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Tatyane Ferreira Odontologia PATOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES Patologia Oral Fonte: Patologia Oral e Maxilofacial. Neville, 3ºEd. Sialorreia; Xerostomia; Tatyane Ferreira Odontologia SIALORREIA Também conhecido como salivação excessiva, é uma condição que apresenta várias causas. A sialorreia menor pode resultar de uma irritação local, como úlceras aftosas ou próteses removíveis mal adaptadas. A sialorreia é uma característica bem comum na raiva e o envenenamento por metais pesados; Também pode ser ocasionado como consequência de certos medicamentos, como antipsicóticos, principalmente clozapina, e agonistas colinérgicos utilizados no tratamento da demência do tipo do Alzheimer. Além disso, há uma parcela da população que apresenta sialorreia, entretanto não há nenhuma evidência clínica óbvia para tal. Aliás, o escorrimento salivar pode ser um problema para pacientes com retardo mental, paralisia cerebral, doença de Parkinson ou submetidos a ressecção da mandíbula, porém esses casos não estão associados a superprodução de saliva, mas sim pelo controle neuromuscular deficiente. ✓ Características clínicas O excesso de produção salivar consequentemente produz escorrimento salivar e engasgo. Nas crianças com retardo mental ou paralisia cerebral pode levar ao desenvolvimento de úlceras ao redor da boca, queixo e pescoço. sialorreia idiopática paroxística: é um tipo interessante de hipersalivação de causa desconhecida e apresenta episódios de salivação que dura 2 a 5 minutos, aliás estão associados a náusea ou dor prodrômica. ✓ Tratamento e prognóstico Alguns casos são transitórios ou discretos e não precisa de nenhum tratamento; Os casos associados a doença do refluxo gastroesofágico, a conduta médica pode ser benéfica; Escorrimento salivar persistente e intenso, a intervenção terapêutica é indicada. A fonoaudiologia pode ser usada para melhorar o controle neuromuscular, mas o paciente deve cooperar. Além disso, medicações anticolinérgicas podem reduzir a produção de saliva, porém podem gerar efeitos adversos indesejáveis. A escopolamina tem se mostrado eficaz, porém não deve ser usada em crianças com menos de 10 anos. A injeção intraglandular de toxina botulínica têm se mostrado eficaz na redução de saliva com duração variável de 6 semanas a 6 meses. Técnicas cirúrgicas para o controle salivar intenso em indivíduos com controle neuromuscular deficiente: - Realocação dos ductos submandibulares; Tatyane Ferreira Odontologia -Realocação dos ductos da parótida (os ductos são reposicionados posteriormente à fossa tonsilar, redirecionando o fluxo salvar); - Excisão da glândula submandibular e ligação do ducto da parótida; - Ligação dos ductos das glândulas submandibular e parótida; - Neurectomia timpânica bilateral com secção da corda do tímpano. OBS: A neurectomia timpânica bilateral e a secção do nervo corda do tímpano destrói a inervação parassimpática das glândulas reduzindo a secreção salivar e consequentemente induz a xerostomia, além disso produz perda do paladar nos 2 terços anteriores da língua. ❖ XEROSTOMIA Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwi ki%2FXerostomia&psig=AOvVaw3Wocxu3C6JgCBnr3T1Uc- T&ust=1611186389538000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCKjb2ZeXqe4CFQAA AAAdAAAAABAP É a sensação subjetiva de boca seca, e é frequentemente associada a hipofunção da glândula salivar. Diversos fatores estão associados a xerostomia como, por exemplo: Fatores locais – tabagismo e respiração bucal; Doenças sistêmicas – diabetes melito, síndrome de sjogren e HIV; Origem iatrogênica – quimioterapia e medicações (anti-hipertensivos, como metildopa; antidepressivos como amitriptilina antihistaminico como difenidramina e ansiolíticos e sedativos como Diazepam, lorazepam); Perda de água – vômitos e hemorragia; Origem de desenvolvimento – aplasia da glândula salivar. ✓ Características clínicas Redução da secreção salivar; Saliva residual espumosa ou espessa; Mucosa parece seca, durante o procedimento pode aderir a luva na superfície da mucosa; Dorso da língua fissurado e com atrofia das papilas filiformes; Paciente pode relatar: dificuldade de deglutir e mastigar e aderência dos alimentos a mucosa oral durante a alimentação; OBS: alguns pacientes com queixa de boca seca podem apresentar fluxo salivar normal e lubrificação normal na cavidade oral, entretanto pacientes que clinicamente apresenta boca seca, não relatam queixas. OBS: Nos pacientes com xerostomia observa-se um aumento na prevalência da candidíase oral devido a redução da limpeza e atividade antimicrobiana normalmente promovida pela saliva. Obs: pacientes com xerostomia são mais suscetível a cárie, sobretudo as cervicais e as de raiz, geralmente isso é associado a radioterapia, sendo denominadas de cáries por radiação, porém o correto seria cárie associada a xerostomia. Tatyane Ferreira Odontologia ✓ Tratamento e prognóstico O tratamento é difícil e geralmente não é satisfatório. Salivas artificiais podem ajudar e também goles de água ao longo do dia. Além disso, balas sem açúcar podem ser usada para estimular o fluxo salivar. Caso a xerostomia seja decorrente de uma medicação recomenda-se em consulta com o médico a suspensão ou a modificação da dose ou substituição do fármaco. A pilocarpina é um agonista parassimpático que pode ser utilizado como sialogogo, usada de 5 a 10 mg de 3 a 4 vezes ao dia pode ser eficaz na promoção de secreção salivar. O excesso de sudorese é um efeito colateral, porém menos comum pode ocorrer problemas maiores como aumento da pressão arterial e frequência cardíaca. OBS: Pilocarpina e cevimelina é contraindicado para pacientes com glaucoma de ângulo agudo. Devido ao elevado risco de cárie, é recomendado várias visitas ao dentista e aplicação tópica de flúor tanto em consultório quanto em casa, além do uso de enxaguatórios bucais com clorexidina para diminuir a formação de placa.
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