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2_06_Novas-linguagens

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131
NOVAS LINGUAGENS, NOVOS DESAFIOS: 
A INTERNET NO CONTEXTO ESCOLAR
Elizete L. M. Matos 
Neival Pinel
O final do século XX, sob o influxo da globalização que requer uma troca rápida de 
informações e conhecimentos, mostrou-nos um mundo de transformações moldado pelas 
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e repleto de novas significações que passam a 
afetar profundamente a sociedade contemporânea. 
 Com efeito, o fenômeno denominado globalização1 trouxe-nos mudanças que aparecem 
como um novo modelo de vida e de mundo: uma nova economia, uma nova cultura e uma nova 
forma de organização social. Por tais motivos, é que, não raro, somos invadidos pela dúvida 
se estamos à mercê da tecnologia ou se a tecnologia está evoluindo no ritmo das conjunturas 
da sociedade. Castells (2002, p.43) nos auxilia nessa questão afirmando que “a tecnologia não 
determina a sociedade e nem a sociedade transcreve o curso da transformação tecnológica”, o que 
ocorre é a interligação, uma interação de diferentes fatores. Como resultado, temos um movimento 
que gera mudanças, evolução, revolução, inovação.
Na educação, vamos perseguindo a síntese de todo esse movimento, de todas essas mudanças: 
muitas informações, novos significados, novos paradigmas. A escola tenta acompanhar todas 
essas modificações buscando um ambiente de aprendizagem condizente com as características 
da sociedade atual e que seja mais adequado às necessidades dos alunos em função do mundo a 
que pertencem.
132
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO OU A ERA DAS RELAÇÕES?
Segundo Werthein (2000, p.71), a expressão “Sociedade da Informação” passou a ser 
utilizada como forma de transmitir o conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A 
expressão refere-se “às transformações técnicas, organizacionais e administrativas que a sociedade 
vem passando, propiciadas pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e telecomunicações”.
De acordo com Castells (2002, p.68), estamos passando por um momento histórico 
semelhante ao da Revolução Industrial, pois as mudanças possibilitadas pela tecnologia são de 
tal envergadura que estão induzindo uma “descontinuidade nas bases da economia, sociedade e 
cultura”. Descontinuidade no sentido de profundidade nas transformações que vêm acontecendo 
nas atividades humanas.
A Sociedade da Informação refere-se ao momento atual da história, em que a transformação 
do modelo da sociedade está pautada em um novo paradigma tecnológico, um modelo baseado 
na tecnologia da informação. E, nesse sentido, Castells (2002, p.69) sinaliza que não são os 
conhecimentos e as informações que caracterizam de fato esta fase, mas sim a aplicação que faremos 
desses conhecimentos e dessas informações, em uma sequência de “processamento/comunicação da 
informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso”. 
O mesmo autor salienta que, por esse motivo, são características fundamentais da 
Sociedade da Informação: a informação como matéria-prima; os efeitos de penetrabilidade que 
as tecnologias possuem nas atividades humanas; o predomínio da lógica das redes; a flexibilidade 
e a convergência entre tecnologias. Com esses avanços tecnológicos, a Sociedade da Informação 
transformou as possibilidades das relações entre os indivíduos, as relações financeiras e as formas 
de comunicação.
Sob outra perspectiva da sociedade atual, Moraes (1997) traz uma concepção segundo a 
qual fazemos parte de uma nova era, sem dúvida, mas não a era da informação, e sim a Era das 
Relações. Em verdade, estaríamos no processo de transição da era antiga, a Material, para a Era 
das Relações, a atual.
A autora sinaliza que, no período da Era Material, o poder estava relacionado à quantidade 
e à disponibilidade de recursos materiais e apoiado em valores econômicos, no progresso, na 
eficiência e na produtividade. Caracterizava-se pela dualidade entre o homem e o mundo, uma 
visão fragmentada de sujeito, “prevalecendo o individualismo e à ausência de cooperação, 
compaixão e solidariedade” (MORAES, 1997, p.210).
No período atual, a Era das Relações, “o poder está na teia das relações”, apoiado nas 
informações disponibilizadas e nas condições de o homem articular o conhecimento disponível, 
133
mediante autoconsciência e diversidade cultural. Está caracterizada pela “unicidade com o real, 
com o eu, a integração do homem com a natureza, a crença na inexistência de partes distintas 
e o prevalecimento de formas mais elevadas de cooperação entre seres viventes e não-viventes” 
(MORAES, 1997, p.210). 
De acordo com a autora, estamos em um momento social que engloba conexões entre as 
relações inter, intra e transpessoais, além das questões relacionadas ao uso dos meios tecnológicos. 
Uma fase em que prevalece o valor do indivíduo e das sociedades, na evolução da humanidade. 
Uma era que necessitará de uma educação que favoreça a transição entre a era material para a 
era das relações a fim de corrigir os desequilíbrios, as injustiças e as desigualdades existentes na 
sociedade em que vivemos, mediante uma nova postura de comportamento e comprometimento 
de cada indivíduo para com a sociedade.
Essa educação deve trabalhar com o aluno na perspectiva de uma formação integral, 
abrangendo o desenvolvimento de suas inteligências intelectuais, emocionais e relacionais. Uma 
formação que cultive valores, responsabilidades sociais, comprometimento com o outro e com 
o mundo; além das atividades voltadas para a formação de um profissional criativo, reflexivo, 
decisivo e que esteja preparado para aprender ao longo da vida, adaptando-se aos momentos de 
mudança, de transformação. 
Nesse sentido, Moraes (1997) se refere a novos ambientes de aprendizagem que favoreçam 
a circulação de informações e a construção do conhecimento, numa evolução da consciência 
individual e coletiva. 
A INTERNET E AS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO
Dando continuidade às ideias acima destacadas, se considerarmos que estamos na Sociedade 
da Informação, cuja característica é o volume de informações disponíveis, ou se considerarmos a 
Era das Relações como a possibilidade de as pessoas articularem tais informações, entendemos 
que, de qualquer forma, estamos diante de uma realidade na qual não podemos ignorar a 
humanidade dada a complexidade que se apresenta. 
A sociedade necessita de pessoas competentes para lidar com informações que estão em 
constantes transformações, uma vez que a rapidez da tecnologia2 nos permite novas descobertas a 
cada dia. Ao mesmo tempo, conforme Moraes (1997), precisamos de sujeitos capazes de usufruir 
de seus conhecimentos para libertar-se dos problemas que a humanidade possui e que estão 
relacionados aos aspectos sociais, psíquicos, éticos e morais que vêm transformando o homem e a 
mulher em seres individualistas, egocêntricos, sem noção de ética e solidariedade. 
134
Se precisamos de pessoas com conhecimentos capazes de articular informações com 
tecnologia, ao mesmo tempo em que deverão aprimorar suas relações pessoais e a sua visão de 
mundo, compreendendo-o como um sistema complexo e articulado, há também a necessidade de 
uma escola que atenda a essa demanda, que consiga trilhar essa busca para a formação do homem. 
Valente (2005) salienta que existem dois aspectos a serem considerados na implantação 
das tecnologias em ambiente escolar. A primeira sinaliza que tanto o conhecimento técnico 
quanto o pedagógico devem estar acontecendo simultaneamente. Dessa forma, o pedagógico é 
beneficiado pelo conhecimento da técnica, e a técnica acaba criando novas possibilidades que 
atendam ao pedagógico.
O segundo aspecto refere-se exclusivamente às aplicações pedagógicas, e o destaque está na 
especificidade de cada mídia3, em determinada situação. Esse aspecto aponta a importância de o 
professor ter conhecimentos necessários sobre o uso adequado dessas mídias para explorá-las em 
diferentes situações educacionais.
Para atender a essa diversidade de atividades que a tecnologia possibilita às escolas e 
aosalunos, é fundamental que o professor esteja familiarizado com as modalidades do uso 
da informática4 em ambiente escolar, o que requer a exploração de atividades cada vez mais 
sofisticadas. Isso significa refletirmos sobre as possibilidades que a escola tem de trabalhar com o 
volume de informações que possuímos na sociedade atual, de forma crítica, reflexiva, significativa 
e que de fato contribua para a formação do aluno favorecendo a construção do seu conhecimento. 
As aplicações da Internet5 no âmbito educacional, para Sancho (2001), podem variar 
entre ser considerada como um recurso educacional, como instrumento de comunicação, para 
a realização de projetos, para transmitir conteúdos, para auxiliar em pesquisas e, ainda, no 
desenvolvimento profissional dos professores. Mas essa utilização exige conhecimentos prévios por 
parte do professor e uma política bem definida na escola. É uma questão de currículo. A escola 
necessita organizar-se na interação dessas novas linguagens e cenários que estão representados 
pelas tecnologias da informação e da comunicação. 
Apresentam-se a seguir algumas possibilidades de uso no processo ensino-aprendizagem; 
são serviços disponíveis na Internet e que podem ser utilizados em ambiente escolar para diversas 
atividades pedagógicas. Entre eles, o chat6, o correio eletrônico, o fórum, a lista de discussão, o 
blog. Os portais e os sites, juntamente com as redes sociais, disponibilizam serviços que podem 
integrar significativamente os diversos grupos exitentes na escola, no familiar e naa comunidades. 
O chat: “é uma conversa entre pessoas por meio de um programa eletrônico em redes de 
computadores em tempo real” (CORTELAZZO, 2000). Um bate-papo com hora marcada, com 
envio simultâneo das mensagens digitadas. Pedagogicamente pode ser uma maneira de integração 
135
entre professor-aluno para trocar informações, sanar dúvidas, compartilhar experiências e 
curiosidades. Os temas podem ser variados e poderá haver convidados para um debate. O chat 
“potencializa a socialização on-line quando promove sentimento de pertencimento, vínculos 
afetivos e interatividade” (SILVA, 2005, p.65).
O correio eletrônico “é um serviço de troca de correspondência entre usuários (um a 
um, um a vários ou vários a vários). Cada usuário tem um endereço eletrônico (e-mail) para 
correspondência” (CORTELAZZO, 2000). As mensagens são trocadas via linguagem escrita, mas 
o sistema permite anexar à mensagem qualquer tipo de arquivo.
O fórum, diferentemente do chat, é uma ferramenta assíncrona, ou seja, não exige 
comunicação em tempo real. Nas atividades pedagógicas pode ser utilizado para disponibilizar 
questões que envolvam debates de diversos assuntos, gerando discussões entre diferentes 
opiniões ou posicionamentos divergentes entre os membros do grupo. As questões podem ser 
disponibilizadas e respondidas por um período determinado, e cada participante é livre para 
respondê-las quando melhor lhe convier, sem limites de participação, conforme o desenrolar 
das discussões.
Os portais7 são caracterizados como locais e não como serviços, e possuem como característica 
disponibilizar várias informações em um único local. São utilizados por empresas, profissionais 
liberais e, principalmente, por escolas, agrupando informações institucionais, calendário de 
atividades, jogos e pesquisas para as crianças, reportagens e textos informativos para os pais.
Os sites8, assim como os portais, também não são caracterizados como serviços e sim como 
locais, e ofertam ao usuário o maior número possível de informações disponibilizadas na word wide 
web (www), mediante buscas por palavras-chave de informações específicas “sobre determinada 
pessoa, empresa, instituição ou evento” (SILVA, 2005, p.66) As informações são acessadas via 
endereço eletrônico das páginas hospedadas.
Os blogs são uma espécie de diários, em que cada usuário publica o que desejar: fotos, 
histórias, notícias, ideias e pensamentos. Na maioria das vezes, o proprietário do blog9 deixa aos 
visitantes a possibilidade de eles contribuírem com as informações ali disponibilizadas. Segundo 
Silva (2005, p. 66), “como diário virtual, o professor ou estudante pode disponibilizar conteúdos 
de aprendizagem e postar sua produção pontual”, cuidando da publicação do conteúdo e da 
interação com os demais leitores e o material por eles postados.
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são os responsáveis pela maioria dos cursos a 
distância que possuímos. Caracterizados como sala de aula interativa, possibilitam aos seus usuários 
“uma construção integrada de informação, comunicação e aprendizagem on-line” (SILVA, 2005, 
p. 66). Permitem a disponibilização de materiais diversos produzidos pelo professor; em geral, 
136
possuem fórum, chat e correio eletrônico, o que propicia a troca de informações entre professores 
e alunos. 
O AVA é um recurso de ensino e aprendizagem muito utilizado atualmente, tem por 
finalidade oportunizar a aprendizagem colaborativa. As interações devem estar presentes durante 
todo o processo de aprendizagem no ambiente, como alertam Palloff e Pratt (2004, p. 141):
[...] cursos com altos níveis de interação tendem a obter maior índice de satisfação e menor índice de abandono. 
Assim, incentivar um alto nível de interação é papel fundamental do professor. Na verdade, talvez seja a sua 
tarefa mais importante no ambiente de aprendizagem on-line.
O ambiente proporciona a construção do conhecimento, a autonomia e a participação dos 
alunos no processo ensino-aprendizagem, bem como o acompanhamento do professor quanto à 
participação de cada um dos seus alunos.
Christensen; Horn e Johnson (2012) comentam sobre a importância de o professor perceber 
as mudanças que a sociedade contemporânea apresenta em relação às TICs e, com isso, inovar no 
processo de ensino aprendizagem presencial ou virtual.
Contudo, é necessário que o professor apresente boas estratégias metodológicas para 
transformar as TICs em Tecnologias de Aprendizagem e do Conhecimento (TACs). Conforme 
Barba e Capella (2012, p. 36): “O acesso a uma enorme quantidade de informações, recursos, 
ferramentas e pessoas favorece não só o ensino formal, mas especialmente o aprendizado 
informal, e autodidata, e constitui um espaço para o aprendizado ao longo do ciclo da vida e o 
desenvolvimento profissional”. 
A internet afeta as relações escolares; porém, o conhecimento em rede no ambiente 
educacional transforma-se em aprendizado quando se têm claro as metodologias e os objetivos 
de aprendizagem. As redes sociais estão num processo de expansão, principalmente as redes 
sociais focadas em relacionamentos via Web (Orkut, Facebook, Twitter, Myspace etc.). E algumas 
redes sociais apresentam aplicativos10 educacionais para auxiliar alunos e professores na 
aprendizagem colaborativa.
O Facebook11 pode ser considerado hoje a principal Rede de relacionamentos disponível na 
Internet. No final de 2011, eram quase 850 milhões de usuários ao redor do mundo, com mais 
de 900 milhões de buscas mensais realizadas no site. Estima-se que cada usuário tenha em média 
135 amigos conectados e uma utilização mensal per capita na casa de 750 minutos. 
Esse é apenas um exemplo de como são estabelecidas as novas relações na era dos chamados 
nativos digitais, ou seja, jovens que hoje se encontram na fase da adolescência e que têm, nestas 
tecnologias, uma base importante e cada vez mais intensa para a construção de sua identidade, 
seja ela a pessoal ou a social.
137
Para Palfrey e Gasser (2011), a era da internet, em que estão crescendo os nativos 
digitais, está proporcionando outra grande mudança no que significa construir e administrar a 
sua própria identidade.
Assim, a partir das múltiplas possibilidades oferecidas pelos meios digitais, uma pessoa 
pode – de forma online – divulgar em seu perfil seus interesses, expressar sua opinião acerca dos 
mais variados temas, desenvolver novos hábitos e interesses e criar um rede de relacionamentossem 
precedentes, não apenas com seus amigos e conhecidos mais diretos, como também estabelecer 
laços com os amigos e conhecidos de sua própria rede de contatos. 
Para o caso específico do Facebook12, as mais comuns dizem respeito à divulgação de 
notícias sobre sua rotina diária, hábitos, hobbies, aliados na maior parte das vezes à publicação de 
fotos. Essas fotos e notícias são inicialmente comentadas por quem as publicou e posteriormente 
são seguidas por amigos, por meio do botão curtir ou do comentar, no qual se podem fazer 
observações que ficam adicionadas historicamente à foto originalmente publicada.
Essa é uma característica presente no mundo das redes sociais, o que permite a seus 
usuários experimentar, desenvolver e aprender a representar novos papéis, expressando seus 
pontos de vista e usando a intensa criatividade, tão presente e ativa nesta faixa etária (qual?). 
Então, pode-se não apenas reproduzir, como também gerar novos conteúdos, numa escala nunca 
vista antes, a qual é potencializada pelo alcance e a infinidade de recursos disponíveis nos meios 
digitais, em constante evolução.
Um exemplo desse alcance pode ser medido pelo Twitter, considerado uma rede social 
com o conceito de um “microblog”, permitindo a seus usuários enviar e receber atualizações 
pessoais em mensagens de até 140 caracteres. As atualizações são exibidas no perfil de um 
usuário em tempo real e também enviadas a outros usuários seguidores, que tenham assinado 
para recebê-las. Os fundadores do Twitter alegam contar com aproximadamente 180 milhões 
de usuários na ferramenta.
O Twitter permite um excelente intercâmbio de informações com diversas redes sociais, 
entre elas o Facebook, em que é possível que toda postagem do usuário pelo Twitter seja também 
disponibilizada em sua conta do Facebook e vice-versa.
Dessa forma, percebemos claramente o poder desses novos meios digitais e o impacto que 
têm e terão no dia a dia dos usuários. Questão como produção de conteúdo, dossiês digitais, 
relação com a mídia e o consumo, privacidade e segurança, podem e devem ser trabalhados em 
sala de aula, promovendo um amplo debate entre os alunos, educadores e gestores escolares. 
A esse respeito é oportuno acompanhar as ideias de Brookfield (1987, p.1 citado por 
PALLOFF e PRATT, 2004, p. 27), quando diz:
138
Ser alguém que pensa criticamente é parte daquilo que forma a pessoa que se desenvolve. O professor pode 
ajudar no desenvolvimento do pensamento crítico, usando várias técnicas de instrução, tais como estudo 
de caso, debates, simulações etc. [...] no entanto, é o aluno que reconhece, por meio da reflexão sobre 
aprendizagem que surge dessas atividades, que a base de seu conhecimento e de sua capacidade de refletir 
criticamente está aumentando. 
Uma das grandes possibilidades é a internet13, como um espaço considerado, de acordo 
com Barba e Capella (2012, p. 34), 
“A internet como biblioteca”, faz alusão á enorme quantidade de recursos que a rede mundial oferece: obras 
de referência, como dicionários e enciclopédias; galerias de arte; revistas e outras publicações periódicas; 
arquivos e bases de dados dos mais variados assuntos...Podemos utilizar a rede para ter acesso a uma grande 
quantidade de materiais interessantes que, de outra forma, estariam fora de nosso alcance. Uma aula de inglês 
numa visita virtual ao British Museum não pode ser feita todos os dias. Acessar fac-símiles de documentos 
históricos, a hemeroteca de um jornal, as fotos da NASA, as últimas estatísticas oficiais, uma biblioteca virtual 
de obras clássicas ou um crescente número de publicações científicas não é pouca coisa. Somente por esse 
tipo de uso, o mais evidente, já se justifica a utilização da internet nas escolas.
Porque, afinal de contas, estamos falando do “Nativo Digital”, podemos até pensar numa 
simbiose considerando o “Digimano”, digital e humano, nesta era de redes, relações, interações 
e meios digitais. Diante dessas evidências não é de se estranhar que entrem em colapso as 
tradicionais maneiras de ensinar e acessar as informações.
Segundo Palfrey e Gasser (2011), são três os grandes pontos que devemos ter presentes 
quando falamos das diversas interações que fazem parte do mundo dos nativos digitais. A primeira 
delas diz respeito à velocidade com que os jovens interagem com a informação e suas consequências 
para o futuro da sociedade. Em segundo lugar, devemos considerar a própria formação de uma 
nova cultura global, como tendência natural de um mundo cada vez mais globalizado. 
Segundo os autores, as consequências dessa segunda noção, de uma cultura global 
emergente, devem ser esmagadoramente positivas. É uma amplificação dramática dos benefícios 
diplomáticos e interculturais conseguidos com a invenção do telégrafo, milhões de intercâmbios 
internacionais de estudantes e a ascensão da economia globalmente interligada. Por fim, os 
mesmos autores apontam que, embora não haja uma solução única e abrangente para as questões 
que nos preocupam – privacidade, segurança, pirataria, sobrecarga etc. – as melhores e mais 
duradouras soluções têm como base os esforços baseados em comunidade. 
O terceiro ponto a ser evidenciado tem como proposta a ideia de trabalharmos juntos, sendo 
flexíveis, pensando coletivamente, propondo projetos e debates em torno dos temas junto aos 
alunos, aproveitando e mergulhando em todo o potencial criativo proporcionado e potencializado 
pelas tecnologias as quais, possivelmente, seguirão em seu ritmo avassalador de evolução, abrindo 
fronteiras e nos guiando a novos estágios de interação e desenvolvimento cultural e social.
139
Muitas outras possibilidades de acesso às informações disponibilizadas na internet podem ser 
usadas pelo professor para ampliar suas possibilidades pedagógicas, entre elas: acessar conteúdos 
de revistas e jornais; vídeos e clips de assuntos variados que podem ser trabalhados como meios 
de motivação ou como revisão de conteúdos; exibição de desenhos, imagens, mapas, fotografias, 
documentos, que complementam aulas e (ou) possibilitam trabalhos e pesquisas escolares. Sem 
contar a quantidade de aulas prontas disponibilizadas por professores em suas páginas pessoais e 
(ou) por empresas que trabalham no desenvolvimento de conteúdos para a internet. Um exemplo 
seria o Portal do Professor14 disponibilizado pelo Ministério da Educação e Cultura, o qual contém 
aulas, softwares, pesquisas, imagens, livros, documentários considerados de domínio público e, 
portanto, de livre acesso.
E é desse cenário de possibilidades proporcionado pela Internet e da mobilização dos 
indivíduos diante desse potencial que a escola vem buscando novas metodologias para o processo 
ensino-aprendizagem, tentando sistematizar algumas condições que favoreçam uma prática 
transformadora e uma aprendizagem mais significativa para o contexto atual.
Tais mudanças podem incluir flexibilidade de horário, trabalhos multidisciplinares, salas 
apropriadas, suporte técnico, formação de professores, participação mais ativa dos alunos nas 
atividades desenvolvidas, apoio pedagógico e uma reflexão sobre currículo. 
De acordo com Sánchez (2012, p. 152),
Que aprendemos de muitas maneiras diferentes é um fato que já conhecemos; que aprendemos uns com 
os outros é uma realidade que não podemos negar. É evidente que os processos mentais individuais e que 
a construção do conhecimento é feita por cada um de nós, mas para que esta construção seja possível, é 
necessário que interajamos com o entorno, entendendo como entorno tudo o que nos rodeia; os fatos, as 
vivências, as pessoas etc.
O desafio está em buscar uma prática pedagógica que seja capaz de superar a fragmentação 
dos conteúdos e a reprodução do conhecimento, e que valorize atividades que promovam a 
autonomia, a reflexão, o senso crítico, a criatividade; tornando o aluno vetor de seus estudos, 
valorizando toda ação que estimule a busca do seu próprio conhecimento. Que o habilite na 
capacidade de reconhecer omomento e a realidade em que vive, refletindo e inferindo sobre ela. 
O desafio também está em possibilitar ao professor a utilização dos meios de comunicação, em 
especial o computador e a Internet, com o intuito de ampliar suas possibilidades didáticas em sala 
de aula, ou seja, que tais recursos possam servir como uma nova proposta de diálogo e interação 
na sua relação com seus alunos.
Ainda se pensarmos em currículo, cabe destacar Barba e Capella (2012, p. 47),
140
O currículo não somente corre paralelo à oficialidade e formalidade de uma legislação educacional, mas 
também se desenvolve em outros contextos denominados “não formais” e “informais”. Assim, em virtude da 
análise da realidade atual, esses outros contextos deverão fazer parte das propostas curriculares realizadas 
pelas escolas como uma referência clara para a posterior avaliação e os acordos sobre a superação dos 
diferentes critérios existentes e implantados. Sem dúvida, a chegada das competências básicas nos currículos 
e projetos educativos das escolas traz consigo novas necessidades e abordagens. Isso significa a mudança 
de conceitos antiquados e um caro compromisso com a elaboração de um projeto em conjunto no qual toda 
comunidade educativa deve participar e a realidade deve ser referência.
O desafio está em interpretar, aceitar as mudanças sociais e incorporá-las, pois se inicia 
novamente um grande processo de mudança não somente na escola, mas também em todos os 
segmentos sociais, o qual vai sinalizar as estruturas fundamentais neste século XXI. Por isso, 
é preciso indagar constantemente: Como educar num mundo com aceleradas inovações? Que 
opções são as melhores? Que aluno é esse? Que professor se faz necessário? Que escola pode 
realmente informar, comunicar e formar para uma sociedade mais digna comprometida com o 
ensino e a pesquisa, como mola mestra para o desenvolvimento das nações?
Diante das rápidas mudanças tecnológicas presentes na sociedade contemporânea se faz 
necessário que o professor acompanhe as evoluções, principalmente as que envolvem o cenário 
educacional, podendo com isso inovar e redimensionar a prática pedagógica na sala de aula.
Uma dessas tecnologias da contemporaneidade é o tablet ou tablet PC, dispositivo pessoal 
em formato de prancheta que pode ser usado para acessar a internet em sala de aula, facilitar a 
comunicação entre aluno-professor e possibilitar novas maneiras de ensinar e aprender. O tablet 
como recurso no processo de aprendizagem pode ser útil em sala de aula, pois favorece que o 
aluno e o professor explorem várias possibilidades educacionais que a internet hoje oferece, 
juntamente com as apresentadas acima. 
Cabe aos professores refletir sobre o alcance pedagógico do computador, dos notebooks 
ou tablet, envoltos com a grande rede mundial da internet, em que coabitam redes sociais, 
links, hiperlinks e um espaço vasto de informação e comunicação. A escola, com certeza, deve 
estar inserida, envolvida, conhecendo e compreendendo como interagir a partir de suas práticas 
pedagógicas, afinal estamos diante deste maravilhoso mundo net onde estão os nativos digitais.
Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) em seu site apresenta o projeto Educação 
Digital que têm por objetivo distribuir tablets aos professores e alunos do ensino médio de escolas 
públicas federais, estaduais e municipais.
Isso pode ser mais uma solução pedagógica, mas o fundamental é a figura mediadora do 
professor que vai aguçar junto aos seus alunos um mundo de possibilidades investigativas por 
141
meio de pesquisa, descoberta, análise, constatações, nestas novas linguagens que a sociedade 
apresenta no atual cenário mundial.
Por todo o exposto, talvez seja o momento de potencializar nossos sentidos e traduzi-los 
numa escola em que professores, alunos, familiares e comunidade colaboram, trocam, ousam 
e buscam, por meio da pesquisa, novas possibilidades em prol de um desenvolvimento humano 
que integre não somente o conhecimento de coisas, mas também o real conhecimento da vida, da 
humanidade sustentável neste planeta.
REFERÊNCIAS
BARBA, Carme; CAPELLA, Sebastià (Org.). Computadores em sala de aula: métodos e usos. Porto Alegre: 
Penso, 2012. 
CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Sociedade em Rede. v. 1. 
7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
CHRISTENSEN, Clayton M; HORN, Michael B e JOHNSON, Curtis W. Inovação na Sala de Aula: como a 
inovação disruptiva muda a forma de aprender. Tradução Rodrigo Sardenberg. Porto Alegre: Bookman, 2012.
CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Colaboração, trabalho em equipe e as tecnologias da 
comunicação: relações de proximidade em cursos de pós-graduação. 2000. 210 f. Tese (Doutorado em 
Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997.
SACHO, Juana María; HERNANDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a educação. Tradução 
Valéria Campos. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SILVA, Marco. Internet na escola e inclusão. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth: MORAN, José Manuel (Org.). 
Integração das tecnologias na educação. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da 
Educação, SEED, 2005.
PALFREY, John; GASSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos digitais. 
Porto Alegre: Artmed, 2011.
PALLOFF, Rena. M; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto 
Alegre: Artmed, 2004. 215 p.
VALENTE, José Armando. Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computador: o papel do computador 
no processo ensino-aprendizagem. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth; MORAN, José Manuel (Org.). Integração das 
tecnologias na educação. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 2005.
WERTHEIN, Jorge. Information society and its challenges (2000). Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo>. Acesso em 2012.
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DEFINIÇÕES E NOTAS EXPLICATIVAS
1 Veja o vídeo no Youtube “Globalização e suas consequências” e reflita sobre esse assunto. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=EIw63BJop34&feature=fvwrel7>.
2 Veja o vídeo no Youtube “Evolução da Tecnologia” e perceba a relação do vídeo com o pensamento de 
Moraes (1997). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=eJTQGym1Hl4&feature=related>.
3 Para conhecer mais sobre a especificidade das mídias, temos como sugestão de leitura um artigo científico: 
“A Internet no contexto escolar: uma mídia pedagógica para promover a inclusão digital e social de alunos 
do ensino fundamental” disponível em: <http://www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/534>. 
4 Para ampliar o conhecimento sobre o uso do computador no ambiente escolar, temos como sugestão de 
leitura o livro: “Computadores em sala de aula: Método e usos”. Organizadores Barba e Capella, 2012 
(Anexo).
5 “Como utilizar a internet na educação”. Visite a página do Professor José Manuel Moran disponível em: 
<http://www.eca.usp.br/prof/moran/internet.htm>.
6 Visite o Blog “Educação e Tecnologias” disponível em: <http://educacao-e-tecnologias.blogspot.com.
br/2010/06/utilizacao-do-chat-como-um-recurso.html>. A utilização do chat como recurso educativo.
7 Alguns portais, disponíveis em <http://www.portaldosprofessores.ufscar.br/links.jsp>; <http://www.
educared.org/educa/index.cfm?pg=educalinks.links&id_educalink=26>; <http://www.educacional.
com.br/>.
8 Site Anped: Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação disponível em: <http://www.
anped.org.br/>.
9 Sete motivos para um professor criar um blog. Disponível em: <http://www.educacional.com.br/articulistas/
betina_bd.asp?codtexto=636>.
10 Aplicativos Educacionais utilizados nas redes sociais. “Uso de redes sociais no processo ensino-
aprendizagem: avaliação de suas características” Disponível em <http://www.abed.org.br/congresso2011/
cd/61.pdf>.
11 100 maneiras de usar o Facebook em sala de aula disponívelem: <http://noticias.universia.com.br/
destaque/noticia/2012/05/25/936671/100-maneiras-usar-facebook-em-sala-aula.html>.
12 “Facebook para Educadores” disponível em: <http://facebookforeducators.org/wp-content/uploads/2011/ 
07/Facebook-for-Educators-Portuguese.pdf>.
13 Possibilidades educacionais de sites na internet, ver em linkgrafia (Anexo).
14 Portal do Professor disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html>.

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