃO REFORÇAR ANÁLISE DAS CAUSAS E PROCEDIMENTOS - MÃO-DE-OBRA NÃO QUALIFICADA; - COBRIMENTO DA ARMADURA INFERIOR AO ESPECIFICADO EM PROJETO; - FALHAS DE CONCRETAGEM; - EMPREGO DE MATERIAIS NÃO CONFORME COM AS NORMAS, NÃO ATENDENDO AOS PROCEDIMENTOS EXECUTIVOS, OU RECOMENDADOS PELO FABRICANTE; - PROJETO COM DEFICIÊNCIA TÉCNICA, COM RELAÇÃO AO CÁLCULO OU A ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS. 3.1. DURANTE A EXECUÇÃO DA OBRA 3 PRINCIPAIS CAUSAS DE PATOLOGIAS - FINALIZADAS AS ETAPAS DE CONCEPÇÃO, PROJETO E EXECUÇÃO, E MESMO QUANDO ESTAS TENHAM SIDO ADEQUADAS, AS ESTRUTURAS PODEM VIR A APRESENTAR PATOLOGIAS ORIGINADAS POR MÁ UTILIZAÇÃO, FALTA DE UM PROGRAMA DE MANUTENÇÃO EFICIENTE, POR MEIO DE EVENTOS NÃO PREVISTOS OU ACIDENTAIS. 3.2 DURANTE A UTILIZAÇÃO DA ESTRUTURA FALTA DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO FALTA DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO VISTA DA PONTE SOBRE O RIO PARAÍBA DO SUL Passagem de carga especial sobre a estrutura da ponte, após reforço da mesma 28 Viaduto da Galeria dos Estados - Brasilia IMPACTO - ACIDENTE IMPACTO - ACIDENTE 3.2 PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEGRADAÇÃO DAS ESTRUTURAS - CORROSÃO DO AÇO CORROSÃO EXPANSÃO DO AÇO DISGREGAÇÃO DO CONCRETO Resfriamento precoce Retração por diminuição brusca da temperatura Antes do endurecimento Plásticas Retração plástica Assentamento plástico Movimento durante a execução Movimentodo concreto fresco Movimento da sub base Trincas e fissuras - causas Trincas e fissuras - causas Físicas Areias com retração Retração de secagem Perda De água Depois do Químicas Corrosão do aço Reação álcali - agregado Carbonatação do cimento Endurecimento Térmicas Gelo x desgelo Variações térmicas Contração térmica precoce Estruturais Sobrecarga Fluência Cargas de cálculo Erosão em canaletas de ETA Agressividade do meio ambiente O concreto proporciona às armaduras uma dupla proteção. • Capa passivadora formada meio alcalino do concreto • Uma barreira física que separa o aço do contato direto com o meio ambiente que contém elementos agressivos ao aço Fatores que afetam e desencadeiam a corrosão das armaduras ou concretoCarbonatação A reação do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera com os componentes alcalinos do concreto, como o Ca(OH)2, reduzem o pH do concreto e que dá lugar à aparição da frente de carbonatação, visível com o ensaio de fenoftaleína. No concreto seco, o CO2 não pode reagir. No concreto saturado, sua penetração é muito lenta. No concreto com os poros parcialmente cheios de água (50% a 80%), é quando se dá a maior velocidade de carbonatação. Capa passivadora formada no meio alcalino do concreto É formada pela solução aquosa, constituída principalmente por íons OHˉ , que proporciona elevada alcalinidade do concreto (pH > 12.5). Mecanismos de corrosão Ação química ou eletroquímica, resultando numa modificação do aço de forma contínua, até que todo o aço se oxide. • O aço diminui sua seção, e se converte completamente em óxidos; • O concreto pode fissurar ou delaminar-se devido às pressões de expansão dos óxidos • A aderência da armadura diminui ou desaparece A aderência da armadura diminui ou desaparece FissurasCorrosão Armadura Concreto Mecanismos de corrosão Corrosão química: Também denominada oxidação, é provocada por uma reação gás-metal, isto é, pelo ar atmosférico e o aço, formando compostos de óxido de ferro (Fe2 O3). Este tipo de corrosão é muito lento e não provoca deterioração substancial das armaduras. Como exemplo, o aço estocado no canteiro de obra, aguardando sua utilização sofre este tipo de corrosão. Corrosão eletroquímica ou eletrolítica Também denominada corrosão catódica ou simplesmente corrosão, ocorre em meio aquoso é o principal e mais sério processo de corrosão encontrado na construção civil. Corrosão eletroquímica ou eletrolítica 1. Presença de um eletrólito • Sais dissolvidos do cimento, (CaOH2), (CO2), pequenas quantidades de ácido carbônico. • Quantidades pequenas de íons cloreto (Cl-), íons sulfatos (S--), dióxido de carbono (CO2), nitritos (NO3-), gás sulfídrico (H2S), amônia (NH4+), óxidos de enxofre (SO2, SO3), fuligem, etc., . • A velocidade da corrosão em regiões industriais, orlas marítimas, poluídas, etc. são mais elevadas, devido a maior concentração de elementos agressivos. Corrosão eletroquímica ou eletrolítica 2. Diferença de potencial Qualquer diferença de potencial entre dois pontos da armadura, causada por diferença de umidade, concentração salina, aeração ou por tensão diferenciada na armadura pode criar uma corrente elétrica entre dois pontos. As partes que possuem um potencial menor se convertem em ânodo e as que possuem um potencial maior se convertem em cátodo. Corrosão eletroquímica ou eletrolítica 3. Presença de oxigênio A presença de oxigênio é necessária para a formação de óxidos de ferro. No processo de corrosão eletroquímica, o ferro se separa do aço na região anódica, formando íons ferrosos puros (Fe++), que se transformam em óxido de ferro com a ação do oxigênio dissolvido na água. Os fenômenos de corrosão são expansivos e geram tensões que podem provocar fissuras no concreto, principalmente os de baixo cobrimento de armadura, aumentando a entrada e saída de água, sais e vapores agressivos, elevando exponencialmente a velocidade da corrosão. • A armadura submetida à tensão sofre corrosão mais acentuada das que se encontram em condições normais. • Quando a ação eletrolítica é formada em regiões pontuais (micro pilhas), pode ocorrer corrosão localizada e não generalizada, formando pequenas gretas, cicatrizes por fendas pequenas na armadura, que pode se tornar bastante intensa e perigosa. Delaminação do concreto causada pela corrosão do aço 4 Fe + 2 H2O + 3 O2 FeOOH Ânodo Cátodo Ânodo Cátodo Fissura Corrosão do aço oxigênio, cloretos umidade E1 E2 COMPOSTO (MINÉRIO) ENERGIA ENERGIA METAL M E T A LU R G IA C O R R O S Ã O FONTE: WWW.ABRACO.ORG.BR/CORROS11.htm ESSE PROCESSO, ATRAVÉS DO QUAL UM METAL RETORNA AO SEU ESTADO NATURAL, É ESPONTÂNEO. Corrosão por cloretos No ânodo se produzem ácido, devido aos íons de cloretos favorecerem a hidrólise do Fe na água, para se formar H+ e Cl- livres. Ocorre a redução do pH localmente e os íons cloretos permanecem no meio para seguir intervindo no processo de corrosão, agravando o problema. Mecanismos de corrosão Corrosão por cloretos Ocorre pela dissolução da capa passivadora de corrosão, pelo ingresso de íons cloretos no concreto ou no caso de contaminação da massa do concreto, como por exemplo, através da água, aditivos aceleradores inadequados ou areia do mar. A ação de íons de cloretos forma uma célula de corrosão onde existe uma capa passiva intacta, atuando como cátodo, no qual se produz oxigênio e uma pequena área onde se perdeu a capa passivadora, atuando como cátodo, na qual se produz a corrosão. As corrosões por cloreto são autocatalíticas, e se generalizam em contínuo crescimento. O ÍON CLORO PENETRA POR DIFUSÃO, IMPREGNAÇÃO OU ABSORÇÃO CAPILAR DE ÁGUAS CONTENDO CLORO. QUANDO O TEOR DE CLORETO ULTRAPASSA UM CERTO TEOR DE HIDROXILAS ([Cl ] / [HO ]) > 0,6, INSTABILIZA-SE O FILME DE PASSIVIDADE QUE RECOBRE A ARMADURA E INICIA-SE O PROCESSO DE CORROSÃO. DESPASSIVAÇÃO POR ÍON CLORO - - FENÔMENO NÃO PERCEPTÍVEL A OLHO NU (NESTA FASE INICIAL), NEM REDUZ A RESISTÊNCIA DO CONCRETO E NEM ALTERA SEU ASPECTO SUPERFICIAL. CORROSÃO POR CLORETOS Indústria química com elevada agressividade Corrosão por cloretos aço e- Destruição da capa passivadora causada pelo íon cloro (Cl-) Capa passivadora Cl- Fe2+ Corrosão é mensurável Umidade ambiental • A presença de umidade é imprescindível para a ocorrência das reações de oxidação das armaduras, pois intervém no processo catódico de redução do oxigênio. Além disto, é necessária para a mobilidade dos íons no processo eletrólito. • Em um concreto seco, a resistividade elétrica é tão elevada que impede que a corrosão se produza. Por outro lado, quanto maior é a quantidade de água no concreto, menor será o valor de resistividade elétrica e mais elevada poderá ser, a princípio a velocidade de corrosão. Fatores que afetam e desencadeiam a corrosão das armaduras ou concreto Sulfatos • O íon sulfato (SO4 -2) pode estar presente nas águas industriais residuais, em forma de solução diluída de ácido sulfúrico, nas águas do subsolo, nos esgotos, etc. • O sulfato pode degradar o cimento, reagindo com o hidróxido de cálcio Ca(OH0)2, formando o gesso, que por conseguinte reage com o aluminato de cálcio do cimento (C3A), formando sulfoaluminato de cálcio hidratado (etringita). Esta reação é expansiva, gerando elevadas tensões internas, que fissuram o concreto. Formação e cristalização em um poro do concreto de trissulfoaluminato de cálcio (etringita expansiva). Desintegração Ataque por Sulfatos Ataque por Sulfatos Ataque por Sulfatos ETE Ataque de sulfatos -DESPASSIVAÇÃO POR CARBONATAÇÃO O DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) PENETRA POR DIFUSÃO E REAGE COM OS HIDRÓXIDOS ALCALINOS DA SOLUÇÃO DOS POROS DO CONCRETO, REDUZINDO O pH DA FASE AQUOSA DO CONCRETO. OCORRE EM AMBIENTES COM UMIDADE RELATIVA ACIMA DE 65% OU SUJEITOS A CICLOS DE MOLHAGEM E SECAGEM. O FENÔMENO NÃO É PERCEPTÍVEL A OLHO NU, NEM REDUZ A RESISTÊNCIA DOCONCRETO E, ATÉ AUMENTA SUA RESISTÊNCIA SUPERFICIAL. PENETRAÇÃO DE CO2 (DIÓXIDO DE CARBONO) DA ATMOSFERA AÇÕES DA UMIDADE DO AR PERDA DE SEÇÃO DO AÇO E SECCIONAMENTO DESPASSIVAÇÃO DAS ARMADURAS CONCRETO BOM, COMPACTO E IMPERMEÁVEL 12 < pH < 14 MEIO ALTAMENTE ALCALINO AÇO ESTÁ PASSIVADO NÃO HÁ CORROSÃO Ca(OH)2 + CO2 (HIDRÓXIDO DE CÁLCIO + DIÓXIDO DE CARBONO) CaCO3 + H2O (CARBONATO DE CÁLCIO + ÁGUA) MECANISMO DE CORROSÃO POR CARBONATAÇÃO CONCRETO POROSO OU COM FISSURAS PERMEÁVEL CARBONATAÇÃO DO CONCRETO REDUÇÃO DO pH < 11,5 (<9) PERDA DE ALCALINIDADE DO CONCRETO FORMAÇÃO DE PILHA (CORROSÃO ELETROQUÍMICA) AERAÇÃO DA PILHA (OXIGÊNIO E UMIDADE EVOLUI A CORROSÃO) FISSURAS E TRINCAS ARMADURAS EXPOSTAS QUEDA DO COBRIMENTO 4 - 6 mm DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE CARBONATAÇÃO 7 - 9 mm REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO PROCESSO DE CARBONATAÇÃO DO CONCRETO (RICHARDSON, 1988) SUPERFÍCIE DO CONCRETO CO2 CO2 CO2 (H20) (H20) (H20) ÁREA DESPASSIVADA REGIÃO CARBONATADA REGIÃO NÃO CARBONATADA [CaCO3] [Ca(OH)2] REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO PROCESSO DE CARBONATAÇÃO DO CONCRETO (RICHARDSON, 1988) redução de pH com consequente despassivação da armadura ocorrendo a corrosão da mesma e destacamento do cobrimento de concreto. LIXIVIAÇÃO OCORRE PELA AÇÃO DE ÁGUAS PURAS, CARBÔNICAS AGRESSIVAS OU ÁCIDAS, QUE DISSOLVEM E CARREIAM OS COMPOSTOS HIDRATADOS DA PASTA DE CIMENTO, PRODUZINDO AUMENTO DE POROSIDADE DO CONCRETO. O SINTOMA BÁSICO É UMA SUPERFÍCIE ARENOSA OU COM AGREGADOS EXPOSTOS SEM A PASTA SUPERFICIAL, EFLORECÊNCIAS DE CARBONATO, ELEVADA RETENÇÃO DE FULIGEM E RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE FUNGOS, COM CONSEQUENTE REDUÇÃO DE pH DO EXTRATO AQUOSO DOS POROS SUPERFICIAIS,DESPASSIVANDO A ARMADURA E DESENCADEANDO O PROCESSSO DE CORROSÃO DA MESMA. Passagem de água pelas fissuras na laje de concreto, Carreando sais solúveis do cimento. Lixiviação http://lh4.ggpht.com/_W6iQJ1fV5ws/TTXa3RLtxTI/AAAAAAAADdU/oeVGFKEXnbg/s1600-h/image[39].png http://lh4.ggpht.com/_W6iQJ1fV5ws/TTXa3RLtxTI/AAAAAAAADdU/oeVGFKEXnbg/s1600-h/image[39].png - RELACIONADOS À EXECUÇÃO DA ESTRUTURA DE CONCRETO - RELACIONADOS À AÇÕES MECÂNICAS, MOVIMENTAÇÕES DE ORIGEM TÉRMICA, IMPACTOS, AÇÕES CÍCLICAS, RETRAÇÃO, FLUÊNCIA E RELAXAÇÃO. - RELACIONADOS À EXECUÇÃO DA ESTRUTURA DE CONCRETO (N.C.). RELATIVOS À ESTRUTURA EROSÃO POR CAVITAÇÃO AÇÕES MECÂNICAS ABRASÃO POR DESGASTE ABRASÃO SUPERFICIAL DO CONCRETO EROSÃO POR CAVITAÇÃO FISSURAS DE RETRAÇÃO DO CONCRETO EXPANSÃO POR AÇÃO DE ÁGUAS E SOLOS QUE CONTENHAM OU ESTEJAM CONTAMINADOS COM SULFATOS, DANDO ORIGEM A REAÇÕES EXPANSIVAS E DELETÉRIAS COM A PASTA DE CIMENTO HIDRATADO. EXPANSÃO POR AÇÃO DE SULFATOS ENSAIOS DE PERMEABILIDADE REALIZADOS DEMONSTRAM QUE A ÁGUA COM SULFATOS, DEVIDO À SUA CAPACIDADE UMECTANTE, PENETRA RÁPIDO E PROFUNDAMENTE NO INTERIOR DO CONCRETO. O ATAQUE POR SULFATOS É O MAIS FREQUENTE E PERIGOSO DE TODOS OS ATAQUES QUÍMICOS. OS SULFATOS MAIS AGRESSIVOS SÃO OS DE AMÔNIO, CÁLCIO, MÁGNÉSIO E DE SÓDIO. OS SULFATOS DE POTÁSIO, COBRE E ALUMÍNIO SÃO MENOS PERIGOSOS. EXPANSÃO POR AÇÃO DE SULFATOS O SINTOMA BÁSICO É UMA SUPERFÍCIE COM FISSURAS ALEATÓRIAS,ESFOLIAÇÃO E REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DA DUREZA E DA RESISTÊNCIA SUPERFICIAL DO CONCRETO. A CORROSÃO OCORRE NA PASTA ENDURECIDA DE CIMENTO, GERANDO AUMENTO DE VOLUME, DESAGREGAÇÃO E EXPANSÃO, FORMANDO FISSURAS E O CONCRETO PERDE RESISTÊNCIA. OCORRÊNCIA: ÁGUA DO MAR, ÁGUAS SERVIDAS, ÁGUAS INDUSTRIAIS,E SOLOS ÚMIDOS E GESSÍFEROS. FORMAÇÃO DE ETRINGITA E GESSO SECUNDÁRIO. CORROSÃO POR SULFATOS INDÚSTRIA QUÍMICA DE ELEVADA AGRESSIVIDADE Corrosão por sulfatos indústria química com elevada agressividade INTRÍNSECAS EXTRÍNSECAS EXCESSO DE POROSIDADE COBRIMENTO DE ARMADURA FORA DE NORMA CURA DO CONCRETO MAL EXECUTADA FALTA DE PASTILHA OU PROJETO INADEQUADO DOSAGEM DO CONCRETO COM a/c ELEVADA FISSURAS DE RETRAÇÃO FISSURAS E PRESENÇA DE UMIDADE EFLORESCÊNCIA REAÇÃO DO DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) DO AR COM O HIDRÓXIDO DE CÁLCIO DO CONCRETO CARBONATAÇÃO DO CONRETO FUNGOS E VEGETAÇÃO UMIDADE PROJETO INADEQUADO AO AMBIENTE E FUNCIONALIDADE -VAPORES E GASES -INTEMPERISMO -AMBIENTE LOCAL -MUDANÇA DE UTILIZAÇÃO DA ESTRUTURA -REAÇÕES QUÍMICAS -VAZAMENTOS ATAQUE QUÍMICO POR CLORETOS, SULFATOS E OUTROS SAIS AGRESSIVOS AO CONCRETO - FALTA DE CAIMENTO PARA ESCOAMENTO - MOVIMENTAÇÃO ÁGUAS AGRESSIVAS CHOQUE MECÂNICO RUPTURA DO CONCRETO CORROSÃO DO AÇO FISSURAS, ARMADURA EXPOSTA E DESGREGAÇÕES ÁGUAS AGRESSIVAS ÓLEOS E GRAXAS COMBUSTÍVEIS ÁCIDOS CORROSÃO DO CONCRETO OU LIXIVIAÇÃO ATAQUE QUÍMICO POR SULFATOS E CLORETOS DESAGREGAÇÕES DO CONCRETO CORROSÃO DAS ARMADURAS DISGREGAÇÕES E ARMADURAS EXPOSTAS AÇÕES BIOLÓGICAS AUSÊNCIA DE PINGADEIRAS NINHOS DE PEDRA -FALHAS DE CONCRETAGENS -EXCESSO DE ARMADURA -DOSAGEM DE CONCRETO INADEQUADA AÇÕES DE TEMPERA- TURA ELEVADA TRINCAS E DESAGREGAÇÃO DO CONCRETO 3.3 DIRETRIZES BÁSICAS PARA ESPECIFICAÇÃO DAS TERAPIAS E DOS MATERIAIS ANAMNESE – O QUE É? DIAGNOSTICAR CORRETAMENTE A CAUSA E A ORIGEM DOS DANOS. CONHECER O ATUAL ESTADO DA ESTRUTURA, VERIFICANDO O RESIDUAL DE RESISTÊNCIA, NIVELAMENTOS, PRUMOS, ALINHAMENTOS E DEFEITOS EXISTENTES NA SUPERFÍCIE DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS, BEM COMO NO CONCRETO E ARMADURAS. 4. PREÇO DOS SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO E/OU REFORÇO ESTRUTURAL - MÃO-DE-OBRA ESPECIALIZADA; - EQUIPAMENTOS ESPECÍFICOS PARA CADA TIPO DE SERVIÇO; - MATERIAIS ESPECÍFICOS; - DEMOLIÇÕES E REMOÇÃO DE INSTALAÇÕES EXISTENTES; - BAIXA PRODUTIVIDADE; - DEMORA NA INTERVENÇÃO (PREVENTIVA OU CORRETIVA). FATORES QUE SÃO LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DO CUSTO: LEI DA EVOLUÇÃO DO CUSTO DE UMA INTERVENÇÃO (SITTER/1984) LEI DE SITTER T1 = PROJETO T2 = EXECUÇÃO T3 = MANUTENÇÃO PREVENTIVA T4 = MANUTENÇÃO CORRETIVA T1 T2 T3 T4 C U S T O S PERÍODO DE TEMPO 125 25 5 0 20 40 60 80 100 120 140 • Características dos Mecanismos de Deterioração • Todos os mecanismos de deterioração analisados dependem de que alguma substancia penetre do exterior para o interior do concreto, a partir da superfície da peca. • Assim, o transporte de umidade, calor, e substancias químicas para o interior das peças é o fator decisivo da durabilidade da estrutura. • A presença de água ou umidade é o fator isolado mais importante nos mecanismos de transporte e de deterioração. 84 UMA EDIFICAÇÃO NUNCA ESTARÁ CONCLUÍDA APÓS ENTREGA, POIS EXISTEM RESPONSABILIDADES SOBRE SEU CORRETO FUNCIONAMENTO, INCLUINDO A EFICIÊNCIA NA SUA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO. Atlanterhavsveien (Rodovia Atlântica) – Noruega AÇO O aço é um composto de 98% de ferro com pequenas quantidades de carbono, silício, enxofre, fósforo, manganês, entre outros. Dentre os materiais que são adicionados ao ferro, o carbono é o maior influenciador das propriedades do aço. Para a construção civil, o aço estrutural de média e alta resistência são os mais procurados. As propriedades desses aços, como por exemplo boa ductilidade, homogeneidade e elevada relação entre tensão de resistência e tensão de escoamento, permitem que sejam utilizados em construções sujeitas a carregamentos. 87 Os produtos das usinas de aço podem ser divididos em produtos laminados, que são por exemplo chapas e perfis laminados, e em trefilados, que são por exemplo os fios trefilados e cabos). Além desses dois tipos citados, existem os perfis estruturais que são obtidos através da dobra ou solda. Levando em consideração o objeto de estudo deste trabalho e que os principais materiais usados como elementos estruturais são chapas, perfis laminados, barras e perfis estruturais, apenas estes serão citados. As barras são produtos que podem ter formato redondo, retangular ou quadrado e são produtos nos quais as dimensões transversais são muito menores quando comparadas ao comprimento. As chapas são caracterizadas pela espessura ser muito menor quando comparada com as outrasduas dimensões. 88 89 Corrosão úmida de um aço carbono em um eletrólito contendo oxigênio: o mecanismo eletroquímico. Este processo, aqui simplificado, é conhecido como corrosão úmida, e expõe um mecanismo tipicamente eletroquímico. Formas Usuais de Proteção das Estruturas Metálicas Pintura como forma de proteção É a mais importante forma de proteção das estruturas metálicas. Ela tem sido empregada há muitas décadas com sucesso, e sua evolução é notável. Galvanização por imersão a quente Esquema de produção do aço a partir do óxido de ferro e o retorno ao óxido de ferro através da corrosão. Corrosão generalizada Corrosão uniforme é aquela que ocorre quando o aço está exposto ao ar atmosférico e sofre a ação da umidade e do oxigênio. A corrosão desta maneira acontece em toda a extensão da superfície com perda uniforme da espessura e formação de escamas de ferrugem. Pode ser chamada também de corrosão generalizada, mas segundo o Prof. Vicente Gentil este termo não é corretamente aplicado pois pode-se ter também corrosão por pites ou alveolar de maneira uniforme e generalizada por toda a superfície metálica. Corrosão Localizada Construção civil 97 MADEIRA Com o tempo foi necessário a criação de escoras para apoiar as peças inclinadas. Para maior aproveitamento do espaço, as estruturas foram se adaptando e dando início aos primeiros conjuntos de vigas e pilares. 100 Utilização da madeira na construção civil atualmente • Construção civil pesada externa: Estacas marítimas, pontes, postes, dormentes ferroviários, estruturas pesadas em geral; 101 Utilização da madeira na construção civil atualmente • Construção civil pesada interna: Vigas, caibros, ripas, pranchas e tábuas para cobertura. Tipos de madeira: Parajú, Angelim, Itaúba, Angico-preto, Eucalipto e Taipá. 102 Utilização da madeira na construção civil atualmente • Construção civil leve estrutural: Andaimes, escoramentos e formas para concreto, ripas e caibros utilizados em partes secundárias da estrutura de cobertura. 103 Utilização da madeira na construção civil atualmente • Construção civil interna leve decorativa: Forros, painéis, lambris 104 • Construção civil leve em esquadrias: Portas, janelas, caixilhos. 105 • Construção civil assoalhos domésticos: Tábua corrida, tacos, tacões e parquetes. Tipos de madeira: resistentes ao fluxo de pessoas (Ipê, Pau-Amarelo, Peroba-Rosa, entre outras). 106 • A resistência da madeira relacionada com a posição na estrutura fisiológica no tronco Alburno: parte viva do tronco. Possui células menos resistentes. Cerne: constituído de células mortas. Possui durabilidade e resistência mecânica. Alburno Cerne 107 Concreto armado x Madeira Materiais Concreto Armado • Cimento; • Madeira (descartável); • Pregos; • Parafusos; • Arame; • Vergalhões • Areia; • Brita; • Água; • Aditivos; • Acabamentos. Materiais Madeira • Madeiras; • Pregos; • Parafusos. 108 Tipos de estruturas • Estrutura de madeira bruta • Estrutura de madeira plana • Wood frame 109 • Estrutura de madeira bruta e estrutura de madeira plana : Sustentada por vigas e pilares, adotando uma concepção de concreto armado. 110 • Wood frame : Adotando a concepção de alvenaria estrutural. 111 Tipos de Tratamento – Processo de Conservação Os tratamentos realizados sem pressão conferem a madeira uma proteção limitada contra organismos xilófagos, sendo recomendados para a preservação de peças que estarão sujeitas a baixo risco de deterioração biológica. 112 Sobre a Madeira: • Cuidados pertinentes – É sempre conveniente reduzir a umidade do meio no qual se encontram as partes das obras. • Convém proteger vigas da intempérie. • As uniões não devem estar perto do solo e do nível da água • Um dos grandes problemas nas estruturas de madeira é o ataque por fungos que causa o apodrecimento. • Isso depende diretamente da quantidade de água na madeira. • Umidade de equilíbrio < 20% é considerado insuficiente a ação dos fungos. 113 Devido às propriedades da madeira, tais como a agregação de polímeros naturais que dão resistência e maior vida útil, esse material é utilizado na indústria da construção civil como um elemento estrutural, o qual também apresentará danos devido à degradação que ocorre ao longo do tempo de forma natural e por diversos agentes do meio ambiente. 114 AGENTES BIÓTICOS DA DETERIORAÇÃO DA MADEIRA Fungos Insetos Perfuradores Marinhos Bactérias Fungos manchadores; Fungos emboloradores; Fungos apodrecedores; Fungos de podridão parda ou cúbica; Fungos de podridão branca ou fibrosa; Fungos de podridão mole. Térmitas isopteras(Cupins- de-madeira); Térmitas-de-madeira-seca; Térmitas-de-madeira-úmida; Térmitas-subterrâneas; Térmitas-epígeas; Térmitas-arborícolas; Brocas-de-madeira; Brocas que atacam árvores vivas; Brocas que atacam árvore recém-abatida; Brocas de madeira seca; Formigas/Abel-carpinteiras; Abelhas-carpinteiras. Moluscos; Teredinidae; Crustáceos; Pholadidae; Limnoria; Sphaeromaterebrans. Bactérias formadoras de túneis; Bactérias escavadora s; Bactérias erosivas. Principais tipos de agentes bióticos da deterioração da madeira 115 AGENTES ABIÓTICOS DA DETERIORAÇÃO DA MADEIRA Agentes Físicos Agentes Químicos Agentes Atmosféricos ou Meteorológicos Danos devido ao fogo Patologias de origem estrutural; Instabilidade; Remoção de elementos estruturais; Fraturas incipientes; Movimentos de nós e distorções; Deformações, deslocamentos e flechas; Presença de defeitos naturais; Danos mecânicos; Danos por animais silvestres; Danos por vandalismo. Corrosão em ligações; Efeito da corrosão na madeira. Ação de luz ultravioleta; Intemperismo; Danos por inchamento e retração da madeira; Ações de vento nas estruturas; Raios atmosféricos. Transformaçõ es das propriedades químicas da madeira; Carbonização . Principais tipos de agentes abióticos da deterioração da madeira 116 A madeira é uma combinação de polímeros naturais que apresenta resistência e durabilidade como material estrutural. No entanto, a partir do instante em que a árvore é formada, a madeira está susceptível a degradação por uma variedade de agentes. O dano varia desde pequenas descolorações causadas por fungos manchadores ou substâncias químicas até deteriorações mais graves. Classificações das causas dos processos de deterioração em estruturas de madeira. • Causas intrínsecas (inerentes às estruturas) • Causas extrínsecas (externas ao corpo estrutural) Causas dos processos de deteriorações das estruturas • Falhas humanas: em concepção e projeto; durante a execução; no tipo de uso; em ausência ou erros em manutenção, etc. • Causas naturais inerentes ao próprio material • Ações externas: acidentes, ações atmosféricas (enchentes, ventos, etc.) Estacas de madeira atacadas por bactérias. Ataque por fungos. Ataque por fungos emboloradores. Ataque por fungos apodrecedores. Ataque por térmitas (cupins). Ataque por moluscos. Remoção total de banzo inferior. Documentação fotográfica ALVENARIAS PAREDE COMPRIMIDA PAREDE FLETIDA BLOCO BLOCO COMPORTAMENTO DA PAREDE RIGIDEZ : ESTRUTURA X VIGA ADERÊNCIA BLOCO - ARGAMASSA ARGAMASSAS PARA ASSENTAMENTO TRABALHABILIDADE ( Tempo Máximo = 2,5 horas ) RETENÇÃO DE ÁGUA TEMPO DE ENDURECIMENTO ADERÊNCIA (Cap. Absorver tensões tangenciais de cisalhamento e normais de tração ) RESISTÊNCIA COMPRESSÃO TRAÇOS RECOMENDADOS PELA BS-5628 TIPO TRAÇO ( volume ) RESISTÊNCIA COMPRESSÃO ( 28 dias –MPa ) CIMENTO CAL AREIA LABORATÓRIO OBRA ( i ) 1 0 – ¼ 3 16,0 11,0 ( ii ) 1 ½ 4 - 4,5 6,5 4,5 ( iii ) 1 1 5 - 6 3,6 2,5 ( iv ) 1 2 8 - 9 1,5 1,0 AREIAS GRANULOMETRIA RECOMENDADA PENEIRA ABERTURA NOMINAL PERCENTAGEM EM PESO QUE PASSA NASPENEIRAS (mm) BS -1200 ASTM C-144 4,80 100 100 2,40 90 –100 95 – 100 1,20 70 –100 70 – 100 0,60 40 – 80 40 – 75 0,30 5 – 40 10 – 35 0,15 0 –10 2 – 15 ARGAMASSAS PARA ASSENTAMENTO AREIA GROSSA MELHORA RESISTÊNCIA AREIA MÉDIA MELHORA ADERÊNCIA VEDAÇÕES - CLASSIFICAÇÃO VINCULADA DESVINCULADA CORTINA CONTRAVENTAMENTO PLACAS PAINÉIS INTERNAS EXTERNAS MOLDADA “IN LOCO” INDUSTRIALIZADA LIGAÇÃO C / ESTRUTURA EIXO FACE POSIÇÃO REL. ESTRUTURA SITUAÇÃO REL. EDIFÍCIO VINCULADA DESVINCULADA PROCESSO DE PRODUÇÃO APARENTE REVESTIDA LIGAÇÃO ALVENARIA - ESTRUTURA ALVENARIA NA FACE ALVENARIA EXTERNA ESTRUTURA REVESTIDA ESTRUTURA VINCULADA DESVINCULADA DEFORMAÇÕES COMPRESSÃO VERTICAL; MOMENTOS FLETORES RESULTANTES DE EXCENTRICIDADES DE CARGAS VERTICAIS E / OU TRANSVERSAIS; ESFORÇOS DE CISALHAMENTO E FLEXÃO DEVIDO A CARGAS HORIZONTAIS APLICADAS NA DIREÇÃO PARALELA AO PLANO DA PAREDE AS ALVENARIAS AUTOPORTANTES DEVEM SER PROJETADAS PARA RESISTIREM : COMPRESSÃO VERTICAL MOMENTOS FLETORES RESULTANTES DE EXCENTRICIDADES DE CARGAS VERTICAIS E / OU TRANSVERSAIS ESFORÇOS DE CISALHAMENTO E FLEXÃO DEVIDO A CARGAS HORIZONTAIS APLICADAS NA DIREÇÃO PARALELA AO PLANO DA PAREDE BLOCOS BLOCOS PRISMAS PRISMAS PRISMA RILEM PRISMA RILEM PAREDES (escala real) ARGAMASSAS EXEMPLOS DE PROCESSO DE RUPTURA EXEMPLOS DE PROCESSO DE RUPTURA MECANISMOS DE FORMAÇÃO DAS FISSURAS MECANISMO DE FORMAÇÃO DA FISSURA P P H D D+ T T MODELOS DE RUPTURA POR CARGA HORIZONTAL NO PLANO DA PAREDE DEFORMAÇÕES ESTRUTURAIS 0,032 % - RETRAÇÃO POR SECAGEM / QUÍMICA; 0,040 % - DEFORMAÇÃO LENTA (CREEP); 0,042 % - DEFORMAÇÃO ELÁSTICA (CARGAS). 0,114 % - DEFORMAÇÃO TOTAL ( ACRÉSCIMO DE ATÉ 65%) ( Associação Americana de Cimento Portland, Grimm) REDUÇÃO MÉDIA DO COMPRIMENTO DOS PILARES DE CONCRETO ARMADO EM EDIFÍCIOS ALTOS VARIAÇÕES DIMENSIONAIS FISSURA CAUSADA POR MOVIMENTAÇÃO HIGROSCÓPICA DA ALVENARIA d To Tf > To MANHÃ/NOITE ½ DIA FISSURA CAUSADA PELA EXPANSÃO LAJE COBERTURA FISSURA CAUSADA PELA EXPANSÃO LAJE COBERTURA d To Tf > To MANHÃ/NOITE ½ DIA FISSURA CAUSADA PELA RETRAÇÃO LAJE COBERTURA EMPIRE STATE BUILDING •Inaugurado em 01-maio-1931 •102 andares • 6.500 janelas • 73 elevadores • 600 Km fios • 100 Km canos •58.000 toneladas estrutura metálica - 300 homens / 23 semanas •Painéis externos (cortina) e alvenaria interna (10.000.000 tijolos) •3000 operários, 24 horas/dia, 15 meses (Stephen Biesty) N.Y. - USA TRINCAS NAS EDIFICAÇÕES: UMA REVISÃO PRÁTICA BASEADA NO PROCESSO DE CAUSA x EFEITO 200 As trincas denunciam que há fragilidade na estrutura. 201 • O desempenho é o comportamento assumido pelos materiais que compõem o objeto dentro do seu tempo de vida útil, influenciado pela execução inicial, em cada etapa deste processo e pelos agentes de construção e manutenção. • A durabilidade é a capacidade de resistir a ataques químicos, biológicos, ambientais, eletroquímicos, dentre outros agentes deteriorantes, sem perder seu desempenho mínimo especificado pelas normas, cumprindo o papel para o qual foi projetado. ENTORNO CARACTERÍSTICAS INTRÍNSECAS ATAQUES QUÍMICOS ATAQUES BIOLÓGICOS ATAQUES ELETROQUÍMICOS VARIAÇÕES TÉRMICAS MANUTENÇÃO CONSTANTE VARIAÇÕES TÉRMICAS 202 203 204 Trincas causadas por sobrecargas 205 Trincas causadas por sobrecargas 206 Fissuras verticais no pilar indicando insuficiência de estribos 207 Trincas causadas por recalques As principais causas dos recalques são: •Erro de projeto ou de execução das fundações; •Cargas não previstas no projeto original. •Deformação excessiva do solo de fundação, não considerada no projeto por desconhecimento ou informação errônea de suas características; •Deformação excessiva localizada do solo pela aparição de alterações não previstas (inundação, vibração, erosão, socavamento, etc.). •Fundação sobre escavação mal coberta, alterações do terreno desconhecidas. e/ou utilização de diferentes sistemas de fundação ou diferentes níveis da fundação. •Alterações por construções vizinhas; •Existência de solos expansivos; •Injeção do terreno em zonas próximas gerando um importante empuxo vertical sobre a superfície de apoio da fundação (subida dos apoios). 208 209 Trincas causadas por variações térmicas e higroscópicas PRINCIPAIS CAUSAS: •Erro no Processo de Cura do concreto; •Incompatibilidade de características e propriedades de materiais; • Desigualdade na variação de temperatura em um mesmo edifício; • Forma e seção variada em uma mesma peça. (Viga “T”) • Variação de temperatura da superfície para a parte interna do elemento (chaminés) 210 Trincas causadas por variações térmicas e higroscópicas 211 PERDA DE ADERÊNCIA = Coeficiente de dilatação térmico ≠ Coeficiente de transmissão de calor 212 A intensidade do ataque químico depende de dois fatores importantes para a contribuição da degradação do concreto; a temperatura e a umidade. Quanto maior a temperatura, e maior a presença de água, mais acelerada a corrosão se desenvolve. O concreto em contato com o ácido se expande, aumentando a porosidade e a permeabilidade – causando fissuras, Trincas causadas por ataques químicos 213 Mapeamento de Fissuras. Os agregados reativos: Quartzitos, filitos, sílica hidratada, formas amorfas ou minerais de sílica. Estes reagem com o potássio, o sódio e o hidróxido de cálcio do cimento, e formam um gel silicatoalcalino ao redor dos agregados. SULFATO + CONCRETO = EXPANSÃO DO CONCRETO = + POROSO E + PERMEÁVEL = FISSURAS + DESPLACAMENTOS + PERDA DE RESISTÊNCIA. 214 Trincas causadas por ataques químicos Cloreto - água do mar, maresia, processos industriais, aceleradores de pega que contém CaCl2. Para se dar início a corrosão, quanto menor o pH, menor o teor de cloreto é necessário. pH 13,2 - 8.000 ppm. pH 11,6 - 71 ppm. 215 Trincas causadas por reações eletroquímicas As deteriorações que se evidenciam são: a perda do pH do concreto, perda da passividade do aço, acesso livre aos agentes agressivos ao concreto, corrosão com perda de seção, troca de presença de aço resistente por ferrugem, perda de aderência do concreto com a armadura, fissuração, e por fim o desplacamento do concreto. HIDRÓXIDO FERROSO HIDRÓXIDO FÉRRICO 216 D I A G N Ó S T I C O AO INICIAR UM TRABALHO DE RECUPERAÇÃO É NECESSÁRIO REALIZAR UMA ANÁLISE E MAPEAMENTO DAS ANOMALIAS, DO MEIO AMBIENTE, DO PROJETO, DOS ENSAIOS LABORATORIAIS, PARA QUE SEJA RELIZADO UM DIAGNÓSTICO! 217 “O melhor desempenho da reparação não pode ser alcançado a não ser por demandas que foram priorizadas, e as propriedades mais críticas para o sucesso do reparo forem especificadas.” ACI, ICRI. 218 Controle, fiscalização e monitoramento das trincas O extensômetro (strain gauge) mede a deformação de um corpo, através da avaliação de sua movimentação, e pode ser do tipo elétrico, mecânico, pneumático, hidráulico e acústico. Nesta figura houve movimentação de 0,8mm horizontalmente, sem se deslocar na vertical. 219 Após o monitoramento, e a identificação da amplitude de movimentação da trinca, esta deve ser contida através do cálculo e execução de juntas de movimentação. As trincas ativas são aquelas que, independente da causa se desenvolvem progressivamente com o tempo, tornando-se uma vazão que a estrutura encontrou para fazer a sua própria “junta”. 220 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO RISCO DE UMA TRINCA RISCO BAIXO MÉDIO ALTO SEVERO Abertura da fissura Wk<0,1mm 0,1mm>Wk<0,4mm 0,4mm>Wk<1mm Wk>1mm pH do concreto 12,5 12,5<pH>11 11<pH>9,5 pH<9,5 Perda de seção do aço 0 0<x>15% 15%>x<25% >25% Presença de agentesagressivos NÃO POUCO MÉDIO MUITO Presença de sobrecarga NÃO POUCA MÉDIA ALTA Variação térmica DESCONSIDERÁVEL 10° < ∆ >15° 15° < ∆ >30° ∆ >30° Reação álcali-agregado NÃO INICIAL FISSURAS + GEL ROMPIMENTO Falta de juntas NÃO POUCA SIM SIM Acidente NÃO MÉDIO GRAVE GRAVÍSSIMO Quando analisa-se uma estrutura danificada, qualquer dano apresenta um risco considerável. Porém, na construção civil existem diferentes níveis de severidade provocada pelas lesões (Agora – 30 anos ...) Portanto é necessário estabelecer prioridades de serviço – grau de severidade 221 222 Bibliografia: BERTOLINI, L. Materiais de construção: patologia, reabilitação e prevenção, São Paulo: Oficina de Textos, 2010. EVANGELISTA A.C.J. . Avaliação da Resistência do Concreto Usando Diferentes Ensaios Não Destrutivos. 2002. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro (RJ). ISAIA, G.C. Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de materiais Vol. 1, São Paulo: IBRACON, 2007. ISAIA, G.C. Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de materiais Vol. 2, São Paulo: IBRACON, 2007. MALHOTRA V. M.; CARINO N. J. Handbook of Nondestructive Testing of Concrete. 2. ed. Boca Raton: CRC Pres, 2004. MEHTA, P.K. & MONTEIRO, P.J.M. Concreto: microestrutura, propriedades e materiais, São Paulo: IBRACON 2008. THOMAZ, Ercio. Trincas em edificios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: PINI, 1989.