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FUNÇÃO HEPÁTICA Fígado: É um órgão organizado na forma de lóbulos, são as unidades funcionais do fígado, tem função metabólica como de excreção. Então quando avaliamos a atividade hepática, lesões hepáticas ou danos hepáticos devemos levar em consideração as atividades que o órgão desempenha no corpo do animal. E quando falamos dessas atividades devemos lembrar das funções básicas: relacionadas a síntese de carboidratos/lipídios/proteínas (devemos lembrar que as principais que estarão no sangue serão produzidas no fígado, classes de proteínas: albumina - maior abundância no sangue e globulinas alfa - eritropoetinogenia e participa da hematopoiese e beta - transferrina e fibrinogênio muito importantes) e metabolismo dessas substâncias, a excreção, produção de alguns componentes do líquido biliar metabolização da ureia, e formação alguns dos fatores de coagulação, armazenamento de substâncias (vitaminas A, D, K e complexo B), proteínas e glicogênio, além disso, é responsável pela detoxificação de substâncias tanto endógenas como exógenas, ex: bilirrubina, função reticuloendoteliais, apresenta o papel de defesa do corpo, a partir de celulas fagociticas e função de hematopoiese tanto na fase gestacional como na fase pós-nascimento: armazenamento de substâncias essenciais para a hematopoiese e síntese de eritropoietinogênio. Função hepática ● Atividade hepática pode ser alterada por problemas sistêmicos: afetam o fluxo de sangue e de nutrientes, ex: alterações circulatórias, anemias. ● Lesões ou alterações locais: sobrecarga a atividade que leva a doenças inflamatórias; tóxicas e neoplásicas no tecido hepático; ● Alterações hepáticas podem modificar o funcionamento dos hepatócitos e causar morte celular; ● A função hepática pode estar comprometida por problemas biliares. Testes: Funcionais (da atividade do fígado e quantidade de substancia metabolizado de excretadas): ● Substâncias metabolizadas: animal que tem alteração na atividade dos hepatocitos vai ter alteração na produção de: ○ Albumina ○ Ureia ○ Fatores de coagulação ○ Glicose ● Substâncias excretadas: dificuldade de excretar: ○ Bilirrubinas ○ Ácidos biliares ○ Amônia ○ Colesterol ○ Pigmentos Enzimas séricas: para avaliar se o hepatócito está morrendo ou lesionado a partir delas. Não são específicas do fígado ● Enzimas de vazamento: presentes dentro do hepatócito e vão parar na corrente sanguínea quando esse hepatócito sofre lesão profunda ou não ○ ALT (TGP): alanina aminotransferase: Origem: Integralmente no citoplasma, tanto lesão quanto que aumenta permeabilidade ou necrose do hepatócito vai levar ao extravasamento dela. Muito utilizada pra marcar função hepática: cão, gato e primatas. Meia vida de 1 a 5 dias lesão transitória (ex: comeu muita gordura), se ela continuar presente após 5 dias pode ser indicativo para uma lesão crónica do fígado. Ela também está presente nos miócitos dentro de organelas (células musculares), então se ela estiver muito aumentada a lesão muscular precisa ser muito grave. Lesões de pâncreas podem levar ao aumento dela no sangue, uma inflamação no pâncreas pode levar a uma hepatite, aumento da atividade do fígado pra tentar eliminar as toxinas liberadas pelo pâncreas. Ureia. ■ Aumento atividade sérica do ALT ● Lesão de hepatócitos: ○ Degenerativa: hipóxia; ○ Metabólica; ○ Lipidose, diabete melito, hipertireoidismo; ○ Neoplásica: linfoma, metástase, carcinoma hepatocelular; ○ Nutricional: intoxicação por Cu, hemocromatose; ○ Inflamatória: leptospirose, PIF, hepatite bacteriana, hepatite crônica não-infecciosa e cirrose (quando é grave quase n tem mais célula hepática pra ser lesada, então a ALT estará a nível normal ou reduzida); ○ Tóxica: esteroides, anestésicos, tetraciclina, carprofeno, fenobarbital; ○ Traumática: atropelamento, distrofias musculares. ○ AST (TGO): aspartato aminotransferase: Fatores de coagulação; Contidas dentro de organelas, presentes dentro da mitocôndria, então essa enzima só estará presente na corrente sanguínea quando tiver MORTE de hepatócito; ■ Origem: mitocôndria, citoplasma; ■ Espécies: em ruminantes e equinos é muito utilizado pra marcador de função hepática, menor significado para cães e gatos; ■ Interpretação: Lesão do parênquima hepático; ■ Meia-vida: 1-3 dias. ■ AST também está presente em tecidos musculares, músculo cardíaco e hemácias, então em animais com lesão cardíaca, ex: endocardites, pode ter aumento de AST na corrente sanguínea. Alterações nos teores dessa enzima devem ser avaliadas com cautela; Para descartar lesões musculares deve-se avaliar em associação marcadores mais específicos de função muscular (creatino quinase). ■ Aumento atividade sérica do AST: ● Lesão de hepatócitos: ○ Degenerativa: hipóxia (anemia, congestão ou colelitíase); ○ Metabólica: lipidose, diabete melito, hiperlipidemia equina; ○ Neoplásica: linfoma, neoplasia metastática, carcinoma hepatocelular; ○ Inflamatória: hepatite bacteriana; abscesso hepático, hepatite crônica, cirrose (quando é grave quase n tem mais célula hepática pra ser lesada, então a AST estará a nível normal ou reduzida); ○ Tóxica: intoxicação por Fe, plantas (alcalóides pirrolizidínicos), aflatoxinas, intoxicação por trevo. ○ SDH: sorbitol desidrogenase: Glicose ○ LDH: lactato desidrogenase ○ GDH: glutamato desidrogenase: Contidas dentro de organelas, presentes dentro da mitocôndria, então essa enzima só estará presente na corrente sanguínea quando tiver MORTE de hepatócito; ● Enzimas colestáticas: enzimas dentro do ductos biliares e vão estar presente na corrente sanguínea quando as células dos ductos biliares sofrem lesão (morte celular) ○ FA: fosfatase alcalina ○ GGT: glutamiltransferase TESTES ENZIMAS SÉRICAS - LESÃO HEPATOCELULAR Interpretação: ● Altos níveis de ALT e AST: Injúria ● Reparação da lesão hepática ● Valores normais ou diminuídos de ALT e AST (com presença de sinais clínicos indicativos: Cirrose; ● Creatina quinase (CK): Diferenciação da lesão muscular de lesão hepática; TESTES ENZIMAS SÉRICAS COLESTASE FOSFATASE ALCALINA (FA): tem muitas isoenzimas. ISOENZIMAS DA FA: Fígado, ossos, intestino, rins, placenta e esteroidal (cão); Isoenzimas intestinal, renal e placentária: ● Meia-vida: < 6 minutos. ● Transtornos nestes tecidos levam a sutil elevação da FA. Isoenzima óssea: ● Local de produção: osteoblastos ● Atividade: Animal em crescimento a FA fica 3 vezes > que o adulto; ● Doenças com atividade osteoblástica: 2 - 4 vezes o valor normal da FA. Ex: tumor, fratura que aumenta a atividade os osteoblastos. Isoenzima hepática: ● Localização: hepatócitos e canalículos biliares ● Meia-vida: 6hs no gato e 3 dias no cão ● Aumentada: Principalmente em processos colestáticos, lesão nos ductos biliares, lesão na bile ou estase biliar (algum motivo o líquido biliar não consegue sair da vesícula biliar e fica retido lá) Isoenzima Esteroidal: ● Corticosteróide: ocorre no cão; ● Meia-vida: 3 dias: atividade permanece aumentada por várias semanas. FOSFATASE ALCALINA HEPÁTICA ● Observações: ○ O fígado do cão tem 3 vezes mais atividade de FA do que do gato, quando esta aumenta no gato é pq a coisa tá feia. ○ Intervalo de referência amplo: bovino, equino e ovino (melhor GGT e bilirrubinas). Causas da elevação na atividade da FA: ● Fisiológica: diferentesraças: Scottish Terrier, ele tem por característica racial ter FA maior que o que é considerado normal para cães; ● Colestase: hepatócitos e epitélio biliar; ● Indução por drogas: corticosteroides e fenobarbital; ● Atividade osteoblástica aumentada (consolidação de fraturas, osteossarcoma); ● Neoplasias mamárias malignas e benignas; ● Gatas no final da gestação; ● Gatos com hipertireoidismo. GAMA GLUTAMILTRANSFERASE (GGT) ● Localização: ○ Superfície canalicular dos hepatócitos; ○ Epitélio dos ductos biliares e mamários; ○ Túbulos renais. ● Lesão de hepatócito pode elevar a GGT junto por causa dessa relação íntima. ● Interpretação: ○ Doença hepática: Obstrução dos ductos biliares; ○ Diferença entre espécies animais: ■ Boa resposta em gatos; ■ Utilizada em grandes animais: doença hepática que leva obstrução dos ductos biliares é comum ter aumento da enzima GGT; ■ No cão não tem importância como marcador de função hepática. TESTES DE FUNÇÃO HEPÁTICA: condições que afetem o funcionamento do fígado ● Substâncias metabolizadas ou excretadas; ● Avalia alterações na atividade hepática; ● Na maioria dos casos a função é alterada antes mesmo da ocorrência de vazamento de enzimas; ● Para uma correta avaliação da saúde hepática é necessária a realização enzimáticos e de função. Avaliar: BILIRRUBINA ● Formada pela degradação da hemoglobina através dos macrófagos; ● É possível determinar as concentrações das duas formas de bilirrubina: não conjugada (indireta - ainda não passou pelo fígado) e conjugada (direta - depois de passar pelo fígado); ● A maioria dos testes existentes determina bilirrubina total e conjugada, pois consigo determinar na corrente sanguinea; ● A bilirrubina não conjugada é obtida através de cálculo, pois o teste não mostra, não consigo determinar a quantidade na corrente sanguínea; ● BI (indireta/não conjugada) = BT(total) - BD (direta/conjugada); ICTERÍCIA - causada pela BILIRRUBINA. ● Percebida no plasma: bilirrubina > 1mg/dl, daí o plasma estará amarelado; ● Percebida nos tecidos - bilirrubina > 2-3mg/dl, tecidos ficam amarelados; ● Origem da bilirrubina: ○ Pré-hepática: o que está aumentando é a quantidade de produção de bilirrubina. Quando acontece? Hemólise intravascular e extravascular. ■ Aumento da bilirrubina total; ■ Aumento da bilirrubina indireta; ■ Normal ou levemente aumentada a bilirrubina direta; ○ Hepática: quando o aumento de bilirrubina no sangue é relacionado a falhas da transformação da bilirrubina não conjugada para conjugada; Algo no fígado está impedindo a conjugação da bilirrubina indireta com o ácido glucurônico; ■ Aumento da bilirrubina total; ■ Aumento da bilirrubina indireta; ■ Bilirrubina direta normal ou diminuída; ○ Pós-hepática: está relacionado com a excreção de bilirrubina, algo está impedindo que a bilirrubina conjugada saia. ■ Aumento da bilirrubina total; ■ Normal ou levemente aumentada a bilirrubina indireta; ■ Aumento da bilirrubina direta. ÁCIDOS BILIARES: produzidos no fígado, eliminados pela bile e reabsorvidos. A forma como o colesterol é eliminado da corrente sanguínea, metabolizado pelo fígado em ácidos biliares e eliminado pela bile. ● Aumentado no sangue em falhas na depuração hepática e em transtornos na excreção hepatobiliar. COLESTEROL: eliminado do organismo pelo fígado, na forma de ácidos biliares. ● Aumentado em transtornos colestáticos, pois está tendo uma falha de eliminação, ele para de ser transformado em ácidos biliares; ● Reduzido em transtornos hepáticos, pois a síntese dele é no fígado, então principalmente animal com problema cronico de fígado, causa uma redução do colesterol; AMÔNIA: derivada (produto) do catabolismo de aminoácidos deve ser transformada pelo fígado em ureia e eliminada pelos rins. Então todo animal que tem transtorno da atividade do fígado tem dificuldade de transformar a amônia em ureia. Geralmente animais com transtorno hepático tem aumento da amônia e redução de ureia, pois como a amônia não está sendo transformada em ureia, a ureia que foi formada vai sendo eliminada e a amônia começa a se acumular não sendo transformada em ureia; ● Animais com lesão hepática: ○ Aumento da amônia; ○ Redução da ureia. PROTEÍNAS: ● Causas de hipoproteinemia: Falha na ingestão (animal mal nutrido, deixa de receber precursores das proteínas), na absorção (problemas gastrointestinais têm dificuldade de absorver proteínas), na síntese (relacionado ao fígado, pois maioria das proteínas são produzidas no fígado) ou perda proteica (animal tem perda em excesso, ex: perda de sangue, lesões renais); Principais proteínas: Albumina: ● Proteína mais abundante na corrente sanguínea (35 a 50%); ● Atividade osmótica; ● Hipoalbuminemia leva a extravasamento de líquidos. ● Importância pra determinar o tempo de lesão: A albumina acaba determinando o tempo de alteração hepática, pois ela é uma proteína que tem vida longa (30 dias), então pra começar a ter alteração significativa em animal com problema hepático, essa doença precisa ter 2 ou 3 semanas, mais específico um mês. Globulinas: ● Alfa-globulinas: proteínas de baixa densidade (proteínas transportadoras, antitripsina, eritropoetinogenio); ● Beta-globulinas: proteínas de peso intermediário (ceruloplasmina, fibrinogênio, transferrina); ● Gama-globulinas: produzidas pelo sistema imune (IgG, IgM, IgA e IgE). Proteinas totais - Albumina = Globulinas. Albumina sempre precisa estar em maior quantidade e quando a quantidade globulina se aproxima da quantidade de albumina, podem ser indicativo de alguns problemas como: Redução de albumina ou Aumento de alfa, beta ou gama globulinas. Possíveis causas pra redução de albumina: problemas renais em que o animal perde albumina, problemas gastrointestinais ou síntese relacionado com o fígado; Possíveis causas para o aumento de globulinas: quando a albumina está normal mas as globulinas aumentaram Quando tem resposta imunológica. ● Alfa-globulinas: relacionada a doenças inflamatórias aguda e tendem a aumentar o fibrinogênio, haptoglobina; Hepatites severas; ● Beta-globulina: hepatites agudas; síndromes nefróticas e doenças dermatológicas; ● Gama-globulina: relacionadas a produção de anticorpos, então toda condição que demanda a produção de anticorpos vai aumentar essa globulina. Quando está normal a relação entre elas: ● Hiperproteinemia: aumentam a quantidade no sangue mas mantém a relação, tem desidratação, fazendo com que a concentração aumente mas não tem diferença na proporção das duas; ● Hipoproteinemia: redução na quantidade de proteínas, fluido em excesso, perda aguda de sangue, perda de plasma, reduz a pressão oncótica sanguínea, animais que sofrem queimaduras, diarréia, parasitas ou doenças gastrointestinais graves. Não altera o padrão entre as duas. INDICAÇÕES DE TRANSTORNOS HEPÁTICOS: Anemia: ● Microcítica, pois tem deficiência de elementos essenciais para formação da hemoglobina; ● Hipoproteinemia e redução de eritropoietina; Falhas de coagulação: ● Fatores de coagulação: II, VII, IX e X dependentes de Vit K. Sinais de desvios no metabolismo sem causa determinada ● Proteínas → emagrecimento, ascite, edemas; ● Carboidratos → emagrecimento, apatia; ● Gorduras → emagrecimento; DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA ● Diminuição do órgão (atrofia); ● Testes enzimáticos estão normais ou diminuídos; ● Testes de função hepática diminuídos;● Aumento das enzimas de colestase FA e GGT;
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