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SEMIOLOGIA DA GRAVIDEZ - DIAGNÓSTICO, DURAÇÃO, SINAIS E SINTOMAS, MODIFICAÇÕES, PROPEDÊUTICA

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SEMIOLOGIA DA GRAVIDEZ: 
DIAGNÓSTICO, DURAÇÃO, SINAIS E SINTOMAS 
 
ACOLHIMENTO 
 Se expressa na relação entre o profissional de saúde e o usuário. 
 Permite a expressão da gestante de suas preocupações, angústias, crenças. 
 Considerar e orientar o acompanhante. 
 Garantir a privacidade e a confidencialidade das informações. 
 É o componente 1 da Rede Cegonha: acolhimento e classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do 
pré-natal. 
 
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ 
>> Objetivos: 
 Início precoce do pré-natal 
 Melhoria dos resultados maternos e perinatais 
 
>> Diagnóstico clínico 
 Anamneses 
 Inspeção 
 Palpação 
 Toque vaginal (não é realizado em todos os casos, por ser tão invasivo) 
 Ausculta 
 
 >> Diagnóstico laboratorial 
 TIG (urinário) 
 Β-HCG plasmático 
 
>> Diagnóstico ultrassonográfico 
 Transdutor abdominal 
 Transdutor transvaginal 
 
O diagnóstico da gravidez pode ser efetuado em 90% das pacientes por intermédio dos sinais clínicos, sintomas e do exame físico em 
gestações mais avançadas. 
 
Diagnóstico Clínico 
>> Sinais de presunção: por parte da paciente, ela presume que está grávida. A começar pela ausência da menstruação ou algum 
desconforto ou sensibilidade. 
 Sinais de Presunção (inespecíficos): são subjetivos. São sinais menos prováveis de uma gravidez, pois podem ser 
provocados por outros motivos que não uma gestação. Eles são sentidos e relatados pela mulher. 
1. Amenorreia (4 semanas): sinal mais precoce. 
2. Fadiga (12 semanas): pode estar relacionado à progesterona. 
3. Náuseas e vômitos (4 a 12 semanas): aumento do HCG, redução da motilidade gástrica e alterações metabólicas. 
4. Aumento da sensibilidade mamária: mamas congestas e doloridas (5 semanas) devido a alterações hormonais, 
aumento do tecido glandular e dos ductos secretores; aréola primária mais pigmentada e com tubérculos de 
Montgomery (8 semanas), produção de colostro e aumento da rede venosa de Haller (16 semanas – vasos azulados 
nos seios), aréola secundária mais pigmentada e com limites imprecisos no sinal de Hunter (20 semanas). 
5. Linha nigra: hormonal 
6. Polaciúria (6 a 12 semanas): o útero em crescimento comprime a bexiga. 
7. Hiperpigmentação da pele (16 semanas): altos níveis de hormônios que estimulam o estrogênio e os melanócitos. 
 
>> Sinais de probabilidade: por parte do profissional de saúde. 
 Sinais de probabilidade (específicos): são objetivos. São sinais muito sugestivos de gravidez, podem ser detectados no 
exame físico realizado por um profissional. 
1. Aumento do volume e crescimento uterino (6 semanas): intrapélvico. 6s-tangerina, 10s-laranja, 12s-palpável acima 
da sínfise púbica. 
2. Alteração da consistência uterina (8 semanas): sem feto - firme, grávido - consistência cística, elástico, pastoso 
(principalmente no istmo) - sinal de Hegar. Sinal de Goodell – amolecimento do colo do útero, que quando não 
gravídico é duro, como a ponta do nariz. 
3. Alteração da forma uterina (8 semanas): crescimento assimétrico do útero, mais evidente na zona de implantação. 
Abaulamento e amolecimento, sulco separando as duas pregas - sinal de Piskacek. 
4. Aumento do batimento da artéria uterina: sinal de Osiander. 
5. Alteração da mucosa do vestíbulo e meato uretral - sinal de Jacquemier, escurecimento da vulva - sinal de 
Chadwick. 
6. Amolecimento e tonalidade da mucosa vaginal - sinal de Kluge. 
7. Contrações de Braxton Hicks: devido ao crescimento uterino. 
8. Região globosa no Fundo de Saco de Douglas - sinal de Nobile Budin. 
 
>> Sinais de certeza: por parte do profissional de saúde 
 Sinais de certeza (definitivos): são positivos e exclusivos para gravidez. 
1. Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF) (12 semanas): depois da 12ª semana utiliza-se o sonar Doppler. A 
partir da 20ª semana utiliza-se o estetoscópio de Pinard. 
2. Percepção dos movimentos fetais ativos (18 semanas). 
3. Rechaço intrauterino - sinal de Puzos. O examinador toca o colo do útero, sentindo o choque do feto quando 
impulsionado. Depois de impulsionado, o feto volta a ocupar sua posição na cavidade uterina. 
4. Visualização do feto por ultrassonografia transversal (5 semanas). No 1º trimestre confirma-se o diagnóstico, a idade 
gestacional e detecta patologias obstétricas. No 2º trimestre visualiza estruturas do feto, investiga o sexo, diagnostica 
mal-formações e averigua a implantação placentária. No 3º trimestre acompanha o desenvolvimento fetal, determina 
a posição do feto e avalia o volume de líquido amniótico. 
 
Diagnóstico Bioquímico 
 É o recurso mais precoce de detecção de gravidez, podendo inclusive prevenir gravidez ectópica. 
 FPG - Fator precoce de gestação: proteína imunossupressora presente no organismo materno na primeira semana de 
desenvolvimento fetal. É produzido pelo ovário de 24 a 48h após a fertilização. Depois de implantado, o blastocisto passa a 
secretá-lo. 
 HCG - Gonadotrofina coriônica humana: secretado pelo trofoblasto 1semana após a fertilização (8 a 11 dias após a 
concepção). Pode ser detectado no soro materno a partir do oitavo dia da fertilização e na urina TIG concentrada quando 
atraso menstrual de 14 dias (26 dias após a concepção). Aumenta até a 8ª semana. Pico entre 60 e 90 dias. 
 
 Depois do diagnóstico confirmado, o enfermeiro deve garantir a assistência integral, agendar o pré-natal e cadastrar a gestante 
no SISPRENATAL (promoção, prevenção e assistência a gestantes e recém-nascidos). Dessa forma, busca-se reduzir a 
morbimortalidade materna, perinatal e neonatal, garantir a assistência pré-natal, no parto e no puerpério, avaliar as ações 
desenvolvidas. 
 
Diagnóstico Ultrassonográfico 
 Ideal: 11 e 13s6d para determinar mais precisamente o tempo de gestação (IG). Mas com 4 semanas já se identifica 
o saco gestacional. 
 BCF: a partir de 6 semanas. 
 Após 11 e 13s6d, IG pelo diâmetro biparietal. 
 No 1º semestre, usar a DUM se a diferença for de até 7 dias. Quanto mais precoce o diagnóstico da gravidez, 
maior a proximidade da IG correta. 
 Translucência Nucal: 11 e 14s (<2,5mm = normal). 
 US Morfológico: 18 e 22s. 
 Doppler das artérias da placenta: 24s. Importante para prevenção da eclampsia. 
 Não há benefícios da US de rotina em gestações de baixo risco após 24s. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO E DURAÇÃO 
 Trabalhamos com o conceito de 40s (+ ou – 10 dias). 
 DPP: data estimada para o parto ocorrer 
 
>> Cálculo da IG e da DPP 
 
DUM conhecida 
 Número de dias entre a DUM e consulta / 7 
 Gestograma 
 
DUM desconhecida com período do mês conhecido 
 Início do mês: 05/mês 
 Meio do mês: 15/mês 
 Final do mês: 25/mês 
 
DUM desconhecida com período do mês desconhecido 
 US 
 Início dos movimentos fetais: 16ª a 20ª semana 
 Medida da altura uterina (AU) a partir da 12ª 
semana (sínfise púbica) 
 
 Dados da gestação atual: 280 dias = 40 semanas completas. 
Para saber quando o bebê vai nascer, acrescenta-se à DUM 7 dias + 9 meses. 
Para saber a IG, verifica-se a DUM e calcula-se quantos dias se passaram até a consulta. Esse número será dividido 
por 7 para saber o número de semanas. 
 
*Aumento do volume uterino: 
Até 6 semanas: sem alteração 
8s: 2x normal 
10s: 3x normal 
12s: palpável na sínfise púbica 
16s: metade entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical 
18 a 34s: AU = IG (a AU ajuda a determinar se o crescimento fetal está proporcional a sua IG) 
 
*Doppler: identificação do pulso fetal desde 10 a 12 semanas 
 
 
 
MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO 
 
Durante a gravidez, o organismo da mulher deve se adaptar ao bebê em desenvolvimento. Essas adaptações 
anatômicas e bioquímicas ocorrem como uma reação orgânica ao feto, às cargas hormonais e à ação mecânica 
desencadeada pelo útero gravídico. 
 Essas modificações são normais no estado gravídico e, além de promover o desenvolvimentofetal adequado, 
protegem o funcionamento fisiológico da mulher, deixando seu organismo em equilíbrio. Embora seja um fenômeno 
normal, pode haver incômodos e até problemas. 
 O papel do enfermeiro é orientar a mulher e o parceiro sobre o desenvolvimento fetal, sobre as mudanças 
fisiológicas normais da gravidez, tranquilizar a gestante e promover a escuta e assistência humanizada. 
 
SISTEMA GENITAL 
 
>> Útero 
 Tamanho 20x maior do que antes da gravidez 
 Hipertrofia e hiperplasia (ação do estrogênio e progesterona) 
 De forma piriforme a globosa/ovoide 
 Dextroverso e anteversoflexão (responsável pela polaciúria). O fígado é empurrado para cima, o estômago é 
comprimido assim como a bexiga 
 Vasos sanguíneos alongam-se, tornam-se mais calibrosos, dilatam-se e formam-se novas ramificações 
 Contratilidade aumentada: espontâneas, irregulares e indolores – Braxton Hicks 
 Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se no nível do umbigo 
 Conforme a gestação avança, 80 a 90% do fluxo sanguíneo uterino vão para a placenta e o restante é distribuído 
entre endométrio e miométrio 
 
 Muda a consistência, o volume, peso, forma, posição e coloração. 
 Aumenta a sensibilidade a estímulos nervosos e hormonais. Impede a interrupção prematura da gravidez e pode, na hora do 
parto, transformar sua capacidade de retenção em um motor expulsivo. 
 O útero produz prostaglandina e prolactina, amolece no local de implantação do embrião, aumenta de tamanho durante o 
desenvolvimento do concepto e tem a capacidade de involuir ao seu tamanho original poucas semanas após o parto. A parede 
do útero se torna mais fina ao longo da gestação devido ao estiramento das fibras musculares. 
 No 1º trimestre, o crescimento uterino é estimulado por estrogênio e progesterona. Aumenta a vascularização, os vasos se 
dilatam, ocorre desenvolvimento do endométrio. 
 No 2º semestre, o útero se torna esférico e globular, progredindo para uma forma ovoide devido ao alongamento das fibras 
depois de uma hipertrofia. Isso influencia no tipo e grau de aumento de volume abdominal. Varia de acordo com a altura, 
peso, multiparidade e postura da mãe. 
 Aproximadamente na 12ª semana (início do 2º trimestre), o útero extrapola os limites pélvicos e atinge o abdome. Com o 
crescimento mês a mês, ele ocupa a porção anterior da cavidade abdominal e se desloca levemente para a direita pelas 
estruturas abdominais (cólon retosigmoide, principalmente). 
 O aumento do volume uterino comprime a bexiga, favorecendo a polaciúria. 
 Aumenta o fluxo uteroplacentário visando favorecer as demandas de oxigênio e nutrientes do feto. Este aumento de fluxo e 
linfa causa a congestão pélvica e edema, provocando o amolecimento do útero, cérvix e istmo (sinal de Hegar). O colo do 
útero também sofre amolecimento e cianose (sinal de Godell), além de possuir glândulas que secretam um muco que obstrui 
o canal cervical, formando um tampão. 
 Após a 20ª semana, iniciam-se contrações uterinas indolores, irregulares que vão se tornando mais definidas após a 28ª 
semana. 
 Os ovários cessam a ovulação no período de gravidez. Mas o corpo lúteo que se formou antes da nidação se mantém nas 
primeiras 10 semanas, produzindo progesterona, até que se forme a placenta (10-12 semanas) que exercerá essa função. 
 Ocorre a JEC (junção escamo-colunar) que é a união do epitélio cilíndrico simples endocervical e o epitélio escamoso 
ectocervical. 
 A presença do feto provoca rebote que pode ser sentido entre a 14ª e a 18ª semana. 
 
>> Colo do útero 
 Entre a 6ª e 8ª semana, o colo começa a amolecer (sinal de Goodell) devido à vasocongestão 
 Torna-se macio, encurtado e elástico. O canal torna-se tamponado com muco sob influência da progesterona 
(tampão mucoso) 
 Eversão das glândulas endocervicais colunares em processo de proliferação 
 O aumento da vascularização do colo do útero provoca o sinal de Kluge (coloração de rosada a vermelho ou 
violácea na vagina e colo) 
 O amadurecimento do colo do útero (amolecimento, apagamento e aumento da distensibilidade) começa cerca de 
4s antes do parto 
 Alterações mediadas pela inflamação, estiramento do colo, compressão pela apresentação fetal e liberação de 
hormônios (ocitocina, relaxina, óxido nítrico e prostaglandinas) 
 
>> Vagina e períneo 
 Aumento da vascularização e hiperemia na pele e músculos do períneo e da vulva 
 Afrouxamento do tecido conjuntivo abundante e hipertrofia das células musculares lisas 
 Secreções cervicais vaginais aumentadas, espessas e de cor branco. Tendência à candidíase, devido à maior acidez 
 pH entre 3,5 e 6 – produção de ácido láctico a partir do glicogênio do epitélio vaginal 
 
 Ocorre um amolecimento. 
 A vulva se torna mais arroxeada e a porção mais inferior da vagina deixa de ser rosada e fica bem avermelhada. 
 Os hormônios gestacionais preparam a vagina para o seu alongamento no parto e ocorre espessamento da mucosa vaginal. 
 A estimulação cervical pelo estrógeno e progesterona provoca leucorreia. E há presença do opérculo (muco seco que enche 
o canal cercival). Aumenta a vulnerabilidade à infecções vaginais, pois o ácido lático vaginal diminui o pH. 
 A vagina se torna mais sensível. 
 A congestão vascular, as paredes relaxadas dos vasos e o aumento do peso uterino podem ocasionar edema e varizes na vulva. 
 As estruturas externas do períneo aumentam devido à maior vascularização, hipertrofia do corpo perineal e deposição de 
gordura. 
 
>> Ovários 
 Aumento da irrigação sanguínea, fazendo com que eles se hipertrofiem, aproximadamente da 12ª a 14ª semana 
 A ovulação cessa durante a gestação por causa dos níveis elevados de estrogênio e progesterona, que bloqueiam 
a secreção de FSH e LH pela adeno-hipófise. Até a 7ª/12ª semana, o corpo lúteo mantido pelo HCG produz o 
estrogênio e a progesterona, depois disso o corpo lúteo regride a placenta assume essa função de produção de 
progesterona 
 Os ovários são muito ativos na produção hormonal para sustentar a gestação até a 7 – 12 semana 
 
>> Mamas 
 Tornam-se mais volumosas sob influência do estrogênio e progesterona 
 Vascularização aumentada e veias visíveis sob a pele (rede de Haller) 
 Pigmentação profunda nos mamilos e aréolas (sinal de Hunter), glândulas sebáceas mais proeminentes (tubérculos 
de Montgomery) 
 
 Com o aumento de estrogênio e progesterona, aumenta a sensibilidade, formigamento e peso das mamas. 
 Os mamilos e aréolas se tornam mais pigmentados, ocorre formação de aréola secundária e os mamilos ficam mais eréteis. 
 Aparecem os tubérculos de Montgomery (glândulas sebáceas). 
 Por causa da hipertrofia alveolar mamária, os vasos subcutâneos se tornam mais visíveis. 
 Podem aparecer estrias gravídicas. 
 A lactação é inibida até a queda do estrogênio. Mas há presença de colostro a partir da 18ª semana. 
 
SISTEMA GASTROINTESTINAL 
 
 Estômago e intestinos sofrem pressão e deslocamento pelo útero 
 Gengivas tornam-se hiperemiadas, tumefeitas e friáveis, devido aos efeitos do estrogênio e maior proliferação de 
vasos sanguíneos na boca – denominado Epúlide da gravidez (sangramento facilitado) 
 Ptialismo, que pode ser causada pela redução na deglutição inconsciente pela mulher quando ela está com náuseas 
 Progesterona favorece o relaxamento da musculatura lisa, diminuindo a peristalse 
 Pirose pelo refluxo de secreções ácidas no esôfago 
 Predisposição a constipação e hemorroidas 
 O tempo de esvaziamento da vesícula biliar é prolongado em decorrência do relaxamento da musculatura lisa, 
induzido pela progesterona 
 
 A gestante tende a repousar mais para conservar energia e melhorar a nutrição fetal. 
 As náuseas do início da gestação ocorrem devido ao HCG e melhoram quando a concentração do hormônio diminui. Ao 
longo da gestação, pode ocorrer em decorrência da alteração do olfato (parosmia). 
 Ocorre ptialismo (salivação em excesso). 
 Os dentes egengiva podem se alterar pela falta de cálcio, que é mobilizado para o desenvolvimento ósseo do bebê. 
 O aumento da pressão abdominal, deslocamento do estômago e redução do tônus do esfíncter esofágico podem provocar 
azia. 
 O esvaziamento gástrico fica mais lento e ocorre uma reabsorção de água maior, podendo levar à constipação. 
 A pressão nas veias abaixo do nível do útero pode provocar hemorroidas. 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 Deslocamento do coração e rotação em seu eixo 
 Volume sanguíneo aumenta em aproximadamente 50% acima dos níveis em não gestantes, até a 30ª semana. O 
aumento é constituído por 1000mL de plasma mais 450mL de hemácias – anemia fisiológica 
 O DC aumenta com 5s, de 30 a 50% na 32ª semana e declina até 20% na 40ª semana 
 Redução da RVP devido à progesterona 
 A FC aumenta em 10 – 15 bpm entre a 14ª e a 20ª semana e persiste até o termo 
 Síndrome da hipotensão supina: compressão da veia cava pelo útero. CORREÇÃO: decúbito lateral esquerdo 
 Síndrome da hipotensão postural: compressão e descompressão súbita da veia caba. CORREÇÃO: movimentos 
mais lentos 
 
 Ocorre hipertrofia cardíaca e aumento do débito cardíaco, proporcional ao peso, altura, multiparidade da mãe e se a gestação 
é feto único ou gemelar. O DC é muito sensível a alterações posturais, devido à compressão da veia cava inferior pelo útero, 
reduzindo o retorno venoso. 
 A hipervolemia na gravidez vai suprir a demanda de um útero aumentado e ainda proteger a mãe, já que no parto ela perderá 
sangue. O pulso aumenta cerca de 10 a 15 bpm. 
 A PA aumenta no 2º trimestre devido a mudanças hormonais. 
 Aumenta o volume de plasma e de eritrócitos como mecanismo protetor. Entretanto, a expansão de plasma antecede a de 
eritrócitos, provocando uma anemia fisiológica. A anemia megaloblástica ocorre pelo déficit de ácido fólico, por isso a 
suplementação. Os leucócitos também aumentam, em especial no 3º semestre. 
 A anemia ferropriva na gestação é decorrente do aumento de volume plasmático e da demanda de ferro para o 
desenvolvimento do feto. 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 O movimento do diafragma se eleva a 4cm, a circunferência torácica aumenta de 5 a 6cm 
 A FR não se altera, mas permite um volume corrente maior e vpm aumentada 
 Conversão da respiração de abdominal para torácica. Isso resulta em aumento de 50% no volume de ar por minuto 
 Aumento da vascularidade do trato, influenciado pelos níveis de estrogênio (maior congestão nasal e sinusal, 
epistaxe, alterações no timbre e na voz) 
 
 Aumento da exigência de oxigênio devido à aceleração do metabolismo e hipertrofia dos tecidos uterinos e mamários. 
 Ocorre vasodilatação, edema da mucosa, congestão nasal e aumento das secreções. 
 Os elevados níveis de estrógeno provocam o relaxamento da cadeia de costelas, permitindo maior expansão torácica, e 
aumento da vascularização do trato respiratório superior. Há maior movimento do diafragma e consequente aumento da 
frequência respiratória. 
 O volume corrente aumenta com o progresso da gravidez e o volume de reserva diminui, uma vez que o diafragma se 
comprime com o crescimento do útero. 
 A capacidade inspiratória aumenta ligeiramente e a expiratória diminui, para que aumente a concentração de oxigênio no 
sangue da mãe. 
 A hiperventilação diminui a concentração de gás carbônico, facilitando as trocas feitas pela placenta. A progesterona 
aumenta a sensibilidade dos receptores do centro respiratório, diminuindo o dióxido de carbono. 
 Estado de alcalose respiratória compensado por acidose metabólica leve. 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 Maior trabalho renal. Os rins trabalham para acomodar a sobrecarga de trabalho enquanto mantém estáveis o 
equilíbrio eletrolítico e PA 
 O fluxo sanguíneo renal aumenta cerca de 50 a 80% em decorrência de maior DC 
 A taxa de filtração glomerular aumenta em até 50% iniciando-se no 2º trimestre e se mantendo até o parto 
 Rins hipertrofiados, aumentando de peso e tamanho por causa dos hormônios que aumentam a tonicidade e 
diminuição da motilidade da musculatura lisa (progesterona) 
 
 Aumenta o peso e o comprimento do rim, devido à maior vascularização. 
 A progesterona provoca dilatação dos ureteres e estase urinária, favorecendo infecções e fluxo urinário mais lento. 
 Ocorre compressão da bexiga com o aumento do tamanho do útero e consequente polaciúria. 
 O tônus da bexiga é reduzido. 
 Os hormônios gestacionais, a hipervolemia, a postura da grávida e a ingesta nutricional favorecem o aumento do tempo de 
filtração glomerular e do fluxo de plasma. 
 Na reabsorção tubular renal, há equilíbrio de sódio e água. O sódio adicional expende o volume de líquido para manter o 
estado isotônico. Por isso a sede excessiva no início da gestação. A retenção de líquido no fim da gestação gera um edema 
fisiológico, devido à redução do fluxo de sangue renal e tempo de filtração glomerular. 
 
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
 Por volta da 10ª a 12ª semana os ligamentos que mantém as articulações sacroilíacas, sacrococcígeas e a sínfise 
pubiana no lugar começam a amolecer e alongar para facilitar o momento do parto 
 Lordose progressiva: pelo crescimento do útero, alteração do centro de gravidade. Orientar com relação ao 
controle do peso, atividades físicas, calçados adequados, descansos com as costas bem apoiadas e pernas elevadas 
 Marcha anserina: pés afastados e passos mais lentos 
 
 Lombalgia devido às alterações posturais na coluna lombar. 
 O peso do bebê no útero desequilibra o centro de gravidade da mulher, deslocando-o mais para frente. Buscando corrigir seu 
eixo corporal, a gestante assume a postura involuntária de lordose lombar (tórax pra trás e barriga pra frente). 
 Com o volume uterino aumentado, a lordose se acentua, o eixo da gravidade é deslocado para os membros inferiores e a 
mulher afasta ligeiramente os pés, modificando a marcha. 
 Ao final da gestação, o desconforto postural se acentua e pode surgir dor na cervical devido à flexão mantida no pescoço. 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
 Hiperpigmentação, principalmente nos mamilos, aréolas, umbigo, períneo e axilas devido ao estrogênio, 
progesterona e hormônio estimulador de melanócitos 
 Melasma facial 
 Linha nigra 
 Estrias 
 Hipertricose (crescimento acentuado dos cabelos – sinal de Halban), hipertrofia das glândulas sudoríparas e 
sebáceas podendo provocar acne 
 Eritema palmar influenciado pelo estrogênio 
 Alterações vasculares: varicosidades nas pernas, vulva e períneo em decorrência da pressão do útero sobre as 
veias pélvicas e inferiores. Atenuadas com auxílio de meias de compressão 
 
 Hiperpigmentação devido ao aumento do hormônio estimulante de melanócitos por efeito de estrógeno e progesterona. 
Formam-se áreas mais escurecidas na linha nigra, perto do nariz e bochechas (cloasma). 
 Crescimento do cabelo, das unhas e intensa atividade sudorípara. 
 A pele abdominal fica distendida e provoca estrias gravídicas. 
 Pode ocorrer distensão do músculo reto abdominal, ao ponto de separar-se e causar a diástase abdominal. 
 As respostas alérgicas cutâneas são favorecidas. 
 A pele fica mais oleosa e pode aparecer acne. 
 Hirsutismo (aparecimento de pelos em lugares antes desprovidos deles) devido a alterações hormonais. 
 
ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS 
 Hormônios placentários: 
 Proteicos: HCG (manutenção do corpo lúteo para produzir progesterona até a formação da placenta) e 
HPL (lactogênio placentário humano – suprimento de nutrientes para o feto e auxílio no desenvolvimento 
das mamas) 
 Esteroides: progesterona (preservação da gravidez; causa pirose, regurgitação e constipação) e estrogênio 
(hiperplasia e hipertrofia do músculo uterino, vasodilatação do miométrio e desenvolvimento das mamas) 
 Relaxina: secretado pelo corpo lúteo e placenta, atua sinergicamente com a progesterona para manter a gestação, 
aumenta a flexibilidade da sínfise púbica, amolecimentodo colo do útero e facilita a entrada do feto no canal 
vaginal (pode suprimir a liberação de ocitocina pelo hipotálamo, retardando assim aparecimento de contrações no 
trabalho de parto) 
 
 HCG: inicialmente, mantém o corpo lúteo íntegro para manter a produção de LH e consequentemente de progesterona para 
estimular o desenvolvimento do embrião. A partir da 12ª semana, esse hormônio começa a diminuir e desaparece no dia 
anterior ao parto. Ele reduz a contratilidade. 
 Progesterona: responsável pela instalação e crescimento do feto na cavidade uterina. Ele impede a contração uterina porque 
inibe a produção de prostaglandinas e reduz a sensibilidade à ocitocina (evita a expulsão prematura do feto). O trabalho de 
parto se inicia com a queda de progesterona. 
 Estrógeno: estimula o crescimento e desenvolvimento do miométrio, preparando-o para a contratilidade no parto. Estimula 
o desenvolvimento ductal mamário. Ele aumenta a contratilidade. 
 Lactogênio placentário humano (HPL): atua no desenvolvimento da glândula mamária e estimula após o parto as glândulas 
a produzirem leite. 
 Relaxina: no 1º trimestre atua como relaxante uterino para impedir o abortamento espontâneo. Nas fases finais da gestação, 
aumenta a flexibilidade da estrutura óssea e ligamentos pélvicos para a passagem do bebê no parto. 
 
ALTERAÇÕES EMOCIONAIS 
 Medo e dúvidas 
 Satisfação e insatisfação 
 Ambivalência, introversão e aceitação 
 Mudanças abruptas de humor 
 Alteração da imagem corporal 
 Progesterona: efeito depressor do SNC 
 Elevação das catecolaminas, que desempenha papel regulador das emoções – depressão e euforia 
 
METABOLISMO BASAL 
 Se eleva a partir do 4º mês. 
 Reflete o aumento da demanda e consumo de oxigênio. 
 A vasodilatação periférica e a aceleração da atividade das glândulas sudoríparas aumentam o calor dissipado. 
 Presença de fadiga e maior necessidade de sono. 
 
SISTEMA NEUROLÓGICO 
 Pode ocorrer hipocalcemia por mobilização do cálcio. 
 Ocorre cefaleia tensional, tontura e síncope. 
 
 
 
PROPEDÊUTICA DA GRAVIDEZ 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO 
 
 
>> G_P_A_ 
 G: número total de gestações, incluindo as que resultaram em parto, aborto, gravidez ectópica ou doença 
trofoblástica (GESTA) 
 P: número de gestações cuja interrupção da gravidez ocorreu a partir de 22s (154 dias), com feto vivo ou morto. 
Uma gravidez múltipla corresponde a um parto (gemelar, trigemelar...) (PARA) 
 A: interrupção da gestação antes que o produto conceptual tenha alcançado sua viabilidade (ABORTO) 
 
>> NOTAÇÃO OBSTÉTRICA 
 Primigrávida ou primigesta (primeira gestação) 
 Multigrávida ou multigesta (várias gerações) 
 Multípara (pariu várias vezes) e primípara (pariu uma vez), secundípara (pariu duas vezes) 
 Nulípara (nunca pariu) e nuligesta (nunca engravidou) 
ANAMNESE OBSTÉTRICA 
 
>> INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
 Pele e mucosas 
 Cabeça 
 Pescoço e tireoide 
 Glândula mamária – colostro a partir da 16ª semana 
 Abdome 
 Membros inferiores 
 Aparelho genital externo 
 
Palpação obstétrica e medida da altura uterina (AU) 
 Identifica o crescimento fetal, serve para diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura 
uterina e idade gestacional, identifica a situação e apresentação fetal. 
 São feitas a partir da 24ª semana. 
 
>> Manobras de Leopold 
 Delimite o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e reconheça a parte fetal que o ocupa. 
 Deslize as mãos do fundo do útero até o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do 
feto. 
 Explore a mobilidade do polo, que se apresenta no estreito superior pélvico (usando o polegar e o indicador ou os 
4 outros dedos). 
 Determine a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica 
e abarcando o polo fetal, que se apresenta. 
 As situações que podem ser encontradas são: longitudinal (apresentação cefálica e pélvica), transversa 
(apresentação córmica) e oblíquas. 
>> Medida da altura uterina (AU) 
 Fazer apenas após a palpação pelas 
manobras de Leopold. 
 Borda superior da sínfise púbica até o 
fundo uterino. 
 
>> Ausculta dos batimentos cardiofetais 
 Constatar ritmo, frequência e 
normalidade. 
 Normal: 110 a 160bpm. 
 Até a 16ª semana, foco próximo ao 
púbis. 
 Pinard: a partir da 20ª semana. 
 Sonar: a partir da 12ª semana. 
 Identificam sopros funicular ou uterino.

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