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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
E ORÇAMENTÁRIA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Francisco Luiz Elache 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, pessoal. Nesta aula 6 abordaremos temas que dizem respeito ao 
monitoramento e controle orçamentário e também aos fluxos de caixa. Como 
poderão perceber, este conteúdo é sequência do que foi visto na Aula 5, onde 
falou-se sobre orçamentos. É possível que em alguns momentos as aulas 5 e 6 
possam mostrar conteúdos parecidos. No entanto, é normal que isso ocorra em 
razão da inter-relação entre os dois conteúdos. Esperamos que o conteúdo desta 
Aula 6 desperte o seu interesse para os assuntos que serão vistos. 
CONTEXTUALIZANDO 
Como estarei financeiramente daqui a um ou dois anos? Esta deve ser 
uma pergunta comum que todos fazem e gostariam de ter a resposta. 
Evidentemente, isso dependerá de cenários que podem se concretizar ou não. 
De qualquer maneira, é possível traçar cenários mais ou menos otimistas e com 
base nisso fazer um planejamento, ao menos em médio prazo. E isso vale tanto 
para as famílias como para as empresas. As famílias preocupam-se em saber 
se a quantia que irão receber será suficiente para mantê-las financeiramente. 
Pois bem, esta também é a preocupação das empresas. Nas famílias, 
este controle é feito de forma improvisada e informal. As empresas, por se 
submeterem a normas contábeis e fiscais, precisam fazer uso de ferramentas e 
relatórios adequados. Nesse sentido, o Demonstrativo dos Fluxos de Caixa 
(DFC) é um dos relatórios elaborados a partir do orçamento geral da empresa e 
é fundamental para avaliar a capacidade financeira de a empresa fazer novos 
investimentos e remunerar os acionistas. Em uma indústria, por exemplo, o 
planejamento financeiro, ou plano financeiro, passa pela elaboração do 
orçamento dos recursos utilizados para a operacionalização do negócio da 
empresa, como: materiais, mão de obra, custos indiretos de fabricação, 
despesas de vendas e administrativas, aquisição de bens de capital (máquinas, 
equipamentos, construções, etc.). 
Como podemos perceber, isso demanda muito trabalho e deve envolver 
a participação dos colaboradores de todas as áreas da empresa. O desejável é 
que a empresa faça orçamentos de exercícios futuros e projete os 
demonstrativos financeiros. Os demonstrativos financeiros são o Balanço 
Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado (DR), Demonstração de Lucros e 
 
 
3 
Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstrativo dos Fluxos de Caixa (DFC), 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas. 
TEMA 1 – MONITORAMENTO DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO 
Sabemos que planejamento e controle são funções da administração. 
Pois bem, na administração financeira estes termos estão perfeitamente 
integrados e são interdependentes. O planejamento orçamentário, ou plano 
orçamentário, exige necessariamente ações contínuas de controle orçamentário. 
Os controles orçamentários dizem respeito à confrontação do previsto (orçado) 
no planejamento orçamentário com o realizado (real). 
1.1 Conceito de orçamento 
Jiambalvo (2001, p. 197) diz que “no mundo dos negócios, orçamentos 
são documentos formais que quantificam os planos de uma empresa para atingir 
suas metas. Todo processo de planejamento e controle da maioria das empresas 
é feito em torno de orçamentos”. 
1.2 O uso de orçamentos para planejamento e controle 
1.2.1 Uso de orçamentos para planejamento 
Jiambalvo (2001, p. 198, grifo nosso) afirma que “os orçamentos são úteis 
no processo de planejamento porque fomentam a comunicação e a 
coordenação. O desenvolvimento de um plano formal – ou seja, um orçamento 
– obriga os gerentes a considerar cuidadosamente suas metas e objetivos e a 
determinar maneiras de atingi-los”. 
Assim, a decisão tomada pelo departamento de marketing para aumentar 
as vendas em 10% para o próximo período implicará em ações nas áreas de 
produção, compra e logística. E, ainda, se esta decisão exigir aporte financeiro, 
então o departamento financeiro estará também envolvido. Percebe-se logo a 
importância do esforço conjunto de toda a empresa na elaboração do 
planejamento orçamentário. 
 
 
 
4 
1.2.2 Uso de orçamentos para controle 
Segundo Jiambalvo (2001, p. 199, grifo nosso), “os orçamentos são úteis 
no processo de controle porque fornecem uma base para a avaliação de 
desempenho. Para controlar uma empresa - assegurar que ela está na direção 
correta e opera de maneira eficiente - é essencial conhecer o desempenho dos 
gerentes e das operações pelas quais eles são responsáveis”. 
1.3 Objetivos do controle orçamentário 
Padoveze e Taranto (2009, p. 196) dizem que “são vários os objetivos do 
controle orçamentário. Os principais deles são bastante claros e podem ser 
resumidos em três itens: (1) identificar e analisar as variações ocorridas; (2) 
corrigir erros detectados; (3) ajustar o plano orçamentário, se for o caso, para 
garantir bons resultados e eficácia empresarial”. 
Cabe aos gestores da empresa definir as estratégias com foco na geração 
de lucro e no aumento da riqueza dos sócios, ou proprietários, por meio da 
valorização das ações da empresa no mercado. Nesse sentido, tanto a área de 
finanças (tesoureiro) como a controladoria (controller) desempenham papel 
fundamental na elaboração do plano orçamentário e controle orçamentário. 
Para que um plano orçamentário seja eficaz, recomenda-se que a sua 
elaboração e controle tenham o comprometimento de todos os setores da 
empresa. 
1.4 Variações significativas em relação ao desempenho planejado 
Jiambalvo (2001, p. 199) avalia as variações relevantes entre o que foi 
previsto – planejado – no orçamento e o resultado real (obtido) da seguinte 
maneira: 
Variações significativas em relação ao desempenho planejado podem 
estar associadas a três possíveis causas: 1. É possível que o plano ou 
orçamento tenha sido concebido de maneira inadequada. Se um 
orçamento não for cuidadosamente preparado, não será surpresa 
alguma que os resultados reais sejam diferentes dos resultados 
planejados. 2. É possível que, apesar de o orçamento ter sido 
preparado cuidadosamente, as condições [cenários] tenham mudado. 
Por exemplo, se a economia sofrer um desaquecimento inesperado, as 
vendas reais podem ser menores que as vendas orçadas. 3. É possível 
que os gerentes realizem um trabalho particularmente bom ou ruim na 
administração de suas operações. Se esse for o caso, os gerentes 
devem ser recompensados pelo bom desempenho (p. ex., receber 
 
 
5 
bônus ou promoção) ou punidos pelo mau resultado (p. ex., ter sua 
responsabilidade reduzida ou até ser demitido). 
1.5 Relatórios de controle orçamentário 
Padoveze e Taranto (2009, p. 197) afirmam que “para que seja possível 
comparar acontecimentos planejados com os reais, todas as peças 
orçamentárias devem constar dos relatórios de acompanhamento ou relatórios 
de controle orçamentário”. Eles complementam que 
O relatório clássico de controle orçamentário – que traz o tipo de 
despesa e receita para todos os centros de custos ou divisões – 
compreende os seguintes itens [...]: 
 Valores orçados para o mês em questão; 
 Valores reais contabilizados no mês em questão; 
 Variação entre o real e o orçado no mês em questão; 
 Valores orçados acumulados até o mês em questão; 
 Valores reais acumulados contabilizados até o mês em questão; 
 Variação acumulada entre o real e o orçado até o mês em questão. 
(Padoveze e Taranto, 2009, p. 197) 
1.6 O orçamento geral 
Jiambalvo (2001, p. 200, grifo nosso) define o orçamento geral do seguinte 
modo: 
O orçamento geral é um documento abrangente de planejamento que 
reúne uma série de orçamentosindividuais. Normalmente, ele engloba 
os orçamentos de vendas, produção, materiais diretos, mão de obra 
direta; custos indiretos de fabricação; despesas de vendas e 
administrativas; aquisições de bens de capital e o orçamento de caixa, 
assim como uma demonstração de resultado orçada e um balanço 
patrimonial orçado. 
Uma vez elaborado o orçamento geral – plano orçamentário – com base 
nos diversos orçamentos individuais, deve-se orçar, também, os principais 
demonstrativos contábeis, quais sejam: 
 demonstração de resultado; 
 orçamento de caixa; 
 balanço patrimonial. 
Com relação ao planejamento orçamentário e às demonstrações 
financeiras, Padoveze e Taranto (2009, p. 189, grifo nosso) dizem que: 
A projeção das demonstrações financeiras básicas encerra o processo 
de elaboração do planejamento orçamentário. Após sua aprovação 
final pelo comitê orçamentário, os dados constantes de todas as 
peças do planejamento orçamentário serão o guia para acompanhar 
 
 
6 
os resultados reais que começarão a ser efetivados no ano seguinte. 
O confronto dos dados orçados com os dados reais que acontecerão 
nos meses do período orçamentado [período para o qual o orçamento 
foi projetado] é denominado de controle orçamentário e é 
componente fundamental do planejamento orçamentário. O controle 
orçamentário compreende o processo de análise e justificativa das 
variações entre o real e o orçado, bem como é o procedimento que 
permite as correções e ajustes do plano orçamentário, objetivando a 
otimização dos resultados da entidade. 
1.7 Os orçamentos como um padrão de avaliação 
Jiambalvo (2001, p. 209, grifo nosso) diz que “os orçamentos facilitam o 
controle ao fornecer um padrão de avaliação. O padrão é o valor do orçamento, 
contra o qual o resultado real é comparado. As diferenças entre os valores 
orçados e os valores reais são denominadas variações orçamentárias, e os 
relatórios que apresentam essas variações são denominados relatórios de 
desempenho”. 
TEMA 2 – FLUXOS DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO 
Os fluxos de caixa demandam atenção especial por parte do financeiro da 
empresa (tesoureiro), que sabe da importância dada pelos usuários destes 
demonstrativos (proprietários ou acionistas). No entanto, a projeção dos fluxos 
de caixa depende da contabilidade (controladoria), que gera as informações 
contábeis necessárias para a sua elaboração. Assim, o sistema de informação 
da empresa deve integrar os dados de modo a gerar relatórios para os diferentes 
usuários (internos e externos), como o balanço patrimonial (BP), a demonstração 
do resultado (DR) e o demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC). 
2.1 Análise de desempenho do fluxo de caixa 
Frezatti (2014, p.121) diz que “planejar é relativamente fácil. O difícil é 
conseguir informações e comparar o previsto com o realizado e explicar as 
diferenças e as causas das mesmas [...]” 
Frezatti (2014, p.121, grifo nosso) continua sua abordagem sobre a 
análise de desempenho do fluxo de caixa dizendo que, de modo didático, esta 
análise pode ser assim estruturada: 
Análise de consistência: tem a preocupação básica de conteúdo, 
assegurando que as informações estão todas lá no modelo, e são 
adequadas. [...] Normalmente, duas formas de zelar para que a 
qualidade das informações seja adequada são as seguintes: 
 
 
7 
 Dispor de um plano de contas detalhado nos mapas auxiliares [...]. 
 Análise comparativa de um período para o outro, ou então, entre real 
versus planejado. 
Análise comparativa: como saber se um fluxo de caixa está melhor 
ou pior? Melhorando ou piorando? Qual a velocidade da mudança? 
Para isso, comparações sumarizadas são importantes para as 
empresas. Dentre elas, devem ser destacadas: 
 Comparações com o mês anterior; 
 Comparações com o ano anterior; 
 Comparações com o planejamento, etc. 
Análise de otimização: uma vez satisfeitas as análises anteriores, é 
importante buscar a otimização dos resultados. Significa dizer que se 
pretende alcançar os melhores resultados em termos de geração de 
caixa [...]. 
2.2 Análise das variações orçamentárias 
Frezatti (2014, p.118) propõe a projeção do fluxo de caixa para efeito de 
análise das variações orçamentárias (Quadro 1). Optamos por reproduzir apenas 
parte do demonstrativo dos fluxos de caixa apresentado pelo autor em sua obra. 
Ao estudarmos os temas 3, 4 e 5 desta Aula 6, veremos o demonstrativo dos 
fluxos de caixa (DFC) com a sua estrutura completa. 
Quadro 1 – Análise das variações do fluxo de caixa 
Em R$ milhões 
Mês 
anterior 
Previsto 
mês orçado 
Real mês 
orçado 
Valor real 
x 
Previsto 
Valor real 
x 
Mês anterior 
1. FLUXO OPERACIONAL: 
RECEBIMENTOS 150 170 160 - 6,5% 6,7% 
PAGAMENTOS (250) (270) (280) 3,7% 12,0% 
TOTAL FLUXO 
OPERACIONAL 
(100) (100) (120) 20,0% 20,0% 
Fonte: Adaptado de Frezatti, 2014, p. 118. 
O Quadro 02 nos mostra dados sobre variações orçamentárias e também 
é uma demonstração simplificada de um demonstrativo dos fluxos de caixa. 
 
 
 
8 
Quadro 2 – Análise das variações orçamentárias de um fluxo de caixa 
Demonstrativo dos Fluxos de Caixa (DFC) 
(simplificado) 
Previsto 
(Orçado) 
Real 
(Realizado) 
Variação 
Real x Previsto 
Recebimentos (R$): 
De vendas. 
De bancos por empréstimos. 
Total dos recebimentos 
 
500.000,00 
13.000,00 
513.000,00 
 
437.000,00 
20.000,00 
457.000,00 
 
-12,6% 
53,8% 
-10,9% 
Pagamentos (R$): 
De compras de mercadorias. 
De salários e comissões. 
De encargos sobre salários e comissões. 
De aluguel. 
De serviços terceirizado de limpeza. 
De juros s/empréstimos e financiamentos. 
De outras despesas com vendas e adm. 
De tributos s/vendas (ICMS, PIS, COFINS) 
De IRPJ e CSLL (30% sobre o lucro) 
De dividendos para os sócios. 
Total dos pagamentos 
 
140.000,00 
35.000,00 
28.000,00 
6.000,00 
3.000,00 
3.000,00 
25.000,00 
70.000,00 
60.000,00 
70.000,00 
440.000,00 
 
120.000,00 
30.000,00 
24.000,00 
6.000,00 
3.000,00 
3.000,00 
28.000,00 
60.000,00 
52.000,00 
70.000,00 
396.000,00 
 
-14,3% 
-14,3% 
-14,3% 
0,0% 
0,0% 
0,0% 
12,0% 
-14,3% 
-13,3% 
0,0% 
-10,0% 
Saldo de caixa líquido no período. 73.000,00 61.000,00 -16,4% 
Fonte: Adaptado de Frezatti, 2014, p. 124. 
TEMA 3 – FLUXO DE CAIXA DE ATIVIDADES OPERACIONAIS 
3.1 Conceito de caixa e equivalentes de caixa 
Segundo Padoveze (2012, p. 385, grifo nosso), “para fins da 
demonstração dos fluxos de caixa, define-se caixa como caixa e equivalentes 
de caixa, que é composto dos seguintes itens: o caixa propriamente dito; os 
saldos bancários existentes nas contas movimento; as aplicações financeiras 
com possibilidade de regate imediato constantes do ativo circulante”. 
Lembramos que para ser enquadrado como equivalente de caixa um 
investimento não pode ter prazo de vencimento superior a noventa dias contados 
a partir da data de aquisição. 
3.2 Conceito de fluxo de caixa de atividades operacionais 
Transcrevemos o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) sumariado pelo 
Banco Central do Brasil, sobre as atividades operacionais do demonstrativo dos 
fluxos de caixa (DFC), conforme segue: 
14 - O montante dos fluxos de caixa decorrentes das atividades 
operacionais é um indicador-chave sobre a capacidade das operações 
da entidade em gerar fluxos de caixa suficientes para amortizar 
empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar 
dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer novos investimentos 
sem recorrer a fontes externas de financiamento. 
 
 
9 
As informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa 
operacionais históricos são úteis, em conjunto com outras informações, 
na projeção de futurosfluxos de caixa operacionais. 
15 - Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são 
basicamente derivados das principais atividades geradoras de receita 
da entidade. Portanto, eles geralmente resultam das transações e de 
outros eventos que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. 
Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais 
são: 
(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela 
prestação de serviços; 
(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, 
comissões e outras receitas; 
(c) Pagamento de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; 
(d) Pagamento de caixa a empregados ou por conta de 
empregados; 
(e) Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de 
prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; 
(f) Pagamento ou restituição de caixa de imposto sobre a renda, a 
menos que possam ser especificamente identificados com as 
atividades de financiamento ou de investimento, e 
(g) Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos 
para negociação imediata ou disponíveis para venda futura. 
3.1.1 O que dizem os autores sobre o fluxo de caixa de atividades 
operacionais: 
Segundo Assaf (2014, p. 115, grifo nosso), “as movimentações da 
demonstração dos fluxos de caixa (DFC) podem ser classificadas em três 
grandes grupos de atividades, identificados em função de sua natureza: 
atividades operacionais; atividades de investimentos e atividades de 
financiamento”. 
Em complemento ao parágrafo anterior, Assaf (2014, p. 115) cita como 
exemplos de fluxos de entradas e saídas de caixa de atividades operacionais: 
“vendas à vista de mercadorias e serviços, recebimento de vendas a prazo a 
clientes, pagamento a fornecedores, receitas financeiras de aplicações, 
pagamento de salários e recolhimento de encargos sociais, recolhimento de 
impostos, e outras movimentações nas contas do ativo circulante e passivo 
circulante”. 
Gitman (2010, p. 98, grifo nosso) diz que “os fluxos de caixa operacionais 
constituem as entradas e saídas de caixa diretamente relacionadas à venda e 
produção de bens e serviços”. 
Vamos aproveitar o conceito de fluxos de caixa operacionais, dado por 
Gitman (2010, p. 98) e citado no parágrafo anterior, para propor alguns 
exemplos: 
 
 
10 
 Atividades operacionais relacionadas à produção: pagamento a 
fornecedores de matéria-prima; pagamento ao pessoal da fábrica; 
pagamento do aluguel da fábrica. 
 Atividades operacionais relacionadas à venda: recebimentos de 
vendas à vista e a prazo; pagamentos de salários e comissão de 
vendedores; pagamento de serviços de publicidade; pagamento de fretes 
de distribuição. 
3.2.2 Demonstração da projeção do fluxo de caixa de atividades 
operacionais a partir de informações de um orçamento simplificado 
Muito bem. É hora de demonstramos como as atividades operacionais se 
inserem no demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC). Vamos utilizar um exercício 
proposto por Jiambalvo (2001, p. 220). Fizemos as adaptações necessárias de 
maneira a adequar o exercício à proposta do tema em estudo. Contudo, a 
proposta original do autor foi respeitada. 
Na verdade, o fluxo de caixa a ser projetado neste exercício será 
completo, contendo as três atividades – operacional, investimento e 
financiamento. Ao final, ele servirá também para o estudo das atividades de 
investimento e de financiamento correspondentes aos temas 4 e 5 desta Aula 6. 
Então, vamos ao enunciado do problema, que pode parecer longo em 
razão da quantidade de dados fornecidos. Mas, acredite, é um número pequeno 
de informações se comparado com um plano orçamentário completo. O nosso 
objetivo aqui é reunir alguns dados necessários à caracterização de um 
orçamento, para podermos projetar um demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC). 
Eis o enunciado: 
Uma empresa comercial do ramo varejista deseja projetar o seu 
demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) com base nos dados do seu 
planejamento orçamentário elaborado para os quatro trimestres de 2018. 
Antes do demonstrativo dos fluxos de caixa - DFC, será projetada a 
demonstração do resultado (DR). Os dados contábeis estão apresentados nos 
itens numerados de 1 a 18 a seguir: 
1. No quarto trimestre de 2017, período imediatamente anterior ao orçado, 
esta empresa apresentou o seguinte lucro líquido. 
 
 
 
11 
Quadro 3 – Demonstração do Resultado (DR) 
Demonstração do Resultado – 4º trim.de 2017 (Em Reais) 
Receita Bruta 800.000 
(-) Tributos (ICMS, PIS, COFINS) (218.000) 
Receita Líquida 582.000 
(-) CMV (218.250) 
Lucro Bruto 363.750 
Despesas de vendas e administrativas (*) (57.500) 
Despesas com salários e comissões (82.500) 
Despesas com encargos sobre a folha de pagamento. (66.000) 
Lucro Operacional – EBITDA/LAJIDA 157.750 
(+/-) Resultado financeiro (juros recebidos e pagos) (10.000) 
(-) Despesas com depreciação (11.250) 
(+/-) Resultado não Operacional - 
Lucro líquido antes do IRPJ e CSLL 136.500 
(-) Provisão do IRPJ e CSLL (30%) (40.950) 
(-) Participações (empregados, administradores, etc.) - 
Lucro líquido 95.550 
(*) Exceto salários, comissões e encargos. 
Fonte: Adaptado de Jiambalvo, 2001, p. 220. 
2. As compras de mercadorias no quarto trimestre de 2017 – trimestre 
anterior ao período orçamentário proposto – foram de R$ 300.000. 
3. O Quadro 4 mostra os dados estimados (orçados) da empresa para 2018 
com relação a vendas, custos, despesas e compras. 
Quadro 4 – Dados orçados para 2018 
Dados orçados para 2018: 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. 
Receita de vendas 865.000 935.000 1.010.000 1.090.000 
Valor dos estoques (***) 235.710 254.625 274.995 296.820 
Custo das vendas – CMV (**) 235.710 254.625 274.995 296.820 
Compras (valor notas fiscais do fornecedor) 324.000 350.000 378.000 408.000 
Despesas de vendas e administrativas (*) 57.500 57.500 57.500 57.500 
Despesas com salários e comissões 82.500 82.500 82.500 82.500 
Despesas com encargos (80% sobre a folha) 66.000 66.000 66.000 66.000 
Despesas com depreciação 11.250 6.250 7.500 7.500 
(*) Exceto salários, comissões e encargos. 
(**) Simplificadamente, admitiremos que a empresa vende todo o seu estoque no período e o 
renova no primeiro dia do período seguinte. 
(***) Valor das compras (nota fiscal) menos o valor dos tributos (ICMS, PIS, COFINS). 
Fonte: Adaptado de Jiambalvo, 2001, p. 220. 
4. O Quadro 5 mostra os valores do IRPJ e CSLL e as datas do seu 
recolhimento. Os impostos (IRPJ e CSLL) são de 30%, aproximadamente, 
sobre o lucro real. Para a empresa em análise, o lucro real é o próprio 
lucro líquido, tendo em vista que não há acréscimos ou deduções sobre o 
lucro líquido. A empresa apura o IRPJ e a CSLL trimestralmente, 
 
 
12 
recolhendo o valor devido, em uma única parcela, no mês subsequente 
ao trimestre de apuração (competência). 
Quadro 5 – Recolhimento do IRPJ e CSLL 
Período de 
competência 
Data do 
recolhimento 
Lucro Líquido 
(Lucro Real) 
(R$) 
IRPJ e CSLL 
(30%) 
(R$) 
4º trim/2017 Jan/2018 136.500 40.950 
1º trim/2018 Abr/2018 163.328 48.998 
2º trim/2018 Jul/2018 241.338 72.401 
3º trim/2018 Out/2018 229.780 68.934 
4º trim/2018 Jan/2019 (*) 272.855 (*) 81.856 
(*) Estes valores não irão constar no fluxo de caixa projetado - demonstrado no quadro 22 -, em 
razão de a data do seu recolhimento - Jan/2019 - estar fora do período orçamentário. 
5. Os Quadros 6 e 7 mostram as alíquotas e o valor dos tributos sobre as 
vendas - NF (débitos). Estas alíquotas são definidas para o regime de 
incidência não cumulativa, regime este obrigatório para o Lucro Real. Os 
cálculos demonstrados nestes quadros estão em conformidade como que 
nos ensina Padoveze (2012, p.157 a 159) com relação à apuração dos 
tributos a partir do valor da nota fiscal de compra - fornecedor - e nota 
fiscal de venda - cliente. 
Quadro 6 – Alíquotas dos tributos sobre vendas 
Alíquotas dos tributos sobre vendas: 
ICMS PIS COFINS 
18% 1,65% 7,6% 
Quadro 7 – Valor dos tributos sobre vendas 
Período de 
competência 
Valor das 
vendas - NF 
(R$) 
ICMS 
(R$) 
(18%) 
PIS 
(R$) 
(1,65%) 
COFINS 
(R$) 
(7,6%) 
Total dos 
tributos inclusos no 
valor das vendas – NF 
(R$) 
Dez/2017 (*) 225.000 40.500 3.712 17.100 61.312 
1º trim/2018 865.000 155.700 14.272 65.740 235.712 
2º trim/2018 935.000 168.300 15.427 71.060 254.787 
3º trim/2018 1.010.000 181.800 16.665 76.760 275.225 
4º trim/2018 1.090.000 196.200 17.985 82.840 297.025 
(*) Valor arbitrado das vendas em dez/2017. 
6. O Quadro 8 mostra o valor dos tributos sobre as compras - NF (créditos). 
Vamos considerar as mesmas alíquotas incidentes sobre as vendas. 
 
 
 
13 
Quadro 8 – Valor dos tributos sobre as compras 
Período de 
competência 
Valor da 
compra – NF 
(R$) 
ICMS 
(R$) 
(18%) 
PIS 
(R$) 
(1,65%) 
COFINS 
(R$) 
(7,6%) 
Total dos tributos 
incidentes sobre a 
compra - NF 
(R$) 
Dez/2017 (*) 100.000 18.000 1.650 7.600 27.250 
1º trim/2018 324.000 58.320 5.346 24.624 88.290 
2º trim/2018 350.000 63.000 5.775 26.600 95.375 
3º trim/2018 378.000 68.040 6.237 28.728 103,005 
4º trim/2018 408.000 73.440 6.732 31.008 111.180 
(*) Valor arbitrado das compras de dez/2017: 300 mil / 3 meses = 100 mil. 
7. O Quadro 9 - A mostra o valor dos tributos líquidos – débitos menos 
créditos - devidos nos períodos de competência. O Quadro 9 - B mostra 
o valor e a data do recolhimento destes tributos. 
Para Padoveze e Taranto (2009, p. 142), “o recolhimento de cada imposto 
se dá pela diferença entre o valor do imposto calculado sobre as vendas e o valor 
do imposto creditado e pago sobre as compras”. 
Quadro 9 - A – Valor líquido devido dos tributos (débitos – créditos) 
Período 
de 
competência 
ICMS 
(R$) 
PIS 
(R$) 
COFINS 
(R$) 
Total dos 
tributos 
(R$) 
Dez/2017 22.500 2.062 9.500 34.062 
1º trim/2018 97.380 8.926 41.116 147.422 
2º trim/2018 105.300 9.652 44.460 159.412 
3º trim/2018 113.760 10.428 48.032 172.220 
4º trim/2018 122.760 11.253 51.832 185.845 
 
 185.845 × 60% = 111.507 (∗) 
(*) Observe que no valor dos tributos devido em Jan/2019 (R$ 185.845) estão incluídos os 
tributos de competência dos meses de outubro, novembro e dezembro. No entanto, o valor dos 
tributos referente a dezembro/2018 será recolhido somente em janeiro/2019, portanto fora do 
período proposto para este orçamento. Assim, vamos arbitrar 60% do valor de R$ 185.845 como 
competência dos meses de outubro e novembro/2018, para ser recolhido em dezembro/2018. 
Então: R$ 185.845 x 60% = R$ 111.507. 
 
 
14 
Quadro 9 - B – Valor e data do recolhimento dos tributos 
Competência Recolhimento Competência Recolhimento Competência Recolhimento 
Dez/2017 Jan/2018 Abr/2018 Mai/2018 Ago/2018 Set/2018 
R$ 34.062 R$ 53.137 R$ 57.407 
Jan/2018 Fev/2018 Mai/2018 Jun/2018 Set/2018 Out/2018 
R$ 49.141 R$ 53.137 R$ 57.407 
Fev/2018 Mar/2018 Jun/2018 Jul/2018 Out/2018 Nov/2018 
R$ 49.141 R$ 53.137 R$ 55.753 (*) 
Mar/2018 Abr/2018 Jul/2018 Ago/2018 Nov/2018 Dez/2018 
R$ 49.141 R$ 57.407 R$ 55.754 (*) 
(*) 55.753 + 55.754 = 111.507 (Quadro 9 - A). 
8. O Quadro 10 mostra o valor das vendas recebidas em cada período 
orçado. Sessenta por cento (60%) das vendas são recebidas no próprio 
trimestre e 40% no trimestre seguinte. 
Quadro 10 - Valor das vendas recebidas em cada período orçado 
Recebimento de vendas - Em Reais. 
 Do 
trimestre 
anterior 
 Do 
trimestre 
atual 
 Total do 
trimestre 
1º trim/2018 (*) 320.000 + 519.000 = 839.000 
2º trim/2018 346.000 + 561.000 = 907.000 
3º trim/2018 374.000 + 606.000 = 980.000 
4º trim/2018 404.000 + 654.000 = 1.058.000 
 (*) Valor correspondente a vendas de dez/2017 (800 mil x 40% = 320 mil). 
9. O Quadro 11 mostra o valor das compras a serem pagas em cada período 
orçado. Oitenta por cento (80%) das compras são pagos no trimestre da 
compra e 20% no trimestre seguinte. 
Quadro 11 – Valor das compras a serem pagas em cada período orçado 
Pagamento das compras (fornecedores) - Em Reais. 
 Do 
trimestre 
anterior 
 Do 
trimestre 
atual 
 Total do 
trimestre 
1º trim/2018 (*) 60.000 + 259.200 = 319.200 
2º trim/2018 64.800 + 280.000 = 344.800 
3º trim/2018 70.000 + 302.400 = 372.400 
4º trim/2018 75.600 + 326.400 = 402.000 
 (*) Correspondente a compras de dez/2017 (300 mil x 20% = 60 mil). 
10. O Quadro 12 mostra o pagamento das despesas de vendas e 
administrativas. As despesas de vendas e administrativas são pagas no 
próprio trimestre. 
 
 
 
15 
Quadro 12 – Despesas de vendas e administrativas 
 Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
Despesas de vendas e administrativas 57.500 57.500 57.500 57.500 
 
11. O Quadro 13 mostra o pagamento das despesas com salários e 
comissões. Os salários e comissões são pagos no próprio mês. 
Quadro 13 – Despesas com salários e comissões 
Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
Despesas com salários e comissões 82.500 82.500 82.500 82.500 
 
12. O Quadro 14 mostra o valor dos encargos sobre a folha de 
pagamento. Os encargos sobre a folha (80%) são recolhidos no mês 
seguinte. 
Quadro 14 – Encargos sobre a folha de pagamento 
Competência Recolhimento Competência Recolhimento Competência Recolhimento 
Dez/2017 Jan/2018 Abr/2018 Mai/2018 Ago/2018 Set/2018 
R$ 22.000 (*) R$ 22.000 R$ 22.000 
Jan/2018 Fev/2018 Mai/2018 Jun/2018 Set/2018 Out/2018 
R$ 22.000 R$ 22.000 R$ 22.000 
Fev/2018 Mar/2018 Jun/2018 Jul/2018 Out/2018 Nov/2018 
R$ 22.000 R$ 22.000 R$ 22.000 
Mar/2018 Abr/2018 Jul/2018 Ago/2018 Nov/2018 Dez/2018 
R$ 22.000 R$ 22.000 R$ 22.000 
(*) Encargos devidos em dez/2017 (66 mil / 3 meses = 22 mil). 
13. O Quadro 15 mostra o valor dos empréstimos bancários de curto 
prazo para o giro da empresa. 
Quadro 15 – Empréstimos bancários de curto prazo para giro da empresa 
Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
Empréstimos bancários para giro 20.000 - - - 
 
14. O Quadro 16 mostra o valor das receitas e despesas com juros. 
Quadro 16 – Receitas e despesas com juros (em reais) 
 Receitas 
com juros 
(*) 
 Despesas 
com juros 
 Resultado 
financeiro com 
juros 
1º trim/2018 5.000 - 18.000 = (13.000) 
2º trim/2018 4.000 - 16.000 = (12.000) 
 
 
16 
3º trim/2018 3.500 - 20.000 = (16.500) 
4º trim/2018 4.200 - 14.000 = (9.800) 
 
15. O Quadro 17 - A mostra o valor desembolsado para a amortização 
de capital das imobilizações financiadas e amortização de capital de 
empréstimos bancários para giro da empresa. O Quadro 17 - B mostra o 
valor das compras à vista de bens do imobilizado. 
Quadro 17 - A – Amortizações de capital de financiamentos do imobilizado e 
amortizações de capital de empréstimos para giro da empresa 
Período: 2018 – Amortizações de capital. 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
Amortização das imobilizações financiadas 30.000 32.000 34.000 36.000 
Amortização dos empréstimos bancários 6.000 5.500 4.500 4.000 
Quadro 17 - B – Compras à vista de bens do imobilizado 
Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
Compras à vista de bens do imobilizado - - 90.000 - 
 
16. O Quadro 18 mostra o pagamento de dividendos. 
Quadro 18 – Pagamento de dividendos 
Pagamento de dividendos – Em Reais – 2018. 
1º trim. 2º trim.3º trim. 4º trim. 
35.000 45.000 65.000 90.000 
 
17. O Quadro 19 mostra os novos aportes de capital pelos sócios. 
Quadro 19 – Novos aportes de capital 
Aportes de capital dos sócios – Em Reais - 2018 
1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
30.000 25.000 20.000 15.000 
 
18. O Quadro 20 mostra o valor da venda de parte do imobilizado. O 
valor pelo qual estes bens estão contabilizados é R$ 60 mil. O 
recebimento pela venda será no próprio trimestre em que a venda será 
efetuada. 
Quadro 20 – Venda de parte do imobilizado 
Venda de parte do imobilizado – Em Reais - 2018 
1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
- 100.000 - - 
 
 
17 
Assim, com base nos dados apresentados, será possível projetar a 
Demonstração do Resultado - Quadro 21 - e o Fluxo de Caixa - Quadro 22. 
Quadro 21 – Projeção da Demonstração do Resultado (DR) 
Demonstração do Resultado (DR) 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
Receita Operacional Bruta (4) 865.000 935.000 1.010.000 1.090.000 
(-) Tributos (ICMS, PIS, COFINS) (7) (235.712) (254.787) (275.225) (297.025) 
Receita Operacional Líquida 629.288 680.213 734.775 792.975 
(-) CMV (4) (235.710) (254.625) (274.995) (296.820) 
Lucro Bruto 393.578 425.588 459.780 496.155 
(-) Despesas Operacionais: (206.000) (206.000) (206.000) (206.000) 
 Vendas e Administrativas (4) (57.500) (57.500) (57.500 (57.500) 
 Salários e comissões (4) (82.500) (82.500) (82.500) (82.500) 
 Encargos sobre salários e comissões (4) (66.000) (66.000) (66.000) (66.000) 
Lucro Operacional – EBITDA/LAJIDA 187.578 219.588 253.780 290.155 
(+) Receitas financeiras com aplicações 
(16) 
5.000 4.000 3.500 4.200 
(-) Despesas financeiras com financiam. 
(16) 
(18.000) (16.000) (20.000) (14.000) 
(-) Despesas com depreciação (4) (11.250) (6.250) (7.500) (7.500) 
Resultados não Operacionais: - 40.000 - - 
 Valor de venda de imobilizados (20) - 100.000 - - 
 (-) Valor da baixa de imobilizados (20) - (60.000) - - 
Lucro Líquido antes do IRPJ e CSLL 163.328 241.338 229.780 272.855 
(-) Provisão para o IRPJ e CSLL (30%) (48.998) (72.401) (68.934) (81.856) 
(-) Participações (*) - - - - 
Lucro Líquido depois do IRPJ e CSLL 114.330 168.937 160.846 190.999 
(*) Participações de empregados e administradores. 
Quadro 22 – Demonstrativo dos Fluxos de Caixa (DFC) 
Em Reais 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 
1. ATIVIDADES OPERACIONAIS: 
RECEBIMENTOS: 
De vendas (10) 839.000 907.000 980.000 1.058.000 
De juros (16) 5.000 4.000 3.500 4.200 
PAGAMENTOS: 
De juros (16) (18.000) (16.000) (20.000) (14.000) 
De compras de fornecedores (11) (319.200) (344.800) (372.400) (402.000) 
De despesas com vendas e administrativas 
(12) 
(57.500) (57.500) (57.500) (57.500) 
De salários e comissões (13) (82.500) (82.500) (82.500) (82.500) 
De encargos sobre salários e comissões 
(14) 
(66.000) (66.000) (66.000) (66.000) 
De tributos sobre as vendas (9 - B) (132.344) (155.415) (167.951) (168.914) 
De IRPJ e CSLL (5) (40.950) (48.998) (72.401) (68.934) 
Caixa líquido das atividades operacionais 127.506 139.787 144.748 202.352 
 
2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS: 
RECEBIMENTOS: 
De venda de bens do imobilizado (20) - - 100.000 - 
PAGAMENTOS: 
Da compra à vista de bens do imobilizado 
(17- B) 
- - (90.000) - 
Caixa líquido das atividades de 
investimentos 
- - 10.000 - 
 
 
18 
 
3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS: 
RECEBIMENTOS: 
Dos sócios – capital social (19) 30.000 25.000 20.000 15.000 
De empréstimos em bancos para giro (15) 20.000 - - - 
PAGAMENTOS: 
De dividendos (18) (35.000) (45.000) (65.000) (90.000) 
De amortização de empréstimos para giro 
(17-A) 
(6.000) (5.500) (4.500) (4.000) 
De amortização de financ do imobilizado 
(17-A) 
(30.000) (32.000) (34.000) (36.000) 
Caixa líquido das atividades de 
financiamentos 
(21.000) (57.500) (83.500) (115.000) 
 
4. CAIXA LÍQUIDO DO PERÍODO (1 + 2 + 
3) 
106.506 82.287 71.248 87.352 
 
5. SALDO INICIAL DO CAIXA (*)55.000 161.506 243.793 315.041 
 
6. SALDO FINAL DO CAIXA (4 + 5) 161.506 243.793 315.041 402.393 
 
(*) Saldo de caixa do 4º trimestre de 2017 (valor arbitrado). 
Obs.: A origem dos valores está referenciada pelo número do quadro entre parênteses”. 
3.2.3 Considerações sobre a apropriação de juros recebidos e pagos e 
impostos pagos como atividades operacionais 
Para justificarmos a apropriação, como atividade operacional, dos juros 
recebidos (de aplicações financeiras) e juros pagos (por empréstimos e 
financiamentos), bem como dos impostos pagos, recorremos ao 
Pronunciamento Técnico CPC 03, itens 34, 36 e 38, onde se lê: 
Os juros pagos e recebidos e os dividendos e juros sobre o capital 
próprio recebidos são comumente classificados como fluxos de caixa 
operacionais em instituições financeiras. Todavia, não há consenso 
sobre a classificação desses fluxos de caixa para outras entidades. Os 
juros pagos e recebidos e os dividendos e os juros sobre o capital 
próprio recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa 
operacionais, porque eles entram na determinação do lucro líquido ou 
prejuízo. Alternativamente, os “juros pagos” e os “juros e dividendos 
e os juros sobre o capital próprio recebidos” podem ser 
classificados como fluxos de caixa de financiamento e fluxos de caixa 
de investimento, respectivamente, porque são custos de obtenção de 
recursos financeiros ou retorno sobre investimentos (item 34 do CPC 
03) 
Este Pronunciamento encoraja fortemente as entidades a classificarem 
os juros, recebidos ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital 
próprio recebidos como fluxos de caixa das atividades operacionais, e 
os dividendos e juros sobre o capital próprio pagos como fluxos de 
caixa das atividades de financiamento. Alternativa diferente deve ser 
seguida de nota evidenciando esse fato (item 36 do CPC 03). 
[...] Portanto, os impostos pagos são comumente classificados como 
fluxos de caixa das atividades operacionais (item 38 do CPC 03). 
 
 
19 
Ao elaborar o fluxo de caixa, recomenda-se sempre a consulta a este e 
outros pronunciamentos sobre o tema, tendo em vista particularidades 
encontradas nos textos elaborados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC), que podem alterar o entendimento sobre a forma de apropriação de 
certas atividades que comporão o demonstrativo dos fluxos de caixa – se 
operacional, investimento ou financiamento. 
TEMA 4 – FLUXO DE CAIXA DE ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS 
Transcrevemos o Pronunciamento Técnico CPC 03, sumariado pelo 
Banco Central do Brasil, sobre as atividades de investimentos do demonstrativo 
dos fluxos de caixa – DFC, conforme segue: 
18 - A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das 
atividades de investimento é importante porque tais fluxos de caixa 
representam a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos 
pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no 
futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de 
investimento são: 
(a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível 
e outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os 
custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de 
construção própria; 
(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, 
intangível e outros ativos de longo prazo; 
(c) pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de 
outras entidades e participações societárias em joint ventures 
(exceto desembolsos referentes a títulos considerados como 
equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou 
venda futura); 
(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou 
instrumentos de dívida de outrasentidades e participações 
societárias em joint ventures (exceto recebimentos referentes aos 
títulos considerados como equivalentes de caixa e os mantidos para 
negociação); 
(e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto 
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); 
(f) recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou 
amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto 
adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira); 
(g) pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e 
swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para 
negociação imediata ou venda futura, ou os pagamentos forem 
classificados como atividades de financiamento; e 
(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e 
swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para 
negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem 
classificados como atividades de financiamento. 
A seguir, o que dizem alguns autores sobre o fluxo de caixa de atividades 
de investimentos. 
 
 
20 
Segundo Gitman (2010, p. 98), “os fluxos de investimento representam os 
fluxos de caixa associados à compra e venda de ativos imobilizados e 
investimentos em participações societárias”. 
Para Assaf (2014, p. 115), “os fluxos de entrada e saída de caixa de 
atividades de investimento podem ser exemplificados por: pagamentos por 
aquisição de imobilizado e intangível; recebimentos por venda de imobilizado e 
intangível; aquisições/vendas de outros ativos não circulantes; aplicações e 
resgates de investimentos financeiros não classificados no circulante [...]”. 
Ross, et al. (2015, p. 36) dizem que “o fluxo de caixa de atividades de 
investimento envolve variações nos ativos imobilizados: aquisições e vendas 
[...]”. O resultado é mostrado a seguir no Quadro 23: 
Quadro 23 – Fluxo de caixa de atividades de investimento 
Fluxo de caixa de atividades de investimento - Em Reais 
Pagamento, à vista, por aquisição de ativos imobilizados (R$ 198.000) 
Recebimentos por vendas de ativos imobilizados R$ 25.000 
Fluxo de caixa de atividades de investimento (R$ 173.000) 
Fonte: Adaptado de Ross, et al., 2015, p. 36. 
Notamos que os autores relacionam o fluxo de caixa de atividades de 
investimento à movimentação - entradas e saídas de caixa - do ativo imobilizado. 
Reproduzimos, no Quadro 24, parte do Quadro 22 (Demonstrativo dos Fluxos de 
Caixa - DFC) para demonstrar esta relação. Observe: 
Quadro 24 – Fluxo de caixa das atividades de investimentos – parte do quadro 
22 
2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS: 
RECEBIMENTOS: 
De venda de bens do imobilizado - - 100.000 - 
PAGAMENTOS: 
Da compra à vista de bens do imobilizado - - (90.000) - 
Caixa líquido das atividades de 
investimentos 
- - 10.000 - 
 
Uma das características das atividades de investimento é o fato de o seu 
caixa líquido - diferença entre entradas e saídas de caixa - ser, quase sempre, 
negativo. Isso porque, geralmente, operações com o ativo imobilizado 
correspondem ao pagamento - saída de caixa – pela compra de máquinas, 
equipamentos, veículos, móveis, etc. Embora possível, não é comum a entrada 
no caixa pela venda de bens do ativo imobilizado. 
 
 
21 
Quando apropriar – no demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) – 
valores pagos referentes à aquisição de imobilizados como atividades de 
investimentos? 
Uma dúvida que surge ao se projetar o demonstrativo dos fluxos de caixa 
(DFC) é em relação à aquisição do imobilizado. Então, vamos apresentar dois 
exemplos que poderão caracterizar e esclarecer essa dúvida: 
Exemplo 1 - Suponha que uma empresa irá adquirir um equipamento no 
valor de R$ 100 mil a ser financiado integralmente por um banco. Esta operação 
não representaria saída de caixa, visto que as contas movimentadas seriam 
“máquinas e equipamentos” (a débito) e “financiamentos” (a crédito). No entanto, 
a pergunta que se faz é: no momento em que se pagar a primeira parcela de 
capital do financiamento - R$ 10 mil, por exemplo - a saída do caixa será lançada 
em atividades de investimentos ou atividades de financiamentos no fluxo de 
caixa? 
Resposta: a parcela de capital paga - de R$ 10 mil - será apropriada como 
atividades de financiamentos. Os juros pagos da parcela serão apropriados em 
atividades operacionais (sobre os juros, ver item 3.2.4 desta aula 6). 
Exemplo 2 – Agora, suponha que este mesmo equipamento, no valor de 
100 mil, seja adquirido mediante pagamento à vista de R$ 20 mil no ato de sua 
aquisição e o restante – 80 mil – financiado. A pergunta que se faz é: como 
apropriar o valor de R$ 20 mil pago à vista no ato da aquisição do equipamento 
e como apropriar as parcelas de capital pagas pelo valor financiado? 
Resposta: a parcela paga à vista – R$ 20 mil – será apropriada como 
atividades de investimentos. As parcelas de capital pagas serão apropriadas 
como atividades de financiamentos. Os juros pagos serão apropriados como 
atividades operacionais (sobre os juros, ver item 3.2.4 desta aula 6). 
Para fundamentar as apropriações feitas no fluxo de caixa nos dois 
exemplos dados, podemos nos valer dos itens 18 e 19 do Pronunciamento CPC 
03, sumariado pelo Banco Central do Brasil, conforme segue: 
18 - A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das 
atividades de investimento é importante porque tais fluxos de caixa 
representam a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos 
pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no 
futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de 
investimento são: 
(a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível 
e outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os 
custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de 
construção própria [...]. 
 
 
22 
Podemos observar que o exemplo dado como atividades de investimentos 
- letra a do item 18 - diz claramente pagamentos de caixa para aquisição de 
ativo imobilizado. Assim, somente o pagamento no ato da aquisição do bem 
será apropriado em atividades de investimentos. 
Agora, vamos reproduzir o item 19 do Pronunciamento CPC 03, 
sumariado pelo Banco Central do Brasil: 
 19 - A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das 
atividades de financiamento é importante por ser útil para prever as 
exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital 
à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de 
financiamento são: 
 [...] (d) amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo 
debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de 
curto e longo prazos. 
Podemos observar que o exemplo dado como atividades de 
financiamentos - “letra d” do item 19 - justifica a apropriação do pagamento das 
parcelas de capital do financiamento em atividades de financiamentos. 
Mas, o estudo das atividades de financiamentos do demonstrativo dos 
fluxos de caixa (DFC) será visto no “tema 5” desta “aula 6”. 
Deve-se apropriar o pagamento de IRPJ e CSLL, decorrentes de 
ganhos na venda de imobilizado, como atividades de investimentos? 
A resposta para esta questão é sim, desde que seja praticável esta 
separação. Do contrário, o pagamento do IR e CSLL decorrente da venda de 
bens do ativo imobilizado deverá ser apropriado em atividades operacionais no 
demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC), juntamente com os ganhos das 
atividades operacionais da empresa. 
TEMA 5 – FLUXO DE CAIXA DE ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS 
Transcrevemos o Pronunciamento Técnico CPC 03, sumariado pelo 
Banco Central do Brasil, sobre as atividades de financiamentos do demonstrativo 
dos fluxos de caixa – DFC, conformesegue: 
19 - A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das 
atividades de financiamento é importante por ser útil para prever as 
exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital 
à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de 
financiamento são: 
(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos 
patrimoniais; 
(b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações 
da entidade; 
 
 
23 
(c) caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, 
empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos de 
curto e longo prazos; 
(d) amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo 
debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto 
e longo prazos; e 
(e) pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do passivo 
relativo a arrendamento mercantil financeiro. 
A seguir, o que dizem alguns autores sobre o fluxo de caixa de atividades 
de financiamentos: 
Os fluxos de financiamento provêm de transações financeiras com 
capital de terceiros (dívidas) ou capital próprio. Incorrer em dívidas de 
curto ou longo prazos resulta numa entrada de caixa correspondente; 
a quitação de dívida resulta em saída de caixa. Da mesma forma a 
venda de ações da empresa resulta em entrada de caixa, enquanto a 
recompra de ações ou distribuição de dividendos em dinheiro geram 
saída de caixa. (Gitman, 2010, p. 99) 
Para Assaf (2014, p. 115), “fluxos de entradas e saídas de caixa das 
atividades de financiamento podem ser exemplificados por: compra/venda de 
ações de emissão própria, empréstimos e financiamentos levantados no 
mercado financeiro, pagamentos de dividendos e juros sobre o capital próprio”. 
Reproduzimos, no Quadro 25, parte do Quadro 22 (Demonstrativo dos 
Fluxos de Caixa) para demonstrar as atividades de financiamentos. Observe: 
Quadro 25 – Fluxo de caixa das atividades de financiamentos – parte do quadro 
22 
3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS: 
RECEBIMENTOS: 
Dos sócios – capital social 30.000 25.000 20.000 15.000 
De empréstimos em bancos para giro 20.000 - - - 
PAGAMENTOS: 
De dividendos (35.000) (45.000) (65.000) (90.000) 
De amortização de empréstimos para giro (6.000) (5.500) (4.500) (4.000) 
De amortização de financ do imobilizado (30.000) (32.000) (34.000) (36.000) 
Caixa líquido das atividades de financiamentos (21.000) (57.500) (83.500) (115.000) 
TROCANDO IDEIAS 
Então, o que achou dos temas apresentados nesta Aula 6? Os grandes 
investidores globais procuram empresas que apresentam bons saldos nas 
demonstrações dos fluxos de caixa (DFC). Isso porque nem sempre lucros na 
demonstração dos resultados (DR) correspondem necessariamente a saldos 
positivos de caixa. Nós já entendemos que a razão desse descompasso é o fato 
de que os registros na demonstração do resultado (DR) são feitos respeitando-
se o regime de competência, enquanto nos demonstrativos dos fluxos de caixa 
 
 
24 
(DFC) os registros são feitos pelo regime de caixa. Uma grande construtora ao 
ser indagada sobre o prejuízo no resultado do exercício respondeu: não estamos 
muito preocupados, pois o saldo de caixa da empresa é positivo e o lucro será 
retomado quando o mercado voltar a crescer. Então, o estudo dos fluxos de caixa 
não é mesmo empolgante? 
Que tal você discutir este tema com os seus colegas por meio do fórum 
disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem (AVA)? Além do uso do 
fórum, sugerimos que você assista às aulas interativas da disciplina e envie 
perguntas durante a apresentação. A tutoria do seu curso também está 
disponível para ajudá-lo a tirar dúvidas sobre este importante tema. 
NA PRÁTICA 
1. As afirmativas a seguir dizem respeito ao entendimento de um plano 
orçamentário de uma empresa. Marque verdadeiro (V) ou falso (F) ao lado 
de cada afirmativa e assinale a única alternativa correta. 
Afirmativas: 
I. Ao final do período orçamentário, com o objetivo de avaliar os resultados, 
deve-se comparar os dados reais (realizado) com os dados orçados 
(previsto). 
II. A elaboração e o controle do plano orçamentário devem ter a participação 
de todos os setores da empresa. 
III. O valor do lucro líquido apurado na demonstração do resultado (DR), 
projetada a partir do orçamento geral da empresa, deve ser igual ao saldo 
do demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) projetado. 
Alternativas: 
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Somente as afirmativas I e III estão corretas; 
c) Somente as afirmativas II e III estão corretas. 
d) Somente a afirmativa II está correta. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
2. Com base na análise das atividades numeradas de 1 a 6, assinale a 
alternativa que corresponde ao saldo final do caixa no período, 
 
 
25 
considerando que o saldo inicial do caixa no início do período era de R$ 
150 mil. 
1. Recebimento de vendas no valor de R$ 500 mil; 
2. Pagamento das compras no valor de R$ 250 mil; 
3. Contratação de empréstimo bancário para giro no valor de R$ 20 mil; 
4. Compra de equipamentos no valor de R$ 50 mil, sendo R$ 20 mil à 
vista e o restante a pagar com prazos de 60 e 90 dias. 
5. Pagamento de salários e encargos no valor de R$ 30 mil. 
6. Pagamento de empréstimos bancários no valor de R$ 10 mil. 
ALTERNATIVAS: 
a) R$ 340 mil 
b) R$ 360 mil 
c) R$ 380 mil 
d) R$ 400 mil 
e) R$ 420 mil 
3. Os dados do quadro a seguir dizem respeito a um demonstrativo dos 
fluxos de caixa (DFC) de uma empresa. Com base na análise desses 
dados, assinale a única alternativa correta. 
Quadro 26 – Demonstrativo resumido dos fluxos de caixa (DFC) 
Tabela 1 - Demonstrativo dos fluxos de caixa: Em Reais 
Saldo das atividades operacionais - 30.000,00 
Saldo das atividades de investimentos - 35.000,00 
Saldo das atividades de financiamentos 25.000,00 
SALDO DAS ATIVIDADES DO PERÍODO: - 40.000,00 
 
SALDO INICIAL (saldo final do período anterior) 50.000,00 
 
SALDO FINAL DO CAIXA NO PERÍODO: 10.000,00 
ALTERNATIVAS: 
a) As entradas de caixa superaram as saídas de caixa nas atividades 
operacionais. 
b) A empresa precisa monitorar as suas atividades de investimentos, pois 
não é comum estas atividades gerarem saldo negativo. 
 
 
26 
c) O saldo das atividades de financiamentos pode ser explicado por entrada 
de dinheiro no caixa por empréstimo bancário, mas não por entrada no 
caixa de dinheiro dos sócios. 
d) O saldo inicial do caixa para o demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) 
do próximo período - próximo exercício social - será R$ 40 mil negativo. 
e) Não fosse a entrada de caixa de financiamentos, a empresa amargaria 
saldo final de caixa negativo. 
4. Questão 4 - Os dados do quadro a seguir dizem respeito ao demonstrativo 
dos fluxos de caixa (DFC) de uma empresa comercial. Numere a 
segunda coluna de acordo com a primeira: 
Quadro 27 – Atividades de um demonstrativo dos fluxos de caixa 
1. Atividade Operacional. 
2. Atividade de Investimento. 
3. Atividade de Financiamento. 
 
 
 
( ) Pagamento da compra de equipamentos. 
( ) Recebimento de capital dos sócios. 
( ) Recebimento de vendas. 
( ) Pagamento dos estoques. 
( ) Pagamento de dividendos. 
( ) Recebimento de empréstimo de banco. 
( ) Recebimento da venda de imobilizado. 
 
Agora, assinale a ordem correta: 
a) 2, 3, 1, 2, 2, 3, 1 
b) 3, 2, 1, 1, 2 ,3, 1 
c) 3, 1, 3, 2, 2, 1, 1 
d) 2, 3, 1, 1, 3, 3, 2 
e) 3, 1, 2, 2, 1, 3, 3 
FINALIZANDO 
Assim, chegamos ao final desta Aula 6. O estudo do plano orçamentário, 
por meio do qual os demonstrativos financeiros são projetados para a análise 
dos usuários interessados, exige muita leiturae dedicação de quem se propõe a 
pesquisar essa área do conhecimento. Esperamos que este material possa 
auxiliá-los a ampliar os conhecimentos nessa área. Desejamos um ótimo estudo 
a todos! 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
ASSAF, A. N. Finanças Corporativas e Valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Pronunciamento Técnico CPC 03 – 
Demonstração dos Fluxos de Caixa. Disponível em 
<https://www3.bcb.gov.br/aplica/cosif/manual/0902177180ac075c.htm?fullNam
e=3.%20Pronunciamento%20T%C3%A9cnico%20CPC%2003%20%E2%80%9
3%20Demonstra%C3%A7%C3%A3o%20dos%20Fluxos%20de%20Caixa>. 
Acesso em: 16 fev. 2018. 
FREZATTI, F. Gestão do Fluxo de Caixa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: 
Pearson, 2010. 
JIAMBALVO, J. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2012. 
PADOVEZE, C. L.; TARANTO, F. C. Orçamento Empresarial. São Paulo: 
Pearson, 2009. 
ROSS, S. A. et al. Administração Financeira. 10. ed. Porto Alegre: Mc Graw 
Hill – Bookman, 2015. 
 
 
28 
GABARITO 
1. Letra A 
A afirmativa “C” está errada. Os lançamentos contábeis na demonstração 
do resultado (DR) são feitos obedecendo ao regime de competência, enquanto 
que no demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) os lançamentos são feitos com 
base no regime de caixa. Por isso, os resultados são diferentes. 
2. Questão 2 - Letra B 
Saldo final do caixa no período = Saldo inicial (+) Entradas (–) Saídas 
Saldo final do caixa no período = R$ 150 mil (+) R$ 520 mil (–) R$ 310 mil 
Saldo final do caixa no período = R$ 360 mil. 
3. Questão 3 - Letra E 
O saldo das atividades de financiamentos evitou que o saldo final de caixa 
fosse negativo. 
4. Questão 4 – Letra D

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