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ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS LESÕES
Lesão criptogenética/ idiopática/ essencial sem causa definida
Mecanismos das agressões:
· Redução na disponibilidade de O2 às células
· Radicais livres
· Anormalidades em ácidos nucleicos (DNA e RNA) e proteínas
· Resposta imunitária
· Transtornos metabólicos
HIPÓXIA E ANÓXIA
Redução e interrupção do fornecimento de O2
Isquemia diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo
Adaptação à hipóxia:
· Aceleração da Glicólise
· Aumento da captação de Glicose
· Inibição da Gliconeogênese e da síntese de ácidos graxos, de triglicerídeos e de esteroides
· Ativação do HIF-1, que induz a expressão de vários genes, entre eles os que codificam VEGF, sintetase do NO, proteínas do choque térmico e proteínas antiapoptóticas
Hipóxia transitória aumenta a resistência à hipóxia mais prolongada (ação do HIF-1)
· Importância isquemia transitória e reperfusão repetidamente em órgãos a serem transplantados mais resistentes às lesões de reperfusão
LESÕES REVERSÍVEIS (DEGENERAÇÕES)
· Redução das bombas eletrolíticas (por redução do ATP) aumento do Na intracelular + acúmulo de água degeneração hidrópica
· Ca acumula no Citoplasma desarranjo do citoesqueleto
· Pouco O2 Acúmulo de AcetilCoA aumento da síntese de ácidos graxos favorece a esteatose
LESÕES IRREVERSÍVEIS
· Formação de bolhas por enfraquecimento da membrana citoplasmática (aumento de Ca no citoplasma ativa enzimas que degradam lipídios) (alteração na polimerização das proteínas do citoesqueleto)
· Formação de figuras em bainha de mielina a partir de membranas enfraquecidas
· Expansão da matriz mitocondrial aparecimento de estruturas floculares no seu interior
· Lisossomos tumefeitos liberam hidrolases iniciam a autólise (digestão dos componentes celulares, indicador de morte por necrose)
· Morte por necrose (mais frequente) ou apoptose
EFEITOS DA REPERFUSÃO
· Restabelecimento do fluxo sanguíneo após hipóxia prolongada agravamento da lesão
· Geração de radicais livres de O2 (ativação de oxidases no tecido isquêmico após a chegada do O2) (leucócitos exsudados)
· Captação de Ca pelas células anóxicas
· Chegada súbita do plasma choque osmótico nas células
RADICAIS LIVRES
Moléculas com um elétron não emparelhado no orbital externo
São muito reativas com outras moléculas
O2 principal fonte de radicais livres nas células
Sistemas antioxidantes das células:
· Superóxido-dismutase (SOD)
· Catalase
· Sistema antioxidante dependente de Glutationa
· Vitaminas C e E
· Tiorredoxina
· Taurina, Bilirrubina, Cisteína, Ácido úrico e carotenoides
Estresse oxidativo processo que ocorre quando há um desbalanço entre a produção e a inativação dos radicais livres, originando lesões e doenças
Reação com Lipídios:
· Peroxidação em cadeia, alterando várias moléculas lipídicas de membranas
· Hidrocarbonetos voláteis são produtos finais da peroxidação de lipídios insaturados
· Principal efeito lesão das membranas celulares
Reação com Proteínas:
· Aminoácidos peroxidados mudanças conformacionais (mal dobramento) em proteínas
· Alteração da função ou indução da degradação em proteassomos
Reação com Ácidos Nucleicos:
· DNA quebras da molécula ou formação de adutos, favorecendo mutações
ALTERAÇÕES EM ÁCIDOS NUCLEICOS E PROTEÍNAS
Deficiência de uma enzima leva ao acúmulo do seu substrato, o que resulta em doença de depósito (glicogenose, mucopolissacaridose, etc)
Anormalidades em proteínas contráteis resultam em doenças musculares (distrofias)
REAÇÃO IMUNITÁRIA
Morfologicamente, manifesta-se pela reação inflamatória
Pode agredir células e tecidos normais
AGENTES FÍSICOS
FORÇA MECÂNICA
Lesões traumáticas
ABRASÃO arrancamento de células da epiderme por fricção ou esmagamento
LACERAÇÃO força de estiramento da pele ou por impacto externo
CONTUSÃO impacto transmitido aos tecidos subjacentes (ruptura de vasos, hemorragia e edema). Sem solução de continuidade na epiderme
INCISÃO/CORTE lesão produzida por instrumento de borda afiada (ferida mais extensa que profunda)
PERFURAÇÃO produzida por instrumento pontiagudo (ferida mais profunda do que extensa)
FRATURA ruptura ou solução de continuidade de tecidos duros
ESTADO DE CHOQUE: Reação sistêmica. Grandes traumatismos hipoperfusão de todos os tecidos
EMBOLIA GORDUROSA: Resulta de traumatismo onde existe tecido adiposo, como em ossos ricos em medula óssea.
VARIAÇÕES DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Aumento da pressão atmosférica é mais bem suportado que a diminuição.
SÍNDROME DA DESCOMPRESSÃO
· Condições hiperbáricas gases se dissolvem mais nos líquidos do corpo
· Descompressão rápida gases dissolvidos formam bolhas no sangue (êmbolos gasosos) ou nos tecidos (enfisema intersticial)
· Mergulhadores
GRANDES ALTITUDES
· Diminuição da pressão redução da tensão de O2 nos alvéolos pulmonares hipóxia
· Lesão do endotélio vascular aparecimento de edema
· Taquipneia (compensar a baixa tensão do O2)
· Adaptação aumento do hematócrito, do número de capilares, da quantidade de mioglobina e do número de mitocôndrias
· DOENÇA AGUDA
· EDEMAS PULMONAR E CEREBRAL (aumento da permeabilidade vascular induzido pela hipóxia)
· EDEMA SISTÊMICO
Blast variação brusca de pressão atmosférica (explosão, por exemplo). Órgãos ocos com conteúdo hidroaéreo são muito vulneráveis.
VARIAÇÕES DE TEMPERATURA
O abaixamento é mais bem suportado
AÇÃO LOCAL DE BAIXAS TEMPERATURAS
· Vasoconstrição, oligoemia, hipóxia e lesões degenerativas pela redução de O2
· Lesão endotelial por hipóxia aumenta a permeabilidade provoca edema
· Necrose inicialmente nas extremidades dos membros
· Água congelada no interior das células morte celular
EFEITOS SISTÊMICOS DO FRIO
· Hipotermia
· Vasoconstrição periférica, palidez acentuada e redução da atividade metabólica de todos os órgãos especialmente do Encéfalo e da medula espinal.
· Morte falência cardiorrespiratória por inibição do centro cardiorrespiratório
AÇÃO LOCAL DE ALTAS TEMPERATURAS
· Queimaduras
· Liberação de Histamina pelos Mastócitos vasodilatação aumento da permeabilidade vascular edema
· Liberação de Substância P de terminações nervosas
· Produção de Bradicinina aumenta a vasodilatação edema
· Lesão direta da parede vascular aumenta o edema hemorragia trombose com isquemia e necrose
· Degeneração hidrópica lesão por aumento do consumo de ATP sem aumento do fornecimento de O2
· 1º grau hiperemia + dor + edema moderado (pele)
· 2º grau necrose da epiderme + bolhas dermoepidérmicas
· 3º grau necrose da epiderme e da derme
· Infecção na área queimada, seguida de septicemia (redução dos mecanismos de defesa locais e sistêmicos)
EFEITOS SISTÊMICOS DO CALOR
· Hipertermia 40º C
· Vasodilatação periférica
· Fechamento de anastomoses arteiovenosas
· Abertura de capilares
· Insuficiência circulatória periférica (choque térmico clássico)
· Hipertermia maligna doença genética exposição a anestésicos dispara liberação de Cálcio do RS do m esquelético tremores incontroláveis e excessiva produção de calor, lactato e CO2
CORRENTE ELÉTRICA
Disfunção elétrica em tecidos (miocárdio, mm esqueléticos e tecido nervoso)
Produção de calor
Morte por parada cardiorrespiratória
Descarga intensa grande quantidade de calor em órgãos internos vaporização da água ruptura das vísceras e vasos sanguíneos
RADIAÇÕES
Emissões de energia que se propagam como ondas eletromagnéticas ou como partículas
Radiação ionizante:
· Ação direta sobre as macromoléculas produção de quebras, religações e ionização de radicais
· Ação indireta radicais livres a partir da ionização da água
Tecidos com alta atividade mitótica mais radiossensíveis e os primeiros a apresentar alterações após radiações (radioterapia em cânceres)
Actínicas alterações causadas pelas radiações
Fase aguda:
· Lesões degenerativas desde degeneração hidrópica até necrose
· Inibição da proliferação celular, surgimento de mitoses atípicas, aberrações nucleares
· Alterações vasculares vasodilatação, tumefação e necrose de células endoteliais, edema, hemorragia e trombos
· Migração de neutrófilos e macrófagos
Úlceras de irradiação na pele difícilcicatrização inibição da regeneração do epitélio e da proliferação endotelial e fibroblástica (para cicatrizar é essencial a deposição de colágeno e hialinização)
Aumento da incidência de câncer após irradiação capacidade de indução de mutações genicas e translocações ou deleções cromossômicas, podendo alterar genes relacionados com neoplasias
LUZ SOLAR
Raios UVA e UVB Lesões
Lesões agudas:
· Hipertermia (insolação)
· Queimaduras
Lesões crônicas:
· UVB ação melanogênica indução da pigmentação envelhecimento acelerado e lesões proliferativas, incluindo neoplasias
· Degeneração e fragmentação das fibras elásticas na derme + modificações nas propriedades elásticas da pele envelhecimento cutâneo precoce
· UVA degenerações em células da epiderme e alterações no seu DNA lesões proliferativas benignas (ceratose actínica) ou malignas (epitelioma basocelular, carcionoma de células escamosas e melanoma)
Ação carcinogênica dos raios UV formação de dímeros de timina nas moléculas de DNA
Raios UV diminuem o número de células de Langerhans na epiderme redução da resposta imunitária
REAÇÃO FOTOTÓXICA: Substâncias/medicamentos que se depositam na pele absorvem raios UV podem ser ativadas, originar radicais livres e ter efeitos tóxicos eritema, edema e bolhas
REAÇÃO FOTOALÉRGICA: Substância se deposita na pele ação dos raios UV ativa a substância forma radicais que funcionam como haptenos se ligam a proteínas da epiderme indução da resposta imune reações semelhantes à dermatite de contato (eczema, vermelhidão, edema, prurido e bolhas)
SOM (RUÍDOS)
Lesões nas células ciliadas do órgão de Corti
ULTRASSOM transformação da energia elétrica em ondas sonoras diagnóstico por imagem
AGENTES BIOLÓGICOS
Doenças infecciosas
Produção de lesões por meio de:
· Ação direta invasão das células e proliferação (efeito citopático)
· Substâncias tóxicas liberadas pelo agente infeccioso (exotoxinas)
· Componentes estruturais ou substâncias armazenadas no interior do agente e liberados após sua morte (endotoxinas)
· Ativação do Sistema Complemento reação inflamatória
· Indução da resposta imunitária
· Integração ao genoma celular (ex: vírus) e alterações na síntese proteica neoplasias
VÍRUS
Se ligam a receptores da superfície celular e adentram nas células (vírus espécie-específicos e célula-específicos)
Ácido nucleico viral depositado no interior das células pode ou não se integrar ao genoma celular
Disseminação pela via sanguínea, linfática ou axônica (tropismo tecidual do vírus)
Ação direta:
· Infecção abortiva quando o vírus não consegue se replicar na célula não causa lesão grave
· Infecção persistente síntese contínua e eliminação do vírus infecção lenta lesões celulares cumulativas que demoram a ter expressão clínica
· Infecção latente vírus se incorpora ao genoma do hospedeiro e permanece quiescente até ser estimulado a entrar em atividade (herpes-zóster)
· Infecção lítica vírus se prolifera e causa morte da célula hospedeira (herpes simples)
Ação indireta:
· Lesões por mecanismos imunitários
Vírus podem causar inflamação, neoplasias e várias lesões celulares (efeito citopático):
· Lise das células
· Fusão de células formando sincícios
· Modificações no citoesqueleto celular (alterações em microfilamentos e microtúbulos)
· Corpúsculos de inclusão no citoplasma ou no núcleo
· Vacuolização de células epiteliais
· Apoptose
BACTÉRIAS
Patogenecidade capacidade da bactéria de produzir lesões depende da expressão de genes no cromossomo bacteriano ou em um plasmídeo que codificam os chamados fatores de virulência:
· Facilitação da adesão e invasividade do microrganismo
· Inibição de fatores humorais específicos de defesa
· Inibição da resposta imunitária
· Resistência à ação de fagócitos e antibióticos
· Produção de toxinas
· Formação de biofilmes (de onde podem disseminar-se)
Penetração na pele por solução de continuidade ou inoculação NÃO HÁ PENETRAÇÃO ATIVA (Pele constitui barreira eficiente contra bactérias!!)
· Produção de substancias antibióticas pelas bactérias (eliminação da microbiota normal favorecem a competição para elas)
· Liberação de enzimas que facilitam a passagem através do muco e sua disseminação no interstício
· Moléculas de adesão na superfície adesão á superfície celular (aderência específica explica o tropismo de bactérias)
TOXINAS BACTERIANAS
· Exotoxinas proteínas com efeito citopático liberadas durante a fase exponencial de crescimento
· Endotoxinas lipopolissacarídeos (LPS) liberados após a desintegração das bactérias
· Ativam Complemento, sistema de coagulação sanguínea, fibrinólise e de cininas
· Estimulam a liberação de citocinas inflamatórias
· Ativam linfócitos, endotélio e fagócitos
· Mecanismo de ação das toxinas:
· Morte celular por inibição da síntese proteica
· Fosfolipases que digerem os fosfolipídios de membranas
· Distúrbios funcionais, sem provocar degenerações ou necrose:
· Cólera estimula AMPc que ativa bombas eletrolíticas passagem de grande quantidade de água e eletrólitos para o meio externo diarreia aquosa
· Tétano impede a liberação de neurotransmissores na membrana pré-sináptica paralisia espástica
· Toxina Botulínica impede a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular paralisia flácida
AGENTES QUÍMICOS
MECANISMOS GERAIS
Mecanismos:
· Ação direta sobre células ou interstício
· Degeneração ou morte celular
· Alterações do Interstício
· Modificações no genoma (efeito carcinogênico)
· Ação indireta, atuando como antígeno ou hapteno, induzindo resposta imunitária
Lesões/ efeitos previsíveis:
· Dependem da dose
· Padrões de reação apresentam as mesmas características em diferentes indivíduos
Lesões/ efeitos imprevisíveis:
· Não guardam relação estreita com a dose
· Dependem mais da indução da resposta imunitária
· Ligadas aos fatores genéticos que comandam a resposta
· Via de administração é importante a imunogenicidade da substância depende do modo de sua penetração no organismo
· REAÇÕES MAIS INTENSAS E PRECOCES EM SEGUNDAS EXPOSIÇÕES
· Exposições repetidas podem, algumas vezes, induzir sensibilização
· Idiossincrasia: condição na qual um produto químico induz lesão de modo imprevisível, sem depender da dose e sem estar relacionado com mecanismos de sensibilização do sistema imunitário
BIOTRANSFORMAÇÃO
· O metabolismo pode inativar a substância ou originar produtos com potencial mais lesivo
· Fígado (REL)
ETANOL – SUBSTÂNCIAS DE USO ABUSIVO
Vício condição na qual o uso da substância é compulsivo; estado de dependência
Tolerância após uso repetido, doses maiores são necessárias para atingirem os efeitos da dose original (relacionada com a adaptação ao metabolismo da droga)
Dependência síndrome na qual o uso da substância é colocado como prioridade em relação a comportamentos que já foram de alto valor para o indivíduo
ETANOL
· Principal produto do metabolismo Acetaldeído (via da ADH)
· Acetaldeído Desidrogenase (ALDH) Acetaldeído transformado em Acetato (AcetilCoA)
· Formação de Acetaldeído e sua oxidação em AcetilCoA consumo de NADP e geração de NADPH NADP é necessário para a oxidação de ácidos graxos e conversão do lactato em piruvato esteatose e acidose lática
· Acetaldeído pode formar adutos com proteínas ou DNA anormalidades proteicas variadas neoplasias
Fígado radicais livres reagem com lipídios de membrana formação de Malondialdeído e Hidroxinonenal se ligam a proteínas e formam adutos alteração da conformação e da função
Alterações na membrana mitocondrial:
· Redução da oxidação de lipídios acúmulo em hepatócitos (esteatose)
· Favorecem a saída de Citocromo C apoptose
· Redução da produção de ATP degenerações ou necrose de hepatócitos
Efeitos agudos do álcool (embriaguez):
· Alterações na membrana de neurônios (modificações da fluidez, alterando a posição de moléculas que atuam no transporte iônico)
· Aumento do poder do GABA (inibidor sináptico)
DEGENERAÇÕES
Lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior de CÉLULASQuando a substância acumulada é um pigmento, não se diz que é uma degeneração, mas sim uma pigmentação
Agrupadas de acordo com a natureza da substância acumulada.
1. Acúmulo de água e eletrólitos (hidrópica)
2. Acúmulo de proteínas (hialina e mucoide)
3. Acúmulo de lipídios (esteatose e lipidoses)
4. Acúmulo de carboidratos (glicogenoses)
DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA
Acúmulo de água e eletrólitos nas células
Lesão não letal mais frequente
Alteração do equilíbrio hidroeletrolítico
CAUSAS:
· Hipóxia
· Desacopladores da fosforilação mitocondrial
· Inibidores da cadeia respiratória
· Agentes tóxicos que lesam a membrana mitocondrial (reduzem a produção de ATP)
· Hipertermia (endógena ou exógena) por aumento no consumo de ATP
· Agressões geradoras de radicais livres que lesam membranas
· Inibidores da ATPase Na/K dependente
Sozinha não leva a consequências funcionais
Hepatócitos degeneração baloniforme pode reduzir a função celular (insuficiência é rara)
ASPECTOS MACROSCÓPICOS:
· Aumento do peso
· Aumento do volume
· Coloração mais pálida (aumento do volume das células comprime capilares)
ASPECTOS MICROSCÓPICOS (ML):
· Células tumefeitas
· Citoplasma menos basófilo
· Vacúolos de água no citoplasma
DEGENERAÇÃO HIALINA
Acúmulo de material proteico e acidófilo nas células
ORIGEM condensação de filamentos intermediários ou acúmulo de material viral
CORPÚSCULO HIALINO DE MALLORY-DENK Aglomerados de proteínas do Citoesqueleto que sofreram agressão por radicais livres
CORPÚSCULO DE COUNCILMAN-ROCHA LIMA hepatócitos em apoptose (hepatites virais)
Endotoxinas bacterianas e agressão por Linfócitos T e macrófagos (nas células musculares esqueléticas e cardíacas)
CORPÚSCULOS DE RUSSELL acúmulo de imunoglobulinas em plasmócitos (frequentes em algumas inflamações agudas e crônicas)
ESTEATOSE
Acúmulo de gorduras neutras no Citoplasma de células que não as armazenam
CAUSAS:
· Agentes tóxicos
· Hipóxia
· Alterações na dieta
· Distúrbios metabólicos
Hepatócitos retiram da circulação ácidos graxos e triglicerídeos provenientes da absorção intestinal e da lipólise no tecido adiposo
Utilização de Ácidos Graxos no Fígado:
· Produção de colesterol e ésteres
· Síntese de fosfolipídios, esfingolipídios e glicerídeos
· Geração de energia (B-oxidação até AcetilCoA e formação de corpos cetônicos)
Triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol formam lipoproteínas
ESTEATOSE RESULTA DE:
· Maior aporte de Ácidos Graxos por ingestão excessiva ou lipólise aumentada
· Síntese de Ácidos Graxos a partir do excesso de AcetilCoA
· Redução na utilização de triglicerídeos ou de ácidos graxos na síntese de lipídios complexos, por carência de fatores nitrogenados e de ATP
· Menor formação de lipoproteínas por deficiência na síntese de apoproteínas
· Distúrbios no transporte de lipoproteínas (alterações no citoesqueleto)
Causas mais comuns ingestão abusiva de etanol e síndrome metabólica
ETANOL
· Metabolismo gera Acetaldeído que nas mitocôndrias é convertido em AcetilCoA
ESTEATOSE NO ETILISMO
· Menor disponibilidade de NAD (necessário para oxidação de lipídios) devido ao seu uso para metabolizar o etanol acúmulo de gorduras
· Maior disponibilidade de AcetilCoA induz a síntese de ácidos graxos
· Redução no transporte de lipoproteínas Acetaldeído e radicais livres alteram microtúbulos e microfilamentos
Hipóxia menor disponibilidade de O2 menor utilização de AcetilCoA favorece a síntese de ácidos graxos. Redução de ATP dificulta a síntese de lipídios complexos
ESTEATOSE NA DESNUTRIÇÃO PROTEICO-ENERGÉTICA
· Carência de proteínas diminuição da síntese de lipoproteínas e excreção de triglicerídeos
· Ingestão calórica deficiente mobiliza lipídios do tecido adiposo e aumenta o aporte de ácidos graxos para o fígado
Em adultos, desnutrição proteica não induz esteatose como na infância.
SÍNDROME METABÓLICA
· Obesidade central; Dislipidemia; Intolerância à glicose e resistência à insulina; Hipertensão arterial sistêmica; Esteatose visceral; Aumento do risco para doença cardiovascular aterosclerótica e diabetes melito tipo 2
· Fígado excesso de ácidos graxos aumento da oxidação de ácidos graxos no REL e Peroxissomos aumento de radicais livres alteram proteínas do citoesqueleto dificultam o transporte de lipoproteínas acúmulo de triglicerídeos no citosol (que já estão com a síntese aumentada)
ASPECTOS MORFOLÓGICOS MACROSCÓPICOS
· Fígado aumento de volume e peso coloração amarelada
· Coração difusa ou em faixas amareladas
· Rins aumento de volume e peso coloração amarelada
ASPECTOS MICROSCÓPICOS:
· Hepatócitos vacúolos claros de tamanhos variados no Citoplasma
· Coração triglicerídeos depositam-se em pequenos glóbulos ao longo das miocélulas
· Rins pequenos glóbulos nas células tubulares
Esteatose pode evoluir para morte celular
· Excesso de ácidos graxos gera ceramida induz apoptose
· Hepatócitos repletos de gordura se rompem formação de cistos gordurosos
· Embolia gordurosa ruptura de cistos gordurosos na circulação
LIPIDOSES
Acúmulos intracelulares de outros lipídios que não os triglicerídeos. Depósitos de colesterol e seus ésteres
DEPÓSITOS DE COLESTEROL
· Em artérias ateroescerose
· Na pele xantomas
1. ATEROESCLEROSE
Depósito de Colesterol na íntima das artérias de médio e grande calibres
Natureza inflamatória
Lesão endotelial iniciada pela ação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) oxidadas:
· Aumento dos espaços interendoteliais favorecimento da penetração de lipídios na íntima
· Adesão e agregação plaquetárias
· Maior expressão de moléculas de adesão no endotélio e captura de monócitos circulantes
LDL Oxidade agride o endotélio síntese de TNFa e IL-1 (ativam as células endoteliais a expor mais moléculas de adesão e produção de citocinas diapedese dos monócitos)
Ambiente na íntima favorece a oxidação progressiva de LDL (pobre em agentes antioxidantes e acúmulo de macrófagos)
Macrófagos na íntima capturam LDL adquirem o aspecto de células espumosas
Macrófagos e plaquetas liberam fatores de crescimento angiogênese e migração de células musculares lisas para a íntima
Células musculares lisas endocitam LDL e originam células espumosas transformam-se em miofibroblastos e sintetizam matriz extracelular formação de capa fibrosa
ATEROMAS/ PLACAS ATEROMATOSAS: Placa mole, placa dura, placa complicada (erosão, trombose ou hemorragia) e placa calcificada
· Ateroma: lesão excêntrica da íntima do vaso em forma de placa que faz saliência na luz arterial
· Núcleo lipídico na região central com células espumosas em volta, macrófagos, células musculares lisas e linfócitos
· Margens da lesão vasos neoformados e deposição de matriz extracelular rica em proteoglicanos, mas com pouco colágeno
· Placas moles: em que predomina o núcleo lipídico, instáveis, maior risco de complicações
· Placas duras: predomina a capa fibrosa, menor risco de complicações.
· Placas complicadas: sofrem hemorragia ou erosões, fissuras ou rachaduras na superfície favorecem a ocorrência de trombose
2. XANTOMAS
· Lesões na pele
· Nódulos ou placas com coloração amarelada
· MICROSCOPICAMENTE aglomerados de macrófagos espumosos, carregados de colesterol.
· Inflamações crônicas ou áreas de necrose em processo de reabsorção
ESFINGOLIPIDOSES
Armazenamento de esfingolipídios e seus produtos por falta ou deficiência de enzimas lisossômicas
Doenças genéticas
Depósitos são encontrados nos lisossomos
Pesquisa de enzimas lisossômicas diagnóstico
DOENÇA DE GAUCHER
· Ausência da enzima B-d-glicosidase
· Afeta macrófagos do baço, fígado, medula óssea (forma adulta), neurônios do SNC
GLICOGENOSES
Doenças genéticas
Acúmulo de glicogênio em células do fígado, rins, músculos esqueléticos e coração
Deficiência de enzimas envolvidas na sua degradação
DOENÇA DE POMPE
· Deficiência na enzima a-1,4-glicosidase
· Glicogênio normal
· Generalizada
MUCOPOLISSACARIDOSES
Depósitos anormais de poliglicanos/ proteoglicanos
Deficiências enzimáticas
Acúmulo intralisossômico
Anormalidades no esqueleto, em artérias e valvas cardíacas, retardo mental e opacificação da córneaMORTE CELULAR
Morte celular é um processo uma sucessão de eventos
Alterações ultraestruturais indicativas de lesão irreversível:
· Grande tumefação mitocondrial
· Perda de cristas
· Bolhas e solução de continuidade na membrana
Nem sempre a morte celular é precedida de lesões degenerativas
Morte celular programada: fisiológica, ocorre como forma de manter a homeostase ou favorecer a diferenciação (linfócitos, embriogênese) Apoptose
Morte celular regulada: causada pela ativação de vias que podem ser reguladas por fármacos ou manipulação genética, sem fazer parte de um contexto fisiológico. Por exemplo, ocorre quando vírus secretam fatores antiapoptóticos
TODA MORTE PROGRAMADA É REGULADA. NEM TODA MORTE REGULADA É PROGRAMADA.
Morte celular acidental: agressões que induzem necrose ou apoptose
Morte celular não é sinônimo de necrose!
NECROSE
Morte celular em um organismo vivo seguida de autólise
Agressão interrupção da produção de energia lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases saem para o citoplasma e iniciam a autólise
ASPECTOS MORFOLÓGICOS:
· Resultado da digestão dos componentes celulares pelas hidrolases
· Necrose isquêmica em órgãos de circulação terminal: coloração esbranquiçada e tumefeita
· Necrose anóxica de órgãos com circulação dupla: há extravasamento de sangue, aspecto hemorrágico (avermelhado) na área comprometida
· Necrose caseosa: ocorre na tuberculose; região necrosada assume aspecto de massa de queijo, esbranquiçada e quebradiça
· Necrose gomosa: sífilis; lesões com aspecto de goma
· Necrose por liquefação: tecido digerido até a liquefação com aspecto semifluido; comum no Encéfalo
ASPECTOS MICROSCÓPICOS:
· Alterações nucleares
· Contração e condensação da cromatina núcleo mais basófilo, homogêneo e menor (picnose celular)
· Digestão da cromatina e desaparecimento dos núcleos (cariólise)
· Fragmentação do núcleo (cariorrexe)
· Picnose, Cariólise e Cariorrexe resultam de abaixamento do pH na célula morta e ação de desoxirribonucleases e outras proteases que digerem a cromatina e fragmentam a membrana celular
· Alterações citoplasmáticas
· Aumento da acidofilia no início
· Tardiamente Citoplasma granuloso formando massas amorfas
CAUSAS:
· Redução de energia obstrução vascular ou inibição dos processos respiratórios da célula
· Geração de radicais livres
· Ação de enzimas líticas
· Ação direta sobre enzimas, inibindo processos vitais das células
· Agressão direta à membrana citoplasmática
NECROSE POR COAGULAÇÃO
Causa mais frequente isquemia
Área esbranquiçada e circundada por um halo avermelhado (hiperemia que tenta compensar a isquemia)
Alterações nucleares (cariólise)
Citoplasma com aspecto de substância coagulada (acidófilo e granulosos)
NECROSE POR LIQUEFAÇÃO
Região adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita
Liquefação por enzimas lisossômicas
Comum no tecido nervoso, suprarrenal e mucosa gástrica
NECROSE LÍTICA
Necrose de Hepatócitos em hepatites virais lise ou esfacelo
NECROSE CASEOSA
Aspecto macroscópico de massa de queijo
Microscópio células formam massa homogênea, acidófila, núcleos picnóticos e cariorrexe na periferia
Células perdem totalmente seus contornos e detalhes estruturais
Comum na Tuberculose
Resulta de agressão imunitária, liberação de linfotoxinas e produtos citotóxicos
Parte central cariólise extensa
NECROSE GOMOSA
Necrose por coagulação com aspecto compacto e elástico como borracha (goma) ou fluido viscoso como goma-arábica
Sífilis tardia
ESTEATONECROSE
Necrose enzimática do tecido adiposo
Pancreatite aguda necro-hemorrágica (resulta do extravasamento de enzimas pancreáticas)
Lipases sobre os triglicerídeos liberação de ácidos graxos saponificação depósitos esbranquiçados ou manchas com aspecto de pingo de vela
EVOLUÇÃO
Células mortas = corpo estranho resposta do organismo
Fagocitose + Processos de reparo
REGENERAÇÃO Tecidos com capacidade regenerativa. Liberação de fatores de crescimento multiplicação das células parenquimatosas. Necroses pequenas = regeneração completa.
CICATRIZAÇÃO Tecido necrosado substituído por Tecido conjuntivo cicatricial. Lesão extensa em células sem capacidade regenerativa. Liberação de fatores por Leucócitos proliferação de vasos e de tecido conjuntivo para formar a cicatriz
ENCISTAMENTO Material necrótico não é absorvido (por ser volumoso ou por falta de migração de leucócitos). Reação inflamatória apenas na periferia da lesão formação de cápsula conjuntiva que encista o material necrótico. Tempo restos teciduais destruídos são reabsorvidos resta somente o conteúdo líquido.
ELIMINAÇÃO Área de necrose alcançando um canal que se comunica com o meio externo. Formação de uma cavidade.
CALCIFICAÇÃO Especialmente necrose caseosa. Mecanismos não conhecidos.
GANGRENA
Forma de evolução de necrose secundária à ação de agentes externos
GANGRENA SECA
· Contato com o ar
· Desidratação
· Aspecto de pergaminho
· Cor escura, azulada ou negra impregnação de pigmentos de Hemoglobina
· Extremidades de dedos e ponta de nariz
· Lesões vasculares como no diabetes melito
GANGRENA ÚMIDA/ PÚTRIDA
· Invasão por microrganismos anaeróbios produtores de enzimas liquefazem os tecidos produção de gases fétidos que se acumulam em bolhas
· Necroses do trato digestivo, pulmões e pele
GANGRENA GASOSA
· Secundária à contaminação por microrganismos do gênero Clostridium
· Formação de bolhas
· Comum em feridas infectadas
APOPTOSE
Célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com a sua morte
Não ocorre autólise nem ruptura da membrana citoplasmática
Fragmentos da célula morta são endocitados por células vizinhas não provoca quimiotaxia nem ativa fagócitos (não induz inflamação)
Lesão básica de algumas doenças neurodegenerativas (doença de Alzheimer, doença de Parkinson) perda de células provocando danos funcionais
Redução da apoptose progressão de neoplasias
Base de doenças autoimunes
Condições de ocorrência:
· Falta de fatores de crescimento células dependentes de hormônios que não estão disponíveis, por exemplo ou em linfócitos sem estímulo das citocinas
· Lesão no DNA
· Estresse no Retículo Endoplasmático por defeitos no dobramento de proteínas
· Ação de Linfócitos T CD8
· Ativação de receptores que tem o domínio de morte
ASPECTOS MORFOLÓGICOS
· Não é facilmente reconhecida (afeta as células individualmente)
· Célula encolhe-se
· Citoplasma mais denso
· Cromatina condensada formando grumos junto à membrana nuclear
· Núcleo se fragmenta (cariorrexe) e a membrana citoplasmática forma brotamentos com fragmentos do núcleo
· Brotos = corpos apoptóticos que serão endocitados por células vizinhas pequenos corpúsculos basófilos
PATOGÊNESE
Ativação sequencial de proteases responsáveis por alterações morfológicas características
Alterações em membranas, citoesqueleto e no núcleo
Desorganização do citoesqueleto descolamento da célula da matriz extracelular ou de células vizinhas (desarranjo nos pontos de adesão)
Citoplasma mais denso eliminação de água e reorganização do citoesqueleto
Alterações nucleares picnose e cariorrexe dependem de caspases que ativam proteases que degradam proteínas nucleares
Atividade proteolítica no núcleo = alterações nucleares:
· Degradação de proteínas que formam o citoesqueleto nuclear
· Fosforilação e acetilação de histonas desorganização da cromatina, que se condensa (picnose)
· Proteólise parcial de laminas, favorecendo a fragmentação do núcleo (cariorrexe)
Apoptose depende de ATP agressões que a provocam não podem bloquear completamente a produção de energia
Redução excessiva de ATP necrose
ALTERAÇÕES DO INTERSTÍCIO
Matriz extracelular
Rede tridimensional de macromoléculas
· Preenche os espaços intercelulares
· Define limites dos tecidos
· Propriedades biomecânicas dos tecidos
· Substrato para adesão e migração celular
· Sítio de ligação para fatores de crescimento e hormônios
Fibras colágenas, reticulares (colágeno) e elásticas (elastina)
Proteínas não fibrosas (a) adesão (laminina e fibronectina) (b) organizadoras
Glicosaminoglicanose Proteoglicanos formam gel hidratado (substância fundamental)
Síntese dos componentes fibroblastos, condroblastos, osteoblastos e odontoblastos
ASPECTOS DA NORMALIDADE
COLÁGENO | FIBRAS COLÁGENAS E RETICULARES
· Colágeno proteína mais abundante no Interstício
· I, II e III formam fibrilas que formam fibras visíveis no microscópio de luz
· IV não forma fibrilas, forma uma rede
· VII forma fibras de ancoragem
· VIII, IX, X e XI cartilagens
ELASTINA | FIBRAS ELÁSTICAS
· Forma filamentos e bainhas
· Moléculas enoveladas, com estiramento se distendem
GLICOSAMINOGLICIANOS E PROTEOGLICANOS | SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL
· Ocupam grande volume e retêm grande quantidade de água na molécula
· Turgência na SF capaz de suportar grande força de compressão
· Ácido hialurônico principal componente dos proteoglicanos confere fluidez à SF
PROTEÍNAS NÃO FIBROSAS NA MATRIZ
· Fibronectina proteína de adesão, organização da matriz e deslocamento de células no interstício
· Laminina componente essencial das lâminas basais
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA MATRIZ CELULAR
ALTERAÇÕES DE FIBRAS COLÁGENAS E RETICULARES
· Defeitos genéticos comprometimento da estrutura, síntese ou degradação do colágeno pouco frequentes
· Interferência na síntese ou na degradação por alterações adquiridas
Doenças manifestam-se na pele (elasticidade e resistência alteradas), nos vasos sanguíneos (aneurismas, pois alguns defeitos são comuns às fibras elásticas), no intestino, no globo ocular (a esclerótica é rica em colágeno) e nos ossos (onde o colágeno é constituinte importante da matriz).
Carência de Vitamina C hidroxilação deficiente do colágeno compromete a glicosilação e formação de pontes cruzadas Escorbuto fragilidade capilar e hemorragias, comprometimento dos alvéolos dentários e da dentina, deformidades ósseas
Inibição da lisil oxidase por ingestão da semente da ervilha-de-cheiro Latirismo deformidades ósseas e aneurismas
Inibição da prolina-hidroxilase ou formação de pontes cruzadas
Carência de Cobre diminuição na atividade da lisil oxidase
Doenças metabólicas (Alcaptonúria e Homocistinúria) acúmulo de ácido homogentísico e de homocistina bloqueadores da atividade da lisil oxidase
Inflamação colagenases liberadas por células fagocitárias degradação excessiva de colágeno
Fribroses deposição anormal de colágeno
ALTERAÇÕES DE FIBRAS ELÁSTICAS
Adquiridas defeito na síntese, por inibição da lisil oxidase ou distúrbios sobre as fibras já formadas
Elastose de vasos e do Endocárdio por aumento de sua síntese de fibras elásticas por fibras musculares estimuladas por maior distensão do vaso (hipertensão arterial) ou do endocárdio (cardiopatias)
Fragmentação de fibras elásticas na Derme (Degeneração Basófila do Colágeno) exposição prolongada à luz solar e selenidade
Elastólise aumento da atividade das elastases por redução da atividade de antiproteases. Pulmões de pessoas idosas
Síndrome de MARFAN:
· Anormalidades na proteína fibrilina
· Fraqueza e deformidades em tecidos ricos em fibras elásticas
· Lesões no esqueleto, olhos, e sistema circulatório
ALTERAÇÕES DE MEMBRANAS BASAIS
Depósito de Imunoglobulinas e Imunocomplexos na membrana basal de Glomérulos espessamento irregular e alteração na permeabilidade
Amiloidose substância amiloide pode se depositar em membranas basais
Metais pesados
Espessamento de membranas basais na microcirculação em diabéticos (microangiopatia diabética) alteração na síntese e glicosilação deficiente do colágeno
ALTERAÇÕES DA SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL
Transformação hialina/ hialinose depósitos acidófilos de proteínas do plasma que se depositam na MEC (íntima de pequenas artérias e arteríolas em indivíduos com hipertensão arterial ou diabetes melito)
Hialinização do Interstício fibras colágenas e substância fundamental tornam-se intensamente acidófilas. Queloide. Fibras perdem o aspecto fibrilar normal
HIALINA = QUALQUER ALTERAÇÃO CELULAR OU DA MEC QUE SE MANIFESTA POR DEPÓSITOS INTENSAMENTE ACIDÓFILOS
Transformação mucoide aumento da substância fundamental. Dissociação das fibras colágenas ficam dispersas aspecto de tecido mucoso.
Transformação fibrinoide deposição de material acidófilo semelhante à fibrina. Nas paredes dos vasos, por deposição de Imunocomplexos que ativam o sistema do complemento, atrai neutrófilos, aumenta a permeabilidade vascular Neutrófilos exocitam material dos grânulos que digerem o Interstício Componentes do Interstício parcialmente digeridos misturam-se à fibrina exsudada pelos Neutrófilos formação de material com aspecto fibrinoide. Hipertensão arterial maligna transformação fibrinoide da parede de pequenos vasos.
AMILOIDOSE
Grupo de doenças que têm em comum a deposição no Interstício de material proteico fibrilar, a substância amiloide
Substância amiloide
· Constituída por material amorfo e acidófilo que se deposita no interstício e comprime as células
· Coloração Vermelho Congo confere birrefringência à luz polarizada
Fígado depósitos começam nos Espaços de Disse comprimem e destroem lâminas de hepatócitos
Rins depósitos nos glomérulos e espaços intertubulares hipotrofia e desaparecimento de túbulos
Baço depósitos nos folículos ou na polpa vermelha
Coração comprometimento dos sistemas de condução
Alzheimer depósitos amiloides formam as placas senis e são encontrados na parede de artérias cerebrais
ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS:
· Fígado aumenta de volume, consistência aumentada, aspecto homogêneo e superfície untuosa, semelhante a toucinho
· Rins apresentam aumento de volume, peso e consistência
· Baço aumenta de volume e peso, aspecto micronodular ou homogêneo
Deposição é em geral lenta e assintomática
PATOGÊNESE
A lesão resulta da modificação na conformação normal das proteínas precursoras da amiloide, o que resulta em sua agregação e deposição em vários órgãos.
PIGMENTAÇÕES E CALCIFICAÇÕES
PIGMENTAÇÕES
Pigmento = substância com cor própria
Pigmentação = processo de formação/ acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos no organismo
PIGMENTAÇÕES ENDÓGENAS
PIGMENTOS BILIARES (BILIRRUBINA)
· Pigmento amarelo
· Produto final do catabolismo da fração heme da Hemoglobina
· Aumento da Bilirrubina (Bb) não conjugada no sangue em recém-nascidos por causar kernicterus podendo causar morte ou sequelas neurológicas
· Icterícia sinal clínico importante do aumento da Bb no sangue (que se dá por aumento da produção ou defeito hepático na sua remoção da circulação) deposição do pigmento na pele, esclera e mucosas
Formação da Bilirrubina:
· Hemoglobina resultante da Hemocaterese (destruição das hemácias no Baço, Fígado e Medula óssea)
· Liberação da Hemoglobina Fração heme é separada da globina
· Abre-se o anel porfirínico do heme
· Liberação de ferro, monóxido de carbono e formação de Biliverdina (pigmento verde)
· Biliverdina reduzida para Bilirrubina pela Biliverdina Redutase
É transportada ligada à Albumina conjugada no Fígado com Ácido Glicurônico
Nos hepatócitos, é transferida para o Retículo Endoplasmático Liso
Formação da Bilirrubina Conjugada
Se torna inócua, hidrofílica, solúvel na água e frouxamente ligada à Albumina
Elevação dos níveis plasmáticos é excretada na urina
Flui a partir dos canalículos biliares pelos ductos biliares até o Duodeno. Dá a cor característica das fezes (sofre ação redutora das bactérias, fica marrom)
Anemias hemolíticas aumento da produção de Bilirrubina icterícia
Cálculos ou tumores obstrução biliar, intra ou extra-hepática icterícia
HEMATOIDINA
· Se forma em focos hemorrágicos após a degradação das hemácias por macrófagos
· A partir do final da segunda ou terceira semana após o sangramento
· Amarelo-ouro Marrom-dourado
· Não tem repercussões para o organismo
HEMOSSIDERINA
· Junto com a Ferritina, é uma das principais formas de armazenamento intracelular do ferro
· Ferro diversos processos metabólicos transporte de oxigênio e de elétrons e síntese de DNA.
· Quando há excesso de ferro, micelas de Ferritina se agregam e formam a Hemossiderina
· Hemossiderose localizada: encontrada em hemorragias. Vistano interior dos macrófagos 24 a 48 h após o início do sangramento.
· Contusões cutâneas logo após um traumatismo, a hemorragia aparece como uma área vermelho-azulada ou negro-azulada (hemoglobina desoxigenada). Início da degradação da hemoglobina e formação da Biliverdina e Bilirrubina tonalidade verde-azulada e amarelada e, com a formação da Hemossiderina, cor ferruginosa ou amarelo-dourada
Hemocromatose
· Hemossiderose sistêmica
· Aumento da absorção intestinal de ferro por defeito genético
· Falta de um mecanismo fisiológico de excreção (capacidade só é aumentada em caso de hemorragia)
· Aumento da absorção de ferro acúmulo em vários órgãos
· Excesso de ferro lesa as células por meio da formação de radicais livres e/ou liberação de enzimas hidrolíticas e ferro acumulado nos lisossomos
· Cirrose hepática
· Hipotrofia do pâncreas exócrino provoca diabetes “bronzeado”
PIGMENTO MALÁRICO
· Hemozoína
· Degradação da Hemoglobina ingerida pelo plasmódio durante o seu ciclo de vida nas hemácias
· Hemoglobina ingerida proteólise em vacúolos digestivos heme liberado é tóxico morte do parasito
· Heme sofre biomineralização e forma Hemozoína.
· Medicamentos no tratamento da Malária ligam-se ao heme durante a biomineralização impede a continuação do processo e o sequestro de novas moléculas de heme o acúmulo de heme que não é sequestrado leva à morte do parasito
PIGMENTO ESQUISTOSSOMÓTICO
· Origina-se do trato digestivo do Schistosoma a partir do sangue do hospedeiro
· Estruturalmente idêntico à Hemozoína.
MELANINA
· Do castanho ao negro
· Proteção contra radiação UV eficiência em absorver e dispersar fótons convertem sua energia em calor
· Ação antioxidante
· Absorção de calor
Indivíduos negros:
· Grânulos de melanina em:
· Maior quantidade
· Maior grau de melanização
· Maior tamanho
· Maior dispersão para os queratinócitos
· Degradação menor
Hiperpigmentação = Melanodermia
· Eufélides (sardas)
· Manchas senis
· Nevos
· Melanomas
· Causadas por medicamentos, anticoncepcionais orais, metais pesados, agentes quimioterápicos
Hipopigmentação = Leucodermia
ÁCIDO HOMOGENTÍSICO
Pigmento de cor castanho-avermelhada, amarelada, ocre que se forma em pessoas com Alcaptonúria (ocronose)
LIPOFUSCINA
Marcador de envelhecimento celular
Marrom
Resulta da peroxidação de material autofagocitado e acumulado em lisossomos
Corpos residuais lipofuscina resulta do desequilíbrio entre o processo de autofagocitose contínua e a incapacidade da célula de eliminar os resíduos da autodigestão
Órgãos afetados pelo acúmulo:
· Redução de volume
· Coloração parda
PIGMENTAÇÕES EXÓGENAS
ANTRACOSE
Inalação de carvão
Pigmentação exógena mais comum
Trabalhadores de minas de carvão e todo o indivíduo adulto morador em grandes ou médias cidades onde exista certo grau de poluição atmosférica
Pigmento de carvão inalado fagocitado pelos macrófagos alveolares transportado por vasos linfáticos linfonodos regionais
Única coloração negra no corpo
Patologia trabalhadores de minas de carvão = grande acúmulo do pigmento nos pulmões pode acompanhar-se de fibrose e levar a uma diminuição da capacidade respiratória
ARGIRIA
Deposição de sais de prata em tecidos
Impregnação mecânica da pele por partículas de prata em trabalhadores que lidam com esse metal e pessoas que usam brincos
CRISÍASE
Deposição de ouro nos tecidos
TAUAGEM
Pigmentação resultante da introdução de pigmentos insolúveis na derme, acidental ou propositalmente
CALCIFICAÇÕES
Patológica deposição de sais de cálcio em locais normalmente não calcificados
Lesão muito frequente não causa consequências graves
Tecido ósseo mineralizado calcificação se dá sobre o colágeno formação de matriz osteoide
Calcificações patológicas depósitos minerais sobre outros substratos celulares e extracelulares
CÁLCIO SÉRICO E CALCIFICAÇÃO
A precicipitação de sais de fosfato de cálcio é facilitada em meio alcalino
Ossos e dentes mais de 99% do Cálcio do organismo
Precipitação de sais de cálcio:
· Formação de cristais de hidroxiapatita
· Uma vez iniciada, a própria concentração de cálcio nos líquidos orgânicos é capaz de mantê-la (feedback positivo)
Mecanismos inibidores fisiológicos devem estar em constante operação para evitar precipitação
Concentração de Cálcio é maior nas mitocôndrias do que no restante do Citoplasma calcificação das mitocôndrias = perda da função
CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA
· Quando predominam fatores locais, como necrose
· Restos necróticos suscetíveis de deposição de cálcio (especialmente necrose caseosa, por coagulação e gordurosa)
· Infartos (necrose isquêmica) também podem calcificar-se
· Deposição de Cálcio se faz da periferia para o centro da lesão
· Trombos venosos podem se calcificar formando flebólitos
· Obstrução ductal (pâncreas e glândulas salivares)
· Psamomas forma peculiar de calcificação que ocorre em tumores
CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA
· Casos de hipercalcemia
· Cálcio reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas ocasiona, se não houver excreção adequada pelos rins, depósitos em outros locais
· Hipersecreção do Paratormônio (causa)
· Paratormônio eleva a calcemia estimula a atividade osteoclástica e a reabsorção óssea
· Doenças ósseas podem causar hipercalcemia
Órgãos com calcificação endurecidos e calcários – rangem ao corte com faca
Pulmão aspecto de esponja de banho (esponjas marinhas)
Rins nefrocalcinose (deposição nos túbulos) redução da função agrava a hipercalcemia
CALCINOSE IDIOPÁTICA
· Depósitos de calcificação geralmente cutâneos e frequentemente múltiplos
· Sem lesão prévia
· Níveis séricos normais de cálcio e fosfato
· Calcinose escrotal múltiplos nódulos duros que se formam na pele do escroto. 
PATOGÊNESE DA CALCIFICAÇÃO
Calcificação em artérias e valvas cardíacas
Tecidos necróticos e placas ateromatosas fosfolipídios são abundantes formação de microvesículas que podem fornecer um paralelo entre a calcificação distrófica e a calcificação fisiológica
Células musculares arteriais expressão de proteínas de GLA essas proteínas parecem inibir a diferenciação celular em direção à linhagem osteogênica (bloqueia BMP que induz miofibroblastos a se diferenciarem em osteoblastos) sem essa inibição células mesenquimais dos vasos viram células ósseas calcificação vascular
ASPECTOS CLÍNICOS
Maioria das vezes sem repercussões clínicas
Em vasos: alteração da pressão de pulso, aumento do risco de ruptura e de tromboembolia
CÁLCULOS
Cálculo massas sólidas, esféricas, ovais ou facetadas, compactas, de consistência argilosa e pétrea, que se formam particularmente na vesícula biliar e nos rins.
Litíase = sinônimo (nefrolitíase, colelitíase, etc)
Vesícula biliar: formam-se a partir de modificações na composição da bile precipitação de frações insolúveis em torno de um núcleo orgânico.
· Radiolúcidos (detectados em ultrassonografias)
· Causam obstrução e cólica biliar
· Pode causar pancreatite aguda (se a obstrução ocorrer abaixo da união com o ducto pancreático) obstrução da drenagem pancreática extravasamento de suco pancreático no órgão
Rins:
· Cálculos radiopacos (radiografia simples para detecção)
· Dependendo, do tamanho, é possível a passagem do cálculo pelas vias urinárias e, portanto, sua eliminação.
· Cólica renal
· Cálculos contendo cálcio pacientes com hipercalcemia
· Cálculos de fosfato de amônia e magnésio infecções por bactérias que produzem uréase que libera amônia
· Cálculos de cistina defeito genético resultando em cistinúria
Glândulas salivares:
· Sialolitíase
· Precipitação luminal de secreções ricas em cálcio formação de sialólitos.
ALTERAÇÕES DA CIRCULAÇÃO PARTE 1
ESTRUTURA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
Camada interna Endotélio
Camada média músculo (estriado cardíaco ou liso)
Camada externa Epicárdio/ Adventícia
Resistência periférica ao fluxo sanguíneo controlada pelas arteríolas controle da pressão arterial
Adaptações a variações de volemia:
· Distensibilidade dos vasos acomoda volumes maiores
· Constrição vascular reduz o compartimento para menores volumes
· Alternância dos territórios de perfusão na microcirculaçãoFLUXO SANGUÍNEO
Débito cardíaco depende da frequência cardíaca e do volume de sangue ejetado na sístole
Equilíbrio entre Débito cardíaco e Retorno venoso:
· Ação dos músculos esqueléticos
· Movimento respiratório
· Pulsação das artérias
· Valvas atrioventriculares, ventriculoarteriais e venosas (impedem fluxo retrógrado)
Mudanças na viscosidade sanguínea regulação das pressões intravasculares, fluxo e resistência ao fluxo nos vasos
Fluxo depende da variação de pressão entre os dois compartimentos e da resistência oferecida pelos vasos à passagem do sangue
Resistência periférica depende do calibre dos vasos e do seu comprimento
Fluxo laminar: diferentes estratos concêntricos movimentam-se um dentro do outro
Força de cisalhamento: atrito com a parede vascular
HEMORRAGIA
Saída de sangue dos vasos ou coração para o meio externo, para o interstício ou para as cavidades pré-formadas.
PETÉQUIAS Hemorragias puntiformes – diminutas e múltiplas áreas hemorrágicas (até 3mm) | defeitos qualitativos ou quantitativos em plaquetas
PÚRPURA Similar às petéquias, porém de maior tamanho (até 1cm)
EQUIMOSE Mancha azulada ou arroxeada, mais extensa que a púrpura (traumatismos)
HEMATOMA Sangue se acumula e forma tumoração (traumatismos)
HEMORRAGIAS EM CAVIDADES PRÉ FORMADAS:
HEMARTROSE Cavidade articular
HEMOPERICÁRDIO Pericárdio
HEMOTÓRAX Cavidade torácica
HEMOPERITÔNIO Peritônio
HEMOSSALPINGE Coleções sanguíneas na luz da tuba uterina
HEMATOMÉTRIO Coleções sanguíneas na cavidade uterina
HEMATOCOLPO Coleções sanguíneas na cavidade vaginal
HEMOBILIA Hemorragia no interior da vesícula biliar ou dos ductos biliares
EXTERIORIZAÇÃO DE HEMORRAGIAS POR ORIFÍCIOS:
EPISTAXE Sangramento pelas narinas
HEMOPTISE Pela tosse e Sistema Respiratório (em grande volume)
ESCARRO Pela tosse e Sistema Respiratório (discreta)
HEMATÊMESE Eliminação pela boca (sangue oriundo do sistema digestório e eliminado por vômito)
Eliminação pelo ânus:
· Melema: sangue digerido, fezes de cor escura (indica hemorragia em parte alta de sistema digestório)
· Hematoquezia: sangue não digerido, de cor vermelha
OTORRAGIA Pelo meato acústico externo
HEMATÚRIA Com a urina
METRORRAGIA Perda de sangue originado do útero fora da menstruação
MENORRAGIA/ HIPERMENORREIA Perda de sangue excessivo durante a menstruação
POLIMENORREIA Frequência/ tempo excessivo da mentruação
ETIOPATOGÊNESE
Hemorragias podem ser causadas por:
· Perda da integridade da parede vascular
· Alterações dos mecanismos de coagulação sanguínea
· Modificações qualitativas ou quantitativas das plaquetas
· Mecanismos complexos e ainda mal definidos
HEMORRAGIA POR LESÃO DA PAREDE VASCULAR
Pode ocorrer por ruptura ou por diapedese
Causa mais comum traumatismo causando ruptura (hemorragia por rexe)
Agente mecânico (causador de trauma) pode se associar a defeitos na resistência vascular ou na coagulação do sangue
Fragilidade vascular traumatismos mínimos causam hemorragia
Gengivorragia (sangramento na gengiva) pode ser o primeiro sinal de uma trombocitopenia (número reduzido de plaquetas no sangue) (agente mecânico associado à redução do número de plaquetas causando hemorragias)
Vasculites formação de exsudato inflamatório que leva à destruição da parede vascular causando sangramento
Hemorragia por diapedese: ocorre pela saída de sangue através de espaços entre as células endoteliais
HEMORRAGIA POR ALTERAÇÕES NA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA
Traumatismos pequenos com sangramento desproporcional à intensidade da lesão
Causas:
(1) Deficiência (congênita ou adquirida) de fatores de coagulação
(2) Excesso de anticoagulantes (endógenos ou exógenos)
Hemofilia doença congênita de deficiência de fatores de coagulação
Doença de von Wilebrand deficiência do fator de Wilebrand (mais frequente das hemorragias hereditárias)
Deficiências adquiridas:
· Carências (vitamina K cofator da síntese de fatores de coagulação no fígado)
· Doenças hepáticas (fatores de coagulação são sintetizados no fígado)
· Depleção de fatores de coagulação quando há ativação sistêmica da coagulação (coagulopatia de consumo redução dos fatores de coagulação consumidos em excesso)
· Coagulação intravascular disseminada (CID) a ativação sistêmica da coagulação consome seus fatores redução do fibrinogênio circulante aumento da quantidade de produtos de degradação de fibrina na circulação (que inibem fatores de coagulação)
· CID ocorre aumento da atividade fibrinolítica produtos de degradação da fibrina aumentam na circulação
HEMORRAGIA POR ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS E QUALITATIVA DE PLAQUETAS
Trombocitopenia redução do número
· Aplasia e infiltração neoplásica da medula óssea
· Síndrome mielodisplásica
· Hiperesplenismo
· Medicamentos substância fica adsorvida à plaqueta e induz a síntese de anticorpos que causam lise plaquetária por ativação do complemento
· Autoanticorpos
· Próteses valvares lise mecânica
Trombastenia alterações funcionais de plaquetas
· Uremia
· Cirrose hepática
Hemorragias graves número de plaquetas abaixo de 10 000/mm3
HEMORRAGIA POR MECANISMOS COMPLEXOS
Dengue hemorrágica pode levar ao choque
· Doença acompanhada por trombocitopenia
· Alterações funcionais na parede vascular induzidas por anticorpos contra antígenos do vírus que dão reação cruzada com células endoteliais
CONSEQUÊNCIAS
Perdas de sangue pequenas, porém, contínuas anemia
Sangramentos digestivos crônicos por úlceras ou neoplasias anemia
Perdas volumosas de sangue choque hipovolêmico
Hemorragia em centros nervosos vitais pode ser fatal, mesmo que pequena
Hemopericárdio impede a movimentação cardíaca (tamponamento cardíaco) por compressão extrínseca do coração
HEMOSTASIA
Hemostasia = parada ou cessação de um sangramento
Pode ocorrer naturalmente ou artificialmente
Espontânea envolve (1) parede vascular (2) plaquetas e (3) sistema de coagulação sanguínea
VASOCONSTRIÇÃO ARTERIOLAR
· Reação reflexa e imediata
· Ocorre após agressão de um vaso
TAMPÃO PLAQUETÁRIO
· Lesão endotelial fator de von Willebrand (na matriz subendotelial) fixado na matriz extracelular
· Plaquetas aderem ao local lesado por meio de ligação ao colágeno e ao fator de von Willebrand (adesão plaquetária) FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO
· Ativação plaquetária ocorre pela adesão das plaquetas e estímulos mecânicos reforçada pela Trombina gerada no processo de coagulação sanguínea, ADP do Endotélio e Tromboxano A2 produzido pelas plaquetas (fortalece sua adesão)
· Degranulação das plaquetas liberação dos produtos de seus grânulos para a coagulação sanguínea
Plaquetas ativadas alteração da sua forma ampliação da área de contato adição de fibrinogênio agregação plaquetária contração das plaquetas ficam mais aderidas entre si formação de uma massa sólida e resistente deposição de fibrina = estabilização do tampão plaquetário
COAGULAÇÃO DO SANGUE
Resulta de:
· Ativação da via intrínseca (exposição de colágeno subendotelial)
· Ativação da via extrínseca (fator tecidual liberado pelas células lesadas)
Endotélio lesado deixa de liberar NO e PGI2 (agentes anticoagulantes)
Rede de fibrina aprisiona leucócitos e hemácias (além de plaquetas) formação do coágulo (tampona a lesão vascular)
O coágulo é estabilizado pela formação de ligações cruzadas entre as moléculas de fibrina
Fim da hemorragia lise e destruição do coágulo por ação do sistema fibrinolítico e de células inflamatórias mecanismos de reparo de lesões teciduais
ALTERAÇÕES DA CIRCULAÇÃO PARTE 2
HIPEREMIA
É o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos em um órgão ou tecido, especialmente na microcirculação.
Maior volume de sangue na microcirculação resulta de:
(1) Aumento da velocidade do fluxo sanguíneo (hiperemia ativa)
(2) Redução da drenagem venosa por diminuição da velocidade do fluxo (hiperemia passiva/ congestão)
HIPEREMIA ATIVA
Vasodilatação arteriolar
Aumento do fluxo de sangue no local coloração avermelhada
Rubor facial de origem neurogênica, rubor que acompanha o exercício físico, hiperemia nas fases iniciais de uma inflamaçãoaguda
Causada por estímulos vasodilatadores neurogênicos (rubor facial) ou metabólicos (ADP e adenosina no exercício físico) e por mediadores inflamatórios vasodilatadores
HIPEREMIA PASSIVA/ CONGESTÃO
Drenagem venosa dificultada (1) diminuição do retorno venoso em consequência de obstrução localizada (trombose venosa) ou aumento da viscosidade sanguínea ou (2) redução do retorno venoso sistêmico ou pulmonar, como acontece na insuficiência cardíaca
ASPECTOS MORFOLÓGICOS
· Locais comprometidos tornam-se avermelhados
· Órgãos tumefeitos
· Mais brilhantes por causa do edema
· Microscopicamente dilatação das vênulas e capilares cheios de sangue; interstício expandido (edema)
HIPEREMIA PASSIVA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Insuficiência cardíaca direita hiperemia passiva em todo o organismo
Fígado: tumefeito, doloroso, mais vermelho e com as veias hepáticas dilatadas
Baço: acúmulo de sangue nos sinusoides e esplenomegalia discreta
Demais órgãos: aumento discreto de volume e coloração arroxeada
Insuficiência cardíaca esquerda hiperemia passiva nos pulmões + edema
Prolongada:
· Fígado degeneração hidrópica e esteatose dos hepatócitos
· Hepatócitos sofrem hipotrofia por compressão pela dilatação sinusoidal no centro
· Na periferia do lóbulo os hepatócitos ficam tumefeitos e comprimem os sinusoides
· O centro dos lóbulos fica mais escuro e a periferia mais clara
· Fígado em noz-moscada
· Baço esplenomegalia congestiva
· Pulmões favorece edema pulmonar e hemorragia por diapedese
HIPEREMIA PASSIVA DO BAÇO
Hipertensão portal causa hiperemia passiva esplâncnica crônica
Aumento do volume do órgão (esplenomegalia)
Aumento do número de macrófagos citopenia no sangue periférico (plaquetopenia, neutropenia e/ou anemia) hiperesplenismo
HIPEREMIA PASSIVA CRÔNICA NOS MEMBROS INFERIORES
Insuficiência cardíaca crônica
Insuficiência venosa por incapacidade valvular das veias e da bomba venosa das pernas para manter o retorno venoso.
Estase sanguínea edema que se acumula durante o dia
Surgimento de hemorragia por diapedese a longo prazo pigmentação hemossiderótica da pele (escurecimento)
Veias superficiais dilatam-se por incompetência das válvulas das veias perfurantes
A dilatação venosa e a lentidão do fluxo favorecem a formação de trombos nas veias profundas fonte mais importante de tromboembolia pulmonar
ALTERAÇÕES DA CIRCULAÇÃO PARTE 3
TROMBOSE
Solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas, em um indivíduo vivo
Coágulo formado após a morte, devido à parada da circulação sanguínea (moldes completos da estrutura onde se originaram, descolam-se facilmente)
Trombo: fosco, friável, aderido à parede do vaso
Coágulo: elástico, brilhante, não aderente
Sistema de Coagulação Sanguínea proteção; tampona eventuais sítios de fuga do sangue do interior dos vasos – pode dificultar ou impedir a circulação
Sistema Fibrinolítico regulador da coagulação;
ETIOPATOGÊNESE
Tríade de Virchow: (1) lesão endotelial; (2) alteração no fluxo sanguíneo; (3) modificação na coagulabilidade do sangue
LESÃO ENDOTELIAL
· Agressões podem tornar o Endotélio pró-coagulante (aumento da síntese de fatores de coagulação e ativadores de plaquetas, redução da sua capacidade anticoagulante, perda do revestimento contínuo dos vasos)
· Lesão estrutural: traumatismos, agressões químicas, inflamações e ateromas. Membrana basal fica exposta (é sobre ela que as plaquetas se aderem e são ativadas) inicia a formação do trombo. Ativação da cascata de coagulação sanguínea
· Alterações funcionais: sem destruição de células endoteliais. Modificação do balanço entre fatores pró e anticoagulantes, favorecendo trombose hipertensão arterial, diabetes melito, hipercolesterolemia, tabagismo e ateromas
ALTERAÇÕES NO FLUXO SANGUÍNEO
· Velocidade do sangue (aumento ou redução)
· Turbulência do fluxo (turbulento ou laminar)
· Turbulência ou modificação da velocidade do fluxo endotélio torna-se ativado desaparece o fluxo laminar
AUMENTO DA COAGULABILIDADE DO SANGUE
· Aumento do número de plaquetas, maior disponibilidade de fatores pró-coagulantes, redução de inibidores da coagulação
· Traumatismos, queimaduras, cirurgias extensas e outras agressões teciduais liberação de tromboplastina ativa a via extrínseca de coagulação
· Redução de fatores inibidores da coagulação, (1) perda urinária ou (2) síntese anormal
CONSEQUÊNCIAS
Obstrução total ou parcial da luz do vaso ou das câmaras cardíacas
Trombo pode sofrer dissolução ou organização
Trombos recentes muitas vezes sofrem dissolução (trombólise) espontânea pelo sistema fibrinolítico
Se não dissolvidos, sofrem conjuntivização ou calcificação
Pode haver proliferação endotelial que origina canais que permitem o fluxo de sangue através do trombo (recanalização do trombo)
Colonização bacteriana ou fúngica (endocardite, tromboflebite e endarterite)
Obstrução arterial pelos trombos leva a isquemia
Obstrução venosa reduz a drenagem sanguínea, provocando hiperemia passiva e edema
COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA
Resulta da ativação sistêmica da coagulação sanguínea
Formação de trombos múltiplos especialmente na microcirculação (de fibrina)
Rins, pulmões, encéfalo, coração e glândulas endócrinas
Ativação difusa do sistema fibrinolítico consumo de fibrinogênio e de outros fatores de coagulação HEMORRAGIA SISTÊMICA
Dados para diagnóstico queda abaixo de 50% do Fibrinogênio, diminuição do número de plaquetas e aumento de fibrinopeptídeos circulantes
EMBOLIA
Obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido, líquido ou gasoso na circulação que não se mistura com o sangue ou a linfa
EMBOLIA SÓLIDA
Fragmentos de trombos ou de tecidos
Tromboêmbolos origem na fragmentação de trombos
EMBOLIA PULMONAR
· Êmbolos nos pulmões
· Origem em trombos nas veias profundas dos membros inferiores
· Podem obstruir o tronco da artéria pulmonar
· Êmbolo a cavaleiro quando está na bifurcação do tronco pulmonar
· Embolia em ramos menores da artéria pulmonar dor torácica e desconforto respiratório, sobrecarga do VD
· Êmbolos pequenos e pouco numerosos embolia pulmonar geralmente é discreta e não tem repercussão clínica artérias brônquicas são capazes de suprir o território eventualmente privado de sangue
· Êmbolos em ramos médios da artéria pulmonar em pulmões com hiperemia passiva infarto vermelho (na insuficiência cardíaca que causa essa hiperemia passiva a pressão no ramo da artéria brônquica é insuficiente para movimentar o sangue no território capilar – redução da velocidade circulatória)
OUTRAS EMBOLIAS SÓLIDAS
· Embolia cerebral trombos cardíacos ou nas artérias que irrigam o Encéfalo; lesões isquêmicas, AVCs
· Embolia mesentérica trombos cardíacos ou da aorta; isquemia e infarto intestinais
· Embolia paradoxal: defeito cardíaco septal que resulta em shunt direito-esquerdo êmbolos vindos das veias ou do coração direito provocam embolia sistêmica (forame oval patente com hipertensão pulmonar)
· Ateroembolia fragmentos de placas ateromatosas
EMBOLIA GASOSA
Bolhas de gás no sangue que obstruem o fluxo sanguíneo
SÍNDROME DA DESCOMPRESSÃO
· Formação de bolhas de ar quando um indivíduo submerso em grande profundidade retorna à superfície
· Pressão atmosférica elevada aumenta a solubilidade do Nitrogênio do ar inspirado no sangue pressão atmosférica cai, Nitrogênio volta ao estado gasoso e forma êmbolos
EMBOLIA POR LÍQUIDOS
EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO
· Contrações uterinas que forçam a passagem do líquido para o interior das veias uterinas durante o trabalho de parto
· Líquido amniótico tem atividade pró-coagulante formação de microtrombos disseminados
EMBOLIA GORDUROSA
· Infusão inadequada de substâncias oleosas na circulação sanguínea
· Esmagamento do tecido adiposo ou da medula óssea amarela em politraumatismos
· Lise de hepatócitos com esteatose acentuada, causando migração de gorduras para as veias hepáticas
ISQUEMIA
Redução ou falta de fluxo sanguíneo para um órgão ou território do organismo
Surge hipóxia ou anoxia
Pode comprometer vários órgãos simultaneamente
Redução da luzdo vaso (na maior parte das vezes)
CAUSAS
OBSTRUÇÃO ARTERIAL
· Principal causa
· Obstáculos intravasculares, compressão extrínseca, espasmos da parede arterial
· Ateroesclerose, trombose arterial, embolia e arterites
· Mais acentuada em regiões limítrofes de irrigação por artérias distintas (cérebro e intestino grosso)
OBSTRUÇÃO DA MICROCIRCULAÇÃO
· Aumento da viscosidade sanguínea (policitemias e anemia falciforme), coagulação intravascular disseminada, compressão extrínseca, embolia gasosa ou gordurosa
OBSTRUÇÃO VENOSA
· Trombose ou compressão extrínseca
· Se interrompe o retorno venoso e aumenta a pressão hidrostática da microcirculação fluxo sanguíneo comprometido e pode cessar (se a pressão se igualar à arterial) isquemia associada a hiperemia passiva
CONSEQUÊNCIAS
Redução no fornecimento de oxigênio (hipóxia), capaz de provocar necrose (infarto)
Quanto mais extensa, mais grave
Adaptação dos tecidos à isquemia:
· Degenerações (hidrópica)
· Células tendem a hipotrofiar e seu número reduz por apoptose
· Aumento da produção de MEC, instalando-se fibrose
INFARTO
Área localizada de necrose isquêmica, por interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso
INFARTO BRANCO
A região afetada fica mais clara (branca ou amarelada)
Obstrução arterial em territórios sem ou com escassa circulação colateral
Coração, Encéfalo, Rins, Baço
INFARTO VERMELHO
A região comprometida adquire coloração vermelha em razão da hemorragia que se forma na área infartada
Pode ser causado tanto por obstrução arterial quanto venosa
Órgãos com estroma frouxo e/ou com circulação dupla ou com rica rede de vasos colaterais
Pulmões, Intestinos, Ovário, Testículo, Tumores pediculados (pólipos)
ASPECTOS MORFOLÓGICOS
Lesão de forma piramidal (ou em cone) – vértice em correspondência com o local da obstrução vascular e a base na região periférica
Infartos brancos nas margens muitas vezes forma-se um halo hiperêmico-hemorrágico
SNC infartos brancos aparecem como amolecimentos devido ao caráter liquefativo da necrose
CONSEQUÊNCIAS
Os infartos evoluem para cura com cicatrização, que pode ser completa ou incompleta com formação de cistos (comum no SNC)
Podem complicar-se com colonização e proliferação de bactérias, originando abcessos ou gangrena
EDEMA
Acúmulo de líquido no Interstício ou em cavidades pré-formadas do organismo
A produção, circulação e reabsorção do líquido intersticial dependem de forças geradas na microcirculação e na MEC (forças de Starling)
A força de filtração gera um filtrado que contém água, eletrólitos e pequenas moléculas que passam junto com a água nos espaços interendoteliais
Macromoléculas passam em pequena quantidade através de poros endoteliais e de transcitose
Macromoléculas do filtrado são reabsorvidas pelos vasos linfáticos
O líquido acumulado na MEC ou em cavidades pré-formadas pode ser de dois tipos:
(1) Transudato – constituído por água e eletrólitos e pobre em células e proteínas edemas originados por desequilíbrio das forças de Starling, maior filtração do que a capacidade de reabsorção
(2) Exsudato – rico em proteínas e/ ou células inflamatórias formado quando a permeabilidade vascular está aumentada – inflamações, traumatismos, vasos malformados, etc
Hidroperitônio (ascite), hidropericárdio, hidrotórax, hidrarto, hidrocele (cavidade escrotal), etc
ETIOPATOGÊNESE
1- Aumento da pressão hidrostática vascular
2- Redução da pressão oncótica do plasma
3- Aumento da permeabilidade vascular
4- Bloqueio da circulação linfática
EDEMA LOCALIZADO
Causas locais que alteram as forças de Starling ou que interferem na drenagem linfática
AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR
· Em inflamações agudas
· Ação de mediadores inflamatórios que aumentam a permeabilidade
· Saída de macromoléculas para o Interstício aumento da pressão oncótica da MEC
· Edema angioneurótico: surge rapidamente após exposição a um alérgeno (caráter hereditário), embora a reação não seja mediada por IgE (deficiência congênita no inibidor do C1 do complemento – pequena quantidade de imunocomplexos formados é suficiente para ativar o C1 que, não sendo inibido, ativa C4 e C2, com a liberação de C2a causando aumento da permeabilidade vascular)
AUMENTO DA P. HIDROSTÁTICA SANGUÍNEA
· Aumento da pressão intravascular em veias e vênulas
· Obstrução das veias por trombos ou compressão extrínseca, ou por insuficiência de válvulas venosas (varizes)
· Obstrução venosa território drenado apresenta hiperemia passiva e edema
REDUÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA
· Obstrução de vasos linfáticos (linfedema)
· Mais duro – falta de drenagem de proteínas do líquido intersticial aumenta a consistência do tecido
· Evolui com deposição de matriz extracelular estimulada por proteínas acumuladas – comum haver fibrose
· Elefantíase aumento exagerado dos órgãos acometidos por edema linfático crônico
· Causas: erisipela, infiltração neoplásica, retirada de linfonodos regionais, tratamento radioterápico, parasitas no interior dos vasos (filariose)
EDEMA PULMONAR
· Ocorre por aumento da pressão nas veias pulmonares e/ou por aumento da permeabilidade capilar
· Aumento da pressão passagem de líquido para os alvéolos insuficiência respiratória, dispneia intensa e eliminação de fluido espumoso e rosáceo pela boca
ASCITE NA HIPERTENSÃO PORTAL
· Obstrução do fluxo do sangue na veia porta
· Aumento da pressão hidrostática a montante
· Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal (ascite)
· Causada por hipertensão portal de qualquer etiologia. Trombose das veias hepáticas, cirrose hepática, fibrose hepática, obstrução da veia porta por trombose
EDEMA GENERALIZADO
Situações de insuficiência cardíaca, hipoproteinemia, etc (edema generalizado desde o início)
Edema inicialmente localizado pode se tornar generalizado
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
· Insuficiência cardíaca direita edema nos membros inferiores que tende a se generalizar
· Dificuldade do retorno venoso sistêmico, aumento generalizado da pressão hidrostática sanguínea
· Ativação de mecanismos reguladores que tentam restaurar a volemia diminuída pela saída de água para o interstício
Saída de líquido dos vasos redução do retorno venoso redução do débito cardíaco redução da pressão nas arteríolas aferentes dos glomérulos estimula células produtoras de renina ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona a angiotensina II é vasoconstritora e estimula a liberação de aldosterona aldosterona aumenta a reabsorção de sódio nos túbulos renais retenção de mais água na circulação renal (por osmose) aumento da osmolaridade no plasma hipotálamo estimula a liberação de ADH aumenta a reabsorção de água nos túbulos renais edema permanece e o líquido tecidual tende a aumentar
HIPOPROTEINEMIA
· Redução da quantidade de proteínas plasmáticas por diminuição da albumina
· Redução da pressão oncótica do plasma diminui a reabsorção do fluido intersticial, que se acumula de modo sistêmico
· A retenção de líquido nos tecidos diminui a volemia, o que ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, contribuindo para agravar o edema
EDEMA RENAL
· Desequilíbrio glomérulo-tubular redução da filtração glomerular com manutenção da reabsorção tubular, promovendo retenção de água e sódio
· Sódio difunde-se na matriz extracelular e aumenta a retenção de água, agravando o edema
CHOQUE
Distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir a perfusão sanguínea ao organismo, o que resulta em hipóxia generalizada
Pode ser provocado por:
· Falência da bomba cardíaca
· Redução da volemia
· Aumento do compartimento vascular
· Falência no enchimento do ventrículo esquerdo
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
· Redução aguda e intensa do volume circulante, por perda de líquidos
· Hemorragia, vômitos, diarreia, queimaduras, dengue
CHOQUE CARDIOGÊNICO
· Insuficiência cardíaca aguda, especialmente do VE
· Perda da massa miocárdica e redução da capacidade de ejeção ventricular acima de 80%
· IAM, miocardites agudas, ruptura de válvulas cardíacas ou do músculo papilar
CHOQUE DISTRIBUTIVO· Vasodilatação arteriolar periférica
· Queda da resistência vascular periférica, inundação de capilares e redução drástica do retorno venoso
· Choque anafilático – liberação rápida de histamina que provoca vasodilatação arteriolar, queda da pressão arterial, inundação do leito capilar e diminuição do retorno venoso
· Choque séptico – resposta sistêmica que o organismo monta contra invasores biológicos (infecções) ou por lesões teciduais causadas por agentes físicos ou químicos
CHOQUE OBSTRUTIVO
· Restrição no enchimento das câmaras cardíacas esquerdas de instalação súbita
· Embolia pulmonar maciça e hidro ou hemopericárdio agudos

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