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UFC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – CAMPUS SOBRAL CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA: CIRCUITOS ELÉTRICOS II PROFESSOR: MARCOS ROGERIO DE CASTRO PRÁTICA Nº 07 FREQUÊNCIAS COMPLEXAS PRÓPRIAS ALUNO MATRÍCULA FRANCISCO DENILSON MESQUITA RIBEIRO 400306 SOBRAL – CE 2020 SUMÁRIO 1. Introdução ................................................................................................................................ 3 2. Objetivos da Prática ................................................................................................................ 5 3. Material Utilizado ................................................................................................................... 5 4. Procedimento Experimental ................................................................................................... 6 5. Conclusão ............................................................................................................................... 10 6. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 11 1. Introdução Seja 𝑦(𝑡) a resposta de um circuito linear, de parâmetros constantes, excitado por 𝑢(𝑡). A resposta e a excitação estarão relacionadas por uma equação diferencial do tipo: ∑ 𝑎 ( ) ( ) ( ) = ∑ 𝑏 ( ) ( ) ( ) (1) sendo os 𝑎 e 𝑏 constantes reais, e admitindo-se 𝑎 = 1 para maior comodidade. A função de transferência, que relaciona 𝑦(𝑡) e 𝑢(𝑡), é obtida tomando-se a transformada de Laplace da equação (1), com condições iniciais nulas, chegando-se a: 𝐺(𝑠) = ( ) ( ) = ⋯ ⋯ (2) O denominador da equação (2): 𝑃(𝑠) = 𝑠 + 𝑎 𝑠 + ⋯ + 𝑎 𝑠 + 𝑎 (3) é o polinômio característico da equação (1). Os zeros (𝑠 ) deste polinômio, correspondentes aos polos de 𝐺(𝑠), são as frequências complexas próprias da resposta 𝑦(𝑡). Estes polos podem ser simples ou múltiplos. Examinando-se o mecanismo de inversão da transformada, verifica-se que aos polos simples correspondem, na resposta transitória, parcelas do tipo: 𝐴 𝑒 (polos simples) (4) sendo os 𝐴 constantes. Os polos múltiplos gerarão uma soma de parcelas do tipo: 𝐴 𝑒 + 𝐴 𝑡𝑒 + ⋯ + 𝐴 ℓ 𝑡 ℓ𝑒 (5) sendo os 𝐴 constantes e ℓ a multiplicidade do polo menos um. As equações (4) e (5) constituem os modos naturais da resposta 𝑦(𝑡). A parte real da frequência complexa própria dá o amortecimento do modo natural, ao passo que sua parte imaginária fornece a frequência angular de oscilação do modo natural. Seja uma frequência complexa própria dada por: 𝑠 = −𝛼 + 𝑗𝜔 (6) Se a frequência própria for real e simples, o correspondente modo natural é do tipo 𝐴 𝑒 ; se a frequência própria for real e múltipla tem-se modos naturais 𝐴 𝑡 𝑒 , 𝑗 = 0, 1, . . . ℓ. Se a resposta tiver uma frequência própria complexa 𝑠 , necessariamente o conjugado 𝑠∗ será também uma frequência própria; sendo, além do mais, simples, o par 𝑠 , 𝑠∗ dará origem a um par complexo conjugado de modos naturais, que compõem uma parcela da resposta do tipo: 𝐴 𝑒 cos (𝜔 𝑡 + ϕ ) (7) sendo – 𝛼 a parte real da freqüência complexa própria e 𝜔 sua parte imaginária. 2. Objetivos da Prática Determinação das frequências complexas próprias de uma rede utilizando o transitório repetitivo. 3. Material Utilizado Resistor de 1kΩ; Capacitor de 0,1µF; Indutor de 1mH; Fonte geradora de sinal; Osciloscópio digital; Cabos e fios para conexão. 4. Procedimento Experimental A prática iniciou montando-se o circuito mostrado esquematicamente na figura 01, no qual 𝑅 representa a resistência interna do gerador, com: 𝑅 = 1 kW, 𝐿 = 1 𝑚𝐻, 𝐶 = 0,1 𝑚𝐹 e o gerador com onda quadrada com 3 𝑉 (pico a pico) e 1,5 𝑉 (offset). Figura 01 – Circuito com gerador de sinais Fonte: Manual da Prática Analisando o circuito da figura 01 com o uso da Transformada de Laplace, temos: 𝑖(𝑡) = 𝑖 (𝑡) + 𝑖 (𝑡) + 𝑖 (𝑡) = ( ) + ∫ 𝑣(𝑡)𝑑𝑡 + 𝐶 ( ) (8) Aplicando a Transformada de Laplace em (8), tem-se: 𝐼(𝑠) = ( ) + ( ) − 𝑖(0 ) + 𝐶𝑠𝑉(𝑠) − 𝑣(0 ) = + + 𝐶𝑠 𝑉(𝑠) (9) uma vez que 𝑖(0 ) = 0 e 𝑣(0 ) = 0. Assim, 𝐼(𝑠) = 𝑉(𝑠) → ( ) ( ) = 𝐻(𝑠) = (10) Fazendo então a seguinte manipulação, temos 𝐻(𝑠) = = ( ( ) ( ) ) = ( 𝜆1)( 𝜆2) (11) Onde as raízes são dadas por 𝜆 , = − ± − = − ± − (12) Como 𝜆 , = −𝛼 ± 𝛼 − 𝜔 = −𝛼 ± 𝑗𝜔 , (13) temos então 𝛼 = , (14) 𝜔 = (15) e 𝜔 = 𝛼 − 𝜔 (16) Pode-se definir ainda a frequência de oscilação 𝑓 = (17) e o índice de mérito 𝑄 = (18) Ajustou-se a frequência do gerador para 500 𝐻𝑧 e observou-se a forma de onda de 𝑣(𝑡). Na figura 02 e 03 são vistos respectivamente, a simulação e a forma de onda. Figura 02 – Circuito simulado Fonte: Autoria Própria Figura 03 – Forma de onda de v(t) Fonte: Autoria Própria Da figura acima, temos então que T = 66,6µs e das equações dadas anteriormente, temos 𝜔 = 𝛼 − 𝜔 , como 𝛼 = = ∙ ∙ , = 5000 (19) e 𝜔 = = ∙ , = 10 (20) logo, 𝜔 = 10 − 5000² = 99874,92 (21) e 𝑓 = = , = 15895,59. (22) Na figura 04 é mostrada a medição da amplitude máxima de duas oscilações consecutivas. Figura 04 – Medição Amplitudes Fonte: Autoria Própria A amplitude do primeiro pico é 𝐴 = 155𝑚𝑉 e a do segundo é 𝐴 = 115𝑚𝑉. Assim, o valor de 𝛼 é dado por 𝛼 = ln = ln = 15895,59ln = 4744,72 (23) que não difere tanto do valor calculado anteriormente. Daí, tem-se 𝜔 = 𝜔 − 𝛼 = 99762,15 (24) O novo índice de mérito é dado por 𝑄 = = , ∙ , = 10,51 (25) O valor da capacitância presente no circuito é 𝐶 = = ∙ ∙ , = 0,105𝜇𝐹 (26) E o valor da indutância presente no circuito é 𝐿 = = , ∙ , = 95,12𝐻 (27) A maior amplitude obtida foi com a frequência em torno do valor de 16 𝑘𝐻𝑧, que não por coincidência é o mesmo valor de 𝑓 encontrado anteriormente, como mostrado na figura 05. Esse fenômeno de maior amplitude nessa determinada frequência pode ser entendido como uma evidência que o circuito se comporta como um filtro passa faixa, cujas amplitudes em torno da frequência de passagem. Figura 05 – Senoide obtida de maior amplitude na frequência de ~16kHz Fonte: Autoria Própria 5. Conclusão Esta prática realmente cumpriu com o seu objetivo, que era a determinação das frequências complexas próprias de uma rede utilizando o transitório repetitivo A simulação utilizando o software multisim foi bastante proveitosa, pois a partir dela podemos ver na prática conteúdos que só tivemos na teoria, o que é bastante importante para o desenvolvimento da disciplina. . 6. Referências Bibliográficas [1] JOHNSON,D.E. Fundamentos de Análise de Circuitos Elétricos. Rio de Janeiro: Editora LTC, 4a Ed. Rio de Janeiro, 2014.
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