Buscar

GF - Sistema financeiro nacional indd

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sistema 
Financeiro
Nacional
Sistema
Financeiro
Nacional
Sandro Wollenhaupt
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que 
é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia autorização da Editora da ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº .610/98 e 
punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
Sandro Wollenhaupt é mestre em Administração pela Universidade 
Fernando Pessoa de Portugal/Universidade do Vale do Itajaí, especialista 
em Estratégia Empresarial pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) 
e bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade do Vale do Rio dos 
Sinos (Unisinos). É professor de graduação e pós-graduação nas áreas 
de Economia e Finanças.
Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero - ULBRA/Canoas
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 W864s Wollenhaupt, Sandro.
 Sistema fi nanceiro nacional / Sandro Wollenhaupt. – Canoas :
 Ed. ULBRA, 2011. 
 112p.
 
1. Sistema fi nanceiro. 2. Mercado de capitais. 3. Economia. 
 I. Título. 
 
 CDU: 330
Conselho Editorial EAD
Dóris Cristina Gedrat (coordenadora)
Mara Lúcia Machado
José Édil de Lima Alves
Astomiro Romais
Andrea Eick
André Loureiro Chaves
Cátia Duizith
Dados técnicos do livro
Fontes: Minion Pro, Offi cina Sans
Papel: off set 90g (miolo) e supremo 240g (capa)
Medidas: 15x22cm
Projeto Gráfi co: Humberto G. Schwert
Editoração: Roseli Menzen
Capa: Juliano Dall’Agnol
Supervisão de Impressão Gráfi ca: Edison Wolf
Gráfi ca da ULBRA
Janeiro/2012
ISBN 
Sumário
 Apresentação .............................................................. 7
1 | Economia e fi nanças: conceitos básicos .......................... 9
2 | Sistema Financeiro Nacional: segmentos normativo 
e supervisor ............................................................. 23
3 | Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo .......... 39
4 | Mercado de Capitais ................................................... 53
5 | Abertura de capital e avaliação de ações ....................... 67
6 | Gestão baseada em valor ........................................... 77
7 | Mercado de câmbio .................................................... 87
8 | Sistema Financeiro Internacional ................................. 99
Apresentação
Estimados alunos!
O objetivo principal desta etapa é proporcionar a vocês conhecimentos 
necessários do Sistema Financeiro Nacional, Internacional e dos Mercados de 
Câmbio e de Capitais, envolvendo principalmente suas estruturas e os órgãos 
que os compõem. Serão estudados assuntos envolvendo o processo de abertura 
de capital de um empresa e modelos de gestão voltados à geração de riqueza 
para o acionista.
Ao final de cada capítulo, algumas perguntas são apresentadas para fixar 
os conceitos, e uma referência bibliográfica comentada é sugerida para maior 
aprofundamento.
Espero que os objetivos propostos à disciplina sejam alcançados e que os 
assuntos aqui tratados passem a ser de domínio permanente de vocês, futuros 
profissionais do mercado.
Boa leitura.
Sandro Wollenhaupt
1
Economia e finanças: 
conceitos básicos
A economia está presente no dia a dia de todas as pessoas. Para que 
possamos compreendê-la, é necessário conhecer alguns conceitos fundamentais. 
Segundo Lagioia (2009), o Estado exerce sua atividade através de uma série 
de medidas conhecidas como políticas econômicas, objetivando promover 
o desenvolvimento econômico, garantir o pleno emprego e sua estabilidade, 
equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o exterior, a 
estabilidade de preços e o controle da inflação, e promover a distribuição das 
riquezas e das rendas. Neste capítulo vamos analisar a importância da política 
econômica na intermediação financeira.
1.1 Política econômica
Para Lagioia (2009), dependendo dos seus objetivos, a política econômica 
pode ser chamada de:
• estrutural – quando visa modificar a estrutura econômica do país, 
chegando a regular o funcionamento dos mercados, extinguir ou criar 
empresas públicas e alterar a distribuição de renda;
• de estabilização conjuntural – quando objetiva administrar uma 
depressão econômica, combater a inflação e a escassez de produtos;
10 Economia e fi nanças: conceitos básicos
• de expansão – quando visa à manutenção ou à aceleração do 
desenvolvimento econômico.
As principais políticas econômicas pelo Estado são:
• política monetária;
• política fiscal;
• política cambial e comercial;
• política de rendas.
Os objetivos fundamentais destas políticas devem se identificar com a política 
econômica global do governo.
1.1.1 Política monetária
Ela pode ser definida como o controle da oferta da moeda e das taxas de juros 
que garantem a liquidez ideal de cada momento econômico. A política monetária 
tem como objetivo controlar a oferta de moeda na economia. Determinar a 
quantidade de moeda (dinheiro) na economia é função do Conselho Monetário 
Nacional – CMN, com participação do Banco Central do Brasil – Bacen. Ao 
determinar a quantidade de dinheiro, tem-se a formação da taxa de juros, ou 
seja, a taxa de juro pode ser simplificadamente interpretada como sendo o 
“preço do dinheiro”.
Num sistema econômico, a moeda representa os meios de pagamentos. 
Estes, na sua forma mais líquida, podem ser representados pelo papel-moeda 
e pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Tanto as cédulas e as moedas 
metálicas quanto os valores existentes em contas bancárias representam os 
meios de pagamentos.
No Brasil, a política monetária tem sido conduzida com base no regime 
de metas de inflação, em que a autoridade monetária orienta suas decisões de 
acordo com os valores realizados e projetados para a inflação, analisando diversos 
cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam 
a dinâmica dos preços.
11Economia e fi nanças: conceitos básicos
A política monetária, ao controlar os meios de pagamentos, está visando 
estabilizar o nível de preços geral da economia. Os governos que necessitam 
diminuir a taxa de inflação reduzem a oferta monetária e aumentam a taxa 
de juros. Esse mecanismo controla os níveis de preços. Mas, se a taxa de juros 
permanece elevada por um período longo, a economia pode deixar de ter um 
crescimento econômico, redundando, assim, em baixos níveis de emprego.
O Bacen pode alterar os meios de pagamento (oferta de moeda) utilizando-
se de quatro instrumentos:
• operação de mercado aberto ou open market – designação genérica 
de qualquer mercado de livre acesso. No Brasil este termo é utilizado, 
restritamente para o conjunto de operações realizadas com títulos de 
emissão do governo, normalmente de curto prazo e utilizado como 
instrumento de política monetária. Através das operações de “open 
market” as autoridades monetárias procuram manter o controle dos 
meios de pagamento do sistema econômico;
• depósito compulsório – são depósitos sob a forma de reservas 
bancárias que cada banco comercial é obrigado legalmente a manter 
junto ao Banco Central. É calculado como um percentual sobre os 
depósitos à vista nos bancos comerciais. Quanto maiores os depósitos 
compulsórios, maior o nível de reservas obrigatórias dos bancos junto 
ao Banco Central. Os recursos destinados aos empréstimos sofrem 
uma diminuição e provocam com isso a criação de moeda bancária 
(valores depositados nos bancos). A taxa de juros sofre um aumento, 
sendo o inverso também verdadeiro. Para diminuir a liquidez do 
Sistema Financeiro, o Banco Central eleva a taxa de compulsório. Com 
menos recurso para emprestar dos bancos comerciais, o crescimento 
da economia como um todo é afetado;
• operações de redescontoou empréstimo de liquidez – é um 
empréstimo que o Bacen fornece aos bancos para atender às suas 
necessidades momentâneas de caixa. A taxa cobrada sobre esses 
empréstimos é chamada de taxa de redesconto. Um aumento da taxa de 
redesconto indica que os bancos sofrerão maiores custos, caso tenham 
problema de liquidez. Neste caso, as instituições irão aumentar suas 
reservas e diminuir o crédito, aumentando o custo para se obter meios 
de pagamento, ou seja, a taxa de juros;
12 Economia e fi nanças: conceitos básicos
• controle e seleção do crédito – constituem um instrumento que 
impõe restrições ao livre funcionamento das forças de mercado, pois 
estabelece controles diretos sobre o volume e o preço do crédito. Tal 
contingenciamento do crédito pode ser feito por: controle do volume 
e destino do crédito; controle das taxas de juros; fixação de limites 
e condições dos créditos. Ele pode estender-se não só aos bancos 
comerciais, mas, também, às outras instituições financeiras não 
monetárias, atingindo outros passivos financeiros que não moeda.
Nas economias modernas, quem oferece moeda ao público são as autoridades 
monetárias, em função das necessidades dos agentes econômicos. O conjunto 
de moeda manual (ou moeda corrente), depósitos à vista (moeda escritural ou 
bancária) e quase-moedas formam os meios de pagamentos de uma economia. 
As quase-moedas são ativos que, apesar de não constituírem moeda, funcionam 
como moeda.
Constituem exemplos os depósitos a prazo as cadernetas de poupança, os 
bônus do Banco Central, títulos privados e outros títulos do governo federal, 
que podem ser transformados em moeda ao cabo de algum tempo.
Existem, portanto, vários conceitos de meios de pagamentos, dependendo 
das quase-moedas incluídas, como está explicitado a seguir:
• M0 = papel-moeda em poder do público (inclui as moedas metálicas 
e exclui a parte do papel-moeda guardada no caixa das autoridades 
monetárias e dos bancos, denominados encaixes bancários);
• M1 = M0 + os depósitos à vista nos bancos, ou moeda escritural; 
• M2 = M1 + fundos e depósitos especiais remunerados + títulos do 
governo em poder do público;
• M3 = M2 + depósitos das cadernetas de poupança;
• M4 = M3 + inclui os depósitos a prazo fixo (CDB/RDB) nas instituições 
financeiras e os demais títulos privados, como as Letras de Câmbio e 
Letras Hipotecárias, excluídos os títulos públicos e privados já incluídos 
nos Fundos de Curto Prazo.
13Economia e fi nanças: conceitos básicos
Os agregados M2, M3 e M4 são considerados quase-moedas, por não 
possuírem a mesma liquidez do papel-moeda (M0) e dos depósitos à vista. 
1.1.2 Política fiscal
O principal instrumento de política econômica do setor público refere-se 
à política fiscal. Esta, por sua vez, consiste na elaboração e organização do 
orçamento do governo, o qual demonstra as fontes de arrecadação e os gastos 
públicos a serem efetuados em um determinado período (exercício).
A política fiscal visa atingir a atividade econômica e assim alcançar dois 
objetivos inter-relacionados, a saber, estimular a produção, ou seja, o crescimento 
econômico, e combater, se for o caso, a elevada taxa de desemprego. 
Refere-se, portanto, a todos os instrumentos de que o governo dispõe para 
a arrecadação de tributos (política tributária) e o controle de suas despesas 
(política de gastos), ou seja, consegue alterar o volume das receitas e dos gastos 
públicos através dos instrumentos fiscais. Estes instrumentos são:
• impostos (receita) – os impostos podem ser classificados em duas 
categorias: impostos diretos – incidem diretamente sobre a renda 
e a propriedade das unidades familiares e das empresas. Exemplos: 
IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física), IRPJ (Imposto de Renda 
Pessoa Jurídica), IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), IPVA 
(Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e os impostos 
indiretos – são tributos que oneram as transações intermediárias e 
finais. São incorporados ao processo produtivo e, portanto, incidem 
indiretamente sobre o contribuinte (consumidor). Exemplos: ICMS 
(Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e ISS (Imposto 
sobre Serviços);
• despesas do governo (gastos) – as despesas do governo podem ser 
divididas em: consumo – gastos com salário, administração pública, 
funcionalismo civil e militar; transferências – benefícios pagos pelos 
institutos de previdência social, sob a forma de aposentadoria, salário-
escola, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); subsídios 
– são pagamentos feitas pelo governo a algumas empresas públicas ou 
14 Economia e fi nanças: conceitos básicos
privadas; investimentos – gastos com aquisição de novas máquinas, 
equipamentos, construção de estradas, pontes, infraestrutura;
• orçamento do governo – o resultado das operações de receita menos 
os gastos do setor público representam o orçamento do governo. Este 
saldo pode ser classificado em três esferas: orçamento equilibrado 
– ocorre quando o total das receitas em valores monetários de um 
determinado período for exatamente igual ao total de gastos em 
valores monetários; orçamento superavitário – as receitas superam 
os gastos em valores monetários em um determinado exercício 
do governo; orçamento deficitário – as receitas são inferiores aos 
gastos.
As políticas monetária e fiscal representam meios alternativos diferentes para 
as mesmas finalidades. A política econômica deve ser executada através de uma 
combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários.
1.1.3 Política cambial e comercial
São as políticas que atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo 
da economia. A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de 
câmbio. O governo, através do Banco Central, pode fixar a taxa de câmbio.
O mercado de câmbio (divisas) é formado pelos diversos agentes econômicos 
que compram e vendem moeda estrangeira conforme suas necessidades. Empresas 
que vendem mercadorias ou ações no exterior estão aumentando a oferta de moeda 
estrangeira, em particular o dólar, pois sua receita ocorre em moeda estrangeira. 
Empresas que compram bens ou ações no exterior estão demandando moeda 
estrangeira, pois seus gastos ocorrem em dólares. Neste sentido, o preço da moeda 
estrangeira em relação à moeda nacional é determinado neste mercado. Este preço 
é chamado de taxa de câmbio (R$/US$).
Se o câmbio estiver em R$ 2,50, significa que são necessários R$ 2,50 reais 
para comprar um dólar. Se este subir para R$ 3,00 por dólar, ocorreu uma 
desvalorização da moeda local (real) em relação à moeda estrangeira (dólar). 
O preço da moeda estrangeira elevou-se.
15Economia e fi nanças: conceitos básicos
Assim, se o preço sobe devido a um aumento da demanda por dólar, dizemos 
que ocorreu uma desvalorização do real frente ao dólar. Precisa-se de mais reais 
para comprar a mesma quantidade de dólares.
Se o preço desce devido a um aumento da oferta de dólares, dizemos que 
ocorreu uma valorização do real frente ao dólar. Menos reais serão necessários 
para comprar a mesma quantidade de dólares.
Cabe explicar que as relações econômicas, comerciais e financeiras dos 
agentes de determinado sistema econômico, como os agentes de outro sistema 
econômico (normalmente país), são registradas na Balança de Pagamentos. 
Eventuais déficits no Balanço de Pagamentos são decorrentes do fato de a 
entrada de divisas (dólares) ser inferior à saída de divisas. Este fato é resultado 
de dois desequilíbrios. O primeiro é que se importam bens e serviços menos 
do que se consegue exportar, resultando em uma saída de divisas maior do que 
a entrada. O segundo desequilíbrio é causado pelo lado financeiro, onde não 
se consegue atrair recursos (dólares) em quantidade suficiente para pagar as 
contas em dólar.
A política comercial diz respeito aos instrumentos e incentivos às exportações 
e/ou estímulos e desestímulos à importação, ou seja, refere-se aos estímulos fiscais 
(crédito-prêmio do ICMS, IPI, etc.) e creditícios (taxas dejuros subsidiadas) às 
exportações e ao controle das importações (via tarifas e barreiras quantitativas 
sobre importações).
1.1.4 Política de rendas
É a política que o governo exerce, estabelecendo controles diretos sobre a 
remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na economia, tais como 
salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários 
e finais. Os principais objetivos dessa política são: propiciar ganhos de poder 
aquisitivo aos salários, no caso de controle de outros preços; redistribuir a renda; 
garantir a renda mínima a determinados setores ou classes sociais; reduzir o 
nível das tensões inflacionárias, visando à estabilidade dos preços.
16 Economia e fi nanças: conceitos básicos
1.2 A intermediação financeira
A intermediação financeira é a atividade que tem a finalidade de viabilizar 
o atendimento das necessidades financeiras de curto, médio e longo prazos, 
manifestadas pelos agentes econômicos carentes de recursos, aplicando ao 
mesmo tempo o excedente monetário dos agentes superavitários, com mínimo 
de riscos.
Segundo Pinheiro (2005), as precondições para a existência da intermediação 
financeira são:
• superação do escambo;
• existência da moeda;
• excedente financeiro;
• bases institucionais para o funcionamento do mercado de intermediação 
financeira;
• existência de agentes econômicos dispostos a trocar ativos monetários 
por ativos financeiros, dados os riscos e ganhos reais possíveis.
A existência da intermediação financeira baseia-se nas imperfeições 
apresentadas pelo mercado que provocam a superioridade dos custos associados 
ao investimento direto nos mercados de valores quando comparados aos custos 
de intermediação.
Além disso, existem alguns fatores que inviabilizam a intermediação e afastam 
os ofertadores dos tomadores, como a falta de garantia, o volume de necessidade 
de capital e o prazo.
Cumprindo um papel importante na transformação de ativos financeiros, 
a intermediação financeira, através dessas transformações implica algumas 
funções econômicas, a saber:
• redução do risco mediante a diversificação;
• adequação às necessidades de emprestadores e tomadores;
• gestão do mecanismo de pagamentos.
17Economia e fi nanças: conceitos básicos
Os intermediários financeiros procuram compatibilizar as necessidades dos 
agentes superavitários e deficitários, minimizando ou até eliminando alguns 
problemas que dificultam as negociações, como, por exemplo, a importância 
dos prazos e dos riscos. A figura 1 apresenta o processo de intermediação 
financeira.
Figura 1 – Processo de intermediação financeira.
AGENTES ECONÔMICOS 
SUPERAVITÁRIOS
INTERMEDIÁRIOS 
FINANCEIROS
AGENTES ECONÔMICOS 
DEFICITÁRIOS
• Famílias
• Empresas
• Governo
• Famílias
• Empresas
• Governo
• Famílias
• Empresas
• Governo
Fonte: Pinheiro, 2005.
A renda oferecida pelo sistema de produção não é homogênea, e isso leva à 
existência de agentes superavitários (que têm excedentes de renda porque a renda 
é maior que o consumo e, assim, dispõem de poupança) e deficitários (que não 
dispõem de excedentes de renda porque o consumo é igual ou superior à renda), 
que necessitam de crédito para complementar suas necessidades de consumo.
Os agentes superavitários que desejam aplicar suas poupanças para maximizar 
ganhos recorrem ao mercado financeiro, investindo economias em títulos para 
receber ganho ao final de determinado período. Essa oferta de recursos pelos 
superavitários irá financiar as necessidades dos deficitários, que buscam o 
mercado financeiro para obter créditos para complementar sua renda. Com isso, 
podemos afirmar que o mercado financeiro transfere as poupanças dos agentes 
superavitários para os deficitários de uma economia.
Nas operações realizadas entre agentes superavitários e deficitários, 
nem sempre o montante que os ofertadores conseguem acumular é igual 
às necessidades dos demandantes de recursos. O fato de os intermediários 
financeiros captarem recursos de vários ofertadores possibilita que eles obtenham 
recursos suficientes para redistribuição, suprindo as necessidades de cada um 
de seus clientes (demandantes).
Um problema até então já solucionado pelos intermediários financeiros era 
o prazo das operações. Com a capacidade de represar os recursos canalizados 
pelos agentes superavitários e de multiplicar a moeda, transformando-a em 
18 Economia e fi nanças: conceitos básicos
crédito, formam um fundo com volume suficiente para aumentar os prazos de 
negociação. Com isso, torna-se possível oferecer prazos menores para quem está 
aplicando recursos e prazos maiores para quem está captando recursos.
O risco envolvido nas negociações entre agentes superavitários e deficitários 
também representa um grande problema, pois, geralmente, quem está aplicando 
seus recursos procura obter uma maior rentabilidade com o menor risco possível, 
e quem está tomando recursos procura obter o menor custo oferecendo um 
mínimo de garantias possível. Assim, cria-se uma incompatibilidade entre as 
necessidades de risco e, consequentemente de preços.
Os intermediários financeiros conseguem compatibilizar essas necessidades 
mediante a capacidade de:
• reduzir o risco por meio de conhecimento ou critério técnico para as 
pessoas que estão captando; 
• não concentrar todo o dinheiro em uma empresa ou pessoa somente 
(princípio da diversificação).
Assim, surge a necessidade de se estabelecerem pessoas e instituições 
especializadas na tarefa de conectar o tomador com o ofertador. Além disso, 
segundo Pinheiro (2005), a atuação dos intermediários financeiros traz diversos 
benefícios ao sistema econômico, entre eles:
• devido ao seu elevado grau de especialização e sofisticação, os 
intermediários financeiros podem oferecer produtos e serviços mais 
adequados para uma clientela diferenciada;
• ao conectar-se com vários ofertantes e tomadores de recursos, os 
intermediários podem aumentar a agilidade e reduzir custos através 
da escala com que trabalham;
• ao manejar um grande fluxo de informações sobre os ofertadores e os 
tomadores, os intermediários financeiros podem evitar a alocação de 
recursos de forma improdutiva; 
• os intermediários financeiros promovem a liquidez do mercado à 
medida que viabilizam o fluxo de negociação com ativos financeiros.
19Economia e fi nanças: conceitos básicos
Referência comentada
WALSH, Carl; STIGLITZ, Josephe. Introdução a macroeconomia. Rio de 
Janeiro: Campus, 2003. 
O livro Introdução à macroeconomia integra os recentes desenvolvimentos 
associados à inovação e à economia digital recorrendo a exemplos da nova 
economia. Além disso, a organização do livro foi aperfeiçoada, permitindo 
que um curso completo de macroeconomia seja dado recorrendo apenas 
aos primeiros 15 capítulos. Os restantes tratam de matéria opcional, que os 
professores poderão utilizar de acordo com o tempo disponível e os objetivos 
do curso. Conteúdo: Parte 1 – Introdução – Macroeconomia e a perspectiva 
econômica, Pensando como um economista, O sistema de preços, Famílias, 
empresas e resultados de mercado, Objetivos e indicadores macroeconômicos. 
Parte 2 – Macroeconomia do pleno emprego – O modelo de pleno emprego, 
Moeda, bancos e crédito, Finanças públicas e economia aberta no pleno 
emprego, Crescimento e produtividade. Parte 3 – Flutuações macroeconômicas – 
Introdução às flutuações macroeconômicas, Despesa agregada e renda, Demanda 
agregada e inflação, Inflação e desemprego, Papel da política macroeconômica, 
Política econômica na economia aberta. Parte 4 – O Sistema Financeiro – Guia do 
investimento para estudantes, Sistema Financeiro Internacional, Controvérsias 
de política macroeconômica, Política fiscal, déficits e superávits orçamentários, 
Desenvolvimento e transição.
Autoestudo
1. Relacione as colunas.
 a) Política fiscal ( ) Instrumento da política de relações comerciais 
e financeiras entre um país e o conjunto 
dos demais países, está fundamentalmente 
baseada na administraçãoda taxa de câmbio 
e no controle das operações cambiais.
20 Economia e fi nanças: conceitos básicos
b) Política monetária ( ) Os principais objetivos dessa política são: 
propiciar ganhos de poder aquisitivo aos 
salários, no caso de controle de outros 
preços; redistribuir a renda; garantir a 
renda mínima a determinados setores ou 
classes sociais; reduzir o nível das tensões 
inflacionárias, visando à estabilidade dos 
preços.
c) Política de rendas ( ) É a política de receitas e despesas dos governos 
federal, estaduais e municipais. Envolve a 
definição e a aplicação da carga tributária 
exercida sobre os agentes econômicos, bem 
como a definição dos gastos do governo. 
Quando as receitas são superiores à soma 
das despesas, diz-se que o governo tem 
um superávit fiscal primário e, caso sejam 
inferiores, um déficit fiscal primário.
d) Política cambial ( ) Conjunto de medidas adotadas pelo governo 
visando adequar os meios de pagamentos 
disponíveis às necessidades da economia do 
país. Uma das principais funções da política 
monetária é o controle da oferta de moeda 
e das taxas de juros, a fim de que sejam 
atingidos os objetivos da política econômica 
do governo. A atuação do governo procura 
regular a moeda circulante no mercado 
financeiro, o que ocasiona reflexos nas taxas 
de juros.
2. A intermediação financeira é a atividade que tem a finalidade de 
viabilizar o atendimento das necessidades financeiras de curto, médio 
e longo prazos, manifestadas pelos agentes econômicos carentes de 
recursos, aplicando ao mesmo tempo o excedente monetário dos agentes 
superavitários, com o mínimo de riscos. A partir disso, quais são as 
precondições para a existência da intermediação financeira?
21Economia e fi nanças: conceitos básicos
3. Quais são as funções econômicas da intermediação financeira?
4. Que precondições são necessárias para a existência da intermediação 
financeira?
Respostas:
1. d, c, a, b.
2. a) superação do escambo; b) existência da moeda; c) excedente 
financeiro; d) bases institucionais para o funcionamento do mercado 
de intermediação financeira; e) existência de agentes econômicos 
dispostos a trocar ativos monetários por ativos financeiros, dados os 
riscos e ganhos reais possíveis.
3. a) redução do risco mediante a diversificação; b) adequação às 
necessidades de emprestadores e tomadores; c) gestão do mecanismo 
de pagamentos.
4. a) superação do escambo; b) existência da moeda; c) excedente 
financeiro; d) bases institucionais para o funcionamento do mercado 
de intermediação financeira; e) existência de agentes econômicos 
dispostos a trocar ativos monetários por ativos financeiros, dados os 
riscos e ganhos reais possíveis.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de administração 
fi nanceira. São Paulo: Atlas, 2008. 
LAGIOIA, Umbelina C. T. Fundamentos do Mercado de Capitais. São Paulo: 
Atlas, 2009.
PINHEIRO, J. L. Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas. São Paulo: 
Atlas, 2005.
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2003.
2
Sistema Financeiro Nacional: 
segmentos normativo e supervisor
Para avaliar o grau de desenvolvimento de um determinado país, há vários 
indicadores econômicos. Um deles, sem dúvida alguma, é o tamanho e a 
diversificação de seu Sistema Financeiro. Um Sistema Financeiro forte e bem 
diversificado é uma condição necessária para atrair as poupanças das unidades 
superavitárias, sejam estas nacionais ou estrangeiras. É nesse contexto que vamos 
descrever a atual estrutura do Sistema Financeiro Nacional, começando pelos 
antecedentes históricos até os órgãos que compõem o segmento normativo.
2.1 Antecedentes históricos 
A história do Sistema Financeiro organizado no Brasil é muito recente. Isso 
poderia ser explicado pela tendência estatizadora que remonta à cultura colonial 
portuguesa escravista. O primeiro Banco do Brasil foi fundado em 1808 com a 
vinda da família real portuguesa para o Brasil, vindo a falir em 1829. O Império 
não sobreviveu ao impacto do término da escravatura em 1888. Não obstante, 
os primeiros governos republicanos foram militares, mantendo a cultura de 
poder do Estado.
Após a Primeira Grande Guerra, acentuou-se o pensamento nacionalista 
que daria origem à liderança de Getúlio Vargas, por três décadas, incluindo 
uma tomada revolucionária do poder. O Brasil começava sua industrialização, 
24 Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
mas permanecia basicamente um exportador de café. Os grandes projetos de 
industrialização foram viabilizados com investimentos estatais, destacando-
se Petrobras, Companhia Siderúrgica Nacional e Rede Ferroviária Federal. 
Relembre-se que, com a criação do monopólio estatal do petróleo, a única 
refinaria privada existente no Rio de Janeiro, a Refinaria de Manguinhos, foi 
excepcionalmente autorizada a funcionar, mas proibida de expandir seu volume 
de refino.
Antes da década de 1960, os brasileiros investiam principalmente em ativos 
reais (imóveis), evitando aplicações em títulos públicos ou privados. A um 
ambiente econômico de inflação crescente – principalmente a partir do final da 
década de 1950 – se somava uma legislação que limitava em 12% ao ano a taxa 
máxima de juros, a chamada Lei da Usura, também limitando o desenvolvimento 
de um Mercado de Capitais ativo. 
Essa situação começa a se modificar quando o governo que assumiu o 
poder em abril de 1964 iniciou um programa de grandes reformas na economia 
nacional, dentre as quais figurava a reestruturação do mercado financeiro, 
quando diversas novas leis foram editadas. 
Entre aquelas que tiveram maior importância para o Mercado de Capitais 
podemos citar a Lei n. 4.537/64, que instituiu a correção monetária, através da 
criação das ORTN, a Lei n. 4.595/64, denominada Lei da Reforma Bancária, 
que reformulou todo o sistema nacional de intermediação financeira e criou 
o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central e, principalmente, a Lei n. 
4.728, de 14/4/1965, primeira Lei de Mercado de Capitais, que disciplinou esse 
mercado e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento.
A introdução da legislação acima referida resultou em diversas modificações 
no mercado acionário, tais como: a reformulação da legislação sobre bolsa de 
valores, a transformação dos corretores de fundos públicos em sociedades 
corretoras, forçando a sua profissionalização, a criação dos bancos de 
investimento, a quem foi atribuída a principal tarefa de desenvolver a indústria 
de fundos de investimento.
Com a finalidade específica de regulamentar e fiscalizar o mercado de valores 
mobiliários, as bolsas de valores, os intermediários financeiros e as companhias 
de capital aberto, funções hoje exercidas pela CVM, foi criada uma diretoria no 
Banco Central – Diretoria de Mercado de Capitais.
25Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
Ao mesmo tempo, foram introduzidos alguns incentivos para a aplicação 
no mercado acionário, dentre as quais destacamos os Fundos 157, criados 
pelo Decreto Lei n. 157, de 10/2/1967. Estes fundos eram uma opção dada aos 
contribuintes de utilizar parte do imposto devido, quando da Declaração do 
Imposto de Renda, em aquisição de quotas de fundos de ações de companhias 
abertas administrados por instituições financeiras de livre escolha do 
aplicador.
Com o grande volume de recursos carreados para o mercado de acionário, 
principalmente em decorrência dos incentivos fiscais criados pelo governo 
federal, houve um rápido crescimento da demanda por ações pelos investidores, 
sem que houvesse aumento simultâneo de novas emissões de ações pelas 
empresas. Isso desencadeou o boom da Bolsa do Rio de Janeiro, quando, entre 
dezembro de 1970 e julho de 1971, houve uma forte onda especulativa e as 
cotações das ações não pararam de subir.
Após alcançar o seu ponto máximo em julho de 1971, iniciou-se um processo 
de realização de lucros pelos investidores mais esclarecidos e experientes que 
começarama vender suas posições. O quadro foi agravado progressivamente 
quando novas emissões começaram a chegar às bolsas, aumentando a oferta de 
ações, em um momento em que muitos investidores, assustados com a rapidez 
e a magnitude do movimento de baixa, procuravam vender seus títulos.
O movimento especulativo, conhecido como “boom de 1971”, teve curta 
duração, mas suas consequências foram vários anos de mercado deprimido, pois 
algumas ofertas de ações de companhias extremamente frágeis e sem qualquer 
compromisso com seus acionistas, ocorridas no período, geraram grandes 
prejuízos e mancharam de forma surpreendentemente duradoura a reputação 
do mercado acionário. 
Apesar disso, notou-se uma recuperação das cotações, a partir de 1975, devido 
a novos aportes de recursos (as reservas técnicas das seguradoras, os recursos 
do Fundo PIS/Pasep, adicionais do Fundo 157 e a criação das Sociedades de 
Investimento, Decreto Lei n. 1.401, para captar recursos externos e aplicar no 
mercado de ações), além de maiores investimentos por parte dos fundos de 
pensão.
Ao longo do tempo, vários outros incentivos foram adotados, visando 
incentivar o crescimento do mercado, tais como: a isenção fiscal dos ganhos 
26 Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
obtidos em bolsa de valores, a possibilidade de abatimento no Imposto de Renda 
de parte dos valores aplicados na subscrição pública de ações decorrentes de 
aumentos de capital e programas de financiamento a juros subsidiados efetuados 
pelo BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social aos 
subscritores de ações distribuídas publicamente.
Foi dentro desse quadro de estagnação e tentativa de recuperação do mercado 
acionário que, em 1976, foram introduzidas duas novas normas legais, ainda 
em vigor: a Lei n. 6.404/1976, nova Lei das Sociedades Anônimas que visava 
modernizar as regras que regiam as sociedades anônimas, até então reguladas por 
um antigo Decreto-Lei de 1940 e a Lei n. 6.385/76, segunda Lei do Mercado de 
Capitais que, entre outras inovações, que criou a CVM e introduziu no mercado 
uma instituição governamental destinada exclusivamente a regulamentar e 
desenvolver o Mercado de Capitais, fiscalizar as bolsas de valores e as companhias 
abertas. 
Não obstante todos esses incentivos, o Mercado de Capitais não teve o 
crescimento esperado, ainda que em alguns momentos tenha havido um aumento 
na quantidade de companhias abrindo seu capital e um volume razoável de 
recursos captados pelas empresas através de ofertas públicas de ações tenha 
ocorrido durante a década de 1980.
Apesar da experiência pioneira para atrair capitais externos para aplicação 
no Mercado de Capitais brasileiro, representada pelo Decreto-Lei n. 1.401/76, 
o processo de internacionalização do mercado chega ao país no final da década 
de 1980, sendo seu marco inicial a edição da Resolução do CMN n. 1.289/87 
e seus anexos.
A partir de meados da década de 1990, com a aceleração do movimento de 
abertura da economia brasileira, aumenta o volume de investidores estrangeiros 
atuando no Mercado de Capitais brasileiro. Além disso, algumas empresas 
brasileiras começam a acessar o mercado externo através da listagem de suas 
ações em bolsas de valores estrangeiras, principalmente a New York Stock 
Exchange, sob a forma de ADRs – American Depositary Reciepts com o objetivo 
de se capitalizar através do lançamento de valores mobiliários no exterior. 
Ao listar suas ações nas bolsas americanas, as companhias abertas brasileiras 
foram obrigadas a seguir diversas regras impostas pela SEC – Securities and 
Exchange Commission, órgão regulador do Mercado de Capitais norte-
27Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
americano, relacionadas a aspectos contábeis, de transparência e divulgação de 
informações, os chamados “princípios de governança corporativa”. 
A partir daí, as empresas brasileiras começam a ter contato com acionistas 
mais exigentes e sofisticados, acostumados a investir em mercados com práticas 
de governança corporativa mais avançadas que as aplicadas no mercado 
brasileiro. Ao número crescente de investidores estrangeiros soma-se uma maior 
participação de investidores institucionais brasileiros de grande porte e mais 
conscientes de seus direitos.
Com o passar do tempo, o Mercado de Capitais brasileiro passou a perder 
espaço para outros mercados devido à falta de proteção ao acionista minoritário 
e a incertezas em relação às aplicações financeiras. A falta de transparência na 
gestão e a ausência de instrumentos adequados de supervisão das companhias 
influenciavam a percepção de risco e, consequentemente, aumentavam o custo 
de capital das empresas.
Algumas iniciativas institucionais e governamentais foram implementadas 
nos últimos anos com o objetivo de revitalizar o mercado brasileiro de capitais, 
aperfeiçoando a sua regulamentação, e assegurando maior proteção ao investidor 
e a melhoria das práticas de governança das empresas brasileiras. Destacam-se 
entre elas a aprovação da Lei n. 10.303/01 e a criação do Novo Mercado e dos 
Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa pela Bolsa de Valores de São Paulo 
(Bovespa).
2.1.1 A Reforma da Lei das Sociedades Anônimas
A Lei n. 6.404/76 passou por uma reforma significativa em 2001, empreendida 
pela Lei n. 10.303, de 31 de outubro. As alterações ocorridas tocam em alguns 
temas fundamentais do direito societário, em especial no que diz respeito às 
companhias abertas. Dentre os mais importantes, citaríamos os seguintes:
• nova proporção entre ações ordinárias e preferenciais (art. 15, §2º);
• alteração no regime de preferências e vantagens atribuídas às ações 
preferenciais (art. 17);
• reforço da disciplina relativa aos acordos de acionistas (art. 118, §§ 
6º a 11); 
28 Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
• retorno do direito dos titulares de ações ordinárias à oferta pública 
obrigatória quando da alienação de controle (tag along), ao preço de 80% 
do valor pago por ação integrante do bloco de controle (art. 254-A);
• necessidade de realização de oferta pública obrigatória para fechamento 
de capital de companhia aberta (art. 4º, §§ 4º e 5º e art. 4-A);
• direito de certas minorias acionárias detentoras de determinado 
percentual de participação elegerem, por votação em separado, 
representantes no Conselho de Administração e Fiscal (art. 141, §§ 4º 
a 8º e art. 161, §4º). 
Um dos principais objetivos da reforma da lei foi o fortalecimento dos 
direitos das minorias acionárias. É interessante observar que a maior parte das 
empresas que vieram a mercado a partir de 2004, ano que marcou a retomada das 
emissões de valores mobiliários, não se limitou às novas disposições trazidas pela 
reforma. Com efeito, grande parte dessas empresas terminou por consagrar em 
seus estatutos, voluntariamente, dispositivos ainda mais benéficos, sob o ponto 
de vista dos acionistas minoritários, do que aqueles introduzidos pela reforma 
de 2001. Assim, por exemplo, a quase totalidade das novas companhias tem 
seu capital composto exclusivamente por ações ordinárias e, quando existem 
ações preferenciais, estas frequentemente dispõem de vantagens financeiras 
superiores às exigidas pela legislação, além do direito de voto em certas operações 
fundamentais, como é o caso das re-estruturações societárias. Da mesma forma, 
é cada vez mais comum que os estatutos aumentem para 100% o direito ao tag 
along conferido aos acionistas ordinaristas e, em alguns casos, também aos 
preferencialistas.
2.1.2 O Novo Mercado
No final dos anos 90 era evidente a crise de grandes proporções pela 
qual passava o mercado de ações no país. A título de exemplo, o número de 
companhias listadas na Bovespa tinha caído de 550 em 1996 para 440 em 2001. 
O volume negociado após atingir US$ 191 bilhões em 1997, recuara para US$ 
101 bilhões em 2000 e US$ 65 bilhões em 2001. Além disso, muitas companhias 
fechavam o capital e poucas abriam.
29Sistema FinanceiroNacional: segmento normativo e supervisor
É nesse cenário que a Bovespa cria o Novo Mercado como um segmento 
especial de listagem de ações de companhias que se comprometam 
voluntariamente a adotar as boas práticas de governança corporativa. Numa 
necessária adaptação à realidade do mercado de ações brasileiro, são criados 
dois estágios intermediários: Níveis I e II, que, juntos com o Novo Mercado, 
estabelecem regras que envolvem melhorias na divulgação de informações, nos 
direitos dos acionistas e na governança das companhias. A ideia que norteou 
a criação do Novo Mercado tem seu fundamento na constatação de que entre 
os diversos fatores que contribuíam para a fragilidade do Mercado de Capitais 
brasileiro, destacava-se a falta de proteção aos acionistas minoritários. A 
percepção, por parte dos investidores, de que corriam riscos que não eram apenas 
aqueles associados ao negócio da companhia, por não estarem adequadamente 
protegidos pela regulamentação, fazia com que eles aplicassem pesados descontos 
sobre os preços das ações, reduzindo o seu valor de mercado. Isso elevava o custo 
de capital das empresas e gerava um ciclo vicioso, pois também as afastava do 
mercado.
Entendeu-se que a valorização e a liquidez das ações negociadas no mercado 
seriam influenciadas positivamente pelo grau de segurança que os direitos 
adicionais concedidos aos acionistas poderiam oferecer e pela qualidade das 
informações prestadas ao mercado pelas empresas. Por isso, é esperado que as 
companhias cujas ações estejam listadas em algum dos segmentos diferenciados 
de governança corporativa, nas quais os riscos não ligados ao negócio são 
minimizados, apresentem prêmios de risco consideravelmente reduzidos, 
implicando valorização do patrimônio de todos os acionistas. 
2.2 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional pode ser entendido como o conjunto de 
instituições e órgãos que regulam, fiscalizam e executam as operações relativas 
à circulação da moeda e do crédito. Ele é composto por três segmentos, um 
normativo, um supervisor e outro operativo. A figura 2 apresenta a estrutura 
do Sistema Financeiro Nacional.
30 Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
Figura 2 – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional.
Órgãos 
Normativos
Entidades 
Supervisoras Operadoras
Conselho 
Monetário 
Nacional
Banco Central do 
Brasil
Instituições fi nanceiras 
captadoras de depósitos à 
vista
Demais 
intermediários 
fi nanceiros e 
administradores 
de recursos de 
terceiros
Comissão 
de Valores 
Mobiliários
Bolsas de 
valores e bolsas 
de mercadorias
Sociedades 
corretoras
Conselho 
Nacional 
de Seguros 
Privados
Superintendência 
de Seguros 
Privados
IRB – Brasil 
Resseguros
Sociedades 
seguradoras
Sociedade de 
capitalização e 
entidades abertas 
de previdência 
complementar
Conselho 
Nacional de 
Previdência 
Complementar
Secretaria de 
Previdência 
Complementar
Entidades fechadas de Previdência 
Complementar (fundos de pensão)
Fonte: adaptado de Banco Central, 2011.
2.2.1 Segmento normativo
O segmento normativo é composto pelos seguintes órgãos:
• o Conselho Monetário Nacional – CMN;
• o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;
• o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC.
Conselho Monetário Nacional – CMN 
Instituído pela Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável 
por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Integram 
o CMN o ministro da Fazenda (presidente), o ministro do Planejamento, 
Orçamento e Gestão e o presidente do Banco Central do Brasil. Dentre suas 
funções estão: 
• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da 
economia; 
31Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
• regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço 
de pagamentos; 
• orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar 
o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; 
• zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as 
políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna 
e externa. 
A partir dessas funções básicas, o CMN fica responsável por todo um 
conjunto de atribuições específicas, cabendo destacar:
• autorizar as emissões de papel-moeda;
• aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Bacen;
• fixar diretrizes e normas da política cambial;
• disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações 
creditícias;
• estabelecer limites para a remuneração das operações e dos serviços 
bancários ou financeiros;
• determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições 
financeiras;
• regulamentar as operações de redesconto de liquidez;
• outorgar ao Bacen o monopólio de operações de câmbio quando o 
balanço de pagamento o exigir;
• estabelecer normas a serem seguidas pelo Bacen nas transações com 
títulos públicos;
• regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as 
instituições financeiras que operam no país.
Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP
O Conselho Nacional de Seguros Privados é órgão responsável por fixar as 
diretrizes e normas da política de seguros privados; é composto pelo ministro 
da Fazenda (presidente), representante do Ministério da Justiça, representante 
do Ministério da Previdência Social, superintendente da Superintendência de 
32 Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
Seguros Privados, representante do Banco Central do Brasil e representante da 
Comissão de Valores Mobiliários. Dentre as funções do CNSP estão: 
• regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos 
que exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação 
das penalidades previstas; 
• fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência 
privada aberta, capitalização e resseguro; 
• estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; prescrever os 
critérios de constituição das sociedades seguradoras, de capitalização, 
entidades de previdência privada aberta e resseguradores, com fixação 
dos limites legais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a 
corretagem de seguros e a profissão de corretor. 
Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC 
O Conselho Nacional de Previdência Complementar é um órgão colegiado 
que integra a estrutura do Ministério da Previdência Social e cuja competência é 
regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas 
de previdência complementar. 
2.2.2 Segmento supervisor 
O subsistema supervisor tem a função de fiscalizar e controlar as normas 
que foram elaboradas pelas autoridades monetárias. Este segmento é composto 
pelos seguintes órgãos:
• o Banco Central – Bacen;
• a Comissão de Valores Mobiliários – CVM; 
• a Superintendência de Seguros Privados – Susep;
• a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc.
33Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
Banco Central – Bacen
O Bacen é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que também 
foi criada pela Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor 
das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o 
poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos:
• zelar pela adequada liquidez da economia; 
• manter as reservas internacionais em nível adequado; 
• estimular a formação de poupança; 
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do 
Sistema Financeiro. 
Dentre suas atribuições estão: 
• emitir papel-moeda e moeda metálica; 
• executar os serviços do meio circulante; receber recolhimentos 
compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias; 
• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições 
financeiras; 
• regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros 
papéis; 
• efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;• exercer o controle de crédito; exercer a fiscalização das instituições 
financeiras; 
• autorizar o funcionamento das instituições financeiras; 
• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção 
nas instituições financeiras; 
• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de 
capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.
34 Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
Sua sede fica em Brasília, capital do país, e tem representações nas capitais 
dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas 
Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. 
Comissão de Valores Mobiliários – CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também é uma autarquia 
vinculada ao Ministério da Fazenda, instituída pela Lei n. 6.385, de 7 de dezembro 
de 1976. É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o 
mercado de valores mobiliários do país. Para este fim, exerce as funções de: 
• assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e 
de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; 
• evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado; 
• assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários 
negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; assegurar a 
observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores 
mobiliários; 
• estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores 
mobiliários; 
• promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado 
de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital 
social das companhias abertas.
Superintendência de Seguros Privados – Susep
A Superintendência de Seguros Privados é um autarquia vinculada ao 
Ministério da Fazenda; é responsável pelo controle e fiscalização do mercado 
de seguro, previdência privada aberta e capitalização. Dentre suas atribuições 
estão: 
• fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das 
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência 
Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política 
traçada pelo CNSP; 
35Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
• atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se 
efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de 
capitalização e resseguro; 
• zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados 
supervisionados; promover o aperfeiçoamento das instituições e dos 
instrumentos operacionais a eles vinculados; 
• promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição; zelar pela 
liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 
• disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em 
especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; 
• cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades 
que por este forem delegadas; 
• prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
Superintendência Nacional de Previdência Complementar – 
Previc
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é 
uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social, responsável por 
fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar 
(fundos de pensão). A PREVIC atua como entidade de fiscalização e de 
supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar 
e de execução das políticas para o regime de previdência complementar operado 
pelas entidades fechadas de previdência complementar, observando, inclusive, 
as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Conselho 
Nacional de Previdência Complementar.
Referência comentada
AZEVEDO, Simone; BARCELLOS, Marta. Histórias do Mercado de Capitais 
no Brasil. Rio de Janeiro: CAMPUS, 2010.
Dos primórdios da bolsa de valores à evolução do mercado e aos episódios 
que marcaram a presença do país no cenário internacional, Simone Azevedo 
e Marta Barcellos apresentam a história do Mercado de Capitais do Brasil. Por 
36 Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
meio de entrevistas, relatos e depoimentos realizados com personalidades que 
fizeram parte da trajetória da bolsa de valores no país, os leitores poderão ter 
acesso a depoimentos e a memórias de personagens como Delfim Netto até os 
antigos presidentes da bolsa, que mostram como foi possível vencer os obstáculos 
para que a bolsa chegasse ao que é hoje.
Autoestudo
1. O Sistema Financeiro Nacional pode ser entendido como o conjunto de 
instituições e órgãos que regulam, fiscalizam e executam as operações 
relativas à circulação da moeda e do crédito. Ele é formado por três 
segmentos. Quais são eles?
2. O segmento normativo é composto por três órgãos. Quais são eles?
3. Relacione as colunas.
a) Conselho Monetário 
Nacional 
( ) fi xar as características gerais dos 
contratos de seguro, previdência 
privada aberta, capitalização e 
resseguro.
b) Conselho Nacional de 
Seguros Privados
( ) é um órgão colegiado que integra 
a estrutura do Ministério da 
Previdência Social.
c) Conselho Nacional 
de Previdência 
Complementar
( ) adaptar o volume dos meios de 
pagamento às reais necessidades 
da economia.
4. O Bacen é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada em 
dezembro de 1964. É o principal executor das orientações do Conselho 
Monetário Nacional e o responsável por garantir o poder de compra da 
moeda além de possuir alguns objetivos. Quais são eles?
37Sistema Financeiro Nacional: segmento normativo e supervisor
Respostas:
1. Segmentos normativo, supervisor e operativo.
2. Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Seguros Privados 
e Conselho Nacional de Previdência Complementar. 
3. a, c, b.
4. a) zelar pela adequada liquidez da economia; b) manter as reservas 
internacionais em nível adequado; c) estimular a formação de poupança; 
d) zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento 
do Sistema Financeiro.
Referências
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. 
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>. Acesso em: 18 jan 2011.
FORTUNA, Eduardo. Mercado fi nanceiro: produtos e serviços. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 2005.
LAGIOIA, Umbelina C. T. Fundamentos do Mercado de Capitais. São Paulo: 
Atlas, 2009.
PORTAL DO INVESTIDOR. História do Mercado de Capitais. Disponível 
em: <http://www.portaldoinvestidor.gov.br>. Acesso em: 16 jan 2011.
3
Sistema Financeiro Nacional: 
segmento operativo 
Neste capítulo vamos analisar as funções e os objetivos das instituições que 
compõem o segmento operativo do Sistema Financeiro Nacional e que são 
normatizados pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Conselho Nacional de 
Seguros Privados e pelo Conselho de Gestão de Previdência Complementar.
De acordo com Lagioia (2009), o segmento operativo aplica as normas e cria 
as condições operacionais para implementá-las. Este segmento é composto por 
instituições financeiras públicas e privadas que atuam no Sistema Financeiro, 
as quais podem ser agrupadas em três grupos:
• as que são normatizadas pelo Conselho Monetário Nacional;
• as que são normatizadas pelo Conselho Nacional de Seguros 
Privados;
• as que são normatizadas pelo Conselho de Gestão de Previdência 
Complementar.
40 Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
3.1 Instituições normatizadas pelo Conselho 
Monetário Nacional
3.1.1 Instituições captadoras de depósitos à vista
São instituições que captam a poupança dos agentes superavitários e fornecem 
sob a forma de empréstimos ou financiamentos aos agentes deficitários. De 
acordo com informações do Banco Central, fazem parte desse grupo as seguintes 
instituições:
• bancos múltiplos com carteira comercial – os bancos múltiplos são 
instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações 
ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por 
intermédiodas seguintes carteiras: comercial, de investimento e/
ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento 
mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas operações 
estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às 
instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de 
desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O 
banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, 
sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e 
ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com 
carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação 
social deve constar a expressão “banco”;
• bancos comerciais – os bancos comerciais são instituições financeiras 
privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar 
suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio 
prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, 
as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, 
livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o 
qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a 
forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar 
a expressão “banco”;
• Caixa Econômica Federal – a Caixa Econômica Federal, criada em 
1861, está regulada pelo Decreto-Lei n. 759, de 12 de agosto de 1969, 
41Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se 
de instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar 
depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de 
serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a 
concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos 
nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes 
urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, 
financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de 
penhor industrial e caução de títulos, bem como tem o monopólio do 
empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação e tem o 
monopólio da venda de bilhetes de loteria federal. Além de centralizar 
o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema 
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro 
da Habitação (SFH);
• cooperativas de crédito – as cooperativas de crédito observam, além 
da legislação e normas do Sistema Financeiro, a Lei n. 5.764, de 16 de 
dezembro de 1971, que define a política nacional de cooperativismo e 
institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. Atuando tanto no 
setor rural quanto no urbano, as cooperativas de crédito podem se originar 
da associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de 
empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresários ou 
mesmo adotar a livre admissão de associados em uma área determinada 
de atuação, sob certas condições. Os eventuais lucros auferidos com 
suas operações – prestação de serviços e oferecimento de crédito aos 
cooperados – são repartidos entre os associados. As cooperativas de 
crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a 
expressão “cooperativa”, vedada a utilização da palavra “banco”. Devem 
possuir o número mínimo de vinte cooperados e adequar sua área de 
ação às possibilidades de reunião, controle, operações e prestações de 
serviços. Estão autorizadas a realizar operações de captação por meio 
de depósitos à vista e a prazo somente de associados, de empréstimos, 
repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de 
doações. Podem conceder crédito, somente a associados, por meio de 
desconto de títulos, empréstimos, financiamentos, e realizar aplicação 
de recursos no mercado financeiro.
42 Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
3.1.2 Bolsa de valores
As bolsas de valores são sociedades anônimas ou associações civis, com o 
objetivo de manter local ou sistema adequado ao encontro de seus membros 
e à realização entre eles de transações de compra e venda de títulos e valores 
mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado 
por seus membros e pela Comissão de Valores Mobiliários. Possuem autonomia 
financeira, patrimonial e administrativa.
3.1.3 Bolsas de mercadorias e futuros
As bolsas de mercadorias e futuros são associações privadas civis, com o 
objetivo de efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, 
das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto, 
devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos 
livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade 
de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de 
commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem como 
de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza 
de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem 
autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela 
Comissão de Valores Mobiliários.
3.1.4 Sociedades corretoras
São instituições financeiras membros da bolsa de valores, constituídas sob a 
forma de sociedade anônima ou por cotas de responsabilidade limitada. 
3.1.5 Outros intermediários financeiros 
São instituições administradoras de recursos de terceiros. Esse grupo é 
composto pelas seguintes instituições:
• agências de fomento – têm como objeto social a concessão de 
financiamento de capital fixo e de giro associado a projetos na Unidade 
da Federação onde tenham sede. Devem ser constituídas sob a forma 
43Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
de sociedade anônima de capital fechado e estar sob o controle de 
Unidade da Federação, sendo que cada Unidade só pode constituir 
uma agência. Tais entidades têm status de instituição financeira, 
mas não podem captar recursos junto ao público, recorrer ao 
redesconto, ter conta de reserva no Banco Central, contratar depósitos 
interfinanceiros na qualidade de depositante ou de depositária e nem 
ter participação societária em outras instituições financeiras. De sua 
denominação social deve constar a expressão “agência de fomento” 
acrescida da indicação da Unidade da Federação Controladora. É 
vedada a sua transformação em qualquer outro tipo de instituição 
integrante do Sistema Financeiro Nacional. As agências de fomento 
devem constituir e manter, permanentemente, fundo de liquidez 
equivalente, no mínimo, a 10% do valor de suas obrigações, a ser 
integralmente aplicado em títulos públicos federais;
• associações de poupança e empréstimo – as associações de poupança 
e empréstimo são constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo 
de propriedade comum de seus associados. Suas operações ativas 
são, basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e ao Sistema 
Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são constituídas 
de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas 
de poupança, depósitos interfinanceiros e empréstimos externos. 
Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da 
associação e, por isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. 
Os recursos dos depositantes são, assim, classificados no patrimônio 
líquido da associação e não no passivo exigível;
• bancos de câmbio – os bancos de câmbio são instituições financeiras 
autorizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio e operações 
de crédito vinculadas às de câmbio, como financiamentos à exportação 
e importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a 
receber depósitos em contas sem remuneração, não movimentáveis 
por cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam 
destinados à realização das operações acima citadas. Na denominação 
dessas instituições deve constar a expressão “banco de câmbio”;
• bancosde desenvolvimento – os bancos de desenvolvimento são 
instituições financeiras controladas pelos governos estaduais e 
44 Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno 
e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio 
e a longo prazos, de programas e projetos que visem a promover 
o desenvolvimento econômico e social do respectivo estado. As 
operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, 
emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas 
pignoratícias de debêntures e de Títulos de Desenvolvimento 
Econômico. As operações ativas são empréstimos e financiamentos, 
dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem ser constituídos 
sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do estado 
que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e 
privativamente, em sua denominação social, a expressão “banco de 
desenvolvimento”, seguida do nome do estado em que tenha sede;
• bancos de investimentos – os bancos de investimento são instituições 
financeiras privadas especializadas em operações de participação 
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade 
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração 
de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma de 
sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação 
social, a expressão “banco de investimento”. Não possuem contas 
correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos 
externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles 
administrados. As principais operações ativas são financiamento de 
capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores 
mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos 
externos;
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – 
BNDES – o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES), criado em 1952 como autarquia federal, foi enquadrado 
como uma empresa pública federal, com personalidade jurídica 
de direito privado e patrimônio próprio, pela Lei n. 5.662, de 21 de 
junho de 1971. O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objetivo 
apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento 
do país. Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo 
prazo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de 
45Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos 
novos, fabricados no país, bem como para o incremento das 
exportações brasileiras. Contribui, também, para o fortalecimento 
da estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento do 
Mercado de Capitais. A BNDESPAR, subsidiária integral, investe 
em empresas nacionais através da subscrição de ações e debêntures 
conversíveis. O BNDES considera ser de fundamental importância, 
na execução de sua política de apoio, a observância de princípios 
ético-ambientais e assume o compromisso com os princípios do 
desenvolvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro e os 
programas do BNDES atendem às necessidades de investimentos das 
empresas de qualquer porte e setor, estabelecidas no país. A parceria 
com instituições financeiras, com agências estabelecidas em todo o 
país, permite a disseminação do crédito, possibilitando um maior 
acesso aos recursos do BNDES;
• companhias hipotecárias – as companhias hipotecárias são instituições 
financeiras constituídas sob a forma de sociedade anônima, que têm 
por objeto social conceder financiamentos destinados à produção, 
reforma ou comercialização de imóveis residenciais ou comerciais aos 
quais não se aplicam as normas do Sistema Financeiro da Habitação 
(SFH). Suas principais operações passivas são: letras hipotecárias, 
debêntures, empréstimos e financiamentos no país e no exterior. 
Suas principais operações ativas são: financiamentos imobiliários 
residenciais ou comerciais, aquisição de créditos hipotecários, 
refinanciamentos de créditos hipotecários e repasses de recursos para 
financiamentos imobiliários. Tais entidades têm como operações 
especiais a administração de créditos hipotecários de terceiros e de 
fundos de investimento imobiliário;
• cooperativas centrais de crédito – as cooperativas centrais de 
crédito, formadas por cooperativas singulares, organizam em 
maior escala as estruturas de administração e suporte de interesse 
comum das cooperativas singulares filiadas, exercendo sobre elas, 
entre outras funções, supervisão de funcionamento, capacitação de 
administradores, gerentes e associados, e auditoria de demonstrações 
financeiras;
46 Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
• sociedades de crédito, financiamento e investimento – as sociedades 
de crédito, financiamento e investimento, também conhecidas por 
financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda n. 
309, de 30 de novembro de 1959. São instituições financeiras privadas 
que têm como objetivo básico a realização de financiamento para a 
aquisição de bens, serviços e capital de giro. Devem ser constituídas 
sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve 
constar a expressão “crédito, financiamento e investimento”. Tais 
entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras 
de Câmbio;
• sociedades de crédito imobiliário – as sociedades de crédito 
imobiliário são instituições financeiras criadas pela Lei n. 4.380, 
de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. 
Constituem operações passivas dessas instituições os depósitos de 
poupança, a emissão de letras e cédulas hipotecárias e depósitos 
interfinanceiros. Suas operações ativas são: financiamento para 
construção de habitações, abertura de crédito para compra ou 
construção de casa própria, financiamento de capital de giro a 
empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material 
de construção. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade 
anônima, adotando obrigatoriamente em sua denominação social a 
expressão “crédito imobiliário”;
• sociedades de crédito ao microempreendedor – as sociedades 
de crédito ao microempreendedor, criadas pela Lei n. 10.194, de 
14 de fevereiro de 2001, são entidades que têm por objeto social 
exclusivo a concessão de financiamentos e a prestação de garantias 
a pessoas físicas, bem como a pessoas jurídicas classificadas como 
microempresas, com vistas a viabilizar empreendimentos de natureza 
profissional, comercial ou industrial de pequeno porte. São impedidas 
de captar, sob qualquer forma, recursos junto ao público, bem como 
emitir títulos e valores mobiliários destinados à colocação e à oferta 
públicas. Devem ser constituídas sob a forma de companhia fechada 
ou de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, adotando 
obrigatoriamente em sua denominação social a expressão “sociedade 
de crédito ao microempreendedor”, vedada a utilização da palavra 
“banco”;
47Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
• administradoras de consórcios – as administradoras de consórcio 
são pessoas jurídicas prestadoras de serviços relativos à formação, 
organização e administração de grupos de consórcio, cujas operações 
estão estabelecidas na Lei n. 5.768, de 20 de dezembro de 1971. Ao 
Banco Central do Brasil, por força do disposto no art. 33 da Lei n. 
8.177, de 1º de março de 1991, cabe autorizar a constituição de grupos 
de consórcio, a pedido de administradoras previamente constituídas 
sem interferência expressa da referida autarquia, mas que atendam 
a requisitos estabelecidos, particularmente quanto à capacidade 
financeira, econômica e gerencial da empresa. Também cumpre 
ao Bacen fiscalizar as operações da espécie e aplicar as penalidades 
cabíveis. Ademais, com base no art. 10 da Lei n. 5.768, o Bacen 
pode intervir nas empresas de consórcio e decretar sua liquidação 
extrajudicial. O grupoé uma sociedade de fato, constituída na data 
da realização da primeira assembleia geral ordinária por consorciados 
reunidos pela administradora, que coletam poupança com vistas à 
aquisição de bens, conjunto de bens ou serviço turístico, por meio 
de autofinanciamento;
• sociedades de arrendamento mercantil – as sociedades de 
arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de sociedade 
anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação 
social a expressão “arrendamento mercantil”. As operações passivas 
dessas sociedades são emissão de debêntures, dívida externa, 
empréstimos e financiamentos de instituições financeiras. Suas 
operações ativas são constituídas por títulos da dívida pública, 
cessão de direitos creditórios e, principalmente, por operações de 
arrendamento mercantil de bens móveis, de produção nacional ou 
estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para 
fins de uso próprio do arrendatário. São supervisionadas pelo Banco 
Central do Brasil;
• sociedades corretoras de câmbio – as sociedades corretoras de câmbio 
são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de 
responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social 
a expressão “corretora de câmbio”. Têm por objeto social exclusivo a 
intermediação em operações de câmbio e a prática de operações no 
48 Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
mercado de câmbio de taxas flutuantes. São supervisionadas pelo 
Banco Central do Brasil;
• sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários – as sociedades 
corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a 
forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade 
limitada. Dentre seus objetivos estão: operar em bolsas de valores, 
subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado; 
comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de 
terceiros; encarregar-se da administração de carteiras e da custódia 
de títulos e valores mobiliários; exercer funções de agente fiduciário; 
instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; 
emitir certificados de depósito de ações e cédulas pignoratícias de 
debêntures; intermediar operações de câmbio; praticar operações no 
mercado de câmbio de taxas flutuantes; praticar operações de conta 
margem; realizar operações compromissadas; praticar operações de 
compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta 
própria e de terceiros; operar em bolsas de mercadorias e de futuros 
por conta própria e de terceiros. São supervisionadas pelo Banco 
Central do Brasil. Os fundos de investimento, administrados por 
corretoras ou outros intermediários financeiros, são constituídos 
sob forma de condomínio e representam a reunião de recursos para 
a aplicação em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, 
com o objetivo de propiciar aos condôminos valorização de quotas a 
um custo global mais baixo. A normatização, concessão de autorização, 
registro e a supervisão dos fundos de investimento são de competência 
da Comissão de Valores Mobiliários;
• sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários – as 
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são 
constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de 
responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social 
a expressão “distribuidora de títulos e valores mobiliários”. Algumas 
de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de 
títulos e valores mobiliários no mercado; administram e custodiam 
as carteiras de títulos e valores mobiliários; instituem, organizam e 
administram fundos e clubes de investimento; operam no mercado 
49Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores 
mobiliários, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem 
a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam 
lançamentos públicos de ações; operam no mercado aberto e 
intermedeiam operações de câmbio. São supervisionadas pelo Banco 
Central do Brasil.
3.2 Instituições normatizadas pelo Conselho 
Nacional de Seguros Privados
3.2.1 Sociedades seguradoras
São entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, 
especializadas em pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de 
pagar ao contratante (segurado), ou a quem este designar, uma indenização, no 
caso em que advenha o risco indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio 
estabelecido. 
3.2.2 Resseguradores 
Entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que têm por 
objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão. O resseguro 
é o seguro das seguradoras. É um contrato em que o ressegurador assume o 
compromisso de indenizar a companhia seguradora (cedente) pelos danos que 
possam vir a ocorrer em decorrência de suas apólices de seguro. Quando uma 
seguradora aceita um risco superior à sua capacidade financeira, para garanti-lo, 
precisa repassar a totalidade, ou parte dele, a uma resseguradora que concorda 
em indenizá-la por eventuais perdas que venha a sofrer em função das apólices 
de seguro que vendeu. A retrocessão é a operação feita pelo ressegurador e que 
consiste na cessão de parte das responsabilidades por ele aceitas a outro, ou 
outros resseguradores.
50 Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
3.2.3 Sociedades de capitalização
São entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que negociam 
contratos (títulos de capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de 
prestações pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo 
contratado, o direito de resgatar parte dos valores depositados corrigidos por 
uma taxa de juros estabelecida contratualmente; conferindo, ainda, quando 
previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.
3.2.4 Entidades abertas de previdência complementar
São entidades constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e 
têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário 
concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a 
quaisquer pessoas físicas. São regidas pelo Decreto-Lei n. 73, de 21 de novembro 
de 1966, e pela Lei Complementar n. 109, de 29 de maio de 2001. As funções 
do órgão regulador e do órgão fiscalizador são exercidas pelo Ministério da 
Fazenda, por intermédio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e 
da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
3.3 Instituições normatizadas pelo Conselho 
de Gestão de Previdência Complementar
Entidades fechadas de previdência complementar (fundos 
de pensão)
As entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) são 
organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos, e 
são acessíveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de 
empresas ou aos servidores da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios, entes denominados patrocinadores, ou aos associados ou membros 
de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas 
instituidores. As entidades de previdência fechada devem seguir as diretrizes 
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, por meio da Resolução n. 
51Sistema Financeiro Nacional: segmento operativo
3.121, de 25 de setembro de 2003, no que tange à aplicação dos recursos dos 
planos de benefícios.
Referência comentada
AGUSTINI, Carlos Alberto Di. Mercado de Capitais e análise de ações. São 
Paulo: Globus, 2010.
Este livro apresenta informações úteis para o investidor que quer tomar 
decisões que maximizem os ganhos e minimizem os riscos na bolsa de valores. 
A obra aborda os principais erros que podem ser cometidos pelo investidor 
inexperiente, apresenta a estrutura do mercado à vista e discute, com exemplos, 
os índices da bolsa de valores (em particular a BM&F e Bovespa S.A.). Além 
disso, são comparadas, de uma forma geral, escolas

Continue navegando

Outros materiais