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FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO → 5º dia de divisão celular – Formação da Mórula. É o período em que o embrião chega ao útero; → 6º/7º Dia – Forma-se o blastocisto, o qual conterá a blastocele (cavidade repleta de líquidos). O blastocisto se divide em trofoblasto (células periféricas que formarão placenta e membranas) e embrioblasto (células que formarão o bebezinho). → É nesse período que ocorre a nidação. Decídua Endométrio gravídico; Células endometriais ficam grandes, com citoplasma rico em glicogênio e lípides; Local imunologicamente privilegiado ao embrião; Local de nutrição inicial do embrião; Protege contra a invasão celular feita pelo trofoblasto. Ex: acretismo placentário. A decídua onde o embrião “colou” é a decídua basal. Ao redor do restante do embrião, forma-se a decídua casular. Entre a decídua basal e a capsular está a decídua marginal. E, por fim, a outra porção do endométrio que não está em contato com o embrião é a decídua parietal; Entre 18-20 semanas, ocorre a fusão da decídua capsular com a parietal e a formação de uma só cavidade; Divisão histológica: → Basal- mais profunda, a que permanece para regeneração do endométrio no pós-parto; → Média; → Compacta – mais superficial, que sai junto à placenta no momento da dequitação. Placenta Órgão específico da gestação – 10 semanas; Promove trocas gasosas materno-fetais; Permite transporte de nutrientes; Permite excreção de metabólitos; Função endócrina → HCG produzida inicialmente no sinciciotrofoblasto e depois na placenta. A fração beta é a mais específica. Sua função é manter o corpo lúteo ativo no início da gravidez para a produção de progesterona. O HCG duplica a cada 48 horas no início da gestação. O platô do HCG é nas 10 semanas, quando forma-se a placenta, após isso, sofre uma queda. → Progesterona: responsável por manter a gestação e causar sonolência na gestante. A principal função é inibir as contrações uterinas. Inibe as contrações de todos os órgãos, por isso a gestante fica com intestino preso, refluxo, etc. Apresenta também atividade imunossupressora. Ajuda na diferenciação dos ductos mamários. Inibe a lactação. → Estrogênio: principalmente o Estriol E3. Aumenta o fluxo sanguíneo uterino, ajuda na hiperplasia e na hipertrofia das células musculares uterinas. Sinais de Presunção de gravidez Atraso menstrual; Náuseas/vômitos; Polaciúria; Alterações mamárias. Sinais de Probabilidade Alterações clínicas rotineiras dagravidez; → Cloasma gravídico – aumento do hormônio malanotrófico – aumento da pigmentação das áreas expostas ao sol, especialmente da área zigomática; → Sinal de Halban – aumento da lanugem do couro cabeludo; → Sinal de Hunter – aréola secundária; → Rede venosa de Haller – aumento da vascularização local da mama; → Tubérculos de Montgomery – hipertrofia das glândulas sebáceas; → Sinal de Jackemier-Kluge – escurecimento/arrocheamento da vulva, vagina e colo uterino; → Sinal de Hegar/Landin– Amolecimento do istmo uterino; → Sinal de Godell – amolecimento do colo; → Sinal de Piskacek – abaulamento da região onde ocorreu a nidação; → Sinal de Nobile-Bundin – Preenchimento do fundo de saco lateral ao toque; → Sinal de Osiander – pulsos das artérias vaginais; → Sinal de Hartman – sangramento no local da implantação; → Sinal de Puzzos – rechaço fetal – ao toque sente-se o feto subindo e descendo; → Sinal de Rash – piparote para sentir líquido amniótico; → Sinal de Holzapfel – maior facilidade de preensão do útero durante a gravidez. Sinais de certeza: Ausculta do BCF com 12 semanas de gestação no sonar doppler; Ausculta do BCF com 16 semanas de gestação pelo estetoscópio de Pinnar; Ausculta do BCF pelo USG com 6-8 semanas; Percepção pelo pédico dos movimentos fetais 18-20 semanas. MODIFICAÇÕES LOCAIS NO ORGANISMO MATERNO Mamas → Mastalgia dado o crescimento da mama logo após a concepção; → Aumento de volume – mamas ficam túrgidas e dolorosas a partir da 5º semana de gestação; → Hiperplasia pela estimulação dos canais galactóforos; → Mamilos e aréolas maiores e mais proeminentes; → Hipertrofia dos tubérculos de Montgomery – hipertrofia das glândulas sebáceas localizadas nos mamilos. Relação com os estrogênios. A partir da 8º semana de gestação; → 16º semana – aumento da vascularização das mamas – rede de Haller; → 20º semana – hiperpigmentação da aréola secundária por estímulo estrogênico do hormônio melanotrófico – Sinal de Hunter; → 20º semana – Surgimento do colostro; → Estrias pelo estiramento da pele; → Estrógeno e progesterona aumentam o número de receptores de prolactina. A prolactina se liga aos receptores de progesterona, por isso, apesar de aumentada a prolactina não produz leite. Útero → Hiperplasia, hipertrofia e estiramento da camada muscular, assim como aumento do tecido conjuntivo de permeio por ação do estrogênio; → Volume uterino aumenta de 500-1000 vezes; → Peso sai de 70g para até 1000g; → Espessura da parede uterina no termo é de 1,5; → Amolecimento do útero no local da implantação por conta da embebição gravídica (células da mulher grávida ficam ricas em água) → Sinal de Piskcek; → Sinal de Hegar – diferença de consistência entre corpo, istomo e colo uterino entre 6 e 8 semanas; → Altura uterina: 12 semanas – na altura da sínfise púbica; 16 semanas – entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; 20 semanas – altura do umbico; Após 20 semanas até aproximadamente 32, a altura uterina corresponte à IG. → Posição do útero: acentuação da anteflexão uterina provocando polaciúria. Tende a virar mais para o lado direito, dextroversão; → Circulação sanguínea aumenta 20-40 vezes. Diâmetro do sistema venoso aumenta até 60 vezes; → Colo torna-se amolecido → Sinal de Godell; → Colo fica cada vez mais posterior e curto ao decorrer da gestação. Entretanto, no termo ele se alinha com a vagina; → Proliferação das glândulas da cérvice (hiperplasia), aumentando a produção de muco cervical. A termo, há a perda do tampão mucoso pela dilatação do colo; → A hiperplasia das glândulas da cérvice pode causar ectopia que cursa com sinusiorragia; Ovários → Corpo lúteo permanece até 12 semanas, sendo sustentado pelo HCG; → Pode haver uma reação decidual no ovário; → Ausência de desenvolvimento folicular; → Possibilidade do aparecimento de varizes nos ovários por aumento de vascularização no ovário; Tubas uterinas → Decidualização; → Hipertrofia muscular; → Achatamento epitelial da mucosa; → Crescimento uterino leva para a cavidade abdominal. Vagina → Hiperemia e hipervascularização – coloração mais avermelhada – Sinal de Kluge; → Edema da parede vaginal- mais mole e mais flexível; → Musculatura lisa mais flexível; → Pulso da artéria vaginal → Osiander; → Aumento do conteúdo vaginal dada a hipervascularização – maior descamação de célula o que deixa o líquido mais leitoso e acidificado; OBS! Colpocitologia na gestação – achado de células naviculares compatíveis com padrão progestogênico. Vulva → Coloração violácea- Sinal de Jaquemier; → Amolecimento. Grandes e pequenos lábios e meato uretral → Hipertrofia. MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS NO ORGANISMO MATERNO Postura e Deambulação → Acentuação da lordose lombar; → Polígono de sustentação – aumenta; → Marcha anserina. Crescimento uterino → Cresce e lateraliza-se ligeiramente para a direita pela posição do cólon sigmóide. Assim, há um pouco mais de hidronefrose à direita, dada a compressão uterina. Dermato → Linha nigra- 90% das gestantes até a 2º metade; → Cloasma gravídico; → Telangectasias. Sistema Cardiovascular → Elevação do diafragma faz com que o coração tenha um discreto desvio para a esquerda. Na imagem, dá a impressão de megalia cardíaca; → Volemia aumenta em até 50%, com pico no terceiro trimestre, pois: Maior demanda metabólica; Maior risco de hipotensão postural; Prevenção de choque volêmico no parto; Aumento da pré-carga → Aumento da força de contração → Aumento do débito cardíaco (débito sistólico x aumento da FC) → Queixa de palpitação. → Sopro sistólico, especialmente no foco aórticoacessório; → Pode haver desdobramento de primeira bulha; → Queda da sistólica em 5-10mmHg e queda da diastólica em 10-15 mmHg por queda na resistência vascular periférica. Maior queda é no segundo trimestre. Cai até 32 semanas e a partir de então, normaliza; → Retorno venoso prejudicado – varizes em MMII, vulva, ânus, etc; Sistema digestório → Maior incidência de periodontite; → Pirose – diminuição do tônus do esfíncter esofágico inferior; → Náuseas/vômitos – primeiro trimestre, culpa do HCG que age no bulbo no centro do vômito; → Diminuição da motilidade do TGI → culpa da progesterona → constipação → Ideal é não usar laxante, prescrever dieta; → Diminui secreção das secreções gástricas; → Diminui o tônus da vesícula. Sistema respiratórios → Hiperventilação → aumento do volume de ar corrente → aumento das trocas gasosas; → Subida do diafragma → diminui o volume de reserva expiratória e volume residual → Queda da capacidade residual funcional global; → Aumento das trocas respiratórias → Aumento da difusão de CO2 → Alcalose respiratória → Rim compensa baixando o bicarbonato → Alcalose respiratória compensada! PH=7,35-7,45 Sistema urinário → Diminui a motilidade ureteral → Dilatação pielocalicial → Estase urinária → Predisposição à ITU; → Fluxo sanguíneo renal – Aumenta em 50% → Aumento da TFG em 50% + maior excreção de uréia, cálcio, glicose, creatinina e ácido úrico; → Menor concentração sérica de uréia, cálcio, glicose, creatinina e ácido úrico; → Aumento do tamanho renal em 1,5 cm; → Capacidade vesical diminui. OBS! Glicosúria isolada em gestante não é DM! Alterações hidroeletrolíticas → Maior excreção de sódio → Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona → Hiperaldosteronismo secundário à gravidez → Aumenta sódio e perde potássio! → Vasos sanguíneos não respondem à angiotensina II! Alterações Hematológicas → Aumento de 30% na produção eritrocitária; → Aumenta o VCM discretamente; → Mesmo assim os níveis de Hb são menores comparados à não gestante, gerando uma anemia por hemodiluição; → Leucocitose fisiológica; → Discreta queda de plaquetas; → Fatores de coagulação: Aumenta os pró-coagulantes; Diminui o sistema fibrinolítico. Metabolismo → Lactogênio placentário – aumenta a resistência periférica à insulina, especialmente na segunda metade da gravidez → Desvia glicose para o feto; → Metabolismo materno é muito mais por ácidos graxos para garantia de glicose para o feto; → No jejum elas baixam mais a glicemia do que a não gestante, tendo maior risco de passar mal; → Faz lipólise para obter ácidos graxos – aumenta HDL, LDL e triglicerídeos sem risco aterogênico. Endócrino → Aumento do volume da tireóide. Cognição → Esquecimento, dificuldade de concentração → Especialmente no terceiro trimestre; → Progesterona tem efeito sedativo, especialmente no primeiro trimestre → Sonolência aumentada.
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