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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL Adriana Vieira Macena Oliveira Avaliação de um projeto de Intervenção e a atuação do Assistente Social Relatório final de Estágio Arcoverde/Pernambuco 2020 Adriana Vieira Macena Oliveira Avaliação de um projeto de intervenção e a atuação do Assistente social. Relatório final de Estágio Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Estágio curricular obrigatório III. Arcoverde/Pernambuco 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 4 3. Considerações Finais ........................................................................................... 5 4 1. INTRODUÇÃO O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Espaço Renascer, foi implantado nesta cidade na data de 10/12/2010. Funciona de segunda a sexta das 8:00 às 17:00h, diariamente é atendida uma média de cinquenta usuários. Isto é, através de demandas espontâneas e encaminhamentos de todo o município. O CAPS II atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. O usuário tem direito à alimentação, remédios, acompanhamento com médico psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, assistente social, enfermeira e técnicos de enfermagem, é notável a interação entre os técnicos, a equipe é engajada e organizada, trabalham juntos em uma parceria multidisciplinar, essa relação se dá de forma ética, mantendo a postura e o respeito mútuo, cada um respeitando o espaço e atribuições do outro, criando um ambiente propício para um atendimento de qualidade e humanizado. Observou-se a importância de incluir o familiar nas ações desenvolvidas, no sentido de orientá-los sobre a questão das suas causas, consequências e o possível apoio familiar, sendo assim, o projeto de intervenção visou contribuir para a busca de uma maior compreensão da família para com os pacientes, a partir dos relatos feitos pelos próprios usuários do Serviço, por conta de suas percepções sobre o grau de importância da família no tratamento, fortalecer os vínculos possibilitando uma reavaliação das formas de inserção do familiar, a família é entendida como parceira no cuidado ao indivíduo que sofre psiquicamente, mas também necessita receber o suporte adequado para superar situações de desgaste físico, emocional, mental e psicológico, devendo encontrar junto ao serviço o acolhimento de suas necessidades e apoio para sua reestruturação. Este projeto teve como objetivo geral oferecer um suporte à os familiares, tanto no sentido de ser um espaço para tirar dúvidas sobre o tratamento e o manejo com o usuário, como um momento para que o familiar possa falar das suas angústias e do seu cansaço, e também de si mesmo enquanto pessoa, não apenas enquanto cuidador. Entendemos que as tecnologias racionais, especialmente o acolhimento e a escuta são estratégias fundamentais para efetivar a inclusão das famílias nos serviços substitutivos em saúde mental. Essas tecnologias fortalecem a produção de saúde e proporcionam a criação de vínculos que possibilitam ao núcleo familiar o alcance de uma nova organização, facilitando o processo de reabilitação psicossocial. 2. DESENVOLVIMENTO Na atenção psicossocial, o objeto do cuidado das equipes de saúde mental é a unidade familiar em toda sua complexidade, entendendo-a como integrante fundamental no tratamento, na recuperação e no processo de reabilitação do usuário, por isso, a necessidade de que a família seja acompanhada pelos serviços substitutivos de saúde mental de maneira que suas frustrações sejam acolhidas. A atenção psicossocial, no momento em que prioriza o cuidado no território em serviços comunitários, apresenta novas demandas aos profissionais, ao usuário, à família e à sociedade na construção do cuidado em saúde mental. Dentre essas demandas e por meio do Diagnóstico Institucional e Social, verificamos a necessidade de ofertar um Projeto de Intervenção que focasse exatamente nisso, destacamos o desafio de promover a participação da família no planejamento e execução do cuidado no trabalho em saúde. Acreditamos que os usos das tecnologias relacionais são importantes para melhorar a inclusão da família na gestão do cuidado. 5 A participação ativa da família no cuidado ao usuário requer nova organização familiar e também a aquisição de habilidades, que num primeiro momento, podem levar à desestruturação da família. Nessa etapa é importante que os serviços substitutivos tenham disposição para acolher e ouvir as necessidades da família, fornecendo o suporte necessário para que ela consiga alcançar a reestruturação. Na prática do Assistente Social, percebemos que o acolhimento, a escuta e a orientação às famílias são aspectos fundamentais no estabelecimento da corresponsabilização na atenção, ou seja, quando a família sente que também está sendo cuidada, torna-se mais otimista na produção do cuidado em saúde mental. Dessa forma, entendemos o quanto foi importante refletir sobre a inclusão das famílias de pessoas em sofrimento psíquico na atenção psicossocial, na perspectiva da nova forma de cuidado proposta nos serviços, porque a reinserção social do usuário tem relação com os espaços sociais do indivíduo, sendo a família o núcleo central de suporte e apoio nas ações psicossociais. A intervenção foi pautada no método de vivência em grupo, com palestras, rodas de conversa, músicas, através da definição dos principais relatos dos usuários e familiares; da priorização dos problemas; da descrição do problema selecionado; da seleção do nós críticos do Projeto de Intervenção foi decidido a necessidade de um momento agradável dos usuários com seus familiares, estimulando a ação para mudanças, sentimentos de valorização e de potência para fortalecimento dos vínculos afetivo familiares. 3. Considerações Finais A realização deste projeto de intervenção mostrou a necessidade de se criar estratégias que possibilitem a aproximação da família, com os profissionais para que possam atuar como elo entre a rede de apoio e o usuário, contra os paradigmas e o enfrentamento desta temática, seja na condição de usuário ou sua família, bem como a implantação de projetos associados à o mesmo, de modo que diminua a distância e melhore a qualidade de vida de todos os envolvidos. A avaliação foi realizada por observação, pela coordenação, assistente social e a terapeuta ocupacional. Foi utilizado com os usuários em algumas ocasiões o método da dialética, onde foi possível alinharmos o projeto junto a notável necessidade.do mesmo. Podemos mencionar que o projeto de intervenção construiu e elaborou mais informações e formas de conhecimento, percebeu-se que a influência do meio familiar como fonte que propicia a melhor qualidade no tratamento é bastante forte nesses grupos onde não há um preparo ou um conhecimento acerca das consequências causadas pela falta de apoio. Os objetivos serão atingidos a longo prazo, será necessário trabalhar os diferentes objetivos de formacontínua, englobando a interdisciplinaridade, não só este tema, mas muitos outros problemas que vem afetando o bom desenvolvimento de nossos usuários e contribuindo para a formação de atitudes de promoção da saúde, de reflexão sobre si mesmo e de respeito ao outro. Penso que não há projetos prontos que possam ser apresentados aos mesmos, mas sim que estes sejam estimulados a trazer suas necessidades e interesses sobre o assunto e juntos, equipe, família e usuários, discutirem o assunto e viabilizaremos propostas. É por meio da dialética e interação que os envolvidos 6 podem buscam apoio, esclarecem dúvidas, preconceitos e até mitos. Assim, além de desmistificar certos acontecimentos e conhecimentos adquiridos de forma aleatória, trazer para discussão com o grupo diferentes posicionamentos sobre o tema em discussão sem provocar ou ferir os envolvidos. Após toda abordagem realizada, se torna importante reafirmar que o Estágio Supervisionado, se constitui como subsídio para a atuação na prática daqueles que ainda não possuem experiência na área; assim como para o aperfeiçoamento da práxis dos profissionais que já atuam na mesma. Assim, vivenciar as atividades no cotidiano do estágio supervisionado foi uma experiência significativa para a formação, enquanto acadêmicos, e um aprendizado gratificante para conduta como Assistente Social, permitindo-nos aguçar o que aprendemos na teoria, para melhor contribuirmos com a formação de cidadãos; de forma que estes busquem a transformação na sociedade. Dessa forma, se fez necessário uma fundamentação teórica e prática que promoveu uma melhor compreensão acerca do real papel do Assistente Social no âmbito da saúde mental. O presente Estágio, apresentou como ponto positivo o rendimento de experiência em campo, proporcionando um melhor desempenho e enriquecendo nosso conhecimento, para assim, futuramente, sabermos proporcionar aos nossos usuários um significativo apoio. E ainda, como ponto positivo, podemos citar a colaboração da equipe multidisciplinar em nos ajudar em nosso trabalho fornecendo os materiais necessários para a conclusão da pesquisa. 7 Referências 1.Ministério da Saúde. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Brasília, 2005. 2. Costa-Rosa A. O modo psicossocial: um paradigma das práticas substitutivas ao modo asilar. In: Amarante P (org.). Ensaios – subjetividade, saúde mental, sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000. p.141-168. 3. Yasui S, Costa-Rosa A. A Estratégia Atenção Psicossocial: desafio na prática dos novos dispositivos em saúde mental. Saúde em Debate 2008;32(78/79/80):27-37. 4. Hirdes A. A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (re) visão. Ciência e Saúde Coletiva 2009;14(1):297-305. 5. Olschowsky A, Schrank G, Mielke FB. A participação da família em um Centro de Atenção Psicossocial. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Enfermagem 2009;1(1):176-93. 6. Moreno V. Familiares de portadores de transtorno mental: vivenciando o cuidado em um Centro de Atenção Psicossocial. Rev. Esc. Enferm USP 2009;43(3):566-72. 7. Cavalheri SC. Transformações do modelo assistencial em saúde mental e seu impacto na família. Rev. bras. enferm. 2010;63(1):51-7. 8. Rosa LCS. A inclusão da família nos projetos terapêuticos dos serviços de saúde mental. Psicol em Revista 2005;11(18):205-18. 9. Pinho LB, Hernández AMB, Kantorski LP. Reforma psiquiátrica, trabalhadores de saúde mental e a “parceria” da família: o discurso do distanciamento. Interface – Comunic., Saúde, Educ. 2010;14(32):103-13.
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