Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO
E DA COMUNICAÇÃO
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Tecnologia da Informação e da Comunicação – Profª. Ms. Alessandra Corrêa Farago e 
Prof. Ms. Randal Farago
Olá, pessoal! Meu nome é Alessandra Corrêa Farago, sou graduada 
em Letras pela Unifafibe, especialista em Tecnologia da Informação 
e da Comunicação pela UnB, especialista em Planejamento e 
Gestão de Organizações Educacionais pela Unesp e mestre em 
Educação Escolar pelo Centro Universitário Moura Lacerda. Minha 
linha de pesquisa é voltada para a formação de professores, 
especificamente para a investigação das concepções e práticas de 
ensino. Sou professora efetiva de Língua Portuguesa na rede pública 
estadual há 17 anos e fui coordenadora pedagógica por sete anos 
do Curso Normal Integral (nos moldes do CEFAM) na Escola Estadual Otoniel Mota, em 
Ribeirão Preto. Também atuo como professora universitária nos cursos de Graduação e 
Pós-graduação na área de Educação das Faculdades Integradas Fafibe (Bebedouro) e do 
Claretiano - Centro Universitário de Batatais. Tenho uma família maravilhosa, e meus 
grandes amores são minha filha Marina e meu marido Randal, também professor do 
Claretiano, que compartilhou comigo a construção deste material.
e-mail: farago@claretiano.edu.br
Olá! Meu nome é Randal Farago, sou professor universitário desde 
2000. Trabalho nos cursos de Graduação e Pós-graduação das 
Faculdades Integradas Fafibe (Bebedouro), do Centro Universitário 
Moura Lacerda (Ribeirão Preto) e do Claretiano - Centro Universitário. 
Sou formado em Matemática pela Universidade Federal de São 
Carlos (UFSCar), onde fiz Mestrado em Engenharia de Produção. 
Atuei na área de Otimização Combinatória (subárea da Pesquisa 
Operacional) e hoje faço curso de Doutorado na FEARP-USP, na 
linha de Inovação e Sustentabilidade, sob a orientação da Profª. Drª. 
Sônia Valle Walter Borges de Oliveira. Na área corporativa, trabalhei 
na Companhia de Bebidas Ipiranga em Ribeirão Preto, como auditor interno e analista de 
custos e orçamentos. Tenho uma linda filha, chamada Marina, e uma esposa excepcional, 
chamada Alessandra Corrêa Farago, que também é tutora no Claretiano e autora deste 
material.
e-mail: randalfarago@usp.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO
E DA COMUNICAÇÃO
Alessandra Corrêa Farago
Randal Farago
Batatais
Claretiano
2014
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2014 
658.4038 F225t 
 
 Farago, Alessandra Corrêa 
 Tecnologia da informação e da comunicação / Alessandra Corrêa Farago, Randal 
Farago – Batatais, SP : Claretiano, 2014. 
 168 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-334-4 
 
 1. Informática e educação. 2. Sociedade da informação e do conhecimento. 3. Informática 
 nos projetos educacionais. 4. Era digital e aprendizagem colaborativa. 5. Veículos e linguagens 
 do mundo contemporâneo. 6. Word, Point, Excel, PowerPoint, Publisher. 7. Internet. 
 8. Hipertexto. 9. Bibliotecas Virtuais. 10. Bibliotecas Virtuais. 11. Uso de softwares em sala de 
 aula. I. Farago, Randal. II. Tecnologia da informação e da comunicação. 
 
 
 CDD 658.4038 
 
 
 
 
 
 
 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera
Raquel Baptista Meneses Frata
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Juliana Biggi
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rafael Antonio Morotti
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 12
UNIDADE 1 – TECNOLOGIA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 35
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 36
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 36
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 39
5 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA ................................... 39
6 TECNOLOGIA NA VIDA E NA ESCOLA .............................................................. 42
7 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO ................................. 47
8 INTEGRAÇÕES DAS TECNOLOGIAS E DOS PROJETOS EDUCACIONAIS ........ 50
9 ERA DIGITAL E APRENDIZAGEM COLABORATIVA .......................................... 53
10 NOVO PARADIGMA PARA UM NOVO TEMPO ................................................ 55
11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 56
12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 58
13 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 59
14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 59
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 60
UNIDADE 2 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E 
SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 63
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 63
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 64
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 65
5 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO.................. 66
6 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 87
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 89
8 CONSIDERAÇÕES ..............................................................................................90
9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 91
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 92
UNIDADE 3 – INFORMÁTICA COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO: 
1ª PARTE
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 95
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 95
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 96
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 96
5 COMPUTADOR E SISTEMA OPERACIONAL ..................................................... 97
6 PAINT: PROGRAMA FEITO PARA ARTE ............................................................ 101
7 WORD: EDITOR DE TEXTOS EFICIENTE ........................................................... 107
8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 113
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 114
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 115
11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 115
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 116
UNIDADE 4 – INFORMÁTICA COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO: 
2ª PARTE
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 119
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 119
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 120
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 121
5 EXCEL: SUA PLANILHA DE CÁLCULO ............................................................... 121
6 POWER POINT: ENRIQUEÇA SUAS APRESENTAÇÕES .................................... 130
7 PUBLISHER: PUBLIQUE E APAREÇA! ............................................................... 138
8 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 143
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 145
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 145
11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 145
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 146
UNIDADE 5 – INTERNET E SOFTWARES: CRIANDO REDES DE 
CONHECIMENTO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 147
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 148
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 148
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 149
5 INTERNET EXPLORER: NAVEGANDO POR PÁGINAS NUNCA D’ANTES 
NAVEGADAS ...................................................................................................... 149
6 INTERNET E NOVO PARADIGMA EDUCACIONAL ........................................... 153
7 CIBERESPAÇO E AMBIENTES VIRTUAIS .......................................................... 155
8 O QUE O USO DE HIPERTEXTOS TRAZ DE INOVADOR PARA A 
APRENDIZAGEM? ............................................................................................. 157
9 FERRAMENTAS DE BUSCA: SEARCH-ENGINE ................................................. 160
10 USO DE SOFTWARES EM SALA DE AULA ........................................................ 161
11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 162
12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 164
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 164
14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 165
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 166
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Conteúdo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A informática e a educação. Sociedade da informação e do conhecimento. In-
formática nos projetos educacionais. Era digital e aprendizagem colaborativa. 
As novas tecnologias da informação e comunicação. Veículos e linguagens do 
mundo contemporâneo. O computador no processo ensino aprendizagem: Word, 
Point, Excel, PowerPoint, Publisher. A Internet e o novo paradigma educacional. 
O ciberespaço e os ambientes virtuais. Hipertexto. Bibliotecas Virtuais. Uso de 
softwares em sala de aula. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Com o estudo de Tecnologia da Informação e da Comunica-
ção, você compreenderá conceitos, princípios e referenciais peda-
gógicos na apropriação e utilização das Tecnologias da Informação 
e da Comunicação (TICs) no processo educativo.
 Como futuro profissional do conhecimento, é importante 
não apenas compreender, mas também saber aplicar os princípios 
da TIC. Assim é necessário admitir que as TICs (TV, DVD, filmado-
© Tecnologia da Informação e da Comunicação10
ra, calculadora, computador, lousa digital interativa, internet etc.) 
podem potencializar o trabalho didático-pedagógico do professor.
Essa constatação corrobora a importância de incorporá-las ao 
cotidiano da escola, envolvendo as práticas didático-pedagógicas e 
demais atividades escolares. A literatura disponível e as pesquisas 
realizadas mostram que essa incorporação pode trazer contribui-
ções relevantes, com bons resultados na aquisição de conhecimen-
tos e na otimização do processo de ensino-aprendizagem.
No entanto, isso só ocorrerá se as tecnologias utilizadas es-
tiverem atendendo às intenções educacionais, viabilizando estra-
tégias mais adequadas às necessidades dos alunos, tendo em vista 
potencializar sua aprendizagem. 
Não se trata de apenas informatizar o ensino, pois isso traz 
em seu bojo um viés tecnicista e reducionista do uso das tecnolo-
gias como recursos meramente instrumentais utilizados para "ins-
truir o aluno". 
Hoje, o necessário nas escolas é utilizar as TICs de forma se-
letiva, crítica e analítica, o que significa dizer que a sala de aula 
deve abrir espaço para discussões democráticas sobre os conteú-
dos que são veiculados pela internet, televisão e outras mídias.
Assim, o que aqui nos interessa é a ampliação das possibili-
dades de uso das TICs, a fim de que o professor enriqueça a sua 
prática docente, variando os recursos didáticos e aprofundando os 
conteúdos no que tange à análise crítica do que é difundido nas 
mídias.
 Para que seus alunos tenham a oportunidade de desenvolver 
habilidades no manuseio das novas tecnologias e sejam capazes de 
lidar com a rapidez, a abrangência e a diversidade de informações, 
apresentando uma postura analítica e seletiva diante de tudo que 
é oferecido pelas TICs. O desenvolvimento dessas habilidades com 
certeza tornará o indivíduo mais competente para atender as de-
mandas do perfil exigido para o trabalhador do século 21, 
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
Porém, a escola deverá viabilizar novas formas de ensinar e 
de aprender, uma vez que o acesso à informação, à produção doconhecimento e às possibilidades de interação e comunicação foi 
drasticamente alterado se comparado ao contexto da escola do 
século 20. 
Entretanto, não podemos nos esquecer de que muitas esco-
las ainda não estão preparadas para essas novas demandas, isso 
porque a realidade que elas vivenciam às vezes contraria as possi-
bilidades de efetivação do uso das TICs na educação. Faltam equi-
pamentos, pois os existentes ficam sem a devida manutenção; os 
espaços físicos são precários; os professores estão, muitas vezes, 
despreparados tecnicamente; não existem pessoas para darem 
auxílio técnico ao docente em suas eventuais dificuldades; enfim, 
muitos são os motivos para que a escola deixe de assumir a neces-
sidade emergente de utilização das tecnologias existentes.
Diante desse quadro, é preciso trabalhar. Nossa consciência 
política, moral e ética deve falar mais alto, e a formação de nossos 
alunos deve estar em primeiro lugar, pois muitos deles não têm a 
oportunidade de usar das TICs fora do espaço escolar.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE), somente 12,46% da população no Brasil tem 
acesso a computadores e apenas 8,31% estão conectados à inter-
net (2006).
Esses percentuais expõem a escuridão digital e tecnológica 
em que vivem muitos de nossos alunos, e, quando a escola desis-
te de implementar o projeto de incorporação das TICs às práticas 
educativas, acaba acentuando o desnível entre alunos de baixa 
renda e alunos de classes sociais abastadas.
Ao longo deste estudo, você perceberá que a chegada das TICs 
nas escolas evidencia uma transformação nas ferramentas didático-
-pedagógicas convencionais. Portanto, se você já tem alguma noção 
sobre esse assunto, será uma boa oportunidade para aprofundar 
seu conhecimento mediante a troca de ideias por meio da Sala de 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação12
Aula Virtual, mas, se você não tem nenhuma noção a respeito, não 
se preocupe, pois esta obra o auxiliará nesta jornada.
Nesta obra, o objetivo será justamente este: possibilitar uma 
reflexão criteriosa acerca da utilização das TICs no processo educa-
tivo. Nas unidades que se seguirão, você compreenderá esse uni-
verso conceitual e seus desafios para promover um viés sistemati-
zado da prática educativa. 
Após esta introdução aos conceitos principais, apresentare-
mos no tópico a seguir algumas orientações de caráter motivacio-
nal, bem como dicas e estratégias de aprendizagem, que poderão 
facilitar o seu estudo.
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es-
tudado. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse 
modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento 
básico necessário a partir do qual você possa construir um refe-
rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no 
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência 
cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos começar nossa 
aventura pela apresentação das ideias e dos princípios básicos que 
fundamentam este estudo. 
Iniciaremos refletindo sobre o papel das novas tecnologias 
no processo educacional, para que se perceba como as pessoas, 
nesse novo contexto, captam e processam a informação, a fim de 
criar ambientes de aprendizagem com recursos tecnológicos de in-
formação e comunicação. Além disso, identificaremos as principais 
transformações sociais, culturais e econômicas que ocorreram na 
sociedade mediante o desenvolvimento das TICs. 
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
Você já conhece o termo "sociedade da informação e do 
conhecimento"? Acreditamos que sim, porém, para uma melhor 
compreensão de tal conceito, é preciso retornar um pouco no tem-
po e entender a evolução da sociedade contemporânea. Assim, ex-
poremos a seguir uma trajetória histórica para compreender como 
chegamos à revolução tecnológica que conhecemos hoje. 
• De 1750 a 1950, vivemos a sociedade industrial, cuja ca-
racterística era a produção em massa de bens de consumo 
e que teve origem com a Revolução Industrial. Baseava-se 
nos pressupostos do paradigma newtoniano-cartesiano, 
definido por uma visão de mundo mecanicista e reducio-
nista. A preocupação existente estava na padronização 
das mercadorias e na mão de obra especializada.
• De 1950 a 2000 (aproximadamente), temos a sociedade 
pós-industrial, que nasceu com a Segunda Guerra Mun-
dial e cuja produção não se baseou na agricultura nem 
na indústria, mas, sim, na produção de serviços. Dessa 
forma, o trabalho intelectual começou a ser mais fre-
quente que o manual e a criatividade mais importante 
que a simples execução de tarefas. O trabalhador pas-
sou a ser intelectualizado, priorizando o dinamismo, a 
criatividade e a capacidade de se relacionar em diferen-
tes contextos.
• A partir do século 21, inicia-se a disseminação da socie-
dade da informação, em consequência da expansão exa-
cerbada da informação e da revolução da tecnologia, ca-
racterizada pela rapidez na difusão da informação e do 
conhecimento e pelo aceleramento dos processos produ-
tivos para atender as demandas mercadológicas. 
Com base nesse conceito de sociedade da informação e do 
conhecimento é que vamos entender a necessidade de se conhe-
cer as tecnologias que propiciarão à informação e ao conhecimen-
to se propagarem.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação14
Esta nova era é caracterizada pelo aumento das atividades 
produtivas que são dependentes do uso das TICs e da gestão dos 
fluxos de informação existentes. Neste novo contexto, uma ava-
lanche de informações é veiculada diariamente, assumindo valo-
res éticos, sociais, políticos, estéticos, religiosos, antropológicos, 
econômicos etc., essenciais para entender os novos padrões de 
funcionamento e organização de nossa sociedade atual.
Mas, então, como podemos definir a sociedade da informa-
ção e do conhecimento?
Um estágio de desenvolvimento social caracterizado pela capacida-
de de seus membros (cidadãos, empresas e administração pública) 
de obter e compartilhar qualquer informação, instantaneamente, 
de qualquer lugar e da maneira mais adequada (GRUPO TELEFÔNI-
CA DO BRASIL, 2002).
O que se constata com o advento da sociedade do conhe-
cimento passa a exigir conexões, parcerias e trabalho conjunto, 
no sentido de ultrapassar a fragmentação e a divisão em todas as 
áreas do conhecimento.
Hargreaves (2004, p. 34) menciona que:
[...] a sociedade do conhecimento é uma sociedade de aprendi-
zagem. O sucesso econômico e uma cultura de inovação contínua 
dependem da capacidade dos trabalhadores de se manter apren-
dendo acerca de si próprios e uns com os outros. Uma economia do 
conhecimento não funciona a partir da força das máquinas, mas a 
partir da força do cérebro, do poder de pensar, aprender e inovar. 
As economias industriais precisam de trabalhadores para as máqui-
nas; a economia do conhecimento precisa de trabalhadores para o 
conhecimento. 
Historicamente, estamos passando por uma mudança de pa-
radigma, pois, com a evolução da ciência, existe uma tendência à 
superação do pensamento newtoniano-cartesiano, e, em decor-
rência disso, há um repensar da sociedade e da educação.
Para compreender melhor essa mudança paradigmática, 
antes de apresentarmos o paradigma newtoniano-cartesiano, co-
nhecido como paradigma conservador, e o paradigma inovador e 
contemporâneo, também chamado de paradigma emergente, o 
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
qual vem se consolidando desde meados do século 20, é necessá-
rio esclarecer o que é um paradigma.
Segundo Kuhn (1998, p. 225) "paradigma significa a conste-
lação de crenças, valores e técnicas partilhadas pelos membros de 
uma comunidade científica". Já Morin (1996, p. 287) afirma que 
"um paradigma significa umtipo de relação muito forte, que pode 
ser de conjunção ou disjunção, que possui uma natureza lógica en-
tre um conjunto de conceitos-mestres". 
Enquanto Cardoso (1995, p. 17) pondera que: 
[...] o conceito de paradigma é entendido como um modelo de 
pensar e ser capaz de engendrar determinadas teorias e linhas de 
pensamento dando certa homogeneidade e um modo de o homem 
ser no mundo, nos diversos momentos históricos.
Dessa forma, constata-se que os paradigmas se apresentam 
como ideias e pressuposições bem estudadas, delineadas, teoriza-
das, definidas por meio da reflexão e do caráter intencional. Eles 
se constituem orientadores que determinam as práticas educati-
vas; constituem-se em estruturas que determinam a forma de se 
conceber a educação e, também, a ação educacional, ou seja, con-
dicionam e determinam todas as ações, pensamentos e propostas 
educacionais de um dado momento histórico.
Segundo Ferreira (2010, p. 3):
Paradigma é um conjunto de conceitos interrelacionados de tal for-
ma a ponto de proporcionar referenciais que permitem observar, 
compreender determinado problema em suas características bási-
cas: o quê, como, o que se pretende observar e orientar possíveis so-
luções. É um conjunto conceitual que garante a coerência interna de 
qualquer proposta na área da educação e articulação entre o que se 
faz e o que se pensa, permitindo ao professor agir intencionalmente. 
Ao educador cabe fazer distinção entre paradigmas para que se per-
ceba as alternâncias no pensamento educacional ao longo da histó-
ria e, da mesma forma, se perceba quais idéias são relevantes, quais 
são desconsideradas e em que época o são e por quê. É sob esta 
perspectiva, o movimento em educação: de posse do conhecimento 
de determinados paradigmas, que se busca encaminhar os proces-
sos educativos, mas, para tanto, faz-se necessário reflexão, entender 
quais paradigmas são os orientadores e por que o são.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação16
O paradigma newtoniano-cartesiano, que perdurou até a 
metade do século 20, caracterizou-se pela visão racional, reducio-
nista e fragmentada das coisas, tendo como foco a repetição, a 
memorização e a reprodução do conhecimento. Segundo Behrens 
(1999, p. 45) "os processos pedagógicos eram restritos a ações que 
envolviam o 'escute, leia, decore e repita'". 
Para Behrens (2005a, p. 17):
O século XX manteve a tendência do século XIX, fortemente in-
fluenciado pelo método cartesiano – a separação entre a matéria e 
a divisão do conhecimento em campos especializados em busca de 
uma maior eficácia. Esta forma de organizar o pensamento levou a 
comunidade científica a uma mentalidade reducionista na qual o 
homem adquire uma visão fragmentada não somente da verdade, 
mas de si mesmo, dos seus valores e dos seus sentimentos.
No âmbito educacional, o pensamento newtoniano-cartesiano 
influenciou, significativamente, a prática docente e a concepção do 
processo de ensino-aprendizagem, uma vez que a fragmentação do 
conhecimento levou à compartimentalização de conteúdos, e, 
com isso, as áreas de conhecimento não dialogavam entre si, para 
que o aluno tivesse a noção global de informações afins.
As metodologias pautavam-se na reprodução do conheci-
mento. Como exemplo, utilizava-se a cópia ("siga o modelo"), a 
repetição (escreva 20 vezes a palavra "exceção"), a memorização 
de conteúdos e a mecanização das atividades realizadas.
Com isso, o que se constata é que a ênfase de todo o proces-
so pedagógico estava no produto, ou seja, no resultado, restringin-
do-se ao cumprimento de tarefas de forma repetitiva, sem, muitas 
vezes, a criança perceber sentido naquilo que está realizando.
De acordo com Behrens (1996, p. 51):
A forte interferência do positivismo e a cisão entre o sujeito e ob-
jeto provocam uma educação fragmentada e mecanicista. Ao se-
parar corpo e mente, a ciência transfere para a educação e, por 
conseqüência, para o ensino um sistema fechado, compartimenta-
lizado e dividido. A ênfase da prática educativa recai na técnica pela 
técnica. Busca lançar mão de manuais para organizar o processo 
ensino-aprendizagem.
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
A mudança de paradigma, ocorrida a partir do final do sé-
culo 20, dá-se em função do progresso científico e tecnológico na 
história da humanidade. Os avanços oriundos da microeletrônica 
são impressionantes e alavancam a computação, a cibernética, as 
telecomunicações, as redes eletrônicas e a robótica.
Essas transformações levaram intelectuais e cientistas a bus-
carem novos referenciais, que pudessem romper com o pensa-
mento racionalista e mecanicista que dominou o mundo ocidental 
por, aproximadamente, 300 anos.
Atualmente, vivemos um novo paradigma, o qual alguns au-
tores, como Capra (1996), Moraes (1997), Santos (1987) e Behrens 
(1996), têm denominado ecológico, holístico ou emergente. Esse 
novo paradigma possui como características a visão de totalida-
de e o desafio de superação da reprodução para a produção do 
conhecimento. Para Capra (1996, p. 68), "o paradigma emergen-
te tem como função essencial reaproximar as partes na busca de 
uma visão do todo". 
Nesse aspecto, o currículo da escola não contribui para de-
senvolver, em nossos alunos, esse olhar para o todo, uma vez que 
temos um currículo fragmentado em disciplinas estanques. Segun-
do o paradigma emergente, deveríamos começar revendo esse 
processo curricular de divisão de conteúdo, com vista à integração 
curricular, para que o aluno tenha a compreensão de totalidade.
Segundo Prado (2010): 
O currículo por áreas evidencia as especificidades de cada área e, 
ao mesmo tempo, explicita a necessidade de integrá-las com vistas 
a compreender e transformar uma realidade. A compreensão da 
realidade é fundamental para que o aluno possa participar como 
protagonista da história, anunciando novos caminhos para exercer 
sua cidadania. Isso evidencia a necessidade de trabalhar com o de-
senvolvimento de competências e habilidades, as quais se desen-
volvem por meio de ações e de vários níveis de reflexão que con-
gregam conceitos e estratégias, incluindo dinâmicas de trabalho 
que privilegiam a resolução de problemas emergentes no contexto 
ou o desenvolvimento de projetos.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação18
Pensando nessa situação, a metodologia de trabalho por 
projetos pode propiciar uma nova forma de aprender, viabilizando 
a integração entre conteúdos das áreas de conhecimento e diver-
sas tecnologias disponíveis (computador, televisão, internet etc).
Os alunos, por meio dos projetos didáticos, são capazes de 
realizar o trabalho com pesquisa, fazer novas buscas e levantar 
dúvidas, estabelecendo relações, descobertas e interpretações 
de problemas da realidade, podendo resolver situações concretas 
que permeiam suas vidas e seu cotidiano.
Nesse sentido, exige-se que a escola torne o aluno um prota-
gonista na produção do conhecimento, a fim de desenvolver a cria-
tividade, a reflexão, a curiosidade, o espírito crítico e investigativo, 
entre outras habilidades.
Considerando esse desafio, o professor precisará rever sua 
metodologia, que deverá ser pautada em situações-problema con-
textualizadas, viabilizando discussões reflexivas, analíticas e críti-
cas que, por sua vez, resultarão em produções coletivas e indivi-
duais, visando à aprendizagem colaborativa.
Behrens (2005a, p. 63) propõe que, para atender ao para-
digma emergente, é necessário articular três pressupostos: o da 
visão sistêmica, o da abordagem progressista e o do ensino com 
pesquisa.
a. A visão sistêmica ou holística busca a superação da fragmen-
tação do conhecimento, o resgate do ser humano em sua to-
talidade, considerando o homem com suas inteligências múl-
tiplas, levando à formação de um profissional humano, ético 
e sensível.
b. A abordagem progressista tem como pressuposto central a 
transformação social. Instiga o diálogo e a discussão coletiva 
como forças propulsoras de uma aprendizagemsignificativa e 
contempla os trabalhos coletivos, as parcerias e a participação 
crítica e reflexiva dos alunos e dos professores.
c. O ensino com pesquisa instiga à produção do conhecimento 
com autonomia, espírito crítico e investigativo. Considera o 
aluno e o professor como pesquisadores e produtores dos seus 
próprios conhecimentos.
Claretiano - Centro Universitário
19© Caderno de Referência de Conteúdo
Dessa forma, Behrens (2005b) pontua que uma atuação do-
cente competente deve se pautar nas demandas contemporâneas, 
que exigem a inter-relação desses três pressupostos atrelada à in-
corporação das TICs ao processo educativo. 
O computador, a internet e outras tecnologias e mídias são, 
como recursos didáticos, suportes essenciais na conjectura de ino-
vação do processo educativo, inovação essa que exige que o pro-
fessor estabeleça parcerias e viabilize o trabalho em grupo, pois 
uma das funções da educação tecnológica é a formação do cida-
dão capaz de aprender por meio da aprendizagem colaborativa. 
Desse ideário que mencionamos, advém a ideia de aprendi-
zagem colaborativa, que deverá ser problematizadora, desafiadora 
e reflexiva, a fim de levar os alunos a buscarem soluções que serão 
discutidas em grupo e fundamentadas em referencial teórico. Para 
isso, é importante que se considere a oferta de requisitos bási-
cos para viver numa sociedade em transformação, com vistas a 
preparar um cidadão responsável e ético para enfrentar os novos 
impactos tecnológicos.
Assim, como professores, devemos nos preparar para par-
ticipar dos processos de transformação e construção dessa reali-
dade, que nos impõe a necessidade de incorporar novos hábitos, 
percepções e demandas. Nessas demandas, está a inserção das 
tecnologias ao cotidiano escolar, uma vez que nossos alunos preci-
sam desenvolver habilidades para utilizar os instrumentos e recur-
sos tecnológicos existentes em nossa cultura.
Muito se fala, hoje, a respeito da qualidade em educação, e 
tal preocupação se reflete na melhoria da aprendizagem de nos-
sos educandos, considerando-se o seguinte questionamento: que 
alunos devemos formar para enfrentar as novas exigências da so-
ciedade da informação e do conhecimento?
Essa dúvida nos faz refletir sobre nosso papel como educa-
dores. Destacando o que diz Zabala (1998, p. 29) a esse respeito:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação20
Tudo que fazemos em sala de aula incide em menor ou maior grau 
na formação de nossos alunos. A maneira de organizar a aula, o 
tipo de incentivos, as expectativas que depositamos, os materiais 
que utilizamos, cada uma destas decisões veicula determinadas ex-
periências educativas, e é possível que nem sempre estejam em 
consonância com o pensamento que temos a respeito do sentido e 
do papel que hoje em dia tem a educação.
Dessa forma, precisamos organizar nosso trabalho pedagógi-
co para a construção da cidadania e a transformação da escola em 
um espaço de vida, sonhos e produção de saberes, no qual as tec-
nologias sejam utilizadas em situações que tragam aprendizagens 
efetivas e preparem os alunos para aprenderem ao longo de sua 
caminhada, podendo intervir, adaptar-se e criar novos cenários.
Sobre essa questão, observe o que diz Hargreaves (2004, p. 14):
As demandas que se colocam para os jovens e os desafios que lhes 
apresentam no século XXI são profundamente diferentes do que os 
anteriores. Hoje em dia, as demandas de uma economia produti-
va moderna e de uma sociedade moderna includente levam nosso 
sistema de educacional a desenvolver o talento especial de cada 
criança.
De fato, os meios de comunicação apresentam informação 
abundante e variada de um modo muito atrativo às crianças e jo-
vens no contexto do século 21.
Nakashima e Amaral (2006, p. 36) mencionam que, hoje, os 
jovens: 
[...] utilizam os mais diferentes espaços audiovisuais para se expres-
sar, se relacionar e transformar a sua criatividade em uma produ-
ção própria, através da utilização de fotos digitais, vídeos, e-mails 
[Messenger], comunidades de relacionamentos [Twitter, Facebook, 
Orkut] e blogs disponibilizados na internet.
Algo que precisa ser dito nesta primeira conversa se refere 
à ênfase dada à perspectiva de que a escola prescinde de ser uma 
instituição de repasse de informações para tornar-se lugar forma-
dor de pensamento, compreensão e interpretação. E, em meio a 
esse volume exorbitante de informações e às possibilidades de in-
teração diversas, temos uma problemática a ser resolvida: a pouca 
Claretiano - Centro Universitário
21© Caderno de Referência de Conteúdo
capacidade crítica para lidar com a variedade e a quantidade de in-
formações, de meios de comunicação e de recursos tecnológicos.
Nesse sentido, a ação docente precisa desenvolver procedi-
mentos de análise e discussão no que se refere ao tratamento da 
informação, ou seja, viabilizar situações em que os alunos tenham 
de se posicionar de forma reflexiva, analítica e crítica, a fim de fa-
zer escolhas, definir prioridades e avaliar o grau de qualidade das 
informações, mídias e tecnologias que lhe são apresentadas.
Outro aspecto a se considerar são os espaços e meios de 
aprendizagem. Hoje, com as TICs, estes podem ocorrer por meios 
distintos e em lugares diferentes. Dessa forma, a aprendizagem 
poderá acontecer em ambientes virtuais ou físicos de aprendiza-
gem, considerando as possibilidades de interação entre os alunos 
e a troca de informações, com vistas a responder aos objetivos 
comuns delineados pelas necessidades de grupo.
Para Nakashima e Amaral (2006, p. 34):
As mudanças no contexto escolar são necessárias, pois a geração 
de alunos que o compõe mudou. Atualmente, quando se observa 
uma criança a partir dos quatro anos, notam-se certas habilidades 
que, anteriormente, uma criança da década de 80, nessa mesma 
faixa etária, não apresentava, como por exemplo, a capacidade de 
ligar a televisão e o DVD sozinha, colocar seus filmes prediletos e 
escolher a cena que deseja ver, memorizar as falas de personagens 
com facilidade, ligar o computador e instalar os jogos que deseja 
brincar. As crianças de hoje não têm medo de conhecer e investigar 
os recursos que os eletroeletrônicos proporcionam. Elas pergun-
tam aquilo que não sabem, gostam de experimentar coisas novas 
e fazer descobertas na prática, ou seja, elas já estão familiarizadas 
com o uso da tecnologia e interagem facilmente com a linguagem 
digital.
No entanto, há certo preconceito notado em alguns educa-
dores em utilizarem as tecnologias em sala de aula, em decorrên-
cia do tecnicismo educacional, que surgiu na década de 1960. Se-
gundo Leite (2003, p. 12):
[...] a proposta de levar para a sala de aula qualquer novo equipa-
mento tecnológico que a sociedade industrial vinha produzindo de 
modo cada vez mais acelerado foi, no Brasil, uma das pontas de 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação22
um contexto político-econômico cujos objetivos eram inserir o país 
no mercado econômico mundial como produtor e consumidor de 
bens, em uma perspectiva de um desenvolvimento associado ao 
capital estrangeiro. Na educação isso se traduziu na defesa de um 
modelo tecnicista como fator de modernização da prática pedagó-
gica e solução de todos os seus problemas.
O tecnicismo educacional foi, e ainda é, criticado por muitos 
estudiosos da educação, pois apresenta uma visão tecnicista, re-
ducionista e mecanizada de ensino, dando ênfase aos meios edu-
cativos, sem questionar suas finalidades. 
Leite (2003, p. 12) pondera que:
[...] nessa perspectiva, a educação é um universo fechado, sem 
ligação com as questões sociais, e gera seus próprios problemas, 
passíveis, portanto, de resolução mediante a utilização de moder-
nas tecnologias e a elaboração de objetivos comportamentais e 
mensuráveis.
A esse respeito, Freire (2001, p. 57) também alerta que:
A técnica é sempre secundária e só é importante quando a servi-
ço de algo mais amplo. Considerar a técnica primordial é perder o 
objetivo da educação.A questão não são as técnicas em si mes-
mas – não que não sejam importantes, mas a verdadeira questão 
é a compreensão da substantividade do processo que, por sua vez, 
requer múltiplas técnicas para atingir um objetivo em particular. 
É o processo que leva à necessidade das técnicas que precisa ser 
entendido.
O momento requer uma nova maneira de lidar com o uso das 
TICs no ambiente escolar, uma vez que não podemos apenas ins-
trumentalizar nossos alunos para a utilização dessas tecnologias, 
mas também desenvolver habilidades que mudarão sua forma de 
agir e de pensar, isso porque terão de lidar com a abrangência e 
velocidade de informações e com o dinamismo do conhecimento.
Entretanto, uma preocupação recorrente na implementação 
das TICs no processo educativo refere-se ao conhecimento técnico 
e pedagógico que os professores precisarão ter para que as tecno-
logias sejam adequadamente utilizadas. O domínio do técnico e o 
pedagógico devem ser aprendidos pelo professor e incorporados à 
sua prática simultaneamente.
Claretiano - Centro Universitário
23© Caderno de Referência de Conteúdo
Outra questão a se considerar é que a chegada de novas tec-
nologias (computador, internet, vídeo etc.) à escola aponta novos 
desafios para a comunidade escolar. Diante desse cenário, o pro-
fessor vê-se em uma situação que implica novas aprendizagens e 
mudanças na prática pedagógica.
Neste estudo, também dedicaremos grande parte do conteúdo 
apresentado a conhecer as especificidades das diferentes TICs – suas 
potencialidades, limitações e implicações pedagógicas. Isso nos levará 
a pensar sobre diferentes entendimentos que podemos ter acerca do 
que são as TICs, seu papel e uso no ambiente educacional.
Nosso objetivo é você entender que as TICs podem ser utili-
zadas para gerar situações de aprendizagem com maior qualidade, 
ou seja, para criar ambientes de aprendizagem em que a proble-
matização, a atividade reflexiva, a atitude crítica, a capacidade de-
cisória e a autonomia sejam privilegiadas.
Também temos de evidenciar que a internet na escola não é 
garantia de inserção crítica das novas gerações e dos professores 
na cibercultura, pois muitas vezes ocorre que o professor convi-
da o aprendiz a um site, mas a aula continua sendo uma palestra 
para a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor 
permanece como o responsável pela produção e transmissão dos 
"conhecimentos". 
Esse é um dos maiores desafios para a ação da escola, que 
terá de se viabilizar como espaço crítico em relação às informações 
e manifestações veiculadas pelas TICs. 
O fato constatado é que a educação não pode ficar alienada 
em relação ao momento que estamos vivendo, uma vez que "mu-
dar" é a palavra de ordem na sociedade atual.
Podemos concluir, com uma simples e evidente afirmação, 
que não usamos tecnologia por mera brincadeira ou para dizer 
que somos modernos, mas, sim, porque, com recursos lúdicos e 
contemporâneos, podemos educar crianças e jovens para viverem 
com responsabilidade, criatividade, espírito crítico, autonomia e 
liberdade em um mundo tecnologicamente desenvolvido.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação24
Nesse sentido, a inserção de TICs na escola deve mudar a 
forma como aprendemos, pois a função social deverá ser a de for-
mar cidadãos criativos, críticos e preparados para a sociedade do 
conhecimento e da informação.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhe-
cimento dos temas tratados na obra Tecnologia da Informação e da 
Comunicação. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 
1) Banco de dados: "conjunto de informações arquivadas 
em registros. Um conjunto de registros forma um ban-
co de dados. Cada registro tem um (ou mais) índice que 
permite o acesso rápido a suas informações. Exemplo: 
fichas de alunos contendo seu histórico escolar, com-
portamento e dados pessoais. As fichas são os registros 
no banco de dados e podem ser acessadas através, por 
exemplo, do número ou nome do aluno" (UFSM, 2010).
2) Blog: "[...] página da web personalizada e pessoal que 
é atualizada constantemente e organizada cronologica-
mente, como um diário" (NAKASHIMA; AMARAL, 2006).
3) Browser: "significa rastreador. Programa para navegar 
pela Internet. Os mais utilizados são o Internet Explorer, 
da Microsoft, o Mozilla Firefox, Opera e, mais atualmen-
te, o Google Chrome. Os browsers, além de apresen-
tarem textos, podem mostrar imagens, sons, vídeos e 
mesmo executar programas" (UFSM, 2010).
4) CD-ROM (Compact Disk-Ready Only Memory): "disco 
compacto usado como dispositivo de memória nos com-
putadores" (UFSM, 2010).
5) Ciber: "vem de cibernética, ciência que estuda as comuni-
cações e o sistema de controle nos seres vivos e nas má-
quinas. Há poucos anos surgiu o termo ciberespaço, que se 
refere basicamente ao espaço virtual da Internet. Hoje em 
dia a palavra é usada com a conotação de ‘relativo à infor-
mática, comunicação e novas tecnologias’" (UFSM, 2010).
Claretiano - Centro Universitário
25© Caderno de Referência de Conteúdo
6) Ciberespaço: "Metáfora usada para descrever o espaço 
não físico criado por redes de computadores, nomeada-
mente a Internet, onde as pessoas podem comunicar de 
diferentes maneiras, por exemplo, através de mensagens 
eletrônicas, em salas de conversa ou participando em 
grupos de discussão. Nota: o termo foi criado por William 
Gibson no romance "Neuromancer" (APDSI, 2007).
7) Conhecimento: "é o que cada indivíduo constrói como 
produto do processamento, da interpretação, da com-
preensão da informação. É o significado que atribuímos 
e representamos em nossa mente sobre a nossa realida-
de. É algo construído por cada um, muito próprio e im-
possível de ser passado (o que é passado é a informação 
que advém desse conhecimento, porém nunca o conhe-
cimento em si)" (VALENTE; ROMANO, 2011)
8) Construcionismo: "significa a construção de conheci-
mento baseada na realização concreta de uma ação que 
produz um produto palpável (um artigo, um projeto, um 
objeto) de interesse pessoal de quem produz" (VALEN-
TE, 1999, p. 141). 
9) Download: "transferência de um arquivo de um com-
putador remoto para um computador local. O arquivo é 
requisitado através do browser" (UFSM, 2010).
10) E-mail: "mensagem eletrônica que é enviada de uma 
pessoa a outra através dos computadores conectados à 
rede. Os usuários recebem do provedor uma caixa pos-
tal (endereço eletrônico) que é utilizada para armaze-
namento das mensagens. As mensagens são enviadas a 
esses computadores (servidores de e-mail), que as redi-
recionam para os seus assinantes" (UFSM, 2010).
11) Ensinar: "[...] tem sua origem no latim, ensignare, que 
significa ‘colocar signos’, e, portanto, pode ser com-
preendido como o ato de ‘depositar informação’ no 
aprendiz – é a educação bancária, criticada por Paulo 
Freire (1970)" (PRADO, 2010).
12) Ferramenta de busca (search-engine): "Programa que 
busca informações pela Internet, usando palavras-cha-
ve" (UFSM, 2010).
© Tecnologia da Informação e da Comunicação26
13) Grupo de discussão (news group): "[...] discussões man-
tidas em algum computador e separadas por assunto 
dentro do qual os usuários podem enviar e ler mensa-
gens. Para acompanhar as discussões o usuário precisa 
acessar o provedor (news server) de grupos de discus-
são" (UFSM, 2010).
14) Homepage: "página escrita usando hipertexto e seguin-
do um padrão específico adotado na Web (HTML). Um 
site de Internet pode ter várias páginas. A home page é 
a primeira página do site" (UFSM, 2010).
15) HTML (Hypertext Mark-Up Language): "É a linguagem 
de hipertextos usada na Web. Permite links para outros 
arquivos de texto, para arquivos de som, de imagem e 
de vídeo. Os links podem ser âncoras (dentro da mesma 
página), locais (dentro do mesmo site) ou externos (para 
outros sites)" (UFSM,2010).
16) HTTP (Hypertext Transfer Protocol): "Protocolo usado 
para a transferência de hipertexto (UFSM, 2010).
17) Internet: "rede mundial que interliga computadores. Co-
meçou no final dos anos 60, com objetivos militares, e 
se caracteriza por ser uma rede altamente descentrali-
zada. É comumente chamada de www ou web. Nasceu 
após uma experiência militar para conexão de computa-
dores diferentes em várias partes do mundo, germinou 
na experiência de conexão de computadores de diversas 
universidades espalhadas pelo mundo. A Internet só foi 
possível após a criação de um protocolo de fácil manipu-
lação e que poderia trafegar em qualquer equipamento 
de informática, o TCP-IP, de transfer control protocol-
-Internet protocol, ou seja, protocolo de transferência" 
(BRASIL, 2010). Intranet: "rede local baseada no proto-
colo IP" (UFSM, 2010).
18) Link: "[...] especifica o caminho (endereço) que o brow-
ser precisa rastrear na rede para trazer a informação so-
licitada pelo usuário. Os browsers entendem o formato 
html padrão que especifica endereços contidos em links 
(palavras destacadas). O clique do mouse sobre essas 
palavras leva a outras páginas" (UFSM, 2010).
Claretiano - Centro Universitário
27© Caderno de Referência de Conteúdo
19) Lista de discussão: "discussões mantidas por assuntos 
predeterminados, em que um computador (list server) 
gerencia o envio e recebimento de mensagens para uma 
lista de e-mails (mailing lists). O usuário precisa se ins-
crever e, então, passará a receber as mensagens em sua 
caixa postal" (UFSM, 2010).
20) Multimídia: "uso simultâneo de várias mídias (texto, 
som, imagem etc.). Um computador multimídia é aque-
le capaz de utilizar essas mídias simultaneamente, para 
isso tem caixas acústicas, placa de vídeo e outros peri-
féricos. Parte do crescimento da Web deveu-se às suas 
características multimídia" (UFSM, 2010).
21) Navegar: "o mesmo que surfar na Internet. Significa se-
guir os links das páginas buscando informações. O na-
vegador não precisa se preocupar com o local onde as 
informações estão armazenadas (elas podem estar em 
qualquer computador do planeta ligado à Internet)" 
(UFSM, 2010).
22) Notebook: "computador portátil" (UFSM, 2010).
23) Paradigma: "[...] conjunto de princípios cognitivos in-
conscientes e pressupostos que definem o tipo de dados 
que somos capazes de ver em primeiro lugar" (WILBER, 
1989, p. 70).
24) Processador de texto: "o mesmo que editor de texto. 
Programa para editar um texto e trabalhar sua estética" 
(UFSM, 2010).
25) Projetor multimídia: "aparelho para ser ligado ao com-
putador e projetar numa tela as mesmas imagens que o 
computador envia ao monitor" (UFSM, 2010).
26) Provedor de acesso: "[...] tem uma ligação permanente 
com a Internet através de uma linha telefônica rápida, e 
modems ligados aos seus computadores para permitir 
que usuários o contatem e usem como ponte para aces-
sar a Internet" (UFSM, 2010).
27) Rede: "o termo ‘rede’ refere-se a dois ou mais compu-
tadores conectados com o objetivo de permitir que as 
pessoas se comuniquem e/ou compartilhem recursos" 
(BRASIL, 1998).
© Tecnologia da Informação e da Comunicação28
28) Sistema operacional: "sistema utilizado pelo computa-
dor para que o processador realize as operações conti-
das nos diversos programas" (UFSM, 2010).
29) Site: "conjunto de páginas de uma mesma instituição 
na Internet. Um site contém páginas escritas em HTML 
(o protocolo padrão usado na Internet). Um site pode 
ser pessoal, institucional, comercial, educacional etc." 
(UFSM, 2010).
30) Software: "são os programas de computadores. Cada 
software pode conter um conjunto de programas e/ou 
diversos arquivos para funcionar. Quanto mais fácil de 
ser usado, maior será seu tamanho, necessitando, assim, 
de mais espaço tanto no disco rígido quanto na memória 
do tipo RAM" (BRASIL, 1998).
31) Tecnofobia: "medo de tecnologia" (UFSM, 2010).
32) Teleconferência: "Comunicação síncrona (em tempo 
real) para a troca de mensagens entre dois computado-
res. Hoje em dia alguns programas permitem a criação 
de um 'quadro-branco' em que se pode desenhar ou 
mostrar arquivos de imagens, além da janela de texto. 
Também chamada de chat ou bate-papo" (BRASIL, 2010).
33) Tutorial: "Explicações passo a passo de uso de uma fer-
ramenta. Usado geralmente em seções do tipo 'como fa-
zer', na qual entram detalhes, explicações simplificadas 
e exemplos" (BRASIL, 2010).
34) Upload: "Arquivo transferido de um computador local 
para um computador remoto" (BRASIL, 2010).
35) URL (Uniform Resource Location): "Endereço da web" 
(BRASIL, 2010).
36) Videoconferência: "Comunicação síncrona (em tempo 
real) entre dois computadores usando imagens e sons 
obtidos por pequenas câmeras e microfones acoplados 
aos computadores" (BRASIL, 2010).
37) Web: "Sistema baseado em hipertexto que permite a na-
vegação por computadores ligados à internet. Suporta 
texto, imagens, vídeo e sons" (BRASIL, 2010).
38) Webmaster: "Pessoa responsável por um site de inter-
net. Normalmente com responsabilidades pela inte-
Claretiano - Centro Universitário
29© Caderno de Referência de Conteúdo
gridade do site do ponto de vista técnico (questões de 
segurança, validade de links, velocidade etc.), embora 
algumas vezes seja também responsável pelo conteúdo" 
(BRASIL, 2010).
Esquema dos Conceitos-chave
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação30
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponívelem: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 9 jun. 2011). 
Claretiano - Centro Universitário
31© Caderno de Referência de Conteúdo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tecnologia da Informação e da Comunicação 
Revolução Tecnológica Revolução Pedagógica 
Linha histórica 
das 
transformações 
sociais, 
econômicas e 
culturais 
1750 a 1950 
Sociedade 
Industrial 
1950 a 2000 
Sociedade 
Pós-Industrial 
Século 21 
Sociedade da 
Informação 
Produção 
em massa 
de bens de 
consumo 
Produção 
de serviços 
Valorização 
do trabalho 
intelectual 
Explosão 
informacional e 
disseminação da 
informação e do 
conhecimento 
Paradigma 
Newtoniano-
Cartesiano 
Visão 
reducionista e 
mecanicista 
Dinamismo, 
criatividade e 
capacidade de 
relacionar em 
diferentes contextos 
Paradigma 
Emergente 
Transformação 
das ferramentas 
didático-
pedagógicas 
convencionais 
TV, DVD, Blu-Ray, 
Computador, 
Lousa Digital, 
Internet etc. 
Otimização do 
Processo Ensino-
Aprendizagem 
Utilização das TICs 
de forma crítica, 
seletiva e analítica 
Potencialização do 
trabalho didático-
pedagógico do 
professor 
Integração dos 
trabalhos por 
projetos e 
tecnologias 
Aprendizagem 
Colaborativa 
Educação 
Tecnológica 
Processos de 
transformações e 
construção de 
novos hábitos, 
percepções e 
demandas 
Exige conexões, 
parcerias e 
trabalhos em 
conjunto 
Visão sistêmica, 
ensino com pesquisa e 
abordagem progressista 
 
Trabalho manual 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Tecnologia da Informação e da Comunicação.
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre 
os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem
© Tecnologia da Informação e da Comunicação32
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino de Pedagogia pode ser uma 
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará 
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além 
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe-
cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis-
sional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Claretiano - Centro Universitário
33© Caderno de Referência de Conteúdo
Dicas (motivacionais)
O estudo desta obra convida você a olhar, de forma mais apu-
rada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. 
É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas 
e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação34
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este estudo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto 
para ajudar você.
1
EA
D
Tecnologia na Construção 
do Conhecimento
1. OBJETIVOS
• Analisar o papel das novas tecnologias no processo edu-
cacional.
• Identificar as principais transformações sociais, culturais 
e econômicas que ocorrem na sociedade mediante o de-
senvolvimento da informática.
• Compreender e demonstrar como o indivíduo capta e 
processa a informação para criar ambientes de aprendi-
zagem com recursos tecnológicos de informação e comu-
nicação.
• Distinguir informação e conhecimento.
• Analisar as contribuições de algumas ferramentas da in-
formática nos projetos educacionais por meio da apren-
dizagem colaborativa.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação3636
2. CONTEÚDOS
• Papel da informática no dia a dia.
• Tecnologia na vida e na escola.
• Sociedade da informação e do conhecimento.
• Integração dos projetos educacionais e das tecnologias.
• Era digital e aprendizagem colaborativa.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos termos explicita-
dos no Glossário de Conceitos e suas ligações pelo Es-
quema dos Conceitos-chave para o estudo de não ape-
nas esta, mas todas as unidades desta obra. Isso poderá 
facilitar sua aprendizagem e seu desempenho.
2) Nesta unidade, você aprenderá sobre a Era da sociedade 
do conhecimento. Dessa forma, será interessante fazer a 
leitura do livro O Ensino na Sociedade do Conhecimento, 
de Andy Hargreaves, para aprofundar seus conhecimen-
tos e ampliar as convicções a respeito da necessidade de 
se repensar a função social da escola mediante as expec-
tativas do contexto imposto no século 21.
3) Para saber um pouco mais sobre Paulo Freire, educa-
dor notável brevemente apresentado a seguir, acesse o 
link que se encontra disponível em: <http://novaescola.
abril.com.br/index.htm?ed/139_fev01/html/repcapa>. 
Acesso em: 29 out. 2010. Consulte, também, a obra Di-
dática, para relembrar alguns conceitos relevantes des-
se importante pensador. 
4) Leia os textos indicados na bibliografia para que você 
amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o ma-
terial didático e discuta a unidade com seus colegas de 
curso e com o tutor.
Claretiano - CentroUniversitário
37© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
5) Antes de iniciar a leitura desta unidade, será interessan-
te conhecer um pouco da biografia dos pensadores cujas 
ideias norteiam este estudo. Para saber mais, acesse os 
sites referenciados.
Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setem-
bro de 1921, no Recife, Pernambuco, uma das regiões 
mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar 
as dificuldades de sobrevivência das classes populares. 
Trabalhou inicialmente no SESI (Serviço Social da Indús-
tria) e no Serviço de Extensão Cultural da Universida-
de do Recife. Ele foi quase tudo o que deve ser como 
educador, de professor de escola a criador de idéias e 
"métodos".
Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente 
em 1958 na sua tese de concurso para a universidade do 
Recife e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela 
Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como 
a de Angicos, Rio Grande do Norte, em 1963.
A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de educação que identifica 
a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido 
tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua 
libertação fez dele um dos primeiros brasileiros a serem exilados.
Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, em estreita 
colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educa-
cionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Durante os 10 anos seguintes, 
foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das 
Igrejas, em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional junto 
a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. Em 1980, depois 
de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender" seu país. Lecionou na 
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, tornou-se Secretário de Educação 
no Município de São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um 
grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão 
curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores.
A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas 
de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, 
sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi 
convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um 
clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses, desenvolveu, 
durante 5 anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto 
Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: 
Pedagogia do oprimido.
Em Paulo Freire, conviveram sempre presente senso de humor e a não menos 
constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com a 
professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após 
a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma 
ex-aluna.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação3838
Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da liberdade 
(1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné Bissau (1975), Pedagogia 
da esperança (1992) À sombra desta mangueira (1995).
Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas 
homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão 
honorário de várias cidades no Brasil e no exterior.
A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete 
universidades. Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, 
os seguintes prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 
1980); "Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986) e "Prêmio Andres 
Bello" da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes 
(1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado "Pedagogia 
da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa". Paulo Freire faleceu no 
dia 2 de maio de 1997 em São Paulo (imagem disponível em: <http://redesocial.
unifreire.org/pedagogia-vivencial-humanescente/blog/vii-coloquio-internacional-
-paulo-freire>. Acesso em: 31 out. 2010. Texto disponível em: <http://www.pau-
lofreire.org/pub/Crpf/CrpfAcervo000031/Vida_Biografias_Pequena_Biografia_
v1.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2011).
Fernando Hernández
Doutor em Psicologia e professor de História da Educação 
Artística e Psicologia da Arte na Universidade de Barce-
lona. Tem 50 anos e há 20 trabalha com a inserção do 
trabalho com projetos na escola (imagem disponível em: 
<http://tataiaraujo.blogspot.com/2007/12/entrevista-com-
-fernando-hernndez.html>. Acesso em: 20 dez. 2010. 
Texto disponível em: <http://novaescola.abril.com.br/in-
dex.htm?ed/154_ago02/html/repcapa>. Acesso em: 3 jan. 
2006).
Marilda Aparecida Behrens
Pedagoga pela UFPR, mestre e doutora em Educação 
pela PUC-SP. Atua há trinta anos na formação de profes-
sores universitários, na graduação em pedagogia e nas 
licenciaturas.
Leciona no mestrado em Educação da PUC do Paraná 
nas disciplinas Paradigmas Contemporâneos na Educa-
ção Superior e Docência na Universidade. Na graduação 
em Pedagogia atua nas disciplinas Didática e Prática de 
Ensino.
Especialista em Metodologia do Ensino Superior, lide-
ra dois grupos de pesquisa: Paradigmas educacionais e 
formação de professores e Educação, comunicação, e tecnologia. A autora pu-
blicou [...] O Paradigma emergente e a prática pedagógica (imagem disponível 
em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4769299J2>. 
Acesso em: 29 nov. 2010. Texto disponível em: <http://www.erdos.com.br/deta-
lhe_pro2.php?id=4769>. Acesso em: 29 nov. 2010, grifos do autor).
Claretiano - Centro Universitário
39© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Com base no estudo desta unidade, esperamos que você re-
flita sobre o papel da tecnologia no processo educacional e iden-
tifique como o indivíduo capta e processa a informação para criar 
ambientes de aprendizagem com recursos tecnológicos de infor-
mação e de comunicação.
Nesse sentido, o nosso objetivo é que você compreenda a 
diferença entre informação e conhecimento e conheça um pouco 
da pedagogia de projetos, na perspectiva da integração entre dife-
rentes mídias e conteúdos.
Os tópicos a seguir abordam e discutem alguns conceitos, 
bem como possíveis implicações envolvidas na perspectiva de uma 
aprendizagem colaborativa, que se viabiliza pela articulação entre 
as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), os saberes 
e os protagonistas.
5. SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA
Para que você entenda como se constituiu a sociedade em 
que vivemos atualmente, retornaremos um pouco no tempo.
A grande transformação inicia-se com a sociedade de pro-
dução em massa, fortemente influenciada pela Revolução Indus-
trial e impregnada pelos pressupostos do paradigma newtoniano-
-cartesiano, caracterizado por uma visão de mundo mecanicista e 
reducionista.
Da Revolução Industrial, evoluímos para a revolução tecno-
lógica, que, por sua vez, provocou a geração das redes de informa-
tização. Essa nova geração proporcionou o contato rápido entre as 
pessoas, possibilitando o movimento de globalização.
Segundo o Dicionário Aurélio (2004) globalização é o proces-
so típico da segunda metade do século 20 que conduz a crescente 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação4040
integração das economias e das sociedades dos vários países, es-
pecialmente no que se refere à produção de mercadorias e servi-
ços, aos mercados financeiros e à difusão de informações.
Mesmo diante dessa revolução, percebemos que nossa edu-
cação continua impregnada pelo pensamento conservador new-
toniano-cartesiano, tendo grandes dificuldades em absorver as 
mudanças geradas por essa revolução tecnológica.A chegada da sociedade do conhecimento exigiu que as 
pessoas estabelecessem parcerias, conexões, trabalho coletivo e 
inter-relacional, ultrapassando a fragmentação e a divisão por dis-
ciplinas em todas as áreas do conhecimento.
Nesse sentido, a tecnologia passou a ser um mecanismo de 
bem-estar social, uma vez que o grande desafio imposto à escola 
é preparar o aluno para a cidadania, formando um indivíduo éti-
co e responsável para enfrentar os novos desafios tecnológicos, 
levando-se em consideração os requisitos básicos para viver numa 
sociedade em constante transformação.
Muitos autores afirmam que a sociedade do conhecimento 
pode também ser chamada de sociedade da informação, surgindo 
no final do século 20 junto ao contexto de globalização.
Com a sociedade da informação, surge, então, uma nova era, 
em que as tecnologias de armazenamento são amplamente utili-
zadas e as transmissões de dados são de baixo custo. Com isso, a 
informação chega aos lugares com rapidez e em maior quantidade.
Mas o que é sociedade da informação?
Sociedade da Informação é um estágio de desenvolvimento social 
caracterizado pela capacidade de seus membros (cidadãos, empre-
sas e administração pública) de obter e compartilhar qualquer in-
formação, instantaneamente, de qualquer lugar e da maneira mais 
adequada (FUNDACIÓN TELEFONICA, 2010).
Observe a evolução da sociedade moderna na Figura 1.
Claretiano - Centro Universitário
41© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
Sociedade
Pós-industrial
Sociedade
Industrial
Sociedade
da 
Informação
Figura 1 Evolução da sociedade moderna.
A sociedade industrial perdurou, aproximadamente de 1750 
a 1950 e, nesse período, o maior desafio foi manter a eficiência, 
ou seja, fazer o maior número de coisas no menor tempo possível, 
tornando mais dinâmico o ritmo de vida.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu a sociedade pós- 
-industrial, proveniente da expansão dos meios de interação e co-
municação entre pessoas de diferentes lugares do mundo, com a 
transformação do sistema econômico e a propagação das novas 
tecnologias. Esse tipo de sociedade não se consolidava na produ-
ção agrícola nem na indústria, mas, sim, na produção de serviços 
e informações.
Para compreender a sociedade pós-industrial, temos de ter 
clara a ideia de que ela se difere muito da anterior. Isso é percebi-
do no setor de serviços, que hoje absorve a maior parte da mão de 
obra disponível no mercado, mais que a agricultura e a indústria 
juntas, pois o trabalho intelectual é tido como mais importante do 
que o trabalho mecanizado.
Antes, tínhamos a especialização do trabalho e a padroni-
zação das mercadorias; agora, o que vale é a intelectualização e a 
desestruturalização do espaço e do tempo, ou seja, a possibilidade 
de estar em diferentes espaços de forma virtual tornando a comu-
nicação muito mais ágil, dinamizando nossas relações e ações.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação4242
6. TECNOLOGIA NA VIDA E NA ESCOLA
Atualmente, vive-se um momento de grandes transforma-
ções, no qual a tecnologia está presente em atividades comuns do 
cotidiano.
Segundo Kenski (2002), as atividades cotidianas mais co-
muns, como dormir, comer, trabalhar, deslocar-se para diferentes 
lugares, ler, conversar e se divertir, são possíveis graças às tecnolo-
gias a que todos têm acesso. 
De fato, o conceito tecnologia possui diferentes significados 
variando conforme o contexto. Observe como Kenski (2002, p. 1) 
trabalha essa definição:
Para todas as demais atividades que realizamos em nossas vidas, 
precisamos de produtos e equipamentos resultantes de estudos, 
planejamentos e construções específicos para serem utilizados, na 
busca de melhores formas de viver. Ao conjunto de conhecimentos 
e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à constru-
ção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo 
de atividade, chamamos de "tecnologia". Para construir qualquer 
equipamento – seja uma caneta esferográfica, seja um computador 
– os homens precisam pesquisar, planejar e criar tecnologias. 
O dicionário Aurélio (2004, p. 325) define tecnologia como 
"o conjunto de conhecimentos, princípios científicos, que se apli-
cam a um determinado ramo de atividade". 
Já Kline apud Almeida (2003, p. 48) propõe uma definição de 
tecnologia mais abrangente:
[...] como o estudo do emprego de ferramentas, aparelhos, máqui-
nas, dispositivos, materiais, objetivando uma ação deliberada e a 
análise de seus efeitos, envolvendo o uso de uma ou mais técnicas 
para atingir determinado resultado, o que inclui as crenças e os va-
lores subjacentes às ações, estando, portanto, relacionada com o 
desenvolvimento da humanidades.
A rapidez com que se dá a circulação de informações e a pro-
dução de conhecimento no mundo atual impõe novas demandas 
para o viver em sociedade. Assim, é necessário que as pessoas 
aprendam a conviver com as incertezas, com o imprevisto, com o 
provisório e com as constantes novidades.
Claretiano - Centro Universitário
43© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
Segundo Behrens (1999, p. 25), isso pressupõe:
[...] o desenvolver à capacidade de aprendizagem contínua, ou seja, 
à autonomia na construção e na reconstrução do conhecimento 
ao longo da vida, como analisar, refletir e ter disponibilidade para 
transformar seu conhecimento, processando novas informações e 
produzindo conhecimentos novos.
A escola faz parte desse momento de revolução tecnológica, 
e, para cumprir sua função social, ela deve estar aberta e incorpo-
rar novos comportamentos, hábitos e demandas, participando dos 
processos de transformação e construção de nossa sociedade. É 
necessário, pois, que os alunos desenvolvam habilidades para uti-
lizar os recursos tecnológicos de nossa cultura. Para isso, a escola 
precisa integrar a cultura tecnológica ao seu cotidiano.
Hoje, os meios de comunicação apresentam variedade e 
abundância de informação de maneira bastante atrativa. Dessa 
forma, os alunos têm acesso às diferentes informações, com níveis 
de complexidades distintos e que expressam diferentes percep-
ções, pontos de vista e valores.
Vale ressaltar que as Tecnologias da Informação e da Comu-
nicação permitem que a aprendizagem ocorra de diferentes ma-
neiras e em diferentes lugares. Por conseguinte, cada vez mais, as 
capacidades para imaginar, criar, questionar, inovar, tomar deci-
sões com autonomia e encontrar soluções rápidas assumem im-
portância.
A escola tem a função de ensinar os alunos a se relacionarem 
de forma seletiva e crítica com o universo de informações a que 
têm acesso no seu dia a dia, uma vez que, ao fazer isso, os edu-
cadores cumprem um importante papel de formar gerações mais 
conscientes, autônomas e críticas.
Repensando a escola
Diante desse novo contexto social, da sociedade da informa-
ção e do conhecimento, torna-se necessário repensar o papel da 
escola e as questões referentes ao ensino e à aprendizagem.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação4444
É importante saber que o ensino na perspectiva tradicional, 
que privilegia a memorização de fatos e conceitos, organizado 
de forma fragmentada, bem como as soluções padronizadas e os 
exercícios repetitivos e de exaustão, não atende às exigências des-
se novo paradigma. Assim, o momento requer uma nova forma de 
agir e de pensar para lidar com a abrangência, com o dinamismo 
do conhecimento e com a rapidez de informações.
Podemos facilmente perceber uma gama de diferentes si-
tuações em que o indivíduo precisa fazer escolhas e definir priori-
dades, exigindo, para isso, capacidade de se posicionar de forma 
reflexiva e crítica. Sob essa ótica, o "ensinar" deve se configurar 
de forma diferente da perspectiva tradicional. Assim, é necessário 
que o nosso aluno desenvolva competências para atender as no-
vas exigências da sociedade do século 21.
Tais demandas valorizam a autonomia, a criatividade, a fle-
xibilidade para trabalhar em meio a incertezas, a facilidade em 
buscar e interpretarinformações e a articulação de ações colabo-
rativas e em parceria. Assim, exige-se que os alunos e, consequen-
temente, os professores tenham uma nova postura diante do pro-
cesso de aprendizagem e da busca e produção do conhecimento. 
Já é fato que o envolvimento do aluno no processo de aprendi-
zagem é fundamental. Segundo estas novas exigências, os alunos 
precisam ser protagonistas na ação de aprender.
De acordo com os PCNs (1999, p. 7):
[...] a escola deve propiciar ao aluno caminhos para encontrar sen-
tido e funcionalidade naquilo que constitui o foco dos estudos em 
cada situação da sala de aula. Essa forma contextualizada de apren-
der é que permite ao aluno relacionar aspectos presentes da vida 
pessoal, social e cultural, mobilizando as competências cognitivas 
e emocionais já adquiridas para novas possibilidades de reconstru-
ção do conhecimento.
Portanto segundo Perrenoud (1999, p. 69), "as competências 
são construídas somente no confronto com verdadeiros obstácu-
los, em um processo de projeto ou resolução de problemas". Nes-
Claretiano - Centro Universitário
45© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
se contexto, o currículo escolar apresenta a necessidade de inte-
grar as disciplinas e as áreas do conhecimento, com vistas a formar 
um aluno protagonista da sua história e capaz de compreender e 
transformar uma realidade.
Assim, é importante que você compreenda a tecnologia, em 
termos das implicações do seu uso no processo de ensino e apren-
dizagem. Essa compreensão é que permitirá integrá-lo à prática 
pedagógica.
Entretanto, essa integração é vista de forma equivocada, e a 
tecnologia incorporada ao currículo escolar, como mais uma disci-
plina, servindo pra instrumentalizar sua utilização. É comum ouvir 
os professores dizendo: "precisamos oferecer a disciplina de infor-
mática ou mesmo cursos extracurriculares".
Diferentemente dessa perspectiva, ressaltamos a importân-
cia de a tecnologia ser incorporada à sala de aula, à escola e à 
sociedade, tendo em vista sua utilização como recurso didático-
-pedagógico.
No entanto, o que é necessário fazer para a implantação das 
novas tecnologias na escola?
É preciso antes questionar: será que os professores sem co-
nhecimento técnico são capazes de implantar soluções pedagógi-
cas inovadoras utilizando os recursos tecnológicos?
Refletindo sobre essa questão, observe a Figura 2.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação4646
Fonte: MOA (2003, p. 66).
Figura 2 Aula com auxílio da internet.
Como vimos, a professora, por ausência do conhecimento 
técnico, acabou por não conseguir utilizar o computador como re-
curso pedagógico inovador na sua prática docente. 
Portanto, é importante que o professor tenha clareza quanto 
às possibilidades técnicas e pedagógicas de utilização dos recursos 
tecnológicos. Para isso, há dois aspectos que devem ser considera-
dos na implantação dos recursos tecnológicos na escola.
O primeiro refere-se à importância de se ter o conhecimento 
técnico e pedagógico, visto que é enganosa a ideia de que se tor-
nar um especialista em informática já garante o sucesso de uma 
boa aula. O conhecimento técnico e o pedagógico são essenciais 
para a implantação das TICs.
Como afirma Valente (2002, p. 85):
[...] o domínio das técnicas acontece por necessidades e exigências 
do pedagógico e as novas possibilidades técnicas criam novas abertu-
ras para o pedagógico, constituindo uma verdadeira espiral de apren-
dizagem ascendente na sua complexidade técnica e pedagógica.
Claretiano - Centro Universitário
47© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
Ainda, de acordo com Valente (2002), o segundo aspecto re-
fere-se à possibilidade de implementação pedagógica atendendo 
às especificidades de cada tecnologia.
Para isso, o autor afirma que:
O professor deve conhecer o que cada uma dessas facilidades tec-
nológicas tem a oferecer e como ela pode ser explorada em dife-
rentes situações educacionais. Em um determinado momento, por 
exemplo, a televisão pode ser mais apropriada do que o computa-
dor (VALENTE, 2002, p. 86).
7. SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO
O que significa conhecimento e como ele se difere da infor-
mação? Informação refere-se aos dados que as pessoas trocam 
entre si e aos fatos divulgados na mídia em geral. Já o conheci-
mento, segundo Valente (2002, p. 98):
[...] é o que cada indivíduo constrói como produto do processamen-
to, da interpretação, da compreensão da informação. É o significa-
do que atribuímos e representamos em nossa mente sobre a nossa 
realidade. É algo construído por cada um, muito próprio e impos-
sível de ser passado (o que é passado é a informação que advém 
desse conhecimento, porém nunca o conhecimento em si.
Assim, o fato de você ter informação não significa que tem 
conhecimento sobre um assunto, pois este precisa passar por um 
processo de interpretação e compreensão da informação recebi-
da. Isso possibilita atribuir uma mudança nos processos que envol-
vem o "ensinar" e o "aprender".
Um dos possíveis significados para o conceito de ensino 
pode partir da origem etimológica da palavra.
Vejamos que:
Ensinar tem origem no latim, ensignare, que significa "colocar sig-
nos" e, portanto, pode ser compreendido como o ato de "depositar 
informação" no aprendiz – que é a educação bancária, tão criticada 
por Paulo Freire (VALENTE, 2011).
© Tecnologia da Informação e da Comunicação4848
É importante você saber que Paulo Freire (1997) defende ser 
necessário acabar com a Educação Bancária, na qual o professor de-
posita em seus alunos os conhecimentos que possui. Observe a Fi-
gura 3. Nela podemos notar que a concepção que se tem é que o 
professor ao ensinar vai depositando informações na mente do aluno.
Figura 3 Educação bancária.
Partindo dessa premissa, pode-se imaginar que o professor 
ensina quando passivamente transmite informações ao aluno e 
este aprende porque reproduz e memoriza a informação.
Contrário a essa ideia, La Torre (1993, p. 58) explicita que 
"ensinar é intercambiar, compartilhar, confrontar, debater idéias, 
e, mediante essas atividades, o sujeito transcende seus conheci-
mentos adquiridos, gerando novas estruturas mentais".
Para Freire (1996, p. 52), o papel do professor sobrepõe-se à 
mera transmissão de conhecimentos. Assim, ele afirma que:
Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades 
para a sua própria produção ou sua construção. Quando entro em 
sala de aula devo estar sendo um ser aberto às indagações, à curio-
Claretiano - Centro Universitário
49© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
sidade, às perguntas dos alunos, às suas inibições; um ser crítico e 
inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e 
não a de transferir conhecimento.
Outra interpretação para o conceito de aprender é construir 
conhecimento. Dessa forma, o aprendiz deve processar a informa-
ção que obtém interagindo com o mundo. Segundo Veiga (2006), a 
construção do conhecimento dá-se por uma mediação social. Nes-
sa interação, o aprendiz coloca-se diante de situações que devem 
ser resolvidas e, para isso, busca informações que atendem às suas 
necessidades.
Segundo Anastaciou (2005, p. 14):
Existe também uma diferença entre aprender e apreender, embora 
nos dois verbos exista a relação entre os sujeitos e o conhecimen-
to. O apreender, do latim apprehendere, significa segurar, prender, 
pegar, assimilar mentalmente, entender, compreender, agarrar. 
Não se trata de um verbo passivo; para apreender é preciso agir, 
exercitar-se, informar-se, tomar para si, apropriar-se, entre outros 
fatores. O verbo aprender, derivado de apreender por síncope, sig-
nifica tomar conhecimento, reter na memória mediante estudo, 
receber a informação de...
É preciso distinguir quais ações estão presentes na meta que esta-
belecemos ao ensinar. Se for apenas receber a informação de, bas-
tará passá-la por meio da exposição oral. Nessa perspectiva, uma 
boa palestra é o suficiente para a transmissãoda informação.
No entanto, se nossa meta se refere à apropriação do conhecimen-
to pelo aluno, para além do simples repasse da informação, é pre-
ciso se reorganizar, superando o aprender, que tem se resumido 
em processo de memorização, na direção do apreender, segurar, 
apropriar, agarrar, prender, pegar, assimilar mentalmente, enten-
der e compreender.
Daí a necessidade atual de se revisar o "assistir a aulas", pois a ação 
de apreender não é passiva. O agarrar por parte do aluno exige 
ação constante e consciente: informar-se, exercitar-se, instruir-se. 
O assistir ou dar aulas precisa ser substituído pela ação conjunta do 
fazer aulas. Nesse fazer aulas é que surgem as necessárias formas 
de atuação do professor com o aluno sobre o objeto de estudo e 
a definição, escolha e efetivação de estratégias diferenciadas que 
facilitem esse novo fazer.
Desse modo, Valente (2005, p. 24) pondera que: 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação5050
Ensinar deixa de ser o ato de transmitir informação e passa a ser o de 
criar ambientes de aprendizagem para que o aluno possa interagir 
com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o em sua 
interpretação para que consiga construir novos conhecimentos.
8. INTEGRAÇÕES DAS TECNOLOGIAS E DOS PROJE-
TOS EDUCACIONAIS
Hernández (1998) contribui dizendo que uma das temáticas 
que hoje vêm sendo discutidas no cenário educacional é o traba-
lho por projetos. Mas que projeto? O projeto pedagógico da es-
cola? O projeto do professor? O projeto do aluno? O projeto de 
informática?
O que se propõe, atualmente, é a integração das novas tec-
nologias e do trabalho por projetos. Isso se faz necessário para 
consolidar uma nova maneira de ensinar na escola, por meio da 
articulação das mídias existentes e dos conteúdos propostos que 
se configuram na aprendizagem construcionista.
Segundo Valente (1999, p. 141):
O construcionismo significa a construção de conhecimento basea-
da na realização concreta de uma ação que produz um produto pal-
pável (um artigo, um projeto, um objeto) de interesse pessoal de 
quem produz.
Dessa forma, os projetos didáticos viabilizam a aprendiza-
gem do aluno por meio de situações mais significativas e contex-
tualizadas, uma vez que o ponto de partida é a realidade do aluno.
Essa metodologia de trabalho tem como característica a pes-
quisa, o levantamento de dúvidas, o incentivo a descobertas e à 
criatividade, a interpretação de informações e a reconstrução de 
conhecimentos.
Logo, o professor deixa de ser meramente um transmissor 
de informações para criar situações de aprendizagem que incidam 
sobre as relações que se estabelecem nesse processo, cabendo a 
ele realizar as mediações necessárias para que o aluno possa en-
Claretiano - Centro Universitário
51© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
contrar sentido naquilo que está aprendendo com base nas rela-
ções criadas nessas situações.
Além disso, o trabalho com projetos permite que o educan-
do "aprenda fazendo", reconhecendo-se como protagonista no 
processo de aprendizagem por meio de situações investigativas 
que viabilizem a contextualização de conceitos já apreendidos e a 
descoberta de outros que surgirem no decorrer do projeto.
Com essa perspectiva de aprendizagem, o aluno precisa to-
mar decisões, trabalhar em grupo, selecionar informações signifi-
cativas, confrontar ideias, argumentar, criticar, enfim, desenvolver 
competências para aprender de forma colaborativa e cooperativa 
juntamente com seus colegas.
Mas, afinal, o que é projeto?
O projeto, de acordo com a origem etimológica da palavra, 
derivada do latim projectus, significa algo "lançado para frente". É 
organizado conforme a intenção que se deseja concretizar e con-
cebido por ações articuladas previamente estabelecidas necessá-
rias para executá-lo, a fim de modificar determinada problemática 
em uma situação esperada.
O trabalho por projetos é capaz de transformar o ambiente 
escolar em um lugar de interações, vivo e rico em possibilidades 
nas suas múltiplas dimensões.
Os projetos didáticos abrangem a pesquisa no sentido de se 
conhecer o conteúdo com o qual vai trabalhar e a forma de aplicá-
-lo. Identificam-se, por meio da observação feita a priori, aspectos 
relacionados com a sala de aula e sua clientela, possibilitando um 
acompanhamento e a superação de problemas predeterminados.
De acordo com Hernández (1998, p. 56):
Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando ati-
tudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir 
determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, 
mas também pelas experiências proporcionadas, pelos problemas 
criados, pela ação desencadeada.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação5252
Trabalhar com projetos é útil ao aluno e à comunidade e 
prepara o cidadão para o mundo exigente do trabalho. Eles apre-
sentam problemas autênticos, permitindo aos alunos trazerem o 
conhecimento externo para dentro da escola, tornando-os, dessa 
forma, capazes de resolver problemas com competência de análi-
se e tomada de decisão.
 Constitui-se uma nova maneira de pensar a escola, uma 
nova concepção de ensino, que possibilita aflorar a identidade dos 
alunos, trazendo à escola a vida cotidiana e oportunizando aos alu-
nos experiências significativas desde o levantamento dos temas, 
permitindo, assim, o acesso às diferentes fontes de informação, a 
partir de situações-problema que levam à aprendizagem.
No que se refere à organização de conteúdo, a pedagogia 
de projetos potencializa as possibilidades de interdisciplinaridade.
 Isso só acontece porque os projetos didáticos favorecem 
a articulação e a inter-relação das disciplinas, rompendo com as 
fronteiras de fragmentação das diferentes áreas do conhecimen-
to, por meio das problemáticas estudadas em contextos reais de 
aprendizagem.
Entretanto, muitas vezes, acontece um equívoco e o pro-
fessor acaba por alimentar a crença de que apenas as atividades 
interdisciplinares são relevantes para desenvolver o seu trabalho, 
recusando o trabalho disciplinar. Para negar essa visão, Fazenda 
(1994) pondera que a interdisciplinaridade pode acontecer sem 
desconsiderar a identidade que cada disciplina possui.
Nesse sentido, Almeida (2002, p. 58) destaca: 
[...] que o projeto rompe com as fronteiras disciplinares, tornando-
-as permeáveis na ação de articular diferentes áreas de conheci-
mento, mobilizadas na investigação de problemáticas e situações 
da realidade. Isso não significa abandonar as disciplinas, mas in-
tegrá-las no desenvolvimento das investigações, aprofundando-as 
verticalmente em sua própria identidade, ao mesmo tempo, que 
estabelecem articulações horizontais numa relação de reciproci-
dade entre elas, a qual tem como pano de fundo a unicidade do 
conhecimento em construção.
Claretiano - Centro Universitário
53© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
O que se pode constatar é que o conhecimento disciplinar 
oferece ao aluno a possibilidade de compreender e interpretar as 
especificidades de um determinado conteúdo. Já o conhecimen-
to interdisciplinar oferece ao aluno a possibilidade de estabelecer 
relações significativas entre conhecimentos. Ambos coexistem e 
realimentam-se.
Nesse sentido, a utilização dessa prática inovadora de inte-
gração de projetos e TICs concebe o ensino e a aprendizagem de 
forma interdependente. Isso é muito importante para o professor 
poder conciliar a intencionalidade pedagógica com os conheci-
mentos prévios, interesses e necessidades dos alunos.
Segundo Hernández (1999, p. 33): 
Ao desenvolver projetos em sala de aula, é importante levantar pro-
blemáticas relacionadas com a realidade do aluno, cujas questões 
e temáticas em estudo partam do conhecimento que ele traz de 
seu contexto e busquem desenvolver investigações para construir 
um conhecimento científico que ajude esse aluno a compreender o 
mundo e a conviver criticamente na sociedade.
Veremos, no Tópico 9, um exemplo de como trabalhar com 
projetos.Por isso, se você ainda tiver dúvidas, esta é a oportunida-
de para esclarecê-las!
9. ERA DIGITAL E APRENDIZAGEM COLABORATIVA
Como já mencionamos, a pedagogia tradicional, pautada na 
transmissão de informações feita pelo professor e na repetição 
com vistas a memorizar conteúdos, dá lugar a uma prática docen-
te baseada na construção e produção coletiva do conhecimento 
(LÉVY, 1999). Acredita-se que os processos de interação e comuni-
cação e a aprendizagem colaborativa são essenciais para formar o 
cidadão que está inserido na sociedade da informação. 
Para desenvolver esses processos, a escola precisa ampliar 
os seus espaços e aguçar a criatividade do aluno e do professor 
para buscar novas possibilidades de aprender, derrubando barrei-
© Tecnologia da Informação e da Comunicação5454
ras e transformando o ambiente dominado apenas por quadro de 
giz e livro-didático (BEHRENS, 1996).
 Em meio a tantas informações, os professores precisam 
aguçar os alunos a utilizarem as tecnologias para a resolução de 
problemas reais e concretos que acontecem em seu cotidiano. A 
aprendizagem deve se tornar significativa, problematizadora e de-
safiadora para que os alunos busquem soluções viáveis por meio 
da discussão em grupo e do corpo teórico disponível e requisitado 
no trabalho de pesquisa.
Dessa forma, o que se constitui como aprendizagem cola-
borativa ocorre quando professores e alunos participam de um 
processo coletivo para aprender de forma dinâmica e criativa, per-
meado pelo diálogo e pela descoberta em parceria.
Segundo Behrens (2011):
Com essa nova visão, cabe aos docentes empreenderem projetos 
que contemplem uma relação dialógica na qual, ao ensinar, apren-
dem; e os alunos, ao aprender, possam ensinar (Freire, 1997). Os 
professores e os alunos passam a ser parceiros solidários que en-
frentam desafios a partir das problematizações reais do mundo 
contemporâneo e demandam ações conjuntas que levem à cola-
boração, à cooperação e à criatividade, para tornar a aprendizagem 
colaborativa, crítica e transformadora.
A ótica do trabalho por projetos didáticos atrelado à apren-
dizagem colaborativa e às tecnologias de interação deve viabilizar 
situações de aprendizagem inovadoras. Embora não se tenha para 
isso um receituário, Behrens (2000, p. 77) sinalizam algumas re-
comendações:
1. investigação de problemas;
2. contextualização do tema;
3. tomada de decisões em grupo;
4. situações de troca;
5. reflexão individual e coletiva;
6. tolerância e a convivência com as diferenças, as constantes ne-
gociações e as ações conjuntas. 
Claretiano - Centro Universitário
55© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
Essa metodologia pode propiciar ao professor momentos de 
análise, reflexão e criação de sua própria prática docente, uma vez 
que o professor precisa ensinar em meio à imprevisibilidade e in-
certeza das problemáticas que serão apresentadas pelos alunos.
10. NOVO PARADIGMA PARA UM NOVO TEMPO
Muitos autores, como Capra (1996), Moraes (1997), Santos 
(1987) e Behrens (1996), denominaram o novo paradigma peda-
gógico como ecológico, holístico ou emergente.
Moran (2011) define "paradigma" como forma padronizada 
ou modelo orientador da pesquisa e da organização de seus resul-
tados em um campo delimitado de conhecimento.
Esse novo paradigma tem o desafio de superação da repro-
dução para a produção do conhecimento, além de caracterizar-se 
pela visão de totalidade, e não pela fragmentação, objetividade e 
racionalidade, existentes anteriormente.
Conforme pondera Behrens (2000, p. 77):
O paradigma emergente tem como função essencial reaproximar 
as partes na busca de uma visão do todo. A exigência de tornar o 
aluno um competente produtor do seu próprio conhecimento im-
plica valorizar a reflexão, a ação, a curiosidade, o espírito crítico, a 
incerteza, a provisoriedade, o questionamento e, para tanto, exige 
que o professor reconstrua a prática conservadora que vem desen-
volvendo em sala de aula.
O professor precisa ter claro que os ambientes educativos 
devem ter como foco o espírito investigativo, a autonomia, a cria-
tividade e a possibilidade do trabalho em equipe. Considerando 
esse desafio, o professor precisa optar por metodologias que bus-
quem suscitar situações-problema, que levem a discussões críticas 
e reflexivas de forma contextualizada e que visem à aprendizagem 
colaborativa.
Behrens (1999), em suas pesquisas sobre a prática docente 
nos diferentes níveis de ensino, constatou que, para contemplar 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação5656
o paradigma emergente, é preciso articular três pressupostos bá-
sicos: visão sistêmica, abordagem progressista e ensino com pes-
quisa.
A autora defende que o professor precisa ampliar os recur-
sos oferecidos para a aprendizagem dos alunos, em especial com a 
instrumentalização da tecnologia inovadora. A importância da op-
ção por essa aliança implica apresentar as características de cada 
abordagem:
• Visão sistêmica ou holística: busca a superação da fragmen-
tação do conhecimento, o resgate do ser humano em sua to-
talidade, considerando o homem com suas inteligências múl-
tiplas, levando à formação de um profissional humano, ético 
e sensível.
• Abordagem progressista: tem como pressuposto central a 
transformação social. Instiga o diálogo e a discussão coletiva 
como forças propulsoras de uma aprendizagem significativa e 
contempla os trabalhos coletivos, as parcerias e a participação 
crítica e reflexiva dos alunos e dos professores.
• Ensino com pesquisa: instiga a produção do conhecimento 
com autonomia, espírito crítico e investigativo. Considera o 
aluno e o professor como pesquisadores e produtores dos seus 
próprios conhecimentos (BEHRENS, 1999, p. 36).
Para tornar a atuação docente mais competente, é necessá-
rio que a escola acompanhe os desafios da sociedade moderna. 
Para isso, é importante utilizar os recursos tecnológicos existentes 
para efetivar uma pedagogia inovadora.
11. TEXTO COMPLEMENTAR
No texto a seguir, o pesquisador José Manuel Moran traça 
um panorama a respeito de como as novas tecnologias podem ser 
inseridas no processo educativo.
A integração das tecnologias na educação –––––––––––––––
O computador continua, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, 
ao mp3, principalmente nos pockets ou computadores de mão. O telefone 
celular é a tecnologia que atualmente mais agrega valor: é wireless (sem fio) 
Claretiano - Centro Universitário
57© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
e rapidamente incorporou o acesso à Internet, à foto digital, aos programas 
de comunicação (voz, TV), ao entretenimento (jogos, música-mp3) e outros 
serviços.
Estas tecnologias começam a afetar profundamente a educação. Esta sem-
pre esteve e continua presa a lugares e tempos determinados: escola, salas 
de aula, calendário escolar, grade curricular.
Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E 
hoje? Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obriga-
toriamente, para aprender. Há mudanças, mas são pequenas, ínfimas, diante 
do peso da organização escolar como local e tempo fixos, programados, ofi-
ciais de aprendizagem.
[...] Há avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguem ar-
ranhar superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os 
vários níveis de ensino.
Moran também nos mostra que a internet nos possibilita pensar o ensinar e o 
aprender de forma diferenciada, em que as questões de tempo e espaço possam 
se adequar às possibilidades de cada indivíduo, viabilizando um ensino de maior 
flexibilidade e agilidade. Observe o que ele diz no excerto a seguir:
A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes últi-
mos anos está começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender. 
As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças 
profundas na educação presencial e a distância. Na presencial, desenraizam 
o conceito de ensino-aprendizagemlocalizado e temporalizado. Podemos 
aprender desde vários lugares, ao mesmo tempo, on e off line, juntos e sepa-
rados. Como nos bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto 
de referência; só que agora não precisamos ir até lá o tempo todo para poder 
aprender.[...] A educação presencial está incorporando tecnologias, funções, 
atividades que eram típicas da educação a distância, e a EAD está descobrin-
do que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio 
entre a flexibilidade e a interação.
Moran aponta alguns problemas na integração das tecnologias na educação. 
Como constatamos a seguir:
A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar 
tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no 
professor continuam predominando, apesar dos avanços teóricos em busca 
de mudanças do foco do ensino para o de aprendizagem. Tudo isto nos mos-
tra que não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, que as inovações 
serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no virtual o modelo 
centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.
Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os 
professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tec-
nologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo peque-
nas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm 
medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito man-
têm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores per-
cebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão 
preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também 
exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as 
efetuem. Freqüentemente algumas organizações introduzem computadores, 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação5858
conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os pro-
blemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e 
dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas 
e nas atitudes do corpo docente. [...] As mudanças na educação dependem, 
mais do que das novas tecnologias, de termos educadores, gestores e alunos 
maduros intelectual, emocional e eticamente; pessoas curiosas, entusiasma-
das, abertas, que saibam motivar e dialogar; pessoas com as quais valha a 
pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos (MORAN, 2011).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
12. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos, neste tópico, que você responda, discuta e co-
mente as questões a seguir, que abordam a temática desenvolvida 
nesta unidade, ou seja, a possibilidade de incorporação das no-
vas tecnologias no âmbito educacional, a fim de tornar o processo 
de aprendizagem mais significativo, preparando jovens e crianças 
para se inserirem em nossa sociedade e nela intervir de forma crí-
tica e cidadã.
As questões autoavaliativas podem ser uma ferramenta im-
portante para testar seu desempenho. Se encontrar dificuldades 
em responder a essas questões, procure revisar os conteúdos es-
tudados para sanar suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que 
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma 
cooperativa e colaborativa. Portanto, compartilhe suas descober-
tas com seus colegas de curso.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar seu de-
sempenho no estudo desta unidade:
1) O que significa conhecimento e como ele se difere da informação?
2) Explique o que é aprendizagem construcionista e como ela se dá no proces-
so educativo.
3) O que é e como ocorre a aprendizagem colaborativa?
4) O que é paradigma emergente? Quais os pressupostos necessários para 
atender as exigências de tal paradigma?
Claretiano - Centro Universitário
59© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
5) Leia a assertiva: "o momento requer uma nova forma de agir e de pensar 
para lidar com a abrangência, com o dinamismo do conhecimento e com 
a rapidez de informações" (PRADO, 2001, p. 3). Você concorda com essa 
afirmação? Na sua opinião, como os professores poderiam agir para garantir 
o sucesso na aprendizagem nesse novo processo de mediação do conheci-
mento?
6) O que são projetos didáticos e como eles se caracterizam?
7) Apresente sua crítica sobre esta unidade, destacando e explicando:
a) Quais são os pontos fundamentais?
b) Qual a sua importância para a formação do professor?
13. CONSIDERAÇÕES
Como pudemos perceber ao longo desta unidade, a tecno-
logia faz parte do nosso dia a dia, cabendo à escola incorporá-la a 
seu contexto, de modo que sirva como recurso didático-pedagógi-
co, a fim de inovar, com competência, as práticas docentes.
Diante disso, achamos relevante fazer uma análise sobre as 
questões técnicas e pedagógicas das novas tecnologias na educa-
ção, mostrando que um dos grandes desafios desta área está na 
combinação do técnico com o pedagógico.
Nossa preocupação é que essa formação contribua para 
você orientar e desafiar seus futuros alunos nas atividades com as 
TICs, visando à aquisição de novos conhecimentos.
É o que veremos nas próximas unidades!
14. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Evolução da sociedade moderna. Disponível em: <http://www.telefonica.es/
sociedaddelainformacion/pdf/informes/brasil_2002/parte1_1.pdf>. Acesso em: 13 ago. 
2008.
Figura 3 Educação bancária. Disponível em: <http://tailinehijaz.wordpress.
com/2009/12/13/a-educacao-bancaria-de-freire-nas-faculdades-de-direito/>. Acesso 
em: 1 dez. 2011.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação6060
Sites pesquisados
BEHRENS, M. A. Aprendizagem colaborativa com tecnologia interativa. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/2sf.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2011.
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário eletrônico Aurélio. [s.l.]: Positivo Informática Ltda, 
2004. CD-ROM.
FUNDACIÓN TELEFONICA. Sociedad de la información. Disponível em: <http://
sociedadinformacion.fundacion.telefonica.com/>. Acesso em: 29 nov. 2010.
KENSKI, V. TV na Escola e os desafios de hoje. Programa 2: As tecnologias na educação 
básica. As tecnologias invadem nosso cotidiano. Disponível em: <http://www.tvebrasil.
com.br/SALTO/boletins2002/tedh/tedhtxt2a.htm>. Acesso em: 14 jan. 2008.
MORAN, J. M. A integração das tecnologias na educação. Disponível em: <http://www.
eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm>. Acesso em: 1 nov. 2010.
______. Desafios da televisão e do vídeo à escola. Disponível em: <http://oficinas.psico.
ufrgs.br/html/pedagogico/3sf.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2011.
VALENTE, J. A. O papel do computador no processo ensino-aprendizagem. Disponível 
em: <http://cursoproinfo100h.blogspot.com/2009/03/o-papel-do-computador-no-
processo_3726.html>. Acesso em: 1 jan. 2011.
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, F. J.; FONSECA JÚNIOR, F. M. Projetos e ambientes inovadores. Brasília: 
Secretaria de Educação a Distância – SEED/Proinfo – Ministério da Educação, 2000.
ALMEIDA, M. E. B.; PRADO, M. E. B. B. Criando situações de aprendizagem colaborativa. 
In: VALENTE, J. A.; ALMEIDA, M. E. B.; PRADO, M. E. B. (Org.). Internet e formação de 
educadores a distância. São Paulo: Avercamp, 2003.
ANASTACIOU, L. G. C.; ALVES, L. P. A. (Orgs.). Processos de ensinagem na universidade: 
pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: Univille, 2005.
BEHRENS, M. A. A formação pedagógica e os desafios do mundo moderno. In: MASETTO, 
M. (Org.). Docência na universidade. Campinas: Papirus, 1998.
______. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1999.
______. Projetos de aprendizagem colaborativa com tecnologia interativa. In: MORAN, 
J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 
Campinas: Papirus, 2000. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros 
curriculares nacionais:Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.
CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: 
Cultrix, 1996.
FAGUNDES, L. C.; SATO, L. S.; MAÇADA, D. L. Aprendizes do futuro: as inovações 
começaram. Cadernos de Informática para Mudança em Educação. [s.l.]: MEC/Seed/
Proinfo, 1999.
FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 
1994.
Claretiano - Centro Universitário
61© U1 - Tecnologia na Construção do Conhecimento
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário eletrônico Aurélio. 2004. Positivo Informática Ltda. 
CD-ROM.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.
GRINSPUN, M. Z. Educação tecnológica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1999.
HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto 
Alegre: Artmed, 1998.
LÉVY, P. Tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio 
de Janeiro: Editora 34, 1993.
______. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
MACHADO, N. J. Educação: projetos e valores. São Paulo: Escrituras, 2000.
MASETTO, M.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: 
Papirus, 2000.
MOA, Seção Recreio, Revista Pátio, Ano VII n. 26, mai. jul. 2003.
MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997.
MORIN, E.; MOIGNE, J. L. A inteligência da complexidade. São Paulo: Pierópolis, 2000.
PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.
PRADO, M. Articulando saberes e transformando a prática. Programa Salto para o 
Futuro, nov. 2001. (Série Tecnologia e Currículo).
VALENTE, J. A. A espiral da aprendizagem e as tecnologias da informação e comunicação: 
repensando conceitos. In: JOLY, M. C. (Ed.). Tecnologia no ensino: implicações para a 
aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
______. Análise dos diferentes tipos de softwares usados na educação. In: ______ (Org.). 
Computadores na sociedade do conhecimento. Campinas: Nied/Unicamp, 1999.
______. Aprendizagem por projeto: o fazer x o compreender. [s.l.]: TV Escola, 2002.
______. Diferentes abordagens de educação a distância. [s.l.]: TV Escola, 1999. (Coleção 
Série Informática na Educação).
______. O professor no ambiente logo: formação e atuação. Campinas: Unicamp, 1996.
______. Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computador: o papel do 
computador no processo ensino-aprendizagem. In: ALMEIDA, M. E. B. de; MORAN, J. M. 
(Org.). Integração das tecnologias na educação. Brasília: SEED, 2005.
______. Por que o computador na educação?. In: ______ (Org.). Computadores e 
conhecimento: repensando a educação. Campinas: Unicamp, 1993.
VEIGA, I. P. A. Didática: o ensino e suas relações. Campinas: Papirus, 2006.
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
2
Tecnologias da Informação 
e da Comunicação e 
suas Implicações 
Pedagógicas
1. OBJETIVOS
• Conhecer e identificar as especificidades das diferentes 
Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs).
• Diferenciar as linguagens utilizadas pelas diversas tecnologias.
• Definir o conceito de audiovisual e seu uso em sala de aula.
• Compreender e incorporar novas linguagens, desvelando có-
digos, possibilidades de expressão e possíveis manipulações.
• Reconhecer que o desenvolvimento das tecnologias da 
comunicação acarreta transformações na sociedade con-
temporânea.
2. CONTEÚDOS
• Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação.
• Veículos e linguagens do mundo contemporâneo.
• Tecnologias audiovisuais: TV e vídeo na escola.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação64
• Processos de produção de vídeos com a filmadora.
• Câmera fotográfica.
• Rádio.
• Calculadora.
• Computador no processo de ensino-aprendizagem.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Nesta unidade, você aprenderá sobre as especificidades 
das diferentes Tecnologias da Informação e da Comuni-
cação (TICs). Por isso, será interessante fazer uma leitura 
complementar para ampliar seus conhecimentos a res-
peito dos recursos tecnológicos que podem ser utiliza-
dos em sala de aula para otimizar o processo de ensino-
-aprendizagem. Assim, sugerimos os livros:
a) LEITE, L. S. (Coord.). Tecnologia educacional: descu-
bra suas possibilidades na sala de aula. Petrópolis: 
Vozes, 2003.
b) SANDHOLTZ, J. H.; RINGSTAFF, C.; DWYER, D. C. Ensi-
nando com tecnologia: criando salas de aula centra-
das nos alunos. Porto Alegre: Artmed, 1997.
2) Antes de iniciar esta leitura, também será interessante 
você conhecer os pesquisadores que fundamentam o re-
ferencial teórico utilizado nesta unidade. Dessa maneira, 
apresentamos a seguir as biografias de José Manuel Mo-
ran e Fredric Michael Litto.
José Manuel Moran
Doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo 
(USP), é assessor da Faculdade Sumaré, em São Paulo, e 
professor aposentado da USP.
Nascido na Espanha e naturalizado brasileiro, Moran é um 
estudioso das formas de integração entre as tecnologias de 
comunicação, especialmente a internet, na educação presen-
cial e a distância, dentro de uma visão humanista e inovado-
ra. Tem vários artigos e livros publicados sobre comunicação 
pessoal, educação e tecnologias, onde procura integrar a vi-
Claretiano - Centro Universitário
65© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
são humanista com a inovação tecnológica. Como ver televisão (1991) e Novas 
Tecnologias e Mediação Pedagógica (2000) são algumas de suas obras.
Nas décadas de 70 e 80 participou do Projeto Leitura Crítica da Comunicação, 
da União Cristã Brasileira de Comunicação Social (UCBC), que orientava pais e 
professores não só a analisar os meios de comunicação, principalmente a televi-
são e o jornal, como também a integrá-los com tecnologias e mídias na educação 
(imagem e texto disponíveis em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/noticias.ht
ml?idEdicao=16&idCategoria=8>. Acesso em: 31 out. 2010).
Fredric Michael Litto
[Fredric Michael Litto] possui graduação em Rádio-Televi-
são – University of California, Los Angeles (1960) – e dou-
torado em História do Teatro – Indiana University (1969). 
Desde 1995 é presidente da Associação Brasileira de Edu-
cação a Distância; Membro do Comitê Executivo do ICDE 
– International Council of Open and Distance Learning –; 
e membro do Conselho Editorial das revistas científicas: 
American Journal of Distance Education, Revista Iberoa-
mericana de Educación a Distancia, Advanced Technology 
and Learning, International Review of Research in Open 
& Distance Learning; e Open Learning. Tem experiência 
na área de Ciência da Informação, com ênfase em Co-
municação Mediada por Computadores, atuando principalmente nos seguintes 
temas: educação a distância, aprendizagem, telemática, repositórios digitais e 
novas formas de trabalhar (imagem disponível em: <http://www2.abed.org.br/vi-
sualizaDocumento.asp?Documento_ID=206>. Acesso em: 31 out. 2010. Texto 
adaptado do original, disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/
visualizacv.jsp?id=K4787785Y6>. Acesso em: 7 nov. 2010).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Como vimos na Unidade 1, o papel da escola é capacitar os 
indivíduos para que exerçam plenamente sua cidadania. Assim, in-
serida na sociedade do conhecimento e da informação, a escola 
deve estar aberta para incorporar novos hábitos, comportamen-
tos, percepções e demandas.
Nesta unidade, conheceremos as especificidades das diferen-
tes Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), suas poten-
cialidades, limitações e implicações pedagógicas. Isso nos levará a 
pensar sobre diferentes entendimentos que podemos ter acerca das 
TICs, do seu papel e do seu uso no ambiente educacional.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação66
Nosso objetivo é você entender que as TICs (televisão, In-
ternet, computador, DVD, lousa digital interativa, entre outras) 
podem propiciar práticas pedagógicas significativas.Isso quer di-
zer que é necessária a criação de espaços de aprendizagem que 
contemplem a autonomia, a problematização, o espírito reflexivo, 
a criticidade e a tomada de decisão, entre outras habilidades im-
portantes para a inserção na sociedade do século 21.
Prontos para esta inovadora proposta de ensino?
5. NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA CO-
MUNICAÇÃO
É fato que hoje estamos, a todo minuto, nos benefician-
do dos avanços da tecnologia. Podemos observar que atividades 
como assistir TV; utilizar o computador e a internet; retirar dinhei-
ro de um caixa eletrônico; viajar de avião, trem, carro ou ônibus; 
fazer parte de uma rede social, como o Facebook ou o Orkut, são 
situações cotidianas para muitos de nós.
Podemos notar que toda a sociedade utiliza a tecnologia na 
medida em que a realização dessas atividades pressupõe a pre-
sença de aportes tecnológicos em algum estágio do seu processo, 
ou seja:
1) na produção das mídias audiovisuais;
2) na produção do mercado editorial;
3) nas transações comerciais;
4) na produção de produtos de bens de consumo;
5) no sistema de telecomunicações.
Assim, os aportes tecnológicos são:
[...] produtos da tecnologia, qualquer objeto criado para facilitar o 
trabalho humano. Portanto, a roda, o machado, utensílios domés-
ticos, televisão, telefone, trator, relógio, são recursos tecnológicos, 
assim como motores, engrenagens, turbinas, cabos e satélites 
(BRASIL, 2010, p. 135).
Claretiano - Centro Universitário
67© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
Segundo Nakashima e Amaral (2006, p. 34):
A evolução da tecnologia se caracteriza pela crescente velocidade 
e constante atualização das informações. A cada dia, inventores e 
cientistas dedicam seu tempo na criação de objetos inovadores que 
visam a facilitar a vida do ser humano ou simplesmente contribuir 
para o consumismo. A proliferação de dispositivos digitais na atual 
sociedade da informação, como MP3, celulares, câmeras fotográfi-
cas, palmtops, visual phones, dentre outros, visam oferecer maior 
mobilidade, personalização e conectividade aos usuários. Esse 
cenário está relacionado ao desenvolvimento das tecnologias da 
informação e comunicação que, segundo Pretto (1995), ganham in-
cremento a partir do movimento de aproximação entre as diversas 
indústrias da eletrônica, informática, entretenimento e comunica-
ção, objetivando o aperfeiçoamento dessas tecnologias e o aumen-
to das possibilidades de comunicação entre as pessoas.
As TICs tornam possíveis novas maneiras de organização da vida 
humana, uma vez que propiciam múltiplas situações que demandam 
novas possibilidades de atuação do homem sobre seu contexto.
É fato que, há alguns anos, não existia a possibilidade de co-
municação on-line entre pessoas fisicamente distantes nem era 
possível compartilhar instantaneamente imagens e acontecimen-
tos em vários lugares do mundo. Nesse sentido, também não era 
possível conceber que uma pessoa pudesse aprender tendo como 
interlocutor uma máquina, como é o caso da aprendizagem inter-
mediada pelo computador (MORAN, 2001).
Portanto, de acordo com Matos (2010), as Tecnologias da In-
formação e da Comunicação dizem respeito aos recursos tecnoló-
gicos que permitem o trânsito de informações, os quais podem ser 
os diferentes meios de comunicação (jornalismo impresso, rádio e 
televisão, livros, computadores etc.). Apenas uma parte diz respeito 
aos meios eletrônicos, que surgiram no final do século 19 e se torna-
ram publicamente reconhecidos no início do século 20, com as pri-
meiras transmissões radiofônicas e de televisão, na década de 1920.
Essas transformações nos processos de produção de conhe-
cimentos e de comunicação geram mudanças bruscas na percep-
ção de mundo, nos valores, na consciência individual e nas formas 
de atuação social. Isso também se fortaleceu porque:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação68
Os meios eletrônicos de comunicação [...] permitem a interação 
com diferentes formas de representação simbólica – gráficos, tex-
tos, notas musicais, movimentos, ícones, imagens –, e podem ser 
importantes fontes de informação, da mesma forma que textos, 
livros, revistas e jornais da mídia impressa. Entrevistas, debates, 
documentários, filmes, novelas, músicas, noticiários, softwares, 
CD-ROM, BBS e Internet são apenas alguns exemplos de formatos 
diferentes de comunicação e informação possíveis utilizando-se es-
ses meios (PCNs, 2008 p. 141).
Na escola, os meios eletrônicos e tecnológicos podem ser 
usados para comparar, analisar e obter informações de diferentes 
naturezas sobre fenômenos naturais; acontecimentos mundiais, 
políticos e econômicos; períodos, autores e obras da literatura; 
mudanças climáticas; aspectos históricos e geográficos; entre ou-
tros, por meio de uma apropriação ativa da informação que gere 
novos conhecimentos.
As atividades pedagógicas que envolvem o uso do compu-
tador viabilizam a criação de espaços de aprendizagem onde os 
alunos são capazes de realizar pesquisas, esclarecer dúvidas, fazer 
antecipações, criar soluções, confirmar ideias prévias, experimen-
tar, argumentar, executar simulações, desenvolvendo diferentes 
operações mentais.
Além disso, possibilitam a comunicação e interação entre os 
indivíduos de diferentes lugares do mundo, por meio dos sistemas 
de comunicação interativos, como a internet, que disponibiliza 
sites de relacionamento (tais como Facebook, Orkut, Quepasa, 
Twitter, MySpace, Sonico etc.) e ferramentas síncronas de comuni-
cação (tais como MSN, Skype, etc.).
Descobrindo o potencial educativo das TICs
Você, futuro educador, conhece experiências significativas 
com o uso das novas TICs?
Poucos educadores reconhecem a potencialidade desses re-
cursos, e são muitos os fatores que contribuem para isso, entre os 
quais, destacam-se:
Claretiano - Centro Universitário
69© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
1) dificuldade em captar recursos financeiros para atuali-
zação e manutenção dos equipamentos e capacitação 
técnica dos professores;
2) pouco conhecimento e domínio técnico por parte dos 
docentes na utilização das ferramentas tecnológicas;
3) dificuldade metodológica e técnica na criação de espa-
ços de aprendizagem colaborativa;
4) pouca ou nenhuma disponibilidade de equipamentos 
nas escolas;
5) instalações precárias que inviabilizam o uso dos equipa-
mentos tecnológicos disponíveis.
Essa situação precisa ser mudada com urgência, uma vez 
que há a necessidade de a escola atender às novas demandas que 
contemplam os processos de transformação da sociedade.
Vamos conhecer agora alguns meios eletrônicos que poten-
cializam, complementam e aperfeiçoam o processo de ensino e 
aprendizagem.
Todos ligados na TV!
Como já mencionamos, vivemos uma nova era, em que a 
tecnologia amplia as possibilidades de acesso à informação e co-
municação por meio de recursos tecnológicos, como a televisão, a 
internet, o telefone, entre outros, modificando nossa maneira de 
aprender e de viver nos dias atuais.
Já não agimos mais como antigamente, época em que as 
pessoas saíam às ruas ou às janelas de suas casas para obter infor-
mação e, assim, por meio de conversas, muitas vezes, informais, 
ficavam sabendo sobre o que estava acontecendo nas proximida-
des e em sua região. Na atualidade, a janela em que as pessoas 
buscam suas informações é a televisão. Por meio dela, é possível 
que saibam tudo o que acontece em todos os lugares do mundo.
A televisão é o veículo de comunicação em que predomina o 
entretenimento, o acesso à informação, a socialização e a publici-
dade, pensada segundo os interesses mercadológicos.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação70
Por meio da TV, pessoas de diferentes gerações conhecem a 
si mesmas, aprendem a consumir, descobrem sobre a cultura dos 
povos e vislumbram distintos lugares do mundo.
Segundo os livros do MEC sobre Tecnologia da Informação e 
da Comunicação (2006):
O conteúdooferecido pelos programas televisivos passou a orien-
tar nossas vidas. Pessoas de todas as idades, condições econômi-
cas e níveis intelectuais começaram a viver "ligadas na televisão". 
[...] Assumiram em suas vidas valores, hábitos e comportamentos 
copiados dos personagens da televisão. [...] Não conseguem mais 
viver distantes da televisão [...].
A televisão [...] aproxima-se cada vez mais da realidade cotidiana. O 
sucesso de novos programas, como reality shows, mostra o quanto 
a vivência cotidiana das pessoas alimenta o "show" oferecido pela 
mídia. A ficção confunde-se com a realidade produzida no espaço 
artificial dos cenários televisivos. Artistas e pessoas comuns vivem 
um cotidiano totalmente documentado e exibido que desperta a 
curiosidade geral do grande público [...].
Este é um dos maiores desafios para a ação da escola diante do que 
é veiculado pela televisão na atualidade: viabilizar-se como espaço 
crítico em relação às informações e às manifestações veiculadas 
pela TV. Aos professores é designada a importante tarefa de refletir 
com seus alunos sobre o que é apresentado pela televisão, suas po-
sições e problemas, reconhecer sua interferência no modo de ser 
e de agir das pessoas e na própria maneira de se comportar diante 
do seu grupo social, como cidadãos (adaptado de KENSKI, 2011). 
Na sociedade de consumo, a TV, a internet, as vitrines, as 
revistas e a moda geram um grande fluxo, convertendo a vida em 
um show contínuo e as pessoas em espectadores permanentes. 
Como tais, nesse contexto, estamos sempre prontos a não atuar e 
a não intervir, só consumir.
Em que medida nós, educadores, estamos tocados pela es-
petacularização e nos transformamos em espectadores do proces-
so de alienação de nossos alunos diante da sociedade de consumo 
e do sensacionalismo e banalização das relações humanas (como 
apresentadas nos reality shows na TV)?
Observe a Figura 1 e reflita sobre a questão: qual a função da 
escola diante de tal contexto?
Claretiano - Centro Universitário
71© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
Figura 1 A TV que informa ou deforma?
Para responder a esse questionamento, entendemos que a 
função social da escola é desenvolver a capacidade analítica, sele-
tiva e crítica, levando os alunos a fazerem uma leitura ativa e re-
flexiva de tudo aquilo que assistem na TV. Para isso, a sala de aula 
deve se tornar um ambiente de aprendizagem propício para dis-
cussões democráticas e críticas sobre o conteúdo oferecido pela 
televisão, internet e outras TICs.
Além disso, a família também cumpre o papel de mediar e 
discutir com seus filhos sobre tudo que é apresentado pelos dife-
rentes veículos de comunicação e interação. Entretanto, isso mui-
tas vezes não ocorre, e a escola precisa abraçar essa causa e alertar 
crianças e jovens sobre as concepções e valores éticos, políticos, 
sociais, estéticos, econômicos, morais, religiosos, entre outros que 
adentram todos os dias nossas casas.
Acompanhe o texto, que ilustra essa questão:
Atividade construtivista –––––––––––––––––––––––––––––––
Um exemplo de atividade construtivista foi realizado por alunos de alfabetização, 
com idade entre 6 e 7 anos, da Casa Escola do Rio Grande do Norte. [...] Após 
terem participado de uma filmagem na escola, os alunos levantaram questões 
sobre a forma de transmissão, a programação da televisão, como telejornais, 
desenhos, propagandas e até mesmo a atitude dos pais diante da televisão. A 
pesquisa levou-os a compreender diferentes aspectos relacionados com essa 
mídia e a desenvolver o senso crítico diante da programação dos canais tele-
visivos. Os alunos visitaram a TV Universitária local, onde observaram de perto 
a produção de programas e puderam debater sobre como produzir programas 
educativos. O projeto foi concluído com uma exposição dos trabalhos produzidos 
a respeito de suas descobertas.
No projeto descrito, poderia dar aos alunos a oportunidade de criar roteiros e 
tomar a filmadora nas mãos, a fim de produzir seus próprios vídeos, de modo 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação72
que pudessem representar o significado de suas análises na mídia audiovisual. 
Além disso, a articulação entre mídia audiovisual e impressa poderia expandir-se 
para outras mídias, como o computador, para aprofundar as pesquisas e elaborar 
novas produções, trocar idéias e experiências com alunos de outras escolas e 
socializar suas descobertas em sites (adaptado de ALMEIDA, 2011).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A princípio, a programação convencional da TV não apresen-
ta, explicitamente, intencionalidade educativa. No entanto, o pro-
fessor poderá utilizá-la como fonte de informação para problema-
tizar os diferentes conteúdos curriculares por meio de situações 
didáticas mais significativas e desafiadoras, nas quais a televisão 
poderá ser uma ferramenta capaz de viabilizar a mobilização de 
distintas operações mentais, como análise, comparação, identifi-
cação, observação, relação de informações e acontecimentos etc.
Nesse contexto, a escola deixa de ser uma instituição de re-
passe de informação para tornar-se lugar de construção do conhe-
cimento, de compreensão e de interpretação do pensamento. Ela 
deve preparar os jovens para utilizarem com seletividade e criati-
vidade a televisão, bem como desenvolver com eles competências 
para análise e crítica a partir de linguagens, comunicações, infor-
mações, produção e recepção.
Vejamos, a seguir, a utilização do texto audiovisual:
• Serve para apresentar informações a respeito de um as-
sunto a ser estudado em uma disciplina. Nesse caso, a 
situação pedagógica deverá privilegiar as seguintes ope-
rações mentais: ver, compreender, relacionar, ouvir, rela-
cionar, fazer anotações, argumentar, selecionar informa-
ções, interpretar, memorizar etc.
• Serve como base para focalizar, propriamente, o uso da 
língua portuguesa, assim como seu vocabulário, sua es-
trutura, o gênero oral, as escolhas de estilo, a variação 
linguística, os dialetos etc.
E, então, como a televisão se comunica?
Segundo Moran (2011),
Claretiano - Centro Universitário
73© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
Os meios de comunicação desenvolvem formas sofisticadas multi-
dimensionais de comunicação sensorial, emocional e racional, su-
perpondo linguagens e mensagens que facilitam a interação com 
o público. A televisão permite que primeiro o "sentimento" seja 
expresso – "o que você sentiu", não o que você conheceu. As idéias 
estão embutidas na roupagem sensorial, intuitiva e afetiva. 
As mídias audiovisuais partem do visível, do concreto, do 
imediato, mexendo com as sensações e os sentimentos por meio 
de uma música envolvente, do close etc. Com isso, sentimo-nos 
envolvidos com aquilo que estamos assistindo.
Leite (2003, p. 108) sugere que o professor pontue algumas 
reflexões que podem ser feitas com os alunos a respeito dos meios 
de comunicação em massa. Estas devem se pautar nas seguintes 
indagações:
[...] de que modo os telejornais operam com as notícias? 
O que há de implícito/explícito na estrutura narrativa da novela, do 
outdoor, das campanhas publicitárias, dos filmes de sucesso? 
Quais são os motivos da sedução exercida pelos videogames? Há 
somente uma influência do consumismo? 
Como analisar o fascínio pela linguagem fragmentada dos video-
clips ou dos anúncios publicitários ou dos realitys shows?
Isso nos oferece pistas para começar o trabalho na sala de 
aula pelo lado afetivo, pelo sensorial, por aquilo que toca o aluno 
antes que se fale de conceitos, de ideias e de teorias. Partir do ime-
diato para o mediato, da ação para a reflexão, do concreto para o 
abstrato, da produção para a teorização – essa é a nova tendência 
de inovação pedagógica para a escola.
Segundo Chiappini (2000), os professores devem realizar, 
com seus alunos, a análise crítica dos telejornais, para refletir so-
bre diferentes aspectos que estãopropositalmente dispostos nes-
ses programas. Tal processo de análise nos revela a não neutrali-
dade dos telejornais e a sua coerência com interesses ideológicos 
marcados. 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação74
Chiappini (2000, p. 82) destaca alguns desses aspectos:
• As notícias ao serem editadas, muitas das vezes aparecem jo-
gadas e descontextualizadas, ou seja, relatam apenas o que 
aconteceu. Não remetem o telespectador a uma marca de 
tempo, muito menos levam-no a refletir sobre as múltiplas 
causas e conseqüências dos fatos, seria como se estas últimas 
não existissem;
• Os telejornais são construídos segundo diferentes doses de 
superficialidade, sensacionalismo, espetacularização do fato, 
seriedade ou polêmica;
• O telejornal, ao editar a notícia tornando-a concisa e facilmen-
te digerível, pode fabricá-la;
• As seqüências de más notícias são seguidas, ao final do telejor-
nal, de uma notícia agradável, que pode ir desde o entreteni-
mento, esportes até um sorriso de boa-noite de apresentador. 
Ora, não seria por acaso tal sequência, assim o telejornal infor-
ma a população, sem perder a sua credibilidade – indispensá-
vel à audiência, porém alivia os sentimentos dos telespectado-
res de indignação, revolta, desespero, tristeza, atenuados por 
uma notícia do tipo "luz no fim do túnel" ou pelo humor que 
arrefece emoções e desorienta o sentido de reflexão.
O que se constata é que precisamos analisar e refletir sobre 
os meios de comunicação de massa como produtos culturais, con-
siderando suas consequências sociais e ideológicas.
A leitura crítica desses veículos de inculcação ideológica des-
mistifica a imparcialidade, credibilidade, veracidade e autoridade 
que a TV e outros veículos de comunicação representam para to-
dos nós.
Dessa forma, professores e alunos tornam-se telespectado-
res ativos, pesquisadores e analistas de tudo que é veiculado pelos 
meios de comunicação de massa, podendo desvendar mecanismos 
de produção da informação e suas reais intenções (LEITE, 2003).
E o DVD?
A grande vantagem do videocassete ou do DVD é permitir 
que os programas ou filmes sejam transmitidos no momento de-
sejado, sendo possível, ainda, voltar, adiantar e interromper cenas, 
se necessário. Além disso, os gravadores de DVDs servem para re-
Claretiano - Centro Universitário
75© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
produzir filmes e programas educativos transmitidos pela TV, com 
o objetivo de assisti-los no momento em que o professor conside-
rar mais pertinente aos conteúdos que está trabalhando em sala 
de aula.
Na escola, o DVD é usado para a reprodução de uma mídia 
que pode ter sido gravada pelo professor ou fazer parte do acervo 
de filmes de videolocadoras ou da própria escola. Outra possibi-
lidade é reproduzir vídeos produzidos pelos alunos por meio de 
câmera filmadora na realização de diferentes atividades, tais como 
produção audiovisual, apresentação teatral, pesquisas de campo 
etc.
Com a utilização de DVDs ou CDs, é possível criar situações 
de aprendizagem em que os alunos possam analisar, comparar, ob-
servar, questionar e inferir uma série de questões sobre diversos 
assuntos.
A seguir, apresentamos um roteiro que pode ser pedido aos 
alunos sobre o filme assistido.
Roteiro de análise de filme para os alunos –––––––––––––––– 
Qual é o tema do filme? O que os produtores tentaram apresentar? Eles conse-
guiram passar a mensagem pretendida? Justifique sua resposta.
1) Do que você mais gostou no filme? Por quê?
2) Você aprendeu algo com esse filme? O quê?
3) Algum aspecto ou elemento do filme não foi compreendido?
4) Qual seu personagem favorito no filme? Por quê?
5) Qual o personagem de que você menos gostou? Por quê? 
6) Descreva o uso das cores no filme. Elas enfatizam as emoções que os 
realizadores tentaram evocar? Como você as usaria?
7) Analise o uso da música no filme. Ela conseguiu criar um clima correto 
para a história? Como você a usaria?
8) Todos os eventos retratados no filme são reais e verdadeiros? Descreva 
as cenas que você achou mais coerentes e fiéis à realidade.
9) Quais as sequências que parecem menos reais? Por quê?
10) Qual a síntese da história contada pelo filme?
11) Como a produção e a montagem do filme interferem na história contada?
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Tecnologia da Informação e da Comunicação76
E a filmadora? De acordo com os Parâmetros Curriculares 
Nacionais:
O uso da filmadora torna possível documentar cenas, ambientes, 
acontecimentos da vida cotidiana escolar ou fenômenos ambien-
tais, que posteriormente podem ser utilizados para atividades de 
observação, reflexão e análise. A videogravadora é um recurso para 
criar imagens, simulando programas de televisão, produzindo um 
audiovisual, uma encenação etc., o que permite a participação ati-
va do aluno, uma vez que exige o planejamento da situação que 
será objeto da filmagem e a consideração de aspectos técnicos 
(foco da câmera, ângulos e tempo de filmagem, luz e sombras na 
cena etc.) (BRASIL, 1998, p. 144).
Vejamos agora as estratégias de utilização da TV, do vídeo e 
da filmadora em sala de aula.
A escola precisa aproveitar o que está acontecendo na TV 
e em outros meios tecnológicos e de comunicação, mostrando e 
discutindo com os alunos os temas em questão, ajudando-os a 
perceberem os aspectos positivos e negativos sobre os assuntos 
debatidos em sala de aula.
O vídeo e a televisão são excelentes recursos para mobilizar 
os alunos em torno de problemáticas, quando se deseja despertar 
neles o interesse para trazer novas perspectivas de investigações 
ou iniciar estudos sobre temas ou assuntos de determinados com-
ponentes curriculares.
O livro do MEC sobre Tecnologia da Informação e da Comuni-
cação apresenta as seguintes reflexões, para que você exercite sua 
criatividade e a interdisciplinaridade usando vídeos. 
Veja os exemplos: 
1. [...] tire o som de um programa e deixe que os alunos escrevam 
os diálogos (aproveite para ajudá-los no domínio da língua 
portuguesa, porque eles precisam conhecê-la para ter sucesso 
nos vestibulares, nos concursos e nos empregos); 
2. passe o início de um vídeo e peça que os alunos escrevam o 
final, comparando as diversas produções dos estudantes com 
a do filme; 
Claretiano - Centro Universitário
77© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
3. se você, sua escola ou seus alunos tiverem câmera de vídeo, 
incentive-os a produzir um roteiro e a realizar um filme, apre-
sentando-o aos colegas (uma produção desse tipo pode ser 
objeto de avaliação, em vez de uma prova); 
4. se ninguém tiver câmera, peça aos alunos que dramatizem o 
roteiro preparado, apresentando-o como uma peça de teatro 
ou novela, incentivando-os na pesquisa, na elaboração, na ilu-
minação e na sonorização da peça; 
5. analise com os alunos vídeos do ponto de vista do conteúdo, ilu-
minação, sonorização, figurino, recursos técnicos e roteiro; [...] 7) 
escolha uma notícia importante e acompanhe sua apresentação 
em três telejornais diferentes, observando formas de abordagem 
e de aprofundamento em cada um deles (NEVES, 2008, p. 51). 
Segreto (2011) apresenta dez sugestões de atividades com 
vídeo: 
1. Procure desenvolver a oralidade, estimulando os alunos a fa-
larem sobre o que viram no vídeo. No caso de filmes de ficção, 
sugerir, por exemplo, que os alunos modifiquem o desfecho 
da história, que criem outras falas para os personagens, que 
relacionem a história com outras.
2. Solicite que os alunos façam associações das questões levan-
tadas pelo vídeo com o meio em que vivem (o bairro, a rua, 
a escola, etc.). É importante incentivar o aluno a trazer suas 
experiências para dentro da escola. Ao exprimir a emoção 
através das palavras, o aluno articula, organiza o pensamento.
3. Pode-se dramatizar as cenas mais marcantes do vídeo. Estimu-
le a expressão musical, plástica e artística dos alunos.
4. Os vídeospodem gerar vários tipos de textos, como poesias, 
narrativas, relatórios, etc. Os textos podem ser organizados em 
jornais de sala de aula, etc.
5. Após assistir ao vídeo, observando os enquadramentos da câ-
mera, o professor pode solicitar aos alunos para representar 
ou recriar os melhores momentos do vídeo.
6. Trabalhando com os sons. Chame a atenção para a música e 
sons do ambiente apresentados no vídeo. Faça a experiência 
de abaixar o volume do áudio e peça para os alunos recriarem 
ritmos que traduzam o clima do vídeo, por exemplo passagens 
mais românticas, dramáticas, cômicas, suspense, terror.
7. Simule um tribunal de julgamento com todos os seus elemen-
tos: juiz, advogado de defesa, promotor, escrivão, jurados. As 
idéias contidas no vídeo serão atacadas e defendidas neste tri-
bunal.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação78
8. Pesquise você mesmo um pouco da televisão que os seus alu-
nos assistem. Compare as imagens dessa televisão cotidiana 
com aquelas que você escolher para entrar na sala de aula. 
Discuta com outros professores este assunto e proponha ativi-
dades conjuntas a partir das imagens.
9. Peça para os alunos uma pesquisa sobre os comerciais que co-
nhecem. Discuta aspectos estéticos, de conteúdo e a natureza 
das escolhas dos alunos. Peça para os alunos criarem comer-
ciais e discuta os objetivos de suas criações.
10. Forme equipes de reportagens na classe para entrevistar pes-
soas da escola sobre algum tema suscitado pelo vídeo. A partir 
das entrevistas, faça um jornal de sala de aula que poderá ser 
apresentado em uma TV feita com caixa de papelão.
Como vimos até aqui, a TV tornou-se um recurso pedagógi-
co envolvente, com grande apelo sensitivo e emocional. Com isso, 
é curioso conhecermos as inovações tecnológicas que essa mídia 
nos oferece. Faça a leitura do excerto a seguir e vislumbre tal ino-
vação.
Tela plana: o cinema em casa ––––––––––––––––––––––––––
Novas tecnologias nos trazem telas planas de grandes dimensões, qualidade e 
luminosidade, juntamente com sistemas de sonorização ambiente com 5.1 ca-
nais que fazem com que a experiência de assistir à TV se torne muito mais 
prazerosa e imersiva. Em resumo, toda esta tecnologia veio nos proporcionar a 
possibilidade de vermos TV sem ruídos ou fantasmas, com uma alta definição 
de imagem de mais de 2 milhões de pontos, isto é, 6 vezes mais definição que a 
TV tradicional, áudio com qualidade de DVD com 5.1 canais e com uma série de 
serviços interativos agregados.
A TVD nos dará a opção de vermos nossos programas prediletos em telefones 
celulares, em assistentes eletrônicos pessoais (PDA), em ônibus, barcos e auto-
móveis. Isto é o que chamamos de portabilidade e mobilidade. Além do mais, a 
TV poderá ter alta definição de imagem ou ter mais programas sendo exibidos no 
mesmo momento. A multiprogramação é uma opção para aumentar a segmen-
tação e diversificação da programação recebida em nossas casas (LUZ, 2010). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os gravadores de CDs (Compact Disc) 
Grande parte de nossos computadores apresentam grava-
dores de CD (para arquivos de áudio) ou DVDs (para arquivos aui-
diovisuais) é um equipamento para gravar ou reproduzir CDs ou 
DVDs, que servem para guardar e transmitir informações de diver-
sos tipos (texto oral, música, histórias e entrevistas).
Claretiano - Centro Universitário
79© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
Além disso, hoje contamos com outros recursos de gravação 
de áudio e imagem que são os aparelhos celulares ou gravadores 
de voz (MP3 ou MP4).
Segundo Leite (2003, p. 80-81), com estes recursos "o pro-
fessor e/ou aluno poderão fazer gravações de entrevistas, pales-
tras, debates, músicas etc."
Segundo a autora, as gravações de áudio e/ou imagem po-
dem servir para:
• Documentar pontos importantes de um encontro ou entrevis-
ta;
• Servir de revista ou jornal falado, contendo relato de novos 
acontecimentos, programas com especialistas em determina-
do conteúdo;
• Apresentar ou explicar situações-problema para serem solu-
cionadas pelo grupo;
• Documentar o desempenho de papéis em dinâmica de grupo 
para posterior análise;
• Apresentar documentos históricos ou gravações de poesias;
• Utilizar a música popular, estudando suas letras e ritmo, para 
eliminar preconceitos dos alunos na área da Língua Portugue-
sa ou em outras;
• Treinar a pronúncia e ouvir letras de músicas no estudo de Lín-
guas Estrangeiras;
• Apresentar entrevistas ou palestras;
• Desenvolver a capacidade de ouvir e interpretar;
• Desenvolver a atenção exercitando a capacidade de selecionar 
as ideias principais, anotando-as e visualizando as explicações;
• Aperfeiçoar a expressão oral, pois o gravador permite ao aluno 
a repetição, favorecendo uma auto-reflexão;
• Utilizar gravações musicais durante as aulas de criatividade em 
redação, possibilitando clima emocional adequado à atividade 
proposta, e/ou em atividades corporais e relaxamento.
Além do gravador e da fita sonora, conheceremos, a seguir, 
outro recurso tecnológico simples, porém bastante interessante 
para incrementar nossas aulas, a câmera fotográfica.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação80
Câmera fotográfica
A máquina fotográfica permite o registro de cenas, ambien-
tes, acontecimentos da vida, entre outras informações visuais, 
que, posteriormente, podemos analisar, lembrar, refletir, compa-
rar e observar o que foi produzido e registrado.
A câmera fotográfica também pode ser utilizada na escola 
para levantar informações visuais sobre diferentes assuntos ou 
temas, como folclore, poluição, saúde, questões ambientais, eco-
nômicas etc. Esses aportes visuais e imagéticos devem propiciar a 
comparação de semelhanças, diferenças e mudanças ocorridas no 
fato registrado.
Assim, a máquina fotográfica e as fotografias podem ser utili-
zadas para a problematização de conteúdos. Por exemplo, é possível 
pedir que os alunos tragam fotos de pontos históricos da cidade ou 
de pessoas em diferentes estágios da vida, ou imagens de pontos de 
referência para fornecer índices de determinado percurso.
A seguir, você conhecerá um pouco sobre o rádio, outra TIC 
interessante para ser utilizada no trabalho pedagógico da escola, 
porém pouco explorada pelos professores, por desconhecerem 
suas possibilidades de utilização.
Rádio
Antes do advento da televisão e da internet, a maioria das 
pessoas informava-se e entretinha-se com o rádio, um meio de 
comunicação importante cuja característica é a emissão de textos 
sonorizados, palavras, músicas, efeitos sonoros etc. O rádio é um 
veículo democrático e de fácil acesso, pois permite que as pessoas 
ouçam aquilo que é veiculado, ao realizar outras tarefas simulta-
neamente.
Segundo os PCNs (1998, p. 145):
O rádio na escola pode ser usado para desenvolver uma atitude 
que possibilite uma escuta reflexiva e crítica: identificar, selecionar, 
relacionar, imaginar a partir da audição. Ajuda, também, desen-
volver capacidades e habilidades de expressão oral e escrita por 
Claretiano - Centro Universitário
81© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
meio de propostas de elaboração, produção e realização de proje-
tos para rádio na escola (simulação de programas musicais, entre-
vistas, noticiários e outros), que exigem características específicas 
da linguagem radiofônica. É possível, ainda, aproveitar a variedade 
temática das transmissões radiofônicas para abordar questões da 
vida cotidiana, como sexo, drogas, preconceitos e estereótipos, que 
podem contribuir diretamente para a formação dos alunos. 
Leite (2003) afirma que programas de rádio podem ser simu-
lados em aula, fazendo uso de gravações em fita sonora ou CD. O 
professor pode ajudar os alunos a planejarem e realizarem progra-
mas variados para sua turma ou para sua escola.
Ainda de acordo com a autora, o rádio pode ser utilizado 
como veículo para a educação formal e de aperfeiçoamentode 
conhecimentos.
Para isso, sua programação deverá fornecer elementos que permi-
tam a compreensão, a problematização e a estimulação do pensa-
mento crítico. Por outro lado, possui limitações, como a unilatera-
lidade, a comunicação fugaz e irreversível e a ausência de imagens 
estas limitações podem ser minimizadas com a atuação organizada 
do professor, que deverá dinamizar a informação, retificando, ra-
tificando, ampliando ou criticando a mensagem, com a utilização, 
por exemplo, de recursos destinados a ilustrar os assuntos tratados 
(LEITE, 2003, p. 93).
Calculadora
A calculadora é outro importante recurso utilizado em nos-
so dia a dia, que pode ser usada, também, como instrumento de 
aprendizagem para potencializar a aprendizagem dos conteúdos 
que envolvem o raciocínio lógico (como, por exemplo, os mate-
máticos), uma vez que favorece o desenvolvimento de estratégias 
para a resolução de situações-problema. 
Segundo os PCNs (1998), o uso das calculadoras na escola 
deve ser mediado pelos professores que devem orientar os alunos 
a utilizá-las apenas em determinadas situações. Por isso, ela não 
substitui o cálculo mental e escrito, uma vez que estes estarão pre-
sentes em muitas outras situações.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação82
Computador
O computador é um instrumento de mediação, desde que pos-
sibilite estabelecer novas relações para a construção do conhecimento 
e de novas formas de atividade mental. A abordagem desse recurso se 
destaca das demais na abrangência e no detalhe, em virtude do caráter 
recente da sua utilização nas escolas. O que se pretende é chamar a 
atenção para as potencialidades educativas do meio informático.
Segundo Leite (2003, p. 73), computador "é um equipamen-
to que recebe, guarda, manipula e emite dados e símbolos". Por-
tanto, seu uso possibilita a interação e produção de conhecimento 
no espaço e no tempo, por meio dos recursos da telemática que se 
refere à integração das telecomunicações e da informática, como, 
por exemplo, fax-modem, videotexto, telefonia digital e outros.
O computador ainda possibilita distintas possibilidades de 
comunicação e interação, produção e recepção de informações: 
comunicação entre usuários mediada pelo computador, entre o 
computador e seus usuários e entre computadores interligados.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs 
(BRASIL, 1998, 147-149):
O uso do computador permite criar ambientes de aprendizagem 
que fazem surgir novas formas de pensar e aprender, pois ele:
1. favorece a interação com uma grande quantidade de informa-
ções, que se apresentam de maneira atrativa, por suas diferen-
tes notações simbólicas (gráficas, lingüísticas, sonoras etc.). As 
informações são apresentadas em textos informativos, mapas, 
fotografias, imagens, gráficos, tabelas, utilizando cores, símbo-
los, diagramação e efeitos sonoros diversos;
2. pode ser utilizado como fonte de informações. Existem inúme-
ros softwares que oferecem informações sobre assuntos em 
todas as áreas de conhecimento. Além disso, é possível utilizar 
a Internet como uma grande biblioteca sobre todos os assun-
tos. Algumas pessoas descrevem a Internet como um tipo de 
repositório universal do conhecimento;
3. possibilita a problematização de situações por meio de pro-
gramas que permitem observar regularidades, criar soluções, 
estabelecer relações, pensar a partir de hipóteses etc.;
Claretiano - Centro Universitário
83© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
4. favorece a aprendizagem colaborativa, pois permite a intera-
ção e a colaboração entre alunos (da classe, de outras escolas 
ou com outras pessoas) no processo de construção de conhe-
cimentos, em virtude da possibilidade de compartilhar dados 
pesquisados, hipóteses conceituais, explicações formuladas, 
textos produzidos, publicação de jornais, livros e revistas pro-
duzidos pelos alunos, utilizando um mesmo programa ou via 
Internet;
5. favorece aprendizagem ativa controlada pelo próprio aluno, já 
que permite representar idéias, comparar resultados, refletir 
sobre sua ação e tomar decisões, depurando o processo de 
construção de conhecimentos;
6. motiva os alunos a utilizarem procedimentos de pesquisa de 
dados que manualmente requerem muito mais tempo e de-
dicação;
7. oferece recursos rápidos e eficientes para realizar cálculos 
complexos, transformar dados, consultar, armazenar e trans-
crever informações, o que permite dedicar mais tempo a ativi-
dades de interpretação e elaboração de conclusões;
8. permite simular reações químicas e físicas, operações mate-
máticas etc.;
9. permite uma atividade que coloca o aluno diante do compu-
tador como um manipulador de situações que imitam ou se 
aproximam de um sistema real ou imaginário;
10. oferece recursos que permitem a construção de objetos vir-
tuais, imagens digitalizadas, e que favorecem a leitura e cons-
trução de representações espaciais;
11. permite múltiplas revisões e correções, entre a primeira ver-
são e a última, devido à facilidade para modificar o texto, o 
gráfico ou o desenho, por meio de Processadores de texto;
12. possibilita que os alunos tenham outros interlocutores para 
suas produções, por meio de BBS ou Internet, em várias for-
mas de comunicação: correio eletrônico, salas de bate-papo 
ou Chat.
No próximo tópico, apreciaremos uma inovação tecnológica 
que vai dar vida ao tão famoso quadro de giz: a lousa digital intera-
tiva (Figura 3), capaz de viabilizar a problematização de conteúdos 
e possibilitar que o professor apresente demonstrações, vídeos de 
animação e outras ações, por meio da interatividade com as ativi-
dades propostas no quadro. Vamos conhecê-la?
© Tecnologia da Informação e da Comunicação84
Lousa digital interativa
Figura 3 Funcionamento da lousa digital interativa.
A lousa digital interativa é uma ferramenta de apresentação 
que viabiliza a inserção da linguagem audiovisual no texto de sala 
de aula. Para ela funcionar, é necessário que esteja conectada à 
Unidade Central de Processamento (CPU) de um computador. To-
das as imagens visualizadas no monitor são projetadas para o qua-
dro por meio de um projetor multimídia.
Por meio da tecnologia Digital Vision Touch (DViT), a super-
fície desse quadro se torna sensível ao toque. Assim, ao tocar com 
o dedo na lousa, professores e alunos realizarão funções que pro-
piciam a interatividade com as atividades propostas no quadro. O 
toque com o dedo executa ações diretamente no quadro e cumpre 
as mesmas funções do mouse, ou seja, escolher opções de ações, 
abrir ou fechar programas, realizar tarefas e, até, desenhar. Desse 
modo:
Quando se observa a lousa digital é possível perceber as suas seme-
lhanças em relação à lousa tradicional e à televisão, que são equi-
pamentos muito conhecidos, tanto para os professores, como para 
os alunos. Ao se pensar na utilização de uma tecnologia inovadora 
nos processos educativos, verifica-se uma familiaridade maior com 
Claretiano - Centro Universitário
85© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
a lousa digital, devido ao intenso contato que se tem com a televi-
são e a lousa tradicional, o que facilitaria a sua integração nas ati-
vidades pedagógicas desenvolvidas em sala de aula (NAKASHIMA; 
AMARAL, 2010).
O professor pode, com a utilização da lousa interativa, aces-
sar sites, desenhar, escrever, editar, gravar os arquivos de tudo que 
foi escrito e realizado na lousa durante a aula e enviar por e-mail 
aos alunos, além de poder utilizar o que foi salvo em arquivo em 
outra aula.
Isso só será possível se houver um notebook capaz de ar-
mazenar informações, como imagens, textos ou vídeos, para que 
sejam apresentados na lousa digital.
É importante saber que:
Há também a opção de utilizar acessórios, como canetas especí-
ficas que possuem uma ponta de borracha, juntamente com um 
apagador especial que não danifica a superfície do quadro. As ca-
netas ficam em um suporteintegrado à lousa e cada uma delas pos-
sui uma "tinta eletrônica" nas cores: azul, vermelho, preto e verde. 
Ao retirar uma delas do suporte há sensores ópticos que detectam 
automaticamente a escolha da cor da caneta e os traços que forem 
feitos na lousa serão da cor correspondente.
Para que os traços saiam da forma desejada é necessário ter firme-
za no traçado, tendo o cuidado para não apoiar a mão no quadro, 
evitando que essas marcas indesejadas fiquem registradas. Para 
apagar aquilo que foi escrito na lousa, basta retirar o apagador do 
suporte e movimentá-lo suavemente sobre as anotações, que au-
tomaticamente serão apagadas. É importante ressaltar que a lousa 
digital sempre reconhece o último acessório retirado do suporte 
(NAKASHIMA; AMARAL, 2010).
Na Figura 4, veja um exemplo de utilização da lousa digital 
interativa.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação86
Figura 4 Utilização da lousa digital interativa.
As propostas didáticas que utilizam as TICs como instrumen-
tos de aprendizagem devem ser complementadas e integradas 
com outras propostas de ensino.
Para garantir a inovação pedagógica e as aprendizagens sig-
nificativas, o professor precisa considerar os conhecimentos pré-
vios dos alunos no que diz respeito aos recursos tecnológicos e 
ao conteúdo que será estudado, além de organizar as situações 
didáticas em função do nível de conhecimento dos alunos.
Segundo Leite (2003, p. 74), o computador pode ser utiliza-
do em sala de aula como:
• instrutor, para ensinar um determinado conteúdo;
• colega, nos jogos e programas interativos;
• orientador, quando corrige e analisa trabalhos dos alunos;
• ferramenta, ao fazer simulações, concretizar experiências, 
acessar e armazenar informações;
Claretiano - Centro Universitário
87© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
• meio de comunicação, através da utilização de redes internas 
de computadores, correios eletrônicos (e-mails), redes sociais 
(Twitter, Facebook, Orkut);
• catálogo ou banco de dados, ao realizar uma pesquisa escolar 
que deverá guardar bibliografias, trechos de artigos e livros, e 
anotações a serem utilizadas durante o trabalho de pesquisa;
• processador de texto, para digitar e imprimir o trabalho produ-
zido durante a pesquisa;
• ferramenta de busca de informações por meio de softwares 
ou internet.
Vale ressaltar que o uso dos aportes tecnológicos existentes 
não é condição sine qua non para garantir o sucesso da aprendi-
zagem de nossos alunos. Por isso, faz-se necessária a criação de 
ambientes de aprendizagem para que os alunos sejam capazes de:
1) problematizar situações;
2) ter iniciativa na execução de atividades;
3) trabalhar em grupo, compartilhando tarefas;
4) ter possibilidades para corrigir erros;
5) criar soluções pessoais e coletivas.
Além disso, quando o professor utiliza uma ferramenta tec-
nológica como recurso pedagógico ou como fonte de informação 
para as situações didáticas criadas em sala de aula, ele possibilita 
que os alunos desenvolvam habilidades e atitudes para se relacio-
nar com elas na vida, por meio das práticas sociais que permeiam 
a necessidade de utilização de tais recursos.
6. TEXTO COMPLEMENTAR
Nesta unidade, estudamos alguns recursos tecnológicos 
que podem ser utilizados para dinamizar o processo de ensino- 
-aprendizagem e trazer para mais perto de nossos alunos tais tec-
nologias, para que eles as dominem e possam se perceber inseri-
dos nas práticas sociais que são permeadas pelos recursos midiá-
ticos.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação88
Diante disso, José Manuel Moran (2010) traz informações re-
levantes de como os vídeos podem facilitar o processo de ensino e 
aprendizagem. No texto a seguir, observe o que o pesquisador fala 
em uma entrevista dada ao Portal do MEC.
A linguagem do vídeo e da TV ––––––––––––––––––––––––––
As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e 
da grande maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à 
afetividade do que à razão. As crianças e os jovens lêem o que podem visua-
lizar, precisam ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual 
do que racional e abstrata. Lêem nas diversas telas que utilizam: da TV, do 
DVD, do celular, do computador, dos games.
Os vídeos facilitam a motivação, o interesse por assuntos novos. Os vídeos 
são dinâmicos, contam histórias, mostram e impactam. Facilitam o caminho 
para níveis de compreensão mais complexos, mais abstratos, com menos 
apoio sensorial como os textos filosóficos, os textos reflexivos.
Os vídeos também são um grande instrumento de comunicação e de produ-
ção. Os alunos podem criar facilmente vídeos a partir do celular, do compu-
tador, das câmaras digitais e divulgá-los imediatamente em blogs, páginas 
web, portais de vídeos como o YouTube.
Os computadores e celulares deixaram de ser apenas ferramentas de recep-
ção. Hoje, são também de produção. Uma criança pode tirar fotos ou fazer 
vídeos com um celular e publicá-los na internet. Professores e alunos podem 
ter acesso a inúmeros vídeos prontos e assisti-los no momento ou salvá-los 
para exibição posterior. Ao mesmo tempo, todos podem editar, produzir e 
divulgar novos conteúdos a partir do computador ou do celular. Entramos 
numa nova era da mobilidade e da integração das tecnologias, como nunca 
antes foi possível.
Ao ser questionado sobre como utilizar os vídeos na sala de aula, Moran apre-
sentou alguns argumentos contundentes para viabilizar essa utilização. Acom-
panhe:
Os vídeos podem ser utilizados em todas as etapas do processo de ensino 
e aprendizagem. Os principais usos são:
Para motivar, sensibilizar os alunos – É do meu ponto de vista, o uso mais 
importante na escola. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um 
novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. 
Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do 
vídeo e da matéria.
Para ilustrar, contar, mostrar, tornar próximos temas complicados – O vídeo 
pode ajudar a tornar mais próximo um assunto difícil, a ilustrar um tema abs-
trato, a visibilizar cenários de lugares, eventos, distantes do cotidiano. Hoje, 
é muito mais fácil do que antes encontrar e visualizar vídeos sobre qualquer 
assunto importante na internet, em portais como o YouTube, por exemplo.
Claretiano - Centro Universitário
89© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
Como vídeo-aulas – Alguns vídeos trazem assuntos já preparados para os 
alunos, já estão organizados como conteúdos didáticos. Utilizam técnicas 
interessantes de manter o interesse, como dramatizações, depoimentos, ce-
nas de filmes, jogos, tempo para atividades. Podem ser adequados para que 
o professor não tenha que explicar determinados assuntos. O professor age 
a partir do vídeo, com questionamentos, problematização, discussão, elabo-
ração de síntese, formas de aplicação no dia-a-dia. Esses vídeos podem ser 
disponibilizados no portal da escola e os alunos podem acessá-los fora da 
sala de aula também.
Vídeo como produção individual ou coletiva – As crianças adoram fazer ví-
deo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesqui-
sas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão mo-
derna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra 
linguagens. Lúdica, pela miniaturização das câmaras, que permite brincar 
com a realidade, levá-las junto para qualquer lugar. Filmar é uma das expe-
riências mais envolventes tanto para as crianças como para os adultos. Os 
alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma determinada maté-
ria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar. E também produzir programas 
informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em lugares visíveis dentro 
da escola e em horários onde muitas crianças possam assisti-los e também 
na página web da escola ou em blogs ou portais da internet.
O vídeo também é importantepara documentação, registro de eventos, de 
aulas, de estudo do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto 
facilita o trabalho do professor, dos alunos e da comunidade. Esse material 
pode ser divulgado, quando conveniente, na internet.
O vídeo também pode ser útil para avaliação, principalmente as que mos-
tram situações complexas, estudos de caso, projetos, sozinho ou com textos 
relacionados (MORAN, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu 
desempenho no estudo desta unidade:
1) Como você, em seu papel de professor, pode ensinar seus alunos a fazerem 
uma leitura crítica de tudo que é veiculado pela TV?
2) Muitos acham que notebooks/netbooks (computadores portáteis) e e-books 
(livros eletrônicos) tendem a substituir, respectivamente, o caderno e o livro 
em papel, inclusive o didático. O que você pensa sobre isso?
© Tecnologia da Informação e da Comunicação90
3) Como preparar nossos alunos para a sociedade da informação e do conhe-
cimento?
4) Quais as características da mídia televisiva e como o professor pode se apro-
veitar delas para otimizar o trabalho em sala de aula?
5) Leia o excerto a seguir:
É possível que daqui a uns vinte anos, quem sabe menos, as pessoas olhem 
para trás e se perguntem: como é que nós educávamos, no final do século XX, 
sem computadores, sem redes digitais que transmitem informações multimí-
dia de um canto para outro do mundo em microssegundos, sem ferramentas 
de busca e pesquisa que nos permitem encontrar qualquer informação em se-
gundos, sem poder nos comunicar instantaneamente uns com os outros inde-
pendentemente do local em que nos encontramos. Ou será que daqui a vinte 
anos ainda estaremos educando do mesmo jeito de hoje, do mesmo jeito que 
o fazia, cem anos atrás, o professor congelado, usando apenas as tecnologias 
da voz, do livro, do giz e do quadro-negro? (CHAVES, 2011, p. 335).
Agora, mediante essa reflexão, responda: por que a escola tem demorado 
tanto para perceber a importância do uso das TICs no desenvolvimento do 
trabalho pedagógico?
8. CONSIDERAÇÕES
Educar com as novas TICs é um desafio que até agora não foi 
encarado efetivamente. Temos feito apenas adaptações e peque-
nas mudanças.
É fato que o modelo de educação tradicional já não atende 
às demandas de nossa sociedade. Por isso, faz-se necessário ino-
var, construir e vivenciar novas práticas pedagógicas por meio dos 
recursos tecnológicos disponíveis.
Segundo Moran, Masetto e Behrens (2001, p. 15):
Vivemos uma época de grandes desafios no ensino focado na 
aprendizagem. Vale a pena pesquisar novos caminhos de integra-
ção do humano e do tecnológico; do sensorial, do emocional, do 
racional e do ético; do presencial e do virtual; de integração da es-
cola, do trabalho e da vida.
Dessa forma, podemos concluir esta unidade com uma sim-
ples e evidente constatação: o uso das tecnologias na escola não 
deve atender às tendências de "modismos" dos ambientes educa-
Claretiano - Centro Universitário
91© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
cionais, pois, muitas vezes os recursos tecnológicos são utilizados 
apenas para fazer marketing e pouca relevância se dá ao potencial 
que as TICs têm na formação e na preparação do cidadão que vai 
enfrentar as novas demandas impostas no século 21. 
9. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 A TV que informa ou deforma? Disponível em: <http://www.inep.gov.br/
download/enem/2004/prova/ENEM04_amarela.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2007.
Figura 2 Olho humano. Disponível em: <http://marcelogoncalvesribeiro.blogspot.com/>. 
Acesso em: 5 nov. 2010.
Figura 3 Funcionamento da lousa digital interativa. Disponível em: <http://lantec.fae.
unicamp.br/lantec/publicacoes/rosaria.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2010.
Figura 4 Utilização da lousa digital interativa. Disponível em: <http://lantec.fae.unicamp.
br/lantec/publicacoes/rosaria.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2010.
Sites pesquisados
ALMEIDA, M. E. B. de; MORAN J. M. Integração das tecnologias na educação: salto para 
o futuro. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/desafio.htm>. Acesso em: 
3 jun. 2011.
______. Prática e formação de professores na integração de mídias. Disponível em: 
<http://midiasnaeducacao-joanirse.blogspot.com/2009/02/pratica-e-formacao-de-
professores-na.html>. Acesso em: 1 abr. 2011.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: 
terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2010.
CHAVES, E. O. C. A tecnologia na educação. In: SALGADO, L. M. A. Informática. Disponível 
em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/informatica.pdf>. Acesso em: 8 maio 
2011.
KENSKI, V. As tecnologias invadem nosso cotidiano. In: SALTO PARA O FUTURO. 
Tecnologias e audiovisuais: TV e vídeo na escola. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/seed/arquivos/pdf/3sf.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2011.
LUZ, A. L. Novas propostas para a TV. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/fotos/
salto/series/161649Televisao.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2010.
MATOS, C. M. A. de. O movimento entre a mídia e a escola no processo discursivo da 
construção de conhecimento. Disponível em: <http://www.ple.uem.br/defesas/pdf/
cmamatos.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2010.
MORAN, J. M. Vídeos são instrumentos de comunicação e de produção. In: BRASIL. 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação92
Ministério da Educação. Portal do professor. Disponível em: <http://portaldoprofessor.
mec.gov.br/noticias.html?idEdicao=16&idCategoria=8>. Acesso em: 20 dez. 2010.
______. Como a televisão se comunica? Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/
moran/desafio.htm>. Acesso em: 3 jun. 2011.
NAKASHIMA, R. H. R.; AMARAL, S. F. do. A linguagem audiovisual de lousa digital 
interativa no contexto educacional. Educação Temática Digital, Campinas, v. 8, n. 1, p. 33-
48, dez. 2006. Disponível em: <http://lantec.fae.unicamp.br/lantec/publicacoes/rosaria.
pdf>. Acesso em: 29 nov. 2010.
NEVES, C. M. de C. Próxima atração: a TV que vem aí. In: SALTO PARA O FUTURO. 
Tecnologias e audiovisuais: TV e vídeo na escola. Disponível em: <http://www.
educacaoadistancia.blog.br/ebook/tve/05tvevideo.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2011.
SEGRETO M. Projeção de filmes e a aula com vídeos. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_acao/pcnacao_34_2.pdf>. Acesso em: 3 jun. 2011.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro 
e quarto ciclos do Ensino Fundamental: introdução aos PCNs. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CARNEIRO, V. L. Q. Programas educativos na TV. Comunicação e educação, São Paulo, n. 
15, maio/ago. 1999.
CHIAPPINI, L. (Coord.). Aprender e ensinar com textos. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
CROITOR, C. Professora eletrônica: televisão educa quem cedo madruga. Folha de S. 
Paulo, São Paulo, 22 jul. 2001. Caderno TV Folha.
D’AMBROSIO, U. (Org.). Ciências, informática e sociedade. Brasília: UnB, 1994.
FAGUNDES, L. da C. A inteligência coletiva – a inteligência distribuída. Revista Pedagógica 
Pátio, Porto Alegre, n. 1, maio/jun. 1997.
FERRÉS, J. Televisão e educação. São Paulo: Artmed, 1996.
______. Vídeo e educação. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1996.
FUSARI, M. F. R. O educador e o desenho animado que a criança vê na televisão. São 
Paulo: Loyola, 1995.
GATTI, B. Os agentes escolares e o computador no ensino-aprendizagem. Revista 
Educação e Informática, São Paulo, ano 4, dez. 1993.
GREENFIELD, P. M. O desenvolvimento do raciocínio na era da eletrônica: os efeitos da TV, 
computadores e videogames. São Paulo: Summus, 1998.
HAYMORE, J. Ensinando com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. 
Porto Alegre: Artmed, 1997.
HERRERA, A. O. et al. Tecnologia em exercício. São Paulo: FDE, 1995.
LEITE, L. S. (Coord.). Tecnologia educacional: descubrasuas possibilidades na sala de 
aula. Petrópolis: Vozes, 2003.
LÉVY, P. Tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio 
de Janeiro: Editora 34, 1993.
Claretiano - Centro Universitário
93© U2 - Tecnologias da Informação e da Comunicação e suas Implicações Pedagógicas
______. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.
______. O que é o virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 1996.
LITTO, F. M. A escola do futuro e as novas tecnologias aplicadas à educação. Revista 
Educação e Informática, São Paulo, dez. 1992.
LITWIN, E. (Org.). Tecnologia educacional: política, histórias e propostas. [Traduzido do 
original: Tecnologia educativa politica historias propuestas]. Tradução de Ernani Rosa. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
MACHADO, A. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1988.
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação 
pedagógica. 4. ed. Campinas: Papirus, 2001.
NEGROPONTE, N. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
NEVES, C. M. de C. Critérios de qualidade para a educação à distância. Tecnologia 
Educacional, v. 26, n. 141, abr. jun. Rio de Janeiro: ABT, 1998.
NIQUINI, D. P. Informática na educação: implicações didático-pedagógicas e construção 
do conhecimento. Brasília: Universal, 1996.
PENTEADO, H. D. Televisão e escola: conflito ou cooperação? São Paulo: Cortez, 1991.
PORTO, T. M. E. A televisão na escola... Afinal, que pedagogia é esta? Araraquara: JM, 
2000.
PRETTO, N. de L. Uma escola sem/com futuro. Campinas: Papirus, 1996. (Coleção 
Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
REZENDE, A. L. M.; REZENDE, N. B. A tevê e a criança que te vê. São Paulo: Cortez, 1987.
VALENTE, J. A. O uso inteligente do computador na educação. Revista Pedagógica Pátio, 
Porto Alegre, v. 1, n. 1, jul. 1997.
VIRILIO, P. O espaço crítico. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
3
Informática como Recurso 
Didático-Pedagógico: 
1ª parte
1. OBJETIVOS
• Reconhecer e caracterizar a importância do processador 
de textos no processo de ensino-aprendizagem.
• Analisar as diferentes estratégias didáticas no uso do 
Paint e do Word em sala de aula.
• Perceber e demonstrar as possibilidades de utilização do 
Paint e do Word como ferramentas na construção do co-
nhecimento.
• Conhecer e identificar as funções básicas dos produtos de 
automação da microinformática, bem como compreender 
conceitos computacionais que facilitem a incorporação 
de ferramentas específicas nas atividades pedagógicas.
2. CONTEÚDOS
• Sistema Operacional: Windows.
• Processador de texto: Word.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação96
• Programa com recurso para arte: Paint.
• Uso do Paint e do Word em sala de aula.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Nessa unidade, discutiremos as diferentes estratégias 
didáticas no uso do Paint e do Word em sala de aula. 
Para que você amplie essa discussão é interessante 
que realize a leitura do livro de Seymour Papert, A 
máquina das crianças: repensando a escola na era da 
informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. 
2) O autor que fundamenta teoricamente esta unidade 
e cuja biografia resumida disponibilizamos a seguir:
Seymour Papert
Papert é matemático, Ph.D, diretor do grupo de Epis-
temologia e Aprendizado do Massachusetts Institute of 
Technology (MIT) e um dos fundadores do MIT Media 
Lab, onde continua pesquisando. Ele também trabalha 
em um programa de educação de jovens infratores em 
Maine, onde mora (imagem disponível em: <http://sme-
projetos.blogspot.com/2010/07/seymour-papert.html>. 
Acesso em: 31 out. 2010. Texto disponível em: <http://
www.dimap.ufrn.br/~jair/piu/artigos/seymour.html>. 
Acesso em: 13 dez. 2010).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 2, estudamos as diferentes Tecnologias da Infor-
mação e da Comunicação (TICs), suas potencialidades, limitações 
e implicações pedagógicas.
Nesta unidade, ampliaremos nossos conhecimentos sobre a 
tecnologia computacional, conhecendo as possibilidades de utili-
zação do MS-Paint e do MS-Word como recursos na construção do 
conhecimento.
Claretiano - Centro Universitário
97© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
Nosso objetivo é compreender as funções básicas dos pro-
dutos de automação da microinformática, bem como entender 
conceitos computacionais que facilitam a incorporação de ferra-
mentas específicas nas atividades pedagógicas.
5. COMPUTADOR E SISTEMA OPERACIONAL
O computador nada mais é do que um equipamento que ar-
mazena e/ou manipula, lógica e matematicamente, quantidades 
numéricas representadas física ou digitalmente. São exemplos de 
computadores o ábaco (Figura 1), a calculadora e o computador 
digital.
É interessante saber que:
A história do computador tem seu início há muito tempo, desde 
quando o homem descobriu que somente com os dedos, ou com 
pedras e gravetos, não dava mais para fazer cálculos. Diante disso, 
surge, há aproximadamente 4.000 a.C., um aparelho muito simples 
formado por uma moldura retangular de madeira com varetas pa-
ralelas e pedras deslizantes. Esse aparelho era chamado de ábaco 
– palavra de origem Fenícia (SANTOS; RODRIGUES, 2010).
Observe a Figura 1:
Figura 1 Ábaco.
O ábaco é utilizado para executar tarefas repetitivas. Com a 
ajuda de tal equipamento, conseguimos uma economia de tempo, 
bem como maior credibilidade nos cálculos ou perfeição nas tare-
fas em geral.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação98
Já o computador possui uma série de comandos, conheci-
dos como "instruções". Para um conjunto de instruções que reali-
zam uma dada tarefa, damos o nome de software ou programa. O 
software que faz a comunicação entre o usuário e o computador 
é o sistema operacional, sem o qual não é possível utilizar o com-
putador.
No mercado atual, encontramos vários tipos de sistemas 
operacionais que executam tarefas a partir de comandos visuais 
(figuras ou ícones). A maioria desses softwares adotou o sistema 
gráfico por ser mais amigável com o usuário, permitindo maior po-
pularização do microcomputador, chegando até a área da Educa-
ção. Entre eles, podemos destacar: System 8, da Apple; Windows, 
da Microsoft; e OS/2, da IBM. Vale ressaltar que existem sistemas 
operacionais como o Linux, Android, Symbian, Ubuntu.
Um computador pessoal ou PC (do inglês Personal Compu-
ter) é organizado e basicamente composto por:
• Unidade Central de Processamento ou CPU (do inglês 
Central Processing Unit): interpreta, carrega informações 
contidas nos programas e executa instruções. Pode ser 
considerada o cérebro do computador e é constituída por 
milhares de circuitos ligados a um chip, como mostra a 
Figura 2.
Figura 2 Unidade Central de Processamento.
• Memória: é o local onde ficam armazenados os dados do 
computador e as instruções dos programas. Observe a Fi-
gura 3.
Claretiano - Centro Universitário
99© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
Figura 3 Memória.
• Unidades de entrada e saída de dados: teclado, mouse, 
scanner, entrada de discos e leitora de códigos de barras 
são exemplos de unidades de entrada. Como exemplos 
de unidades de saída, temos o monitor, a rede de compu-
tadores, CD-ROM e impressoras. Observe as unidades de 
entrada e saída na Figura 4.
mouse disquete
teclado
processador
(CPU)
chip de memória
rede de computadores CD ROM impressora
Fonte: Almeida; Almeida (2000, p. 12).
Figura 4 Unidades de entrada e saída de dados. 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação100
Sistema operacional Windows
O sistema operacional é um conjunto de programas que 
permite a criação e manutenção de arquivos, além da execução 
de programas e da utilização do mouse, do teclado, do vídeo, do 
CD-ROM, da impressora, do scanner, da webcam etc.
O Windows, da Microsoft tornou-se um dos sistemas opera-
cionais mais utilizados no mundo, pois tem a característica de ser 
um sistema amigávelao usuário. Sua opção pelo sistema gráfico 
permite que qualquer pessoa execute tarefas com facilidade, aces-
sando a maior parte dos recursos que ele possui.
O símbolo do Windows lembra uma janela (tradução de 
window) estilizada, pois o sistema trabalha com "janelas" que são 
abertas pelo usuário.
Antes de surgir o Windows, os sistemas operacionais eram 
difíceis de ser utilizados, pois os comandos eram feitos por meio 
de códigos digitados. Também não havia a facilidade do posiciona-
mento do mouse em um dado ícone para executar a tarefa com um 
ou dois cliques sobre este. Hoje, além de termos essa facilidade, as 
figuras dos ícones facilitam a utilização de outros programas mes-
mo que jamais os tenhamos visto anteriormente, como ocorre, 
por exemplo, quando efetuamos as ações indicadas nos ícones de 
abrir, fechar, copiar, colar, recortar etc. 
O Windows permite, também, trocar informações entre di-
ferentes documentos, que podem ser elaborados por um mesmo 
programa ou por outro.
A seguir, veremos alguns programas, com seus respectivos 
ícones, que são encontrados no Windows e que serão tratados 
nesta obra.
Claretiano - Centro Universitário
101© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
6. PAINT: PROGRAMA FEITO PARA ARTE
O MS-Paint, ou simplesmente Paint, é um programa para de-
senho, com recursos muito fáceis de serem usados. Com os inú-
meros recursos que oferece (por exemplo, lápis, borrachas, tintas 
spray, pincéis, cores, formas básicas – quadrado, retângulo, elipse 
etc.), é possível desenvolver várias atividades pedagógicas, como:
1) representação de figuras geométricas;
2) estudo das cores;
3) construção de cenários;
4) histórias do dia a dia etc.
Veja alguns exemplos do que podemos obter com o uso do 
Paint:
Para chegar ao programa Paint, devemos proceder da se-
guinte maneira: Iniciar/Programas/Acessórios/MS-Paint. Observe 
a imagem que você encontrará na tela do computador:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação102
Ao entrar no Paint, podemos ver, no lado esquerdo da tela, 
um menu de ferramentas. É interessante clicar sobre cada uma de-
las e verificar suas funções.
Claretiano - Centro Universitário
103© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
Podemos escolher, também, as cores que queremos traba-
lhar. Observe que a cor selecionada está destacada no quadrado 
maior, à esquerda do menu:
Agora, podemos abrir cada um dos menus a seguir e explorar 
suas funções:
Para salvar seu arquivo, clique em Arquivo/Salvar Como (dê 
um nome para seu arquivo)/Salvar. Veja:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação104
Para imprimir o arquivo, clique em Arquivo/Imprimir.../Im-
primir (ou OK).
Claretiano - Centro Universitário
105© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
Paint e prática em sala de aula
Você sabe utilizar o Paint como recurso didático-pedagógico?
Como sabemos:
[...] o computador integrado às práticas de sala de aula funciona 
como um catalisador para a criação de ambientes de aprendizagem 
interdisciplinares, cujos elementos fundamentais são [...] os profes-
sores e os alunos (TAVARES et al., 2011).
Dessa forma, esses espaços de aprendizagem oportunizam 
situações interdisciplinares, desafiadoras e significativas, levando 
os alunos a resolverem situações-problemas e a explorarem am-
bientes virtuais diversificados, por meio de descoberta, busca e 
seleção de informações para a realização de projetos didáticos e a 
constante reconstrução do conhecimento.
O professor deve considerar que as atividades realizadas 
com a utilização do computador e desenvolvidas com os alunos 
podem surgir de um tema emergente, referente aos conteúdos 
que deverão ser tratados na disciplina a ser apresentada. Podem, 
ainda, surgir do contexto no qual o aluno está inserido e/ou de 
uma questão ou problema social, econômico e político que se de-
seja investigar. Isso leva à elaboração e ao desenvolvimento de um 
projeto e instrumentaliza o aluno para ser o sujeito de sua história.
Assim, objetivando a compreensão dos problemas atuais, 
o professor ouve seus alunos e considera as necessidades deles, 
suas preocupações e seus interesses, para promover a construção 
de conhecimentos que possam auxiliá-los a compreender e trans-
formar o presente, tendo em vista a formação de uma sociedade 
mais participativa e igualitária.
De acordo com Tavares et al. (2011):
Os temas transversais são um ponto de partida para investigar 
questões relacionadas a fatores éticos, econômicos, convívio social, 
preservação da natureza, biodiversidade, poluição, qualidade da 
água, recuperação dos espaços escolares, aproveitamento do lixo 
orgânico etc., bem como para estabelecer conexões com diferentes 
áreas do conhecimento, tais como Ciências, [...] Geografia, História, 
Língua Portuguesa, Matemática, Artes, Biologia, Física, Química etc.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação106
O Paint é um software editor de desenhos que, embora seja 
simples, pode enriquecer e divertir nossas aulas. Podemos utili-
zá-lo nas atividades em que os alunos precisem se expressar por 
meio do desenho, bem como integrá-lo a outros programas ou 
aplicativos, incrementando trabalhos de produção de textos, o jor-
nalzinho da escola, o convite da festa junina, os cartões de natal, 
as cartas aos pais, a ilustração de livros produzidos pelos alunos, 
entre outros.
A seguir, encontramos algumas sugestões que devem ser 
reelaboradas e apropriadas a cada situação específica, segundo os 
objetivos pedagógicos da atividade.
Vamos a elas:
• A CRIAÇÃO COLETIVA DE DESENHOS ou cenários sobre deter-
minado tema é um trabalho interessante e promove situações 
de colaboração, troca, respeito ao outro etc. que devem ser 
discutidas coletivamente para dar continuidade à atividade de 
acordo com os objetivos pedagógicos.
• A REPRESENTAÇÃO DE UM ESPAÇO por meio da elaboração de 
uma planta baixa favorece o desenvolvimento da orientação 
espacial, propicia a visualização, interpretação e análise da for-
ma como as relações são percebidas. Esses espaços podem ser 
locais significativos na vida dos alunos, tais como a escola, a 
residência, um local visitado anteriormente e que está sendo 
objeto de estudos (museu, parque, marco representativo de 
certo acontecimento histórico...).
• A ELABORAÇÃO DE MAPAS ou de guias de ruas, bairros, cida-
des, itinerários de ônibus, caminhos percorridos pelo aluno ao 
se deslocar para a escola, roteiros de viagens, excursões etc., 
favorece a compreensão dos espaços, de sinais de trânsito e 
símbolos gráficos, bem como a análise de importantes fatores 
que influem na vida de cada comunidade e caracterizam cada 
local.
• A REPRESENTAÇÃO DA LINHA DO TEMPO, que revela a evo-
lução de determinados acontecimentos ou fatos históricos e, 
principalmente, a própria vida do aluno, é uma atividade que 
promove a compreensão histórica e ajuda o aluno a situar-se 
como sujeito de seu tempo.
• A RECONSTRUÇÃO DE HISTÓRIAS DA LITERATURA INFANTO-
-JUVENIL, nas quais os alunos se colocam como personagens e 
Claretiano - Centro Universitário
107© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
desenvolvem em conjunto outras atividades, como encenação 
teatral, é uma estratégia que facilita a compreensão da litera-
tura e pode desenvolver o prazer pela leitura.
• EM MATEMÁTICA, O PROFESSOR PODERÁ UTILIZAR AS FIGU-
RAS GEOMÉTRICAS para trabalhar conceitos de semelhança 
e proporcionalidade, representação de diagramas, operações 
aritméticas, frações e outros conceitos cuja representação, 
por meio de desenhos elaborados pelos alunos, permite que o 
professor provoque a reflexão e a interpretação do seu signifi-
cado (TAVARES et al., 2011).
7. WORD: EDITOR DE TEXTOS EFICIENTE
O MS-Word, ou simplesmente Word, é um programa para 
edição de textos que apresenta muitos recursos para a escrita, 
como copiar, recortar e colar, formatar fontes (tipos, tamanhos e 
cores), criar tabelas e inserir gráficos e figuras. Ele aindapossui um 
corretor ortográfico padrão ou escolhido pelo usuário, que auxilia 
nos erros de digitação ou gramaticais.
Com esse corretor, os erros de digitação (ortográficos) ou as 
palavras desconhecidas (palavras que não estão no dicionário do 
Word) são sublinhadas em vermelho. Já os erros de concordância 
ou outros erros gramaticais vêm sublinhados em verde.
Para entrar no Word, clique em: Iniciar/Programas/Micro-
soft Word.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação108
Para iniciar um novo arquivo, podemos simplesmente come-
çar a digitar na página em branco ou abrir um novo arquivo, clican-
do em Arquivo/Novo, ou clicar no ícone que representa uma folha 
em branco:
Em seguida, podemos salvar o arquivo com um nome especí-
fico (que lembre seu conteúdo) em uma pasta qualquer:
A seguir, apresentamos os recursos mais utilizados no Word:
 Abrir arquivos. Salvar arquivos.
Claretiano - Centro Universitário
109© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
 Imprimir arquivos. Executar correção.
 Recortar bloco. Copiar bloco.
 Colar bloco. Texto em negrito.
 Texto em itálico. Texto sublinhado.
 Alinhar à esquerda. Centralizar.
 Alinhar à direita. Justificar.
Para praticar um pouco esse editor de texto e explorar al-
guns de seus recursos, digite um texto qualquer, salve-o, faça a 
correção ortográfica (e gramatical) e torne a salvá-lo. Feche o ar-
quivo e retorne à tela do Windows. Depois, acesse novamente o 
arquivo pelo ícone do Word.
 
Os nomes dos quatro arquivos mais recentes utilizados ficam 
no lado direito da página do Word, permitindo acesso rápido por 
meio de links. Veja se a versão de seu Word permite essa facilidade.
Você pode configurar o menu com os botões que mais utiliza. 
Para isso, vá em Exibir/Barra de ferramentas/Personalizar, escolha 
os botões na caixa de comandos e arraste-os até o menu principal.
Quando for utilizar o corretor ortográfico, tenha o cuidado 
de verificar se o seu texto está realmente correto, Por exemplo, se 
você quiser digitar a palavra "sábia", mas, por algum engano, digi-
tar "sabia" ou "sabiá", o corretor não encontrará erro algum nessa 
parte do texto, porém a frase não terá o sentido correto.
Podemos, também, inserir figuras no decorrer do texto em 
que estamos trabalhando. Veja como é fácil: clique em Inserir/Fi-
gura/Clip-art (ou "Do arquivo", ou, ainda, "do scanner ou câmera"). 
Se for "Do arquivo", podemos utilizar algum trabalho do Paint, ou 
outro arquivo de imagem salvo no computador. Veja o exemplo.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação110
Para inserir tabelas nos arquivos do Word, clique no desenho 
da tabela, conforme o exemplo a seguir, e escolha a quantidade de 
linhas e colunas da tabela. Note no desenho que, ao posicionar-
mos o cursor (seta do mouse) sobre o ícone, uma janela automa-
ticamente é aberta, com maiores detalhes ao usuário. Exemplo: 
"Inserir tabela".
Caso queira montar uma tabela com cálculo em determinada 
célula, você terá essa opção. Para tanto, efetue o seguinte procedi-
mento: Tabela/Fórmula e, em seguida, digite a fórmula no campo 
especificado. Veja a seguir uma sugestão de tabela com aplicação 
em sala de aula:
Claretiano - Centro Universitário
111© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
Sugestão de fórmula ––––––––––––––––––––––––––––––––––
Um exemplo para o uso de fórmula poderia ser uma tabela que contivesse os 
números de chamada, os nomes e as idades dos alunos. Na última célula das 
idades, poderia haver uma média aritmética.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Word e prática em sala de aula
O Word pode ser utilizado como recurso didático-pedagógi-
co em diferentes situações em sala de aula. Os recursos disponí-
veis nesse software editor de textos permitem:
1) trabalhar com os alunos a correção ortográfica das pala-
vras em Português ou até em outros idiomas;
2) trabalhar a produção e formatação de textos; 
3) organizar diferentes tipos de listas em ordem alfabética;
4) mudar fontes de letras, bem como cores, estilos para 
elaboração de capas de trabalhos, cartões, cartas, entre 
outras;
5) elaborar cartas com diferentes formatos;
6) ilustrar cartões com desenhos feitos no Paint, acompa-
nhados de textos escritos no Word.
Dessa forma, pode-se utilizar o Word para trabalhar em sala 
de aula os diversos estilos de carta, fax, memorando e relatório, 
como complemento de alguma outra atividade desenvolvida.
É possível elencarmos uma infinidade de situações didáticas 
com o uso do Word:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação112
1) elaborar o jornal da escola, trabalhando todos os recur-
sos de edição e revisão dos textos;
2) organizar concursos de produção textual, os famosos 
"concursos de redação", sendo o texto editado e revisa-
do por meio do Word;
3) ilustrar e elaborar histórias, desenvolvendo a criativida-
de e a autonomia do aluno;
Veja os exemplos dados por Almeida e Almeida (2000, p. 32-
33) sobre a utilização do software Word no trabalho educativo da 
escola:
Carta – Correspondência: Para a conceituação, diferenciação e 
análise dos diversos tipos de correspondências, pode-se elaborar 
um projeto de produção de cartas, envolvendo os mais diversos te-
mas e integrando o conteúdo dos textos a ilustrações, cabeçalhos, 
rodapés etc.
Concurso de cartas/cartão: O concurso tem por finalidade aliar a 
criatividade da produção visual à consistência de texto. O ideal é 
fazer vários tipos de correspondência, valorizando diversas formas 
de expressão escrita.
Produção de jornais: A produção de jornais apresenta inúmeras 
possibilidades e coloca o aluno em contato com a linguagem infor-
mativa, aproximando-o de fatos cotidianos. Veja alguns exemplos: 
Notícias através dos tempos (comparação histórica) – pode-se es-
tabelecer uma análise comparativa entre notícias atuais e fatos his-
tóricos. Jornal da escola – produção do jornal escolar objetiva levar 
informações sobre as atividades desenvolvidas na escola aos seus 
alunos e à comunidade. Jornal temático – a escola elege um tema 
a ser trabalhado sob os diversos aspectos abordados pelas discipli-
nas. A partir da realização deste trabalho, produz-se um jornal que 
permita ao aluno perceber as várias faces do conhecimento.
Convites dos eventos da escola: a produção de convites para even-
tos a serem realizados na escola envolve o conhecimento sobre a 
atividade em questão e noções básicas de organização e comunica-
ção na transmissão de informações.
Cartazes informativos: a produção de cartazes informativos valo-
riza a comunicação na comunidade escolar – desde a indicação de 
salas até informações sobre atividades – despertando o interesse 
do aluno para participar das atividades do cotidiano.
Redação, histórias e poemas: Com o Word, é possível elaborar um 
livro de histórias e/ou de poemas. Essas atividades podem ser fei-
tas individual ou coletivamente, cada uma com sua riqueza para 
Claretiano - Centro Universitário
113© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
a aprendizagem. A elaboração coletiva possibilita a conexão e a 
aceitação de idéias entre os alunos, podendo ser realizada entre 
grupos de uma classe ou entre classes diversas. Ou entre alunos de 
diferentes escolas que se comunicam a distância e trabalham de 
forma cooperativa.
8. TEXTO COMPLEMENTAR
Seymour Papert é sul-africano, visionário no que tange à uti-
lização das TICs na educação. Em 1980, ele já havia publicado um 
livro sobre como utilizar as máquinas no ensino.
Papert defende que os cidadãos precisam saber lidar com 
as novas exigências da sociedade. A seguir, leia alguns trechos da 
entrevista que ele concedeu ao Departamento de Informática e 
Matemática Aplicada, da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte (UFRN).
A maior vantagem competitiva é a habilidade de aprender ––
O que os cidadãos do futuro precisam saber?
Como lidar com desafios. Precisam saber como enfrentar um problema 
inesperado para o qual não há umaexplicação preestabelecida. Precisamos 
adquirir habilidades necessárias para participar da construção do novo ou 
então nos resignarmos a uma vida de dependência. A verdadeira habilidade 
competitiva é a habilidade de aprender. Não devemos aprender a dar res-
postas certas ou erradas, temos de aprender a solucionar problemas.
E por que ainda existe tanta resistência para adotar novas formas de 
ensino?
Acho que antes as pessoas eram mais resistentes. Quando as tecnologias 
eram caras e distantes, qualquer proposta parecia muito radical. Atualmen-
te, com fácil acesso, a necessidade de se preparar para um mundo cada 
vez mais informatizado estimula os cidadãos a buscarem o novo. Hoje, três 
milhões de crianças norte-americanas deixaram escolas tradicionais e seus 
pais buscam outras formas de ensino, muitas vezes em suas próprias casas.
Isso não parece ser o fim da escola?
Não. Mas é um forte indício de que a escola da forma que a conhecemos, e 
que nossos pais e avós conheceram, precisa mudar radicalmente (SOUZA, 
2010).
© Tecnologia da Informação e da Comunicação114
Papert pondera, ainda, que o currículo que a escola tem nos dias atuais precisa 
ser mudado para que se incorpore as TICs ao processo educativo. Ao fazer essa 
análise, Papert menciona que:
E o currículo que as escolas têm hoje? O que tem de ser mudado para 
incorporar as necessidades da era da informação?
O currículo, no sentido de separar o que deve ser aprendido e em que idade 
deve ser aprendido, pertence a uma época pré-digital. Ele será substituído 
por um sistema no qual o conhecimento pode ser obtido quando necessário. 
Qualificações serão baseadas no que as pessoas tiverem feito, produzido. 
Muito do conteúdo do atual currículo é conhecimento de que ninguém preci-
sa ou é necessário apenas para especialistas.
Esse é um dos aspectos que você critica na educação tradicional: a 
segregação das crianças por idade. Por quê? Qual seria a solução?
É um absurdo achar que só se deve aprender determinado conteúdo quando 
se tem sete anos e outro quando se tem oito. A idéia de um currículo linear 
lembra o sistema de produção em série industrial. Temos de aprender a per-
ceber a necessidade de cada indivíduo. Ele é quem vai ditar o que precisa 
aprender, a que hora e com que intensidade.
Ou seja, devemos dar às crianças poder para controlar seu processo 
de aprendizado. Mas que poder é esse?
Devemos dar a chance de as crianças apontarem suas necessidades de 
aprendizado. Mas elas já estão fazendo isso. As crianças das novas gera-
ções cada vez aprendem mais fora da escola. Nos Estados Unidos, 60% das 
crianças em idade escolar têm computador em casa. É verdade que nem 
todas usam o computador como uma ferramenta eficaz, mas algumas o fa-
zem e têm ricas experiências de aprendizado. São elas que estão chegando 
à escola e questionando "por que não estamos fazendo aqui o que sabemos 
como fazer em casa"? Elas estão pressionando as escolas e os professores 
a mudar as coisas. Caso contrário, elas mesmas o farão (SOUZA, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar seu de-
sempenho no estudo desta unidade:
1) Em que aspectos a informática – vista como ferramenta – pode contribuir 
para a motivação e o processo de aprendizagem?
2) Qual a importância das informações apresentadas nesta unidade para sua 
formação?
Claretiano - Centro Universitário
115© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
3) Quais as contribuições dos programas estudados nesta unidade para otimi-
zar o processo de ensino-aprendizagem?
4) Explique e destaque quais os pontos fundamentais do que foi apresentado 
para a incorporação da informática em sala de aula.
10. CONSIDERAÇÕES
Com o estudo desta unidade, tivemos a oportunidade de 
entender conceitos computacionais dos programas Paint e Word. 
Esperamos que os conhecimentos adquiridos facilitem a incorpo-
ração dessas ferramentas específicas nas atividades pedagógicas.
Na próxima unidade, conheceremos as ferramentas compu-
tacionais Excel, PowerPoint e Publisher.
11. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Ábaco. Disponível em: <http://www.acheiox.com.br/abaco-mais-que-uma-
calculadora/>. Acesso em: 3 jan. 2011.
Figura 2 Unidade Central de Processamento. Disponível em: <http://www.eletrohoo.
com.br/artigos/conteudo.asp?faq=12&fldAuto=196>. Acesso em: 2 jan. 2011.
Figura 3 Memória. Disponível em: <http://www.rotsinformatica.com.br/index.
php?cPath=22>. Acesso em: 2 jan. 2011.
Figura 4 Unidades de entrada e saída de dados. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.
br/>. Acesso em: 9 jan. 2006.
Sites pesquisados
TAVARES, A. M. B. de N. et al. Informática no contexto escolar da rede municipal de Natal: 
uma proposta de uso pedagógico dos recursos computacionais. Orientação de Denilton 
Silveira de Oliveira. In: NTE NATAL. Projeto de uso dos laboratórios. Disponível em: <http://
nte-natal.pbworks.com/w/page/5368956/Projeto-de-uso-dos-laborat%C3%B3rios>. 
Acesso em: 3 jan. 2011.
SANTOS, E. de A. dos; RODRIGUES, J. M. Evolução dos computadores. Disponível em: 
<http://www.slideboom.com/presentations/73846/Evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-
Computadores>. Acesso em: 13 dez. 2010.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação116
SOUZA, A. de F. A maior vantagem competitiva é a habilidade de aprender. In: UFRN/
CCET/DIMAP. Entrevista Seymour Papert. Disponível em: <http://www.dimap.ufrn.
br/~jair/piu/artigos/seymour.html>. Acesso em: 6 nov. 2010.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, F. J. de. Educação e informática: os computadores na escola. São Paulo: Cortez, 
1988.
ALMEIDA, F. J. de; ALMEIDA, M. E. B. Aprender construindo: a informática se transformando 
com os professores. Brasília: MEC/SEED, 2000.
ALMEIDA, M. C. (Coord.). Informática: orientações para o uso do microcomputador na 
educação. São Paulo: FDE/SEC, 1986.
BELLONI, M. L. O que é mídia e educação. Campinas: Autores Associados, 2001.
CARRAHER, D. O papel do computador na aprendizagem. Revista Educação e Informática, 
São Paulo, v. 3, n. 5, 1992.
HAYMORE, J. Ensinando com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. 
Porto Alegre: Artmed, 1997.
HERRERA, A. O. et al. Tecnologia em exercício. São Paulo: FDE, 1995.
LITTO, F. M. A escola do futuro e as novas tecnologias aplicadas à educação. Revista 
Educação e Informática, São Paulo, dez. 1992.
LOLLINI, P. Didática e computador: quando e como a informática na escola. São Paulo: 
Loyola, 1991.
MAGDALENA, B. C. Internet em sala de aula: com a palavra, os professores. Porto Alegre: 
Artmed, 2003.
MORAN, J. M. Internet no ensino. Comunicação e Educação, Campinas, v. 14, jan./abr. 
1999.
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação 
pedagógica. 4. ed. Campinas: Papirus, 2001.
NIQUINI, D. P. Informática na educação: implicações didático-pedagógicas e construção 
do conhecimento. Brasília: Universal, 1996.
OLIVEIRA, R. Informática educativa. Campinas: Papirus, 1997.
PAPERT, S. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 2002.
PRETTO, N. de L. Uma escola sem/com futuro. Campinas: Papirus, 1996. (Coleção 
Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
SCHAFF, A. A sociedade informatizada. São Paulo: Brasiliense, 1992.
SIQUEIRA, E. O desafio da informatização da escola. Revista Educação e Informática, São 
Paulo, FDE/SEC, jan. 2008.
TAIJRA, S. F. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 1998.
Claretiano - Centro Universitário
117© U3 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte
TENÓRIO, R. M. Computadores de papel: máquinas abstratas para o ensino concreto. 2. 
ed. São Paulo: Cortez, 2001. v. 80. (Coleção Questões da Nossa Época.).
VALENTE, J. A. O uso inteligente do computador na educação. Revista Pedagógica Pátio, 
Porto Alegre, v. 1, n. 1, jul. 1997.
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
4
Informática como Recurso 
Didático-Pedagógico:2ª parte
1. OBJETIVOS
• Reconhecer a informática como ferramenta para novas es-
tratégias de aprendizagem, capaz de contribuir de forma sig-
nificativa para o processo de construção do conhecimento.
• Identificar as potencialidades de aplicação dos programas 
do Windows como recurso pedagógico.
• Conhecer e identificar as funções básicas dos princípios 
dos produtos de automação da microinformática, bem 
como compreender conceitos computacionais que facili-
tam a incorporação de ferramentas específicas nas ativi-
dades pedagógicas.
2. CONTEÚDOS
• Planilha de cálculo: Excel.
• Programa de apresentação: PowerPoint.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação120
• Programa de publicações: Publisher.
• Uso do Excel, PowerPoint e Publisher em sala de aula.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Nesta unidade, você aprenderá sobre a Era da Sociedade 
do Conhecimento. Dessa forma, seria interessante que 
você fizesse a leitura dos livros: 
• PAIS, L. C. Educação escolar e as tecnologias da infor-
mática. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
• SANCHO, J. M. (Org.). Para uma tecnologia educacio-
nal. Tradução de Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: 
Artmed. 2001.
2) Leia os livros da bibliografia indicada para que você am-
plie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material 
didático e discuta a unidade com seus colegas de curso 
e com o tutor.
3) Antes de iniciar a leitura desta unidade, será interessante 
conhecer um pouco da biografia de José Armando Valen-
te, cujo pensamento também norteia este estudo. Para 
saber mais, acesse os sites referenciados.
José Armando Valente
Professor do Departamento de Multimeios, Mídia e Co-
municação do Instituto de Artes (DMM-IA), Unicamp/
SP; pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à 
Educação (NIED), Unicamp/SP; professor colaborador 
do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currí-
culo (PUC/SP); livre docente em Multimeios e Ciências 
(DMM-IA), Unicamp/SP; doutor pelo Departamento de 
Engenharia Mecânica e Divisão para o Estudo e Pesqui-
sa em Educação, Massachusetts Institute of Technology 
(MIT), Cambridge, Massachusetts, USA (imagem disponível em: <http://www.
unicamp.br/unicamp/imagens/jose-armando-valente-0>. Acesso em: 4 jan. 2010. 
Texto disponível em: <http://www.avercamp.com.br/autores/josevalente.htm>. 
Acesso em: 4 jan. 2010).
Claretiano - Centro Universitário
121© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 3, conhecemos as possibilidades do trabalho pe-
dagógico com o uso dos programas Paint e Word.
Nesta unidade, iremos oportunizar a construção e o desen-
volvimento de conceitos, de princípios e de referenciais pedagógi-
cos para a apropriação das seguintes ferramentas computacionais: 
Excel, PowerPoint e Publisher.
Tentaremos, dessa forma, nos aproximar do aparato tecno-
lógico disponível e aplicável ao processo pedagógico.
5. EXCEL: SUA PLANILHA DE CÁLCULO
O MS-Excel, ou simplesmente Excel, é um software baseado 
em planilhas eletrônicas, utilizadas para cálculos e elaboração de 
tabelas e gráficos. Com o auxílio de suas ferramentas, podemos 
digitar fórmulas ou utilizar funções do próprio programa para rea-
lizar cálculos simples ou avançados. Além disso, podemos montar 
gráficos dos mais variados tipos, como, por exemplo, histogramas, 
de linha, de barras, de setores (pizza) etc.
Ao utilizarmos uma fórmula de cálculo ou função, estamos 
evitando o processo manual, muitas vezes repetitivo e sujeito a 
erros. Os gráficos podem surgir da própria tabela montada, permi-
tindo uma análise mais apurada dos dados. Nesse caso, se alguma 
mudança na base de dados (tabela) for realizada, o gráfico irá se 
alterar automaticamente e não perderá o trabalho feito anterior-
mente.
Agora, vejamos o caminho que percorremos para entrar no 
Excel. Clique em: Iniciar/Programas/Microsoft Excel.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação122
Ao ser carregado, o Excel exibe uma planilha em branco, com 
o nome de Pasta 1. Cada célula pode ser preenchida com textos, 
números ou fórmulas. A célula ativa (na qual podem ser inseridos 
dados) indica o cruzamento de uma coluna (representada por le-
tras: A, B, C...) com uma linha (representada por números: 1, 2, 
3...).
A pasta de trabalho é o arquivo em si. Contudo, dentro de 
uma pasta, pode haver muitas planilhas e gráficos, que poderão 
ser renomeados. O nome em negrito indica a planilha ativa. Veja 
a figura:
Claretiano - Centro Universitário
123© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
 
Acompanhe um exemplo prático para utilizar alguns recur-
sos do Excel. Suponhamos que você deseja criar uma tabela para 
saber os percentuais de alunos de ambos os sexos. Inicialmente, 
vamos digitar os nomes das colunas da tabela. Observe que, se o 
nome não couber na célula, podemos deslocar a divisão para os 
lados:
A célula Total é um cálculo (soma das quantidades de ho-
mens e de mulheres), que pode ser obtido por meio da seguinte 
fórmula:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação124
Depois de especificarmos a fórmula, temos de teclar Enter 
para ver o resultado.
Vamos, agora, calcular os percentuais. Lembre-se de que 
devemos dividir cada uma das quantidades pelo total. Observe a 
fórmula:
Aplicando o mesmo procedimento nas duas células, temos:
Claretiano - Centro Universitário
125© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
Entretanto, o que queremos é que a apresentação dos resul-
tados de ambas as células seja em valores percentuais (%). Então, 
deixamos cada uma das células ativas e clicamos com o mouse no 
botão %.
A formatação da tabela final pode ser feita da seguinte for-
ma:
1) Marque toda a tabela com o mouse.
2) Vá até o botão de bordas e escolha um estilo para as 
linhas de grade. Em seguida, sem desmarcar a tabela, 
escolha o estilo para a borda da tabela
 
3) O resultado final da formatação deverá ser como a figura 
a seguir: 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação126
Utilizando o mesmo exemplo, imagine que desejamos fazer 
um gráfico de setores (pizza) com os dados da tabela. Acompanhe 
os passos:
1) Vá até a tabela e marque as seguintes células, conforme 
a figura:
2) Em seguida, clique no ícone assistente de gráfico ou cli-
que em Inserir>Gráficos... (Windows XP).
3) Escolha o tipo de gráfico e a apresentação (por exemplo, 
em três dimensões). Clique em Avançar duas vezes e dê 
o nome para o gráfico. Em seguida, clique novamente 
em Avançar. 
Claretiano - Centro Universitário
127© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
4) Escolha uma entre as opções de local para visualizar o 
gráfico (por exemplo, deixando-o na mesma planilha). 
Em seguida, clique em Concluir. 
Formate as fontes do gráfico (tamanho). Opte por mos-
trar a legenda que segue e os percentuais em cada uma 
das partes. Assim, temos o seguinte resultado.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação128
Percentual da Sala de Aula
40%
60%
Homens Mulheres
Excel e prática em sala de aula
Em nosso cotidiano, encontramos jornais, revistas e livros 
trazendo quadros, tabelas e gráficos que representam aconteci-
mentos relacionados ao dia a dia.
As informações veiculadas normalmente são trabalhadas 
em termos de média, porcentagem, frequência, amostra, projeção 
etc. Assim, essas informações e seus respectivos números podem 
ser facilmente compreendidos se visualizados por meio de plani-
lhas e de gráficos que possibilitem a interpretação dos resultados 
apresentados.
O Excel pode ser um poderoso instrumento pedagógico 
quando o professor o utiliza para desenvolver uma pesquisa com 
a participação dos alunos. Dessa forma, eles poderão coletar e re-
gistrar as informações relevantes para o estudo de um fenômeno, 
para a compreensão de uma questão ou para a solução de um pro-
blema.
Partindo de acontecimentos da vida dos alunos, o professorpromove a realização de investigações, cujos dados são represen-
tados em planilhas e, posteriormente, discutidos e interpretados 
para aprofundar a compreensão do tema e, também, a proposição 
de ações que possam conduzir à solução do problema.
Você verá, a seguir, algumas sugestões que podem ser de-
sencadeadas com a participação dos alunos em investigações cujos 
Claretiano - Centro Universitário
129© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
dados são representados no Excel e, posteriormente, inseridos em 
outros programas, como Word, PowerPoint etc.
Vejamos:
1) Levantamento e análise dos gastos domésticos da resi-
dência de cada aluno, como, por exemplo, o consumo de 
energia elétrica, de gás, de telefone, de água etc., o que 
pode provocar debates sobre as formas de racionalizar 
o consumo e como cada um poderá colaborar para isso.
2) Análise de gráficos e tabelas publicados em jornais, o 
que abre possibilidades de trabalho com a montagem 
de outras planilhas que complementam os dados apre-
sentados, além de propiciar a leitura e a compreensão 
do mundo em que o aluno vive.
3) Coleta de dados que uma turma de alunos realiza com 
todas as outras turmas da escola, a qual pode ser repre-
sentada em tabelas e gráficos, cujos resultados poderão 
desencadear debates e campanhas esclarecedoras so-
bre os temas pesquisados.
4) Pesquisas de preços de alguns produtos, cujos dados são 
levantados em visitas a seus pontos de venda ou em jor-
nais e revistas e, posteriormente, representados em pla-
nilhas, o que pode ajudar os alunos a compreenderem a 
importância da matemática para a sua vida e o quanto 
eles podem colaborar com suas famílias nas compras do 
dia a dia.
5) Fenômenos físicos, químicos ou naturais são mais bem 
entendidos quando representados na forma de tabelas e 
gráficos, cuja facilidade de elaboração deixa mais tempo 
para análises e discussões sobre o seu significado.
Como você pode perceber, o Excel é um poderoso aliado do 
professor por permitir uma rápida visualização e interpretação de 
dados, os quais devem ser discutidos coletivamente para que pos-
sam levar à conscientização, à construção de novos conhecimen-
tos e à proposição de medidas que promovam a mudança de ati-
tudes, a aquisição de hábitos mais saudáveis e o desenvolvimento 
de campanhas comunitárias em prol da melhoria da qualidade de 
vida.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação130
Veja um exemplo de projeto com a utilização do Excel e do 
PowerPoint e compreenda melhor as suas funções.
Utilização do Excel e do Power Point ––––––––––––––––––––
A montagem de um documentário é o projeto desenvolvido pelo professor de 
Ciências com alunos do Ensino Fundamental, da periferia de Campinas. O pro-
fessor lançou a idéia para várias turmas, mas somente uma encantou-se com 
ela. Os alunos mobilizaram-se na distribuição dos grupos para apresentação do 
documentário, escrita do roteiro e levantamento dos recursos necessários que 
estavam disponíveis. O tema escolhido foi "Coleta de Lixo" na localidade que, 
segundo o professor, era uma problemática séria e polêmica na cidade, porque 
o lixo era freqüentemente jogado às margens da rodovia, o que criava um sério 
problema para a preservação ambiental. O documentário envolveu a realização 
de uma pesquisa de campo, na qual os alunos visitaram a prefeitura para ob-
ter dados técnicos sobre o lixo, tais como: número de vezes por semana em 
que deveria ocorrer a coleta, produção de lixo por pessoa, locais previstos para 
armazenamento do lixo etc. Depois, verificaram as condições desses locais, o 
tratamento dado ao lixo e a rota do caminhão coletor. O PowerPoint e o Excel 
foram usados para representar o conhecimento, à medida que os dados eram 
coletados. Este trabalho se articulou com outra pesquisa já desenvolvida sobre 
o lixo e publicada no jornal da escola, orientada pelos professores de português 
(ALMEIDA, 2011). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
6. POWER POINT: ENRIQUEÇA SUAS APRESENTAÇÕES
O MS-PowerPoint, ou simplesmente PowerPoint, é um pro-
grama que foi desenvolvido para a elaboração de apresentações 
com recursos de multimídia: som, animação, caixa de texto, ima-
gem e videoclipe.
Esse programa tem grande aplicação na área acadêmica, 
pois torna a apresentação mais dinâmica e possibilita maior inte-
ratividade por intermédio de suas animações e links com vídeos, 
sons e outras partes da apresentação.
Dessa forma, nele, a área de trabalho de cada página ou tela 
é tratada como slide, independentemente do padrão utilizado na 
apresentação.
Para entrar no PowerPoint, devemos ir em: Iniciar/Progra-
mas/Microsoft PowerPoint:
Claretiano - Centro Universitário
131© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
Após o programa ser carregado, siga o seguinte procedimen-
to: Inserir/Novo slide (ou simplesmente clique na página, confor-
me a figura a seguir).
 
Em seguida, poderemos escolher um modelo de layout do 
slide (posicionamento do texto no slide) que mais se adapte ao 
trabalho. Poderemos escolher, também, o design de slide (modelo 
de apresentação) em um banco de slides disponível no programa. 
Para isso, clique em: Formatar/Design do slide.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação132
 
No lado direito da tela, abrirá um menu com várias sugestões 
de design. Você ainda poderá trocar as cores ou animações de um 
modelo selecionado por meio do esquema de cores e de anima-
ção, respectivamente.
Claretiano - Centro Universitário
133© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
Na barra de ferramentas da tela do PowerPoint, você pode 
ver os três modos de exibição dos slides: normal (melhor forma 
para trabalhar), folhetos (consegue melhor noção sobre a sequên-
cia do trabalho) e apresentação (tela cheia para melhor projeção), 
respectivamente, conforme os ícones:
Depois de escolhido o slide, ainda poderemos posicionar 
as caixas de texto da melhor forma possível, formatar as fontes, 
substituir ou retirar animações, entre outras ações, utilizando as 
seguintes ferramentas:
 Caixa de texto Inserir WordArt
 Inserir organograma ou 
fluxograma
 Inserir Clip-Art Inserir figura Cor da fonte
É importante que você saiba que os comandos de atalho 
CTRL+C (copiar) e CTRL+V (colar) funcionam em todos os progra-
mas apresentados até agora. São bem interessantes, pois agilizam 
a execução dos trabalhos. Por exemplo, no caso do PowerPoint, 
você pode copiar as caixas de textos de um slide e trocar os textos 
de dentro. Entretanto, as animações não serão perdidas.
Vamos propor, agora, um exemplo, a fim de aplicarmos todos 
os conteúdos vistos para a realização de uma boa apresentação.
Suponhamos que você queira montar uma simples apresen-
tação, com uma capa e dois slides de conteúdo, abordando qual-
quer assunto. O primeiro passo é abrir o PowerPoint e escolher o 
layout de texto. Após essa etapa, escolhemos o design do slide. A 
seguir, temos o slide escolhido para o exemplo:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação134
Como o primeiro será a capa, podemos utilizar ou não a cai-
xa de subtítulo. A fonte da caixa de texto do título foi aumentada, 
a fim de dar maior ênfase.
Para inserir uma animação nas caixas de texto, clique den-
tro de cada uma delas com o botão direito do mouse e marque a 
opção Personalizar animação, ou vá até o menu Apresentações 
e, em seguida, escolha a opção Personalizar animação. As duas 
possibilidades são ilustradas a seguir:
Claretiano - Centro Universitário
135© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
 
Para o título, podemos escolher um efeito e uma entrada em 
caixa.
Utilizando o mesmo procedimento, podemos inserir a ani-
mação na caixa de texto do subtítulo. Caso optemos pela mesma 
animação para todas as caixas de textos de um slide, podemos 
marcar todas com a tecla CTRL e inserir a animação como antes.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação136
Há várias formasde se iniciar uma animação, como, por 
exemplo, clicar com o mouse na apresentação. Em todas essas op-
ções, podemos ainda escolher a velocidade da animação (muito 
lenta, lenta, média, rápida ou muito rápida). Como opção, também 
podemos colocar sons nas animações – contudo, uma dica: isso 
torna as apresentações cansativas!
Depois de preenchido o slide da capa, podemos manter o 
padrão para os próximos slides de conteúdos. Para isso, devemos 
clicar em: Inserir/Duplicar slide.
Qualquer alteração em um slide que deva ser aplicada para 
toda a apresentação deverá ser feita diretamente no modo Slide 
mestre. Para isso, siga o seguinte procedimento: Exibir/Mestre/
Slide mestre. Poderemos alterar, até mesmo, o design original do 
slide escolhido.
PowerPoint e prática em sala de aula
Uma apresentação no PowerPoint pode ter como objetivo a 
discussão de um tema, o desenvolvimento de uma investigação e a 
representação de ideias ou conceitos que promovam a construção 
de novos conhecimentos.
Claretiano - Centro Universitário
137© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
No entanto, para elaborar uma apresentação, o professor 
terá de pesquisar, analisar, selecionar, sintetizar, organizar e articu-
lar informações sobre o tema, criando telas (slides) que articulem 
a forma de representação e o conteúdo em estudo.
Dessa forma, cabe ao professor provocar seus alunos para 
que eles desenvolvam suas apresentações sobre os temas em es-
tudo, incentivando-os a refletirem, a depurarem e a reelaborarem 
o que está sendo desenvolvido.
A organização e a articulação dos conceitos pesquisados fa-
vorecem a construção de conhecimento ao autor da apresentação, 
e aqueles que fazem uso da apresentação previamente elaborada 
passam a ter uma fonte de pesquisa e de referência esteticamente 
atraente.
Deve-se utilizar, portanto, as apresentações em PowerPoint 
ou em retroprojetor quando:
1) diagramas, tabelas e imagens ajudarem a apresentar o 
conteúdo;
2) dados estatísticos ou numéricos forem apresentados;
3) houver necessidade de enfatizar e facilitar a retenção de 
informações-chave. 
Veja algumas dicas para a criação de apresentações de Po-
werPoint ou de transparências para retroprojetores:
1) Utilizar um tamanho de fonte que possa ser visto por 
todo o grupo (mínimo 20, ideal 32).
2) Colocar apenas seis pontos por lâmina, com seis pala-
vras por ponto.
3) Utilizar apenas as palavras e as frases mais importantes, 
pois demora muito para os participantes lerem frases in-
teiras. 
4) Deixar espaços entre palavras e linhas, de modo a maxi-
mizar a facilidade de leitura.
5) Limitar o número de slides, pois as pessoas tendem a 
parar de ler após a quarta ou quinta lâmina.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação138
6) Colocar as transparências dentro de uma moldura de pa-
pel e escrever anotações na própria moldura.
7) Disponibilizar uma cópia da lâmina aos ouvintes. 
Ao usar o PowerPoint como um recurso para que seus alu-
nos possam organizar ideias, expressar pensamentos, analisar 
questões e desenvolver projetos, o professor estará promovendo 
o desenvolvimento de atitudes de leitura, investigação, seleção, 
análise, síntese, criação, reflexão, depuração, integração, articula-
ção etc.
Veja um exemplo de projeto com a utilização do PowerPoint:
Utilização do PowerPoint ––––––––––––––––––––––––––––––
O projeto para a criação do roteiro de um filme rodado pelos alunos foi idealizado 
pela professora Márcia, da 3ª série do Ensino Fundamental da Escola Girassol. A 
organização das idéias do filme foi trabalhada coletivamente durante um bimestre 
e deu origem ao roteiro, à caracterização dos personagens, ao planejamento das 
cenas etc. Os papéis foram assumidos pelos alunos: editor, diretor de imagem, 
eletricista (aluno cujo pai é eletricista), atores, responsável pela sonoplastia – DJ 
(aluno que ajuda conjuntos musicais), operador de câmera, figurantes, diretor de 
ensaios. O computador foi empregado para compor a abertura e o fechamento 
do filme e para editar textos no PowerPoint (ALMEIDA, 2011). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
7. PUBLISHER: PUBLIQUE E APAREÇA!
O MS-Publisher, ou simplesmente Publisher, é um software 
caracterizado pela facilidade em criar e editar publicações do tipo: 
jornais, boletins informativos, folhetos, panfletos, sites da web, 
cartões de visita, cartões-postais etc.
Esse instrumento de aprendizagem pode ser muito útil den-
tro de uma sala de aula, a fim de reforçar o conteúdo estudado.
Para entrar no Publisher, clique em: Iniciar/Programas/ 
Microsoft Publisher.
Claretiano - Centro Universitário
139© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
Na página inicial do programa (abertura), você já terá acesso 
a todas as opções de publicação (menu), começando com Publica-
ções rápidas e terminando com Origami, dependendo da versão 
utilizada. Só precisamos escolher o que melhor atenderá às nossas 
necessidades. Quando o marcador estiver em forma de seta, ainda 
teremos opções de submenus.
Observe, na figura a seguir, o menu Folhetos. Clicando nele, 
ainda encontramos as opções: informativo, lista de preços, evento 
e ação beneficente.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação140
A fim de entendermos melhor as funcionalidades de tal pro-
grama, vamos acompanhar um exemplo. Nele, proporemos a mon-
tagem de um folheto de ação beneficente que chamará a atenção 
dos alunos da escola sobre a importância da destinação correta do 
lixo, assim como sua separação para posterior reciclagem.
Inicialmente, deve-se clicar em Folhetos/Ação beneficente, e 
escolheremos o modelo Grade, conforme a figura:
Claretiano - Centro Universitário
141© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
O próximo passo é preencher os campos preestabelecidos 
no modelo com os textos elaborados pelos alunos (cada grupo 
pode montar um folheto, e, posteriormente, pode-se fazer uma 
votação para a escolha do melhor trabalho). Veja um exemplo:
Você pode notar que o lado interno do folheto pode ser 
acessado e editado somente quando clicamos na folha número 2, 
no rodapé da página de trabalho. Confira a seguir:
© Tecnologia da Informação e da Comunicação142
Outro formato interessante é a opção Calendário do Pub-
lisher, aonde você pode dispor o calendário escolar (discentes), 
adicionando os eventos importantes.
Publisher e prática em sala de aula
Observe algumas possibilidades de utilização do Publisher 
como ferramenta didático-pedagógica:
1) Designe atribuições para os alunos, como editores, re-
visores, repórteres, redatores e desenhistas de layout, 
para criar um boletim informativo para a escola. Peça 
que seus alunos planejem, desenhem e criem o boletim 
informativo na escola, conforme os segmentos apropria-
dos da comunidade.
Claretiano - Centro Universitário
143© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
2) Crie e distribua panfletos ou outros anúncios para cam-
panhas de preservação ambiental, coleta seletiva do 
lixo, direitos dos cidadãos etc.
3) Crie um calendário semanal para os alunos levarem para 
casa, mantendo os pais informados e envolvidos.
4) Crie panfletos para a divulgação da feira de ciências da 
escola.
5) Planeje um evento especial para os pais. Crie convites, 
panfletos ou símbolos para anunciar o evento.
6) Crie um folheto de viagem com os seus alunos.
7) Selecione um período da história e crie um boletim in-
formativo sob o ponto de vista de um editor que tenha 
vivido naquela época. Para obter as informações neces-
sárias, use dados pesquisados na internet ou em enciclo-
pédias digitais.
8) Organize uma campanha de coleta de agasalhos e ali-
mentos não perecíveis. Crie, no Publisher, algum mate-
rial informativo, como, por exemplo, panfletos, cartazes 
e/ou boletins, utilizando um modelo que atenda ao ob-
jetivo da atividade.
9) Ensine seus alunos a elaborar um curriculum vitae na op-
ção Currículos do Publisher.
10) Crie um cardápio com asrespectivas receitas de comidas 
e locais do mundo de onde estas são originárias, com 
base em um trabalho de pesquisa.
8. TEXTOS COMPLEMENTARES
O professor José Armando Valente (1997) defende a impor-
tância do uso do computador de forma inteligente. Observe, nos 
trechos a seguir, retirados de um dos seus artigos, os argumentos 
apresentados pelo autor sobre essa questão.
O USO INTELIGENTE DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO –––
A análise dessa questão nos permite entender que o uso inteligente do com-
putador não é um atributo inerente ao mesmo, mas está vinculado a maneira 
como nós concebemos a tarefa na qual ele será utilizado. Um sistema edu-
© Tecnologia da Informação e da Comunicação144
cacional mais conservador certamente deseja uma ferramenta que permite a 
sistematização e o controle de diversas tarefas específicas do processo atual 
de ensino. Uma máquina de ensinar e administrar esse ensino facilita muito 
a atividade do professor. Sistemas computacionais com essas características 
já foram desenvolvidos, desempenhando tarefas que contribuem muito para 
essa abordagem educacional e passam a ser muito valorizados pelos profis-
sionais que compartilham dessa visão de educação.
Por outro lado, os profissionais da educação que não compartilham dessa 
abordagem educacional certamente não necessitam de sistemas computa-
cionais com tais características. Mesmo os sistemas de ensino mais sofis-
ticados, com qualidades de inteligência – como a capacidade de identificar 
os erros cometidos pelos alunos ou indicar tarefas de acordo com o nível do 
aluno – não são considerados como uma forma de uso inteligente do compu-
tador na educação.
Isso significa dizer que a análise de um sistema computacional com finalida-
des educacionais não pode ser feita sem considerar o seu contexto pedagó-
gico de uso. Um software só pode ser tido como bom ou ruim dependendo 
do contexto e do modo como ele será utilizado. Portanto, para ser capaz de 
qualificar um software é necessário ter muito clara a abordagem educacional 
a partir da qual ele será utilizado e qual o papel do computador nesse contex-
to. E isso implica ser capaz de refletir sobre a aprendizagem a partir de dois 
pólos: a promoção do ensino ou a construção do conhecimento pelo aluno 
(VALENTE, 1997, p. 3).
Valente (1997) apresenta-nos, também, algumas considerações importantes 
sobre como se desvencilhar do tecnicismo educacional para, de fato, inserir o 
computador no cotidiano escolar. Ele diz:
Se o computador pode ser usado para catalisar e auxiliar a transformação da 
escola, mesmo diante dos desafios que essa transformação nos apresenta, 
essa solução, a longo prazo, é mais promissora e mais inteligente do que 
usar o computador para informatizar o processo de ensino.
O ensino tradicional ou a informatização do ensino tradicional são baseados 
na transmissão de conhecimento. Nesse caso, tanto o professor quanto o 
computador são proprietários do saber, e assume-se que o aluno é um reci-
piente que deve ser preenchido.
O resultado dessa abordagem é o aluno passivo, sem capacidade crítica e 
com uma visão de mundo limitada. Esse aluno, quando formado, terá pouca 
chance de sobreviver na sociedade atual. Na verdade, tanto o ensino tradicio-
nal quanto a informatização desse ensino prepara um profissional obsoleto.
As mudanças que ocorrem nos meios de produção e de serviço indicam que 
os processos de apreciação do conhecimento assumirão papel de destaque, 
de primeiro plano (DRUCKER, 1993). Essa mudança implica em uma alte-
ração de postura dos profissionais em geral e, portanto, requer o repensar 
dos processos educacionais. Nesse caso, devemos utilizar todos os recursos 
disponíveis para isso, inclusive o computador, mesmo sabendo que não es-
tamos usando os mais sofisticados sistemas computacionais. Devemos ter 
muito claro o que é importante do ponto de vista pedagógico e como tirar 
proveito da tecnologia para atingirmos tal objetivo. Isso é ser inteligente. In-
formatizar o ensino é solução mercadológica, moderninha, paliativa e que 
só contribui para adiar as grandes mudanças que o atual sistema de ensino 
deve passar. Isso não é solução inteligente! (VALENTE, 1997, p. 4).
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
Claretiano - Centro Universitário
145© U4 - Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 2ª parte
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu 
desempenho no estudo desta unidade:
1) Segundo Valente (1997), o que seria a utilização do computador de maneira 
inteligente na educação?
2) Em que medida os softwares analisados nesta unidade poderão contribuir 
para a melhoria do trabalho pedagógico em sala de aula e, assim, auxiliar na 
construção do conhecimento?
3) Qual a importância da discussão proposta nesta unidade para a sua forma-
ção?
4) Faça uma revisão de tudo o que foi apresentado nesta unidade e reflita: em 
que as TICs contribuíram para o processo educativo?
10. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final desta unidade, na qual você teve a opor-
tunidade de perceber quais são as contribuições das ferramentas 
computacionais Excel, PowerPoint e Publisher para se desenvolver 
um bom trabalho pedagógico em sala de aula.
Acreditamos que, com a utilização desses recursos, você, fu-
turo professor, em lugar de guardião da aprendizagem transmiti-
da, passa a ser aquele que propõe a construção do conhecimento, 
disponibilizando um campo de possibilidades, de caminhos, de sig-
nificações livres e plurais.
Dessa forma, o professor não apenas educa com as novas 
tecnologias, como também constrói a cidadania em nosso tempo.
11. E-REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. B. de. Prática e formação de professores na integração de mídias. 
Disponível em: <http://www.slideshare.net/aurelyano/capitulo-1-tecnologia-curriculo-
e-projetos>. Acesso em: 3 jun. 2011.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação146
______. Prática pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entre 
conhecimentos, tecnologias e mídias. Disponível em: <http://midiasnaeducacao-
joanirse.blogspot.com/2009/02/pratica-e-formacao-de-professores-na.html>. Acesso 
em: 1 abr. 2011.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. C. (Coord.). Informática: orientações para o uso do microcomputador na 
educação. São Paulo: FDE/SEC, 1986.
LOLLINI, P. Didática e computador: quando e como a informática na escola. São Paulo: 
Loyola, 1991.
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação 
pedagógica. 4. ed. Campinas: Papirus, 2001.
NIQUINI, D. P. Informática na educação: implicações didático-pedagógicas e construção 
do conhecimento. Brasília: Universal, 1996.
OLIVEIRA, R. Informática educativa. Campinas: Papirus, 1997.
PRETTO, N. de L. Uma escola sem/com futuro. Campinas: Papirus, 1996. (Coleção 
Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
TAIJRA, S. F. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 1998.
TENÓRIO, R. M. Computadores de papel: máquinas abstratas para o ensino concreto. 2. 
ed. São Paulo: Cortez, 2001. v. 80. (Coleção Questões da Nossa Época.).
VALENTE, J. A. O uso inteligente do computador na educação. Revista Pedagógica Pátio, 
Porto Alegre, v. 1, n. 1, jul. 1997.
EA
D
5
Internet e Softwares: 
Criando Redes de 
Conhecimento
1. OBJETIVOS
• Analisar a contribuição do uso da internet como ferra-
menta na construção do conhecimento.
• Reconhecer os diversos periféricos e o funcionamento da 
internet e dos softwares para criar estratégias que poten-
cializem o uso dos computadores na educação.
• Propiciar atividades de pesquisa na internet e em outras 
mídias.
• Reconhecer as diversas possibilidades de uso de softwares 
educacionais.
• Compreender e demonstrar que os meios de comunica-
ção, como a internet, desenvolvem formas sofisticadas de 
comunicação sensorial, emocional e racional, sobrepon-
do linguagens e mensagens que facilitam o processo de 
interação.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação148
2. CONTEÚDOS
• Internet Explorer.• Internet e novo paradigma educacional.
• Ciberespaço e ambientes virtuais.
• Hipertexto.
• Ferramentas de busca: search-engine.
• Uso de softwares em sala de aula.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Durante os estudos de não apenas esta, mas todas as uni-
dades, consulte o Glossário de conceitos, a fim de facilitar 
o seu entendimento a respeito dos assuntos abordados. 
Também, é importante que você leia os livros da biblio-
grafia indicada para ampliar seus horizontes teóricos.
2) Antes de iniciar a leitura desta unidade, será interessan-
te conhecer um pouco da biografia de Pierre Lévy, cujo 
pensamento também norteia este estudo. Para saber 
mais, acesse os sites referenciados.
Pierre Lévy
Pierre Lévy é filósofo. Nasceu em 1956, na cidade de 
Túnis (Tunísia). Realizou seus estudos na França, douto-
rou-se em Sociologia e em Ciências da Informação e da 
Comunicação. Lecionou em várias universidades de Pa-
ris e Montréal. Atualmente é professor da UQTR (Univer-
sité du Québec à Trois-Rivières), na cidade de Quebec, 
Canadá. Presta serviço a vários governos, organismos 
internacionais e grandes empresas sobre as implicações 
culturais das novas tecnologias. É autor de uma dezena 
de obras filosóficas sobre a cultura do mundo virtual e 
as novas tecnologias (imagem disponível em: <http://vol-
neyfaustini.wordpress.com/2010/01/11/pierre-levy-volta-
-ao-brasil/>. Acesso em: 9 jan. 2011. Texto disponível 
em: <http://www.escolanet.com.br/levy/levy_biog.html>. 
Acesso em: 7 nov. 2010).
Claretiano - Centro Universitário
149© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 4, estudamos as ferramentas computacionais 
Excel, PowerPoint e Publisher e suas aplicações pedagógicas no 
espaço educacional.
Agora, nesta última unidade, teremos a oportunidade de 
analisar as contribuições do uso da internet como ferramenta na 
construção do conhecimento.
Além disso, será importante você reconhecer os diversos pe-
riféricos e o funcionamento da internet e dos softwares para criar 
estratégias que potencializem o uso dos computadores na educa-
ção, valendo-se da compreensão de que os meios de informação 
e comunicação, como a internet, desenvolvem formas sofisticadas 
de comunicação sensorial, emocional e racional, sobrepondo lin-
guagens e mensagens que facilitam o processo de interação.
5. INTERNET EXPLORER: NAVEGANDO POR PÁGINAS 
NUNCA D’ANTES NAVEGADAS
O Microsoft Internet Explorer, ou simplesmente Internet Ex-
plorer, é um software que conecta o usuário à rede mundial de 
computadores, sendo também conhecido por "navegador". Atual-
mente existem diversos navegadores, como o Mozilla Firefox, Ope-
ra, Google Chrome, dentre outros.
Dessa forma, chamamos de rede de computadores dois ou 
mais equipamentos conectados entre si. Com esse navegador, po-
demos acessar diversos tipos de serviços. Entre eles, os mais usa-
dos são:
• e-mail: correio eletrônico;
• web: abreviação de world wide web, ou www, que, em 
português, significa "ampla teia mundial".
© Tecnologia da Informação e da Comunicação150
A web permite o acesso à informação e à sua aplicação no 
formato de páginas.
É interessante que você saiba que um computador pode ser 
conectado a outro de diversas formas: por meio de cabo, linha te-
lefônica, backbone (espinha dorsal, em português), ondas de rádio 
etc. Qualquer que seja o sistema adotado, a informação trafegará 
digitalizada em forma de sinais elétricos e eletromagnéticos.
Embora a internet só esteja operando comercialmente há 
pouco mais de uma década, ela é uma rede muito antiga, iniciada 
no final dos anos 1950, com objetivos militares. Por motivos de se-
gurança e pela falta de hábito do uso da informática, sua utilização 
ficou restrita por muito tempo.
A rede que interliga os computadores no mundo todo criou 
e propagou uma nova cultura, de caráter universal, entre os po-
vos e as organizações. Pela possibilidade de acesso instantâneo a 
qualquer sistema de informação organizado, podemos dizer que 
computadores e internet são, hoje, quase sinônimos.
Atualmente, podemos obter várias informações em diferen-
tes locais de maneira instantânea, sendo possível localizar ou con-
versar com pessoas de outros países, bem como procurar, encon-
trar e comprar produtos e serviços em qualquer lugar. É possível, 
ainda, ensinar e aprender por meio da internet.
Para tanto, as páginas acessadas na web são produzidas e 
colocadas à disposição dos internautas (qualquer pessoa que na-
vegue no espaço virtual da internet) em milhões de computadores 
no mundo todo. Um conjunto de páginas compõe um site ("sítio", 
em português, no sentido de local). Para acessar um site, preci-
samos de um endereço eletrônico (por exemplo, www.claretiano.
edu.br), tecnicamente chamado de URL.
Dessa forma, para acessar a internet, precisamos de um pro-
vedor de acesso (gratuito ou não), além de um navegador, como, por 
exemplo, o Internet Explorer.
Claretiano - Centro Universitário
151© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
Entretanto, você deve saber que um provedor de acesso à 
internet é uma empresa que mantém hardwares e softwares co-
nectados ao backbone da grande rede. Os usuários domésticos, 
e mesmo as corporações, conectam-se ao provedor por meio de 
linhas telefônicas comuns ou exclusivas, por cabos ou por ondas 
de rádio. Alguns serviços que podemos encontrar comercialmente 
são o Speedy, da Telefônica, e o Virtua, da Net.
É possível contratar um serviço de acesso à internet por meio 
de um provedor pago (Globo, UOL, Terra, entre outros), que ofere-
ce serviços e procura garantir qualidade e vantagens no acesso de 
seus assinantes, ou por meio de um gratuito (IG, iTelefônica, entre 
outros), que pode ser uma alternativa para quem está iniciando 
o uso da rede e, também, para usuários que não a utilizam com 
muita frequência.
Ilustraremos os procedimentos que devemos seguir para ter 
acesso à internet pelo Internet Explorer.
Clique em Iniciar/Programas/Internet Explorer:
O navegador possui vários comandos para facilitar a nave-
gação pelos sites da internet, de modo que os ícones podem ser 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação152
diferentes, dependendo da versão utilizada do Internet Explorer. 
Vamos resumir cada um dos mais utilizados, a fim de que você 
possa praticar:
Voltar: mostra a exibição anterior.
Avançar: mostra o que estava sendo exibido antes de voltar.
Parar: para o carregamento de uma página.
Atualizar: recarrega a página que está sendo acessada. O comando CTRL+F5 é 
bem eficaz nesse sentido, pois atualiza a página dentro do próprio servidor.
Página inicial: retorna à página que foi carregada quando o Internet Explorer 
foi iniciado.
Pesquisar: busca uma palavra ou frase em páginas da web.
Favoritos: armazena endereços de sites acessados com mais frequência.
Histórico: exibe os endereços de sites visitados recentemente.
Correio: permite ler mensagem ou notícia e enviar link ou página.
Imprimir: imprime a página exibida.
O endereço eletrônico da página a ser acessada deve ser di-
gitado na barra de endereços, conforme o exemplo a seguir:
Caso o endereço não tenha sido digitado corretamente, po-
derá aparecer a mensagem de erro ilustrada a seguir. Saiba que a 
falta de um simples ponto pode ocasionar erro de acesso:
Claretiano - Centro Universitário
153© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
É importante que você saiba que podemos salvar páginas da 
web como arquivos de extensão .htm ou .html. Esse recurso é uti-
lizado quando se quer ter, fielmente, a cópia da página visitada. 
Basta clicar em Arquivo > Salvar Como e escolher a pasta de seu 
computador onde quer salvar uma cópia da página visitada. Outra 
forma seria marcar o texto e as figuras da página, copiar o conteú-
do selecionado e colar em um editor de textos, como, por exem-
plo, o MS-Word. Entretanto, esteprocedimento pode acarretar em 
perda da formatação original da página da internet.
6. INTERNET E NOVO PARADIGMA EDUCACIONAL
Com o início do século 21, vivemos uma grande expansão da 
rede mundial de computadores (internet). Dessa forma, surge um 
novo espaço "comunicacional-cultural" conhecido como cibercul-
tura. Tal denominação tem sido apresentada por diferentes auto-
res.
Segundo o dicionário on-line Priberam da Língua Portuguesa 
(2011), a cibercultura é um "Conjunto de aspectos e padrões cul-
turais relacionados com a internet e a comunicação em redes de 
computadores". 
De acordo com Cruvinel (2010, p. 6):
As novas tecnologias proporcionam mudanças de ambiente de in-
formações e dão o tom da nova lógica comunicacional. Se cada es-
cola não se incluir nessa nova era, estará na contramão da história, 
alheia ao espírito do tempo, deixando de produzir a inclusão social 
e a cibercultura.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação154
Cibercultura quer dizer modos de vida e de comportamentos as-
similados e transmitidos na vivência histórica e cotidiana marcada 
pelas tecnologias informáticas, mediando a comunicação e a infor-
mação via internet [...].
Sobre essa temática, leia as palavras de Viggiano (2007) no 
excerto a seguir.
O ciberespaço enquanto ambiente informal de aquisição de 
competências ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O termo ciberespaço foi criado pelo escritor de ficção científica William Gibson, 
sendo projetado em seu livro Neuromancer, de 1984 [...]. Nesse, o autor tra-
ta de um real que se constitui por meio do engendramento de um conjunto de 
tecnologias, enraizadas de tal forma na vida em sociedade que lhe modifica as 
estruturas e princípios, transformando o próprio homem, que de sujeito histórico 
torna-se objeto de uma realidade virtual que os conduz e determina [...]. Na inter-
pretação de Sfez (1993), esse contexto encerra as condições para que os seres 
humanos pensem estar na expressão (na vivência efetiva das coisas), quando 
encontram-se na representação (na simulação das coisas).
Não estamos imersos num cenário tal qual descrito em Neuromancer, porém já 
experimentamos uma realidade que tem como um de seus pilares as TICs e suas 
possíveis virtualidades formativas, conforme salientamos. Não por acaso, o uso 
da expressão ciberespaço tornou-se corrente nos dias atuais, passando a ser 
empregada para designar o espaço abstrato, virtual, criado pelas redes de com-
putadores por meio das tecnologias de comunicação avançadas, principalmente 
a Internet (VIGGIANO, 2011). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O computador e a internet definem esse novo espaço infor-
macional e transmitem o tom da nova lógica comunicacional. As-
sim, produz-se cada vez mais, informações on-line que são social-
mente partilhadas.
Nesse contexto, a educação on-line ganha seu espaço, uma 
vez que viabiliza a flexibilidade e a interatividade próprias da in-
ternet. Se a escola não inclui a internet na educação das novas 
gerações, ela está na contramão da história, produzindo exclusão 
social ou exclusão da cibercultura, além de estar alheia ao espírito 
do seu tempo.
Silva (2011, p. 63) pondera que:
[...] Na cibercultura, a lógica comunicacional supõe rede hipertex-
tual, multiplicidade, interatividade, imaterialidade, virtualidade, 
tempo real, multissensorialidade e multidirecionalidade. A con-
Claretiano - Centro Universitário
155© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
tribuição da educação para a inclusão do aprendiz na cibercultura 
exige um aprendizado prévio por parte do professor. Uma vez que 
não basta convidar a um site para se promover inclusão na cibercul-
tura, ele precisará se dar conta de pelo menos quatro exigências da 
cibercultura oportunamente favoráveis à educação cidadã.
Assim, é necessário que o professor conheça os recursos pe-
dagógicos da internet, tais como a pesquisa, a comunicação e a 
representação, para orientar na criação de ambientes que possam 
enriquecer o processo de aprendizagem do aluno.
E a cibercultura na escola?
O acesso à internet na escola não garante por si só a inserção 
crítica dos alunos e dos professores na cibercultura.
Segundo Valente (1997), o educador pode até convidar o 
aprendiz a explorar um site, mas, muitas vezes, a aula continua 
sendo uma palestra para a absorção linear, passiva e individual, 
enquanto o professor permanece como o responsável pela produ-
ção e transmissão dos "conhecimentos".
Dessa forma, o professor e seus alunos experimentam a pos-
sibilidade de explorar a internet e, embora tenha se criado um am-
biente de aprendizagem, só isso não viabiliza a verdadeira inclusão 
cidadã, uma vez que as oportunidades de acesso não devem se 
restringir apenas à sala de aula.
7. CIBERESPAÇO E AMBIENTES VIRTUAIS
Como vimos em outras disciplinas, é fato deste curso que 
"ensinar é organizar situações de aprendizagem". Entretanto na 
obra Tecnologia da Informação e da Comunicação, é preciso ir 
além, criando condições que favoreçam a compreensão do mun-
do, do contexto, do ser humano e da própria identidade. 
E você já imagina como organizar situações didáticas que 
compreendam a criação de ambientes de aprendizagem?
© Tecnologia da Informação e da Comunicação156
Segundo Moran, Masetto e Behrens (2000), a criação dos 
ambientes de aprendizagem com a presença das TICs significa uti-
lizá-las para a representação, a articulação entre pensamentos e 
a realização de ações, bem como o desenvolvimento de reflexões 
que constantemente questionem essas ações e as submetam a 
uma avaliação contínua.
Assim, o professor que associa a TIC a uma oportunidade ati-
va de aprendizagem precisa articular o domínio da tecnologia ao 
da prática pedagógica, pois, segundo Almeida (2011):
A aprendizagem é um processo de construção do aluno (autor de 
sua aprendizagem), mas nesse processo o professor, além de criar 
ambientes que favoreçam a participação, a comunicação, a intera-
ção e o confronto de idéias dos alunos, também tem sua autoria. 
Dessa forma, cabe ao professor promover o desenvolvimento de 
atividades que provoquem o envolvimento e a livre participação do 
aluno, assim como a interação que gera a co-autoria e a articulação 
entre informações e conhecimentos, com vistas a construir novos 
conhecimentos que levem à compreensão do mundo e à atuação 
crítica no contexto social. A incorporação da TIC na escola favorece 
a criação de redes individuais de significados e a constituição de 
uma comunidade de aprendizagem que cria sua própria rede vir-
tual de interação e colaboração. Assim, é caracterizada por avanços 
e recuos em um movimento não-linear de interconexões em um 
espaço complexo, que conduz ao desenvolvimento educacional, 
social e cultural. 
Observe a Figura 1 e analise: será que o professor não se 
encontra resistente à incorporação das TICs em sala de aula e, por 
essa razão, acaba preferindo o método tradicional de ensino, em 
que o aluno é um receptor passivo de informação?
Claretiano - Centro Universitário
157© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
Fonte: AGNER (2008, p. 66).
Figura 1 O professor dinossauro e o uso da internet.
Refletindo sobre a Figura 1, podemos concluir que, para in-
corporar as TICs na escola, é preciso ousar, vencer desafios, arti-
cular saberes, tecer continuamente a rede, criando e desatando 
novos nós conceituais que se inter-relacionam com a integração 
de diferentes tecnologias, com a linguagem hipermídia, com as 
teorias educacionais, com a aprendizagem do aluno, com a prática 
do educador e com a construção da mudança em sua prática, na 
escola e na sociedade.
8. O QUE O USO DE HIPERTEXTOS TRAZ DE INOVA-
DOR PARA A APRENDIZAGEM?
Como já vimos, o surgimento das TICs produziu novas opor-
tunidades e desafios para a incorporação de tecnologias na escola 
no que se refere às diferentes formas de comunicação de ideias e 
de transmissão de informações.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação158Nesse sentido, as principais características das TICs, de via-
bilizarem a aprendizagem colaborativa do conhecimento e amplia-
rem a interação entre diferentes pessoas em diferentes lugares, 
estimularam o desenvolvimento de habilidades de leitura, escrita 
e compreensão textual, neste caso, por meio dos hipertextos.
Você deve estar se perguntando: o que são hipertextos?
Segundo o dicionário Aurélio (2004, p. 311):
Hipertexto é uma forma de apresentação ou organização de in-
formações escritas, em que blocos de texto estão articulados por 
remissões, de modo que, em lugar de seguir um encadeamento 
linear e único, o leitor pode formar diversas seqüências associati-
vas, conforme seu interesse, ou um conjunto de textos estrutura-
dos ou organizados dessa forma, sendo implementado em meio 
eletrônico computadorizado, no qual as remissões correspondem 
a comandos que permitem ao leitor passar diretamente aos ele-
mentos associados.
Como você pôde perceber, o hipertexto é um "documento 
que contém links (ligações) para outros documentos, o que permi-
te um processo de leitura não seqüencial" (GLOSSÁRIO TÉCNICO, 
2011). Com o hipertexto, "o ato de ler se transforma historicamen-
te" (KENSKI, 2001, p. 132). 
Segundo Almeida (2003, p. 8): 
Não se trata da leitura realizada no espaço linear do material im-
presso, mas em uma leitura não-linear na tela do computador, a 
qual está baseada em indexações, conexões entre idéias e concei-
tos articulados por meio de links (nós e ligações), que conectam 
informações representadas sob diferentes formas, tais como pala-
vras, páginas, imagens, animações, gráficos, sons, clipes de vídeo 
etc. Desta forma, ao clicar sobre uma palavra, imagem ou frase de-
finida como um nó de um hipertexto, encontra-se uma nova situa-
ção, evento ou outros textos relacionados. 
O uso do hipertexto altera a leitura por meio do que tem iní-
cio, meio e fim prefixados. Abandona-se a sequência estática e li-
near para que o leitor estabeleça suas próprias relações e ligações, 
saltando entre uma informação e outra, segundo suas necessida-
des. O leitor, dessa forma, torna-se ativo, interagindo com o texto 
e tornando-se coautor do hipertexto. Assim:
Claretiano - Centro Universitário
159© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
A leitura do hipertexto na tela é feita em camadas, iniciando e ter-
minando no ponto que o leitor decide, o qual pode ter liberdade e 
autonomia para intervir no texto e reconstruí-lo. Assim, a comuni-
cação pela tela está criando não só novos gêneros da escrita, mas 
também está inovando o sistema da escrita (BRASIL, 2011).
Pierre Lévy (1996) assevera que leitura e escrita se confun-
dem na construção do texto digital, uma vez que ler e escrever se 
configuram de outra forma. O leitor/escritor é capaz de interagir 
para fazer escolhas entre diferentes links apresentados no corpo 
do hipertexto. Essas novas ligações estabelecidas pelo leitor viabi-
lizam os seguintes aspectos: 
• criação dos próprios percursos;
• reconfiguração de espaços;
• elaboração de narrativas pessoais;
Portanto:
É importante integrar as potencialidades das tecnologias de infor-
mação e comunicação nas atividades pedagógicas, de modo que 
favoreça a representação textual e hipertextual do pensamento do 
aluno, a seleção, a articulação e a troca de informações, bem como 
o registro sistemático de processos e respectivas produções, para 
que o aprendiz possa recuperá-las, refletir sobre elas, tomar deci-
sões, efetuar as mudanças que se fizerem necessárias, estabelecer 
novas articulações com conhecimentos e desenvolver a espiral da 
aprendizagem (ALMEIDA, 2011).
Nessa grande aventura, o professor também é desafiado 
a assumir o papel de constante investigador do aluno, seu nível 
de desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, de sua forma de 
linguagem, expectativas e necessidades, bem como de seu estilo 
de escrita, seu contexto social e sua cultura, além de desenvolver 
uma postura de aprendiz ativo, crítico e criativo, articulador do en-
sino com a pesquisa (BEHRENS, 1984). 
Nesse sentido, as TICs propiciam, por meio das representa-
ções em textos, hipertextos e sites, novas e diferentes maneiras 
de produção de saberes e descobertas de conhecimentos, além 
de diversas representações que entrelaçam forma e conteúdo nos 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação160
significados que os autores atribuem aos fatos, aos fenômenos ou 
aos problemas em estudo, ligando mídias e linguagens que se dife-
rem. Com a utilização do hipertexto, o professor constrói uma rede 
de significados e define um conjunto de possibilidades a serem 
exploradas.
Isso porque, de acordo com Silva (2011, p. 54):
O hipertexto oferece múltiplas informações (em imagens, sons, 
textos etc.), sabendo que estas potencializam, consideravelmente, 
ações que resultam em conhecimento e em diferentes informa-
ções. O professor incita cada aluno a contribuir com novas informa-
ções e a criar e oferecer mais e melhores percursos, participando 
como co-autor do processo de aprendizagem e de comunicação. 
9. FERRAMENTAS DE BUSCA: SEARCH-ENGINE
Na escola, o uso da internet pode viabilizar o acesso a in-
formações, de modo a potencializar as múltiplas possibilidades de 
utilização dos recursos didáticos que podem ser usados em dife-
rentes situações de aprendizagem.
Uma dessas possibilidades se refere aos "sites de busca", 
que podem facilitar o acesso a dados e informações e incentivar o 
aluno em trabalhos de pesquisa.
Sobre mais esse recurso, Valente (2005, p. 27-28) traz as se-
guintes contribuições:
O computador apresenta um dos mais eficientes recursos para a 
busca e o acesso à informação. Existem hoje sofisticados mecanis-
mos de busca que permitem encontrar de modo muito rápido a 
informação existente em banco de dados, em CD-ROM e mesmo 
na web.
Em geral, há softwares que permitem a escolha. Neles, as informa-
ções são organizadas na forma de hipertextos (textos interligados). 
Assim, passar de um hipertexto para outro constitui a ação de "na-
vegar" no software.
A Internet está ficando cada vez mais interessante e criativa, o que 
possibilita a exploração de um número incrível de assuntos. Porém, 
se o aprendiz não tem um objetivo nessa navegação ele pode ficar 
perdido. Se a informação obtida não é posta em uso, se ela não é 
Claretiano - Centro Universitário
161© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
trabalhada pelo professor, não há nenhuma maneira de estarmos 
seguros de que o aluno compreendeu o que está fazendo. Nesse 
caso, cabe ao professor suprir essas situações para que a constru-
ção do conhecimento ocorra.
O uso da Internet como fonte de informação demonstra que a ação 
que o aluno realiza é a de escolher entre opções oferecidas. Ele 
não está descrevendo o que pensa, mas decidindo entre várias pos-
sibilidades oferecidas pela web. Uma vez escolhida uma opção, o 
computador apresenta a informação disponível e o aprendiz pode 
refletir sobre ela. Com base nessas reflexões, o aluno pode sele-
cionar outras opções, provocando idas e vindas entre tópicos de 
informação e, com isso, navegar pela web. 
Para que você compreenda melhor, acesse o site de busca 
<www.google.com.br> e faça uma rápida pesquisa sobre algum 
tema do seu interesse. Ainda utilizando o Google, encontre ou-
tros sites de busca, a fim de utilizá-los em futuras pesquisas. Digi-
te palavras-chave no campo de busca, tais como: "site de busca", 
"busca" etc.
10. USO DE SOFTWARES EM SALA DE AULA
Inicialmente, é fundamental que o professor conheça os 
softwares que pretende utilizar para problematizar os conteúdos 
curriculares. Isso é requisito básico para que ele possa propor boas 
situações de aprendizagem utilizando os computadores. Por isso, 
cada software deve ser explorado antecipadamente pelos profes-
sores, com o objetivo de identificar as possibilidades de trabalho 
pedagógico.
É importante relembrar que software é qualquer programa 
ou grupo de programas (inclusivesistemas operacionais, proces-
sadores de texto e programas aplicativos em geral) que instrui o 
computador sobre como ele deve executar uma tarefa.
É necessário se preocupar com a qualidade da interação com 
as informações, pois estas variam em função do tipo de programa. 
Além disso, cada software pode ter diferentes possibilidades de 
© Tecnologia da Informação e da Comunicação162
utilização no processo de ensino-aprendizagem. É importante ob-
servar que utilizar um só tipo de programa com os alunos pode ser 
pouco desafiador.
Por conseguinte, é necessário refletir sobre as possibilidades 
de cada software em relação aos diferentes momentos de apren-
dizagem, pois quanto mais conhecimento o aluno tiver sobre o 
conteúdo de aprendizagem e o programa, mais ele poderá explo-
rar os recursos do software.
Para concluir, é importante lembrar que o uso de um 
software não é condição suficiente para garantir a aprendizagem 
dos conteúdos curriculares em sala de aula. O professor deve cum-
prir um papel importante, estimulando a curiosidade e o desejo 
de aprender, estabelecendo relações, comentando, dando infor-
mações e criando novos problemas para que os desafios sejam 
superados.
11. TEXTO COMPLEMENTAR
Como você pôde observar, nesta unidade, abordamos espe-
cificamente a potencialidade de se incorporar o uso da internet no 
processo educativo.
A esse respeito, mais uma vez, citaremos José Manuel Mo-
ran, que muito tem contribuído para fortalecer e aprofundar as 
discussões sobre a utilização das TICs na escola.
Em uma entrevista concedida ao Portal Educacional, o au-
tor apresenta suas ideias sobre o uso da internet na educação, 
fundamentando-se na perspectiva de aprendizagem colaborativa 
e evidenciando a necessidade da interação humana para que a in-
formação possa circular e o aprender se torne mais significativo.
A internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da 
complexidade de aprender –––––––––––––––––––––––––––––
"A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do 
aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo 
Claretiano - Centro Universitário
163© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
com experiências reais". A tecnologia é tão-somente um "grande apoio", uma 
âncora, indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita 
o naufrágio. "A Internet traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, 
saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com 
qualidade" [...].
A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma co-
laborativa, entre alunos e professores. Continua a caber ao professor dois 
papéis: "ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma com-
preensão maior da vida". [...]
Os educadores que não quiserem se lançar ao mar, muito apegados à terra 
firme, poderão ficar a ver navios. Mas não há mais porto seguro: o oceano de 
informações que a Internet disponibiliza aos alunos obrigará os professores 
a se atualizar constantemente e a se preparar para lidar com as múltiplas 
interpretações da realidade. (CASIMIRO in MORAN, 2011).
Moran pondera que a inserção da tecnologia por si só não resolve os problemas 
educacionais, uma vez que urgente e necessário é que haja uma mudança no 
referencial da educação existente. Veja o que ele diz:
O importante é mudar o modelo de educação porque aí, sim, as tecnologias 
podem servir-nos como apoio para um maior intercâmbio, trocas pessoais, 
em situações presenciais ou virtuais. Para mim, a tecnologia é um grande 
apoio de um projeto pedagógico que foca a aprendizagem ligada à vida.
[...] A tecnologia entra como um apoio, mas o essencial é estabelecer rela-
ções de parceria na aprendizagem. Aprende-se muito mais em uma relação 
baseada na confiança, em que alunos e professores possam se expressar. 
Criar e gerenciar esse ambiente é muito mais importante que definir tecno-
logias. Embora eu trabalhe com elas, noto que o foco está na interação hu-
mana, presencial ou virtual. Preocupa-me muito a dificuldade que temos em 
estabelecer relações participativas, porque todos nós carregamos estruturas 
tremendamente autoritárias, sendo submissos ou dominadores, e reproduzi-
mos isso na escola. A cultura da imposição, do controle, é talvez a barreira 
mais difícil de derrubar no processo pedagógico (MORAN, 2011).
O autor, em vários artigos e entrevistas, menciona que a apropriação e inserção 
das novas tecnologias no processo educativo exige que o professor vença as 
resistências e a dificuldade em trabalhar com esse elemento da contemporanei-
dade.
Entretanto, Moran também afirma que os alunos costumam se apresentar mais 
familiarizados com as ferramentas tecnológicas existentes. Veja, em sua fala, as 
considerações que ele faz sobre o assunto:
Ele [o aluno] é privilegiado na relação que tem com a tecnologia. Ele apren-
de rapidamente a navegar, sabe trabalhar em grupo e tem certa facilidade 
de produzir materiais audiovisuais. Por outro lado, o aluno tem dificuldade 
de mudar aquele papel passivo, de executor de tarefas, de devolvedor de 
informações. Na prática, acaba assumindo um papel bastante passivo em 
relação às suas reais potencialidades. O aluno tem capacidade de ir muito 
além, ele está pronto. Porém, a escola impõe modelos autoritários, voltando 
ao começo, quando o professor controlava e o aluno executava. E isso não 
o motiva. Por isso, a mudança mais séria deve vir mesmo dos professores. 
O novo professor dialoga e aprende com o aluno. Isso pressupõe uma certa 
humildade que nos custa como adultos a ter. Nós queremos ter a última pa-
lavra (MORAN, 2011).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Tecnologia da Informação e da Comunicação164
12. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar seu de-
sempenho no estudo desta unidade:
1) Como a internet contribui para a aprendizagem de nossos alunos, no sentido 
de ajudá-los a construírem o conhecimento?
2) O que o uso do hipertexto traz de inovador para a aprendizagem?
3) Segundo Moran (2010), que expectativas devemos ter com relação às novas 
tecnologias na educação?
4) Moran (2011) afirma que existe um paradoxo no que se refere ao uso das 
tecnologias educacionais. Ele afirma que:
Há uma quantidade de informação quase inesgotável acessível pela Internet. 
Por outro lado, quando se é confrontado com esse volume de informação, há 
a tendência de dedicar menos tempo à análise pela compulsão de navegar e 
descobrir novas páginas.
5) Segundo o autor, como essa situação pode ser resolvida?
6) De que forma utilizar os ambientes virtuais integrados ao processo pedagó-
gico?
13. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos, enfim, ao final da nossa obra! Neste estudo, foi 
importante você ter aprendido que a inserção das inovações tec-
nológicas só tem sentido na escola se resultar em melhoria da qua-
lidade do ensino. A simples presença de TICs na escola não é por 
si só garantia de sucesso na aprendizagem dos alunos, pois a apa-
rente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado 
na recepção e na memorização de informações.
É importante refletir sobre o fato de que haver em sala de 
aula o aparato tecnológico não garante mudanças na forma de 
ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o 
ambiente de aprendizagem, propiciando a construção de conheci-
mentos por meio de uma atuação crítica, ativa e criativa por parte 
de alunos e professores.
Claretiano - Centro Universitário
165© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
Dessa forma, se compreendemos a escola como um local de 
socialização do saber, de construção do conhecimento, de troca de 
experiências, de discussão e de elaboração de uma nova socieda-
de, é fundamental que façamos uma discussão em conjunto com 
a comunidade escolar sobre as possibilidades de utilização dos re-
cursos tecnológicos na escola. Isso certamente irá transformar o 
ambiente escolar em um espaço mais rico de oportunidades,com 
vistas à efetivação de uma inclusão cidadã.
Não se esqueça, futuro educador, de que a maioria das experiên-
cias com o uso de tecnologias informacionais na escola está apoiada 
em uma concepção tradicional de ensino e aprendizagem. Esse fato 
deve alertar para a importância da reflexão sobre qual é a educação 
que queremos oferecer aos nossos alunos, para que a incorporação 
da tecnologia não seja apenas o antigo travestido de moderno.
Vimos, também, que a educação não pode ficar alienada em 
relação ao momento que estamos vivendo, uma vez que mudar é 
a palavra de ordem na sociedade atual.
Nesse sentido, a inserção de TICs na escola deve mudar a 
forma como aprendemos, pois a função social deverá ser a de for-
mar cidadãos criativos, críticos e preparados para a sociedade do 
conhecimento e da informação.
Por fim, desejamos que as TICs possam contribuir para a 
construção de um projeto de inovação curricular e tecnológica, 
objetivando a construção de uma sociedade melhor para todos.
14. E-REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. B. de. Prática e formação de professores na integração de mídias. 
Disponível em: <http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/
texto19.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2011a.
______. Tecnologia na escola: criação de redes de conhecimentos. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/2sf.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2011b.
BRASIL. O que o uso de textos e hipertextos traz de inovador para a aprendizagem? Disponível 
em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 3 jun. 2011.
© Tecnologia da Informação e da Comunicação166
CRUVINEL, O. V. Novas tecnologias e o currículo escolar. Disponível em: <http://
www.fucamp.edu.br/wp-content/uploads/2010/10/Artigo-10-Of%C3%A9lia-Novas-
tecnologias-e-o-curr%C3%ADculo-escolar.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2010.
MORAN, J. M. A internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade 
de aprender. In: PORTAL EDUCACIONAL. Entrevistas. Disponível em: <http://www.
educacional.com.br/entrevistas/entrevista0025.asp>. Acesso em: 14 abr. 2011.
OKADA, A.; SANTOS, E. O. A construção de ambientes virtuais de aprendizagem: por 
autorias plurais e gratuitas no ciberespaço. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 26., 2003, 
Poços de Caldas. Anais... Poços de Caldas, 2003. Disponível em: <http://www.anped.org.
br/26/trabalhos/edmeaoliveiradossantos.pdf>. Acesso em: 3 jan. 2006.
DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA. Cibercultura. Disponível em: <http://
www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=cibercultura>. Acesso em: 8 maio 2011. 
SILVA, M. Internet na escola e inclusão. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/2sf.pdf >. Acesso em: 12 jan. 2011.
UFRGS – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Programa de Pós-graduação 
em Informática na Educação. Glossário técnico. Disponível em: <http://www.pgie.ufrgs.br/
alunos_espie/espie/silviab/public_html/espieufrgs/glossario.html>. Acesso em: 11 jan. 2011.
VALENTE, J. A. Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computador. O papel do 
computador no processo ensino-aprendizagem. In: ALMEIDA, M. E. B. de.; MORAN, J. M. 
(Orgs.). Integração das tecnologias na educação. Brasília: MEC/SEAD, 2005. Disponível 
em: <http://tvescola.mec.gov.br/images/stories/publicacoes/salto_para_o_futuro/
livro_salto_tecnologias.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2011.
VIGGIANO, A. R. O ciberespaço enquanto ambiente informal de aquisição e competências. 
Disponível em: <http://www.et.cefetmg.br/permalink/a0922e35-14cd-11df-b95f-
00188be4f822.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2011.
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGNER. O professor dinossauro e o uso da internet. Recreio. Revista Pátio, ano XI, n. 44, 
p. 66, nov. 2007/jan. 2008.
ALMEIDA, M. Prática e Formação de Professores na Integração de Mídias, Série Pedagogia 
de Projetos e Integração de Mídias - Programa Salto para o Futuro, Setembro, 2003.
BEHRENS, M. A. A formação pedagógica e os desafios do mundo moderno. In: GIBSON, 
W. Neuromancer. New York: Ace Books, 1984.
CARRAHER, D. O papel do computador na aprendizagem. Revista Educação e Informática, 
São Paulo, v. 3, n. 5, 1992.
D’AMBROSIO, U. (Org.). Ciências, informática e sociedade. Brasília: UnB, 1994.
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3 ed. Curitiba: 
Positivo, 2004.
GREENFIELD, P. M. O desenvolvimento do raciocínio na era da eletrônica: os efeitos da TV, 
computadores e videogames. [Título original: Mind and media: the effects of television, 
computers and video games]. Tradução de Cecília Bonamine. 2. ed. São Paulo: Summus, 1988.
Claretiano - Centro Universitário
167© U5 - Internet e Softwares: Criando Redes de Conhecimento
JOHNSON, S. A cultura da interface: como o computador transforma nossa maneira de 
criar e de comunicar. Tradução de Maria L. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
KENSKI, V. M. Comunidades de aprendizagem: em direção a uma novasociabilidade
na educação. In: Revista de Educação e Informática Acesso. SEED/SP, n.15, Dez,
2001.
LEVY, P. O que é o virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 1996.
______. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. 
Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
LITTO, F. M. A escola do futuro e as novas tecnologias aplicadas à educação. Revista 
Educação e Informática, São Paulo: FDE/SEC, dez. 1992.
LUCENA, M. Um modelo de escola aberta na internet: kidlink no Brasil. Rio de Janeiro: 
Brasport, 1997.
MACHADO, A. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: 
Edusp, 1993.
MAGDALENA, B. C. Internet em sala de aula: com a palavra, os professores. Porto Alegre: 
Artmed, 2003. 
MASETTO, M. (Org.). Docência na universidade. Campinas: Papirus, 1998.
______. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1999.
______. Projetos de aprendizagem colaborativa com tecnologia interativa. In: MORAES, 
M. C. O paradigma educacional emergente. 3. ed. Campinas: Papirus, 1997.
MORAN, J. M.; MASETTO, M.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 
Campinas: Papirus, 2000.NEGROPONTE, N. A vida digital. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1995.
NIQUINI, D. P. Informática na educação: implicações didático-pedagógicas e construção 
do conhecimento. Brasília: Universal, 1996.
SANTOS, E. O. Articulação de saberes na EAD on-line: por uma rede interdisciplinar 
e interativa de conhecimentos em ambientes virtuais de aprendizagem. In: SILVA, M. 
(Org.). Educação on-line. São Paulo: Loyola, 2003.
SCHAFF, A. A sociedade informatizada. São Paulo: Brasiliense, 1992.
SIQUEIRA, E. O desafio da informatização da escola. Revista Educação e Informática, São 
Paulo: FDE/SEC, jan. 2008.
SILVA, M. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000.
SOARES, I. de O. Educomunicação: um campo de mediações. Revista Comunicação e 
Educação. ECA USP, n. 19, 2000.
TAIJRA, S. F. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 1998.
VALENTE, J. A. O uso inteligente do computador na educação. Revista Pedagógica Pátio, 
Porto Alegre, v. 1, n. 1, jul. 1997.
Claretiano - Centro Universitário

Mais conteúdos dessa disciplina