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MONITORIZAÇÃO ANESTÉSICA

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MONITORIZAÇÃO ANESTÉSICA
SBCMC III - 2021.1
Anestesiologia
MONITORIZAÇÃO ANESTÉSICA
Objetivos:
● Detectar alterações precocemente antes que evoluam para complicações graves
○ Redução do risco
● Redução de custos
○ O paciente que não é monitorado está sujeito a complicações que podem
custar muito para o sistema de saúde e para a família
● Melhoria da qualidade do serviço anestésico
Monitores Obrigatórios: !!!
● Oxímetro de pulso
● Cardioscópio (ECG)
● Monitor de Pressão arterial
● Estetoscópio
● Temperatura
● Capnógrafo - específico para anestesia geral (paciente intubado)
OXÍMETRO DE PULSO
● Faz a medição da saturação de O2 da hemoglobina
○ O que permite o diagnóstico precoce de hipoxemia
● Também mede a Frequência Cardíaca
○ Monitorização contínua da FC
○ Detecta variações abruptas da FC
■ Bradicardias e taquiarritmias
● Perda da onda de pulso pode indicar um quadro de hipotensão severa
● Tem uma eficácia de em torno de 98%, variando em torno de 2% para mais ou para
menos. Porém, quanto menor a SatO2 do paciente, menos fidedigno é o oxímetro.
○ Com a SatO2 abaixo de 70%, a eficácia do aparelho cai para em torno de
15%.
Hipoxemia durante o ato cirúrgico: queda da SpO2
● Causas:
○ Oxigenação inadequada: não chega O2
■ Hipoventilação induzida por fármacos anestésicos
■ Hipovolemia
○ Diminuição de trocas gasosas a nível de alvéolos
■ Edema pulmonar (ex: covid - o pulmão está muito congesto então não
consegue fazer trocas gasosas)
○ Shunt - mistura do ar rico em O2 com o ar rico em CO2
■ Atelectasias: existe uma oferta de O2, mas não ocorre a troca
gasosa, porque os vasos estão colabados junto com o pulmão.
■ Pneumoperitônio
● Tratamento:
○ O2 suplementar (cateter, máscara…)
○ Ventilação não invasiva
○ Intubação e ventilação com pressão positiva
■ PEEP (pressão expiratória final):
● A PEEP fisiológica é em torno de 4-5.
● Ao final de cada expiração, a gente faz uma pressão positiva
que vai esvaziar um pouco o espaço morto dos brônquios.
● Se aumentarmos a PEEP, conseguimos esvaziar mais esse
espaço morto e, consequentemente, a oferta de O2 na próxima
inspiração aumenta.
■ FiO2 alta (fração de O2 inspirado)
● Em um paciente intubado nunca deixamos o O2 a 100%,
porque vai ser deletério para os capilares e endotélio
pulmonar, vai gerar microlesões.
● O paciente intubado fica com cerca de 50% de O2 e os outros
50% de ar comprimido, e o objetivo sempre é tentar sempre
diminuir essa FiO2.
● Covid: para ser extubado, é preciso que o paciente esteja
ventilando espontaneamente, com boa oxigenação e FiO2
perto do valor normal, que é em torno de 7%.
○ Fisioterapia respiratória (secreção, atelectasia)
■ É mais utilizado no pós-operatório, principalmente de pacientes que
passaram muito tempo intubados.
○ Decúbito ventral (pronar o paciente - tira o peso da caixa torácica de cima do
pulmão e melhora a ventilação)
MONITORIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO
● Auxilia no diagnóstico e tratamento da hipoxemia.
● Parâmetros Avaliados:
○ Volume corrente medido
○ Pressão das vias aéreas
○ Fração de oxigênio inspirada
○ Frequência respiratória
○ PEEP
FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL
● Oferta de O2 - viabilidade celular
○ Vai medir a oferta de O2 para o corpo, porque de nada adianta a cirurgia ser
um sucesso se por algum motivo o paciente vai acordar e ter sofrido alguma
necrose por falta de oxigenação.
● Débito Cardíaco:
○ Déficit de medicação
○ É um método invasivo
■ Padrão-Ouro: catéter de Swan Gans - entra com o cateter pela
jugular interna, vai até o átrio direito e ventrículo direito, até
chegar à artéria pulmonar, onde é insuflado um balonete, e
através dele identificamos o débito cardíaco do paciente, assim
podemos ver seu fluxo sanguíneo com maior precisão. Não
costuma usar muito porque é de difícil manuseio.
MONITOR DE PRESSÃO ARTERIAL
● Fácil medição
● Não invasivo ou invasivo
● Correlação ruim com o DC
Avalia:
● Perfusão Cerebral: prevenção de isquemia
○ Evitar o desenvolvimento de AVCs no intra-operatório.
● Perfusão Coronariana: manutenção do DC
○ Muitos pacientes já possuem um certo grau de obstrução coronariana, então
precisa ser mantida uma boa pressão arterial a fim de evitar IAM no
intra-operatório.
● Perfusão Renal: eliminação de escórias
○ Em muitas cirurgias o paciente precisa ser mantido em hipotensão, ocorre
que o rim trabalha fisiologicamente com alta pressão.
○ Se o paciente está hipotenso, o rim vai trabalhar muito menos, então vai
haver um acúmulo de líquidos e de escórias.
● Perfusão Hepática - metabolização de fármacos
○ Se o fígado não estiver bem perfundido, não vai haver metabolização das
drogas, e elas ficarão circulando pelo corpo durante o ato anestésico.
Pressão Arterial Não Invasiva:
● Método Palpatório - PAS
● Método Auscultatório - PAS e PAD
● Método Oscilométrico
○ Muito prático, mas sujeito a interferências
○ É feito através de monitores
Pressão Arterial Invasiva: padrão ouro para aferição de PA
● Catéter intra-arterial
○ Artérias mais utilizadas: Radial e Pediosa
● Benefícios:
○ Permite infusão de medicação diretamente no interior da artéria
■ Muito utilizada em grandes cirurgias
○ Por tratar-se de um cateter intra-arterial, conseguimos fazer gasometria com
maior facilidade, já que já existe uma via de acesso
● Transdutor de pressão (DOMUS): ele afere a pressão em tempo real e possibilita
fazer a curva da pressão arterial
Alterações de PA durante o ato anestésico: !!!
● Hipertensão:
○ Anestesia superficial
○ Hipervolemia - paciente com excesso de hidratação no pré-operatório
○ Excesso de vasopressores
○ Pneumoperitôneo - aumento da resistência vascular periférica
● Hipotensão:
○ Hipovolemia
○ Anestesia profunda/excessiva
○ Vasodilatação
ELETROCARDIOGRAMA
● É mais restrito quando comparado ao de uso ambulatorial. São somente 03
derivações, pelo menos para a câmara direita e um para esquerda.
● Vai nos dar a frequência cardíaca e também se existe algum grau de isquemia no
miocárdio em tempo real
○ Alterações do segmento ST
○ Arritmias
■ Bradiarritmias: sinusal, BAVT
■ Taquiarritmias: sinusal, supraventricular e ventricular
CAPNÓGRAFO
● É exclusivo para pacientes que estão intubados
● Mede a expiração de CO2
○ Normal: 35 - 45 mmHg
CO2 aumentado:
● Hipoventilação
● Hipertermia maligna - é uma patologia que tem consumo metabólico aumentado, o
que aumenta o consumo de O2 e, consequentemente, a expiração de CO2.
● Laparoscopia (insuflação de CO2)
CO2 diminuído:
○ Hiperventilação
○ Hipotensão
○ Embolia aérea - muito comum em neurocirurgias

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