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CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO MICROECONOMIA

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Universidade Federal do Ceará
Disciplina: Análise Microeconômica
Aluna: Jéssica Dantas de Andrade 
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO MICROECONOMIA
Em nosso dia a dia, conceitos pertinentes à economia são intensamente presentes, tais como: elevação dos preços, dívida externa, inflação, aumento de impostos, etc. Ou seja, são questões presentes tanto em diálogos de pessoas comuns quanto de pessoas que dedicam-se ao estudo da ciência econômica. Logo, há a necessidade daqueles que ocupam cargos de responsabilidade possuir o arcabouço de conhecimentos teóricos mais consistentes. Portanto, o estudo da ciência econômica visa fazer a análise dos problemas econômicos e para além disso, desenvolver formas de resolução que permitam a melhoria da nossa qualidade de vida, afinal, tratar de economia está inteiramente ligada com nossa condição de vida.
Para discorrermos a respeito da ciência econômica nada mais ideal do que definir a palavra "economia", cuja sua origem corresponde à derivação da palavra grega "oikonomía", formada a partir de oikos (casa) com nomos (lei). A definição da economia como ciência social traz palavras de conceitos fundamentais para o entendimento dessa disciplina (tais palavras serão destacadas em negrito). Entende-se, portanto, ECONOMIA como sendo uma ciência social (baseada em uma análise positiva) responsável pelo estudo da forma como a sociedade escolhe (escolha) utilizar os recursos produtivos (mão de obra, terra, capital, matérias-primas, entre outros) que são escassos (escassez) na produção de bens e serviços, cujo propósito reside em satisfazer as necessidades humanas e para isso, analisa-se a forma de distribuir (distribuição) tais recursos produtivos entre pessoas e grupos sociais. Em tese, trata-se do modo em que "a sociedade administra recursos produtivos escassos".
A problemática está entre balancear as necessidades humanas que são ilimitadas com os recursos produtivos que são escassos, mantendo o foco na satisfação do indivíduo. É pela problemática da escassez que decisões econômicas envolvem juízo de valor, uma análise que expressa o que “deve ser” a partir de percepções individuais. Portanto, vale reforçar que a Economia visa alocar os recursos da maneira mais eficiente eficaz possível às necessidades, já que a escassez é uma problemática sempre presente. Por isso surgem os três problemas econômicos: (1) o que e quanto produzir (dado que a produção deve ocorrer em função da demanda que é feita pela sociedade sobre o que a mesma deseja consumir e em qual quantidade); (2) como produzir (o produto escolherá a forma mais eficiente e de menor custo possível e a sociedade escolherá também como ela deseja que seja feito o produto) e (3) para quem produzir (este último também é decidido pela sociedade, a forma como os recursos são distribuídos aos indivíduos de acordo com diretrizes como renda).
A forma que uma sociedade lida para resolver as problemáticas econômicas dependem dos sistemas econômicos. Estes, definem-se como sendo: um sistema que engloba produção, distribuição e consumo de bens e serviços de uma economia. Seus elementos básicos são:
> Estoque de recursos produtivos ou fatores de produção - recursos humanos, capital, terra, reservas naturais e tecnologia; 
> Complexo de unidades de produção - empresas;
> Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais - base da sociedade.
Além disso, há as duas classificações para os sistemas econômicos:
1. sistema capitalista ou economia de mercado - funciona de acordo com as forças de mercado (livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção); ou seja, preços, quer seja de bens ou de serviços e valores salariais dependem da correlação da oferta e demanda;
2. sistema socialista ou economia centralizada - leva em consideração a propriedade pública dos fatores de produção, diferente do anterior, onde esses são controlados por um órgão centralizado; sendo assim, os preços são determinados pelo órgão central;
Até o século XX a sistemática da economia nas sociedades não recebia intervenção estatal, portanto, configurava-se como um sistema que seguia a filosofia do liberalismo. Porém, passado o início do séculos XX, a partir de 1930, os sistemas adotados começaram a ser mistos. E por sistemas de economia mista podemos entender como a junção das forças de mercado e a complementaridade através da atuação estatal. Já nos anos 1980, com o fim da "Cortina de Ferro", governos que se consideravam comunistas têm-se aberto à iniciativa privada gradativamente. Por isso, o livro texto aborda que talvez Cuba e Coreia do Norte sejam os únicos que se mantêm centralizados.
Diante da problemática da escassez, a economia traz um conceito importante para analisar oportunidades que leva em consideração o produto de pleno emprego (todos os trabalhadores estão empregados): a curva de possibilidades e produção (CPP). Tal curva corresponde a capacidade máxima de produção da sociedade, deduzindo que todos os fatores de produção estejam empregados em determinado período. Portanto, percebe-se que a escassez limita à capacidade produtiva. Reproduzindo aqui a figura 1.1 do livro texto para exemplificar a CPP, temos:
Onde ABCDE correspondem às alternativas possíveis e viáveis de produção, F sendo uma alternativa ociosa (dado que ela se encontra debaixo da curva e, portanto, não se encontra utilizando sua capacidade máxima produtiva) e G representa uma opção inviável ou impossível, pois dado que os recursos são escassos eles não conseguem atingir o ponto fora da curva. 
Além disso, outro conceito pertinente à abordagem anterior trata-se do custo de oportunidade que por definição significa uma oportunidade renunciada de, nesse caso, produzir um bem Q para produzir um R. Importante frisar que o espera-se que o custo de oportunidade seja crescente dado que fica cada vez mais sacrificante a transferência dos fatores de produção, nesse caso, da produção de alimento (cresce) pelo sacrifício da produção das máquinas (decresce). Existe também o deslocamento da CPP, onde quando essa movimentação ocorre para a direita ou para cima significa avanço para o país, que pode ocorrer por diversos fatores: avanço tecnológico ou uso mais eficiente dos meios produtivos, por exemplo.
Para compreendermos o funcionamento do sistema econômico utilizaremos da sistemática do fluxo real da economia. Neste, existem apenas dois agentes econômicos (empresa e família) que desempenham duplo papel no ciclo. A família é detentora dos fatores de produção básicos (trabalho, terra e capital) os quais ela oferta no mercado dos fatores de produtos onde as empresas demandam como insumo para a produção de bens ou serviços, que são ofertados no mercado de bens e serviços pela demanda das famílias. 
O fluxo real da economia só pode existir e ser mantido pela moeda (caracterizando o fluxo monetário da economia), meio de pagamento/remuneração para a troca ofertada e demandada no fluxo real. As remunerações dividem-se em: (a) salário - aos proprietários dos fatores de produção; (b) juro- aos proprietários do capital monetário; (c) aluguel- aos proprietários do fator terra e (d) lucro- ao capital físico. Logo, tendo em vista que ambos são interligados, sua junção resulta no fluxo circular de renda, representado pela figura 1.6 do livro texto:
O fluxo real ou fluxo básico, como pressuposto não envolve o setor público e o setor externo. Diferentemente do fluxo completo que engloba ambos e suas respectivas atividades. 
Outra classificação crucial é a de bens, a começar: (1) bens de capital- bens utilizados na produção de outros bens sem que o primeiro sejam totalmente consumido ou desgastado na produção; (2) bens de consumo- bens atribuídos à saciabilidade da necessidade humana, por isso, subdivide-se em duas classificações: (a) durável- exemplo: automóvel e (b) não durável- alimento; (3) bens intermediários- bens consumidos totalmente no processo produtivo, ou seja, são bens utilizado na produção de outros, exemplo: insumos; (4) bens finais- correspondem aos bens comercializadosseja para consumo ou para utilização final.
Como mencionado em sua definição, economia baseia-se na análise positiva, seguindo isso, os argumentos positivos pertinentes a tal análise não englobam juízo de valor, também abordado anteriormente, ou seja, tais argumentos expressam relações de se-então por exemplo. Porém, tendo em vista que a Economia lida com decisões e comportamentos pessoais que constantemente se alteram, esses também interferem na análise econômica, então por se tratar de algo que depende de tais coisas faz-se necessário a definição dos argumentos normativos. Os argumentos normativos, ao contrário dos positivos, possui juízo de valor que em sua análise faz presente tanto explicitamente quanto implicitamente. Para melhor explicar, se por exemplo quisermos melhoria na distribuição de renda, estaremos utilizando argumentos normativos, pois nessa análise contém juízo de valor. No caso o administrador de política econômica possui meios para atingir tal objetivo, nesse caso utilizaremos a economia positiva para escolher o meio mais adequado. 
A Economia, sendo uma ciência como todas as outras, só que nesse caso social, possui pontos de inter-relação com outras ciências, tanto humanas, quanto da natureza, quanto exatas. Então, no início do estudo de Economia, havia o grupo de concepção organicista (organicistas- biologia; mecanicistas- física), onde segundo a visão organicista e economia seria similar a um órgão vivo, já pela visão mecanicista as leis econômicas se assimilariam a certas leis da Física. O que foi concretizado pelo tempo é que a concepção predominante da Economia trata-se da humanística, sendo assim, uma ciência social. 
O que foi concretizado pelo tempo é que a concepção predominante da Economia trata-se da humanística, sendo assim, uma ciência social, limitada pelo meio físico (já que a escassez envolvem a relação de quantidades físicas por exemplo), nesse sentido, surge a necessidade do uso da Estatística (em probabilidade) e da Matemática (em funções) para análise dos modelos analíticos. A junção de ambos (Economia, Matemática e Estatística) denomina-se como Econometria.
Tratando-se de política, história, geografia, moral, justiça e filosofia possuem forte inter relação. No que diz respeito à política por exemplo o poder econômico e a estrutura política, firmada pela instituições políticas, são inter relacionados, pois a economia subordina-se à conjuntura política e vice versa. De forma análoga, a História retrata fatos importantes no tempo e de impacto à Economia e pela Economia, portanto, também são realmente interrelacionados. Tratando-se de Geografia, seu estudo é muito pertinente à análise econômica, contribuindo por exemplo no entendimento das condições geoeconômicas dos mercados. E por fim, no início dos estudo econômicos, a Economia era tida como complementar à moral, justiça e filosofia, hoje na posição de ciência, essa correlação ainda existe em seus conceitos e práticas.
Diante de tudo o que fora descrito até aqui, faz-se necessário incluir em nosso entendimento que o estudo econômico é dividido em quatro áreas:
1. Microeconomia/ Teoria da Formação de Preços- analisa a relação consumidor-empresa dentro do mercado;
2. Macroeconomia- analisa as sistemáticas econômicas regionais ou nacionais a curto prazo;
3. Economia internacional- estuda as relações econômicas entre países;
4. Desenvolvimento econômico- centrada na melhoria do padrão de vida do coletivo à longo prazo.

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