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Lesão Celular Essa lesão celular pode ser reversível e a célula conseguir voltar para o es- tado de homeostasia, ou irreversível, causando morte celular por necrose ou apoptose. A resposta celular a estímulos nocivos depende do tipo da lesão, sua duração e sua gravidade. As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e grau de adaptação da célula danificada. As lesões resultam em anormalidades funcionais e bioquímicas (hemograma: transaminases aumentadas – lesão do fígado). A lesão celular pode ser causada por hipóxia, isquemia, trauma, agentes químicos, reações anafiláticas, agentes infecciosos, temperatura (queima- duras e frio profundo), mudança brusca da pressão atmosférica, defeitos genéticos, lesão mitocondrial (diminuição de ATP e produção de radicais livres), entrada de cálcio, defeitos na permeabilidade da membrana, proteínas mal dobradas, acúmulos intracelulares. As lesões celulares ocorrem quando as células são estressadas de forma tão excessiva que ultrapassam seus limites fisiológicos e descompensam ou quando são expostas a agentes agressivos ou por anomalias intrínse- cas. Dessa forma, não são mais capa- zes de se adaptar. Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis, se o estímulo for removido. Dessa forma, temos que as lesões reversíveis são caracterizadas por: - Tumefação generalizada da célula: É uma das primeiras manifestações, onde há perda da função da bomba de íons dependentes de energia e, consequentemente, perda da manutenção da homeostase iônica e líquida, causando, por exemplo, uma degeneração hidrópica; Sumariamente, temos dois tipos de lesões: a reversível e a irreversível. - Degeneração gordurosa: Ocorre em várias formas de lesões metabólicas e tóxicas, como por exemplo a hipóxia, sendo caracterizada pelo surgimento de vacúolos lipídicos, grande ou pequenos, no citoplasma. Também chamado de esteatose e é muito observado nos hepatócitos e células do miocárdio. Tumefação generalizada • Alteração Hidrópica ou Degeneração Vacuolar • Aumento turgor, palidez, aumento peso do órgão; • Presença de pequenos vacúolos claros citoplasma Degeneração gordurosa • Ocorre em lesão hipóxica; • Ocorre em lesão metabólica ou tóxica; • Surgimento de vacúolos lipídicos o citoplasma; • Observada em células envolvidas e dependentes do metabolismo de gordura (hepatócitos e células miocardíacas; • Oferta excessiva Acetil-CoA ( favorece a síntese Água —> Acúmulo de TG) IMPORTANTE!!! As alterações ultraestruturais nas células, ligadas a lesão reversível incluem: - Alterações na membrana plasmática: Temos o aparecimento de bolhas, apagamento ou desestruturação das microvilosidades e adesões intercelula- res (ex.: desmossomos); - Alterações mitocondriais: Por exemplo, tumefação e presença de corpos amórficos de fosfolipídios: - Dilatação do retículo endoplasmático: Com isso há destacamento de ribossomos e dissociação dos polissomos; - Alterações nucleares: Junto com condensação da cromatina. Em relação as lesões IRREVERSÍVEIS, identifica-se disfunção mitocondrial e alterações profundas na função das membranas, presentes tanto na necrose e na apoptose. Necrose A necrose é o tipo de morte celular associada a perda da arquitetura e integridade da membrana, resultando no extravasamento do conteúdo citoplasmático. Sendo assim, esse processo resulta numa ação degradativa de enzimas nessas células lesionadas. Além disso, o material extravasado, ao escaparem para o meio extracelular, corroboram para o início de uma inflamação, visando eliminar os restos da célula já morta. Na microscopia, as células necrótica apresentam como padrões estruturais: - Eosinofilia aumentada; - Citoplasma vacuolado (edema): Pode gerar uma ruptura e extravasar o conteúdo citoplasmático. - Figuras de mielina: São massas fosfolipídicas grandes e espiraladas derivadas das membranas celulares lesadas. - Alterações nucleares: Picnose (retratação nuclear e aumento da basofilia); Cariólise (digestão da cromatina); Cariorrexe (fragmentação do núcleo). A depender do local em que essa morte celular ocorra OU do mecanismo responsável por esse catabolismo, a necrose pode ter o seu padrão variado. Sendo assim, temos como as principais formas de necrose: - Necrose de coagulação: Nela, ocorre a desnaturação proteica, havendo preservação da arquitetura tecidual por alguns dias. Sendo assim, o tecido lesionado apresenta textura firme, formando uma área de infarto, caracterizado pela morte celular diante de uma hipóxia. - Necrose liquefativa: Resulta da ação digestiva de enzimas, sendo característica de infecções fúngicas e bacterianas locais, sendo o foco infeccionado transformado numa massa viscosa de aspecto purulento, rico em leucócitos mortos. Portanto, está presente na inflamação aguda. Além disso, o infarto em tecido nervoso resulta numa necrose liquefativa e não coagulativa. - Necrose caseosa: Consiste na ação de degradação progressiva e irreversível feita por enzimas em tecidos lesionados, sendo característica de focos de tuberculose, dando esse aspecto macroscópico branco amarelado, semelhante a queijo. - Necrose gordurosa: O padrão dessa necrose é conhecido como “pingo de vela”, em que há, macroscopicamente, vesículas esbranquiçada, associadas a deposição de cálcio nas áreas lesionadas, por conta de uma reação de saponificação (gordura mais um substância básica, resultando em produção de sais e ácido). Apoptose A apoptose é uma de morte celular induzida por um programa de suicídio estritamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Ela tem como função eliminar as células que não são mais necessárias em nosso organismo. Na microscopia, as células apoptóticas apresentam como padrões estruturais: - Retração celular; - Condensação da cromatina; - Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos; - Fagocitose das células e corpos apoptóticos pelos macrófagos. Vale ressaltar que a apoptose, embora tenha seu valor benéfico, pode eliminar células que são lesadas de modo irreparável, sem produzir reação do hospedeiro, provocando assim lesão tecidual paralela. Dessa forma, a morte por apoptose é responsável por perda de células em várias situações patológicas: lesão de DNA; acúmulo de proteínas anormalmente dobradas; atrofia; tumores; lesão por viroses (como o vírus do papiloma humano). Ao sofrem apoptose, essas células se rompem em fragmentos conhecidos como corpos apoptóticos, contendo porções do citoplasma e do núcleo. Aparentemente, a membrana plasmática se mantém integrada, mesmo que fragmentada. No entanto, há mudança na estrutura dela: há a movimentação de um fosfolipídio, conhecido como fosfatidilserina, de seu folheto interno para o externo. Tal mudança foi a responsável por sinalizar que tal célula iria sofrer morte celular programada. Sendo assim, as células mortas e seus fragmentos são rapidamente fagocitados, e dessa forma esta via não desencadeia resposta inflamatória no hospedeiro (processo silencioso). Os corpos apoptóticos também podem ser revestidos por proteínas do sistema complemento C1q, os quais são reconhecidos pelos fagócitos. A apoptose é regulada por caspases, que pode ser funcionalmente dividia em dois grupos: desencadeador e executor. As capazes são zimogênios que necessitam sofrer clivagem para se tornarem ativas, através das seguintes vias: - Via intrínseca (ou mitocondrial): Por meio da liberação do citocromo C. - Via extrínseca (ou morte iniciada por receptor): Por meio da junção entre de receptor e molécula sinal (ligante), conhecidos como Fas + FasL (célula T). Mas o que precisamos saber dessas vias é que, independente de qual foi ativada, as caspases resultantes dela, que atuam como desencadeadoras, ativam caspases executoras, que por ação proteolítica, ativaas endonucleases, enzimas que atuam na degradação do citoesqueleto, formando, assim, os corpos apoptóticos. A apoptose, da mesma forma que as adaptações, podem ser fisiológicas ou patológicas. Temo como exemplos: - Fisiológica: Apoptose nos centros germinativos dos linfonodos, na zona de proliferação dos linfócitos B, visando eliminar as células com erros no DNA para não ocorrer a chance dela se tornar autorreativas ao corpo; - Patológica: Ocorre nos queratinócitos da pele de uma pessoa que recebeu alta incidência de luminosidade solar e, consequentemente, de radiação ultravioleta, sem a adequada proteção.
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