Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A seleção genética é um processo de dois passos: - identificar os animais que possuem um genótipo superior; - usar esses animais como progenitores da nova geração. O progresso genético, também conhecido como ganho genético, consiste na diferença entre a média da população onde se fez a seleção e a média dos descendentes dos indivíduos selecionados; ▲ O ganho genético esperado é a proporção sob influência genética da diferença entre a média do grupo selecionado e a média da população onde se faz a seleção; Essa diferença recebe o nome de diferencial de seleção (D.S.); 𝑋𝑆 𝑋𝑃 Exemplo Em uma população de 12 cavalos busca-se selecionar a característica da altura cernelha, ou seja, a altura do piso até a cernelha/garrote do animal, que consiste em uma característica quantitativa; Na população em questão, foi notado que dois animais se destacam dos demais por conta da sua altura mais elevada; Dessa forma, esses animais serão escolhidos como progenitores de uma próxima geração de cavalos; Digamos que é a égua e o cavalo progenitores possuam, respectivamente, 1.43 e 1.45 de altura cernelha, enquanto a sua prole possui uma média de 1.46 de altura. A diferença entre a altura desses animais consiste no diferencial de seleção, que foi de 0.3 milímetros; Vale ressaltar que cada milímetro de crescimento é importante, uma vez que, causa uma diminuição nos gastos com hormônios do crescimento, suplementos e afins. O diferencial de seleção (D.S) depende da variância fenotípica (s2 P) do caráter da população e da porcentagem da população que irá compor o grupo selecionado; Variância fenotípica: caso a média de altura de uma população seja 1.36, a prole desses animais não ultrapassará essa altura; Porcentagem da população: quanto maiores as populações, maiores os critérios utilizados e mais difícil o processo de seleção. Entretanto, em populações menores o processo acaba sendo mais rápido e fácil; Média de rebanho: 𝑋𝑆 Média dos animais selecionados: 𝑋𝑃 Diferencial de seleção: DS O ganho genético representa superioridade genética dos descendentes em relação à média da geração dos pais e depende basicamente de: - acurácia de predição, - intensidade de seleção, - variabilidade genética, - intervalo de gerações. O conjunto desses fatores formam a equação chave para predizer o ganho genético: Quanto maior forem os níveis de herdabilidade das características genéticas dos pais, maiores as chances delas serem repassadas para os seus filhos. A acurácia da seleção do valor genético pode ser definida como a medida da confiabilidade da avaliação, ou seja, quanto mais acurado for o valor genético, maior a probabilidade de que os animais selecionados para genitores sejam realmente os indivíduos geneticamente superiores; Exemplo: touros velhos com número elevado de progênies, tendem a apresentar alta acurácia em detrimento a touros jovens com reduzido número de filhos; A fórmula da acurácia da seleção é: Em que: PEV = variância do erro de predição obtido durante o processo de avaliação genética; Ơ2a = variância genética aditiva da característica avaliativa. A acurácia de seleção depende de três fatores: - a herdabilidade; - a qualidade dos dados coletados; - a metodologia estatística empregada para a predição dos valores genéticos. Para cada DEP obtido, um valor de acurácia está relacionado e geralmente contido no intervalo de zero a um. Quanto mais próximo de um for esse valor, maior a acurácia de avaliação da característica. A intensidade de seleção está diretamente relacionada com a proporção de indivíduos que serão utilizados para a reprodução; Quanto menor o número de indivíduos selecionados, maior será a média e, consequentemente, maior será o diferencial e a intensidade de seleção praticada; A taxa de ganho genético é diretamente proporcional à acurácia de seleção, à intensidade de seleção e à variação genética existente na população, ou seja, o progresso genético será maior quanto maior for a intensidade de seleção, a variabilidade genética e a acurácia da predição; Entretanto, essa taxa é inversamente proporcional ao intervalo de gerações, ou seja, o progresso genético será menor, quanto maior for o intervalo de gerações. Características com alta herdabilidade tendem a apresentar maior acurácia da predição, pois o valor fenotípico, neste caso, já é um bom indicador de valor genético! Espera-se que o progresso genético seja maior quanto maior a utilização de animais de reconhecida superioridade genética; Se um programa de seleção contempla simultaneamente várias características, certa atenção deve ser dada para que não seja aplicada uma intensidade de seleção excessiva a uma determinada característica em detrimento de outra; Dificilmente um único animal possui todas as propriedades genéticas desejáveis, o que torna recomendado um número suficiente de animais para a reprodução, de forma a garantir o maior ganho genético e variabilidade genética possíveis para várias características simultaneamente; A intensidade de seleção é mais realizada em machos do que em fêmeas, por conta da expansão de uso de biotecnologias que favorecem os machos com IA/sêmen congelado mas, esse panorama tem sido mudado com uso de outras biotecnologias, como TE e PIV, permitindo assim uma maior intensidade de seleção sobre elas; Ela depende da proporção de animais com que irão ficar com relação a população inicial geral, como por exemplo: escolher 3 carneiros como reprodutores: Quanto maior a população, maior a intensidade de seleção utilizada, ou seja, maiores as exigências de escolha e maior o ganho genético. A variabilidade genética consiste na diversidade de alelos presentes nos indivíduos de uma espécie, o que lhes confere diferenças morfo e fisiológicas; Ela permite que os indivíduos respondam de diferentes maneiras às mudanças que ocorrem no ambiente e pode ser ilustrada como a amplitude da curva em forma de campana ao redor da média: Em uma distribuição no eixo X se observa a característica (Ex: kg de peso ao abate) e no eixo Y a frequência (quantidade de animais que apresentam determinado valor); Pouca variabilidade genética produz uma curva estreita e alta variabilidade genética produz uma curva ampla; Ao existir uma variabilidade genética suficiente para a característica de interesse, o produtor tem uma maior certeza sobre obter ganho genético mediante seleção; > Variabilidade genética > capacidade de seleção > resposta Para que a seleção genética possa ocorrer é imprescindível que haja variabilidade genética; A expressão fenotípica dos genes pode ser modificada pelos fatores ambientais existentes e, muitas vezes, a superioridade observada de um animal pode estar relacionada às condições favoráveis que recebeu durante sua vida; A variabilidade fenotípica observada não é boa indicadora da variabilidade genética existente, por isto, o desempenho individual nem sempre apresenta-se como um critério de seleção adequado quando utilizado isoladamente. Vale ressaltar que a aplicação de seleção eficaz por muitas gerações reduz variabilidade genética e aumenta a consanguinidade, ou seja, caso um mesmo critério de seleção seja utilizado por muitas gerações pode ocorrer uma fixação ou uma perda de genes favoráveis para à produção e, nesse caso, é indicado a introdução de um novo material genético. O intervalo de gerações (IG) é a idade média dos pais quando a prole nasceu ou o intervalo de tempo entreduas gerações (com que idade o pai teve o filho e com que idade esse filho veio a ter a sua primeiro prole); Um menor intervalo de gerações implica em um maior ganho genético (utilizando fêmeas novas e aptas para reprodução e/ou descarto as fêmeas velhas com problemas reprodutivos); O IG pode ser aumentado quando as fêmeas demoram a ficar prenhas, ou quando a taxa de mortalidade é alta e a taxa de nascimentos é baixa. A velocidade do ganho genético por ano depende de: - aumentar-se a intensidade de seleção da característica; - se a característica apresenta alta herdabilidade; - se a acurácia com a que se estima o valor genético é alta; - se o intervalo de geração é diminuído.
Compartilhar