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Maria Fernanda Moncorvo – T5 1 : - Patologia: parte da medicina que estuda as origens, sintomas e natureza das doenças; refere- se as causas subjacentes e fatores responsáveis pelo início e progressão da doença - Fisiopatologia: estudo do comportamento funcional das doenças, observado quando são alteradas as funções orgânicas do corpo, permitindo conhecer o mecanismo de ação das doenças e chegar a suas origens - Saúde: um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade - Doença: estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico e social em que vive, de modo que o indivíduo se sente bem e não apresenta sinais ou alterações orgânicas; agressão X adaptação celular - A instalação de uma doença depende de fatores: • Agente patológico: patogenicidade do agente nocivo; intensidade e duração do estímulo patológico • Hospedeiro: da capacidade de adaptação (susceptibilidade genética) do hospedeiro História Natural da Doença: - Causas → período de incubação (sem manifestações) → período prodrômico (sinais e sintomas inespecíficos) → período de estado (sinais e sintomas típicos) → evolução (cura com ou sem sequela, cronificação, complicações ou óbito) - Etiologia: causa da doença, podendo vir de uma causa genética ou algo adquirido - Agentes etiológicos: - Patogenia/ Patogênese: se refere a sequência de eventos celulares, bioquímicos e moleculares que decorrem da exposição das células ou tecidos a um agente lesivo - Sinais: são manifestações clínicas visíveis e perceptíveis pelo profissional, através de seus sentidos naturais - Sintomas: manifestações subjetivas percebidas pelo paciente e relatadas ao profissional - Sintomatologia: conjunto de sinais e sintomas - Morfologia macroscópica: cor, consistência, forma - Morfologia microscópica: alterações patológicas celulares e de tecido Processos Fisiopatológicos I Maria Fernanda Moncorvo – T5 2 - Lesão celular: conjunto de alterações bioquímicas e morfológicas que podem ocorrer quando o estado de homeostasia é perdido devido ao efeito de uma agressão → natural ou não - Fatores que determinam se a célula se adapta ou sofre a lesão: o tipo de agente agressor, tempo e intensidade de exposição - Etiologia da lesão celular: • Hipóxia: privação de oxigênio reduzindo a reposição oxidativa aeróbica. Ex: DPOC • Agentes físicos: traumas, temperatura, variação da pressão, radiação • Agentes químicos: poluentes, drogas, inseticidas • Agentes biológicos: vírus, bactérias, fungos, parasitas • Reação imunológica: auto antígenos, endógenos • Alterações genéticas: doenças congênitas, mutações • Desequilíbrios nutricionais: deficiências e excesso nutricional - Resposta à agressão: • Nem toda agressão resulta em alteração morfológica da célula • A alteração só aparece quando as alterações moleculares e morfológicas são suficientemente importantes para modificar a estrutura das células e dos tecidos • A célula possui um ponto de reversibilidade que indica se ela se recuperará ou se deverá ter morte celular programada ➔ apoptose/ necrose - Mecanismos de defesa: • Barreiras mecânicas e químicas • Resposta imune inata e adaptativa • Reação inflamatória • Sistema de reparo de DNA • Sistemas enzimáticos detoxificantes e antioxidantes - Mecanismos gerais de lesão: • Privação de oxigênio (depleção de ATP • Influxo de cálcio de perda da homeostase do cálcio • Acumulo de radicais livres derivados do oxigênio (estresse oxidativo) • Lesão da membrana plasmática • Lesão mitocondrial - Depleção do ATP: • Causa fundamental da morte celular • Se a concentração de ATP nas células e nos tecidos diminuir, consequentemente haverá diminuição de todos os mecanismos listados gerando a lesão celular Maria Fernanda Moncorvo – T5 3 • A diminuição do ATP pode gerar edema celular, alteração do metabolismo e queda na síntese proteica - Edema celular: • A falta de O2 na célula gera fosforilação oxidativa → sem O2 a célula não produz ATP • A falta de O2 estimula a glicose anaeróbia, o que acaba com o estoque de glicogênio no organismo produzindo ácido lático diminuindo o pH da célula • A diminuição do pH causa a condensação da cromatina • A concentração de Na é muito maior no meio extra do que no meio intra → tendência natural do Na de entrar na célula • O sódio possui um alto poder osmótico, de forma que a água sempre o acompanhe ➔ a água entra na célula por difusão simples de forma que o sódio e a água se acumulem dentro da célula formando o EDEMA CELULAR • O edema pode causar um maior problema a célula e levar a apoptose ou necrose - Lesão isquêmica: • A restauração rápida do fluxo sanguíneo para os tecidos isquêmicos pode promover a recuperação de células, se elas forem reversivelmente lesadas, mas também pode exacerbar a lesão e causar morte celular • A reperfusão tecidual em contato com o tecido que sofreu o processo lesivo gera radicais livres - Dano Mitocondrial: • As lesões na mitocôndria levam a um aumento na permeabilidade mitocondrial • Se a permeabilidade das membranas da mitocôndria é aumentada há uma maior liberação de produtos de dentro da mitocôndria para o citosol ➔ pode causar lesão celular - Lesão por liberação de radicais livros do O2 (ERO): • São espécies químicas que têm um único elétron não emparelhado em um orbital externo • Os elétrons não emparelhados são altamente reativos e “atacam” e modificam moléculas adjacentes, tanto substâncias inorgânicas quanto orgânicas — proteínas, lipídios, carboidratos, ácidos nucleicos • Estresse oxidativo: ocorre quando a geração de ERO excede a capacidade do corpo de neutralizar estas moléculas - Como de forma ERO: • Lesão isquemia reperfusão • Lesão química ou radiação • Envelhecimento celular • Morte de microorganismos durante a inflamação • Doenças degenerativas • Câncer - Como se remove ERO: • Antioxidantes - bloqueiam ou inativam (glutadiona - citosol e vitaminas E e A, ácido ascórbico • Ferro e cobre - livre (doam elétrons) - catalisam o ERO • Óxido nítrico • Enzimas: Catalase - no peroxissomos Maria Fernanda Moncorvo – T5 4 • Superóxidos dismutases - citosol e mitocôndria - Quando há aumento de Cálcio: • Surgirão efeitos patológicos extremamente lesivos para as células • Haverá a ativação de uma série de enzimas que levarão ao início de diversos processos metabólicos: o ATPases: enzimas que dão início a uma série de processos metabólicos e irão gastar energia para isso, portanto os níveis de ATP dessa célula irão diminuir o Fosfolipases: enzimas que degradam lipídeos e irão prejudicar a integridade da membrana → célula entra em processo pró-apoptótico o Proteases: enzimas que degradam proteínas das células de forma que a célula passe a perder sua função o Endonucleases: enzimas que degradam o DNA em pontos inespecíficos ➔ problemas na cromatina e lesão no DNA - Acúmulo de radicais livres: • Esse acúmulo é decorrente de processos inflamatórios e metabólicos que gera falhas nos mecanismos naturais das células • As moléculas que possuem EROS são moléculas muito instáveis que procuram se estabilizar se ligando a outras moléculas • Quando essas moléculas instáveis se ligam a outras moléculas, acabam desestabilizando outras moléculas • Essa nova molécula instabilizada procura outra molécula para se estabilizar gerando uma lesão em cadeia • Ao invés de alguma molécula especifica entrar na célula e exercer a sua função naturalmente, os radicais livres se ligam a lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos de forma que eles exerçam as suas funções erroneamente - Consequências da lesãode permeabilidade à membrana: • A abertura dos poros de transição de permeabilidade mitocondrial leva a diminuição do ATP e a liberação de proteínas que disparam estímulos para a morte celular por apoptose • Perda do equilíbrio osmótico da célula e influxo de líquidos e íons, assim como a perda do conteúdo celular • Lesão as membranas dos lisossomos: liberação de enzimas digestivas que promovam a disgestão enzimática de proteínas, RNA, DNA e glicogênio Maria Fernanda Moncorvo – T5 5 - Degeneração celular: é o acúmulo de substâncias por alterações metabólicas no citoplasma ou nas organelas das células afetadas - Existem 4 tipos de degeneração celular: degeneração hidrópica, gordurosa, hialina e por acúmulo de carboidratos - Degeneração Hidrópica: • Caracteriza-se pelo acúmulo de água no citoplasma, processo de tumefação celular (edema intracelular) • É vista com frequência nas células parenquimatosas, principalmente no rim, fígado e coração • Patogenia: ocorre devido a diminuição na síntese de ATP ou por alto consumo de ATP, consequentemente a bomba de Na/K começa a falhar (por não ter ATP suficiente para se realizar). Ocorre uma retenção de Na no citoplasma, deixando escapar K+ e com isso há um aumento de água citoplasmática e consequentemente inchaço da célula • Agentes capazes de provocar a degeneração hidrópica: o Hipóxia e desacopladores da fosforilação oxidativa o Hipertermia o Agressões geradas por radicais livres o Substância inibidoras da bomba Na+/K+/ATPase - Macroscopicamente: • Aumento no peso e volume dos órgãos, coloração pálida – compressão de pequenos vasos, perda do brilho - Microscopicamente: • Óptica (MO) o Leve: células tumefeitas, citoplasma de aspecto granuloso e redução da eosinofilia o Avançada: células com vacúolos de água no citoplasma, podem se apresentar balonizadas • Eletrônica (ME): bolhas na membrana basal celular, aumento de volume RE, expansão câmara mitocondrial e contração da matriz, condensação da cromatina - Degeneração Gordurosa (esteatose): • Acúmulo de gorduras neutras (TGs) em células parenquimatosas (fígado, rins, miocárdio, músculo esquelético e pâncreas) • Etiopatogênese: alterações no metabolismo de AGs o ↑ captação ou síntese o ↑ transporte o ↓ oxidação o ↓ proteica • Mecanismos de esteatose hepática por excesso de consumo alcoólico Maria Fernanda Moncorvo – T5 6 - Macroscopicamente: • Aumento no peso e volume de órgãos afetados, aspecto brilhante e coloração amarelada, consistência amolecida - Microscopicamente: • Vacúolo de lipídeos no citoplasma com expansão de volume e deslocamento do núcleo para a periferia - Degeneração Hialina: • Ocorre devido a excreção de proteínas nas glomerulopatias, as proteínas filtradas no glomérulo são endocitadas pelas células do epitélio tubular • Acúmulo de material proteico no interior das células • Ocorre por: o Condensação de filamentos de proteína citoesqueleto o Acúmulo de proteínas virais o Proteínas endocitadas - Degeneração Hialina/ Corpúsculo Mallory: • Etilismo crônico • Esteatohepatite não alcoólica • Carcinoma hepatocelular • Estresse oxidativo forma os agregados de proteínas através de peroxidação - Corpúsculo de Councilman – Rocha Lima: • Hepatócitos em apoptose • São encontrados em hepatites virais, especialmente na febre amarela - Corpúsculo de Russell: presente nos plasmócitos e localizados na proximidade de certos cânceres - Amiloidose (alteração hialina): • Síndrome agrupando diversas patologias que cursam com depósito intersticial de substância hialina amorfa, causando isquemia e atrofia das estruturas adjacentes → causa hereditária ou inflamatória • Etiologia: associada a diversas doenças hereditárias e inflamatórias nas quais depósitos extracelulares de proteínas fibrilares são responsáveis por dano tecidual e comprometimento funcional o Com o acúmulo progressivo, os depósitos invadem e produzem atrofia por pressão das células adjacentes • Patogenia: resulta da dobradura anormal de proteínas que se tornam insolúveis, agregadas, e se depositam como fibrilas nos tecidos extracelulares • Constituição física do amilóide: técnica vermelho do congo - Tipos de amilóide: • Amilóide AL: tipo mais comum de amiloidose sistêmica; monômeros são fragmentos de cadeias leves de Ig; produção exarcebada + defeito degradação das cadeias leves • Amilóide AA: presente em doenças inflamatórias crônicas infecciosas e não infecciosas; degradação incompleta da SAA gerando moléculas insolúveis de AA • Β – Amiloide: encontrado no Alzheimer; material amiloide forma as placas senis Maria Fernanda Moncorvo – T5 7 - Lesões celulares que não conseguem voltar a homeostasia celular e sofrem morte celular - Morte celular: Perda irreversível das atividades integradas da célula com consequente incapacidade da manutenção de seus mecanismos de homeostasia - Necrose: expressão morfológica de morte celular ocasionada pela desnaturação de proteínas e digestão enzimática da célula letalmente lesada • Lesão progressiva que leva a ruptura de organelas liberando conteúdo citoplasmática, ativando mecanismos de inflamação ➔ primeiro morre depois inflama • Alterações nucleares: condensação da cromatina (picnose) → fragmentação da cromatina (cariorrexe) → núcleo claro por conta da lise (cariólise) - Alterações morfológicas na necrose: • Citoplasma: eosinofílico, aspecto vítreo e presença de vacúolos • Núcleo: picnose, cariorrexe, cariólise - Apoptose: forma mais generalizada de morte celular na qual a célula é induzida por um programa de suicídio regulado que não promove a inflamação • As células que sofrem apoptose são eliminadas silenciosamente ➔ através da ativação de caspases, que além de degradarem outras proteínas, ativam nucleases que contribuirão para promover a completa lise estrutural • Morte programada • Fisiológica, mas pode ser patológica • MP permanece integra • laNão é acompanhada de resposta inflamatória - Causas fisiológicas da apoptose: • Destruição programada das células durante a embriogênese e metamorfose • Involução dos tecidos dependentes de hormônios nos adultos • Eliminação celular em populações celulares em proliferação • Morte das células que já cumpriram seu proposito - Causas patológicas: • Lesão celular • Atrofia patológica dos órgãos parenquimatosos após a obstrução ductal • Atrofia patológica de tecidos hormonais dependentes • Morte celular induzida pelas células T citotóxicas - Características Morfológicas: • Retração celular • Condensação e fragmentação da cromatina • Formação de bolhas citoplasmáticas e fragmentação dos corpos apoptóticos Maria Fernanda Moncorvo – T5 8 • Fagocitose de células ou corpos apoptóticos por células saudáveis adjacentes ou macrófagos - Características Bioquímicas: • Degradação de proteínas ocorre por uma família de proteases – caspases. Ativam a DNAases que degradam o DNAnuclear • Clivagem internucleossomal do DNA em fragmentos • Alterações da MP permitem o reconhecimento das células apoptóticas - Processo apoptótico: - Inicialmente a célula diminui - A diminuição do volume da célula se dá pelo carreamento de água para fora da célula devido ao efluxo de potássio - O núcleo tende a se fragmentar e há o colapso de elementos do citoesqueleto com frequência fazendo com que as demais organelas se conglomerem em um canto do citoplasma - O citoplasma ainda com as organelas pode se fragmentar em vários corpos apoptóticos - Apoptose Via Intrínseca (mitocondrial): • É ativada quando há privação de sinais de sobrevivência, lesão no DNA ou por proteínas mal dobradas • O que determina se acélula vai ou não entrar em apoptose é a permeabilidade da membrana da mitocôndria • As proteínas da família BCL2 são responsáveis por regular a permeabilidade da membrana e manter a sua integridade • Se a permeabilidade da membrana for alterada, proteínas pró- apoptóticas e caspases são liberadas para o citosol levando a célula para a morte celular • Quando a célula passa por um estresse, as proteínas da família BCL2 alteram a permeabilidade da membrana abrindo canais na membrana da mitocôndria e permitindo que haja o extravasamento de enzimas pró- apoptóticas que ajudam na ativação da caspase fazendo com que a célula entre em apoptose - Via extrínseca: • O receptor de morte da célula se liga a uma proteína adaptadora que acopla procaspase8, ativando-a • A ativação da procaspase8 em caspase8 leva a ativação de caspases efetoras desencadeando mecanismo de apoptose • OBS: as caspases 8 e 9 culminam na ativação das caspases 3,6 e 7 que iniciam o processo de apoptose Maria Fernanda Moncorvo – T5 9 - Morte ocorrida em organismos vivos seguida de autólise → suas próprias enzimas digerem as suas estruturas celulares - Perda da integridade da membrana que causa o extravasamento dos conteúdos celulares do meio intra para extra até a lise da célula - Dissolução das células por degradação enzimática originada dos lisossomos - Lesão progressiva que leva a ruptura de organelas liberando conteúdo citoplasmática, ativando mecanismos de inflamação ➔ primeiro morre depois inflama - Sempre patológico - Processo necrótico: • Inicialmente a célula aumenta • O aumento do volume da célula se dá por conta do déficit da produção de O2 e ATP, gerando falha na bomba que ejeta o sódio para fora da célula • Começam a ocorrer diversas alterações nucleares que geram a condensação da cromatina • Autólise seguida de inflamação • Gera inflamação por conta do rompimento da membrana das células • Os lisossomos perder a capacidade de conter as hidrolases no seu interior e estas saem para o citosol • Hidrolases são ativadas pela alta concentração de cálcio • Hidrolases capazes de digerir todos os substratos celulares • Liberadas alarminas, que são reconhecidas em receptores celulares e desencadeiam uma reação inflamatória - Macroscopicamente: grandes áreas de um tecido ou mesmo um órgão inteiro pode ser afetado; padrões diferentes, mas mecanismos similares - Microscópico: • alteração no citoplasma e no núcleo • desnaturação de proteínas e digestão de componentes intracelulares pela ação enzimática • incapacidade de manter integridade de membranas e liberação de seus conteúdos no meio externo = inflamação • aumento de eosinofilia citoplasmática por conta de proteínas desnaturadas e RNA • aspecto vítreo → partículas de glicogênio • figuras de mielina Tipos de Necrose: - Necrose de Coagulação: • interrupção do suprimento sanguíneo e desnaturação proteica • isquemia • permanência da arquitetura básica dos tecidos • bloqueio proteólise • macroscopicamente é possível perceber uma área esbranquiçada e saliente no órgão • microscopicamente o citoplasma fica totalmente granuloso e rosa, ausência de núcleo, presença de células inflamatórias; cariólise • ex: infarto do miocárdio - Necrose Liquefativa: • Resultado da digestão das células pelas suas próprias enzimas • Comum em infecções fúngicas e bacterianas ➔ presença de Maria Fernanda Moncorvo – T5 10 leucócitos gerando resposta inflamatória e ação de enzimas • O material necrótico é frequentemente amarelo-cremoso devido à presença de leucócitos mortos (pus) • Ex: abcesso - Necrose Gangrenosa: • Resulta comumente da falta de irrigação sanguíneo dos membros inferiores ou do intestino • Gangrena é uma necrose que sofreu ação do ar e/ou de bactérias • Frequência em portadores de diabetes mellitus ou insuficiência arterial periférica de outras causas, como aterosclerose ou tromboangite obliterante • Pode ter aspecto seco ou úmido • A necrose gangrenosa seca microscopicamente se apresenta como uma necrose por coagulação • A necrose gangrenosa úmida microscopicamente se apresenta como uma necrose liquefativa - Necrose Caseosa: • Se apresenta macroscopicamente como uma massa branca, semelhante a um queijo • Encontrada com frequência em casos de infecção pulmonar tuberculosa • Presença de massa celular amorfa e acidófila chamada de granulomas - Necrose Gordurosa: • Acontece em áreas focais de destruição gordurosa ➔ peritônio e pâncreas • Apresenta macroscopicamente pontos conhecidos como “pingos de vela” • Forma de necrose que acomete os adipócitos • Geralmente causada por extravasamento de lipases e digestão de gorduras ➔ resultado da ação de enzimas (lipases) que destroem a própria estrutura • Ou por traumatismo do tecido adiposo, que ocasionam ruptura dos adipócitos - Necrose Fibrinóide: • Se caracteriza pela deposição de fibrina e de material proteico na parede das artérias • Acontece na parede dos vasos sanguíneos em decorrência de reações imunes • O antígeno e o anticorpo se juntam formando imunocomplexos e acabam por se juntar na fibrina extravasada do vaso ➔ imunocomplexos são depositados nas paredes das artérias - Necrose Gomosa: • Variedade de necrose por coagulação • O tecido necrosado assume aspecto compacto e elástico como borracha (goma), ou fluido e viscoso • É encontrada na sífilis tardia (goma sifilítica) Maria Fernanda Moncorvo – T5 11 - Formação ou acúmulo de pigmentos nos diversos tecidos do organismo, podendo ser um processo fisiológico ou patológico - Os pigmentos desse processo podem ser endógenos ou exógenos - O acúmulo anormal de pigmento nos tecidos indica que a célula sofreu agressões - Portanto, uma pigmentação anormal é um sinal de perda da homeostase celular - Pigmentos endógenos: são produzidos por meio da atividade metabólica das células do próprio organismo - Melanina: • Os melanócitos secretores são as células responsáveis pela produção de melanina após a embriogênese • A melanina é produzida e armazenada nos melanossomas e posteriormente é transferida para os processos dendríticos dos melanócitos • Alterações nos melanócitos podem envolver acúmulos patológicos de pigmentos, alterações sensoriais, autoimunidade e neoplasias • Fatores ambientais como a radiação ultravioleta e fatores químicos combinados com alterações genéticas são os principais riscos associados as alterações nos melanócitos ➔ podendo causar o melanoma - Melanoma: processo neoplásico em melanócitos no qual há excesso de produção de melanina → frequentemente associada a exposição UV - Bilirrubina: • Pigmento que se origina da decomposição (lise) da hemoglobina e se constituirá no pigmento da bile • Está associada a função fisiológica antioxidante • Tem ação moduladora sobre o sistema imunológico inibindo a proliferação de leucócitos • Quando em excesso se deposita na pele e mucosas ➔ icterícia • Icterícia: excesso na produção de bilirrubina (anemia hemolítica) e dificuldade na conjugação e na excreção da bile (hepatite) • Causa hiperbilirrubinemia: pré hepática (↑ bilirrubina não conjugada); hepática (↑ predominante de bilirrubina não conjugada); pós hepática (↑ bilirrubina conjugada) - Icterícia Neonatal: • Até 14 dias – fisiológica • Ocorre por imaturidade do sistema de conjugação e ou contato com a enzima β – glicuronidase no leite • Mais de 14 dias – patológica • Síndrome de Crigler Najjal – não forma o sistema de conjugação (UGT1A1) - Hemossiderina: • Forma de armazenamento do ferro • Quando há aumento nas concentrações, o ferro é capaz de catalisar a formação de radicais livres, podendoperoxidar lipídios, proteínas, DNA e outros componentes celulares → hemossiderose • Seu acúmulo é normalmente associado a processos hemorrágicos e hemolíticos Maria Fernanda Moncorvo – T5 12 • Excesso de absorção de ferro → hemocromatose - Lipofucsina: • Pigmento de desgaste, comum em idosos por conta do envelhecimento • Macroscopicamente os órgãos ficam com aparência atrófica e de coloração parda • Microscopicamente há deposito acastanhado intracelular preferencialmente perinuclear • É formada por peroxidação de material previamente fagocitado e acumulado em lisossomos - Pigmentos exógenos: são advindos do exterior e alcançam o interior dos tecidos por via respiratória, digestiva ou por inoculação (pele e mucosa) - Antracose: • Pigmentação por sair de carbono • A antracose em si não gera grandes problemas, mas sua evolução pode originar disfunções pulmonares graves (Pneumoconiose) - Siderose: • Pigmento alaranjado de ferro de origem exógena • Desde que não haja sílica presente, a siderose não causa danos à saúde • Comum em trabalhadores de minério de ferro - Tatuagem: • Inoculação de pigmentos coloridos na pele • Pigmentos fagocitados pelos macrófagos que se fixam no tecido Maria Fernanda Moncorvo – T5 13 - Processo de sais de cálcios nos tecidos que ocorre normalmente na formação dos ossos e das cartilagens - Podem se formar quando há um desequilíbrio dos níveis de cálcio no organismo (metastática), sem desequilíbrio (distrófica) ou por outros fatores (idiopáticas) - Proteínas do processo: osteopontina, osteocalcina e osteonectina - Dependendo da constituição do tecido onde se precipita o cálcio e conforme exista ou não alteração do metabolismo do cálcio com consequente hipercalcemia, existem 3 tipos de calcificação: - Calcificação distrófica: • Encontrada nos tecidos com necrose, principalmente do tipo caseosa, de coagulação e gordurosa • Não reflete apenas o acúmulo de cálcio derivado do corpo das células mortas, mas, principalmente, uma deposição sobre o tecido necrótico do cálcio da circulação e dos tecidos intersticiais ➔ deposição de cálcio em tecidos lesados • O cálcio é depositado a fim de neutralizar o pH do local que foi alterado com a lesão • Se atingir valvas cardíacas, causa complicações de placas de ateroma e forma cálculos Calcificação Metastática: • Se deve ao aumento de cálcio circulante → hipercalcemia • É encontrada quando há aumento do paratormônio, excesso de vitamina D, aumento da mobilização de cálcio ósseo • Geralmente ocorre nas destruições de ossos por tumores e por doenças renais crônicas • O cálcio circulante aumentado se deposita em tecidos normais, acentuando-se mais nos locais onde houver tecido lesado ➔ deposição do cálcio em tecidos normais - Hiperparatireoidismo x Calcificação: • A principal causa de hipercalcemia é a hipersecreção de paratormônio ou de moléculas semelhantes • O paratormônio eleva a calcemia porque estimula a atividade osteoclástica e a reabsorção óssea. • No hiperparatireoidismo primário, tumor ou hiperplasia de paratireoides são os responsáveis pela hipersecreção • No hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal crônica, surge hiperplasia das paratireoides por causa da redução de cálcio sérico (com a insuficiência renal, ocorre retenção de fosfatos e queda de cálcio) • Outra causa de aumento de paratormônio é sua produção ectópica por neoplasias; nesses casos, a hipercalcemia faz parte da síndrome paraneoplásica Maria Fernanda Moncorvo – T5 14 - Fatores potencialmente envolvidos na calcificação metastática: • Proteína morfogênica do osso (BMP): o relacionada à diferenciação de células miofibroblásticas em osteoblastos o induz à apoptose de células musculares lisas na parede vascular • Proteínas GLA da matriz: o Ex: osteocalcina o Inibem a BMP, reduzindo a probabilidade de calcificação • Proteínas osteopontina e fetuína A: o Atuam favorecendo a reabsorção óssea e de focos de calcificação o Podem estar envolvidas na reversão de depósitos minerais patológicos • Mediadores inflamatórios séricos: o Ex: proteína C-reativa e TNF-alfa o Recrutam células do sistema imune para os ateromas o Em estudos in vivo, estas células induzem diferenciação osteogênica de células da parede celular, o que pode levar à calcificação vascular - Calculose: • Massas sólidas, esféricas, ovais ou facetadas, compactas, de consistência argilosa a pétrea • Se formam no interior dos órgãos ocos (bexiga, rins e vesícula biliar), cavidades naturais (vagina, peritônio, testículo), condutos naturais (ureter, colédoco, ducto pancreático ou salivar) ou no interior dos vasos • As pedras podem variar, podendo ser de cálcio, ácido úrico, estruvita e cistina Maria Fernanda Moncorvo – T5 15 - Alterações reversíveis em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica e funcional das células mediante a determinados estímulos (fatores estimuladores/ estressores) → novo estado de equilíbrio - Alterações do volume celular: quando uma célula recebe estímulo acima do normal, aumentando a síntese de seus constituintes e o seu volume → hipertrofia. Se sofre agressão que resulta em diminuição da nutrição, do metabolismo e da síntese necessária para renovação de suas estruturas, a célula fica com volume menor → atrofia - Alterações da proliferação celular: aumento da taxa de divisão celular acompanhado de diferenciação normal → hiperplasia - Alterações da diferenciação celular: quando as células de um tecido modificam seu estado de diferenciação normal → metaplasia - Alterações da proliferação e da diferenciação celular: quando há proliferação celular e redução ou perda de diferenciação → displasia. A proliferação celular acompanhada de redução da diferenciação → neoplasia - Hipotrofia: • Consiste na redução dos componentes estruturais e das funções celulares, resultando em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos. • Principal mecanismo: aumento da degradação de proteínas celulares • Causa frequente: agressão a proteínas por radicais livres • Pode ser fisiológica ou patológica • Fisiológica: ocorre na senilidade, quando todos os órgãos e sistemas do organismo reduzem as suas atividades metabólicas., como afeta todo o indivíduo, não há prejuízo funcional importante • Patológica resulta de: o Inanição o Desuso (ocorre em órgãoes e tecidos sem uso por um tempo, ex: músculos esqueléticos imobilizados) o Compressão o Obstrução vascular o Substâncias tóxicas que bloqueiam sistemas enzimáticos e produção de energia o Hormônios o Inervação (perda de estimulação nervosa) o Inflamações crônicas - Hipertrofia: • Para que ocorra existem certas exigências: o O fornecimento de O2 e de nutrientes deve suprir o aumento de exigência das células o As células devem ter suas organelas e sistemas enzimáticos íntegros; células lesadas (degeneradas) não conseguem hipertrofiar-se o As células cuja atividade depende de estimulação nervosa só podem hipertrofiar se a inervação estiver preservada. Ex: miocárdio desnervado não se hipertrofia • Hipertrofia fisiológica: ocorre em certos órgãos e em determinadas fases da vida como fenômenos programados, por Maria Fernanda Moncorvo – T5 16 exemplo, hipertrofia da musculatura uterina na gravidez • Hipertrofia patológica: não é programada e surge por estímulos variados como hipertrofia do miocárdio • Como a hipertrofia constitui resposta a sobrecarga de trabalho, ao atingirem certo volume as células tendem a dividir- se ou induzemcélulas-tronco a originar outras células • A hipertrofia é reversível - Hiperplasia: • Consiste no aumento do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da proliferação e/ou por diminuição na apoptose • Só acontece em órgãos que contém células com capacidade replicativa • As células hiperplásicas não se multiplicam indefinidamente e conservam os mecanismos de controle da divisão celular • É reversível • Fisiológica: ocorre para aumentar a capacidade funcional de órgãos hormônio dependente; para regeneração de células em lesões e ressecções cirúrgicas • OBS: frequentemente hiperplasia e hipertrofia ocorrem juntas • Patológica: ocorre de estimulação excessiva por hormônios e fatores de crescimento celular - Metaplasia: • Tipos mais frequentes são: o Transformação de epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado em epitélio queratinizado o Epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, queratinizado ou não o Epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso, com ou sem queratinização o Epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo o Tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo o Tecido cartilaginoso em tecido ósseo • Metaplasia é também um processo adaptativo que surge em resposta a várias agressões, e o tecido metaplásico é mais resistente a agressões • Metaplasia resulta de irritação persistente que leva ao surgimento de um tecido mais resistente • Exemplos mais comuns de metaplasia: o Agressões mecânicas repetidas o Irritação por calor prolongado (ex: haste do cachimbo que queima o lábio) o Irritação química persistente (fumaça do cigarro na mucosa respiratória) o Inflamações crônicas • É reversível - Displasia: • Condição adquirida e reversível • Muitas vezes associada com metaplasia • “Lesões potencialmente malignas” • Alteração na arquitetura tecidual • Alteração na morfologia das células • Alta taxa de proliferação celular • A atipia mais importante em displasias é a cariomegalia, por alterações no conteúdo de DNA Maria Fernanda Moncorvo – T5 17 - Complexo aglomerado celular de origem cujas alterações genéticas acumuladas conferem vantagem competitiva para sua proliferação e sobrevivência - Heterogeneidade clonal: os tumores derivam de um único clone celular, porém transformam-se e progridem formando sobpopulações de células heterogêneas com diversas características - Componentes do tumor: • Parênquima: células neoplásicas • Estroma: tecido de suporte (tecido conjuntivo, vasos), compõem o microambiente tumoral - Benigno X Maligno • Critérios morfológicos: 1. Grau de diferenciação e anaplasia 2. Capacidade de invasão de tecidos adjacentes 3. Taxa de crescimento 4. Capacidade de disseminação (metastização) • Diferenciação: refere-se a quanto as células do parênquima neoplásico assemelha-se com as células normais correspondentes • Tumores benignos são, em geral, bem diferenciados • Anaplasia: falta de diferenciação - Neoplasia Benigna • Bem diferenciadas • Baixa taxa de proliferação • Focos de necrose e focos hemorrágicos são raros • Não invasivas – circunscritas por cápsula fibrosa e não penetram a lâmina própria e ou estruturas adjacentes - Neoplasia Maligna • Maior grau de anaplasia (diferenciação) • Alta taxa de proliferação • Baixa expressão de moléculas de adesão • Mal delimitados • Invadem o tecido e estruturas adjacentes • Capacidade de metástase - Mutações germinativas: hereditárias - Mutações somáticas: agentes biológicos, químicos e físicos - Causas de alteração de DNA • Estilo de vida – tabaco • Medicamentos – antineoplásicos • Dieta • Ocupacional – compostos petroquímicos e pesticidas • Biológica – infecção crônica por vírus e bactérias • Radiação – raio X, radiação UV • Poluição – efluentes industriais, gases de veículos - Agentes Carcinogênicos: • Agentes biológicos – vírus e bactérias • Agentes químicos – agentes alquilantes, hidrocarbonetos aromáticos, corantes, álcool, asbesto • Físicos – radiação UV, radiação ionizante Agentes Biológicos: mecanismos • Integração do DNA viral ao genoma de células vivas pós infecção • Genoma viral – oncogênes que fazem indução de oncoproteínas ao integrarem o DNA hospedeiro • Alterações de expressão de genes da célula hospedeira situados na vizinhança do local de integração do DNA viral Maria Fernanda Moncorvo – T5 18 Agentes químicos: • Carcinógenos diretos: atividade eletrolítica direta quando os sistemas reparadores falham. EX: agentes alquilantes utilizados em quimioterapia • Carcinógenos indiretos: maioria requer ativação metabólica para conversão de sua forma final o maioria metabolizada por dependentes de citocromo p 450 dependente da ação prévia de sistemas enzimáticos o EX: tabaco, carvão mineral • Maioria tem DNA como alvo • Inibem enzimas de reparo de DNA – afetados RAS e P53 Agentes físicos: • Radiação ionizante e raio ultravioleta • Depende da intensidade e duração da exposição e da proteção natural do individuo • Efeitos da radiação: o Lesão direta ao DNA = mutação radicais livres o Inibição da proliferação celular o Inibição enzimática o Indução de mutações o Ativação de proto- oncogenes e oncogenes (RAS e TP53) • Carcinogense da radiação: o UVA/UVB → induz processos oxidativos ou excitação direta das moléculas → reage com oxigênios produzindo ERRO → reação inflamatória – eritema o Produção de ERRO → baixa capacidade de reparo a danos ao DNA – apoptose • Mutação gene P53: parada ciclo celular G1 • NRAS: regulação da divisão celular • BRAF: proteína que ajuda a transmitir sinais químicos de fora da célula para o núcleo da célula • KIT: transmitem sinais da superfície celular para a célula através de um processo chamado transdução de sinal • Trauma crônico - Alvos de Mutação: • Proto oncogene promotor de crescimento • Genes envolvidos no reparo tecidual • Genes que regulam a apoptose • Genes supressores de tumor que inibem crescimento - Carcinogênese: é um processo complexo e dependente de fenômenos genéticos e epigenéticos que culminam no surgimento de clones de células imortalizadas que adquirem a capacidade de se multiplicar, de invadir os tecidos vizinhos e de dar metástases - Protocongene: gene normal que se torna em oncogene devido a uma mutação ou aumento de expressão genica • Papel fisiológico: ativação de vias de multiplicação e diferenciação celular • Formas para os genes mutados se tornarem hiperativos: o Deleção ou mutação pontual na sequencia codificadora o Mutação reguladora o Amplificação do gene o Rearranjo cromossômico - Oncogene: são proto-oncogenes que sofrem mutações ativadoras; ganho de função ou hiperexpressão - Supressores de tumor: • Codificam proteínas reguladoras negativas → impedem que a célula passe por uma divisão descontrolada Maria Fernanda Moncorvo – T5 19 • Mais conhecidos e estudados: RB1, p53 e p21 • P53 e p27 inibem complexos ciclinas/CDK • pRB – ponto de checagem G1; regula proliferação do ciclo celular; controla a diferenciação celular; expresso em todas as células • Tem a função de “pausar” o ciclo celular e fazem uma checagem em todos os pontos para saber se estão sendo realizadas corretamente • Quando essas células são mutadas, ficam incapazes de interromper o ciclo celular se houver um problema - Genes de reparo de DNA: codificam moléculas que participam do reconhecimento e do reparo de lesões do DNA • Família MMR: genes responsáveis por reparo de pareamento errado do DNA • Família UVDR ou ERC: genes que atuam no reparo de DNA após lesão por radiação ultravioleta Etapas da Carcinogênese: - Estágio de iniciação • Nesse estágioas células sofrem o efeito dos agentes carcinogênicos que promovem modificações em alguns de seus genes • As células se encontram “iniciadas” para a ação de um segundo grupo de agentes • Se dá inicio por conta de um dano irreversível ao DNA - Estágio de promoção • As células geneticamente alteradas, “iniciadas”, sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores • A célula iniciada é transforma em maligna de forma lente e gradual • Para que a transformação ocorra, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor • A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio - Estágio de progressão • Se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas • Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença • Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos Maria Fernanda Moncorvo – T5 20 - Metástase é uma invasão feita por células cancerígenas a outros órgãos do corpo de um indivíduo que, inicialmente, apresentava neoplasia em apenas um órgão - O aparecimento de metástases ocorre quando as células cancerígenas se desprendem do tumor primário e entram na corrente sanguínea ou no sistema linfático, podendo circular pelo organismo e se estabelecer em outro órgão E - Caderina: molécula de adesão mais conhecida. A perda de sua expressão está diretamente relacionada com a mobilidade é destacamento dá neoplasia em seu sítio primário Passos do processo metastático 1. Invasão da matriz extracelular a. Destacamento celular b. Degradação de lâmina basal c. Degradação da matriz extracelular intersticial d. Ligação aos componentes da MEC digeridos e. Migração 2. Disseminação Vascular a. Na circulação, as células formam massas b. Agregam-se entre si (homotípicas) c. Agregam-se as plaquetas (heterotípicas) d. Podem ativar fatores de coagulação 3. Instalação a. Ligam em moléculas endoteliais (integrinas, receptores de laminina) b. Muitas possuem CD44, que permite instalação no tecido linfóide (CD44 está presente em linfócitos) c. Fatores que se opõem a instalação: estresse mecânico (cisalhamento), apoptose estimulada pela perda de adesão, defesa imune 4. Colonização - Fatores que determinam a instalação: • Localização anatômica • Drenagem vascular do tumor primário • Tropismo • Moléculas de adesão em células endoteliais de órgãos específicos • Produção de quimiocina pelo órgão alvo • Alguns tecidos são “solos inférteis” para o crescimento tumoral, apesar do suprimento sanguíneo • As células podem mediar à distancia o estabelecimento de um ambiente favorável - Evolução clonal: mutações se acumulam - Possibilidades: • Os tumores podem surgir já com uma assinatura metastática • Os tumores podem ter a assinatura metastática, mas dependem de mutações adicionais • Dependência do estroma - Oncogenes metastáticos e supressores metastáticos: TEM (transição epitélio-mesenquimal) - Influências do microambiente na progressão tumoral: • Hipóxia: a hipóxia induz adaptações fenotípicas e metabólicas, mudando o comportamento da célula • Sensores celulares de hipóxia: HIF-1a, HIF-2a, HIF-3a - Inflamação e progressão tumoral: • A imunidade inata participa do desenvolvimento tumoral: • A imunidade inata pode induzir novas mutações por meio de radicais livres • M2 produz VEGF e metaloproteinases, o que promove progressão tumoral • NF-kappa B está associada com indução de inflamação e também indução de progressão tumoral • Imunovigilancia: capacidade do sistema imune de reconhecer um antígeno tumoral e proporcionar ataque às células neoplásicas Maria Fernanda Moncorvo – T5 21 - Estadiar um caso de câncer significa avaliar seu grau de disseminação - Sistema preconizado pela UICC, tem por finalidade avaliar a extensão anatômica da neoplasia e assim fornecer parâmetros clínicos para: • Planejamento das estratégias terapêuticas • Estimar o prognóstico • Acompanhar a evolução do tratamento • Ampliar o conhecimento científico a respeito das neoplasias e a troca de informações entre centros de pesquisa - Indicadores de prognóstico • Localização anatômica e extensão do tumor (classificação TNM) • Idade e gênero • Conjunto de sinais e sintomas • Tipo histológico; grau de diferenciação celular; aspectos moleculares O que TNM significa? T = extensão do tumor em seu sitio primário (tamanho) N = presença ou ausência de extensão neoplásica para linfonodos regionais (metástase linfonodal) M = presença ou ausência de metástase em órgãos a distância Clínico – cTcNcM = pré tratamento e são avaliados os parâmetros clínicos: exames físicos, exames de imagem, biópsia, laparotomias exploratórias Patológico – pTpNpM = pós tratamento cirúrgico; estimar a terapia adjuvante, prognóstico e desfecho do processo (m) → ex: TNM(m) → utilizado quando mais de 1 tumor é encontrado no sítio primário y → ex: yTNM → utilizado quando o estadiamento é realizado seguida a terapia neoadjuvante r → ex: rTNM → utilizado quando há recidiva do tumor após período de remissão a → ex: aTNM → determina que a entidade patológica foi encontrada na autópsia Maria Fernanda Moncorvo – T5 22 - Resposta de tecidos vascularizados a agentes lesivos com a finalidade de eliminar o agente e iniciar o processo de reparo - A função da inflamação é eliminar a causa inicial da lesão coordenando as reações do sistema imune inato → eliminar células lesadas e tecidos danificados para restaurar a sua função - Agentes lesivos • Micro organismos • Tecido necrosado • Corpos estranhos • Reações imunes (formação de imunocomplexos) o Doenças autoimunes o Reações alérgicas - Etapas da inflamação (5Rs) • Reconhecimento de agentes lesivos • Recrutamento de células sistema imune • Remoção do agente lesivo • Regulação da reposta inflamatória • Reparo tecidual Eventos vasculares da resposta inflamatória - Transudato: • Extravasamento de fluido com baixo conteúdo proteico com pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica • Líquido sai do vaso sem que haja resposta inflamatória - Exsudato: • Presente nas inflamações agudas • Extravasamento fluido extra vascular com alta concentração proteica, contém restos celulares e tem uma alta gravidade específica • Liquido que sai do vaso com que haja resposta inflamatória - Vasoconstrição: inicialmente haverá uma vasoconstrição local reflexa a fim de evitar uma perda excessiva de sangue - Vasodilatação: posteriormente haverá uma vasodilatação para aumentar a quantidade de oxigênio entrando nas células na tentativa de reparar o tecido - Aumento da permeabilidade vascular: uma maior quantidade de líquidos sendo externalizados pelos vasos Eventos Celulares da Resposta Inflamatória: • Fagocitose: quando o neutrófilo já está dentro do tecido e começa a fazer a fagocitose das células causadoras da lesão - Mediadores químicos do processo inflamatório • Prostaglandinas: substância vasoativa produzida pelos mastócitos e leucócitos além de causar dor e febre • Leucotrienos: aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, adesão e ativação de leucócitos • Histamina: vasoativa produzida pelos mastócitos, basófilos e plaquetas → atua em conjunto com a bradicinina pois têm ações muito parecidas • Serotonina: vasoconstritora produzida pelas plaquetas • ERO: sintetizadas por macrófagos e neutrófilos que destroem microrganismos fagocitados nas células necróticas • Enzimas lisossomais:vasoativa encontrada no citoplasma dos neutrófilos e monócitos → liberadas após a morte das células Maria Fernanda Moncorvo – T5 23 - Efeitos sistêmicos da resposta inflamatória • Febre → citocinas IL-1, IL-2, IL-6 e TNFa → liberação de PGE2 → hipotálamo alterando o centro de termorregulação • Elevação dos níveis plasmáticos de proteína C reativa • Leucocitose • Sepse → choque séptico • Aumento de citocinas inflamatórias (IL-1 e TNFa) - Efeitos locais do processo inflamatório Reação Mediadores Vasodilatação Histamina, prostaglandina Aumento da permeabilidade vascular Histamina e serotonina, C3a e C5a, leucotrienos Quimiotaxia TNF, IL-1, quimiocinas, C3a, C5a, leucotrienos B4 Febre IL-1, TNF, prostaglandinas Dor Prostaglandinas, bradicinina Lesão tecidual Enzimas lisossômicas de leucócitos Maria Fernanda Moncorvo – T5 24 - As inflamações recebem o nome do tecido ou órgão comprometido + o sufixo ite (ex: apendicite) - São adjetivadas com as características morfológicas: apendicite purulenta (formação de pus) Inflamações Exsudativas - Inflamação Aguda Serosa: • Exsudato de fluido: o Límpido e discretamente turvo o Pobre em células inflamatórias o Baixa concentração de fibrina • Espaços criados pela lesão ou em cavidade corporais revestidas pelo peritônio, pleura e pericárdio • Não há infecção sobreposta • Divide-se em: o Vesícula o Bolha - Inflamação Aguda Mucosa ou Catarral • Ocorre em mucosas • Exsudato é viscoso, com alto teor de mucina, cor e celularidade variável • Exsudação liquida de leucócitos na superfície de mucosas, com descamação do epitélio e secreção de muco - Inflamação Aguda Fibrinosa • Exsudato rico em fibrina que se deposita na superfície da serosa • Característico de inflamação no revestimento de cavidade corporais, como pericárdio e pleura • Película amarelada, com aspecto rugoso ou filamentoso sobre a superfície lisa e brilhante das serosas (pericárdio) • Histologicamente possuem característica eosinofílicas • Quando a fibrina não é removida ela pode estimular o crescimento de fibroblastos levando a formação das cicatrizes - Inflamação Aguda Pseudomembranosa • É uma inflamação aguda em mucosas • Geralmente de origem bacteriana • As bactérias produzem toxinas que causam a necrose do epitélio, iniciando os fenômenos de exsudação de células e fibrina • A fibrina forma uma camada espessa sobre a mucosa, tomando o aspecto de uma membrana (pseudomembranosa) • Geralmente de aspecto esbranquiçado - Inflamação Purulenta • Ocorre em qualquer tecido • Principal característica: formação de pus • Agentes causadores: bactérias piogências (estafilococos e estreptococos) • Material viscoso, espesso, turvo, amarelo-esverdeado, constituído de duas partes • Parte fluida: plasma e produto da liquefação dos tecidos lesados • Parte sólida: piócitos e debris celulares • Recebem denominações especiais de acordo com os aspectos que adquirem, senda elas: Maria Fernanda Moncorvo – T5 25 Subtipos de inflamação aguda purulenta - Pústula • Inflamação purulenta aguda, circunscrita na pele e nas mucosas • O pus se acumula entre o epitélio e o tecido conjuntivo (derme) formando uma pequena elevação • As patologias mais conhecidas que levam a formação de pústulas são as piodermites (bactéria) e varicela (vírus) - Abcesso • Inflamação purulenta circunscrita; • Cavidade circundada por membrana piogênica • Essa membrana é uma camada muito fina constituída por leucócitos que vão tentar combater a infecção bacteriana • Presença de tecido de granulação, responsável por eventos vasculares e exsudativos → envia exsudatos para a formação do pus - Furúnculo • É um abscesso na derme que afeta o folículo piloso e nas glândulas sebáceas; causado por Staphylococcus aureus - Flegmão • Inflamação purulenta difusa • O pus se infiltra no tecido conjuntivo sem formar nenhuma membrana piogênica - Empiema: • Coleção de pus em uma cavidade natural, mais comum é o empiema subdural Maria Fernanda Moncorvo – T5 26 - Tem início com a persistência da inflamação aguda e dura muito tempo (meses/anos) → sistema imunológico não consegue eliminar o patógeno - Sob certas condições ocorre reações imunológicos autoimune → contra o próprio tecido - As células inflamatórias acabam por gerar lesões teciduais - Constantes tentativas de cicatrização havendo substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo => presença de vasos neoformados e formação de fibrose - Resposta mediada por células mononucleares, sendo elas: monócitos, macrófagos, macrófagos ativados, células epiteliais, linfócitos e plasmócitos - Eventos: • Estase sanguínea • Vasodilatação • Maior permeabilidade vascular - Características: • Início dos sintomas: lento • Infiltrado mononuclear: Monócitos/macrófagos e linfócitos • Lesão tecidual/fibrose: frequentemente severa e progressiva • Sinais locais e sistêmicos: menores • Reparo: angiogênese, fibrose • Injuria tecidual: induzidas pelo agente agressor persistente ou células inflamatórias Histamina Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e ativação endotelial Prostagladinas Vasodilatação, dor, febre Leucotrienos ↑ permeabilidade vascular, quimiotaxia, adesão e ativação de leucócitos Citocinas Ativação endotelial, febre, anormalidades metabólicas, hipotensão Quimiocinas Quimiotaxia, ativação de leucócitos Fator ativador plaquetário Vasodilatação, ↑ permeabilidade vascular, adesão de leucócitos, quimiotaxia, degranulação Complemento Quimiotaxia e ativação de leucócitos, vasodilatação Cininas ↑ permeabilidade vascular, contração muscular lisa, vasodilatação, dor - Inflamação crônica no tecido pulmonar • Destruição do parênquima • T.C -> fibrose • Coleção de células inflamatórias crônicas - Etapas dos eventos: • Recrutamento continuo de macrófagos da circulação para o local da lesão -> resulta da constante expressão de moléculas de adesão e liberação de substâncias quimiotáticas • Alguns macrófagos acabam ficando imobilizados no local da inflamação por ação de algumas citocinas e lipídios => fator desativador de macrófagos Maria Fernanda Moncorvo – T5 27 • A resposta inflamatória que possui grande taxa de renovação de macrófagos no local da inflamação recebe o nome de “lesões de alto turn-over” • A reposta inflamatória que possui baixa taxa de renovação, onde os macrófagos ficam imobilizados no local da inflamação, recebe o nome de “lesões de baixo turn-over” • OBS: em casos de placas ateromatosas a proliferação local de macrófagos ocorre após a migração a partir do sangue - Linfócitos: • Ampliar e propagar a resposta inflamatória crônica • Sua participação está associada a processos persistentes e de difícil resolução • Importante participação na resposta inflamatória crônica específica (granulomatosa) - TH-1: produzem a citocina IFN-y, a qual ativa os macrófagos através da via clássica - TH2: secretam a IL-4, a IL-5 e a IL-13, recrutam e ativam eosinófilos; são responsáveis pela via alternativa da ativação dos macrófagos - TH17: secretam a IL-7 sendo responsáveis pelo recrutamento de neutrófilos (e monócitos) para reação - Eosinófilos: abundante nas reações imunológicas mediadas por IgE e em infecções parasitárias - Mastócitos: realizam a desgranulação e a liberação de mediadores como histamina e prostaglandinas. Ocorre durante: reações alérgicas aos alimentos,veneno de insetos, fármacos, choque anafilático - Inflamação crônica inespecífica: • Não tem um padrão morfológico específico • Não há formação de granuloma • Células mononucleares de vários tipos e em várias proporções • Pode incluir reações autoimunes => organismo reage contra auto antígenos - Inflamação crônica específica ou granulomatosa: • Padrão de inflamação crônica direcionada a: o Patógenos específicos (difícil degradação) o Moléculas relativamente inertes não-degradáveis • Formação de granuloma -> isolar e eliminar agressor • Exemplos: tuberculose, sarcoidose, blastomicose, brucelose, sífilis, lepra - Granulomas imunes: formados para eliminar microrganismos de difícil degradação - Granuloma de Corpo Estranho: • Reação a um material imunologicamente inerte, que pode ser exógeno ou endógeno • Exógenos: fios de sutura, talco, fibras de algodão, metais, sílica, gotículas de óleo, silicone etc. • Endógenos: queratina, colesterol, fragmentos de pelo • Faz parte da imunidade inata • Microscopicamente identificam-se numerosos macrófagos uni ou multinucleados circundando e fagocitando o corpo estranho Maria Fernanda Moncorvo – T5 28 - Restauração da arquitetura e da função dos tecidos após a lesão - Habilidade de reparar o dano causado por agressão tóxica e por inflamação crônica para a sobrevivência de um organismo - O reparo dos tecidos é determinado por sua capacidade de proliferação celular intrínseca A proliferação celular é dividida em: - Células lábeis ou Instáveis: • Células que se proliferam ao longo da vida • São células perdidas continuamente e substituídas por células tronco e células maduras • Exemplo: células do sistema linfoide e hematopoiéticos, como a medula óssea, epitélio de superfície como a pele, cavidade oral, útero, trato gastrointestinal e trato urinário - Células estáveis: • Células com baixo nível de replicação que sofrem rápida divisão em reposta a variedade de estímulos => capazes de reconstituir o tecido de origem • Exemplo: Células parenquimatosas, fígado, rim, pâncreas, células endoteliais, fibroblastos e células musculares - Células permanentes: • Células que não sofrem divisão mitótica => perdidas permanentemente • Exemplo: neurônios, musculo esquelético e cardíaco Regeneração das células e tecidos: - Se dá por meio de dois processos: cura e reparo - Cura: convenção usada para epitélios de superfície - Reparo convenção usada para os tecidos parenquimatosos e conjuntivos. Ocorre por meio de dois tipos de reações: 1. Regeneração através da proliferação de células residuais (não lesadas) e da maturação das células tronco teciduais 2. Deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz OBS: a proliferação celular é controlada por fatores de crescimento da matriz extracelular • Tecido lesado remanescente: restauram a estrutura normal • Células endoteliais: criam novos vasos sanguíneos • Fibroblastos: célula mesenquimal que ajuda na formação de colágeno e elastina da MEC • Células tronco: embrionárias e multipotentes - Matriz Extracelular • Influencia o crescimento e a diferenciação celular • Composta por três grupos de moléculas estruturais: o Proteínas estruturais fibrosas (colágeno e elastinas) o Proteínas de adesão celular o Proteoglicanas e Ácido Hialurônico - Regeneração hepática • Proliferação dos hepatócitos remanescentes Maria Fernanda Moncorvo – T5 29 • Contribuição de células progenitoras - Cicatriz • A formação da cicatriz se dá pelo remodelamento do tecido conjuntivo • Acontece através da angiogênese => processo de desenvolvimento de novos vasos sanguíneos a partir de vasos já existentes • Fases: lesão → angiogênese e mitose → cicatrização completa 1. A partir de uma lesão começa a liberar vários mediadores inflamatórios (VEGF – fator de crescimento endotelial vascular – que proporciona o aumento da permeabilidade endotelial vascular de um vaso normal, migração e proliferação de células endoteliais) para fazer um novo ramo desse vaso a partir de um vaso funcionante → o NO (oxido nítrico) ajuda na vasodilatação e abertura da luz vascular 2. Após a proliferação há destacamento do pericíto da superfície abluminal a partir de substâncias (angiopoietina) e quebra da membrana basal (por ação das metaloproteinases), para permitir a formação do broto vascular 3. Posteriormente ocorre a migração de células endoteliais (broto) em direção a área de lesão tecidual e proliferação de células endoteliais logo atrás das células migratórias orientadoras (células de ponta – sofre ação do VEGF) que ajudam na orientação para onde o broto deve ir (no caso para a área de lesão) OBS: os fatores de crescimento estimulam e controlam a proliferação celular - Tecido de granulação: a migração e a proliferação de fibroblastos, bem como a deposição de tecido conjuntivo frouxo, junto com os vasos e leucócitos entremeados, formam o tecido de granulação - Zona de tecido conjuntivo maduro: representa a porção mais antiga verificando- se a presença de uma cicatriz de colágeno, mas ainda é bem vascularizado e os vasos da periferia são fonte para os vasos neoformados - Zona de proliferação capilar: composta pelos vasos derivados da zona de tecido conjuntivo maduro, formando a região superficial do tecido. Aqui os vasos crescem perpendicularmente à lesão - Zona de brotos e arcos capilares: nessa área ocorre mitose das células endoteliais e onde vão se diferenciar permitindo a passagem do sangue. Nessa área os vasos possuem permeabilidade aumentada e formam-se arcos anastomóticos - Zona de debris celulares: formada por restos celulares, fibrina e sangue coagulado - Cura de feridas cutâneas: envolve a regeneração epitelial e a formação de cicatriz de tecido conjuntivo - Cura por 1ª intenção: • Lesão envolve apenas a camada epitelial, o principal mecanismo de reparo é a regeneração epitelial • Reparo consiste em três processos: inflamação, proliferação de células epiteliais e outras células, maturação da cicatriz do tecido conjuntivo • No prazo de 24 horas, os neutrófilos podem ser vistos na margem da incisão, migrando rumo ao coágulo de fibrina Maria Fernanda Moncorvo – T5 30 • 24 a 48 horas: células epiteliais de ambos os lados já começaram a migrar e proliferar ao longo da derme • No terceiro dia, neutrófilos já foram substituídos por macrófagos e o tecido de granulação invade o espaço da incisão • Quinto dia → neovascularização alcança seu pico • Migração de fibroblastos e proliferação desencadeada por fatores de crescimento • Segunda semana: acumulo de colágeno e proliferação de fibroblastos; infiltrado inflamatório, edema e aumento de vascularidade estão diminuídos - Cura por 2ª intenção: • A reação inflamatória é mais intensa, há desenvolvimento abundante de tecido de granulação, acúmulo de MEC e formação de uma grande cicatriz, além de uma contração (ajuda a fechar) da ferida pela ação de miofibroblastos Anormalidades no reparo - Ulceração: • Feridas que não cicatrizam • Se formam em áreas com perda de sensibilidade • Ocasionalmente observadas em pacientes com diabetes - Deiscência: • Processo de ruptura de uma ferida que já estava em processo de cicatrização • Caracterizada por ser uma cicatrização em 2º intenção - Quelóide: • Excesso de deposição de colágeno na pele formando uma cicatriz sobrelevada • Deposição espessa de tecido conjuntivo na derme - Granulação exuberante: • Formação excessiva de tecido de granulação, protrusão acima do nível da pele • Formação de carne esponjosa - Desmóide/ Fibromatose: • Proliferação exuberante de fibroblastos e tecido conjuntivo •Relacionado com neoplasias malignas e benignas - Contração da cicatriz: Maria Fernanda Moncorvo – T5 31 - São distúrbios que afetam de alguma forma a circulação sanguínea - Hiperemia: é o aumento de volume sanguíneo dentro de determinado órgão ou tecido → aumento de sangue dentro do vaso • Acontece principalmente na microcirculação afetando arteríolas, vênulas, capilares etc • Pode ser dividida em hiperemia ativa ou passiva - Hiperemia ativa: • Consiste no aumento do fluxo sanguíneo nas arteríolas • É resultante da dilatação arteriolar que leva a um aumento do fluxo sanguíneo • O sangue se acumula nas artérias devido a um aumento do influxo de sangue naquele local → consequência de uma vasodilatação • Os tecidos afetados tornam-se avermelhados (eritema) devido ao aumento no fornecimento de sangue oxigenado • Pode ter diferentes causas: o Neurogênica: secundária a um estímulo neurológico causando a dilatação do vaso → rubor facial o Metabólica: aumento da demanda de energia de um tecido devido a uma grande atividade → atividade física o Mediadores inflamatórios: diante de uma inflamação, células inflamatórias são recrutadas e acabam causando vasodilatação (histamina) o OBS: o líquido da hiperemia ativa pode extravasar formando um edema - Hiperemia passiva: • Pode ser chamada também de congestão • Acúmulo de sangue na circulação venosa → diminuição no retorno venoso de um tecido • Os tecidos afetados tornam-se vermelho-azulados (cianose) devido ao aumento no fornecimento de sangue não oxigenado • O sistema venoso só possui sangue rico em oxigênio no pulmão • Pode ter diferentes causas: o Retorno venoso reduzido em consequência do bloqueio obstrutivo e localizado (intra e extravasculares) → trombo o Redução do retorno venoso sistêmico ou pulmonar, como acontece na insuficiência cardíaca (hiperemia passiva pulmonar e hiperemia passiva sistêmica) • Aguda: veias centrolobulares e sinusóides distendidos; hepatócitos centrolobulares podem sofrer necrose isquêmica • Crônica o Macro: vermelho- acastanhados regiões adjacentes não congestas amarelo-acastanhado (noz moscada) Maria Fernanda Moncorvo – T5 32 o Micro: hemorragia centrolobular macrófagos com hemossiredina, necrose - Edema: • O edema é o aumento do volume sanguíneo no interstício de determinado órgão ou tecido → aumento de sangue fora do vaso • Acúmulo anormal de líquidos nos espaços teciduais intracelulares (intersticiais) ou nas cavidades do corpo • A nomenclatura dos edemas varia de acordo com o local em que acontecem • As condições que levam a formação do edema são: 1. Pressão hidrostática aumentada 2. Pressão oncótica reduzida 3. Drenagem linfática reduzida 4. Permeabilidade vascular aumentada - Pressão hidrostática aumentada: • Pressão que o sangue exerce na parede dos vasos • Formação de edema devido ao comprometimento do retorno venoso → presença de trombo, insuficiência das valvas etc • A insuficiência cardíaca leva ao aumento da pressão hidrostática pois o coração deixa de ejetar corretamente o sangue dos ventrículos levando ao seu acumulo → afeta outras estruturas do organismo • Insuficiência cardíaca direita: produz um aumento da pressão hidrostática em todo o sistema venoso → edema generalizado • Insuficiência ventricular esquerda: produz um aumento da pressão hidrostática (edema) nos pulmões - Pressão oncótica reduzida: • Pressão que as células do sangue exercem no próprio sangue • Formação de edema devido a síntese inadequada ou perda aumentada de albumina • Albumina: permite a passagem de minerais do sangue para as células • A síntese reduzida de albumina está relacionada com a doença hepática difusa → cirrose • A perda aumentada de albumina causa as síndromes nefróticas → parede glomerular perde a capacidade de filtração e moléculas de alto peso molecular passam a ser filtradas e eliminadas na urina - Drenagem linfática reduzida: • Edema localizado nas extremidades inferiores ou em uma única extremidade (superior ou inferior) • Obstrução inflamatória devido a um colapso do vaso • Acontece devido a propagação de câncer, remoção cirúrgica de linfonodos, fibrose inflamatória ou por irradiação - Permeabilidade vascular aumentada: • A permeabilidade vascular aumentada permite que haja maior passagem de água, íons e proteínas plasmáticas para o interstício => causa uma inflamação aguda Maria Fernanda Moncorvo – T5 33 - Cessação de um sangramento - É um processo preciso e envolve as plaquetas, os fatores da coagulação e o endotélio vascular - Ocorre no local onde houve uma lesão vascular para a formação de um tampão fibrino plaquetário, que serve para prevenir ou limitar a extensão de um sangramento - Fenômenos envolvidos na hemostasia: 1. Vasoconstrição • Endotélio vascular • Estímulos neurogênicos • É mediada por endotelinas 2. Tampão Plaquetário • Hemostasia primária (plaquetas) • Fator de von Willebrand • ADP • Trombina • TXA2 3. Formação da rede de fibrina • Hemostasia secundária • Formada após a cascata de coagulação 4. Estabilização do trombo • Hemostasia secundária • Fator tecidual • Proteases da cascata de coagulação • Ca2+ - Hemostasia Primária: • Adesão plaquetária → colágeno e fator de Von Willebrand expostos pela lesão endotelial • O fator de Von Willebrand funciona como uma ponte de adesão entre o colágeno subendotelial e o receptor plaquetário glicoproteína (Gp1b) • A ativação plaquetária ocorre devido a mudança na forma e eliminação de grânulos com ADP e TXA2 • Formação do tampão plaquetário → trombocitopenia e trombastenia - Hemostasia secundária: • Após a agregação plaquetária, o depósito de fibrina no tampão plaquetário caracteriza a hemostasia secundária • A fibrina será resultado de uma cascata de coagulação • A cascata de coagulação consiste em uma série de reações enzimáticas amplificadoras que culminam com a formação de tampão fibrino- plaquetário estável (fibrina estável) • Ocorre alteração dos fatores de coagulação pois o tampão não é estabilizado pela formação da fibrina, que depende dos fatores plasmáticos - Participação do endotélio no controle da coagulação • Efeitos inibidores sobre as plaquetas o Protege as plaquetas do vWF e do colágeno o Libera vários fatores que inibem a ativação e agregação plaquetária o Células endoteliais se ligam à trombina e reduzem a sua atividade • Efeitos anticoagulantes o Expressa fatores que se opõem efetivamente à coagulação • Efeitos fibrinolíticos o Células endoteliais sintetizam t-PA que degrada fibrina Maria Fernanda Moncorvo – T5 34 - Solidificação de trombos no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas, pode formar-se em qualquer território do sistema cardiovascular (venoso, arterial) - ↑ atividade coagulante; ↓ atividade fibrinolítica - O trombo é uma massa de sangue gerada pela coagulação sanguínea exagerada → hemostasia exacerbada; - Esses mecanismos hemostáticos podem ocorrer tanto nas artérias como nas veias, porém são mais frequentes nas veias - O grande problema dos trombos está quando esse coágulo se solta das paredes dos vasos e passa a circular no organismo → passa a ser chamado de embolo - A embolia pulmonar é decorrente de um trombo formado em um leito venoso que percorre a corrente sanguínea obstruindo um vaso do pulmão, impedindo a passagem correta de sangue - Existem alguns fatores importantes que são determinantes para a formação dos trombos - Tríade de Virchow: • Três fatores que somados culminam na formação do evento trombótico • Lesão endotelial: o Quanto mais extensaa lesão, maior o risco de trombose → início de todo o processo hemostático o A lesão promove exposição e liberação de fatores ativadores de plaquetas o Promove ativação dos fatores de coagulação o Promove perda da expressão de antitrombina III • Alteração de fluxo sanguíneo: o Estase ou turbulência o Turbulência → o endotélio torna-se ativado e desaparece o fluxo laminar; turbulência também lesa diretamente o endotélio o Além de agredir o endotélio, estase sanguínea dificulta a remoção de fatores pró- coagulantes e reduz a chegada de fatores anticoagulantes o Na hipertensão por exemplo, existe um padrão e os próprios elementos do sangue começam a fazer uma lesão endotelial • Hipercoagulabilidade: o Processo exacerbado de coagulação (deposição exacerbada de fibrina) o Resulta de: o Aumento do número de plaquetas o Maior disponibilidade de fatores pró coagulantes o Redução de inibidores da coagulação - Trombose Venosa Profunda • É a coagulação do sangue em uma veia profunda, geralmente de membros inferiores • Decorre de condições que comprometem o retorno venoso - Edema: sua formação se dá pela redução do retorno venoso com congestão; elevação de pressão hidrostática no leito capilar Maria Fernanda Moncorvo – T5 35 - Tromboembolia pulmonar • Se origina na TVP e é a forma mais comum da doença tromboembólica • Consequências fisiopatológicas: 1. Comprometimento respiratório: devido a um segmento pulmonar não perfundido, embora ventilado 2. Comprometimento hemodinâmico: decorrente do aumento da resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar causada pela obstrução embólica OBS: morte súbita, cor pulmonale - colapso cardiovascular: 60% ou mais da circulação pulmonar obstruída OBS: 60% a 80%: clinicamente silenciosa, pois os êmbolos são muito pequenos (microêmbolos) - Embolia sistêmica: • Frequentemente, originada de trombos sólidos formados no leito arterial ou ainda nas câmaras cardíacas • 80% surge a partir de trombos murais intracardíacos • Os restantes se originam de aneurismas aórticos, placas ateroscleróticas, vegetações valvares • Consequências: o Vulnerabilidade dos tecidos afetados pela isquemia o Vulnerabilidade do calibre dos vasos ocluídos o Vulnerabilidade da existência de circulação colateral o Geralmente o resultado é o infarto tecidual Outros tipos de embolias sólidas: • Embolia Paradoxal: trombos formados no leito venoso que adentram o átrio direito ganham o átrio esquerdo por um mecanismo de shunt direita- esquerda • Embolia Gordurosa: glóbulos de gordura microscópicos na circulação sistêmica — por vezes associados à fratura de ossos longo (exposição de medula óssea); lesão traumática de tecido adiposo; esteatose hepática) o Progressão para embolia gordurosa pulmonar ou ainda embolia gordurosa cerebral Maria Fernanda Moncorvo – T5 36 - Hemorragia ou sangramento é o distúrbio da circulação caracterizado pelo extravasamento do compartimento vascular ou das câmaras cardíacas para o meio externo, para o interstício ou para cavidades pré-formadas - Distúrbios leves: condições de estresse hemorrágico (ex: cirurgias, traumas) - Distúrbios moderados: distúrbios na síntese ou ativação dos fatores de coagulação (ex: hemofilia) - Distúrbios intensos: ruptura de grandes vasos como a artéria aorta ou coração (ex: aneurisma aorta) - A origem (etiologia) da hemorragia pode ter diferentes fatores: • Hereditária: hemofilia, doença de Von willerbrand (defeitos em plaquetas) • Adquiridas: carência de Vit K, insuficiência hepática, uso de fármacos • Lesões vasculares - Terminologia: • Petéquias: resultam de defeitos de plaquetas • Púrpura: lesão superficial um pouco maior que as petéquias e mais pigmentada • Equimose: mancha azulada ou roxeada, mais extensa que a púrpura, são frequentes em traumatismos • Hematoma: sangue se acumula formando uma tumoração, frequente após ação de agentes mecânicos - Lesão vascular (patogênese) • Consiste em rompimento dos vasos sanguíneos tendo diferentes causas: o Rexe: traumatismo mecânico que provoca saída de sangue pela ruptura dos vasos o Diapedese: saída de sangue através de espaços entre as células endoteliais o Diabrose: digestão/ erosão de vasos causados por digestão enzimática → substancias digestivas - Distúrbios na hemostasia primária (patogênese) • Adesão plaquetária → colágeno e fator de Von Willerbrand • Ativação plaquetária devido a mudança na forma e eliminação de grânulos com ADP e TXA2 • Formação do tampão plaquetário → trombocitopenia e trombastenia - Fatores que contribuem para redução/ativação de plaquetas: • Congênita (rara): tromblastenia de Glanzmann → tendência hemorrágica grave (não ocorre agregação plaquetária) deficiência da glicoproteína IIb – IIIa • Adquirida: disfunção hepática, uso de medicamentos (ASS e AINES), diminui tromboxano, diminui tromboxano • Trombocitopenia - Distúrbios na hemostasia secundária (patogênese) • Alteração dos fatores de coagulação pois o tampão não é estabilizado pela formação da fibrina, que depende dos fatores plasmáticos Deficiência congênita de fatores plasmáticos da coagulação: Hemofilia A e B → defeito na produção de fator VIII e fator IX Maria Fernanda Moncorvo – T5 37 - Um infarto é uma área tecidual de necrose isquêmica causada pela obstrução, seja por suprimento arterial ou por drenagem venosa - A etiologia do infarto pode ser trombose arterial ou embolia arterial, vaso espasmo local, placa ateromatosa, compressão extrínseca do vaso, torção dos vasos e ruptura vascular traumática - Os infartos são classificados de acordo com a sua cor, podendo ser vermelhos (hemorrágicos) ou brancos (anêmicos) - Infarto branco: • Ocorre com oclusões arteriais em órgãos sólidos com circulação arterial terminal → coração, baço e rim • A causa é sempre arterial podendo ser uma oclusão tromboembólica • A densidade do tecido limita a penetração de sangue dos leitos capilares adjacentes na área necrótica • Sangue NÃO chega ao órgão OBS: uma região que sofreu um infarto branco, quando reperfundida pode vir a acontecer um infarto vermelho secundariamente - Infarto vermelho: • Ocorre extravasamento de sangue na região infartada, geralmente devido a presença de circulação dupla • Ou ocorre quando o fluxo é reestabelecido para um local de oclusão arterial com necrose previa • Tanto a oclusão arterial como a venosa podem causar infartos vermelhos • Os órgãos comumente acometidos são: testículos, tumores pediculados, encéfalo e intestinos • Os infartos vermelhos não são tão bem delimitados quanto os brancos, em virtude da infiltração de sangue do parênquima adjacente à necrose. Transformação do infarto branco em vermelho: Obstrução arterial → infarto branco obstrução removida → espontânea ou terapêutica → fluxo reestabelecido → sangue inunda a região infartada → infarto secundariamente vermelho - Fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto: • Anatomia do suprimento vascular • Tempo de desenvolvimento da oclusão • Vulnerabilidade intrínseca do tecido afetado a lesão isquêmica • Conteúdo de oxigênio no sangue Maria Fernanda Moncorvo – T5 38 - Distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico caracterizado por uma incapacidade do sistema circulatório em manter a pressão arterial ideal para garantir a perfusão sanguínea resultando em hipóxia tecidual generalizada ↓ perfusão tecidual → hipóxia → falência múltipla de órgãos - Para que não haja choque hemodinâmico, o débito cardíaco do paciente deve estar bom → levando oxigênio para todos os tecidos do organismo - O paciente
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