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Resumo de Patologia - Morte Celular

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Resumo de Patologia - Morte Celular 
 Ana Flávia Leite 
 
________________________________ 
Morte celular 
Conceito: ​é um mecanismo natural que ocorre tanto para ​remoção de células desnecessárias 
ou potencialmente prejudicadas, quanto em ​resposta a um grave dano ou lesões irreversíveis. 
O fator de ocorrência não pode ser estabelecido apenas por critérios morfológicos, ​assim, a 
morte da célula pode ser fisiológica ou patológica também. A morte celular é um processo e 
pode ser classificada como necrose ou apoptose​, mas não é sinônimo de necrose. 
 
Necrose: ​Ocorre quando a agressão é suficientemente forte para interromper as funções vitais 
da célula. 
A necrose é a morte celular seguida de autólise (​destruição de células ou tecidos por suas 
próprias enzimas)​, portanto, após haver a morte celular, ​a célula irá se autodestruir devido a 
uma instabilidade na membrana lisossômica. Desse modo, haverá um "derrame" de enzimas 
digestivas, tendo como consequência a digestão da parte orgânica da célula e sua destruição. 
 
Portanto, o aspecto morfológico da necrose resulta da digestão das células necróticas por suas 
próprias enzimas (autólise) ou de enzimas derivadas dos leucócitos (heterólise). 
 
•Alterações citoplasmáticas 
As células necróticas exibem ​aumento da eosinofilia ​(isto é, ​coloração rósea​ do corante eosina) 
perdendo a basofilia (basofilia refere-se à coloração azul do corante hematoxilina). 
A célula pode ter aparência homogênea mais vítrea do que as células viáveis, principalmente 
por causa da perda de partículas de glicogênio. 
 
À microscopia eletrônica (ME), as células necróticas caracterizam-se pela descontinuidade das 
membranas das organelas e das membranas plasmáticas, pela dilatação acentuada das 
mitocôndrias com a presença de grandes densidades amorfas, pelo rompimento dos 
lisossomos e figuras de mielina intracitoplasmáticas. 
 
•Alterações nucleares 
As alterações nucleares assumem um dos três padrões, todos devidos à degradação da 
cromatina e do DNA: 
-​A basofilia da cromatina pode esmaecer (cariólise)​, provavelmente devido à atividade da 
desoxirribonuclease (DNase). 
-Um segundo padrão é a Picnose caracterizada pela ​retração nuclear e aumento da basofilia​; 
o DNA se condensa em uma massa sólida e encolhida. 
-No terceiro padrão, a cariorrexe,​o núcleo picnótico sofre fragmentação. ​Dentro de 1-2 dias, o 
núcleo da célula morta desaparece totalmente. 
 
A microscopia eletrônica (ME) mostra profundas alterações nucleares que culminam na 
dissolução do núcleo. 
 
 
 
Mecanismos etiopatológicos na necrose 
 
O aspecto da lesão varia de acordo com a causa, embora necroses produzidas por diferentes 
agentes possam ter aspecto semelhante. 
Os agentes agressores produzem necrose por: (1) redução de energia, seja por obstrução 
vascular (isquemia, anóxia), seja por inibição dos processos respiratórios da célula; 
(2) produção de radicais livres; (3) ação direta sobre enzimas, inibindo processos vitais da 
célula (agentes químicos e toxinas); (4) agressão direta à membrana citoplasmática, criando 
canais hidrofílicos pelos quais a célula perde eletrólitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Necrose gangrenosa: 
Não é um padrão específico de morte celular, mas o termo ainda é usado comumente na 
prática clínica. ​Em geral, é aplicado a um membro, comumente a perna, que tenha perdido seu 
suprimento sanguíneo e que sofreu necrose de coagulação, envolvendo várias camadas de 
tecido.​ Quando uma infecção bacteriana se superpõe, a necrose de coagulação é modificada 
pela ação liquefativa das bactérias e dos leucócitos atraídos (resultando na chamada gangrena 
úmida). 
 
Gangrena seca: ​Desidratação da região atingida, especialmente quando em contato 
com o ar, ​origina a gangrena seca, tomando a área !esada aspecto de pergaminho, ​semelhante 
ao observado em tecidos de múmias​ (o processo é também conhecido pelo nome de 
mumificação). ​Gangrena seca ocorre preferencialmente nas extremidades de dedos, de 
artelhos e da ponta do nariz, na maioria das vezes em consequência de lesões vasculares 
como as que ocorrem no diabetes melito.​ A zona de gangrena seca tem​ cor escura, azulada ou 
negra​ devido à impregnação por pigmentos derivados da hemoglobina, sendo comum a 
presença de uma linha nítida (reação inflamatória) no limite entre o tecido morto e o tecido não 
lesado. 
 
Gangrena úmida ou pútrida:​ ​decorre de invasão da região necrosada por 
microrganismos anaeróbios produtores de enzimas que tendem a liquefazer os tecidos mortos 
e a produzir gases de odor fétido que se acumulam em bolhas juntamente com o material 
liquefeito. ​Esse tipo de gangrena é comum em ​necroses do tubo digestivo, pulmões e pele​, 
onde condições de umidade a favorecem. ​Absorção de produtos tóxicos da gangrena pode 
provocar reações sistêmicas fatais, induzindo choque do tipo séptico. 
 
Gangrena gasosa:​ é secundária à ​contaminação do tecido necrosado com germes do 
gênero Clostridium que produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de 
gás, sendo evidente a formação de bolhas gasosas. ​A gangrena gasosa é comum em feridas 
infectadas e foi muito frequente na Primeira Guerra Mundial, quando geralmente era fatal. 
 
 
Necrose coagulativa: 
-É a forma de necrose tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada 
por, pelo menos, alguns dias. ​A necrose de coagulação é característica de infartos (áreas de 
necrose isquêmica) em todos os órgãos sólidos, exceto o cérebro. 
-Os tecidos afetados adquirem textura firme. 
 
-A lesão desnatura não apenas as proteínas estruturais, como também as enzimas, 
bloqueando assim a proteólise das células mortas; como resultado, células sem núcleo 
(anucleadas) e eosinofílicas persistem por dias ou semanas.​ Os leucócitos são recrutados para 
o sítio da necrose e suas enzimas lisossômicas digerem as células mortas. Finalmente, os 
restos celulares são removidos por fagocitose. 
 
 
 
Necrose caseosa: 
É encontrada mais frequentemente em focos de infecção tuberculosa.​ A área de 
necrose caseosa é frequentemente encerrada dentro de uma borda inflamatória nítida; essa 
aparência é característica de um foco de inflamação conhecido como ​granuloma. 
O termo caseoso (semelhante a queijo) é derivado da​ aparência branco-amarelada​ da área de 
necrose. Esse tipo de necrose é comum na tuberculose, mas pode ser encontrado também em 
outras doenças, como a ​tularemia. 
Ao exame microscópico, pela coloração de hematoxilina e eosina, o foco necrótico exibe uma 
coleção de ​células rompidas ou fragmentadas, com aparência granular amorfa rósea. 
Diferentemente da necrose de coagulação, a arquitetura do tecido é completamente obliterada 
(desaparece), e os contornos celulares não podem ser distinguidos. 
 
 
Necrose liquefativa: 
É observada em ​infecções bacterianas​ focais ou, ocasionalmente, nas​ infecções fúngicas 
porque os micróbios estimulam o acúmulo de células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos 
a digerirem (“liquefazer”) o tecido.​ Por motivos desconhecidos,​ a morte por hipóxia, de células 
dentro do sistema nervoso central, ​com frequência leva a necrose liquefativa. ​Seja qual for a 
patogenia, a liquefação digere completamente as células mortas, resultando em transformação 
do tecido em uma massa viscosa líquida.​ Finalmente, o tecido digerido é removido por 
fagocitose. ​Se o processo foi iniciado por inflamação aguda, como na infecção bacteriana, o 
material é frequentemente amarelo cremoso e é chamado de pus. 
 
 
Necrose gordurosa: 
 
Refere-se a áreas focais de destruição gordurosa, tipicamente resultantes da liberação de 
lipases pancreáticas ativadas na substância do pâncreas e na cavidade peritoneal. ​Isso ocorre 
na emergência abdominal calamitosa conhecida como ​pancreatite aguda. 
Nesse distúrbio, as enzimas pancreáticas que escapam das células acinares e dos ductos 
liquefazem as membranas dos adipócitos do peritônio, e as lipases dividem os ésteres de 
triglicerídeos contidos nessascélulas. ​Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, 
produzindo áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura), 
que permitem ao cirurgião e ao patologista identificar as lesões. ​Ao exame histológico, os focos 
de necrose exibem contornos sombreados de adipócitos necróticos com depósitos de cálcio 
basofílicos circundados por reação inflamatória. 
 
 
 
Apoptose 
Conceito: ​A apoptose é uma via de morte celular (como um suicidio) no qual as células 
destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares 
e citoplasmáticas.​ A membrana plasmática da célula apoptótica permanece intacta, mas é 
alterada de tal maneira que a célula e seus fragmentos tornam-se alvos atraentes para os 
fagócitos. Rapidamente, as células mortas e seus fragmentos são removidos antes que seus 
conteúdos extravasem e, por isso, a morte celular por essa via não induz uma reação 
inflamatória no hospedeiro. 
 
A apoptose difere da necrose, que é caracterizada pela perda da integridade da membrana, 
digestão enzimática das células, extravasamento dos conteúdos celulares e, frequentemente, 
uma reação no hospedeiro. Entretanto, a apoptose e a necrose algumas vezes coexistem, e 
a apoptose induzida por alguns estímulos patológicos progride para a necrose. 
 
A morte por apoptose é responsável pela perda de células em vários estados 
patológicos: 
•Lesão de DNA 
A radiação, as drogas citotóxicas anticâncer, os extremos de temperatura e mesmo a hipóxia 
podem lesar o DNA diretamente ou através da produção de radicais livres. 
 
Se os mecanismos de reparo não podem competir com a lesão, a célula dispara mecanismos 
intrínsecos que induzem a apoptose. 
 
Nessas situações, a eliminação da célula pode ser melhor alternativa do que arriscar em 
mutações no DNA lesado, o que pode progredir para uma transformação maligna. Esses 
estímulos nocivos causam apoptose se a lesão é leve, mas doses maiores do mesmo estímulo 
resultam em morte celular por necrose. 
A indução de apoptose em células cancerosas é um efeito desejado dos agentes 
quimioterápicos, muitos dos quais funcionam danificando o DNA. 
 
•Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas 
As proteínas impropriamente dobradas podem surgir de mutações nos genes 
que codificam essas proteínas ou devido a fatores extrínsecos, como a lesão causada por 
radicais livres. 
O acúmulo excessivo dessas proteínas no RE leva a uma condição conhecida 
como estresse do RE, que culmina em morte apoptótica das células. 
 
•Lesão celular em certas infecções, ​particularmente as infecções 
virais, nas quais a perda de células infectadas é devida em grande parte à morte apoptótica 
que pode ser induzida pelo vírus (como nas infecções por adenovírus e vírus da 
imunodeficiência humana) ou pela resposta imune do hospedeiro (como na hepatite viral). 
 
•Atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto, ​como ocorre no 
pâncreas, na parótida e no rim. 
 
 
Via intrínseca e extrínseca de ativação da apoptose: 
A via intrínseca se caracteriza quando uma célula é capaz de sozinha, iniciar os eventos que 
culminarão na morte celular.​ ​Enquanto isso, a via extrínseca se caracteriza pela necessidade 
da existência de uma outra célula – geralmente um linfócito – que exerce o papel de “avisar” 
que o processo apoptótico deve ser iniciado. 
 
A apoptose intrínseca se caracteriza por uma alteração intracelular, causada por danos ao 
material genético e pela retirada de hormônios, por exemplo. Nesse caso, a mitocôndria exerce 
o papel de liberar substâncias pró-apoptóticas no citoplasma, como o citocromo C. Esse 
citocromo é o responsável por ativar a pró-caspase 3, a qual passa a ser a aspase-3-ativa, que 
indica eventos apoptóticos. Quando se trata da via extrínseca da apoptose, observa-se a ação 
de uma outra célula, a qual exerce o papel de incitar a célula em questão a sofrer apoptose 
celular. Nesse caso, ocorre a interação entre dois tipos de receptores: o FAS, que existe na 
membrana da célula a sofrer apoptose, e o FAS-ligante, que está localizado na 
membrana plasmática dos linfócitos. Essa interação entre os dois receptores 
leva à ativação da pró-caspase 8, a qual passa a assumir a forma de caspase - 
3-ativa e caspase-6-ativa. 
 
O papel da família Bcl-2, das caspases, e do citocromo c na apoptose: 
A apoptose resulta sempre da ativação de proteases, as quais induzem 
modificações funcionais e morfológicas na célula. Desse modo, as ativações 
dessas enzimas podem ocorrer devido a ativação direta de caspases, 
alterações de mitocôndrias, e a ção de proteínas citosolícas reguladores do 
apoptose. As capa zes são enzimas responsáveis por clivar proteínas com 
resíduos de ácido aspártico, sua função é liderar os eventos que cu lminam na 
apoptose celular. A ação delas permite que o processo apoptótico ocorra de maneira bem-feita, 
o que é fundamental para que se evite algumas complicações que p odem ocorrer com a 
célula, como a perpetuação de alguma mutação. A s caspases iniciadoras correspodem às de 
número 8, 9 e 10 e são responsáveis por ativar mais pró -caspases. Já as caspases executoras 
são as de número igual a 3 e 6, e exercem um papel fundamental na apoptose: a 
ativação das endonucleases (enzimas responsáveis por clivar o material 
genético). A fragmentação do DNA ocorre concomitantemente com a formação 
dos corpos apoptóticos, os quais são degradados mediante a ação de 
macrófagos e fagócitos. Quanto ao papel do citocromo na apoptose, ele é 
responsável por recuperar a caspase 9 que inicia a apoptose. Quanto ao papel 
da família Bcl-2, trata-se de um grupo de proteínas com papel antiapoptótico, 
no qual irá regular a permeabilidade da membrana, como ela é antiapoptótico, 
irá aumentar a permeabilidade da membrana, uma vez que, não irá liberar o 
citocromo c, e esse não irá ativar a s cap tases, portanto não ocorrerá a 
apoptose na célula. 
 
Diferença de apoptose e necrose: 
Quando a célula sofre uma agressão ela possui dois caminhos: morrer (entrar 
em apoptose) ou sobreviver (sofrer necrose), essa decisão irá depender da 
intensidade dos agentes agressores. A apoptose é um processo organizado, no 
qual o conteúdo da célula é processado e compactado em pequenos pacotes 
de membrana para "coleta de lixo" por células do sistema imunológico, não 
causa inflamação, Ao contrário da necrose (morte por lesão), no qual o 
conteúdo da célula é expelido e causa inflamação.

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