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Mariana Marques – T29 Degeneração Hialina LESÃO CELULAR REVERSÍVEL CONCEITOS GERAIS Degeneração hialina: lesão celular reversível (capaz de voltar ao estado normal se o estímulo prejudicial for removido) onde ocorre o acúmulos intracelulares de proteínas Gotículas, vacúolos, ou agregados arredondados e eosinófilos no citoplasma Podem possuir três tipos de aparências distintas, sendo elas: amorfa, fibrilar ou cristalina Essas proteínas secretadas normalmente advém de uma síntese proteica maior que o necessário Alteração hialina: alteração do tecido fibroso colágeno extracelular, aparece nas paredes dos vasos, que tornam-se hialinizados, tudo isso ocorre devido à um extravasamento e depósito de proteínas plasmáticas na membrana basal das células (MEC). MECANISMOS PATOGÊNICOS O que pode causar os acúmulos proteicos: Aumento da produção: acúmulo proteico devido à um estímulo para a síntese ou devido à uma infecção viral Aumento da captação: acúmulo proteico devido à endocitose proteica do meio extracelular para o meio intracelular, frequente em doenças renais (glomerulares) Condensação de proteína: acúmulo proteico principalmente devido à presença de condições tóxicas (radicais livres), levando à peroxidação proteica e fazendo com que as proteinas condensem, se agregam como forma de grumos TIPOS DE DEGENERAÇÕES HIALINAS (INTRACELULAR) Degeneração Hialina de Mallory ou Corpúsculo de Mallory: são condensações grosseiras de proteínas do citoesqueleto da célula hepática, eosinofílico e granular, próximas ao núcleo, altamente características, da ação tóxica do etanol sobre o fígado (degeneração hialina alcóolica) Mecanismo: condensação de proteínas Mariana Marques – T29 Degeneração Hialina Goticular: gotículas no citoplasma das células, onde a proteína é endocitada e acumulada nos túbulos renais, comum doenças de comprometimento renal (proteinúria), onde a proteína passa para o filtrado glomerular e as células tubulares fazem a reabsorção, gerando acúmulo Mecanismo: aumento da captação (endocitose) Degeneração Hialina de Russel ou Corpúsculo de Russel: acúmulo e cristalização de imunoglobulinas (material proteico no interior dos plasmócitos – sintetizam exacerbadamente proteinas por um estímulo ou doença) que se caracteriza por uma estrutura arredondada, de aspecto fortemente róseo (ou eosinófilo) e homogêneo. Mecanismo: aumento da produção Degeneração Hialina por inclusão viral ou Corpúsculos de inclusão viral: local de acúmulos proteicos virais, ocorre pois durante sua replicação, o vírus produz produtos proteícos estruturais. Corpúsculo de Negri: local de acúmulo proteico produzido pelo vírus da raiva Mecanismo: aumento da produção Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima (não pode ser chamado de degeneração hialina, pois é um corpo apoptótico): ocorre quando hepatócitos citoplasmáticos são infectados por células virais e sofrem apoptose (irreversível). Acontece nas hepatites virais (A ou B) e febre amarela Mariana Marques – T29 TIPOS DE ALTERAÇÕES HIALINAS (EXTRACELULAR) Hialinose arteriolar: ocorre em vários órgãos, onde arteríolas sofrem deposição hialina entre o endotélio e a camada média, devido à essa deposição, há espessamento da parede e redução da luz das arteríolas aferentes glomerulares, levando à diminuição de aporte de oxigênio (pode velar à isquemia), além disso, as trocas tornam-se dificultadas e há a destruição de vários glomérulos, reduzindo o volume. Esses glomérulos apresentam fibrose (hialonização) podendo tornar o órgão afetado atrófico e não funcionante. É um fenômeno normal do envelhecimento Ocorre em pacientes de hipertensão arterial e diabetes mellitus (possuem maior comprometimento pois fazem muita lesão de endotélio, devido a hiperglicemia no caso do diabético e devido à pressão sanguínea nos hipertensos) Cicatriz ou quelóide: Ocorre devido à um desequilíbrio entre a produção e degradação de fibras colágenas tumefeitas, ocorrendo assim, deposição de material fibrilar proteico em substituição ao parênquima tecidual Síndrome da angustia respiratória aguda (membranas hialinas): ocorre devido à uma lesão celular (normalmente causada por infecções bacterianas ou virais) que causa destruição da barreira alveolocapilar devido à processos inflamatórios grandes (pulmonares ou sistêmicos), aumentando a permeabilidade do vaso e fazendo com que ocorra extravasamento de fluidos e proteínas na superfície alveolar (forra os alvéolos), formando uma membrana hialina (não é totalmente reversível). Faz com que haja prejuízo das trocas gasosas (normalmente é necessário o uso de ventilação mecânica – nem sempre é eficiente) Exemplos: pneumonias graves, covid-19 e infecções sistêmicas Outras causas: ingestão ou inalação de substâncias tóxicas, toxicidade pelo oxigênio ou pela aspiração do conteúdo gástrico Amiloidose: Mariana Marques – T29 AMILOIDOSE Condição associada a diversas doenças hereditárias e inflamatórias nas quais depósitos extracelulares de proteínas fibrilares são responsáveis por dano tecidual e comprometimento funcional (isquemia e atrofia das estruturas adjacentes) Proteína amiloide: proteinas dobradas de forma anormal (disposta em forma de pregueamento beta), formando fibrilas de amiloide que se acumulam em vários órgãos ou tecidos, podendo levar à insuficiência, disfunção ou morte dos órgãos Para fazer a diferenciação dessa proteína é necessário usar o corante “vermelho congo”: faz associação das pontes de hidrogênio em paralelo, corando as dobras das bainhas da proteína, após a coloração, usa-se um microscópio de luz polarizada e aparece uma birrefringência, podendo assim identificar o diagnóstico de Amiloidose. Morfologia da Amiloidose: Macroscopia: Aumento do volume e rigidez do órgão, atrofia do parênquima. Microscopia: hialinização dos órgãos afetados (substância hialina: homogênea eosinófila) Tipos de amilóides: Amilóide AL (cadeia leve do amiloide - AL): gera o tipo mais comum de amiloidose sistêmica, ocorre anormalidade de células plasmáticas (imunoglobinas) que fazem com que a produção de anticorpos seja excessiva. Amilóide AA (associadas ao amiloide - AA): surge como resposta à várias doenças que causam infecção persistente ou inflamação crônica (tuberculose, artrite reumatoide, lepra, cânceres), Amilóide ATTR: A transtiretina (TTR) é uma proteína normal do soro que se liga e transporta tiroxina e retinol, diversas formas mutantes distintas da TTR são depositadas em um grupo de distúrbios determinados como polineuropatias. A amiloidose neuropática consiste na deposição de amilóide em nervos periféricos e autonômicos, rins, coração. A β2-microglobulina: complica a evolução de pacientes com insuficiência renal que realizam hemodiálise por longos períodos, devido à sua alta concentração no soro utilizado, ocorrendo retenção na circulação e acúmulo em tendões e articulações. Mariana Marques – T29 Classificação das amiloidoses: Amiloidose Esplênica: atinge o baço Macroscopia: pode ser inaparente ou pode causar esplenomegalia moderada ou acentuada (sem razões específicas), podendo possuir depósitos em folículos esplênicos (produzindo grânulos) ou o amiloide envolve as paredes dos seios esplênicos e a estrutura de tecido conjuntivo Amiloidose Hepática: atinge o fígado Macroscopia: os depósitos podem ser inaparentes ou podem causar hepatomegalia moderada a acentuada, o amiloide aparece primeiro no espaço de Disse e depois invade progressivamente as células do parênquima hepático adjacente e os sinusóides, podem ocorrer deformidade, atrofia por pressão e desaparecimento dos hepatócitos, causando substituição total de grandes áreas de parênquima hepático. A função hepática normalmente não é prejudicada. AmiloidoseRenal: atinge os rins e é a forma mais comum e grave de envolvimento dos órgãos. Macroscopia: os rins podem ser de tamanho e cor normais ou, em casos avançados, podem estar diminuídos em razão da isquemia causada pelo estreitamento vascular induzido pela deposição de amiloide no interior das paredes arteriais. Microscopia: o amiloide é depositado primariamente nos glomérulos, mas o tecido intersticial peritubular, as artérias e arteríolas também são afetados. Os depósitos proteicos causam estreitamento capilar e distorção vascular glomerular e, com a progressão da amiloidose, as luzes capilares vão sendo diminuídas e os glomérulos são preenchidos pelo acúmulo maciço de amilóide Mariana Marques – T29 Amiloidose Neural: atinge o cérebro Normalmente é encontrada nos cérebros de pacientes com doença de Alzheimer, podendo estar presente nas placas ou nos vasos sanguíneos. A amiloidose dos nervos periféricos e autônomos é uma característica das várias neuropatias amiloidóticas familiares ALZHEIMER x β-AMILÓIDE Proteína β-amiloide (Aβ): encontrada nas placas cerebrais do cérebro na doença de Alzheimer, também possui o amiloide depositado nas paredes dos vasos sanguíneos cerebrais em indivíduos com essa doença. Doença de causa desconhecida ocasionada pelo acúmulo de duas proteínas (Aβ e tau) em regiões específicas do cérebro, provavelmente como resultado da produção excessiva e remoção defeituosa Principais características patológicas: placas (depósitos de proteína β-amilóide agregados às células do tecido nervoso) e emaranhados (agregados de microtúbulos de ligação à proteína tau, que se desenvolvem no meio intracelular e, continuam no meio extracelular após a morte neuronal). Ambos parecem contribuir para a disfunção neural. Papel do Aβ: a proteína precursora de amiloide (PPA) é uma proteína de superfície celular com um único domínio transmembrana
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