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Parasitologia - Leishmaniose

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Leishmaniose 
 
Existem dois tipos de leishmaniose: a           
visceral (afeta as vísceras, se manifestando           
dentro do corpo) e a tegumentar (afeta o               
epitélio). 
A Leishmaniose tegumentar é uma         
doença bastante antiga, registros datam de           
séc. I d.C., na ásia central, onde também é                 
conhecida como ​botão do oriente​. Todavia,           
foi só no séc., XVI que a doença foi                 
clinicamente descrita, quando notaram que         
ela dependia de um flebotomíneo. 
No Brasil, ela foi descrita pela primeira             
vez durante a construção da estrada de             
ferro, em 1905, quando também ficou           
conhecida como ​úlcera de bauru​. 
É válido lembrar que o causador da             
Leishmaniose pode ser de mais de uma             
espécie, todas elas dentro do gênero           
Leishmania​, o qual há duas subdivisões           
(​Leishmania e Viannia)​. O que define elas é a                 
localização dentro do intestino do vetor. As             
espécies de vetor de interesse são:           
Leishmania braziliensis ​(mais espalhada pelo         
brasil)​, Leishmania guyanensis ​(região norte)​,         
Leishmania lainsoni, Leishmania shawi,       
Leishmania naifi e Leishmania amazonensis         
(restrita à região amazônica). O inseto   
vetor, o flebotomíneo, faz parte do gênero             
Lutzomyia​, e é popularmente conhecido         
como mosquito palha. Já os hospedeiros           
vertebrados podem ser mamíferos como         
roedores, tatus, bicho preguiça, gambás,         
caninos e primatas.  
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto à morfologia, há apenas duas           
formas: a promastigota e a amastigota.         
 
 
A primeira imagem é a ​amastigota e a               
segunda a ​promastigota​. 
Quanto ao ciclo de vida no hospedeiro             
invertebrado, inicia-se quando a fêmea do           
flebotomíneo, ela se infecta ao picar um             
hospedeiro vertebrado contaminado pelo       
parasito. Tudo que o mosquito ingere fica             
dentro da ​membrana peritrófica​, incluindo os           
macrófagos parasitados pela forma       
amastigota. No intestino, os parasitos saem           
dos macrofagos e se diferenciam em           
promastigota (forma extracelular), para se         
reproduzirem por divisão binária e         
posteriormente saírem da membrana       
peritrófica, ficando livres no intestino, onde           
vão passar por uma série de diferenciações             
até chegarem na ​forma metacíclica         
(infectante). Posteriormente eles vão para a           
faringe do inseto. 
Já o ciclo de vida no hospedeiro             
vertebrado, inicia-se quando os parasitos         
presentes na faringe da fêmea mosquito são             
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista 
 
regurgitados na circulação sanguínea. Nela,         
os parasitos se deixam ser fagocitados           
pelos macrófagos, para no interior destes,           
diferenciar-se em amastigotas novamente,       
para se reproduzirem por divisão binária. 
O quadro clínico se dá após o tempo de                 
incubação, que varia entre 2 semanas a 3               
meses. O primeiro sinal se dá na pele, com                 
um nódulo, que com o passar do tempo               
começa a ulcerar e ficar com um aspecto               
granuloso com as bordas elevadas. 
A ​leishmaniose tegumentar se manifesta         
de 3 formas diferentes: Leishmaniose         
cutânea, Leishmaniose mucocutânea e       
Leishmaniose difusa. 
Na Leishmaniose cutânea há a presença           
de lesões cutâneas indolores, e se           
manifestam justamente no local de picada           
do mosquito palha. Com o tempo a lesão               
sara, mas caso não haja tratamento a lesão               
pode voltar ainda mais forte na forma             
mucocutânea. 
Essa forma é causada exclusivamente         
pela ​Leishmania braziliensis​, que provoca         
lesões que passam pela pele e afetam a               
mucosa. Essas ulcerações geralmente são         
muito agressivas. 
Já a forma disseminada, ocorre em           
pacientes com certo grau de         
comprometimento imunológico, e é       
caracterizada por lesões espalhadas pelo         
corpo. 
O diagnóstico se dá unicamente de           
forma laboratorial, pois as lesões são, de             
certa forma, genéricas, podendo se         
assemelhar à lesões fúngicas, cancerosas,         
etc. Nesse diagnóstico laboratorial, a busca           
pelo parasito se dá, principalmente, pelo           
recolhimento de material das bordas das           
lesões ulceradas, pois há uma maior           
concentração de parasitos na forma         
amastigota. Essa busca pode ser por           
demonstração direta, isolamento em cultivo         
(por meio de cultura ou inoculação em             
animais). 
Quanto ao teste imunológico, o mais           
conhecido e usado é o teste chamado de               
Intradermorreação de Montenegro​. Ele é         
feito da seguinte forma: intradermicamente,         
se inocula antígenos de leishmania, se           
houver reação, indica que o corpo já teve               
contato com tal antígeno. Todavia, esse           
teste não funciona em pacientes         
imunologicamente debilitados. 
Quanto ao tratamento, é realizado         
através do uso do n-metilglucamina,         
conhecido popularmente como Glucantime,       
e ele age no metabolismo do parasito,             
atrapalhando a produção de energia. 
 
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista

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