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Unidade V O Relevo Brasileiro

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Prévia do material em texto

Geomorfologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Adriana Furlan
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
O Relevo Brasileiro
• Introdução
• Classificações do relevo brasileiro
• Perfil topográfico
• Superfícies de aplainamento
• Divisão geomorfológica do estado de São Paulo
 · Identificar e comparar as formas e processos do relevo brasileiro e do 
estado de São Paulo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade, vamos aprender sobre o relevo brasileiro e de que forma 
a compartimentação do relevo, para fins de aprofundamento de estudos, 
é realizada, nos utilizando, para tanto, do exemplo da divisão do relevo do 
estado de São Paulo.
Leia, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. 
Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; 
por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados 
em fóruns de discussão, assim como realize as atividades de sistematização, 
essas que lhe ajudarão a verificar o quanto absorveu do conteúdo: são 
questões objetivas que pedirão a você resoluções coerentes ao apresentado 
no material da respectiva Unidade para, então, prepará-lo(a) à realização das 
respectivas avaliações.
ORIENTAÇÕES
O Relevo Brasileiro
UNIDADE O Relevo Brasileiro
Contextualização
Observe com atenção a figura a seguir. Nela podemos identificar algumas formas 
de relevo, considerando este como o modelado da superfície terrestre.
Por que há diferentes formas de relevo? O que vemos hoje é algo estático? O 
que condiciona o relevo?
 
Fonte: Acervo do Autor
Vamos refletir sobre estas questões. 
Há diferentes formas de relevo pois os elementos que as formam não são os 
mesmos em todos os locais. Os fatores internos (vulcanismo e tectonismo) e os 
agentes externos (as rochas, a precipitação, a variação de temperatura, diferentes 
condições de vento entre outros), condicionam a existência de determinada forma 
de relevo. A combinação destes elementos gera a estruturação e a esculturação do 
relevo de forma diferenciada.
O que vemos hoje na paisagem é resultado de processos que estão ocorrendo há 
milhares de anos e estão ainda se processando, mas por se tratar de processos lentos 
não conseguimos, na escala de tempo humana, identificar grandes transformações, 
somente quando ocorre um evento catastrófico, como um deslizamento de terra.
Os estudos sobre as formas de relevo e propostas de criação de uma classificação 
para as mesmas tem acompanhado a evolução dos estudos em Geomorfologia.
Nesta unidade estudaremos algumas destas propostas de classificação e de que 
forma alguns autores estudam estas formas.
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Introdução
Desde o início dos estudos em Geomorfologia, houve uma grande preocupação 
em se desenvolver uma metodologia que fosse capaz de englobar as inúmeras 
variáveis a serem estudadas nesta disciplina. Assim como em outros temas, a 
classificação do relevo sempre foi motivo de discussões e polêmicas, havendo, 
desde o início, diversas propostas com base em diferentes critérios adotados por 
seus autores. 
Podemos citar como marco a obra pioneira de Aroldo de Azevedo, baseada nas 
características hipsométricas (altitudes), passando pela classificação de Aziz Nacib 
Ab’Sáber, muito difundida na segunda metade do século XX, chegando até a mais 
utilizada atualmente, desenvolvida por um grupo de pesquisadores da Universidade 
de São Paulo e organizada por Jurandyr Luciano Sanches Ross, sendo esta 
resultante do Projeto Radambrasil.
Não podemos afirmar que uma proposta de classificação seja mais correta 
ou adequada do que outra, mas sim que, com base em diferentes critérios, cada 
autor realizou sua proposta que foi ora mais e ora menos aceita pelo meio 
científico e acadêmico. 
O Projeto RADAM – Radar da Amazônia - foi um esforço pioneiro do governo brasileiro 
na década de 70 para a pesquisa de recursos minerais, solos, vegetação, uso do solo e 
cartografia da Amazônia e áreas adjacentes da região Nordeste, sendo organizado pelo 
Ministério de Minas e Energia através do Departamento Nacional da Produção Mineral 
- DNPM, com recursos do PIN - Plano de Integração Nacional. Na época, o uso do radar 
de visada lateral (SLAR) representou um avanço tecnológico, pois a imagem podia ser 
obtida tanto durante o dia como à noite e em condições de nebulosidade. Em junho de 
1971, iniciou-se o aerolevantamento. Devido aos bons resultados do projeto, em julho 
de 1975, o levantamento de radar foi expandido para o restante do território nacional, 
visando o mapeamento integrado dos recursos naturais e passando a ser denominado 
Projeto RADAMBRASIL. 
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Fonte: Adaptado de http://www.cprm.gov.br
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Classificações do relevo brasileiro
Partindo do fato de que há diversas propostas de classificação do relevo 
brasileiro e mundial, vamos nos aprofundar em três dentre as principais, sendo, 
a mais antiga, de Aroldo de Azevedo, a mais tradicional, elaborada por Aziz N. 
Ab’Sáber, e a mais usada atualmente, de autoria de Jurandyr L. S. Ross, ambos 
geógrafos e geomorfólogos.
Classificação de Aroldo de Azevedo
A classificação do relevo proposta por Aroldo de Azevedo, na década de 1940, 
tem como base o critério hipsométrico. Para o autor, as terras brasileiras poderiam 
ser classificadas, em função de suas altitudes em dois grandes grupos: os planaltos 
e as planícies. Esta classificação, embora bastante simples, se comparada as mais 
complexas produzidas ao longo do tempo, serviu como base para todas as demais 
que se seguiram a esta.
As planícies foram consideradas como as partes do relevo relativamente planas 
com altitudes inferiores a 200 metros, e os planaltos considerados como as formas de 
relevo levemente onduladas, as quais apresentam altitudes superiores a 200 metros. 
Conforme podemos observar na figura 1, com base nessa classificação, o 
território brasileiro apresenta cerca de 60% de área ocupada por planaltos e as 
planícies ocupam as áreas restantes (40%).
Figura 1 – classificação do relevo de acordo com Aroldo de Azevedo
Fonte: Acervo do Autor
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Classifi cação de Aziz Ab’Sáber
No final da década de 1950, o professor Aziz Nacib Ab’Saber apresentou uma 
nova classificação do relevo brasileiro, com maior rigor conceitual, utilizando como 
critério para a definição das formas o tipo de processo geomorfológico dominante 
na superfície: processo de erosão ou processo de sedimentação.
Além dessa proposta Ab´Saber relacionou, posteriormente, as formas de relevo 
às condições climáticas locais resultando nos “domínios morfoclimáticos”, os quais 
estudaremos na disciplina Biogeografia.
Dentre as formas presentes na classificação do relevo de Ab´Saber, estão os 
planaltos e as planícies, sendo que para este autor, há uma relação direta entre 
estes, sendo que os planaltos são superfícies aplainadas onde há predomínio do 
processo de erosão (desgaste) sobre o processo de acumulação (sedimentação) 
e as planícies são caracterizadas pela predominância do processo de agradação 
(sedimentação) sobre o processo de erosão. 
Existe, para Ab´Saber, uma relação entre ambos, sendo que o material resultante 
do processo erosivo dos planaltos é transportado, fundamentalmente, pelos cursos 
de água e depositado nas áreas adjacentes mais baixas formando as planícies, ou 
seja, o planalto fornece material para a formação das planícies.
Em função destes critérios Ab´Saber propôs a divisão do Brasil nas unidades de 
relevo que podem ser observadas na figura 2.
Trata-se de uma classificação com critério diferenciado da proposta de Aroldo 
de Azevedo e com uma maior compartimentação do relevo.
Figura 2 – Classifi cação do relevo brasileiro segundo Aziz Ab´Saber
Fonte: Acervo do Autor
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Classificação de Jurandyr Ross 
A classificação de Jurandyr L. S. Ross, divulgada em 1995, baseou-se num deta-
lhado levantamento da superfície do território brasileiro,realizado pelo sistema de 
radares do projeto RADAMBRASIL e considerou as unida des de relevo com base 
nos seguintes critérios: 
 · o processo de erosão/sedimentação dominante na atualidade; 
 · o nível altimétrico; e, 
 · a base geológica e estrutural do terreno. 
Trata-se de uma classificação que considera o relevo brasileiro em grandes 
unidades, ou compartimentos, agrupados em três tipos: os planaltos, as depressões 
e as planícies. Nas duas primeiras unidades, predominam os processos erosivos e 
nas planícies, o processo de acumulação de sedimentos.
Jurandyr Ross, a exemplo de Ab’Saber, também, utiliza os processos 
geomorfológicos para elaborar sua classificação e considera os conceitos de 
morfoestrutura e morfoescultura.
Observe, na figura 3, a compartimentação do relevo proposta por Jurandyr Ross:
Figura 3 – Classificação do relevo conforme proposta de Jurandyr L. S. Ross
Fonte: Acervo do Autor
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Vamos estudar, a seguir, com mais detalhes, cada um dos compartimentos 
propostos por este autor:
Planaltos – atuação de processos erosivos
 Segundo Ross (2011), planalto pode ser definido como uma superfície irregular, 
com altitude acima de 300 metros sendo resultante de processos erosivos.
 O autor identificou os seguintes planaltos brasileiros:
 · Planalto da Amazônia Oriental: constitui-se de terrenos de uma bacia 
sedimentar e localiza-se na metade oriental da região, numa estreita faixa 
que acompanha o rio Amazonas do médio curso até a foz. Suas altitudes 
atingem cerca de 400 metros na porção norte e 300 metros na porção sul.
 · Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba: constituem-se de 
terrenos de uma bacia sedimentar, estendendo-se das áreas centrais do 
país (Goiás-Tocantins) até as proximidades do litoral, onde se alargam na 
faixa entre Pará e Piauí, sendo cortada de sul ao norte pelo rio Parnaíba. 
Nesta unidade, predominam as formas tabulares (chapadas).
 · Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná: caracterizam-se pela 
presença de terrenos sedimentares e pela soleira de rochas de vulcânicas 
da era Mesozoica. Localizam-se na porção meridional do país, 
acompanhando os cursos dos afluentes do rio Paraná e estendem-se do 
Estado de Mato Grosso à Região Sul, ocupando a faixa ocidental dessa 
região. Atingem altitudes na cota dos 1.000 metros.
 · Planaltos e Chapadas dos Parecis: estendem-se por uma larga faixa 
no sentido leste-oeste na porção centro-ocidental do país, indo do Mato 
Grosso até Rondônia. Dominados pela presença de terrenos sedimentares, 
apresentam altitudes de aproximadamente 800 metros. Os chapadões 
configuram-se como importantes interflúvios (topos), dispersando as 
águas para várias bacias hidrográficas (Amazonas, Paraguai e Guaporé).
 · Planaltos Residuais Norte-Amazônicos: antigamente, denominados 
de Planalto das Guianas, ocupam uma área, onde se mesclam terrenos 
sedimentares e cristalinos, na porção mais setentrional do país, do Amapá até 
o Amazonas, caracterizando-se em alguns pontos pela definição das fronteiras 
brasileiras e em outros, pela presença das maiores altitudes do Brasil, como o 
Pico da Neblina, localizado na Serra do Imeri, no Estado do Amazonas.
 · Planaltos Residuais Sul-Amazônicos: também, ocupam terrenos, onde 
se mesclam rochas sedimentares e cristalinas, estendendo-se por uma 
larga faixa de terras ao sul do rio Amazonas, da porção meridional do Pará 
até Rondônia. Apresentam-se, em comparação com os Residuais Norte-
Amazônicos, bem mais pulverizados, em virtude do trabalho erosivo fluvial 
dos afluentes da margem direita do rio Amazonas. Outro destaque dessa 
unidade é a presença de algumas formações em que são encontradas 
jazidas minerais de grande porte (caso da Serra dos Carajás, no Pará).
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
 · Planaltos e Serras do Atlântico leste-sudeste: perfazem uma larga 
faixa de terras na porção oriental do país em terrenos predominantemente 
cristalinos, onde há superfícies bastante acidentadas, com sucessivas 
escarpas de planalto (onde se destaca a Serra do Mar). Esta porção 
do território abarca o denominado, por Aziz Ab´Saber, como domínio 
morfoclimático dos mares de morros. Há, também, um conjunto de terras 
mais elevadas (“região das terras altas”), vinculadas, sobretudo, às Serras 
do Mar e da Mantiqueira. Na porção mais interior, em Minas Gerais, 
destaca-se outra importante jazida mineral brasileira, o Quadrilátero 
Ferrífero, na serra do Espinhaço.
 · Planaltos e Serras de Goiás-Minas: terrenos de formação antiga, 
predominantemente cristalinos, que se estendem do sul de Tocantins até 
Minas Gerais, caracterizando-se por formas muito acidentadas, como 
a Serra da Canastra, onde estão localizadas as nascentes do rio São 
Francisco, entremeadas de formas tabulares, como as chapadas próximas 
do Distrito Federal.
 · Serras Residuais do Alto Paraguai: ocupam uma área de rochas 
cristalinas e rochas sedimentares antigas, que se estendem tanto ao norte 
como ao sul da planície do Pantanal, no Centro-Oeste brasileiro. Na 
porção meridional, destaca-se a Serra da Bodoquena, na qual as altitudes 
alcançam cerca de 800 metros.
 · Planalto de Borborema: área de terrenos formados de rochas pré-
cambrianas e sedimentares antigas, que aparece na parte oriental do 
Nordeste brasileiro, a leste do Estado de Pernambuco, como um grande 
núcleo cristalino isolado, atingindo altitudes em torno de 1.000 metros.
 · Planalto Sul-rio-grandense: superfície caracterizada pela presença de 
rochas de diversas origens geológicas, com ligeiro predomínio de material 
pré-cambriano. Localiza-se na porção mais ao sul do Rio Grande do 
Sul, onde encontramos as famosas “coxilhas”, superfícies convexas 
caracterizadas por colinas suavemente onduladas, com altitudes inferiores 
a 450 metros.
Após analisarmos com mais detalhamento os planaltos da classificação de Jurandyr Ross, 
vamos fazer refletir.
Embora distantes uns dos outros, o que podemos identificar como semelhança entre os 
planaltos descritos acima? 
Muitos dos planaltos descritos são antigos terrenos sedimentares que sofreram soerguimento 
e estão no presente (em termos geológicos) sofrendo processos de erosão.
Os planaltos funcionam como divisores de água, abrigando algumas das nascentes de rios 
de importância regional e nacional e as altitudes destes são maiores que 400m.
Outro aspecto semelhante é que em algumas áreas de planaltos, onde há uma intercalação 
de terrenos cristalinos (rochas magmáticas e metamórficas, ou seja, rochas duras) e 
sedimentares ocorrem jazidas minerais, algumas bastante significativas e importantes.
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Podemos acrescentar ao conceito que os planaltos brasileiros são superfícies, 
cristalinas ou sedimentares, antigas. Os movimentos tectônicos que promoveram o 
soerguimento de grandes áreas do território do Brasil ou a formação dos terrenos 
sedimentares ocorreram há muito tempo e estas áreas estão, agora, sendo 
rebaixadas pelos agentes externos do relevo.
Depressões – processos erosivos
Para Ross, a depressão é uma superfície com altitudes entre 100 e 500 metros, 
com inclinação suave e mais plana que o planalto.
As depressões circundam os planaltos e foram formadas a partir do desgaste, 
pela erosão, das rochas menos resistentes, sendo, em geral, constituídas por bacias 
sedimentares. As bordas de contato das depressões com os planaltos são formadas, 
muitas vezes, por escarpas (vertentes) muito íngremes, o que demonstra que há 
diferença de resistência das formações rochosas à erosão. 
As depressões do território brasileiro são: 
 · Depressão da Amazônia Ocidental: extensa área de origem sedimentar 
na parte oeste da Amazônia, com altitudes em torno de 200 metros, 
apresentando uma superfície aplainada, atravessada em sua porção 
central pelo rio Amazonas.
 · Depressão Marginal Norte-Amazônica: localizada na porção 
setentrional da Amazônia, entre o Planalto da Amazônia Oriental e os 
Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, com altitudes que variam entre 
200 e 300 metros. Formadapor rochas cristalinas e sedimentares antigas, 
estendendo-se desde o litoral do Amapá até a fronteira do estado do 
Amazonas com a Colômbia.
 · Depressão Marginal Sul-Amazônica: com terrenos predominantemente 
sedimentares e altitudes variando entre 100 e 400 metros, está localizada 
na porção meridional da Amazônia, intercalando-se com as terras dos 
Planaltos Residuais Sul-Amazônicos.
 · Depressão do Araguaia: ocupando terrenos sedimentares, em área de 
topografia muito plana e altitudes entre 200 e 350 metros, acompanha 
quase todo o vale do rio Araguaia. Em seu interior, encontramos a planície 
do rio Araguaia.
 · Depressão Cuiabana: situada no coração do país, está encaixada entre os 
planaltos da Bacia do Paraná, dos Parecis e do Alto Paraguai. Caracteriza-
se pelo predomínio de terrenos sedimentares de baixa altitude, variando 
entre 150 a 400 metros.
 · Depressão do Alto Paraguai – Guaporé: superfície assentada 
predominantemente sobre rochas sedimentares, situa-se entre os rios 
Jauru e Guaporé, no estado de Mato Grosso.
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
 · Depressão do Miranda: cortada pelo rio Miranda, localiza-se ao sul do 
Pantanal, onde predominam rochas cristalinas pré-cambrianas, e altitudes 
entre 100 e 150 metros.
 · Depressão Sertaneja e do São Francisco: ocupa uma extensa faixa 
de terras que se alonga das proximidades do litoral do Ceará e do Rio 
Grande do Norte até o interior de Minas Gerais, acompanhando quase 
todo o curso do rio São Francisco. Apresenta formas e estruturas geológicas 
variadas, porém destaca-se a presença do relevo tabular, com chapadas 
como a do Araripe e a do Apodi.
 · Depressão do Tocantins: acompanha todo o trajeto do rio Tocantins, 
quase sempre em terrenos de formação cristalina pré-cambriana e as 
altitudes declinam de sul para norte variando entre 500 e 200 metros.
 · Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná: caracterizada 
pelo predomínio dos terrenos sedimentares das eras Paleozoica e 
Mesozoica. É uma faixa localizada entre os terrenos planálticos da Bacia 
do Paraná e do Atlântico Leste e Sudeste. Suas altitudes oscilam entre 
600 e 700 metros.
 · Depressão Periférica Sul-rio-grandense: ocupa terrenos sedimentares 
drenados pelos rios Jacuí e Ibicuí, no Rio Grande do Sul. Caracteriza-se 
por baixas altitudes em torno dos 200 metros.
Planícies – processos deposicionais
As planícies são as unidades do relevo brasileiro, cujo arcabouço geológico 
consiste em bacias de sedimentação recente, formadas por deposições ocorridas 
no Período Quaternário. As superfícies apresentam-se aplainadas e ainda em 
processo de consolidação, ou seja, sua formação ainda está ocorrendo. 
A seguir são descritas as planícies conforme classificação de Ross:
 · Planície do rio Amazonas: antes considerada uma das maiores planícies 
do mundo, a região das terras baixas amazônicas atualmente se divide 
em várias subunidades, classificadas como planaltos, depressões e uma 
planície.
 Caso se considerasse apenas a origem, que é sedimentar, seu 1,6 milhão 
de quilômetros quadrados formaria uma gigantesca planície. Se, também, 
se considerasse a altimetria, que não ultrapassa 150 metros de altitude, 
também, se classificaria a região como uma enorme planície.
 Considerando, no entanto, os processos erosivos e deposicionais, constata-
se que mais de 95% dessas terras baixas são, na verdade, planaltos ou 
depressões de baixa altitude, onde o processo erosivo predomina sobre o de 
sedimentação, restando à planície uma estreita faixa de terras às margens 
dos grandes rios da região, o que reduz sua área significativamente.
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 · Planície do rio Araguaia: estende-se no sentido sul-norte, margeando o 
trecho médio do rio Araguaia em terras dos estados de Goiás e Tocantins. 
Nela, está localizada a maior ilha fluvial do planeta (Ilha do Bananal).
 · Planície e Pantanal do rio Guaporé: faixa bastante estreita de terras 
planas e muito baixas, que se alonga pela fronteira ocidental do país, em 
terras de Mato Grosso e Rondônia, e penetra a noroeste, no território 
boliviano, tendo seu eixo definido pelo leito do rio Guaporé.
 · Planície e Pantanal Mato-grossense: grande área que ocupa a porção 
mais ocidental do Brasil Central. Por ter formação recente (datando do 
período Quaternário), apresenta altitudes muito modestas, em torno de 
100 metros.
 · Planície da Lagoa dos Patos e da Lagoa Mirim: estende-se por boa 
parte do litoral gaúcho, expandindo-se em sua porção mais meridional. 
A originalidade dessa planície está nos agentes de sedimentação, 
fundamentalmente perpetrada pela dinâmica marinha e lacustre, com 
mínima participação da dinâmica fluvial.
 · Planícies e Tabuleiros Litorâneos: presente em inúmeras porções do 
litoral brasileiro, quase sempre muito pequenas e localizadas na foz de 
rios que deságuam no mar, especialmente daqueles de menor porte. 
Apresentam-se muito largas no litoral norte e quase desaparecem no 
litoral sudeste. Em trechos do litoral nordestino, são intercaladas com 
áreas de maior elevação, as barreiras, também de origem sedimentar. 
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Perfil topográfico
Uma forma bastante didática de 
entendermos a configuração do relevo é 
traçarmos trechos de linhas retas sobre um 
mapa físico (do relevo) e elaborarmos um 
perfil deste “corte” do relevo.
A partir desses cortes, é possível 
percorrermos as unidades do relevo 
brasileiro sob outro ponto de vista, ou 
seja, mudar a perspectiva de bidimensional 
(mapa) para tridimensional (perfil).
Observe, nas figuras 5 a 7, os três perfis, 
que segundo Jurandyr Ross, resumem 
o relevo brasileiro, conforme o trecho 
representado em cada perfil identificado 
na figura 4 a seguir.
1. Região Norte
Observe, na figura 5, a diferença de altitude presente em toda a região em 
comparação com a extremidade oeste – Planaltos residuais Norte-Amazônicos. 
Observe, também, que há uma extensa área de terrenos cristalinos que não são 
recobertos por sedimentos.
Figura 5 – Perfil da Região Norte
Fonte: Acervo do Autor
Figura 4 – Corte para elaboração de perfis propostos 
por Jurandyr Ross: 1 – Região Norte; 2 – Região 
Nordeste; 3 – Região Centro-Oeste e Sudeste
Fonte: Acervo do Autor
16
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2. Região Nordeste
Observe, na figura 6, a diferença de embasamento existente nesta região. 
Próximo ao litoral, encontram-se os terrenos cristalinos, rochas duras que formam a 
crosta terrestre. Em direção ao interior do país, o embasamento está recoberto por 
sedimentos (ficando bem abaixo dos sedimentos), formando os terrenos sedimentares.
Figura 6 – Perfi l da Região Nordeste
Fonte: Acervo do Autor
3. Região Centro-Oeste e Sudeste
Observe, na figura 7, que o embasamento cristalino está presente nos Planaltos 
e Serras do Leste e Sudeste, formando a área designada por Serra do Mar que se 
estende até a região Sul.
Do oceano em direção ao interior do país os terrenos se tornam sedimentares e 
o embasamento cristalino está completamente soterrado por sedimentos. Observe, 
ainda, que há áreas com menor altitude a leste dos planaltos e serras, sendo estas: a 
depressão periférica, a calha do rio Paraná e a planície do Pantanal Mato-grossense.
Figura 7 – Perfi l da Região Centro-Oeste e Sudeste
Fonte: Acervo do Autor
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Superfícies de aplainamento
Comentamos, anteriormente, que o território brasileiro, em sua grande parte, está 
sendo rebaixado por processos erosivos que estão atuando há milhares de anos. Por 
que as formações e os terrenos brasileiros são considerados antigos e erodidos?
Para respondermos a esta questão, devemos considerar que os processos 
tectônicos (terremotos e vulcanismo) deixaram de ocorrer no território brasileiro 
há milhões de anos (Era Cenozóica). Tais fenômenos foram muito presentes 
no momento da separação do continente sul americano e africano (abertura 
do oceano Atlântico), mas em tempos atuais, em termos geológicos, podemos 
considerar que há estabilidade tectônica em nosso território(se compararmos as 
áreas tectonicamente ativas).
Como resultado, desse longo processo de rebaixamento do relevo brasileiro, 
encontramos em pontos do território as denominadas superfícies de aplainamento 
(concepção de origem Davisiana, revista e reformulada conceitualmente), mas 
ainda utilizada.
Qual a relação das superfícies de aplainamento com as formas de relevo 
presentes em nosso território?
Segundo Ab´Saber, a mais perfeita aplainação antiga do território brasileiro 
tem baixíssima participação no relevo atual, mas estas superfícies muito antigas 
(fósseis) estão sendo exumadas em alguns pontos do território, em áreas do interior 
do Nordeste brasileiro, tais como na Serra de Teixeira, nos altos do Baturité, no 
reverso da escarpa do Ibiapaba e no topo da Chapada do Araripe. Estas áreas 
constituem testemunhos de um importante período de aplainamento.
O relevo atual não expõe as superfícies de aplainamento antigas, exceto em 
casos como os citados acima. O que podemos verificar na composição do relevo 
brasileiro são formas que estão sendo trabalhadas após os soerguimentos ocorridos 
no pós-plioscênico (após 2,5 milhões de ano em diante), quando passaram a 
predominar os amplos efeitos paleoclimáticos e ecológicos, relacionados às 
rápidas e sucessivas flutuações do nível do mar, sobretudo entre o período de 
tempo decorrido entre 110.000 anos atrás até os dias atuais. Como exemplo 
da continuidade dos processos erosivos que se instalaram no território brasileiro 
podemos citar as falésias, presentes em diversos trechos do litoral.
As províncias geomorfológicas do Brasil
As formas de relevo do Brasil e do mundo são resultantes dos processos atuais e 
passados ocorridos sobre a estrutura geológica e originam-se a partir de interação 
das forças endógenas e exógenas que estruturam e esculturam a superfície terrestre.
A partir da morfogênese, ou seja, da ação destas forças, a superfície da Terra 
está em constante mudança. As formas de relevo se alternam como resultado 
da ação conjunta dos componentes da natureza, que, por sua vez, também, são 
influenciados em diferentes proporções pelas formas de relevo.
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O objetivo principal da caracterização geomorfológica de uma região é 
representar as formas atuais da superfície e também incluir informações a respeito 
da morfometria, morfogênese e morfocronologia dos terrenos. (ROSS, 1992). 
A definição do tipo de informação e do nível de detalhes que estarão presentes 
nos mapas geomorfológicos serão definidos pela escala do mapeamento e pela 
metodologia proposta.
Desta forma, para fins de aprofundamento de estudos e facilitação do 
entendimento de cada porção do território, os estudos geomorfológicos se tornaram 
mais pontuais, passando de uma pequena escala (grandes áreas) para uma grande 
escala (estudos regionais e locais).
A representação das províncias geomorfológicas de uma determinada porção 
de território pode ser feita em forma de uma representação gráfica ou cartográfica.
Vejamos, a seguir, um exemplo de representação gráfica e cartográfica, que 
mostra as províncias geomorfológicas do estado do Paraná (figuras 8 e 9): 
Figura 8: Representação gráfi ca das províncias geomorfológicas do estado do Paraná
Fonte: Acervo do Autor
Figura 9: Representação cartográfi ca das províncias geomorfológicas do estado do Paraná
Fonte: wikimedia/commons
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Utilizaremos o caso do estado de São 
Paulo para compreendermos melhor de 
que forma a divisão geomorfológica nos 
auxilia no entendimento mais pontual e 
aprofundado das formas de relevo.
Divisão geomorfológica do Estado de São Paulo
A divisão geomorfológica de determinada porção do território visa ao 
aprofundamento do conhecimento sobre o mesmo e torna-se um recurso útil para 
fins de estudos.
Um dos produtos resultantes destes estudos é o mapa geomorfológico, que 
tem como objetivo a representação qualitativa, quantitativa e explicativa das 
formas do relevo. 
De acordo com a proposta de Almeida, de 1964 e válida até hoje (embora novas 
propostas tenham sido elaboradas e utilizadas), o estado de São Paulo foi dividido 
em cinco províncias geomorfológicas: Planalto Atlântico, Província Costeira, 
Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental (figura 10).
Figura 10 – Províncias geomorfológicas do estado de São Paulo, proposta por Almeida (1964) 
Denominação: I – Planalto Atlântico; II – Província Costeira; 
III – Depressão Periférica; IV – Cuestas Basálticas; V – Planalto Ocidental
Fonte: Acervo do Autor
Morfometria – estudo acerca das 
medidas da forma.
Morfogênese – estudo sobre a 
origem da forma.
Morfocronologia – estudo sobre a 
idade da forma.
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Observe, na figura 11, o perfil do relevo do estado de São Paulo e compare os 
diferentes compartimentos e suas altitudes:
m
1 600
1 200
800
800
0
A
lti
tu
de
A
lti
tu
de
NNW
SSE
50 150 250 350 450 km
V
IV
III
I
II
Ri
o 
Pa
ra
ná
Ri
o 
Pa
ra
ná
NNW SSE
PERFIL TOPOGRÁFICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Figura 11 – Perfi l topográfi co do estado de São Paulo
A proposta de divisão geomorfológica do estado de São Paulo pelo IBGE 
(2000) modifica a nomenclatura com base em outros critérios de análise, mas 
podemos perceber em termos de compartimentação se assemelha com a proposta 
de Almeida (1964).
Figura 12 – Províncias geomorfológicas do estado de São Paulo, proposta IBGE (2000)
Fonte: IBGE (2000)
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Vamos aprofundar nosso conhecimento acerca de cada uma das províncias 
geomorfológicas do estado de São Paulo, conforme proposta de Almeida (1964):
I. Planalto Atlântico
Esta província ocorre em uma faixa de orogenia antiga, a qual corresponde a 
relevos sustentados por litologias diversas, quase sempre metamórfica (presença 
ampla de gnaisses) e rochas intrusivas (granito).
Em função da extensa área deste planalto, é possível observarmos variações 
fisionômicas regionais, que possibilitam delimitar unidades geomorfológicas distintas.
Figura 13 – São Francisco Xavier – SP, Serra da Mantiqueira, Planalto Atlântico
Fonte: www.sjc.sp.gov.br
II. Província Costeira 
A Província Costeira, definida por Almeida (1964), corresponde à área do estado 
de São Paulo drenada diretamente para o mar, constituindo o rebordo do Planalto 
Atlântico. É, em sua maior parte, uma região de serras contínuas contínua, que na 
faixa litorânea cede lugar a uma sequência de planícies de variadas origens. Desta 
forma, conforme Almeida (1964), a província costeira pode ser dividida em duas 
zonas: Serrania Costeira e a Baixada Litorânea, compreendendo, esta, terrenos com 
elevação inferior a 70 metros acima do nível médio do mar, dispostos à beira-mar.
Figura 14 – Trecho da Planície Costeira do estado de São Paulo – Baixada Santista
Fonte: Acervo do Autor
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III. Depressão Periférica
A Depressão Periférica do estado de São Paulo é um compartimento topográfico 
deprimido que se localiza entre o Planalto Atlântico e as Cuestas Basálticas. Tem 
uma extensão entre 80 a 120 km, onde predominam formas de relevo de caráter 
denudacional – predominância de processos erosivos.
Este compartimento do relevo paulista corresponde a uma faixa de ocorrência 
das sequências sedimentares das Eras Paleozoicas e Mesozoicas situadas em 
camadas abaixo dos derrames basálticos.
Observe, na figura 15, que a área rebaixada se refere à Depressão Periférica. 
Figura 15 – Depressão Periférica em seu contato com as Cuestas Basálticas (esquerda e fundo da imagem). 
Fonte: www.ambiente.sp.gov.br
IV. Cuestas Basálticas 
O relevo de Cuestas se caracteriza, no geral, por uma sequência de camadas 
sedimentares sobrepostas por uma camada de rocha dura (ígnea) e sua forma 
singular é resultado do processo erosivo que desgasta, primeiramente, a rocha 
menos resistente. 
Conforme Cyríaco (2012), o reverso da Cuesta apresenta um alto potencial 
erosivo em função das características das bacias de drenagem que proporcionam 
diferentes entalhes e consequentementea formação de diferentes conjuntos de 
formas do relevo. Assim, as cuestas são formas de relevo tabular, com escarpas 
íngremes e topo plano, sofrendo processo erosivo pelas drenagens que as 
atravessam.
As Cuestas Basálticas se caracterizam por um relevo íngreme margeando a 
Depressão Periférica e apresenta uma sequência de grandes plataformas estruturais 
com relevos suavizados, inclinadas para dentro em direção ao Planalto Ocidental, 
as quais são, sequencialmente, a escarpa e o reverso das Cuestas (figura 16). 
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Figura 16 - Elementos característicos de uma cuesta. 
Fonte: Acervo do Autor
Observe, na figura 17, a forma característica do relevo das Cuestas Basálticas em 
um ponto do estado de São Paulo que marca a transição entre este compartimento 
e o Planalto Ocidental:
Figura 17 – Relevo de Cuestas Basálticas no estado de São Paulo. 
Fonte: Acervo do Autor
V. Planalto Ocidental
Este planalto ocupa, praticamente, 50% de toda a área do estado de São Paulo, 
apresenta altitudes entre 300 e 1000 metros e é subdividido em planaltos locais, 
que são segundo Ross e Moroz (1997): Planalto Centro Ocidental, Patamares 
Estruturais de Ribeirão Preto, Planaltos Residuais de Franca/Batatais e Planalto 
Residual de São Carlos.
Ainda, conforme esses autores, este compartimento apresenta relevo levemente 
ondulado onde predominam as colinas amplas e baixas com topos aplainados, 
resultantes de processos denudacionais.
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Figura 18 – Trecho do Planalto Ocidental a oeste de Taquaritinga.
Fonte: Acervo do Autor
Embora muito utilizada, a proposta de divisão geomorfológica do estado de 
São Paulo de Almeida (1964) foi redefinida por outros autores, dentre os quais 
Jurandyr Ross. Apresentamos, a seguir, de forma resumida, as unidades do relevo 
paulista conforme ROSS (1992), que considera em sua classificação a concepção 
de unidades morfoestruturais e morfoesculturais:
I. Cinturão orogênico do Atlântico (Planalto Atlântico).
II. Bacia Sedimentar do Paraná (Planalto Ocidental Paulista e Depressão 
Periférica Paulista).
III. Bacias Sedimentares Cenozoicas (Planalto de São Paulo, Depressão do Médio 
Paraíba, Depressão do Baixo Ribeira, Planícies Litorâneas e Planícies Fluviais).
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UNIDADE O Relevo Brasileiro
Observe esta compartimentação na figura 19:
Figura 19 - Mapa geomorfológico do estado de São Paulo, conforme Jurandyr Ross (1992).
Fonte: Acervo do Autor
Podemos concluir que as propostas de compartimentação do relevo brasileiro 
e do estado de São Paulo (bem como de outros estados e regiões brasileiras) 
se transformaram ao longo do tempo, acompanhando a evolução dos estudos 
geomorfológicos em termos de aprofundamentos teóricos e práticos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Cultivo da cana-de-açúcar cresce na região oeste paulista
Qual a a relação existente entre a expansão da cana e sua colheita mecanizada 
e as caracteristicas do relevo neste compartimento (Planalto Atlântico).
http://goo.gl/V1X4eX
O Polo cuesta – Pólo Regional de Desenvolvimento Turístico.
reflita sobre a relação do turismo com a natrueza e em especial de que forma os 
envolvidos nesta atividades têm se “apropriado” das formas de relevo com o objetivo 
de obter ganhos financeiros. 
http://polocuesta.com.br/portal/quem-somos.htm
 Vídeos
 Relevo do estado de São Paulo
reflita sobre a importância da classificação e compartimentação do relevo 
para fins didáticos.
https://www.youtube.com/watch?v=XDpvBSw7YdQ
Licenciatura em Ciências: Expedição Geologia PGM 4 - Depressão Periférica
relacione o que estudou nesta unidade com seus conhecimento das disciplinas 
Geologia e Climatologia e o que foi apresentado no vídeo em relação às formas e 
compartimentos do relevo do estado de São Paulo.
https://www.youtube.com/watch?v=gU1wjTlujAs
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Referências
CYRÍACO, F. R. Relação entre os aspectos fisiográficos e pedológicos e a instalação 
do bioma Cerrado no contexto da evolução da paisagem em Franca, SP. Disponível 
em http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/92766/cyriaco_fr_me_
rcla.pdp?sequence=1
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. 2.ed. São Paulo: Edgar Blucher, 1980.
CRISCUOLO, C. e HOTT, M. C. Sistema de gestão territorial da ABAG/RP. 
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em http://
www.abagrp.cnpm.embrapa.br/areas/geomorfologia.htm
GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. (Orgs.) Geomorfologia: uma atualização de 
bases e conceitos. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
GUERRA, A. J. T. Geomorfologia e Meio Ambiente. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 2000.
_________. Novo dicionário geológico-geomorfológico. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 2005.
PAULA, J. P. L de; ZAINE, J. E.; LIMA, M. S. e OLIVEIRA, E. M. de. Análise 
fisiográfica aplicada à elaboração de mapa geológico-geotécnico de região da Serra 
do Mar e Baixada Santista. Revista de Geociências (São Paulo) [online]. 2008, 
vol.27, n.2, pp. 249-264. ISSN 0101-9082
ROSS, J. L. S. e MOROZ, I. C. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo. Revista 
de Geografia. Laboratório de Geomorfologia do Depto de Geografia da FFLCH-SP, 
1997. Disponível em: http://www.revistas.usp.br Acesso em 04/11/15.
ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. 6. Ed. São Paulo: Edusp, 2011..
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