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Fragmentos da Carta de Pero Vaz de Caminha “Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem.(...) Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.(...)” “Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo.(...)” “Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis com cabelos muito pretos, compridos, pelas espáduas; e suas vergonhas tão altas e tão saradinhas e tão limpas que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha.(...)” Fragmento de O Guarani do romântico José de Alencar “Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem. Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência. Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham rogar com as pontas negras o pescoço flexível. Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita calda, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.” Poemas do Modernista Oswald de Andrade Os selvagens Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam por a mão E depois a tomaram como espantados As meninas da gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha Assinale a alternativa correta sobre os textos acima: Escolha uma opção: a. Alencar cria sua personagem numa fidelidade total à descrição do índio feita por Caminha; b. a função poética da linguagem, com efeito de humor, fica mais evidente no primeiro fragmento da carta; c. no poema “Os Selvagens”, o título abre uma ambiguidade programada, que sugere um questionamento: quem são os verdadeiros selvagens? Muito bem...!!! d. confirmou-se, na época de Caminha, a presença de ouro no Brasil, como atesta o segundo fragmento da carta; e. os textos de Oswald, apesar da transposição para o verso, corroboram as boas intenções dos primeiros colonizadores em relação ao índio. Ao Santíssimo Sacramento “Oh que pão, oh que comida, Oh que divino manjar Se nos dá no santo altar Cada dia. (...) Ele dá vida imortal, Este mata toda fome, Porque nele Deus é homem Se contêm.” ( Padre José de Anchieta ) Sobre a poesia de Anchieta afirmou o crítico Massaud Moisés: “(...) Faltaria frisar que a essência doutrinária revela um homem primitivo, apegado ainda à Idade Média”. Assinale a alternativa incorreta, levando em conta o excerto de Anchieta e a afirmação de Massaud Moisés: Escolha uma opção: a. os dois últimos versos do excerto sugerem o antropocentrismo; Muito bem...!!! b. o emprego predominante da redondilha maior é uma forma de facilitar a assimilação da obra. c. no plano da forma também se verifica influência medieval; d. a essência doutrinária, a que se refere o crítico, é a catequese; e. entende-se por essência doutrinária também o teocentrismo medieval; Desenganos da vida humana, metaforicamente É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? (Gregório de Matos Guerra) Assinale a alternativa correta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. não se pode dizer que o interlocutor do eu lírico, “Fábio”, é uma pessoa hipotética; b. a figura pagã da Fênix opõe-se à lição tridentina; Muito bem...!!! c. não há influência clássica na estrutura poemática; d. o poema contraria a postura tridentina e contrarreformista. e. a última estrofe confirma as anteriores; Desenganos da vida humana, metaforicamente É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? (Gregório de Matos Guerra) Assinale a alternativa incorreta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. o poeta contraria a postura tridentina ao exaltar a vaidade humana; Muito bem...!!! b. a referência à metáfora presente no título se confirma em cada estrofe; c. o poeta dissemina as três metáforas nas três primeiras estrofes e as recolhe no último terceto; d. o último verso do poema demonstra que a nau se arrebenta no penhasco, a flor é cortada pelo machado ou faca e a rosa murcha ao entardecer. Logo a relação ferro – machado ou faca é metonímica. e. há três metáforas referentes à “vaidade”: “rosa”, “planta” e “nau”; “Aristóteles disse que entre todas as coisas terríveis a mais terrível é a morte. Disse bem, mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba mas pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai, terrível é a porta por onde se entra. Se olhais para baixo, um precipício que vai parar no inferno. É tudo incerto” (Sermão de Quarta-Feira de Cinzas – Padre Antônio Vieira) Assinale a alternativa correta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. Vieira trava um diálogo intertextual com Aristóteles, a fim de corroborar o ponto de vista do filósofo grego; b. a figura de linguagem predominante é o paradoxo; c. o texto ilustra o estilo engenhoso, visto que a argumentação ( aspecto conceptista ) se estrutura por meio de figuras de linguagem ( aspecto cultista ); Muito bem...!!! d. o texto é apenas cultista por ser descritivo e apresentar a agudeza; e. Vieira, neste sermão, afasta-se dos preceitos tridentinos e contrarreformistas, ao estabelecer intertextualidade com Aristóteles. Leia o texto abaixo e responda ao que se pede. “Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás, como imagens valíssimas da servidão e espetáculos de extrema miséria. Oh Deus! Quantas graças devemos à Fé que nos destes, porque só ela cativa o entendimento para que, à vista destas desigualdades, reconheçamos contudo vossa justiçae providência! Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Estes corpos não nascem e morrem com os nossos? Não respiram o mesmo ar? Não os aquenta o mesmo sol? Que estrela é logo aquela que os domina tão triste, tão inimiga, tão cruel? (...) Não há escravo no Brasil, e mais quando vejo os mais miseráveis, que não seja matéria para mim de profunda meditação. Comparo o presente com o futuro, o tempo com a Eternidade, o que vejo, com o que creio, e não posso entender, que Deus que criou estes homens tanto à sua imagem e semelhança, como os demais, os predestinasse para dois infernos, um nesta, vida, outro na outra.(...) De maneira, irmãos pretos, que o cativeiro que padeceis, por mais duro e áspero que seja ou vos pareça, não é cativeiro total ou de tudo que sois, senão meio cativeiro. Sois cativos naquela metade exterior e mais vil de vós mesmos, que é o corpo; porém na outra metade interior e nobilíssima, que é a alma, principalmente no que a ela pertence, não sois cativos, mas livres.(...)” ( Sermão Vigésimo-Quarto – Padre Antônio Vieira, sermão pregado aos negros ) Assinale a alternativa correta sobre o sermão acima: Escolha uma opção: a. Vieira, neste sermão, mostra-se distante das questões ideológicas de seu tempo. b. a abundante presença de antíteses “senhores” x “escravos”; “poucos” x “muitos”, etc, faz com que este sermão, em particular, seja predominantemente cultista; c. pelas apóstrofes, verifica-se que Vieira toma como único interlocutor o público negro; d. a afirmação “não sois cativos, mas livres” justifica-se pela argumentação de que a alma não pode ser escravizada; Muito bem...!!! e. Comparando os dois últimos parágrafos, pode-se afirmar que, para Vieira, a condição racial impede o negro de ganhar o céu; Discreta e formosíssima Maria, Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora, Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: Enquanto com gentil descortesia O ar, que fresco Adônis te namora, Te espalha a rica trança voadora, Quando vem passear-te pela fria: Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo trota a toda ligeireza, E imprime em toda a flor sua pisada. Oh não aguardes, que a madura idade Te converta em flor, essa beleza Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. Gregório de Matos Guerra Assinale a alternativa correta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. não se esboça, no soneto, qualquer forma de argumentação conceptista; b. predomina, nos quartetos, a corrente conceptista; c. verifica-se, no soneto, o fusionismo barroco, por meio do carpe diem de caráter antropocêntrico e da lição tridentina de caráter teocêntrico. Muito bem...!!! d. predomina no texto a concepção platônica da mulher, pois não há referência erótica; e. a ausência de elementos clássicos, nos planos da forma e do conteúdo, tornam este soneto um típico exemplo de texto barroco; Discreta e formosíssima Maria, Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora, Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: Enquanto com gentil descortesia O ar, que fresco Adônis te namora, Te espalha a rica trança voadora, Quando vem passear-te pela fria: Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo trota a toda ligeireza, E imprime em toda a flor sua pisada. Oh não aguardes, que a madura idade Te converta em flor, essa beleza Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. Gregório de Matos Guerra Assinale a alternativa incorreta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. infere-se do texto o seguinte discurso: o presente é belo e deve ser vivido em oposição ao passado, que foi assustador. Muito bem...!!! b. na segunda estrofe, o paganismo estético interage com a beleza feminina. c. a “Aurora” é metáfora da pele corada de Maria; “o sol e o dia” podem ser entendidos como metáforas do brilho do olhar e do sorriso femininos. d. o soneto traz, na chave de ouro, uma visão pessimista da existência por meio de uma gradação. e. a metáfora “flor”, também neste soneto, é empregada com o sentido do que é belo mas efêmero. “ (...) apesar de fruto imediato do meio em que viveu, (Gregório de Matos) desconhece a sua cumplicidade, pensa reagir quando apenas o traduz, cuida moralizar, quando apenas se enlameia” (Araripe Junior – Gregório de Matos – Obra Crítica) Comparando os poemas satíricos e a poesia fescenina estudados, nesta unidade, com as palavras de Araripe Junior, é correto afirmar que: Escolha uma opção: a. o poeta se enlameia por ser incapaz de tomar atitude moralista; b. o poeta desconhece sua cumplicidade por não se preocupar com as questões sociais de seu tempo; c. Gregório de Matos mais pensa reagir e cuida moralizar na sátira, porém melhor traduz o meio em que viveu e se enlameia na poesia fescenina. Muito bem...!!! d. o poeta pensa reagir buscando a independência do Brasil; e. o meio em que o poeta viveu foi restrito à aristocracia colonial baiana, que o poeta julgava sem descendência nobre; Meu Deus, que estais pendente de um madeiro, Em cuja lei protesto de viver, Em cuja santa lei hei de morrer, Animoso, constante, firme e inteiro: Neste lance, por ser o derradeiro, Pois vejo a minha vida anoitecer; É, meu Jesus, a hora de se ver A brandura de um Pai, manso Cordeiro. Mui grande é o vosso amor e o meu delito; Porém pode ter fim todo o pecar, E não o vosso amor que é infinito. Esta razão me obriga a confiar, Que, por mais que pequei, neste conflito Espero em vosso amor de me salvar. (Gregório de Matos Guerra) Assinale a alternativa incorreta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. o soneto contém um silogismo, configurando a argumentação conceptista; b. a premissa menor seria: “Eu sou pecador ( “por mais que pequei” ) “; c. a conclusão seria: “Logo serei perdoado” ou “Espero em vosso amor de me salvar.” d. a premissa maior seria: “ Todo pecado é finito porque o amor de Deus é infinito”; e. não se verificam traços cultistas e o bifrontismo barroco no soneto. Muito bem...!!! Ditoso tu, que na palhoça agreste Viveste moço, e velho respirasse; Berço foi, em que moço te criaste, Essa será, que para morto ergueste. Aí do que ignoravas, aprendeste, Aí do que aprendeste, me ensinaste, Que os desprezos do mundo, que alcançaste, Armas são com que a vida defendeste. Ditoso tu, que longe dos enganos A que a Corte tributa rendimentos, Tua vida dilatas e deleitas. Nos palácios reais se encurtam anos, Porém tu, sincopando os aposentos, Mas te dilatas quanto mais te estreitas. (Gregório de Matos Guerra) Assinale a alternativa correta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. o poeta assume o eu lírico de um pastor, configurando o pastoralismo neoclássico; b. no plano do discurso, opõe-se cidade e vida campestre; esta com valor negativo, aquela com valor positivo no contexto; c. trata-se de um texto barroco mas que prenuncia temáticas neoclássicas; Muito bem...!!! d. a presença de anáforas, hipérbatos, antíteses, paradoxos reforça o aspecto conceptista do soneto; e. o inutilia truncat se faz presente no plano do conteúdo e no tipo de linguagem adotada pelo poeta. Parte superior do formulário Além do Horizonte Roberto Carlos e Erasmo Carlos letras.terra.com.br › R › Roberto Carlos Além do Horizonte deve ter Algum lugar bonito Prá viver em paz Onde eu possa encontrar A natureza Alegria e felicidade Com certeza... Lá nesse lugar O amanhecer é lindo Com flores festejando Mais um dia que vem vindo... Onde a gente pode Se deitar no campo Se amar na relva Escutando o canto Dos pássaros... Aproveitar a tarde Sem pensar na vida Andar despreocupado Sem saber a hora De voltar... Bronzear o corpo Todo sem censura Gozar a liberdade de uma vida Sem frescura... Se você não vem comigo Tudo isso vai ficar No horizonte esperando Por nós dois Se você não vem comigo Nada disso tem valor De que vale o paraíso Sem amor Além do Horizonte Existe um lugar Bonito e tranqüilo Prá gente se amar... Assinale a alternativa incorreta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. pelo contexto, a musa é essencialpara a concretização do carpe diem. b. os três versos que abrem a letra sugerem um lugar utópico, existente no plano do pensamento, portanto, platônico; c. mesmo que não seja intencionalmente, a canção acima propões ideais neoclássicos; d. não há trechos que sugerem oposição às convenções da civilização; Muito bem...!!! e. a natureza, exposta no texto, assemelha-se ao locus amoenus ou bucolismo neoclássicos; Feedback Sua resposta está correta. “O povo, Doroteu, é como as moscas Que correm ao lugar, aonde sentem O derramado mel, é semelhante Aos corvos e aos abutres, que se ajuntam Nos ermos, onde fede a carne podre. À vista, pois, dos fatos, que executa O nosso grande chefe, decisivos Da piedade que finge, a louca gente De toda a parte corre a ver se encontra Algum pequeno alivio à sombra dele.” (Cartas Chilenas – Tomás Antônio Gonzaga ) Assinale a alternativa correta sobre o texto acima: Escolha uma opção: a. o eu poemático centra a crítica no governo e poupa o povo de crítica; b. o adjetivo “decisivos” se refere aos corvos, aos abutres; c. a expressão “o nosso grande chefe” é uma demonstração de respeito do eu poemático ao governador, sugerindo a polidez de Critilo, incapaz de ironizar uma autoridade. d. o povo é comparado às moscas, aos corvos, aos abutres; Muito bem...!!! e. a atitude ignorante do povo é comparada ao mel e à carne podre; “O povo, Doroteu, é como as moscas Que correm ao lugar, aonde sentem O derramado mel, é semelhante Aos corvos e aos abutres, que se ajuntam Nos ermos, onde fede a carne podre. À vista, pois, dos fatos, que executa O nosso grande chefe, decisivos Da piedade que finge, a louca gente De toda a parte corre a ver se encontra Algum pequeno alivio à sombra dele.” (Cartas Chilenas – Tomás Antônio Gonzaga ) A principal atitude do governador criticada no texto é: Escolha uma opção: a. o desvio das riquezas do reino. b. o descaso com as obras públicas. c. o populismo. Muito bem...!!! d. a falta de cultura. e. o autoritarismo. ENADE – 2001 O ser herói, Marília, não consiste Em queimar os Impérios: move a guerra, Espalha o sangue humano, E despovoa a terra Também o mau tirano. Consiste o ser herói em viver justo: E tanto pode ser herói pobre, Como o maior Augusto. A estrofe acima de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, exemplifica uma das vertentes da poesia dos árcades ilustrados: aquela em que o poeta: Escolha uma opção: a. se afasta de toda referência histórica para intensificar o lirismo íntimo e amoroso. b. condena a violência e a rebeldia e enaltece o pacifismo natural dos pobres. c. submete às musas o merecimento de se glorificar como artista, “como o maior Augusto”. d. define o “viver justo” como atributo exclusivo da vida rústica e simples. e. reflete didaticamente sobre questões morais, como a do “viver justo”. Muito bem...!!! “Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro, Fui honrado Pastor da tua aldeia; Vestia finas lãs, e tinha sempre A minha choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal, e o manso gado, Nem tenho, a que me encoste, um só cajado. Para ter que te dar, é que eu queria De mor rebanho ainda ser o dono; Prezava o teu semblante, os teus cabelos Ainda muito mais que um grande Trono. Agora que te oferte já não vejo Além de um puro amor, de um são desejo.” (Tomás Antônio Gonzaga – Liras de Marília de Dirceu) Assinale a alternativa incorreta sobre o excerto acima: Escolha uma opção: a. a constante temática do status superior também está presente no texto. b. o penúltimo verso da segunda estrofe subentende o envolvimento de Gonzaga na Inconfidência Mineira e o confisco dos bens. c. no plano explícito, verifica-se o convencionalismo neoclássico d. embora pertença à segunda parte das Liras, não há traço prerromântico no fragmento. Muito bem...!!! e. é possível depreender do texto o ideal burguês da propriedade Quem deixa o trato pastoril, amado Pela ingrata, civil correspondência, Ou desconhece o rosto da violência, Ou do retiro a paz não tem provado. Que bem é ver nos campos transladado No gênio do pastor, o da inocência! E que mal é no trato, e na aparência Ver sempre o cortesão dissimulado! Ali respira amor sinceridade; Aqui sempre a traição seu rosto encobre; Um só trata a mentira, outro a verdade. Ali não há fortuna, que soçobre; Aqui quanto se observa, é variedade: Oh ventura do rico! Oh bem do pobre! (Cláudio Manuel da Costa) Assinale a alternativa correta sobre o texto : Escolha uma opção: a. no poema acima, Cláudio se afasta totalmente do convencionalismo árcade ou neoclássico; b. a figura de linguagem predominante no texto é o paradoxo. c. o eu lírico encontra-se no campo, criticando a vida urbana; d. no texto, o campo é elemento eufórico (valor positivo) e a cidade, disfórico (valor negativo). Muito bem...!!! e. a linguagem é simples, seguindo à risca o inutilia truncat, no plano linguístico; “Não creio que fosse morto Por um atilho encarnado Nem por veneno trazido, Nem por punhal enterrado. Nem creio que houvesse dito O que lhe fora imputado.(...) Entre esta porta e esta ponte, Fica o mistério parado. Aqui, Glauceste Satúrnio, Morto, ou vivo disfarçado, Deixou de existir no mundo, Em fábula arrebatado, Como árcade ultramarino Em mil amores enleado” (Romanceiro da Inconfidência – Cecília Meireles) Assinale a alternativa incorreta sobre o texto: Escolha uma opção: a. o excerto coloca em dúvida o fato de ter ocorrido um suicídio. b. o eu lírico se utiliza de expressões típicas do Neoclassicismo. c. trata-se de uma obra modernista do século XX, cujo tema é um fato histórico do século XVIII. d. o eu lírico centra-se no fato histórico, não fazendo referência ao lirismo e ao caráter gregário do inconfidente retratado. Muito bem...!!! e. o texto retrata a morte do poeta Cláudio Manuel da Costa. Parte inferior do formulário