Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geografia da População Concepções Sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Vivian Fiori Revisão Textual: Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone 5 • Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População • Direitos Humanos e a Questão de Gênero no Brasil: Uma Abordagem Geográfica Dando continuidade aos temas relativos à Geografia da População, discutiremos, nesta unidade, questões sobre saúde, gênero e direitos humanos da população, dando ênfase ao papel e às condições de vida da mulher. Ao longo do tempo, houve diferentes abordagens para esses temas, caso, por exemplo, da visão que relaciona as doenças com o clima. No entanto, esse é um conhecimento que pode ser analisado de forma interdisciplinar. É fundamental perceber que há multifatores que interferem em questões de saúde, direitos humanos e, também, no papel da mulher no mundo e, especificamente, no Brasil. Além disso é importante considerar que o espaço geográfico precisa ser levado em conta no entendimento desses temas · Nesta unidade discutiremos concepções sobre questões de saúde, gênero e direitos humanos. · Para atingirmos satisfatoriamente os objetivos desta disciplina, saliento a importância da leitura atenta dos textos e do empenho na realização das atividades propostas Concepções Sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos 6 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Contextualização Não é possível exagerar o impacto da combinação da estagnação com os conflitos. Os conflitos são uma fonte directa de sofrimento, doença e mortalidade, consideráveis e excessivos. Na República Democrática do Congo, por exemplo, em 1998-2004, o conflito provocou um excesso de mortalidade de 450.000 mortes por ano. Qualquer estratégia para ultrapassar as grandes diferenças, em termos de saúde, entre países – e mesmo para corrigir as desigualdades dentro dos países - tem de considerar a criação de um ambiente de paz, estabilidade e prosperidade que permita o investimento no sector de saúde. Uma história de crescimento econômico lento é também uma história de recursos estagnados para a saúde [...] Depois de se adaptar à inflação, o PIB per capita na África subsaariana caiu em quase todos os anos, entre 1980 e 1994, deixando pouco espaço para ampliar o acesso ao sistema de saúde ou para transformar os sistemas de saúde. Fonte: Trecho literal da Organização Mundial da Saúde (OMS). Relatório Mundial de Saúde 2008. Cuidados de saúde primários: agora mais que nunca. Editor de versão portuguesa. Lisboa, Portugal, Ministério da Saúde, 2008, p. 7. Disponível em: http://www.who.int/ eportuguese/publications/whr08_pr.pdf?ua=1. Acesso em 29/05/2014. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), os conflitos políticos e guerras ajudam a impactar ainda mais as condições da saúde da população, sobretudo os investimentos em equipamentos de saúde, medicamentos, formação de quadros de profissionais, entre outros. Além de conflitos políticos, crises econômicas também afetam as condições de vida da população e interferem na relação saúde-doença. Saúde, para a OMS, não é apenas a ausência da doença, mas também a situação de bem- estar e qualidade de vida à qual todas as populações devem ter direito. No entanto, o acesso às possibilidades de saúde e à boa qualidade de vida varia enormemente nos diferentes lugares do mundo; há sempre a mediação territorial definindo os que têm mais acesso e os que não têm. Esta é uma concepção de estudos sobre saúde, população e território, mas há outras, conforme se evidencia no texto teórico da disciplina. 7 Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Aproximar ou especificar temáticas como a questão de gênero e saúde é uma forma de considerar que a realidade, geralmente, é complexa e, muitas vezes, a Geografia necessita de se aproximar de teorias, do aporte teórico-conceitual e de pesquisas de outras áreas do conhecimento ou de outras ciências, buscando ser interdisciplinar. Caso, por exemplo, da Epidemiologia, quando se relaciona à saúde, ou mesmo da Antropologia Cultural e Social ou, ainda, da Sociologia para estudos da questão de gênero. Há estudos que fazem a interface entre Geografia e Medicina, área do conhecimento a qual alguns denominam de Geografia Médica ou Geografia da Saúde. Nessas pesquisas há diferentes propostas teóricas sobre como estudar saúde e doença e relacioná-las ao espaço geográfico. Em geral, ao longo da história humana, as explicações para as doenças eram oriundas de crenças, superstições e também das religiões de uma forma mais sistematizada. Apesar disso, já na Idade Antiga, na Grécia, na obra “Ares, águas e lugares”, atribuída a Hipócrates (480 A.C.), já se fazia uma relação entre as condições da água e do ar e os possíveis fatores que interferiam na saúde das pessoas. Contudo, só com a descoberta dos micro-organismos e depois da relação destes com as doenças é que houve uma revolução do conhecimento sobre algumas doenças transmissíveis, principalmente a partir do final do século XIX (BARATA; BRICEÑO-LEÓN, 2000). Ainda era comum alguns cientistas e médicos, no começo do século XX até período da Segunda Guerra Mundial, relacionarem as doenças ao clima. Daí surgiram expressões como doenças tropicais ou, ainda, Medicina Tropical. Conforme preceitos da época, no Brasil, preconizava-se, para doença como tuberculose, a ida para cidades como Campos do Jordão (SP), na Serra da Mantiqueira, pois o ar da cidade, devido ao clima, seria melhor para a recuperação dos doentes. Contudo, com as descobertas, nos séculos XIX e XX, da microbiologia, foram colocados em xeque os fatores das doenças, pois descobriram-se novos agentes etiológicos. Podemos, ainda, afirmar que algumas doenças são mais endêmicas, ou seja, mais comuns em alguns lugares do que em outros. Há, sim, uma dimensão natural-biológica-ecológica que interfere nesse processo, assim, por exemplo, o vírus da dengue dissemina-se conforme a condição físico-ecológica dos lugares, conforme afirma o Ministério da Saúde (2002, p. 6): A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. A dengue é, hoje, a mais importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor. Desse modo, um fator condicionante da dengue vincula-se a lugares mais úmidos, quentes e com disponibilidade de água para que o mosquito vetor possa se proliferar. Estando ele contaminado com o vírus, irá transmitir a doença às pessoas, tornando-as infectadas. Podemos dizer, então, que há um território da dengue bem como que esta é uma doença predominantemente tropical. Mas esse território da dengue só existe devido ao calor, temperatura e umidade altas? Ou seja, só existe devido a fatores climáticos? Ou também existem condições sociais, econômicas e políticas que podem interferir nas condições dessa propagação da doença? 8 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Na Geografia clássica, já em meados do século XX, um geógrafo francês chamado Max Sorre (1943), ao estudar questões relativas à saúde e à Geografia, criou um conceito chamado “complexo patogênico”, no qual relacionava alguns elementos humanos, ecológicos e sociais para definir algumas doenças, enfatizando as doenças infecciosas e parasitárias e sua relação com o meio no qual o homem vive. Desse modo, relacionando-se os fatores, chegava-se às condições para existência de uma doença. Assim, nessa perspectiva, havia o complexo da “malária”, o complexo da “doença do sono”, por exemplo. Max Sorre definia assim o complexo patogênico:A interdependência dos organismos postos em jogo na produção de uma mesma doença infecciosa permite inferir uma unidade biológica de ordem superior: o complexo patogênico. Compreende, além do homem e do agente causal da doença, seus vetores e todos os seres que condicionam ou comprometem sua existência. [...] Tendo por base esta noção é que propomos fundar o capítulo mais vasto da geografia médica, o das doenças infecciosas; sem ela, este nada seria senão uma coleção de fatos desprovidos de ligação e de alcance científico. [...] Na complexidade das relações que interessam a uma só vez ao biólogo e ao médico, procura-se uma noção sintética capaz de orientar as pesquisas do geógrafo (SORRE apud BARATA; BRICEÑO-LEÓN, 2002, p. 7). Nessa perspectiva de Max Sorre, o homem pode ser um vetor para as doenças como os outros animais devido a seu caráter biológico, mas, ao mesmo tempo, o homem distingue-se dos demais, pois tem condições de interferir no meio mediante suas ações no complexo da doença ou no complexo patogênico. Outro geógrafo que tratou da questão da saúde, relacionando-a às características dos lugares, foi o brasileiro Josué de Castro, que, em diversas obras, vinculou a fome e a nutrição aos lugares. Você Sabia ? Josué de Castro (1908-1973) foi um importante médico e geógrafo brasileiro. Estudou Medicina na Bahia, graduou-se no Rio de Janeiro (1929) e voltou para clinicar em Recife, sua cidade natal. Fez concurso na antiga Universidade do Distrito Federal (depois chamada de Universidade do Brasil e atual Universidade do Rio de Janeiro) para a cátedra de Geografia Humana. Passou a desenvolver pesquisas sobre Geografia da Saúde em tópicos sobre nutrição e alimentação. Na década de 1950, tornou-se político (deputado federal) e também foi convidado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU, onde presidiu o Conselho da FAO e fundou a Associação Mundial da Fome. Com o golpe militar em 1964, foi impedido de retornar ao Brasil. Escreveu várias obras e duas que se tornaram conhecidas no mundo são: Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951). Outros enfoques mais recentes de concepção da Geografia Crítica relacionam outros condicionantes que ajudam a explicar a saúde e a doença existentes nos lugares, enfatizando as políticas públicas de saúde, as condições socioeconômicas, educativas etc. Cabe, portanto, lembrar que é fundamental observar quais são os fatores que interferem na questão da saúde; em muitos casos são multifatores de ordem política, econômica, sociocultural e também ambiental. 9 Observe em sua cidade. Há doenças endêmicas na região ou município no qual você vive? Há território específicos em seu município onde há maior prevalência de certas doenças? Quais os fatores que levam à maior incidência de uma determinada doença em um território específico? Desse modo, é fundamental relacionar os possíveis fatores e não, como faziam alguns estudos, colocar apenas a natureza ou o meio ambiente como determinantes de casos relacionados à questão de saúde. A seguir, vamos enfatizar a questão dos direitos humanos e de gênero no Brasil, enfatizando a situação da mulher. Direitos Humanos e a Questão de Gênero no Brasil: Uma Abordagem Geográfica Entende-se que a questão dos direitos humanos e sua mediação com a questão do gênero ocorrem num processo histórico, dialético e com contradições que são inerentes à condição humana, à existência. Consequentemente, a falta de acesso às políticas públicas e aos direitos humanos surge devido à opressão produzida pela própria humanidade, a qual, concretamente, consiste nos homens e mulheres que vivem em diferentes lugares e situações. Falta de direitos por preconceito com o “outro” e pela supressão das liberdades individuais e dos diversos grupos socioculturais existentes no mundo. Então, discordamos do termo “pessoa humana” empregado em alguns documentos e textos (BRASIL, 2006; UNIFEM et alii, 2006) que tratam sobre direitos humanos no Brasil, pois essa expressão é redundante, já que toda pessoa é humana e, sendo assim, não consideramos o humano como um adjetivo. Destacamos o que diz o texto da Declaração dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1948: Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla [...] (ONU, 1948, s/p.) (grifo nosso). Dizer “pessoa humana” não significa qualificá-la como um ser “do bem”, pois são inerentes aos seres humanos também as vicissitudes, a maldade, a impiedade; em caso contrário, não precisaríamos tratar de direitos humanos, não seria necessário reivindicá-los, pois todos viveriam bem se todos os homens fossem bons. Entretanto, apesar dos problemas humanos, devemos buscar aceitar o outro, considerar a diversidade cultural e religiosa existente, levar em conta a existência de um mundo plural. Sobretudo como educadores, é essencial considerar a diversidade existente no mundo, seja racial, cultural, por gênero etc. 10 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Considera-se que, nas interações humanas, estabelecem-se relações de poder de diversos tipos e ordens: entre sexos, entre gêneros, no mundo do trabalho, por questões raciais e étnicas, por preconceito religioso, por perseguição política, entre outras relações, que criam a necessidade de tratarmos dos direitos humanos. Como diz Hannah Arendt1 (2005), não há poder de um só indivíduo; o poder manifesta-se no grupo e também pelas instituições e organizações existentes no mundo. Em 1948, foi criada a “Declaração dos Direitos Humanos”, pela ONU, como um marco importante no entendimento da busca da cidadania, da igualdade e da fraternidade no mundo. No entanto, concretamente, ainda há muito a ser feito em diversos países. No Brasil, entre as políticas de Direitos Humanos mais recentes do governo federal, houve a criação, em 1997, da “Secretaria Especial dos Direitos Humanos” (SEDH) e da “Secretaria de Políticas das Mulheres” (SPM), em 2003, que favoreceram a formulação de políticas específicas para as mulheres no âmbito do governo federal. Ao tratar da questão de gênero, é fundamental conceituar o que é gênero. A bibliografia, os artigos e documentos (BRASIL, 2006; UNIFEM, 2006) sobre a questão dizem que falar de gênero não é a mesma coisa que tratar de sexo, pois o gênero é o papel social desempenhado ou definido pelos sexos e dele decorrem alguns preconceitos sobre qual seria esse papel, sobretudo o das mulheres. Gênero é um conceito relacional do masculino e do feminino. A questão de gênero como política pública vem, por conseguinte, dessa mundialização e globalização, nas quais se destacam as Conferências Mundiais de Mulheres no México (1975), em Nairóbi (1985) e em Pequim (1995). No Brasil, tais políticas são definidas, principalmente, na nova constituição brasileira de 1988 e após os anos de 1990, período no qual surgiram várias normatizações sobre a questão dos direitos da mulher e políticas de assistência e de saúde específicas. Com a criação da “Secretaria das Políticas das Mulheres”, em nível federal, em 2003, realizou-se a “I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres” no Brasil, em 2004, evento que subsidiou a elaboração do “Plano Nacional de Políticas para as Mulheres” assim como as demais políticas desenvolvidas pelos governos estaduais e municipais. Além das condições socioeconômicas e de trabalho, que são importantes para a emancipação feminina, há também as condições relativas à saúde, ao direito reprodutivo e à assistência à mulher como aspectos fundamentais no entendimento da condição de gênero e de suas transformações. Segundo Miriam Ventura (2006), na Conferência Internacional de Populaçãoe Desenvolvimento, em 1994, no Cairo, foi incorporado o conceito de direito reprodutivo. Você Sabia ? O direito reprodutivo tem como premissa o direito à dignidade, à integridade psicológica e física assim como o direito à definição da liberdade da escolha de como o planejamento familiar ocorrerá pelo casal. Direito que necessita, portanto, de acesso à informação, ao conhecimento sobre assistência ginecológica, saúde sexual e saúde reprodutiva assim como à assistência à maternidade. 1 “O único fator material indispensável para a geração de poder é a convivência entre os homens. Estes só retêm poder quando vivem tão próximos um aos outros que as potencialidades da ação estão presentes [...]” (ARENDT, 2005, p. 213). 11 Neste caso, fatores socioeconômicos, culturais e de saúde são todos relacionados e podem ser analisados espacialmente. Há mediação entre o território e a saúde. Os sistemas de objetos de saúde, tais como hospitais e unidades básicas de saúde, são fundamentais para a prevenção e busca dos direitos à vida. Contudo, além deles, são necessárias políticas públicas e ações efetivas para que a condição de prevenção e existência da saúde se realize adequadamente, não bastando apenas os equipamentos. Devemos lembrar que espaço depende da materialidade (equipamentos, infraestrutura) mas também de ações. A mortalidade materna é um dos grandes problemas que ainda assolam a humanidade. É mais um indicador originado das políticas que são universais, e, atualmente, sua redução faz parte das “Metas do Milênio” da ONU. As maiores dificuldades no uso de dados de mortalidade materna são as definições da causa da morte, principalmente nos países subdesenvolvidos. Observando-se o gráfico 1, de mortalidade materna por macrorregiões do mundo, verifica- se uma diferença grande entre os países de regiões desenvolvidas - onde as condições de infraestrutura de saúde bem como as políticas de assistência à mulher são melhores - e os países da África Subsaariana, nos quais as condições gerais da saúde da população são piores em vários indicadores e não apenas quanto à saúde da mulher. É o caso também do Sudeste da Ásia, incluindo-se nos dados a Índia, Bangladesh, Vietnã etc. Gráfico 1: Estimativa de Mortalidade Materna - Por Regiões do Mundo (Número de pessoas) Fonte: Dados da WORLD HEALTH ORGANIZATION, Estimates developed by WHO, UNICEF, UNFPA and The World Bank, 2014, p. 22. Elaborado por Vivian Fiori, 2014. A pobreza de boa parte da população, a deficiência de infraestrutura básica e das políticas de saúde fazem dessa parte da África uma das regiões em que a falta da prática dos direitos humanos é mais acentuada. Contudo, cabe lembrar que há, também, variações nesses dados se compararmos diferentes países e ou regiões africanas. 12 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População No Brasil não é muito diferente; em algumas regiões há muita ignorância sobre o papel da mulher, sua sexualidade e sobre as condições de reprodução humana, assim como há desigualdade em relação ao acesso à educação, saúde e cidadania. Desigualdades espaciais em relação à mortalidade materna no Brasil causam dificuldades à notificação das causas de morte materna, sobretudo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Por isso, só há dados mais precisos das regiões Sul-Sudeste, do Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. Há problemas de subnotificação da mortalidade materna em algumas regiões, brasileiras, segundo o Ministério da Saúde: No Brasil, dois fatores dificultam o real monitoramento do nível e da tendência da mortalidade materna: a subinformação das causas dos óbitos e o sub- registro das declarações de óbito. A subinformação resulta do preenchimento incorreto das declarações de óbito, e ocorre quando se omite que a morte teve causa relacionada à gestação, ao parto ou ao puerpério. Isto ocorre pelo desconhecimento dos médicos quanto ao correto preenchimento da Declaração de Óbito e quanto à relevância desse documento como fonte de dados de saúde. Já o sub-registro e a omissão do registro do óbito em cartório, frequente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, seja pela dificuldade de acesso aos cartórios, pela existência de cemitérios irregulares ou a falta de informação da população quanto à importância da declaração de óbito como instrumento de cidadania (MINISTÉRIO DE SAÚDE, 2009, p. 7). Outra temática importante é a questão da sexualidade. Em pesquisa realizada com 12.676 mulheres de todas as regiões do Brasil sobre reprodução e saúde sexual da mulher, ao serem interrogadas sobre a frequência do uso de preservativos em suas relações sexuais, mais de 57% dessas mulheres, conforme mostra o gráfico 2, responderam que nunca usam. Em todas as regiões brasileiras, a maioria das mulheres nunca utiliza preservativo, embora na mesma pesquisa 90% delas tenham respondido que conhecem a função do preservativo, sobretudo para evitar gravidez e também para evitar doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a aids. O número das que conhecem a dupla função do preservativo é maior entre as mulheres que trabalham e vivem em áreas urbanas. Contudo, cabe lembrar que, para além do desconhecimento, há o problema do acesso ao preservativo e o fato de algumas mulheres se submeterem à vontade dos homens de não usar o preservativo, não assumindo sua própria decisão. Sobre o “uso de preservativo na última relação sexual”, gráfico 3, em todas as regiões brasileiras, 70% ou mais mulheres disseram que não usaram. Ao verificarmos a resposta em relação às classes sociais, de A a E, observamos uma diferença marcante. Enquanto na classe A1, assim definida pela pesquisa, aproximadamente 53,7% delas usaram preservativo na última relação, na classe E, esse percentual caiu para 16,8%, ou seja, entre as mais pobres o uso é menor. 13 Gráfico 2: Distribuição (%) de mulheres sexualmente ativas, segundo uso de preservativo - Brasil Fonte: Dados do Ministério da Saúde, PNDS, 2006, p. 121. Elaborado por Vivian Fiori, 2014. Gráfico 3: Uso de preservativo na última relação, por região do Brasil (%) Fonte: Ministério da Saúde, PNDS, 2006, p. 119. Reelaborado por Vivian Fiori, 2014. Logo, a questão não é apenas a falta de informação sobre a importância do uso do preservativo, mas também o acesso ao uso. Assim, questões socioculturais e as condições em que vivem definem o uso. As mulheres solteiras tendem a usar mais (cerca de 50%) do que as casadas. 14 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Fatores socioeconômicos, a questão da mulher e do gênero A população de mulheres no Brasil é um pouco maior do que a dos homens (51% são mulheres e 49% homens) segundo Censo em 2010. O nível de escolaridade2 das mulheres vem aumentando. Conforme dados dos Censos de 1991 e 2000, a média de anos de escolaridade passou de 6,8 para 7,8 anos de estudo para mulheres de 7 anos ou mais (vide mapa 1). O Centro- Sul do Brasil consolidou-se como a região de maior média de escolaridade entre as mulheres; já as regiões Norte e Nordeste apresentam as médias de escolaridade menores, ocasionadas por fatores de exclusão social e econômica e também porque as áreas rurais geralmente só oferecem Ensino Fundamental Básico de 1ª a 5ª séries. Mapa 1: Média de Anos de Estudo das Mulheres-Brasil (por município) Fonte: Dados IBGE, 1991 e 2000. Elaborado por Vivian Fiori, 2014. Comparando-se a média de escolaridade das mulheres com a dos homens, em 2000 as mulheres apresentaram uma maior escolaridade, ou seja, 6,8 anos para os homens e 7,8 para as mulheres. Os homens abandonam mais os estudos que as mulheres. O motivo mais comum para essa diferença na evasão escolar é o trabalho, mas explica-se também pela maior dedicação das mulheres à continuidade dos estudos e menor índice de reprovação escolar do que o dos homens. Em 2010, conforme gráfico 4, evidencia-se que a escolaridade no Brasil ainda não éadequada para um país que pretende se desenvolver. Quase 50% da população com 25 anos ou mais têm escolaridade até, no máximo, Ensino Fundamental incompleto. O que se percebe observando o gráfico é que, à medida que a escolaridade vai aumentando, amplia-se a proporção da escolaridade das mulheres em relação à dos homens, chegando-se, no Ensino Superior completo, a aproximadamente 12, 5% de mulheres e 9,9% de homens. 2 No Brasil há a seguinte divisão escolar: Ensino Fundamental (da 1ª à 9 ª série), Ensino Médio (geralmente da 1 ª à 3 ª série) e Ensino Superior, que se divide em Graduação (com duração de 2 a 6 anos) e Pós-Graduação (geralmente de 2 anos para mestrado e 4 anos para doutorado). 15 Gráfico 4: Distribuição das pessoas de 25 anos ou mais de idade, por sexo, (nível de instrução-Brasil, 2010) Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010. Entretanto, a taxa de analfabetismo entre as mulheres em alguns municípios brasileiros é alarmante. Em média, a taxa nacional de analfabetismo é de 12,9% para mulheres de 15 anos ou mais; contudo as maiores taxas encontram-se, novamente, no Norte e Nordeste do Brasil, sendo que em alguns municípios a taxa vai de 30% a 67,30%, número bastante distante da média geral. São municípios pouco populosos, mas há uma demonstração evidente das desigualdades espaciais do Brasil, sobretudo nas zonas rurais. O analfabetismo é um dos fatores que dificulta a inserção social e no mundo do trabalho formal dessas mulheres, além de ser fator que compromete a autonomia e emancipação feminina. Nas áreas rurais, o analfabetismo das mulheres, em média, chega a 27%, taxa bem maior do que nas áreas urbanas. Isso torna-se um círculo vicioso, mas a situação tem melhorado se comparada às de décadas anteriores (IBGE, 2000). No Brasil, o número de domicílios3 chefiados por mulheres vem aumentando concomitantemente à ampliação do nível de escolaridade feminina. Verifica-se percentualmente que esse número aumentou em todas as regiões do Brasil de 1991 a 2000 e a 2010. Essa situação ocorre por causa da inserção da mulher no mercado de trabalho e também devido ao aumento do número de mulheres que vivem sozinhas com seus filhos, dando origem a famílias monoparentais femininas, situação comum em todas as classes sociais. Segundo Woortmann; Woortmann (2002), em artigo produzido sobre as famílias monoparentais femininas no Brasil, essa situação já era comum nas famílias pobres e, mais recentemente, após os anos 1990, houve um aumento dessa condição nas classes médias. 3 Cabe ressaltar que se trata de chefia por domicílio, não de família propriamente dita, já que o Censo é feito por domicílio e não por unidade familiar. Os arranjos familiares nos domicílios são bastante diversos, sendo comum, em áreas mais pobres, que exista mais de uma geração no mesmo domicílio, com mães mais velhas que sustentam toda a família, filhos e netos. 16 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População No caso das mulheres mais pobres, com filhos, a vulnerabilidade social ocorre porque elas necessitam de emprego e nem sempre há com quem deixar os seus filhos. Se, de um lado, isso revela emancipação da mulher e sua maior inserção no mercado de trabalho, de outro lado, a mulher exerce uma dupla jornada trabalhando fora e ainda precisando cuidar de seus filhos, e, muitas vezes, não há condições sociais para existência adequada dessa dupla função. No Brasil há legislação sobre a necessidade de os pais pagarem pensão alimentícia para o provimento dos filhos ao se separarem, mas, nas áreas mais pobres, esses direitos comumente são negligenciados. Conforme aponta estudo do IBGE: As estatísticas mais recentes sobre as mulheres brasileiras mostram que, cada vez mais, elas estão presentes no mercado de trabalho e com níveis de escolaridade mais elevados do que os homens. Estas mudanças influenciam o comportamento social das mulheres tanto no âmbito público como no privado. Independentemente de se tratar de casal sem filhos ou casal com filhos, houve um aumento considerável da proporção de mulheres responsáveis pelos núcleos familiares entre 2002 e 2012. No caso dos núcleos formados por casal sem filhos, a proporção de mulheres passou de 6,1% para 18,9%, nos casais com filhos de 4,6 % passou para 19,4%. Nas monoparentais, as mulheres sempre foram maioria, proporção que se mantém no período. (IBGE, 2013, p.73). Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IPEA, 2009), a partir dos anos 1980 aumentou o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, alcançando alta taxa. Em 2008, por exemplo, de cada 100 mulheres, 52 estavam ocupadas ou procurando emprego, e a maior taxa de ocupação encontra-se na faixa etária de 30 a 49 anos, sucedida pela de 25 a 29 anos. Os fatores para a menor inserção das mulheres em relação aos homens no mercado de trabalho são bastante variados, desde a opção de não quererem participar do mercado de trabalho até a proibição dos cônjuges, além da necessidade de cuidarem de seus filhos, entre outros. Apesar disso, dados mais recentes (IBGE, 2013) apontam que o rendimento das mulheres continua mais baixo do que o dos homens na mesma função. Diz o texto: Na perspectiva de gênero, na última década se mantiveram as características da desigualdade de rendimento em relação à escolaridade, visto que a distância entre o rendimento-hora de homens e mulheres aumenta à medida que avança a escolaridade. No grupo dos mais escolarizados (12 anos ou mais de estudo), as mulheres recebiam em média por hora, 66% do rendimento dos homens, o mesmo percentual observado em 2002 (IBGE, 2013, p. 152). Em relação ao território nacional, os estados com menor proporção de mulheres ocupadas são o Amazonas, Para e Amapá, na região Norte; e Paraíba, Pernambuco e Alagoas, no Nordeste brasileiro (vide mapa 2). 17 Mapa 2: Proporção de Pessoas de 10 anos ou mais Idade, Ocupada, por sexo-Brasil (UF) Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2012. Organizado por Maurício Yamada e Vivian Fiori, 2013. Há uma diferença marcante quando comparamos a proporção de ocupação dos homens e das mulheres. As mulheres entram no mercado de trabalho mais tarde, têm salários menores e trabalhos mais precários segundo os dados (IPEA, 2009; IBGE, 2008; 2012;2013). Observe os gráficos 5 e 6 e leia, atentamente, as diferenças entre os tipos de atividades desenvolvidas por homens e mulheres. As mulheres são maioria, segundo tipo de atividade, nos trabalhos domésticos sem e com carteira assinada. No Brasil há uma tradição social das famílias de classe média e alta de empregarem trabalhadoras domésticas, tais como faxineiras, arrumadeiras, cozinheiras, babás, entre outras atividades comumente desenvolvidas pelas mulheres mais pobres. Gráfico 5: Participação da População Ocupada, por grupos de Atividades, Segundo Sexo-Brasil (%) Fonte: IBGE, 2012. Pesquisa Mensal de Emprego (PME, 2012). 18 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Nem sempre há uma formalização desse tipo de emprego. Muitas não têm a carteira assinada, condição que permite direitos de aposentadoria, seguro desemprego e outros benefícios sociais no Brasil. Das trabalhadoras domésticas que estão no mercado de trabalho (IPEA, 2009), as que trabalham em apenas um domicílio são cerca de 30%; com carteira assinada e com previdência social temos 32%. Já das mulheres que trabalham em mais de um domicílio, só 14% têm carteira assinada, o que nos leva a afirmar que as que trabalham em vários domicílios, a que, no Brasil, são chamadas de “diaristas”, são mais excluídas dos benefícios sociais existentes. Gráfico 6: Proporção das Pessoas Ocupadas de 10 anos ou mais de Iadade, por sexo, por Ocupação-Brasil Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2008, IPEA, 2009. Além disso, as mulheres são maioria na área do funcionalismo público, pois são concursadas, o que significa que, quandohá condições de igualdade de acesso por sexo - caso dos concursos públicos no Brasil -, as mulheres têm mais chances de acesso ao mercado de trabalho. Já, em relação ao rendimento médio, verifica-se que os homens têm os melhores rendimentos em todos os tipos de ocupação (gráfico 7), mesmo nos trabalhos domésticos, nos quais as mulheres são maioria. Leia atentamente os gráficos a seguir (2003 e 2011). Em 2011, observa-se que as mulheres passaram a ganhar mais do que os homens (107%) apenas no setor de construção (para 11 anos ou mais de estudos). Logo, há uma dupla exclusão da mulher: apesar de ter maior escolaridade, possui os menores rendimentos e os trabalhos mais precários sob o ponto de vista dos benefícios sociais. Isso ocorre em todas as regiões do Brasil. Gráfico 7: Razão do Rendimento Médio Real das Mulheres Ocupadas em Relação aos Homens (com 11 anos ou mais de estudo e com Ensino Superior) em R$ - Brasil Fonte: IBGE, 2012. Pesquisa Mensal de Emprego (2003, 2011) 19 Observações: A leitura do gráfico aponta os seguintes fatores: % do rendimento médio das mulheres ocupadas em relação ao trabalho do homem. Assim, em 2003, por exemplo, na indústria, as mulheres com nível superior recebiam 64% do salário dos homens; já para as mulheres com mais de 11 anos de estudo (sem nível superior) o salário era de 83% do salário dos homens. Dessa forma, neste caso, apesar do Ensino Superior, as mulheres ganhavam menos que os homens. Já, em relação às pessoas ocupadas na categoria de dirigentes, as mulheres são minoria em todas as regiões brasileiras, sendo que, no total, no Brasil, são 5,9% homens e 4,4% mulheres, e, no Centro-Oeste, há a maior diferença, com 2,1% a favor dos homens (IPEA, 2009). Segundo informações mais recentes do IBGE, nos cargos gerenciais ainda há poucas mulheres. Segue informação do IBGE: [...] o acesso de homens e mulheres aos cargos de direção e gerenciais. A igualdade no mundo do trabalho é um dos eixos do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e, desde 2005, a Secretaria de Políticas para as Mulheres lançou o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, com o objetivo de sensibilizar e fomentar uma cultura empresarial menos desigual e inclusiva. Uma das bases do programa é a superação da desigualdade salarial e de ocupação dos cargos gerenciais entre homens e mulheres e brancos e negros. De acordo com os dados da PNAD 2012, o acesso de mulheres com 25 anos ou mais de idade aos cargos de direção e gerenciais é menor comparativamente ao dos homens nessa faixa etária: 5,0% para as mulheres e 6,4% para os homens. Essa situação, no entanto, permanece similar ao que se tinha em 2002, cujas proporções de mulheres e homens nesses cargos em relação ao total de ocupados por sexo eram de 4,9% e 7,4%, respectivamente (IBGE, 2013, p. 152). Assim também fica evidente a baixa inserção social das mulheres tanto nos cargos eletivos4, caso de prefeitas, vereadoras, governadoras e senadoras, quanto nos cargos de indicação, caso do Supremo Tribunal Federal e do Conselho de Justiça Federal. As menores diferenças ocorrem nos cargos de magistrados, juízes(as), que são preenchidos por concursos públicos, mas exigem prova oral e entrevista assim como os cargos de chefia de grandes empresas. Quando comparados a dados de décadas anteriores, observa-se um avanço quanto à ocupação de cargos de chefia por mulheres no Brasil, relacionado, também, ao aumento da escolaridade das mulheres. Entretanto, manteve-se a segregação em relação ao rendimento das mulheres, que, mesmo realizando as mesmas funções, ganham menos. As políticas sindicais e públicas vêm buscando atender às reivindicações que se referem à questão da mulher e sua inserção no mercado de trabalho, mas ainda não se refletem claramente em todos os dados existentes, inclusive devido às diferenças existentes no território brasileiro. A questão do gênero aponta para outras dificuldades para a mulher por causa da gestação e da necessidade de cuidar dos filhos. As demandas por creches vêm sendo incorporadas por sindicatos, mas ainda há deficiências enormes nessa questão (UNIFEM; FUNDAÇÃO FORD; CEPIS, 2006). 4 No Brasil, em 1995, a lei (Lei 9.100/95) estipulava que cada partido ou coligação reservassem, no mínimo, 20% para candidaturas de mulheres. Já, em 1997, pela lei 9.504/97, essa porcentagem aumentou para, no mínimo, 30%. 20 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Embora ainda haja muitos problemas em relação aos direitos da mulher e de sua condição social, seja no trabalho, na família ou na saúde sexual e reprodutiva, houve avanços no período dos anos 1990 aos dias atuais no Brasil. Há ainda muitas disparidades no território brasileiro, quer porque ainda faltem objetos que possam atender adequadamente à mulher quer porque persistem políticas inadequadas e preconceitos em relação ao papel desempenhado pela mulher. Tais condições são mais evidentes em áreas rurais do que urbanas, assim como são maiores nas regiões Norte e no Sertão Nordestino. Verificamos que já estão mais consolidados os direitos do ponto de vista jurídico e das políticas mais universais dos governos federal, estaduais e municipais no Brasil. Contudo, a existência real dessas políticas no cotidiano familiar, na vida das mulheres pelo território brasileiro ainda requer mais atenção dos Conselhos da Mulher e de outras entidades de cidadania existentes nos estados e municípios na busca do cumprimento das leis e dos planos existentes. Por fim, falta também uma atenção maior à educação de homens e mulheres, uma educação que busque tratar dos direitos humanos e da importância do respeito entre sexos, respeito pelas diferenças em busca de maior igualdade de acesso a todos aos direitos e à cidadania. 21 Material Complementar Para aprofundamento dos temas discutidos nesta unidade, sugerimos: Leitura: BARATA, RB; BRICEÑO-LEÓN, RE. (orgs). Doenças endêmicas: abordagens sociais, culturais e comportamentais [on-line]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000. Disponível em: http://books.scielo.org/id/45vyc. Acesso em 19/05/2014. Documentário: Documentário: “Josué de Castro, Cidadão do Mundo”, direção de Silvio Tendler, 51min25, Brasil, 1994. O filme retrata a vida e a obra do médico e geógrafo pernambucano Josué de Castro. Autor de vários livros sobre a questão da fome, fez parte da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=fQrwW1sjHyI. Acesso em 30/05/2014. 22 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População Referências ARENDT, Hannah. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005. pp. 188-338. BARATA, RB; BRICEÑO-LEÓN, RE. (orgs). Doenças endêmicas: abordagens sociais, culturais e comportamentais [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000. Disponível em: http://books.scielo.org/id/45vyc. Acesso em 19/05/2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento / Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. – Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf. Acesso em 01/05/2014. BRASIL. Portaria nº 1.119 de 5 de junho de 2008. Regulamento de óbitos maternos. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008 /GM/GM-1119.htm. Acesso em 28/06/2010. COMISSÃO DE CIDADANIA E REPRODUÇÃO. Mortalidade materna e direitos humanos no Brasil. Relatório do Seminário. São Paulo: Centro Brasileiro de Análise e Planejamento- CEBRAP, maio de 2009. FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A MULHER (UNIFEM); FUNDAÇÃO FORD; CIDADANIA, ESTUDO, PESQUISA, INFORMAÇÃO E AÇÃO (CEPIA). O progresso das mulheres no Brasil. Brasília, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA(IBGE). Anuários estatísticos 1991 e 2.000. Rio de Janeiro, 2000. Dados disponíveis em: http://www.ibge.com.br/servidor_ arquivos_est/. Acesso em 20/06/2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2010: educação e deslocamento. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://biblioteca. ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/545/cd_2010_educacao _e_deslocamento.pdf. Acesso em 12/05/2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mulher no mercado de trabalho: perguntas e respostas. Pesquisa Mensal de Emprego- PME. Rio de Janeiro, IBGE, 08/03/2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/ trabalhoerendimento/pme_nova/Mulher_Mercado_Trabalho_Perg_Resp_2012.pdf. Acesso em 11/05/2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Estudos e Pesquisas – Informação Demográfica e Socioeconômica, 26, Rio de Janeiro, 2009, p. 200-230. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Estudos e Pesquisas – Informação Demográfica e Socioeconômica, n. 32, Rio de Janeiro, 2013. 23 INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). PNDA 2008. Primeiras análises: Educação. Gênero. Migração. Brasília, 2009. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/ sites/000/2/comunicado_presidencia/09_10_01_ComunicaPresi_31_PNAD2008_trabalho.pdf. Acesso em 10/06/2010. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção humanizada ao abortamento. Norma técnica. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Série Direitos sexuais e direitos reprodutivos. Brasília, Cad. 4, Secretaria de Atenção à Saúde, 2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de vigilância epidemiológica do óbito materno. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: 2009. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual dos Comitês de mortalidade materna. Brasília: Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília, 2007. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pacto nacional pela redução da mortalidade materna e neonatal. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília, 2004. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher. Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Brasília, PNDS, 2006. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Disponível em: http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ ddh_bib_inter_universal.htm. Acesso em 08/05/2014. RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. Tradução Maria Cecília França. São Paulo: Ática, 1993. REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE (RIPSA). Razão de mortalidade materna - 2006. Dados disponíveis em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2008/C03b.htm. Acesso em 20/06/2010. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2006. SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: Edusp, 2002. SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICA PARA AS MULHERES. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília, 2005. Disponível em http://200.130.7.5/spmu/docs/planinho.pdf. Acesso em 28/07/2010. SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICA PARA AS MULHERES. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Sistema nacional de informações de gênero. Brasília. Disponível em: http://200.130.7.5/snig/informacao/snig_indicadores.pdf. Acesso em 20/06/2010. SHAH, Igbal H. Mortalidade materna e atenção à maternidade de 1990 a 2005: conquistas desiguais, porém importantes. 2008, 3(3), pp.22-34. Questões de saúde reprodutiva. Disponível em: http://www.mulheres.org.br/rhm3/ revista3/22-mortalidade.pdf. Acesso em 10/05/2012. 24 Unidade: Concepções sobre Questões de Saúde, Gênero e Direitos Humanos da População VENTURA, Miriam. Saúde feminina e o pleno exercício da sexualidade e dos direitos reprodutivos. In: FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A MULHER (UNIFEM); FUNDAÇÃO FORD; Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (CEPIA). O progresso das mulheres no Brasil. Brasília, 2006. p.212-239. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Maternal mortality in 2005: estimates developed by WHO, UNICEF, UNFPA, and the World Bank. Disponível em: http://www.who.int/whosis/ mme_2005.pdf. Acesso em 10/05/2014. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Trends in maternal mortality: 1990 to 2013. Estimates by WHO, UNICEF, UNFPA, The World Bank and the United Nations Population Division, 2014. Acesso em 10/05/2014. 25 Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
Compartilhar