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Adaptações estruturais de Plantas ao Ambiente - Tricomas tectores

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
 
 
 
TAYNA POPPE BOURGUIGNON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADAPTAÇÕES ESTRUTURAIS: TRICOMAS TECTORES OU NÃO 
GLANDULARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALEGRE 
2020 
INTRODUÇÃO 
 
Estudar anatomia vegetal permite especificar as estruturas internas das plantas de 
acordo com suas funções e comparar com as possíveis tendências adaptativas aos 
distintos ambientes e entender a funcionalidade dos mecanismos fisiológicos das 
plantas. Segundo Rizzini (1997) adaptação é o equilíbrio entre o organismo e o 
meio, ou seja, quando essas plantas estão naturalmente ajustadas às condições 
ambientais, todas estas características estruturais e funcionais são capazes de 
atender a tal ajustamento. Pela seleção natural essas características adaptativas 
foram fixadas geneticamente, de forma que as características que estão presentes 
atualmente são produtos da interação genótipo-ambiente, que a evolução 
apresentou nos habitats naturais ( Aoyanna e Viveiros, 2006). 
As adaptações podem envolver as partes vegetativas e/ou reprodutivas de uma 
planta e podem ser classificadas conforme a situação a ser enfrentada (Rizzini 
1997), por exemplo, adaptações que são úteis contra a perda d'água, úteis com o 
excesso de água, contra ataque de herbivoria, excesso de irradiância, etc. 
Neste trabalho será abordado uma estrutura adaptativa conhecida como tricoma, 
mais especificamente os ​tricomas tectores ou não glandulares que são estruturas 
que possuem função protetora, evitando a transpiração excessiva (Oliveira & Akisue 
1989). 
 
TRICOMAS 
Tricomas são apêndices que se estendem da epiderme dos tecidos aéreos (Levin 
1973) e podem variar em densidade ou forma de uma espécie para a outra e podem 
ser classificados de acordo com diversas características: número de células, 
formato e, principalmente, de acordo com a ​presença ou ausência de glândulas 
secretoras (Glas at al.; 2012) (Figura 1 e 2). Sua origem é a partir de 
meristemóides epidérmicos e se iniciam como uma protuberância que aumenta e 
pode ou não dividir-se, apresentam paredes celulósicas, recobertas de cutícula, ou 
paredes secundárias lignificadas. A cutícula pode ser lisa ou esculturada e às vezes 
as paredes estão impregnadas de sílica ou carbonato de cálcio. O conteúdo 
citoplasmático varia com a função, em geral estão altamente vacuolados, podendo 
ter cristais ou cistólitos. Podem estar em qualquer órgão da planta, podendo persistir 
durante toda a vida ou ser efêmeros. 
 
Os tricomas podem ser classificados como: 
● Tricomas tectores ou não glandulares​: Podem ser unicelulares ou 
multicelulares e possuem funções de barreiras físicas e controle da umidade 
superficial (Figura 3.A); 
● Tricomas glandulares: Possuem um pedúnculo e uma cabeça, podem ser 
unicelulares ou multicelulares. Possuem função de produzir substâncias 
irritantes ou repelentes para afastar os predadores e substâncias aromáticas 
para atrair polinizadores (Figura 3.B); 
● Tricomas radiciais: São prolongamentos unicelulares das células epidérmicas 
das raízes e têm função de absorção de água e nutrientes (Figura 3.C); 
● Tricomas peltados: São multicelulares que apresentam um disco formado por 
várias células que repousa sobre um pedúnculo que se insere na epiderme e 
têm função de absorção de água e sais minerais, auxilia na redução da 
transpiração, refletem a luz, etc (Figura 3.D). 
 
O tema deste trabalho visa detalhar apenas umas das classificações dos 
tricomas, os ​tectores ou não glandulares​. Com isso, os próximos tópicos 
serão revisões baseadas na literatura com o fim de elucidar essa adaptação 
presente nas espécies vegetais e sua função relacionando o meio em que 
estão inseridos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1:​ Tipos de Tricomas (Megías et. al, 2017, p. 13) 
 
 
 
Figura 2: ​Imagens em microscopia eletrônica de diversos tipos de tricomas. ​A​. tricoma glandular de 
Medicago sativa​ (alfafa); ​B​. ​Tricoma não glandular​ de ​Arabidopsis thaliana​; ​C​. Tricoma em pétala 
de ​Medicago truncatula​;​ D​. Diversos tricomas em uma bráctea fêmea de ​Cannabis sativa​ (maconha); 
E​. Tricoma glandular em uma bráctea de​ Humulus lupulus​ (lúpulo); ​F. Tricoma não glandular​ da 
folha de ​M. truncatula​; ​G.​ Dois tipos diferentes de tricomas em uma folha de ​Solanum lycopersicum 
(tomate) (Fonte: Dai et al., 2010.). 
 
 ​Figura 3: A.​ ​Tricomas tectores​ (Barthlott, W. -Nultsh, W. Botânica geral. Editora ArtMed 2000); ​B. 
Tricoma Glandular (Peterson , L.); ​C.​ Tricoma Radicial (Foto da internet); ​D.​ Tricoma peltado (Foto da 
internet). 
 
 
 
TRICOMAS TECTORES OU NÃO GLANDULARES 
Esses tricomas são denominados tectores ou não glandulares por não produzirem 
nenhum tipo de secreção (Figura 4) e podem ser ​unicelulares ​ou multicelulares​, e 
ramificados​ ou ​não ramificados​. 
Os ​tricomas tectores unicelulares são comuns e podem variar em tamanho, forma 
e espessura da parede, por exemplo, as fibras de algodão utilizadas 
comercialmente são, na verdade, tricomas unicelulares do tegumento da semente, o 
qual desenvolve parede espessa quase puramente celulósica. 
Já os tricomas ramificados - possuem mais de uma fileira de células - e 
classificam-se de acordo com a forma das ramificações ou ​não ramificados - 
apresentam apenas uma única fileira de células. 
Tricomas estrelados​: contém uma haste na base e ápice com ramificações em um 
único plano; 
em forma de ​candelabro: ​as ramificações estão em planos diferentes; 
em forma de T​: que podem ter uma ou mais células que formam uma haste e 
possuem uma célula terminal (orientada horizontalmente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Tricomas tectores​ seta vermelha; Tricoma glandular seta preta 
(​www.upload.wikimedia.org/wikipedia​) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.upload.wikimedia.org/wikipedia
Figura 5: A.​ Tricomas tectores não ramificados unicelulares (Duarte e Siebenrock, 2016)​; 
B.​Tricomas tectores não ramificados​ ​multicelulares​; C. ​Tricomas ramificado unicelular (Gonzalez & 
Arbo, 2004)​. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6:​ Tricomas tectores ramificados multicelular (estrelado) (imagem capturada da internet) 
 
 
 
 
 
 
ÓRGÃOS DE OCORRÊNCIA 
Os tricomas tectores podem estar presentes nas folhas, caules, flores, frutos e 
semente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7:​ Os tricomas (setas) podem estar presentes em ambas as superfícies das folhas adaxial 
e/ou abaxial, bem como no pecíolo.​ A​. No fruto de abóbora a presença de tricomas tectores ocorre 
no início de seu desenvolvimento; ​B.​ Muitas espécies possuem tricomas tectores distribuídos por 
todo o caule e nas peças florais, com ocorre na panacéia ​C. ​(Morfologia da folha de plantas com 
semente. p. 32). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: ​Tricomas tectores presentes nas superfícies de diferentes regiões e estruturas da parte 
aérea das plantas (setas)​ ​(Morfologia da folha de plantas com semente. p. 32). 
 
 
 
 
 
 
 
FUNÇÕES E ADAPTAÇÕES 
Segundo Pascholati e Leite (1995) os tricomas tectores são considerados estruturas 
de resistências pré-formados, pois a pilosidade dos órgãos vegetais evitam a 
formação do filme de água necessário para a germinação fúngica e a multiplicação 
bacteriana, além de evitar o contato direto de células epidérmicas e estruturas de 
infecção do fungo. Pois, geralmente, formam uma densa cobertura, podendo servir 
de barreira mecânica contra vários fatores externos como, por exemplo,herbívoros 
e patógenos, radiação ultravioleta, calor extremo e perda excessiva de água 
(Valkama et al., 2003). Por não produzirem nenhum tipo de secreção acredita-se 
que possam reduzir a perda de água por transpiração das plantas que vivem em 
ambientes xéricos (secos) (Oliveira & Akisue 1989). 
 
FAMÍLIAS BOTÂNICAS 
Algumas espécies de plantas que os tricomas tectores estão presentes são: 
Os pelos da face interna do fruto de ​Ceiba pentandra são utilizados industrialmente 
para recheio de almofadas e tapeçaria (figura 9); 
De acordo com os estudos de Jerba e Fernandes (2004), há presença de tricomas 
tectores no sistema radicular de ​Stylosanthes guianensis ​var. vulgaris ​uma 
leguminosa forrageira bem adaptada ao cerrado (figura 10 e 11); 
E em trabalhos de Duarte et. al. (2016), foi analisado os aspectos microscópicos de 
folha e caules de ​Salvia microphylla kunth, Lamiaceae, planta cuja sua distribuição 
vai desde lugares frios a florestas tropicais (Baran, Ozdemir,2006) e concluiu que 
houve a presença de tricomas tectores que são condizentes as características da 
família (Figura 12). 
 
 
 
 
 
Figura 9: ​Tricomas tectores de ​Ceiba pentandra ​(Imagens capturadas da internet) 
 
 
 
 
 
Figura 10​: Fotomicrografia em microscópio estereoscópico da epiderme do pecíolo (A) e do caule (B 
e C) adultos de ​Stylosanthes guianensis ​var.​ vulgaris​, evidenciando apenas os tricomas tectores 
(Jerba et. al., 2004) 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: ​Fotomicrografia em microscópio de luz das superfícies adaxial (A e B) e abaxial (C e D) 
de folhas adultas de ​Stylosanthes guianensis ​var.​ vulgaris​, destacando os tricomas do tipo tector, 
podendo ser observado protoplasto denso nestes tricomas (setas) (Jerba et. al., 2004). 
 
 
 
 
 
Figura 12: ​Folha de Salvia microphylla. A, B, D. TRICOMAS TECTORES E TRICOMAS 
GLANDULARES; C. PORMENOR DE UM TRICOMA TECTOR REVESTIDO POR CUTÍCULA 
GRANULOSA (Duarte et. al., 2016) 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALVAREZ, A. S. et al. Avaliação das estruturas secretoras de Ocimum gratissimum 
var. macrophyllum Briq.(Lamiaceae) após extração dos constituintes voláteis. 
Revista Brasileira de Plantas Medicinais​, v. 15, n. 2, p. 237-243, 2013. 
 
APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B; CARMELO-GUERREIRO, S.M. ​Anatomia Vegetal​. 2 
ed. Viçosa: Editora UFV, 2006. 
 
BONA, C; BOEGER, M. R. & SANTOS, G. O. Guia Ilustrado de Anatomia Vegetal. 
Editora Holos. Ribeirão Preto-SP. 2004. 
 
DE CASTRO, Neuza Maria.Sistema de Revestimento. Epiderme.Disponível em: 
<http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/exercicios-html/Epiderme.htm>. Acesso em: 
10 de nov. de 2020. 
 
AOYAMA, Elisa Mitsuko; MAZZONI-VIVEIROS, Solange C. Adaptações estruturais 
das plantas ao ambiente. ​Instituto de Botânica (IBt). São Paulo, Brasil​, 2006. 
 
Almeida, M. de, & Almeida, C. V. de. (2018). Morfologia da folha de plantas com 
sementes. Piracicaba: ESALQ/USP. Recuperado de 
http://www.esalq.usp.br/biblioteca/pdf/morfologia_folha.pdf 
 
DE FÁTIMA JERBA, Vanessa; FERNANDES, Celso Dornelas. CARACTERIZAÇÃO 
DOS TIPOS DE TRICOMAS DO SISTEMA CAULINAR DO ESTILOSANTES 
MINEIRÃO. ​Publicatio UEPG: Ciências Exatas e da Terra, Agrárias e 
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DUARTE, Marcia R.; SIEBENROCK, MCN. MICROSCOPIC FEATURES OF THE 
LEAF AND STEM OF Salvia microphylla KUNTH, LAMIACEAE. ​Visão Acadêmica​, 
v. 17, n. 1, 2016. 
 
Milaneze-Gutierre, Maria Auxiliadora, et al. "Caracterização morfológica dos 
tricomas foliares e caulinares de duas espécies de Lamiaceae conhecidas 
popularmente como “falso-boldo." ​Acta Scientiarum. Biological Sciences 29.2 
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ESAU, Katherine. ​Anatomia das plantas com sementes​. Editora Blucher, 1974. 
 
RAVEN,P.H.,EVERT,R.F. & EICHHORN,S.E. Biologia Vegetal. 7ª edição. Editora 
Guanabara/Koogan Rio de Janeiro. 2007. 
 
RIZZINI, C.T. 1997. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, 
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http://www.esalq.usp.br/biblioteca/pdf/morfologia_folha.pdf

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