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Acidente Vascular Cerebral Acidente Vascular Encefálico ou Acidente Vascular Cerebral é definido pela interrupção do fluxo sanguíneo, ocasionado pelo acometimento da vasculatura cerebral, pela alteração do fluxo sanguíneo, ou do sistema de coagulação, para determinada região encefálica. O ataque isquêmico transitório (AIT) e o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) são variações da mesma doença vascular isquêmica encefálica. O AIT é definido por um déficit neurológico focal, encefálico ou retiniano, subido e reversível, com duração menor que uma hora e/ou no máximo em 24 horas e sem evidência de lesão isquêmica nos exames de imagem. A manutenção dos sinais clínicos ou a evidência de alterações nos exames de imagem caracterizam o AVCi. O AVCi causa alterações estruturais e funcionais, com uma região de infarto cerebral e uma região ao redor do infarto, chamada de zona de penumbra, na qual o tecido cerebral isquêmico ainda pode ser recuperado no caso de uma intervenção oportuna. A etiologia do AVCi pode ser secundária a: aterotrombose ou aterosclerose de grandes artérias, embolia de origem cardíaca, infartos lacunares ou doenças de pequenas artérias. Os acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos (AVCh) são causados pelo sangramento dentro do tecido cerebral, dos ventrículos ou do espaço subaracnoide. Cerca de 80% dos casos estão relacionados a hipertensão não controlada. Os sintomas produzidos quando uma hemorragia primária, aneurisma ou malformação arteriovenosa (MAV) pressionam os nervos cranianos ou o tecido cerebral vizinho ou, mais seriamente, quando um aneurisma ou MAV se rompe causando hemorragia. Hemorragia intracerebral: é a hemorragia do encéfalo causada pela ruptura de um vaso, sendo responsável por 10% de todos os AVC. Sua principal causa é a hipertensão arterial sistêmica. Outras causas incluem: MAV, distúrbios de coagulação, medicamentos anticoagulantes, trombolíticos, traumatismo, CONCEITO ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA tumores cerebrais e aneurismas. Cinquenta por centro das mortes ocorrem nas primeiras 48 horas. Hemorragia subaracnoide: ocorre quando há uma hemorragia intracraniana no espaço preenchido pelo líquido cefalorraquidiano, entre as membranas aracnoide e a pia-máter. Comumente causada pela ruptura de aneurismas, os quais se localizam, em sua maioria, no polígono de Willis. Outras causas são os traumatismos e abuso de drogas ilícitas como a cocaína. Os fatores de risco podem ser divididos em não modificáveis e modificáveis: FATORES DE RISCO NÃO MODIFICÁVEIS: Idade avançada: >55 anos; Sexo: masculino; Raça: afrodescendente; FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS: Hipertensão (seu controle é a chave para a prevenção do AVC); Fibrilação atrial; Hiperlipidemia; Diabetes melito (associada a aterogênese acelerada); Tabagismo; Estenose carotídea assintomática; Obesidade; Consumo elevado de bebidas alcoólicas; Os acidentes vasculares encefálicos podem gerar uma ampla diversidade de déficits neurológicos, dependendo da localização da lesão, tamanho da área de perfusão inadequada e quantidade de fluxo sanguíneo colateral. O paciente pode apresentar-se com um dos seguintes sinais e sintomas: Dormência ou fraqueza da face, braço, perna, especialmente de um lado do corpo; Confusão mental ou alteração do estado mental; Déficits verbais: afasia expressiva, afasia receptiva e afasia global; FATORES DE RISCO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Déficits do campo visual: hemianopsia, perda da visão periférica e diplopia; Déficits motores: hemiparesia, hemiplegia, ataxia, disastria e disfagia; Cefaleia intensa súbita; Dificuldade de interpretar estímulos visuais, táteis e auditivos; Os pacientes que sofrem AIT ou AVCi devem seguir tratamento clínico para prevenção terciária. Aqueles com fibrilação atrial ou AVC cardioembólico devem ser tratados com varfarina e quando for contraindicada o ácido acetilsalicílico é a melhor opção. Os agentes trombolíticos são usados para tratar AVCi pela dissolução do coágulo sanguíneo e o mais comum efeito colateral é o sangramento. As metas do tratamento clínico para o AVCh são permitir ao cérebro se recuperar da agressão inicial (sangramento), prevenir ou reduzir o risco de ressangramento e tratar complicações. O tratamento pode consistir em repouso no leito com sedação para evitar agitação ou estresse, tratamento do vasoespasmo e tratamento clínico ou cirúrgico para evitar ressangramento. EXAME DE SANGUE: Lipidograma (LDL e HDL colesterol); Triglicerídeos; Ácido úrico; Glicemia em jejum; Hemograma completo; Urinálise; Ureia e creatinina; Sorologia para Chagas: RIF para Chagas; Sorologia para Sífilis: VDRL e FTAABS; Coagulodrama: TP e TTPA; Velocidade de hemossedimentação; Proteína C reativa; Eletroforese de proteínas (suspeita de arterite temporal); DEMAIS EXAMES: Eletrocardiograma; Raio X de tórax; Exame de Doppler:* ▪ EcoDoppler de artérias vertebrais e artérias carótidas; ▪ Doppler transcraniano; ▪ Ecocardiograma transtorácico; ▪ Ecocardiograma transesofágico com Bubble Test; Exames de neuroimagem; Ressonância magnética do crânio;* TRATAMENTO CLÍNICO INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA DO AVC Angiorressonância ou angiotomografia dos vasos extra ou intracranianos;* Anteriografia digital;* *Esses exames serão solicitados em casos selecionados. O paciente que sofre um AVC encontra-se em risco de múltiplas complicações, incluindo descondicionamento e outros problemas musculoesqueléticos, dificuldade de deglutição, disfunção intestinal e vesical, incapacidade de realizar o autocuidado, ruptura da pele. São prescrições realizadas pelo enfermeiro ao paciente com AVC: Avaliação do paciente por meio do histórico, exame físico e neurológico para auxiliar na determinação exata do início do quadro; Encaminhamento do paciente ao setor de exames diagnósticos de neuroimagem; Monitorização hemodinâmica contínua do paciente; Estabelecimento de acessos venosos calibrosos; Avaliação periódica do nível de consciência, pupilas e força motora, cuja finalidade é detectar precocemente sinais de deterioração neurológica; Avaliação do padrão respiratório devido ao risco de o paciente necessitar de intubação orotraqueal; Monitoração da glicemia: deve ser mantida entre 80 a 150 mg/dL; Checar e avaliar os resultados de exames laboratoriais junto à equipe médica; Assistência na mobilidade e posicionamento corporal adequado; Realização de mudança de decúbito periodicamente (pelo menos a cada duas horas); Assistência no autocuidado e higiene corporal; Auxílio durante a alimentação e, a depender do caso, realização de sondagem nasoenteral; Manutenção da pele limpa e seca com hidratação e massagem (nas áreas não avermelhadas); INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
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