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Degeneração hialina e doenças do acumulo

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Lesões reversíveis:Degeneração 
hialina e doenças de acumulo 
Referencia Bibliográfica: Robbins e 
cotran-bases patológicas das doenças 9 ed 
cap 2:Respostas celulares ao estresse e 
agressões tóxicas:adaptação lesão e morte 
Cap6: Doenças do sistema imunológico-
Amiloidoses. 
Patologia bogliolo 9 ed capítulo 5 
degenerações e Morte celular. 
 
Acúmulo de proteínas 
Os acúmulos intracelulares de proteína 
geralmente aparecem como gotículas, 
vacúolos, ou agregados arredondados e 
eosinófilos(acidófilos) no citoplasma. À 
microscopia eletrônica, podem ter 
aparência amorfa, fibrilar ou cristalina. Em 
alguns distúrbios, como em certas formas 
de amiloidose, proteínas anormais se 
depositam principalmente nos espaços 
extracelulares. 
O Excessos de proteínas no meio 
intracelular possuem diversas causas: 
 Gotículas de reabsorção nos túbulos 
renais proximais são observadas em 
doenças renais associadas à perda de 
proteína na urina (proteinúria). No rim, 
quantidades mínimas filtradas pelo 
glomérulo são normalmente reabsorvidas 
por pinocitose no túbulo proximal. Em 
distúrbios com extravasamento maciço de 
proteína através do filtro glomerular há um 
aumento da reabsorção de proteína dentro 
das vesículas pinocitóticas, e a 
proteínaaparece como gotículas hialinas 
róseas dentro do citoplasma da célula 
tubular. 
 
 As proteínas que se acumulam podem ser 
proteínas normais secretadas que são 
produzidas em quantidade excessiva, como 
ocorre em certos plasmócitos envolvidos na 
síntese ativa de imunoglobulinas. O RE 
torna-se imensamente distendido, 
produzindo grandes inclusões eosinófilas 
homogêneas chamadas de corpúsculos de 
Russell. 
 Defeito intracelular no transporte e 
secreção de proteínas fundamentais. Na 
deficiência de α1-antitripsina, mutações em 
que há dobramento significativamente 
lento de proteínas resultam no acúmulo de 
intermediários parcialmente dobrados, que 
se agregam no RE do fígado e não são 
secretados. A deficiência dessa enzima 
nacirculação causa enfisema( 
enrijecimento de células dos tecidos 
prejudicando sua função). 
 Acumulo de proteínas no citoesqueleto. Os 
acúmulos de filamentos de ceratina e 
neurofilamentos estão associados com 
certos tipos de lesão celular. A hialina 
alcoólica é uma inclusão citoplasmática 
eosinófila, característica de doença 
hepática alcoólica, e é composta, 
predominantemente, de filamentos 
intermediários de ceratina. Os 
emaranhados neurofibrilares encontrados 
no cérebro na doença de Alzheimer 
contêm neurofilamentos e outras proteínas. 
 Agregação de proteínas anormais. As 
proteínas anormais ou mal dobradas 
podem se depositar nos tecidos einterferir 
com suas funções normais. Os depósitos 
podem ser intra ou extracelulares, ou 
ambos, e podemcausar, direta ou 
indiretamente, alterações patológicas. 
Certas formas de amiloidose se enquadram 
nessa categoria de doenças. Esses 
distúrbios são algumas vezes chamados de 
proteinopatias ou doenças de agregação de 
proteína. 
Degeneração Hialina 
Intracelulares 
Consiste no acúmulo de material proteico e 
acidófilo no interior de células (do 
grego hyálinos = vidro, pois as primeiras 
observações feitas em cortes sem coloração 
mostravam acúmulo de material 
transparente dentro das células). 
 Em alguns casos, a degeneração resulta da 
condensação de filamentos intermediários e 
proteínas associadas que formam 
corpúsculos no interior das células; em 
outros, representa acúmulo de material de 
origem viral; outras vezes, o material 
hialino depositado é constituído por 
proteínas endocitadas. 
Corpúsculo Hialino de Mallory –
Denk 
É encontrado tipicamente em hepatócitos 
de alcoólatras crônicos sendo formado por 
filamentos intermediários associados a 
outras proteínas do citoesqueleto. Além do 
alcoolismo, é visto também na esteato-
hepatite não alcoólica, na cirrose juvenil da 
Índia e no carcinoma hepatocelular. 
Etiopatogenese da doença: São 
corpúsculos que são formados no fígado, e 
ocorrem com processos lesivos por estresse 
oxidativo que esta acontecendo nesse 
órgão.A degradação do álcool gera um 
estresse oxidativo dentro da célula.Quando 
eu tenho a degradação do álcool no fígado e 
beta oxidação no figado,essas duas vias 
geram o estresse oxidativo no tecido hepático 
porque elas geram espécies reativas.Os 
radicais livres formados se ligam aos 
filamentos intermediários da celula,quando 
eles se ligam ele tem uma alteração no 
dobradmento de proteínas causando a 
degradação do citoesqueleto da célula,essas 
proteínas deviam ser degradadas pelo 
proteasssomo, proteínas mal 
dobradas.Quando essa via de degradação 
também esta alterada por estresse 
oxidativo,as proteínas anormais não vão ser 
degradadas e vão começar a se acumular na 
célula e isso vai causar a degeneração hialina 
do tipo mallory-denke. Pois a proteína 
acumulada começa a alterar a conformação 
das células formando os corpúsculos. 
 
 
Corpusculos hialinos de 
Councilman-Rocha Lima 
São encontrados em hepatócitos em 
hepatites virais,principalmente na febre 
amarela. 
 Etiopatogenese: Acumulo de material viral 
depositado junto com proteínas do 
citoesqueleto(proteínas virais junto com as 
proteínas do citoesqueleto).Acumulo do 
material viral junto com componentes 
protéicos no meio intracelular.As 
nucleoproteínas virais vão se acumulando 
com célula ainda viva mas a célula já esta 
entrando no processo de apoptose(corpo 
apoptótico).Apesar de ser uma lesão e 
degeneraão do tipo hialina essa lesão é 
irreversível pois a parir da infeccçao a célula 
começa a liberar os mediadores pro 
apoptoticos.Oocrre uma lesão da mitocondria 
por estresse oxidativo,a mitocndria libera o 
citocromo C que vai induzir a inflamação e a 
morte por apoptose. 
 
Cerea de zenker e Margarinus -
Torres 
Degeneração hialina que ocorre na 
musculatura esquelética sendo identificada 
por aspecto eosinofilico(muito rosa) que 
apresentam acumulo de proteínas e uma 
aspecto vitrio quando identificado na lamina 
assim como outras características de outras 
degenerações hialinas pois apresentam os 
mesmos aspectos na lamina. 
Esse tipo de degeneração hialina é comum 
na doença de chagas e outras 
miocardites(Quando a condição acontece na 
musculatura cardíaca chama-se Margarinus 
torres) 
Etiopatogenese: A degeneração hialina 
de fibras musculares esqueléticas e 
cardíacas resulta de endotoxinas 
bacterianas e de agressão por linfócitos T e 
macrófagos (p. ex., miocardite e miosite 
chagásicas). Admite-se que o aspecto 
hialino (acidófilo e homogêneo) seja por 
desintegração de microfilamentos, o que 
parece estar relacionado com a ação de IL-1 
e TNF-α em células musculares, nas quais 
induzem grande atividade catabólica 
(ativação de proteassomos do citosol e 
outras proteases intracelulares). A 
degeneração hialina segmentar de 
miocélulas é compatível com reabsorção e 
reestruturação dos sarcômeros, mas, se 
muito extensa, leva a célula à morte 
(necrose hialina). Ao ML, muitas vezes é 
difícil distinguir necrose hialina de 
degeneração hialina acentuada. Os miócitos 
em apoptose podem também ter aspecto 
hialino. 
 
 
 
Corpúsculos de Russel 
Condição comum nas infecções por 
leishimaniose. 
 Etiopatogenese:Elas acontecem por um 
agregado de imunoglobulinas tendendendo 
a se aglomerar nos plasmocitos devido uma 
resposta imune ençacerbada,as 
imunoglobulinas se acumulam no linfócito 
B,produção de imunoglobuluna em excesso 
tende a se acumular no RER dos linfócitos B 
ou plasmocitos. Formando o corpúsculo de 
Russel e um processo inflamatório em 
doenças como a leishimaniose. 
O acúmulo excessivo de imunoglobulinas 
em plasmócitos forma estruturas 
intracitoplasmático conhecidas 
como corpúsculos de Russell, os quais são 
frequentes em algumas inflamações agudas 
(p. ex., salmoneloses) ou crônicas 
(especialmenteleishmaniose 
tegumentar e osteomielites). 
 
 
Corpúsculos de Negri 
Ocorre principalmente em infecção por 
Raiva 
Inclusão viral citoplasmática encontrada em 
neuronios,principalmente do 
hipocampo(células piramidais) e do 
cerebelo(células de purkinje).É um acumulo 
de proteínas virais dentro dos neurônios e 
celulas do sistema nervoso central 
 
Gotículas de reabsorção protéica 
Ocorre principalmente na síndrome 
nefrótica 
Degeneração hialina no epitélio tubular 
renal por endocitose excessiva de proteínas. 
As proteínas vão passar pelos capilares e vão 
passar pelos túbulos do nefron( tubulos 
renais) reabsorvem essa proteína que passou 
indevidamente pelo glomerulo,as células 
endocitam essas proteínas que estão 
passando pelos tubos e formam a reabsorção 
protéica,ou seja, isso é sintoma de uma 
síndrome nefrotica e uma proteinuria que 
esta permitindo a passagem de proteínas que 
vão ser fagocitadas pelas células dos túbulos 
renais formando as gotículas protéicas.Ocorre 
no rim pois eu tenho perda protéica e as 
células dos túbulos tentam reabsorver essas 
proteínas 
Proteínuria- é a perda de proteína na urina 
característico de uma síndrome nefrotica 
Síndrome nefrótica- A Síndrome 
Nefrótica (SN), é um conjunto de sintomas e 
sinais, que caracterizam uma doença renal, 
de evolução crônica, que se identifica 
principalmente pela perda da capacidade 
dos rins em reter proteínas filtradas na 
urina. 
 
Degeneração mucóide 
É uma condição na qual a célula esta 
acumulando dentro dela a proteína mucina 
produzida pelas células presentes nos 
epitélios(células caliciformes).Os núcleos 
das células repletas de mucina são jogados 
para periferia da célula. 
Condição clinica: Pacientes fumantes tem 
uma produção de mucina elevada pelas 
células do trato respiratório para tentar 
proteger os tecidos do agente agressivo no 
caso a fumaça. 
Além disso,células tumorais também 
apresentam uma grande quantidade de 
mucina produzida 
Portanto: 
São conhecidas duas condições: (1) 
hiperprodução de muco por células 
mucíparas dos tratos digestivo e 
respiratório, levando-as a se abarrotar de 
glicoproteínas (mucina), podendo, 
inclusive, causar morte celular; (2) síntese 
exagerada de mucinas em adenomas e 
adenocarcinomas, as quais, geralmente, 
extravasam para o interstício e conferem 
aspecto de tecido mucoide. 
 
Transformação Hialina 
extracelular 
As transformações hialinas são o acumulo 
de proteínas hialinas no meio 
extracelular,diferente das degenerações 
que são o acumulo de proteínas no meio 
intracelular 
Transformação Hialina ou 
Hialinose 
Ocorre principalmente em condições de 
Hipertensão arterial e diabetes melito. 
A transformação hialina ou hialinose 
caracteriza-se por depósitos acidófilos no 
interstício formados por proteínas do 
plasma que exsudam e se depositam na 
MEC. É o que ocorre na íntima de pequenas 
artérias e arteríolas de indivíduos com 
hipertensão arterial ou diabetes melito O 
material proteico, originado em parte do 
plasma, está associado geralmente a 
lipídeos, razão pela qual se fala em lipo-
hialinose. Nos glomérulos renais de 
pacientes diabéticos e em outras 
glomerulopatias, o material hialino 
deposita-se no mesângio, originado, 
provavelmente, de exsudação plasmática. 
A hialinização do interstício é uma alteração 
na qual as fibras colágenas e a substância 
fundamental tornam-se intensamente 
acidófilas. As fibras colágenas ficam 
tumefeitas e mais espessas, porém 
homogêneas, perdendo o aspecto fibrilar 
normal. Tal hialinização é encontrada no 
queloide, em cicatrizes hipertróficas, na 
esclerose sistêmica progressiva e em 
muitos tipos de fibrose. 
Em pacientes hipertensivos ocorre a 
hialinização das arteríolas causando a 
arteriosclerose. 
Relação clinica com a covid-19: 
Essa condição também acontece no covid 
quando o vírus adentra ao pulmão o vírus 
entra na célula e causa a morte celular que 
vai acontecer umprocesso inflamatório e 
essa inflamação aumenta a permeabilidade 
dos vasos devido a grande 
inflamação(tempestade de ocitocinas) as 
proteinas vao para o instersticio do pulmao 
junto com plasma o que passa a acumular 
liquido proteico no pulmão que mpedem a 
passagem do oxigênio formando o aspecto 
devidro fosco do pulmao do paciente. 
 
 
 
Transformação mucoide 
Condição presente em hipotiroidismo e 
doença reumática 
A transformação mucoide consiste no 
aumento da substância fundamental. Com 
isso, há dissociação das fibras colágenas, 
que ficam dispersas em fibrilas finas, dando 
aspecto de tecido mucoso. Na doença 
reumática, a transformação mucoide do 
interstício é a lesão mais precoce e parece 
estar relacionada com a ação de anticorpos 
ou de imunocomplexos presentes na matriz 
.No hipotireoidismo (mixedema), o tecido 
conjuntivo da derme apresenta 
transformação mucoide por razões 
inexplicadas. 
 
 
Transformação fibrinoide 
Condição que ocorre em doenças 
autoimunes por formação de 
imunocomplexos(lúpus) e no caso de 
hipertensão arterial maligna,além de 
ulceras que geram aumento da 
permeabilidade vascular. 
A transformação fibrinoide é a alteração 
caracterizada pela deposição de material 
acidófilo semelhante à fibrina. A origem da 
transformação fibrinoide é variada. Em 
doenças por imunocomplexos, é comum na 
parede de vasos e no tecido perivascular e 
se forma pela deposição de 
imunocomplexos que ativam o sistema do 
complemento, o que atrai neutrófilos e 
aumenta a permeabilidade vascular. Há 
exsudação de fibrina, e os neutrófilos, ao 
fagocitarem imunocomplexos ou se 
estimulados por C5a, exocitam material dos 
grânulos contendo proteases e glicosidases 
que digerem o interstício. Componentes do 
interstício e fibras colágenas parcialmente 
digeridos misturam-se à fibrina exsudada e 
formam material com aspecto fibrinoide. Na 
hipertensão arterial maligna, ocorre 
transformação fibrinoide da parede 
vascular, com exsudação de plasma que 
embebe a parede. As células musculares 
morrem devido a anóxia, e a fibrina é 
parcialmente digerida pela plasmina, 
misturando-se às células necróticas, para 
formar o material fibrinoide.Na úlcera 
péptica, há necrose das células epiteliais 
por ação da secreção cloridopéptica; os 
restos necróticos misturam-se com a fibrina 
e passam a constituir o material fibrinoide. 
 
 
Amiloidoses 
A amiloidose é uma condição associada a 
diversas doenças hereditárias e 
inflamatórias nas quais depósitos 
extracelulares de proteínas fibrilares são 
responsáveis por dano tecidual e 
comprometimento funcional. Dessa forma, 
os depósitos foram chamados de amiloide, 
um nome que está firmemente enraizado 
apesar da constatação de que os depósitos 
não estão relacionados com o amido. O 
amiloide é depositado no espaço 
extracelular em vários tecidos e órgãos do 
corpo em uma variedade de situações 
clínicas. Como a deposição do amiloide 
aparece de forma insidiosa e algumas vezes 
misteriosa, o seu reconhecimento clínico 
depende da identificação morfológica dessa 
substância em espécimes de biópsia 
apropriados. Talvez a mais amplamente 
utilizada seja a coloração pelo vermelho 
Congo, que sob a luz comum confere uma 
cor rósea ou vermelha aos depósitos 
teciduais, porém muito mais 
impressionante e específica é a 
birrefringência verde do amiloide corado 
quando observado à microscopia 
polarizante. 
Propriedade das proteínas amilóides: 
Apesar de todos os depósitos de amiloide 
terem aparência e coloração semelhantes, o 
amiloide não é uma entidade química única. 
Na verdade, mais de 20 (na última 
contagem, 23) proteínas diferentes podem 
se agregar e formar fibrilas com a aparência 
do amiloide. Existem três formas 
bioquímicas principais e diversas formas 
menores, as quais são depositadas por 
mecanismos patogênicos diferentes. Dessa 
forma, a amiloidose não deveser 
considerada uma doença única; pelo 
contrário, é um grupo de doenças que têm 
em comum a deposição de proteínas com 
aspecto semelhante. No centro da 
semelhança morfológica está a organização 
física notavelmente uniforme da proteína 
amiloide, que consideraremos primeiro. 
Formas mais comuns de amilóide são: 
• A proteína AL (cadeia leve do amiloide) 
é composta por cadeias leves de 
imunoglobulinas completas, fragmentos 
aminoterminais das cadeias leves, ou por 
ambos. A maior parte das proteínas AL 
analisadas é composta por cadeias leves λ 
ou seus fragmentos, mas as cadeias κ estão 
presentes em alguns casos. A proteína 
fibrilar amiloide do tipo AL é produzida a 
partir de cadeias leves Ig livres secretadas 
por uma população monoclonal de 
plasmócitos, e a sua deposição está 
associada a certas formas de tumores de 
plasmócitos 
• A proteína fibrilar amiloide tipo AA 
(associada ao amiloide) é derivada de 
uma única proteína não Ig produzida pelo 
fígado. Tem um peso molecular de 8.500 e 
consiste em 76 resíduos de aminoácidos. As 
fibrilas AA são derivadas por proteólise de 
um precursor maior (12.000 dáltons) no 
soro chamado proteína SAA (associada ao 
amiloide sérico), que é sintetizada no fígado 
e circula ligada a lipoproteínas de alta 
densidade. A produção da proteína SAA está 
aumentada em estados inflamatórios como 
parte da resposta de fase aguda; portanto, 
essa forma de amiloidose está associada à 
inflamação crônica e costuma ser chamada 
amiloidose secundária. 
• A proteína β-amiloide (Aβ) constitui o 
centro das placas cerebrais encontradas na 
doença de Alzheimer, bem como o amiloide 
depositado nas paredes dos vasos 
sanguíneos cerebrais em indivíduos com 
essa doença. A proteína Aβ é um peptídio de 
4.000 dáltons derivado por proteólise de 
uma glicoproteína transmembrana muito 
maior, chamada proteína precursora do 
amiloide. 
Patogenia e Classificação da 
amiloidose. 
A amiloidose resulta da dobradura anormal 
de proteínas que se tornam insolúveis, 
agregadas, e se depositam como fribrilas 
nos tecidos extracelulares.Normalmente, as 
proteínas dobradas de forma errada são 
degradadas dentro das células, em 
proteossomos, ou fora das células, por 
macrófagos. Parece que na amiloidose esses 
mecanismos de controle de qualidade 
falham, resultando no acúmulo de proteínas 
dobradas de forma errada fora das células. 
As proteínas que formam o amiloide 
incluem-se em duas categorias gerais: 
 (1) proteínas normais que têm uma 
tendência inerente de se dobrar 
inadequadamente, associar-se e formar 
fibrilas, e o fazem quando são produzidas 
em quantidades aumentadas; 
 (2) proteínas mutantes que têm mais 
propensão ao dobramento errado e 
subsequente agregação. Os mecanismos de 
deposição dos diferentes tipos de amiloide 
são discutidos a seguir, juntamente com a 
classificação. 
 
Amiloidose primaria:distúrbios dos 
plasmócitos associados com a 
amiloidose: 
O amiloide nessa categoria geralmente tem 
distribuição sistêmica e é do tipo AL. . Em 
todos os casos, a doença é causada por uma 
proliferação clonal de plasmócitos que 
sintetiza uma Ig que tem a tendência de 
formar amiloide devido às suas 
propriedades fisioquímicas intrínsecas. A 
maioria das pessoas com amiloide AL não 
tem mieloma múltiplo clássico ou qualquer 
outro tipo de neoplasia de células B 
manifesta; tais casos têm sido 
tradicionalmente classificados como 
amiloidose primária porque seu quadro 
clínico deriva dos efeitos da deposição do 
amiloide sem qualquer outra doença 
associada. 
Amiloidose sistêmica reativa 
Os depósitos de amiloide nesse padrão têm 
distribuição sistêmica e são compostos pela 
proteína AA. Essa categoria era denominada 
amiloidose secundária porque é 
secundária a uma condição inflamatória 
associada. A tuberculose, a bronquiectasia e 
a osteomielite crônica já foram 
consideradas as condições subjacentes mais 
importantes, mas com o advento da 
quimioterapia antimicrobiana efetiva, a 
importância dessas afecções diminuiu. 
Atualmente é mais comum a amiloidose 
sistêmica reativa como complicação da 
artrite reumatoide, outras doenças do 
tecido conjuntivo, como a espondilite 
anquilosante, e a doença inflamatória 
intestinal, particularmente doença de Crohn 
e colite ulcerativa. 
Amiloidose Heredofamiliar 
Foram descritas várias formas familiares de 
amiloidose. A maioria delas é rara e ocorre 
em áreas geográficas limitadas. A mais 
comum e mais bem estudada é uma 
condição autossômica recessiva chamada 
febre familiar do Mediterrâneo. Esta é 
uma síndrome “autoinflamatória” associada 
à produção excessiva da citocina IL-1 como 
resposta a estímulos inflamatórios. Ela 
caracteriza-se clinicamente por ataques de 
febre acompanhados pela inflamação de 
superfícies serosas, incluindo o peritônio, a 
pleura e a membrana sinovial. 
Amiloidose associada à hemodiálise 
Os pacientes em hemodiálise para 
insuficiência renal por longos períodos 
podem desenvolver amiloidose em 
decorrência da deposição de β 2-
microglobulina. Essa proteína está presente 
em altas concentrações no soro das pessoas 
com doença renal, e no passado era retida 
na circulação porque não podia ser filtrada 
através das membranas de diálise. Os 
pacientes às vezes se apresentavam com 
síndrome do túnel do carpo em razão da 
deposição da β 2-microglobulina. Com os 
novos filtros de diálise, a incidência dessa 
complicação caiu substancialmente. 
 
Amiloidose localizada 
Algumas vezes, os depósitos de amiloide 
são limitados a um único órgão ou tecido, 
sem envolvimento de qualquer outro local 
do corpo. Os depósitos podem produzir 
massas nodulares macroscopicamente 
detectáveis ou ser evidentes somente ao 
exame microscópico. Os depósitos 
nodulares de amiloide são mais 
frequentemente encontrados no pulmão, 
laringe, pele, bexiga, língua e na região em 
torno do olho. Frequentemente, há 
infiltrados de linfócitos e plasmócitos na 
periferia dessas massas de amiloide. Pelo 
menos em alguns casos, o amiloide consiste 
em proteína AL e pode, portanto, 
representar uma forma localizada de 
amiloide derivado de plasmócitos. 
Amiloidose endócrina 
Depósitos microscópicos localizados de 
amiloide podem ser encontrados em certas 
neoplasias endócrinas, como o carcinoma 
medular da tireoide, neoplasias das ilhotas 
do pâncreas, feocromocitomas e 
carcinomas indiferenciados do estômago, e 
nas ilhotas de Langerhans em indivíduos 
com diabetes melito tipo 2. Nessas 
situações, as proteínas amiloidogênicas 
parecem ser derivadas de hormônios 
polipeptídicos (p. ex., carcinoma medular) 
ou de proteínas peculiares (p. ex., 
polipeptídio amiloide das ilhotas do 
pâncreas). Nos carcinomas medulares da 
tireoide, a presença do amiloide é uma 
característica essencial para o diagnóstico. 
Amiloidose do envelhecimento 
Várias formas bem documentadas de 
deposição de amiloide ocorrem com o 
envelhecimento. A amiloidose sistêmica 
senil refere-se à deposição sistêmica de 
amiloide nos pacientes idosos (geralmente 
na 8a e 9a décadas de vida). Em razão do 
envolvimento predominante e disfunção 
relacionada do coração, essa forma era 
previamente chamada de amiloidose 
cardíaca senil. Os pacientes sintomáticos 
apresentam uma cardiomiopatia restritiva e 
Arritmias. O amiloide, nessa forma, é 
derivado da TTR normal. Além da 
amiloidose sistêmica senil 
esporádica, também foi reconhecida uma 
outra forma, que afeta predominantemente 
o coração, e resulta da deposição de uma 
forma mutante de TTR. Aproximadamente 
4% da população negra nos Estados Unidos 
expressa essa forma mutante da TTR, e a 
cardiomiopatia foi identificada em 
pacientes homozigóticos e heterozigóticos. 
Não se sabe qual é a prevalência precisa dos 
pacientes com essa mutação que 
desenvolvem doença cardíaca clinicamente 
manifesta. 
Caso clínicoA)Um senhor de 45 anos de idade, 
segurança de casa noturna, etilista, vem 
sendo acompanhado na UBS após ser 
detectado ao exame de laboratorial um 
quadro de insuficiência hepática. Os exames 
de imagem mostram estrutura hepática 
irregular e com ecogenicidade alterada. 
1)Quais os corpúsculos que 
provavelmente seriam encontrados em 
maior freqüência? 
Como o paciente em questão faz uso de 
álcool durante um longo período de tempo 
que causou um estresse oxidativo crônico 
que levou a formação dos corpúsculos de 
malory denke que são conseqüência da 
lesão de proteínas do citoesqueleto e 
formação de proteínas mal dobradas que se 
acumulam no meio intracelular causando a 
lesão.

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