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INTRODUÇÃO Psicologia Criminal

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INTRODUÇÃO
 	O presente trabalho tem como foco as escolas que comportam o desenvolvimento da criminologia como ciência desde a sua forma tradicional até os dias actuais (modernidade). O que queremos aqui é apresentar as abordagens teóricas introduzidas pelas mais diversas escolas criminais como premissas para a compreensão e identificação de pontos convergentes ou divergentes das mesmas que nos ajudam a compreender o factor crime. 
 	 O presente estudo trata sobre as escolas criminais e seus diversos conceitos e abordagens, capaz de facilitar o entendimento do crime e também do criminoso dando ênfase posteriormente nas teorias criadas ao longo da história. A metodologia utilizada foi a bibliográfica e documental, utilizando livros, apostilas e artigos científicos. 
Objectivos:
Geral: Compreender a finalidade das escolas criminais.
Específicos:
· Identificar as escolas criminais e os seus precursores 
· Analisar a evolução das escolas criminais
· Descrever as abordagens e os pontos de vista divergentes e convergentes existentes entre as escolas criminais. 
CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
1.1 - DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS 
1.1.1- Escola
A palavra “escola” tem sua origem na Grécia antiga, com SKHOLE, que foi evoluindo até o Latim SCHOLA. Os termos de ambas as línguas tem o mesmo significado, “discussão ou conferência”, mas também significavam “folga, ócio”. Este último significado, no caso, seria um tempo ocioso onde era possível ter uma conversa interessante e educativa[footnoteRef:2]. [2: https://www.gramatica.net.br/origem-das-palavras/etimologia-de-escola/. Acessado no dia 2 Dez 2020 10:38:49
] 
Em 2000 a.C., no período da Grécia Antiga, as escolas tinham por objetivo educar homens em sua formação integral, ou seja, desenvolver sua ética, pensamento político e o seu conhecimento religioso.
Entretanto, com a queda da Grécia Antiga para Roma em 763 a.C., as escolas passaram a ter como função formar homens com capacidade crítica, através de ensinamentos sobre filosofia, aritmética, política e artes, onde o professor (grandes filósofos) incentivava a construção de ideologias baseadas no comportamento social da época e não em seus próprios conhecimentos. Ao longo desse período, a escola formava apenas pessoas do sexo masculino, considerados cidadãos greco-romanos, com o objetivo de torná-los dirigentes do povo, como políticos ou representantes religiosos. A instituição representava uma troca de ideias construtivas, onde as pessoas eram livres para desenvolver seus próprios pensamentos e conclusões.
1.1.2 – Criminologia
Etimologicamente, criminologia vem do latim crimino (crime) e do grego logos (estudo, tratado), significando o “estudo do crime”.
Para PEIXOTO (Apud Penteado filho. 2012, p.18), a criminologia “é a ciência que estuda os crimes e os criminosos, isto é, a criminalidade”. Entretanto, a criminologia não estuda apenas o crime, mas também as circunstâncias sociais, a vítima, o criminoso, o prognóstico delito etc[footnoteRef:3]. [3: PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de Criminologia. 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.
] 
A palavra “criminologia” foi pela primeira vez usada em 1883 por Paul Topinard e aplicada internacionalmente por Raffaele Garófalo, em seu livro Criminologia, no ano de 1885.
Pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica (baseada na
Observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por objecto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delituoso, da vítima e o controle social das condutas criminosas.
A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objecto (crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever ser”, portanto normativa e valorativa.
 A interdisciplinaridade da criminologia decorre de sua própria consolidação histórica como ciência dotada de autonomia, à vista da influência profunda de diversas outras ciências, tais como a sociologia, a psicologia, o direito, a medicina legal etc.
1.1.2.1 - Crime 
 Para o DICIONARIO DE LINGUA PORTUGUESA (2013, p.444) «Crime, “DIREITO”, é todo o delito previsto e punido por lei penal, trata-se da infracção de um dever ou acto repreensível». Também podemos entender o crime como sendo o início da compreensão dos principais institutos do Direito Penal. Embora aparentemente simples, a sua definição completa e pormenorizada apresenta questões complexas que acarretam consequências diversas.
1.2 – Breve historial das escolas criminais
 Antes de irmos até o foco que são as escolas criminais é necessário que se busque entender a evolução histórica da criminologia.
 Segundo PENTEADO FILHO (2012, p.30) Não existe uniformidade na doutrina quanto ao surgimento da criminologia segundo padrões científicos, porque há diversos critérios e informes diferentes que procuram situá-la no tempo e no espaço.
 No plano contemporâneo, a criminologia decorreu de longa evolução, marcada, muitas vezes, por atritos teóricos irreconciliáveis, conhecidos por “disputas de escolas”.
 O próprio Cesare Lombroso não se dizia criminólogo e sustentava ser adepto da escola antropológica italiana. É bem verdade que a criminologia como ciência autónoma existe há pouco tempo, mas também é indiscutível que ela ostenta um grande passado, uma enorme fase pré-científica.
 Para que se possa delimitar esse período pré-científico, é importante definir o momento em que a criminologia alcançou status de ciência autónoma.
Muitos doutrinadores afirmam que o fundador da criminologia moderna foi
Cesare Lombroso, com a publicação, em 1876, do seu livro O homem delinquente. Para outros, foi o antropólogo francês Paul Topinard quem, em 1879, teria empregado pela primeira vez a palavra “criminologia”, e há os que defendem a tese de que foi Rafael Garófalo quem, em 1885, usou o termo como nome de um livro científico.
 Ainda existem importantes opiniões segundo as quais a Escola Clássica, com Francesco Carrara (Programa de direito criminal, 1859), traçou os primeiros aspectos do pensamento criminológico. Não se pode perder de vista, no entanto, que o pensamento da Escola Clássica somente despontou na segunda metade do século XIX e que sofreu uma forte influência das ideias liberais e humanistas de Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, com a edição de sua obra genial, intitulada Dos delitos e das penas, em 1764.
Por derradeiro, releva frisar que, numa perspectiva não biológica, o belga Adolphe Quetelet, integrante da Escola Cartográfica, ao publicar seu Ensaio de física social (1835), seria um expoente da criminologia inicial, projectando análises estatísticas relevantes sobre criminalidade, incluindo os primeiros estudos sobre “cifras negras de criminalidade” (percentual de delitos não comunicados formalmente à Polícia e que não integram dados estatísticos oficiais). Nessa discussão quase estéril acerca de quem é o criador da moderna criminologia, uma coisa é imperiosa: houve forte influência do Iluminismo, tanto nos clássicos quanto nos positivistas.
 O apogeu do Iluminismo deu-se na Revolução Francesa, com o pensamento liberal e humanista de seus expoentes, dentre os quais se destacam Voltaire, Montesquieu e Rousseau, que teceram inúmeras críticas à legislação criminal que vigorava na Europa em meados do século XVIII, aduzindo a necessidade de individualização da pena, de redução das penas cruéis, de proporcionalidade etc.
 Merece destaque a teoria penológica proposta por Cesare Beccaria, considerado o precursor da “Escola Clássica”. 
 Com acerto lecciona Cezar Roberto Bettencourt (Apud PENTEADO FILHO) que, “No século XIX surgiram inúmeras correntes de pensamento estruturadas de forma sistemática, segundo determinados princípios fundamentais. Essas correntes, que se convencionou chamar de Escolas Penais, foram definidas como ‘o corpo orgânico de concepções contrapostas sobrea legitimidade do direito de punir, sobre a natureza do delito e sobre o fim das sanções’”.
1.3 - Escola clássica
 Para Ferri (Apud PENTEADO FILHO. 2012, p.45) «Não existiu propriamente uma Escola Clássica, que foi assim denominada pelos positivistas em tom pejorativo».
 A designação de ”clássica” deve-se a Enrico Ferri que pretendeu com esta denominação relevar o carácter ultrapassado das ideias desta escola sobre a delinquência por comparação à Escola Positivista Italiana da qual fazia parte e, portanto, a origem daquela designação tem um cariz pejorativo, porém, passou a ser uma designação comum, encontrada em qualquer manual de Criminologia, sem possuir esse sentido negativo original.
 Para Tiago Gouveia (2016, p. 38) quando iniciamos o estudo da Criminologia é comum depararmo-nos com a escola clássica. Ela surge como paragem obrigatória para nos inserir na racionalidade penal moderna e na problemática do fim das penas. Do ponto de vista da História da Criminologia, ela também funciona como uma demarcação basilar; do Antigo Regime, marcado pela discricionariedade da justiça e desumanização da pena; para um novo projecto, Iluminista e fundado numa nova forma de pensar o Homem.
 Para Treadwell (Apud TIAGO GOUVEIA. 2016, p. 38) nesse sentido, alguns autores têm questionado o sentido de falar numa escola clássica da criminologia e preferem então utilizar a designação de escola clássica do direito penal, uma vez que a criminologia surge apenas como ciência mais tarde, mais concretamente a partir do positivismo e dos seus métodos instrumentais.
 As ideias consagradas pelo Iluminismo acabaram por influenciar a redacção do célebre livrete de Cesare Beccaria, intitulado Dos delitos e das penas (1764), com a proposta de humanização das ciências penais. Além de Beccaria, despontam como grandes intelectos dessa corrente Francesco Carrara Dogmática penal e Giovanni Carmignani, Elementos do direito criminal.
 Os Clássicos partiram de duas teorias distintas: o jusnaturalismo (direito natural, de Grócio), que decorria da natureza eterna e imutável do ser humano, e o contractualismo (contrato social ou utilitarismo, de Rousseau), em que o Estado surge a partir de um grande pacto entre os homens, no qual estes cedem parcela de sua liberdade e direitos em prol da segurança colectiva.
 A burguesia em ascensão procurava afastar o arbítrio e a opressão do poder soberano com a manifestação desses seus representantes através da junção das duas teorias, que, embora distintas, igualavam-se no fundamental, isto é, a existência de um sistema de normas anterior e superior ao Estado, em oposição à tirania e violência reinantes.
 Para Vold (Apud TIAGO GOUVEIA. 2016, p.39) podemos caracterizá-la como uma “criminologia administrativa e legal”, na medida em que se limitou a ter mais como objecto de estudo o sistema penal do que os motivos do comportamento delinquente.
 Embora o objecto de estudo da escola clássica tivesse sido privilegiadamente o sistema penal, não significa que nada tivesse a dizer a respeito da explicação do crime: partindo de um princípio geral e abstracto, o crime seria fruto de uma escolha racional. Escolha que encontraria a sua razão de causa no livre arbítrio.
 Segundo Foucault (Apud TIAGO GOUVEIA. 2016, P.39) as outras razões prendem-se sobretudo com o impacto que a Escola Clássica teve nas actuais teorias Criminológicas. Designadamente, na teoria da escolha racional e das actividades de rotina, como também pela sua influência nos próprios princípios enformadores do nosso sistema penal hodierno, designadamente o princípio da legalidade (nullum crimen sine lege) e proporcionalidade. Podemos dizer que estas articulações com a escola clássica são ordenadas através da actualidade do saber criminológico que transforma “os documentos em monumentos”, por oposição à história tradicional que visava memorizar os monumentos do passado, transformando-os em documentos. Assim, a escola clássica torna-se no presente um monumento vivo, não estanque, mas em constante devir. A relação entre saber e história torna-se então interdependente, o que não deixa de ser também um método epistemológico.
 Mas é precisamente aquela explicação abstracta de crime, que vai servir de fundamento para a emergência de um sistema penal que passa a reagir ao crime através do efeito dissuasor da punição, percebida aqui efectivamente como uma contra motivação para a prática de delitos. A legitimidade de punir passou também a encontrar a sua validade na ideia de contrato social, assumido e esclarecido entre seres humanos livres e racionais.
1.3.1. – Os princípios fundamentais da Escola Clássica.
Segundo Penteado Filho (2012, p.46) são:
a) O crime é um ente jurídico; não é uma acção, mas sim uma infracção (Carrara).
b) A punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio.
c) A pena deve ter nítido carácter de retribuição pela culpa moral do delinquente (maldade), de modo a prevenir o delito com certeza, rapidez e severidade e a restaurar a ordem externa social.
d) Método e raciocínio lógico dedutivo.
 Alfonso Serrano Maíllo prelecciona que (Apud PENTEADO FILHO. 2012, p.47) para a Escola Clássica, a responsabilidade criminal do delinquente leva em conta sua responsabilidade moral e se sustenta pelo livre-arbítrio, este inerente ao ser humano. Isso quer dizer que se parte da premissa de que o homem é um ser livre e racional, capaz de pensar, tomar decisões e agir em consequência disso; em outras palavras “Quando alguém encara a possibilidade de cometer um delito, efectua um cálculo racional dos benefícios esperados (prazer) e os confronta com os prejuízos (dor) que acredita vão derivar da prática do delito; se os benefícios são superiores aos prejuízos, tenderá a cometer a conduta delituosa”. Trata-se de um pensamento derivado do utilitarismo, hoje em dia um pouco esquecido, em que se defende a ideia de que as acções humanas devem ser julgadas conforme tragam mais ou menos prazer ao indivíduo e contribuam ou não para maior satisfação do grupo social[footnoteRef:4]. [4: Crf Penteado Filho pag47] 
1.4 - Escola positivista
 A chamada Escola Positiva deita suas raízes no início do século XIX na Europa, influenciada no campo das ideias pelos princípios desenvolvidos pelos fisiocratas e iluministas no século anterior. Pode-se afirmar que a Escola Positiva teve três fases: antropológica (Lombroso), sociológica (Ferri) e jurídica (Garófalo). 
 É importante lembrar que, antes da expressão “italiana” do positivismo, Lombroso, Ferri e Garófalo, já se delineava um cunho científico aos estudos criminológicos, com a publicação, em 1827, na França, dos primeiros dados estatísticos sobre a criminalidade. Tal publicação chamou a atenção de importantes pesquisadores, dentre os quais o belga Adolphe Quetelet, que ficou fascinado com a sistematização de dados sobre delitos e delinquentes.
Justamente em função disso, em 1835, Quetelet publicou a obra Física sócia, que desenvolveu três preceitos importantes: 
a. O crime é um fenómeno social;
b. Os crimes são cometidos ano a ano com intensa precisão;
c. Há várias condicionantes da prática delictiva, como miséria, analfabetismo, clima etc.
Formulou ainda a teoria das leis térmicas, por meio da qual no inverno seriam praticados mais crimes contra o património, no verão seriam mais numerosos os crimes contra a pessoa e na primavera haveria maior quantidade de crimes contra os costumes (sexuais). Quetelet tornou-se, portanto, defensor das estatísticas oficiais de medição de delitos; todavia, guardou certa cautela, na medida em que se apercebeu que uma razoável quantidade de crimes não era detectada ou comunicada aos órgãos estatais (cifra negra). Ainda que se considere que o positivismo criminológico tenha raízes nesses estudos estatísticos (cientificidade), sua aclamação e consolidação só vieram a ocorrer no final do século XIX, com a actuação destacada de Lombroso,Ferri e Garófalo, principais expoentes da Escola Positiva italiana.
 Cesare Lombroso (Apud PENTEADO FILHO. 2012, P.48) «publicou em 1876 o livro O homem delinquente, que instaurou um período científico de estudos criminológicos».
 Na verdade Lombroso não criou uma teoria moderna, mas sistematizou uma série de conhecimentos esparsos e os reuniu de forma articulada e inteligível.
 Considerado o pai da “Antropologia Criminal”, Lombroso retirou algumas ideias dos fisionomistas para traçar um perfil dos criminosos. Assim, acabou por examinar com intensa profundidade as características fisionómicas e as comparou com os dados estatísticos de criminalidade. Nesse sentido, dados como estrutura torácica, estatura, peso, tipo de cabelo, comprimento de mãos e pernas foram analisados com detalhes. Lombroso também buscou informes em dezenas de parâmetros frenológicos, decorrentes de exames de crânios, traçando um viés científico para a teoria do criminoso nato.
 Segundo PENTEADO FILHO (2016, p.49) os estudos científicos de Lombroso assumiram feição multidisciplinar, pois emprestaram informes da psiquiatria, com a análise da degeneração dos loucos morais, bem como lançaram mão de dados antropológicos para retirar o conceito de atavismo e de não evolução, desenvolvendo o conceito de criminoso nato. Para ele, não havia delito que não deitasse raiz em múltiplas causas, incluindo-se aí variáveis ambientais e sociais, por exemplo, o clima, o abuso de álcool, a educação, o trabalho etc.
 PENTEADO FILHO (2016, p.49) Ademais, Lombroso propôs a utilização de método empírico-indutivo ou indutivo-experimental, que se ajustava ao casualíssimo explicativo defendido pelo positivismo. Efectuou ainda estudos intensos sobre as tatuagens, constatando uma tendência à tatuagem nos dementes. Por isso, afirmou que o crime não é uma entidade jurídica, mas sim um fenómeno biológico, razão pela qual o método indutivo-experimental deveria ser o empregado. Registe-se, por oportuno, que suas pesquisas foram feitas na maioria em manicómios e prisões, concluindo que o criminoso é um ser atávico, um ser que regride ao primitivismo, um verdadeiro selvagem (ser bestial), que nasce criminoso, cuja degeneração é causada pela epilepsia, que ataca seus centros nervosos. Estavam fixadas as premissas básicas de sua teoria: atavismo, degeneração epiléptica e delinquente nato, cujas características seriam: fronte fugidia, crânio assimétrico, cara larga e chata, grandes maçãs no rosto, lábios finos, canhotismo (na maioria dos casos), barba rala, olhar errante ou duro etc.
 PENTEADO FILHO (2016, p.51) embora Lombroso não tenha afastado os factores exógenos da génese criminal, entendia que eram apenas aspectos motivadores dos factores endógenos. Assim, o clima, a vida social etc. Apenas desencadeariam a propulsão interna para o delito, pois o criminoso nasce criminoso (determinismo biológico).
 Tais conclusões decorreram sobretudo dos estudos médico-legais feitos na necropsia do famigerado bandido calabrês Vilela, em que se descobriu que este possuía uma fossa occipital igual à dos vertebrados superiores, mas diferente do homo sapiens (degeneração). Depois, ao estudar os crimes de sangue cometidos pelo soldado Misdea, verificou-se que a epilepsia poder-se-ia manifestar por impulsos violentos (epilepsia larvar). Lombroso classificou os criminosos em natos, loucos, por paixão e de ocasião.
Inúmeras críticas foram feitas a Lombroso, justamente pelo fato de que milhares de pessoas sofriam de epilepsia e jamais praticaram qualquer crime. Então, em socorro do mestre, surgiu o pensamento sociológico de Ferri.
 	Enrico Ferri (1856-1929), genro e discípulo de Lombroso, foi o criador da chamada “sociologia criminal”. Para ele, a criminalidade derivava de fenómenos antropológicos, físicos e culturais. Ferri negou com veemência o livre-arbítrio (mera ficção) como base da imputabilidade; entendeu que a responsabilidade moral deveria ser substituída pela responsabilidade social e que a razão de punir é a defesa social (a prevenção geral é mais eficaz que a repressão). Classificou os criminosos em natos, loucos, habituais, de ocasião e por paixão.
 	Rafael Garófalo (1851-1934), jurista de seu tempo, afirmou que o crime estava no homem e que se revelava como degeneração deste; criou o conceito de temibilidade ou periculosidade, que seria o propulsor do delinquente e a porção de maldade que deve se temer em face deste; fixou, por derradeiro, a necessidade de conceber outra forma de intervenção penal – a medida de segurança. Seu grande trabalho foi conceber a noção de delito natural (violação dos sentimentos altruísticos de piedade e probidade). Classificou os criminosos em natos (instintivos), fortuitos (de ocasião) ou pelo defeito moral especial (assassinos, violentos, ímprobos e cínicos), propugnando pela pena de morte aos primeiros.
1.4.1 - Os principais postulados da Escola Positiva. 
Segundo Penteado filho (2012, p.) em apertada síntese, poderíamos dizer que são:
a) O direito penal é obra humana. 
b) A responsabilidade social decorre do determinismo social.
c) O delito é um fenómeno natural e sociais factores natural e social (factores biológicos, físicos e sociais).
d) A pena é um instrumento de defesa social (prevenção geral);
e) Método indutivo-experimental.
f) Os objectos de estudo da ciência penal são o crime, o criminoso, a pena e o processo.
1.5 - Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã
Esta corrente foi também denominada Escola Sociológica Alemã, e teve como principais expoentes Franz von Lizst, Adolphe Prins e Von Hammel, criadores, aliás, da União Internacional de Direito Penal, em 1888.
Lizst ampliou na conceituação das ciências penais a criminologia (com a explicação das causas do delito) e a penologia (causas e efeitos da pena).
1.5.1 - Os postulados da Escola de Política Criminal foram: 
a) O método indutivo-experimental para a criminologia.
b) A distinção entre imputáveis e inimputáveis (pena para os normais e medida de segurança para os perigosos).
c) O crime como fenómeno humano-social e como fato jurídico;
d) A função finalística da pena – prevenção especial; 
e) A eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta duração[footnoteRef:5]. [5: PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de Criminologia. 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.] 
1.6 - Terza Scuola
As Escolas Clássica e Positiva foram as únicas correntes do pensamento criminal que, em sua época, assumiram posições extremadas e bem diferentes filosoficamente. Depois delas apareceram outras correntes que procuraram conciliar seus preceitos. Dentre essas teorias ecléticas ou intermediárias, reuniram-se penalistas orientados por novas ideias, mas sem romper definitivamente com as orientações clássicas ou positivistas.
 A Terza Scuola Italiana, cujos expoentes foram Manuel Carnevale, Bernardino Alimena e João Impallomeni.
1.6.1 - Os principais postulados criminológicos:
a. Distinção entre imputáveis e inimputáveis;
b. Responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver a capacidade de se levar pelos motivos deverá receber uma medida de segurança);
c. Crime como fenómeno social e individual;
d. Pena com carácter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social[footnoteRef:6].. [6: Ide pag 58] 
1.7 - Escola Científica
Com os conflitos que existiam entre as escolas, ao passar do tempo, a Biologia, a Psicologia e a Sociologia passaram a dar novos caminhos aos estudos criminológicos.
Para diferenciar o homem delinquente do não delinquente, vieram as teorias biológicas, que buscavam encontrar no organismo do delinquente um motivo que lhe diferencia dos demais seres humanos um motivo para a motivação na prática de delitos. Mediante conclusões foram realizados diversos estudos sobre endocrinologia, anatomia, genética, morfologia e patologia, pois se acreditava ser o criminoso um ser dotado de anomalias.
Antônio Pablos de Molina também afirmou que, as orientaçõesbiológicas têm por base um nível muito elevado de empirismo, que constitui um défice inevitável em muitas construções sociológicas e psicológicas. Sem embargos o potencial de abstracção das mesmas é mais reduzido que naquelas. Possuem uma inquestionável vocação clínica e terapêutica, que se sobrepõe sobre projecções do saber científico.
O estudo mental gerador da conduta delitiva, foi dado com a Psicologia Criminal como também a génese, desenvolvimento e variáveis da mesma.
No entanto, segundo Antônio Pablo de Molina, os maiores precursores da Psicologia Criminal foram Wundt, Kohlbert, Piaget, Levin entre outros. E é nesse mesmo sentido, através da análise de enfermidades do homem que a
Psiquiatria, foi usada de orientação para verificar a relação daquelas enfermidades com os actos criminosos[footnoteRef:7]. [7: DE PAULA, Tania Braga. Criminologia: estudo das escolas sociológicas do Crime e da prática de infrações penais. Monografia apresentada à faculdade de direito Do centro universitário do norte paulista – UNORP, para obtenção do título de bacharel Em direito, sob orientação: professor mestre Guilherme Zuanazzi. São José do rio preto, 2013
] 
Vitorino Prata Castelo Branco assevera que, a psiquiatria explica que não são apenas os doentes mentais que cometem crimes, mas que boa parte dos mesmos é cometida por homens que sofrem anormalidade psíquica.
De qualquer forma é grande a contribuição trazida pela psiquiatria, parte da medicina que se ocupa das doenças mentais, ao desenvolvimento da criminologia, porque os crimes, em sua imensa maioria, são praticados por indivíduos insanos, incapazes de raciocínio normal.
Para Pablos de Molina, os grandes pesquisadores nesta área foram Feldman, Enseck, kraeplin, Glaser entre outros.
A Psicanálise é um método que se aprofunda no inconsciente dos indivíduos, analisando anomalias de fundo nervoso, as quais podem vir a colaborar para a conduta de delitos.
Um dos maiores precursores nesta área segundo João Farias Junior foi Sigmund Freud. Destaca-se pelas suas obras e de seus seguidores tratam de crimes e criminosos, procurando dar uma interpretação para o comportamento criminoso, fixando preceitos relativos à terapia.
Esses estudiosos consideram que o delito é um fenómeno social e selectivo, e está ligado directamente a certas circunstâncias da vida em sociedade.
Antônio Pablos de Molina defende ainda que, boa parte do êxito dos modelos sociológicos baseia-se na utilidade prática da informação que subministram para os efeitos políticos criminais. Pois somente estas teorias partem da premissa de que o crime é um fenómeno social muito selectivo, estreitamente unidos a certos processos, estruturas conflitos sociais, e tratam de isolar suas variáveis. 
Várias teorias surgiram dentro da Sociologia Criminal, por exemplo, as Multifactorias em que Gleck, Healy, Elliot e outros estudiosos perguntavam-se a respeito da delinquência juvenil. A teoria “ecológica da escola de Chicago” na qual sociólogos como Park e Burges estudavam o desenvolvimento urbano. A teoria do processo social, que foi a favor, da introdução do Labbeling Aproch, por Sutherland, Hirshi e outros.
1.8 - Escola Crítica
A criminologia Crítica teve seu surgimento baseada no marxismo, foi através das teorias políticas e económicas do crime, que começou a analisar as causas sociais e institucionais causadoras daquele.
Citando as ideias de Alessandro Baratta diz que a etiqueta “criminologia crítica” se refere a um campo muito vasto e não homogéneo de discursos que, no campo do pensamento criminológico e sociológico-jurídico contemporâneo, têm em comum uma característica que os distingue da criminologia “tradicional”: a nova forma de definir objecto e os termos mesmos da questão criminal. 
A diferença é, também e principalmente, uma consequência daquilo que, também e principalmente, uma consequência daquilo que, utilizando a nomenclatura da teoria recente sobre “as revoluções científicas”, onde pode ser definido como “mudança de paradigma” produzida na criminologia moderna. Sobre a base do paradigma etiológico a criminologia se converteu em sinónimo de ciência das causas da criminalidade.
Na perspectiva da criminologia crítica a criminalidade não é mais uma qualidade ontológica de determinados indivíduos, mediante uma dupla selecção: em primeiro lugar, a selecção dos bens protegidos penalmente, e dos comportamentos ofensivos destes bens, descritos nos tipos penais; em segundo lugar, a selecção dos indivíduos estigmatizados entre todos os indivíduos que realizam infracções a normas penalmente sancionadas.
1.8.1 - As escolas críticas seguem determinadas proposições.
Alessandro diz que são:
a. O direito penal não defende todos somente os bens essenciais, nos quais estão igualmente interessados todos os cidadãos, e quando pune as ofensas aos bens essenciais o faz com intensidade desigualdade e de modo fragmentário.
b. A lei penal não é igual para todos, o status de criminoso é distribuído de modo desigual entre os indivíduos.
c. O grau efectivo de tutela e a distribuição do status criminoso é independente da danosidade social das acções e da gravidade das infracções à lei, no sentido de que estes não constituem a variável principal da reacção criminal e da sua intensidade.
Porém, de acordo com Antônio Pablos de Molina a Criminologia Crítica questiona toda ordem social, mostra sua simpatia pelas minorias desviadas e ataca o fundamento moral do castigo (culpável é a sociedade), pregando, de algum modo, a não intervenção punitiva do Estado. Assim, nesse sentido, as teorias como o Labelling Aproach e a Reacção social passaram a ser uma espécie de bases de defesa dos integrantes da Criminologia Crítica.
Segundo tais teorias, os mecanismos usados para o controle da criminalidade não a detém, e sim, a causam. Pois é sabido que no momento em que os mecanismos que controlam a sociedade agem, acabam criando uma espécie de rotulagem dos delinquentes, ou seja, acabam diferenciando eles dos demais a partir de uma reacção social, ocorre um processo de discriminação, havendo a perpetuação delitiva, e a criação de subculturas, que levará a aproximação desses criminosos.
Segundo BARATTA, as maiores chances de ser seleccionado para fazer parte da “população criminosa” aparecem, de fato, concentradas nos níveis mais baixo da escala social (subproletariado e grupos marginais). A posição precária no mercado de trabalho (desocupação, subocupação, falta de qualificação) e defeitos de socialização familiar e escolar, que são características dos indivíduos pertencentes aos níveis mais baixos, e que na criminologia positivista e em boa parte da criminologia liberal contemporânea são indicados como as causas da criminalidade, revelam ser, antes, conotações sobre a base das quais o status de criminoso é atribuído.
A partir disso, Juarez Cirino dos Santos explica que, a teoria distingue a criminalização primária (de natureza “poligenética”, excluída do esquema explicativo da teoria) e criminalização secundária (resposta sequencial a criminalização primária, o comprometimento na “carreira desviante” como impacto pessoal da reacção social), o ponto de incidência de suas análises[footnoteRef:8]. [8: DE PAULA, Tania Braga. Criminologia: estudo das escolas sociológicas do Crime e da prática de infrações penais. Monografia apresentada à faculdade de direito Do centro universitário do norte paulista – UNORP, para obtenção do título de bacharel Em direito, sob orientação: professor mestre Guilherme Zuanazzi. São José do rio preto, 2013, pag 27
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Por fim, a escola crítica postula o respeito a personalidade do direito penal a inadmissibilidade do tipo criminal antropológico, fundando-se na causalidade e não na fatalidade do delito; a reforma social como imperativo do Estado na luta contra a criminalidade; a pena tem por fim a defesa social. A escola Crítica ainda ignora qualquer hipótese de ressocialização do agressor. Devendo a pena servir apenas para afastar o criminoso do meio social. A escola critica teve como seus principais estudiososAlessandro Baratta, Becker,
Schur, Granfiel, Goffman, Erickson entre outro	
Considerações finais 
 A culminar desta pesquisa, percebeu-se o quão fascinante é este tema, Escolas criminais tendo em vista que é um assunto de fórum académico que suscita duvidas e curiosidades de todo tipo, desde logo no que diz respeito aos seus precursores e suas teorias centradas no crime e no comportamento criminoso.
 Dizer também que as Escolas criminais não só prestaram subsídios à criminologia como também ao Direito penal e a outros ramos ou ciências que tem como ponto fulcral o homem como ser social e propulsor de mudanças sociais sejam positivas ou negativas.
 Desta feita é fundamental salientar que o ponto convergente entre as escolas criminais reside no facto de que todas tinham como foco a compreensão do fenómeno crime e o comportamento criminoso. E suas divergências estão centradas em suas abordagens, o modo como cada escola compreendia o fenómeno crime e o comportamento criminoso e suas motivações. 	
	
				
 
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