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Noções Básicas de Ciências Econômicas

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1 
Noções Básicas de Ciências Econômicas (Aula 2) 
 
1) Introdução 
 
Seja em nosso cotidiano, seja através dos jornais, rádio e televisão, deparamo-nos com 
inúmeras questões econômicas, como por exemplo: 
• aumento de preços; 
• períodos de crise econômica ou de crescimento; 
• desemprego; 
• setores que crescem mais do que outros; 
• diferenças salariais, dissídios coletivos; 
• crises no balanço de pagamentos; 
• valorização ou desvalorização da taxa de câmbio; 
• ociosidade em alguns setores de atividade; 
• diferenças de renda entre as várias regiões do país; 
• taxas de juros; 
• déficit governamental; 
• elevação de impostos e tarifas públicas. 
Esses temas, já rotineiros em nosso dia-a-dia, são discutidos pelos cidadãos comuns, com altas 
doses de empirismo. Um estudante pode vir a ocupar cargo de responsabilidade em uma empresa e 
necessitará de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos que 
nos rodeiam diuturnamente. 
O objetivo do estudo da ciência econômica é o de analisar os problemas econômicos e formular 
soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida. 
 
2) Conceito de Economia 
 
A palavra economia deriva do grego oikosnomos (de oikos, casa, e nomos, lei), que significa a 
administração de uma casa. 
Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) 
empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as 
várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 
Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo, as 
necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam. 
Poder-se-ia perguntar: por que os bens são procurados (desejados)? A resposta é relativamente 
simples: um bem é demandado porque é útil. Por utilidade entende-se a capacidade que tem um bem 
de satisfazer uma necessidade humana. 
Pode-se dizer que o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja, 
como “economizar” recursos. 
Se não houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem abundantes (bens livres), 
não haveria necessidade de estudarmos questões como inflação, crescimento econômico, déficit no 
balanço de pagamentos, desemprego, concentração de renda, etc. 
 2 
3) Sistemas Econômicos e Problemas Econômicos Fundamentais 
 
Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela 
qual está organizada uma sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição 
e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de 
vida e bem-estar. 
Os elementos básicos de um sistema econômico são: 
• estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: aqui se incluem os recursos humanos 
(trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia; 
• complexo de unidades de produção e agentes econômicos: constituído pelas unidades 
familiares, pelas empresas e pelo governo; 
• conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são a base da 
organização da sociedade. 
O estoque de fatores de produção constitui a própria base da atividade econômica. Sem terra, 
trabalho, capital, tecnologia e empresariedade não se realiza a atividade econômica fundamental, da 
qual dependem todas as demais categorias de fluxos econômicos, como as de consumo e acumulação. 
As formas de emprego e de destinação dos recursos e a composição dos produtos gerados são 
decididas pelos agentes econômicos. Eles decidem e mobilizam os recursos. Produzem. Geram e se 
apropriam de diferentes categorias de renda. Transacionam. Consomem. Acumulam. E agem de acordo 
com um complexo de instituições que dão respaldo e formam a suas interações. 
Nenhum sistema econômico é possível sem que um conjunto de normas jurídicas discipline os 
deveres e as obrigações dos detentores dos recursos e das unidades que os empregarão. Também não 
há como prescindir de um conjunto de instituições políticas, que definam as esferas de competência de 
cada agente, e de instituições sociais, que estabeleçam valores de referência e regras de conduta. 
Estes três conjuntos de elementos, recursos, agentes e instituições, formam um todo 
intercomplementar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas 
Econômicos 
 
 
 
 
 
 
 
- reservas naturais 
- recursos humanos 
- capital 
- capacidade tecnológica e empresarial 
- unidades familiares 
- empresas 
- governo 
- jurídicas 
- políticas 
- econômicas 
- sociais 
Estoque de fatores de 
produção 
Agentes Econômicos 
Instituições 
 3 
Os sistemas econômicos podem ser classificados em: 
• sistema capitalista, ou economia de mercado: é aquele regido pelas forças de mercado, 
predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. 
Pelo menos, até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de 
concorrência pura, onde não havia a intervenção do Estado na atividade econômica. Principalmente a 
partir de 1930, passaram a predominar os sistemas de economia mista, onde ainda prevalecem as 
forças de mercado, mas com a atuação do Estado, tanto na alocação e distribuição de recursos como na 
própria produção de bens e serviços, nas áreas de infra-estrutura, energia, saneamento e 
telecomunicações. 
• sistema socialista, ou economia centralizada, ou ainda economia planificada: é aquele em que 
as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, 
predominando a propriedade pública dos fatores de produção, englobando os bens de capital, 
terra, prédios, bancos, matérias-primas, entre outros. 
 
a) Sistema de Concorrência Pura 
 
Num sistema de concorrência pura ou perfeitamente competitivo, predomina o laissez-faire: 
milhares de produtores e milhões de consumidores têm condições de resolver os problemas 
econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir), como que gerados por uma 
“mão invisível”. Isso sem a necessidade de intervenção do Estado na atividade econômica. 
Isso se torna possível mediante o chamado mecanismo de preços, que resolve os problemas 
econômicos fundamentais e promove o equilíbrio nos vários mercados. 
O desejo dos indivíduos determinará a magnitude da demanda e a produção das empresas 
determinará a magnitude da oferta. O equilíbrio entre a demanda e a oferta será sempre atingido pela 
flutuação dos preços. 
O mesmo acontecerá no mercado de fatores de produção. O salário de equilíbrio é aquele 
estabelecido em que a força de trabalho a ser empregada é igual à ofertada pela coletividade. 
O mecanismo de preços é um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, 
para alcançar o equilíbrio entre a oferta e a demanda. 
Nesse modelo, o Estado deve responsabilizar-se mais com questões como justiça, paz, 
segurança, relações diplomáticas e deixar o mercado (leia-se: o setor privado) resolver as questões 
econômicas fundamentais. 
 
b) Sistema de Economia Mista 
 
A ocorrência de uma grande crise econômica, qual seja, a depressão nos anos 30, mostrou que 
o mercado, sozinho, não garante que a economia opere sempre com pleno emprego de seus recursos, 
evidenciando a necessidade de uma atuação mais ativa do setor público nos rumos da atividade 
econômica. 
Basicamente, a atuação do governo justifica-se com o objetivo de eliminar as chamadas 
distorções alocativas e distributivas, e promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Isso 
pode dar-se das seguintes formas: 
• atuação sobre a formação de preços; 
• complemento da iniciativa privada; 
• fornecimento de serviços públicos;• compra de bens e serviços do setor privado. 
 4 
Muitas vezes a presença do Estado na economia ocorre por meio das empresas estatais, 
produzindo o que o setor privado poderia fazer, mas não faz por falta de capital, ou por medidas de 
segurança nacional, ou mero nacionalismo político. Assim, a intervenção do estado na economia 
multiplica-se e vai além das suas funções convencionais de educação, saúde, infra-estrutura 
(transportes, saneamento), justiça, defesa nacional, entre outros. 
 
c) Sistema Socialista 
 
Nas economias centralizadas, os problemas básicos da economia são determinados pelos órgãos 
planejadores centrais e não pelo sistema de preços como nas economias de mercado. O planejamento é, 
grosso modo, formulado da seguinte maneira: 
• primeiro: faz-se um “inventário” das necessidades humanas a serem atendidas; 
• segundo: faz-se um “inventário” dos recursos e das técnicas disponíveis para a produção; 
• terceiro: com base nessas disponibilidades, faz-se uma seleção das necessidades prioritárias e 
fixam-se as quantidades de cada bem a serem produzidas. 
O órgão planejador fixa as metas a serem cumpridas, transmite-se aos órgãos setoriais e 
regionais, e estes, diretamente às unidades produtoras da atividade econômica. 
O sistema de preços não funciona como mecanismo orientador, mas sim para facilitar a 
consecução dos objetivos de produção, estabelecidos pelo Estado. 
Os meios de produção – máquinas, edifícios, matérias-primas, instrumentos, tratores e 
caminhões, terras, minas, bancos – são considerados como pertencentes a todo o povo, isto é, 
propriedade coletiva. Os meios de sobrevivência como roupas, automóveis, eletrodomésticos, 
móveis, entre outros, pertencem aos indivíduos, exceto as residências, que pertencem ao Estado. 
 
d) Os Problemas Econômicos Fundamentais 
 
Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do 
homem, originam-se os chamados problemas econômicos fundamentais: o que e quanto produzir? 
Como produzir? Para quem produzir? 
• O que e quanto produzir? Dada a escassez dos recursos de produção, a sociedade terá de 
escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as 
respectivas quantidades a serem fabricadas. 
• Como produzir? A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão 
utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. Os produtores 
escolherão, dentre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção 
possível. 
• Para quem produzir? A sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da 
distribuição dos resultados de sua produção, ou seja, para quem se destinará a produção 
(fatalmente para os que têm renda). 
Em economias de mercado, esses problemas são resolvidos predominantemente pelo 
mecanismo de preços atuando por meio da oferta e da demanda. Nas economias centralizadas, 
essas questões são decididas por um órgão central de planejamento. 
 
4) Curva de Possibilidades de Produção – CPP (ou Curva de Transformação) (Aula 3) 
 
 5 
A curva (ou fronteira) de possibilidades de produção (CPP) é um conceito teórico com o 
qual se ilustra como a questão da escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma 
sociedade, que terá de fazer escolhas entre alternativas de produção. 
Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo (produto 
de pleno emprego), onde todos os recursos disponíveis estão empregados. 
Suponhamos uma economia que só produza dois tipos de bens – máquinas (bens de capital) 
e alimentos (bens de consumo) – e que as alternativas de produção de ambos sejam as seguintes: 
 
Alternativas de produção Máquinas (milhares) Alimentos (toneladas) 
A 25 0 
B 20 30 
C 15 45 
D 10 60 
E 0 70 
 
Na primeira alternativa (A) todos os fatores de produção seriam alocados para a produção 
de máquinas; na última (E) seriam alocados somente para a produção de alimentos; e nas 
alternativas intermediárias (B, C e D) os fatores de produção seriam distribuídos na produção de 
um e de outro bem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curva de possibilidades de produção 
 
A curva ABCDE indica todas as possibilidades de produção de máquinas e de alimentos 
nessa economia hipotética. Qualquer ponto sobre a curva significa que a economia estará operando 
no pleno emprego. 
No ponto Y (ou em qualquer ponto interno à curva), dizemos que se está operando com 
capacidade ociosa ou de desemprego. 
O ponto Z representa uma combinação impossível de produção. Esse ponto ultrapassa a 
capacidade de produção potencial ou de pleno emprego dessa economia. 
 
• Conceito de custo de oportunidade 
 
A transferência dos fatores de produção de um bem A para produzir um bem B implica um 
custo de oportunidade que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem A para se 
produzir mais do bem B. 
70
60
50
40
30
20
10
5 10 15 20 25 Máquinas
(milhares)
Alimentos
(toneladas)
E
D
C
B
A
Y
Z
 6 
É de se esperar que os custos de oportunidade sejam crescentes, já que a transferência vai 
ficando cada vez mais difícil e onerosa e o grau de sacrifício vai aumentando. Esse fato justifica o 
formato côncavo da curva de possibilidades de produção: acréscimos iguais na produção dos 
alimentos implicam decréscimos cada vez maiores na produção de máquinas, como mostra o gráfico a 
seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curva de possibilidades de produção – custo de oportunidade crescente 
 
• Deslocamentos da curva de possibilidades de produção 
 
O deslocamento da CPP para a direita indica que o país está crescendo. Isso pode ocorrer tanto 
em função do aumento da quantidade física de fatores de produção, quanto em função de melhor 
aproveitamento dos recursos já existentes, o que pode ocorrer com o progresso tecnológico, maior 
eficiência produtiva e organizacional das empresas e melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra. 
 
 
 
 
 
 
 
Crescimento econômico 
 
5) Funcionamento de uma Economia de Mercado: Fluxos Reais e Monetários 
 
Suponha uma economia fechada (que não tenha interferência do governo, nem das transações 
com o exterior). Os agentes econômicos são as famílias e as empresas. As famílias são proprietárias 
dos fatores de produção e os fornecem às empresas no mercado de fatores de produção. As empresas 
produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. 
 
 
 
 
 
Fluxo real da economia 
... levam a quedas cada vez maiores
na produção de máquinas
Alimentos
(toneladas)
Máquinas
(milhares)
Acréscimos iguais
na produção de
alimentos...

 





Alimentos
(toneladas)
Máquinas
(milhares)
Famílias
Demanda
Oferta
Mercado de bens e serviços
Mercado de fatores de produção
Empresas
Oferta
Demanda
 7 
No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é 
utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços. Desse modo, 
paralelamente ao fluxo real, temos um fluxo monetário na economia. 
 
 
 
 
Fluxo monetário da economia 
 
Unindo os fluxos real e monetário da economia, temos o fluxo circular da renda. 
 
 
 
Fluxo circular da renda 
 
Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta e da demanda, 
determinando o preço. Assim, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos bens e 
serviços, enquanto no mercado de fatores de produção são determinados os preços dos fatores de 
produção (salários, juros, aluguéis, lucros, royalties, dentre outros). 
 
• Bens de capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de produçãoOs bens de capital (máquinas, equipamentos e instalações) são utilizados na fabricação de 
outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo produtivo. 
Os bens de consumo destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. 
Podem ser duráveis (geladeiras, fogões, automóveis, etc.) ou não-duráveis (alimentos, produtos de 
limpezas, vestuário, calçados, entre outros). 
Famílias Empresas
Pagamento dos bens e serviços
Remuneração dos fatores de produção
 8 
Os bens intermediários (insumos, matérias-primas e componentes) são transformados ou 
agregados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo. Já os bens 
finais são vendidos para consumo ou utilização final. 
Os fatores de produção (recursos de produção da economia) são constituídos pelos recursos 
humanos, (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. A cada fator de produção 
corresponde uma remuneração ao seu proprietário: 
 
Fator de produção Tipo de remuneração 
Trabalho Salário 
Capital Juro 
Terra Aluguel 
Tecnologia Royalty 
Capacidade empresarial Lucro 
 
6) Argumentos Positivos Versus Argumentos Normativos 
 
Economia é uma ciência social e utiliza fundamentalmente uma análise positiva, que deve 
explicar os fatos da realidade. Os argumentos positivos não envolvem juízo de valor e referem-se a 
proposições positivas. É uma análise do que é. 
Em Economia, entretanto, defrontamo-nos com um problema: ela trata do comportamento de 
pessoas. Freqüentemente, nossos valores interferem na análise do fato econômico. 
Nesse sentido, definimos argumentos normativos aqueles em que a análise contém, explícita, 
ou implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida econômica. É uma análise do que deveria 
ser. 
 
7) Interrelação da Economia com Outras Áreas do Conhecimento 
 
• Física e biologia 
 
A construção inicial da Economia começou a partir concepções organicistas (biológicas) e 
mecanicistas (físicas). Segundo o grupo organicista, a economia se comportaria como um órgão vivo. 
Daí utilizaram-se termos como órgãos, funções, circulação e fluxos na teoria econômica. Já para o 
grupo mecanicista, as leis da economia se comportariam como determinadas leis da física. Daí advêm 
termos como equilíbrio, estática, dinâmica, aceleração, velocidade, forças e outras. 
 
• Matemática e estatística 
 
A matemática torna possível escrever de forma resumida importantes conceitos e relações de 
economia e permite análises econômicas na forma de modelos analíticos. Por exemplo: “o consumo 
nacional está diretamente relacionado com a renda nacional”. Essa relação pode ser escrita assim: 
)(RNfC = e 
RN
C
∆
∆
> 0 
 
Como as relações econômicas não são exatas, mas probabilísticas, recorre-se à Estatística. Se a 
economia tivesse relações matemáticas, tudo seria possível. Contudo, a economia apresenta muitas 
regularidades, que podem ser estimadas estatisticamente, tais como: 
 9 
� o consumo nacional depende diretamente da renda nacional; 
� a quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com seus 
preço, tudo o mais constante; 
� as exportações e as importações dependem da taxa de câmbio. 
A área da economia que está voltada para a quantificação dos modelos é a Econometria, que 
combina a teoria econômica, matemática e estatística. 
 
• Política 
 
A política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse 
sentido, a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político do país (democracia, 
autoritarismo) e as prioridades de política econômica (crescimento, distribuição de renda, estabilização) 
são determinadas pelo poder político. Entretanto, a estrutura política se encontra muitas vezes 
subordinada ao poder econômico. 
 
• História 
 
A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a economia, pois facilita a 
compreensão do presente e ajuda nas previsões. Por outro lado, os fatos econômicos podem afetar o 
desenrolar da história. 
 
• Geografia 
 
A geografia nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições 
geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de 
empresas e a composição setorial da atividade econômica. 
 
• Moral, justiça e filosofia 
 
Antes da Revolução Industrial, no século XVIII, a economia era orientada por princípios 
morais e de justiça. Predominavam princípios como a lei da usura e o conceito de preço justo. 
Ainda hoje, as encíclicas papais refletem a aplicação da filosofia moral e cristã às relações 
econômicas entre homens e nações. 
 
8) Divisão do Estudo Econômico 
 
A análise econômica e dividida em quatro áreas de estudo: 
 
• microeconomia: examina a formação de preços em mercados específicos; 
• macroeconomia: estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais; 
• economia internacional: analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do 
país; 
• desenvolvimento econômico: preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao 
longo do tempo. 
 10 
Referências 
 
GREMAUD, A. P. et al. Manual de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 
 
ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
VASCONCELLOS, A S.; GARCIA, M E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2003.

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