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Eletrocardiograma

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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC
KETLIN STRECK GLASHORESTER
RESENHA CRÍTICA: O Eletrocardiograma
Santa Cruz do Sul
2018
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC
KETLIN STRECK GLASHORESTER
RESENHA CRÍTICA: O Eletrocardiograma
Resenha crítica apresentada para a disciplina de Fisiologia Animal I, no curso de Medicina Veterinária, na Universidade de Santa Cruz do Sul. 
Professor: Diego de Vargas.
Santa Cruz do Sul 
2018
RESENHA CRÍTICA
O eletrocardiograma, mais comumente chamado de ECG, é a ferramente mais utilizada para o diagnóstico de disfunções elétricas do coração. Na sua aplicação mais comum, dois ou mais eletrodos são colocados à superfície da pele e as voltagens registradas pelos mesmos são mostradas em uma tela de vídeo ou simplesmente impressas em uma folha de papel. 
Para começar a entender o processo envolvido no ECG, precisamos saber o conceito de um dipolo elétrico em um meio condutor. Um dipolo elétrico é um par de cargas elétricas, que por sua vez, é uma positiva carga positiva e uma carga negativa, separadas por uma estipulada distância, tendo como exemplo uma pilha comum. Se tal dipolo for inserido em um meio condutor, correntes iônicas irão fluir através da solução. Íons positivos iriam fluir em direção à extremidade negativa do dipolo, e íons negativos em direção à extremidade positiva. Com isso, o fluxo desses íons criaria diferenças de voltagem dentro da solução.
Em um gráfico ilustrativo, foi substituída a solução por uma tira alongada de músculo cardíaco e foram encontradas diferenças de voltagem (A-B e C-D) que são traçadas para cinco condições diferentes. Na condição 1, todas as células do músculo cardíaco estão em um potencial de membrana em repouso, ou seja, cada célula está carregada negativamente em seu interior e positivamente em seu exterior. Como as células do músculo cardíaco estão ligadas eletricamente por junções em fenda, o comportamento do músculo é como se fosse uma única grande célula, chamado de sincício funcional. 
Na condição 2, um potencial de ação é gerado e propagado de célula para célula, da esquerda para a direito do coração. Com isso, a tira de músculo cardíaco criou um dipolo elétrico, positivo na extremidade direita e negativo na extremidade esquerda. 
Na condição 3, a tira de musculo está inteira despolarizada, ou seja, todas as células estão no potencial de ação, com uma carga negativa ao redor de cada célula. Portando, não existe dipolo pois não existe diferença de voltagem.
Na condição 4, a tira muscular está repolarizando, as células na extremidade esquerda retornaram ao seu estado de repouso enquanto na extremidade direita ainda estão no potencial de ação. Sendo assim, existe um dipolo pois existe diferença de voltagem.
Na condição 5, todas as células na tira muscular retornaram ao seu estado de repouso, igual a condição 1, não existindo difrença de voltagem entre elas.
Em uma nova representação, o modelo da tira muscular foi substituído pelo coração inteiro em uma solução salina (líquido extracelulares do corpo, que contêm NaCl e outros sais), mostrando as diferenças de voltagens detectadas pelos eletrodos. Começando pelo momento entre as contrações cardíacas, quando todas as células do coração estão em um potencial de repouso, ou seja, ao redor do coração inteiro, visto como uma única grande célula, a carga será positiva, e não haverá diferenças de voltagens entre os eletrodos.
Para realizar o eletrocardiograma, os eletrodos são posicionados no membro torácico esquerdo (A), membro torácico direito (B) e membro pélvico esquerdo (C). No seu traçado, a deflexão durante a despolarização atrial é chamada de onde P, e ao final da sua despolarização, a voltagem do ECG retorna a zero. Nesse momento, no ciclo cardíaco normal, o potencial de ação gerado é propagado lentamente, de célula para célula, através do nó atrioventricular (AV) e da primeira porção do feixe AV. 
Após a despolarização dos átrios, as próximas diferenças de voltagens são as associadas à despolarização dos ventrículos. A primeira parte envolve uma despolarização da esquerda para a direita do cão, atravpes do septo interventricular, causando uma pequena diferença de voltagem, a onda Q. 
A próxima onda gerada pela diferença de potencial, é a onde R, causadora de uma voltagem grande e positiva no membro torácico esquerdo comparado com o direito. Ocorrendo da seguinte maneira: durante a despolarização ventrular os ramos de feixes, esquerdo e direito, conduzem o potenção de ação em propagação até o ápice ventricular, a partir disso, as fibras de Purkinje transportam o potencial de ação rapidamente para as paredes superiores de ambos os ventrículos. A partir disso, a despolarização se propaga de célula para célula, para o exterior do coração através das paredes de ambos os ventrículos, ocasionando um grande dipolo elétrico apontado diagonalmente para baixo e em direção ao lado esquerdo do cão. A onda R é a principal e predominante característica de um ECG normal, podendo haver anormalidades se afetado sua magnitude.
À medida que a despolarização sua propagação para fora encerra, a voltagem no membro torácico esquerdo, comparado com o direito, retorna a zero, e então se torna rapidamente negativa por muito pouco tempo, formando a onda S, pequena e negativa. Depois da onda S, a voltagem do membro torácico esquerdo, comparado ao direito, volta a zero e permanece por um tempo, pois as células dos ventrículos estão todas no seu potencial de ação. 
O processo de despolarização ventricular explicado, produz um padrão de voltagem no ECG denominada onda QRS ou complexo QRS. A repolarização do músculo ventricular causa uma deflexão de voltagem no ECG, demominada onde T. A superfície externa dos ventrículos foi o último tecido ventricular a se despolarizar, mas também, o primeira a se repolarizar. A onde T cria uma voltagem positiva no membro torácico esquerdo, em comparação ao membro torácico direito. O padrão da repolarização ventricular varia de cão para cão, podendo a onde T ser positiva ou negativa. 
O ECG registra o momento dos eventos elétricos (ondas) do coração, o tempo entre estas ondas pode ser calculado para determinar o momento dos eventos no coração. O intervalo PR corresponde ao tempo entre o início da despolarização atrial (onde P) e o início da despolarização ventricular (complexo QRS), levando cerca de 0,13 segundo (cão grande em repouso). O intervalo QT corresponde ao início da onda Q ao final da onda T, com cerca de 0,2 segundo. O intervalo PP corresponde ao tempo entre as ondas P sucessivas, usado para calcular o número de contrações atriais por minuto, ou seja, a frequência atrial do coração. O intervalo RR corresponde ao tempo entre as ondas R sucessivas, usado para calcular a frequência ventricular. Em um coração funcionando normalmente, a frequência atrial = frequência ventricular = frequência cardíaca.
Os eletrodos nos membros citados, são imaginados como se formassem um triângulo ao redor do coração, na vista ventral do cão. Recomendadas por Willem Einthoven, inventor do ECG, combinações padronizadas feitas pela interligação destes eletrodos resultam nos vários traçados do eletrocardiograma. A voltagem no membro torácico esquerdo comparado à do membro torácico direito é denominada de derivação I. De forma semelhante, o diagrama indica que a derivação II é a voltagem medida no membro pélvico esquerdo comparado ao membro torácico direito. E a derivação III, é definida como a voltagem no membro pélvico esquerdo, comparado ao membro torácico esquerdo. Sem esquecer que os sinais + e - no triângulo de Einthoven são, simplesmente, anotações sobre como posicionar os eletrodos. 
Em determinado ECG obtido de um cão com hipertrofia ventricular, observa-se que a sequência de ondas no ECG parece ser normal, mas uma anormalidade é evidente, pois a polaridade predominante do complexo QRS (onde R) registrado é negativa. Com isso, a reversão desta polaridade sugere que o eixo cardíaco foi desviado para a direita, que a massa do ventrículo direito aumentoudrasticamente, ou ambos.
Um desvio do segmento ST para cima ou para baixo, comparado ao restante do ECG, frequentemente é indicativo de uma área isquêmica ou com infarto, no músculo ventriular. Estas celulas do músculo ventricular isquêmico não podem manter um potencial de membrana em repouso normal, negativo. Em razão disso, essas células estão sempre mais ou menos despolarizadas.
Em outro ECG de um cão com contrações ventriculares prematuras, os seus cinco batimentos começam normais, ou seja, cada complexo QRS é precedido por uma onda P e seguido por uma onde T. Após os cinco batimentos normais, ocorre um complexo de ampla voltagem e com morfologia anormal, sem uma onda P precedente. Se a despolarização prematura tivesse origem em um marca-passo ectópico dentro do feixe AV ou dos ramos de feixes, o padrão da despolarização ventricular e o padrão da repolarização ventricular seriam normais.
Exemplos adicionais de disfunções elétricas em cães em repouso foram mostrados, com o diagnóstico de taquicardia sinusal, com a característica de frequência cardíaca alta, iniciada pelos marca-passos do nó SA. Onde as ondas R estão uniformemente espaçadas e indicam frequência ventriular de 235 batimentos/min (cão em repouso). Em outro exemplo comparado a esse, o diagnóstico de bradicardia sinusal foi detectado, com a característica de frequência cardíaca anormalmente baixa (55 batimentos/min), e o nó SA é o marca-passo, mostrando o extremo oposto.
O ECG fornece uma maneira fácil de diagnosticar o bloqueio do nó AV. O chamado bloqueio do nó AV de primeiro grau, se da pelo fato de haver um intervalo PR anormalmente longo, que indica condução anormalmente lenta do potencial de ação através do nó AV. Já o bloqueio AV de segundo grau, aparenta algumas despolarizações atrais conduzidas através do nó AV. E por último, o bloqueio do nó AV de terceiro grau (completo), onde os potenciais de ação atriais estão sendo aparentemente bloqueados dentro do nó AV.
No registro de um ECG de um cão que está entrando e saindo da taquicardia vantricular, as primeiras ondas são normais, o que indica um marca-passo ventricular ectópico localizado fora do sistema de condução ventricular normal. A taquicardia ventricular frequentemente evolui para fibrilação ventricular, onde o bombeamento de sangue é interrompido pelo coração, mesmo que os átrios continuam a se contrair de uma forma sincronizada.
Existe grande variação na polaridade e no tamanho das ondas do eletrocardiograma em animais de grande porte. Ou seja, o aspecto das ondas normais do ECG varia mais, de animal para animal, entre equinos e bovinos do que entre cães e gatos. Com isso, é mais provável que o bovino saudável tenha complexos QRS bastante diferentes em magnitude, duração e formato entre indivíduos. Esta variabilidade surge das rotas menos consistentes seguidas pelas despolarizações cardíacas nos átrios e nos ventrículos de animais de grande porte em comparação com animais de pequeno porte. Consequentemente, o ECG não é tão útil para diagnosticar anomalias estruturais cardíacas, tendo como exemplo a hipertrofia ventricular citada acima, em animais de grande porte. Ainda assim, há consistência na sequência básica de eventos elétricos no coração de animais normais, sejam eles grandes ou pequenos. Com isso, o ECG é muito útil para detectar o caracterizar arrtmias cardíacas em animais de grande porte, ou seja, será suficiente qualquer derivação de ECG que resulte em ondas P, complexos QRS e ondas T.

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